UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CAMPUS V
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS E SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ARQUIVOLOGIA
MARIA JOCIMARIA SOIANY PEREIRA FAUSTO
ANÁLISE PALEOGRÁFICA E ESTUDO PROSOPOGRÁFICO DO LIVRO DE REGISTRO DOS IRMÃOS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DA PARAÍBA
JOÃO PESSOA 2018
ANÁLISE PALEOGRÁFICA E ESTUDO PROSOPOGRÁFICO DO LIVRO DE REGISTRO DOS IRMÃOS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DA PARAÍBA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Arquivologia da Universidade Estadual da Paraíba, como requisito para à obtenção do título de bacharela em Arquivologia.
Área de concentração: Arquivologia.
Orientador: Prof. Dr. Josemar Henrique de Melo.
JOÃO PESSOA 2018
A minha família, pela dedicação, companheirismo, amizade e apoio de sempre, DEDICO.
Aos meus pais Francisca e Cláudio e ao meu irmão Mikael por sempre incentivar e acreditar no meu potencial, com determinação, fé e perseverança.
Ao meu primo Francisco Júnior, a sua esposa Edjane e seus filhos Gabi, Edu e Davi, pelo acolhimento, companheirismo e atenção em sua casa durante todo esse tempo, como também as crianças por me divertir com seus jogos nos momentos de impaciência e pelo carinho.
A minha prima Maylla e seu esposo Edcleyton pela afeição e paciência desde o começo do curso em ensinar, tirar dúvidas e guiar na vida acadêmica.
A família, em geral primos e primas, tias, avó, avô, afilhados André, Dulce, Samuel e Sofia por sempre estarem do meu lado me encorajando nessa caminhada e todo tempo distração nos períodos árduos.
Aos meus amigos de sala, Leilane Santos e sua família, Dona Rosa sua mãe e sua irmã Ligia por encorajar a lutar pelo meu objetivo e pela grande incentivo e consideração que tens por mim. Ubiratan Costa, sua esposa Thais e sua filha Rafaela pela disponibilidade em ajuda-me quando solicitei. Assim como, a Rayane Kelly, Everaldo Oliveira, Ozita do Carmo, Brunelly Santos, Conceição Emilio, Vitória Carvalho, Cynthia Giovania por sempre ajudar, aconselhar e distrair nos momentos mais difíceis, por sempre está por perto para ensinar e auxiliar no que precisei e não hesitaram em apoiar; aos meu amigos do sertão Raquel, Gessica, Yuryky e Wálina pela torcida desde sempre e aos demais que de forma indireta sempre esteve por perto.
Ao seu João Batista coordenador de Patrimônio da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba por permitir o estudo no Arquivo desta Irmandade.
Agradeço ao meu orientador Josemar Henrique pela paciência, ensinamentos e atenção quando precisei e por auxiliar no conhecimento e desenvolvimento deste trabalho e no decorrer do curso.
A banca examinadora composta pela professora Mestra Nereida Martins a qual tenho grande admiração e agradeço por me apresentar a paleografia e a professora Doutora Thais Nascimento por aceitarem em participar e contribuir com seu conhecimento para este trabalho.
Agradeço a todos os professores que contribuíram para minha vida acadêmica, pela paciência e orientação, tenho grande admiração por todos.
“Tanto na vida do cidadão comum, como na vida das instituições e das comunidades muitos podem beneficiar-se das “verdades” que a Paleografia e a Diplomática pode revelar, em todo tempo e lugar” (BERWANGER; LEAL, 2008, p. 9).
Figura 2 –Ficha de Identificação dos Irmãos... 14 Figura 3- Termo de Abertura ... 15 Figura 4- Termo de Abertura Lavrado pelo Escrivão ... 16
Quadro 2- Nacionalidade dos Irmãos ... 26
Quadro 3- Nacionalidade dos Irmãos Estrangeiros ... 28
Quadro 4- Naturalidade dos Brasileiros ... 28
Quadro 5- Profissão dos Irmãos ... 30
Quadro 6- Estado Civil ... 31
Quadro 7- Idade dos Irmãos ... 32
Gráfico 2- Nacionalidade dos Irmãos estrangeiros... 28 Gráfico 3 -Naturalidade dos Brasileiros ... 29 Gráfico 4- Estado Civil ... 32
1 INTRODUÇÃO ...12
1.1 Metodologia...17
2 REFERENCIAL TEÓRICO...19
2.1 Paleografia e Prosopografia...19
3 APRESENTAÇÃO E ANALISE DOS RESULTADOS: Estudo Prosopográfico: apresentação do Perfil Coletivo dos Irmãos da SCMPB ...24
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...35
REFERÊNCIAS...37
ANEXO A – INDICIE DO LIVRO DE REGISTRO DOS IRMÃOS DA SCMPB...39
Análise Paleográfica e Estudo Prosopográfico do Livro de Registro dos Irmãos da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba
Maria Jocimária Soiany Pereira Fausto*
RESUMO
A Santa Casa de Misericórdia foi durante muitos séculos a principal, ou mesmo a única, instituição de caridade e de prestação de serviços públicos na cidade de João Pessoa. Neste sentido, é importante um estudo sobre as pessoas que a compunham, de maneira que seja disponibilizado este mapeamento para pesquisadores e estudantes no geral, além da comunidade local. Assim, o objetivo deste trabalho é analisar o livro de registro dos irmãos da Santa Casa de Misericórdia, produzido no final do século XIX, apresentando informações básicas sobre os irmãos daquela „Pia Instituição‟. Para alcançar esse objetivo foi fundamental a metodologia do processo de transcrição paleográfica e o estudo prosopográfico das informações básicas, a fim de coletar dados específicos dos irmãos, tais como: naturalidade, nacionalidade, estado civil, idade, profissão dos irmãos individualmente, além dos cargos que exerceram na irmandade, e total de irmãos, formando uma prosopografia destes indivíduos. Todas as variáveis foram extraídas diretamente da fonte documental. Os dados foram dispostos de maneira qualitativa e quantitativa e os resultados nos apresenta um perfil dos atores que trabalharam em prol da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba. Fica demonstrado importância deste estudo, tanto para instituição, quanto para sociedade local.
Palavras-Chave: Paleografia. Arquivologia. Prosopografia.
1 INTRODUÇÃO
É notório, a partir da literatura específica da área da Arquivologia, um descaso com a memória administrativa das instituições com massas documentais acumuladas que estão espalhadas Brasil. Estas instituições não conseguem cumprir uma das atividades básicas que é salvaguardarem as informações nelas contidas, de maneira eficiente, para prover acesso e manter a memória institucional. O acervo da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba (SCM-PB) está inserido nesse quadro de desvalorização dos arquivos, onde, no decorrer do tempo, diversas documentações foram perdidas, devido ao armazenamento inadequado, a falta de organização do acervo, inexistência de cuidados e/ou noções de preservação e conservação de documentos, como também nos diversos processos de transferências dos locais de custódia.
A Santa Casa de Misericórdia foi fundada por Duarte Gomes da Silveira, no final do século XVI, dispondo o objetivo de promover e prestar de serviços, não apenas de ordem espiritual, sobretudo a assistência pública a toda comunidade local, principalmente aos
* Aluna de Graduação em Arquivologia na Universidade Estadual da Paraíba – Campus V. Email:
desvalidos da sociedade, a exemplo de presos, doentes, viúvas e órfãos. As suas atividades iniciaram-se no período colonial, e se expandiram até o período republicano. Tornou-se, durante muitos séculos a principal, ou mesmo a única, instituição de caridade e de prestação de serviços públicos na cidade de João Pessoa.
Atualmente, a SCM-PB possui documentação de significativo valor para à memória local, tendo em vista a sua atuação direta das atividades assistencialistas daquela Irmandade junto à sociedade paraibana. A pesquisa ora apresentada surgiu a partir de um projeto de extensão da Universidade Estadual da Paraíba, intitulado “Arquivo da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba: Organização Disseminação e Preservação Documental”, supervisionados pelos coordenadores do curso de Arquivologia da mesma Instituição de ensino superior, professor Dr. Josemar Henrique e a professora Ms. Nereida Martins, que tem objetivo de reorganizar a documentação da instituição e em seguida prover acesso. No decorrer do projeto eu participei incialmente como voluntária e depois como bolsista do referido projeto de extensão.
No decorrer da reorganização encontramos um importante documento que englobava todos os irmãos que passaram pela Santa Casa de Misericórdia da Paraíba, chamado Livro de Registro de Irmãos. O referido livro é de caráter permanente e nele consta, além, de todos os nomes dos membros da irmandade de 1872 até 1903, apresenta dados específicos dos irmãos que contribuíram diretamente às obras da SCM-PB, tais como: naturalidade, nacionalidade, os cargos que exerceram e o pagamento da jóia (contribuição que os irmãos ofertavam mensalmente a irmandade) e observações gerais.
Figura 1 Livro de Registro dos Irmãos da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba
Vale ressaltar que, além disto, os irmãos recebiam depois do seu falecimento, assim como sua família, locais reservados no cemitério administrado pela SCM-PB, além de ser posta intenções pela sua alma em toda celebração litúrgica.
De início, a produção desta tipologia documental não está inserida no contexto de produção normal das atividades ou funções da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba. O referido livro está dividido em duas partes. Na primeira encontramos a descrição dos irmãos da Misericórdia e na segunda um índice para localização das informações de cada indivíduo.
Figura 2 Ficha de Identificação dos Irmãos
Fonte: Arquivo da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba (2018).
De acordo com o termo de abertura a intenção do provedor era de recolher toda informação encontrada relacionada aos irmãos da SCM-PB, com isso, foram encontrados documentos avulsos, cadernos, com informações dos irmãos, sendo assim, o provedor, recolheu e centralizou todos os dados em um único livro, bem como suas referidas contribuições, a fim de que nenhum dado fosse perdido ou alienado, outra possível motivação, seria a agilidade para a recuperação dessas informações. Segue então, a apresentação que consta no início do livro:
De acordo com a pesquisa realizada a respeito desta tipologia, verificou-se que nenhuma das Santas Casas do Brasil possui esta tipologia, apenas a Santa Casa de Misericórdia da Paraíba possui.
Figura 3 Termo de Abertura1
Fonte: Arquivo da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba (2018).
“Tem de servir este livro para matricula, e lançamento dos nomes Irmãos da Sancta Casa de Misericordia d‟esta Cidade da Parahÿba do norte, incluindo os que constar desde a fundação da mesma Irmandade. E para constar lavrei o presente termo, em que esse assigno. Parahÿba, 2 de 7bro de 1872”
O Provedor
Figura 4 Termo de Abertura2 Lavrado pelo Escrivão
Fonte: Arquivo da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba (2018).
Transcrição
Aos 28 dias do mês de novembro de mil oitocentos e setenta e dois no Consistório da Igreja da Santa Casa da Misericórdia da cidade da Parahyba do Norte, declaro que achão-se matriculado, de ordem da provedoria, neste livro todos os irmãos desta Santa Casa, desde a sua fundação, cujos traços forão encontrados em cadernos livros, e folhas soltas que existião no archivo podendo acontecer, que tenhão escapado alguns, dos quais não ficou a menos memória. Por um termo de declaração que se acha lançado no livro primeiro dos termos de juramento a folha 15 vê-se, que a sete de agosto de mil seiscentos e noventa e seis a Mesa mandou trasladar de um livro velho que já estava muito danificado, os nomes de todos os irmãos vivos e mortos. Não foi possível guardar com todo o rigor a ordem cronológica em vista da irregularidade da escripturação, e falta das devidas declarações nos assentos, que foram encontrados. Por essa mesma razão não se achão completas todas as declarações, mandadas fazer pela provedoria, devendo-se esperar, que, cumprida a ordem do provedor, as vindouras não tenhão igual reparo a fazer nos assentos dos irmãos, que dora avante forem entrando, e passando a melhor vida. E para constar passei o presente termo. Eu José Marques Camacho. Escrivão da Irmandade o escrevi e assignei.
O Escrivão José Marques Camacho
Podemos considerar esse documento representante da memória, tanto local como nacional, por estar inserida na documentação de uma das primeiras Irmandades de Misericórdia do Brasil, além de tudo, demostra as contribuições dos irmãos da Santa Casa de
Misericórdia da Paraíba, encaixando-se no contexto administrativo da instituição. Por isso, torna-se essencial a investigação dessa documentação.
O Livro dos Nomes possui valor patrimonial e cultural para potenciais usuários, assim como toda documentação existente na Santa Casa de Misericórdia da Paraíba, por apresentar e resguardar todo um contexto institucional desta irmandade. Possui uma relação direta com os demais documentos do arquivo da SCMPB, onde varias vezes conferíamos nomes dos irmãos quando estávamos em duvidas, a exemplo dos ofícios que contem nomes dos provedores, escrivães e muitas vezes não compreendíamos a palavra e assim verificamos no Livro de Registro dos Irmãos.
A pesquisa tornou-se pertinente por proporcionar conhecimento dessa nova tipologia e descobrir informações sobre as pessoas que compunham a SCM-PB. O seu estudo envolveu a interdisciplinaridade entre a Arquivologia, História e a Paleografia. Uma característica entre essas disciplinas ocorre “pela intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de interação real das disciplinas, no interior de um projeto específico da pesquisa”. (JAPIASSU, 1956, p. 74. apud BERTI, 2007, p. 24).
Neste sentido, a pergunta que orientou a pesquisa se estabelece a seguir: qual a importância da análise sobre o estudo do Livro de Registro dos Irmãos da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba?
Elencamos para este artigo como objetivo geral, realizar uma análise paleográfica do Livro de Registo dos Irmãos da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba, a fim de que seja possível fazer um estudo prosopográfico. E como objetivos específicos elencamos os seguintes:
Realizar a transcrição paleográfica do índice do livro dos nomes dos irmãos contribuintes da Santa Casa de Misericórdia na Paraíba;
Mapear os dados referentes aos irmãos contribuintes, no que diz respeito à profissão, nacionalidade, naturalidade, estado civil, idade, cargos que exerceram na Santa Casa;
Investigar o quantitativo real de irmãos contribuintes e dos que não exerceram nenhum cargo.
1.1 Metodologia
A metodologia apresenta os métodos e a técnica de investigação que foram utilizadas no desenvolvimento da pesquisa. É também “equiparada a uma preocupação instrumental a
ciência busca captar a realidade, a metodologia trata de como se pode ser alcançado.” (MARTINS, THEÓPHILO, 2009, p. 37).
A pesquisa teve como campo empírico o Arquivo da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba, no1°andar da Igreja da Misericórdia, localizada na Rua Duque de Caxias, em João Pessoa. No local encontram-se todo acervo documental referente à instituição. A pesquisa ocorreu diretamente na fonte documental, o Livro de Registro dos irmãos da SCM-PB, onde foi feito um levantamento dos dados para alcançar os objetivos deste trabalho.
Desta forma, a nossa pesquisa é caracterizada como documental em que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos, escrita ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois. (LAKATOS, 2008, p. 174).
Para Gil (2008, p.51):
A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A única diferença entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.
Esses dois tipos se diferem pelo fato da pesquisa bibliográfica já está publicada e disponibilizada em formatos de artigos, livros, todavia receberam tratamento analítico. Enquanto a pesquisa documental embasa-se na investigação de fontes documentais primarias que não receberam tratamento analítico (GIL, 2008). Destacamos que, “a utilização da pesquisa documental é destacada no momento em que podemos organizar informações que se encontram dispersas, conferindo-lhe uma nova importância como fonte de consulta.” (PRODANOV, FREITAS, 2013, p.55).
Nesse estudo, identifica-se como abordagem quantitativa e quantitativa. Para Richardson (1999, p. 70),
a abordagem quantitativa caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto na qualidade de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média e desvio-padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.
A abordagem qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. “A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas.” (PRODANOV, FREITAS, 2013, p. 70).
Este artigo está sequenciado da seguinte forma: a introdução que apresenta a contextualização da nossa pesquisa, juntamente com a metodologia utilizada para o levantamento e análise de dados. Em seguida apresentamos o referencial teórico com os principais polos norteadores da pesquisa, tais como a Paleografia e a Prosopografia. Na continuidade apresentamos a análise de dados com todos os quadros que foram realizados a partir do nosso estudo sobre o referido Livro. Finalizamos com as considerações finais e as nossas referências. Apresentamos também em anexo a transcrição paleográfica do índice Livro dos Irmãos, para fundamentar futuras pesquisas sobre o tema em tela.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PALEOGRAFIA E PROSOPOGRAFIA
A Paleografia é a ciência que através de estudos, permite decifrar manuscritos antigos, de maneira que através dela seja possível julgar sua idade, compreender o contexto de produção dos documentos, a evolução da escrita, tornando o documento com conteúdo acessível a todos os interessados. Tem como base a Filologia, que consiste no conhecimento e interpretação dos testemunhos escritos.
Os autores, com variantes apenas na maneira de expor a ideia, basicamente definem a paleografia como sendo a decifração dos documentos antigos. [...] Esta definição, conquanto mais curta, não tem limitações e, dêsse modo, abrange tudo quanto se refere à matéria. Na arte de ler o documento antigo estariam englobados a capacidade de superar as vicissitudes sofridas pela escrita, a interpretação desta, o conhecimento de sua origem, evolução e época (MENDES, 1953, p.11).
Surgida no século XVII, ela se divide em dois períodos: o de formação e o de afirmação. Neste primeiro período a Paleografia andou lado a lado com a Diplomática, de forma que, as duas disciplinas eram confundidas. Elas se desenvolveram e se diferiram graças ao advento da Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), onde foi produzido uma imensa quantidade de documentos falsificados, o que gerou polêmica na época, pois passou a ser exigido dos magistrados um detalhado e árduo trabalho crítico acerca da veracidade dos documentos produzidos e o período de firmação aconteceu na metade do século XVIII até os dias atuais.
Segundo Cambraia (2005, p. 23), modernamente, “a Paleografia apresenta duas finalidades: a teórica, que se preocupa em entender como os sistemas de escrita se constituem
sócio-historicamente, e a pragmática, que se detém na capacitação de leitores modernos para avaliarem a autenticidade de um documento com base na sua escrita e de interpretarem adequadamente as escritas do passado”.
Para Berwanger e Leal (2008), a Paleografia é a ciência que decifra a escrita e a letra de documentos antigos, identificando seu contexto e caracteres externos, assim como, data e origem. Qualquer documentação transcrita auxilia na busca de pesquisadores, estudantes e comunidade em geral, além de poder tornar acessível em site para pessoas de outros locais.
A identificação da autenticidade necessita de compreensão sobre os elementos que compõe o documento. Assim: “Os princípios da Paleografia à qual cabe, dentre outras coisas, determinar o autor, o tempo e o lugar em que um determinado documento foi escrito, fornecendo ao perito os conhecimentos indispensáveis para se distinguir os documentos verdadeiros e autênticos dos falsos, deturpados, apócrifos, adulterados, etc.” (TONIAZZO; ANDRADE; KRAUSE; 2009, p. 52). Desta forma, como nos aponta os referidos autores é necessária uma leitura minuciosa do manuscrito, obedecendo aos critérios paleográficos que o documento apresenta.
Neste sentido, é importante destacarmos a observação de Barcellar (2008, p. 58) A leitura paleográfica, contudo, não é algo inacessível ou extremamente difícil, e seria interessante que os cursos de História, assim como em outros cursos como Arquivologia, direito, letras, contassem com uma disciplina obrigatória que oferecesse os primeiros rudimentos, de modo a quebrar a barreira do medo que os papéis manuscritos estabelecem nos iniciantes.
A análise paleográfica, detalhada por natureza, requer do pesquisador dedicação e muitas horas de trabalho, exigindo um olhar atento para cada palavra do texto. “A paciente tarefa de vasculhar instituições, como bibliotecas e mosteiros, lendo documentos, observando-lhes letra e forma, era efetuada, em sua maioria, por religiosos das mais diversas ordens" (TONIAZZO, ANDRADE, KRAUSE, 2009, p. 52). Dessa maneira, a transcrição paleográfica deve ser realizada com cuidado para ter como produto, a reprodução igual do documento original, para isso, é necessária conhecer todas as normas técnicas de transcrição para sua elaboração.
E perceptível, em vários trechos dos documentos transcritos, problemas no entendimento do original, truncando a compreensão. Por outro lado, a não observação das regras estabelecidas para a transcrição paleográfica, ou o uso de critérios não explicitados, dificultam a percepção dos porquês das lacunas no texto, tornando complexa sua utilização, e exigindo uma série de cuidados no momento da interpretação (BARCELLAR, 2008, p.60).
Com isso, “a transcrição de documentos manuscritos exige cuidados mínimos, e muitas vezes o pesquisador ignora tal necessidade (BARCELLAR, 2008, p.59).” Além disso, o pesquisador ou paleógrafo deve seguir as normas técnicas para transcrição de documentos, facilita no momento de transcrição e segue todas as normas para a reprodução do documento ficar igual ao original. É importante aplicar as normas técnicas de transcrição de documentos porque elas têm a finalidade de padronizar, orientar e tornar estável para normalizar as transcrições paleográficas apresentadas ao documento (BERWANGER; LEAL; 2008). É indispensável à aplicação das normas técnicas de paleografia, porque assegura uma boa compreensão do documento permanente, garantindo êxito na leitura
O próprio paleógrafo é obrigado à análise e à crítica daquilo que lê. Se assim não agir, fará face, por vêzes, a trechos incompreensíveis ou absurdos. Não há dúvida que, após lido um documento, é possível a crítica do teor do mesmo por outrem, que não o paleógrafo. Êsse outrem, evidentemente, não estaria fazendo paleografia (MENDES; 1953, p. 13).
No desenvolver da pesquisa, observamos que realmente as informações são singulares, “a pesquisa em arquivo nos reserva surpresas, entre os imprevistos mais comuns está à qualidade da documentação, que pode surpreender pela riqueza de informações inesperadas” (BARCELLAR; 2008 p. 61). Diversos irmãos são lembrados pelos seus sobrenomes na atual João Pessoa ou que foram importante na história da Paraíba, expressos em cartório, ruas, avenidas, consultórios, tais com Toscano de Brito, Castelo Branco, Valadares, Vidal de Negreiros, Camilo de Hollanda, d‟Aquino Mindello, entre outros.
As principais instituições arquivísticas que hoje guardam acervos de caráter permanente, com algumas sugestões de documentos interessantes neles existentes. (BARCELLAR; 2008). Assim, é na SCMPB, uma instituição que contém documentos arquivísticos permanentes, com valor histórico e de testemunho e patrimonial. O Livro de Registro dos Irmãos compõe esse acervo, tornando-se documento individual por ser único e por possuir caracteres particulares desde sua produção, dado que foi produzido por diversos escrivães. Existe uma grande variação de letras prejudica um pouco a leitura. Também utilizamos a Diplomática como auxilio para verificar todas as características externas e internas do documento.
A Paleografia é primordial para entendimento de evolução da escrita. “Pesquisar em fontes arquivísticas implica, necessariamente, sua transcrição, integral ou parcial, para posterior uso” (BARCELLAR, 2008, p. 62). É interessante todo um cuidado com o documento antes de ler, pois diversos documentos estão rasgados, corroídos, deteriorados
pelos agentes químicos e biológicos. Devem-se observar as regras básicas de paleografia, principalmente no que diz respeito a lacunas no texto, provocada por buracos, rasuras, borrões ou impossibilidade de entendimento da caligrafia.
Além da Paleografia como suporte para este estudo foi utilizado “à pesquisa prosopográfica, que é, por excelência, uma pesquisa quantitativa, é natural que ela seja estimulada pelo crescente impulso que a quantificação tem recebido com a transformação e o aperfeiçoamento das técnicas de processamento de dados” (BULST; 2007, p. 49).
O termo prosopografia foi utilizado pela primeira vez em 1743. O método prosopográfico é utilizado como uma ferramenta onde se faz possível abordar as origens políticas e a mobilidade social, diz respeito à coletividade de pessoas que estão inseridas na mesma circunstância em instituições ou em outros contextos, ou seja, trata-se de um estudo biográfico coletivo dos indivíduos pertencentes a um determinado grupo social.
A prosopografia é a investigação das características comuns de um grupo de atores na história por meio de um estudo coletivo de suas vidas. O método empregado constitui-se em estabelecer um universo a ser estudado e então investigar um conjunto de questões uniformes – a respeito de nascimento e morte, casamento e família, origens sociais e posição econômica herdada, lugar de residência, educação, tamanho e origem da riqueza pessoal, ocupação, religião, experiência em cargos e assim por diante (STONE, 2011, p. 115).
O livro de Registro dos Irmãos da SCM-PB contém diversos dados, como anteriormente cita Stone (2011), e que foram utilizados para o desenvolver da pesquisa. Com isso, a prosopografia é reunião de determinado grupo de pessoas, inserida no mesmo ambiente, se relacionando independente do contexto, político, social, econômico. Assim, desenvolvendo suas atividades na instituição, e formando uma prosopografia. Stone (2011; p. 115) afirma:
A prosopografia é usada como uma ferramenta com a qual se atacam dois dos mais básicos problemas na história. O primeiro refere-se às origens da ação política: o desvelamento dos interesses mais profundos que se considera residirem sob a retórica da política; a análise das afiliações sociais e econômicas dos agrupamentos políticos; a revelação do funcionamento de uma máquina política e a identificação daqueles que manipulam os controles. O segundo refere-se à estrutura e à mobilidade sociais: um conjunto de problemas envolve a análise do papel na sociedade, especialmente as mudanças nesse papel ao longo do tempo, de grupos de status específicos (usualmente da elite), possuidores de títulos, membros de associações profissionais, ocupantes de cargos, grupos ocupacionais ou classes econômicas; um outro conjunto de problemas refere-se à determinação do grau de mobilidade social em determinados níveis por meio de um estudo das origens familiares (sociais e geográficas), dos novatos [recruits] de um certo status político ou posição ocupacional, o significado dessa posição em uma carreira e o efeito de deter essa posição sobre as fortunas da família; um terceiro conjunto de problemas lida com a correlação
de movimentos intelectuais ou religiosos com fatores sociais, geográficos, ocupacionais ou outros. Assim, aos olhos de seus expoentes, o propósito da prosopografia é dar sentido à ação política, ajudar a explicar a mudança ideológica ou cultural, identificar a realidade social e descrever e analisar com precisão a estrutura da sociedade e o grau e a natureza dos movimentos em seu interior. Inventada como um instrumento da história política, ela é agora crescentemente empregada pelos historiadores sociais.
A prosopografia ou biografia coletiva é mais voltada para história política por proporcionar características comuns entre grupos de algum período da história, possibilitando conhecer a relação interna, são nessas circunstâncias que os irmãos estão isnseridos, pelo fato de servir a irmandade e ajudar financeiramente.
A prosopografia para Ferrarri (2010, p. 530):
Pero digamos que prosopografía es el término preciosista con que se designa la técnica específica para hacer biografías colectivas. Grosso modo, esta aproximación microanalítica parte de la delimitación de un corpus de individuos que integran un actor colectivo (político, social, económico); luego, a cada miembro del conjunto, se lo somete a un cuestionario común referido a sus características (v.g. edad, nacionalidad) y atributos (nivel educativo, título, ocupación, patrimonio, entre otros).
Os objetivos da pesquisa se aplicam devidamente nessas variações apresentadas previamente. Esse estudo designa saber características pessoais dos irmãos e como estavam inseridos no contexto da irmandade. Além de ser um método quantitativo o estudo prosopográfico deve levar em conta o tempo e recursos, sendo financeiro, humano, pois devido sua aplicação pormenorizada, pode-se encontrar grupos grandes para trabalhar. (OLEGÁRIO, 2017). O estudo analisado não teve um recorte temporal, a finalidade foi analisar o livro desde sua produção, e não apenas de um período.
Foram e são elaborados principalmente por três grandes tipos: listas simples de nomes de ocupantes de certos cargos ou títulos ou qualificações profissionais ou educacionais; genealogias de famílias; dicionários biográficos inteiros, que são usualmente elaborados em parte com base nas primeiras categorias e em partes de com base em uma variedade de fontes infinitamente mais amplas (STONE, 2011, p. 117).
O estudo de biografias coletivas (ou a prosopografia) é utilizado na investigação de uma diversidade de objetos, fenômenos políticos, movimentos sociais, grupos políticos, culturais e sociais, sem estar, logicamente, associada a uma teoria ou a uma interpretação histórica substantiva. “Nesse sentido, pode-se considerar que o investigador de História Política, de História Social, recorre a este recurso da micro-história como uma técnica de
pesquisa, dentre outras, abordagens possíveis dos fenômenos investigados.” (MONTEIRO, 2014, p. 14). Desse modo, a prosopografia dispõe “um método que utiliza uma perspectiva do tipo sociológico em pesquisa histórica”. (HEINZ, 2006, p. 9 apud MONTEIRO, 2014, p. 15).
Nas Ciências Sociais o foco continuou sendo os grupos que ocupavam posições dirigentes, não apenas políticas, mas com outra ênfase. “Deixou de considerar a prosopografia como análise de carreiras e de histórias de vida para torná-la um método objetivo de compreensão do mundo social” (MONTEIRO, 2014, p. 19-20).
Observa-se a prosopografia como método interdisciplinar por se aplicar em diversas ciências, sociais, politicas, história, entre outras; ciencias que dedicam-se ao meio social, incluídos grupos, comunidades, que trabalha com a coletividade. “La prosopografía era concebida, de esa manera, como un instrumento útil a la historia política, pero también a otros campos de la disciplina –historia social o económica– siempre y cuando el objeto de análisis fuera un grupo o um colectivo de actores.” (FERRARRI, 2010, p.531).
Portanto, a “abordagem prosopográfica terá determinado papel na construção do conhecimento, independentemente da área disciplinar, conforme o peso e a importância que o pesquisador atribuir a este modo de abordagem cientifica (MONTEIRO, 2014, p. 20).” Além disso, esse método difere do momento ou evolução do tempo para desenvolver tal pesquisa.
O livro é uma lista de nomes, composto por os irmãos que contribuíram financeiramente para a irmandade, além disso, do livro contém índice relacionada aos nomes, para facilitar a pesquisa dos mesmos no decorrer do corpo do texto. A transcrição do índice segue em anexo devido à quantidade de páginas, um total de 46 páginas.
3 ESTUDO PROSOPOGRÁFICO: APRESENTAÇÃO DO PERFIL COLETIVO DOS IRMÃOS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DA PARAÍBA.
Cada manuscrito possui características únicas, assim é na análise paleográfica do Livro de Registro dos Irmãos, que podemos identificar traços detalhados e singulares. Para a metodologia desta analise, utilizou-se o livro “Noções de Paleografia e Diplomática” de Berwanger e Leal, contem os passos necessários para aplicar a análise paleográfica e as normas técnicas de transcrição. É interessante ressaltar que essa tipologia foi produzida por diversos escrivães, com isso, a escrita é diversificada.
Para a transcrição do indicie utilizou-se uma transcrição simples pelo fato de trabalhar apenas com nomes de pessoa, mantendo a grafia da palavra.
Quadro 1 Análise Paleográfica Análise Paleográfica
Aspectos Gráficos Aspectos Matérias Aspectos Complementares
a) Tipo de Letra: Humanística a) Suporte da escrita: documento escrito em suporte papel em bom estado;
a) Época do documento: 2 de novembro de 1872;
b) Ductus: Cursiva; b) instrumento da escrita: não identificado;
b) Origem do documento: Consistório da Igreja da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba;
c) Traços adicionais: Uma escrita regular, traço da letra varia devido aos diversos escrivães que passaram no decorrer do tempo;
c) Tinta: ferrogálica; c) Relação autor/escrita: Holográfo;
d) Automatismo: Palavras afastadas, com traços que facilitam o entendimento;
d) Dimensão: 36,5x40,15x7 d) Relação original/ cópia: Original;
e) Peso da escrita: Não foi possível identificar;
e) Estado de conservação: parcialmente em bom estado, apresentando furos, folhas amareladas;
e) Localização em arquivo: Arquivo da Igreja da Misericórdia, João Pessoa.
f) Módulo: Letra média e fácil compreensão, com tamanho normal;
g) Ângulo da escrita: Tombada à esquerda;
h) Relação usual/canonizada: canonizada
i) Relação maiúscula/ minúscula: São variadas as letras maiúscula e minúscula; j) Distribuição das palavras: Não identificado;
k) Pontuação: Ponto final, traço; l) Acentuação: acento agudo, circunflexo, til e aspa;
m) Numeração romana/ arábica: arábicos;
n) Sinais taquigráficos: Não existem;
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Como citado anteriormente o Livro de Registros dos Irmãos da SCM-PB é constituído por dados específicos de cada irmão que exerceram suas atividades na Santa Casa. Destaca-se no decorrer do referido livro os irmãos foram identificados penas pelo nome. Além disso, foi verificada a quantidade de irmãos inscritos, em razão de que, o livro menciona 1747 irmãos colocados inicialmente, porém no decorrer do Livro observa-se, que diversos irmãos foram acrescentados com passar do tempo, nisso o escrivão da época os inseria. Assim, o quantitativo real de irmãos contribuintes chegou a um total de 1815 irmãos registrados no livro; e dos que não exerceram nenhum cargo somaram 950 irmãos.
A análise foi aplicada a 6 variáveis: nacionalidade, naturalidade, profissões dos irmãos, estado civil, idade e cargos que exerceram na Santa Casa. Construíram-se gráficos a fim de representar o somatório dos irmãos e a frequência que tais elementos aparecem. Seguem os dados abaixo.
Quadro 2 Nacionalidade dos Irmãos
Brasileira 798
Estrangeira 119
Não Identificados 898
Total 1815
Gráfico 1
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Podemos perceber que as nacionalidades dos irmãos da SCMPB, além de brasileiras tinham uma parcela de estrangeiro. E na verificação a maioria não constou nacionalidades, mais tivemos brasileiro em segundo e estrangeiros em terceiro.
Quadro 3 Nacionalidade dos Irmãos Estrangeiros
Portuguesa 116
Espanhola 2
Italiana 1
Total 119
Fonte: Dados da pesquisa, 2018.
Gráfico 2 Nacionalidade dos estrangeiros
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Observa-se que, no quesito nacionalidade, os brasileiros tiveram maior frequência nos registros, seguidos pelos portugueses, espanhóis e Italianos, respectivamente. Vale salientar que, muitos portugueses nacionalizaram-se brasileiros, tal dado apresenta na ficha identificação ao lado da nacionalidade, eram acrescentados quando se nacionalizavam brasileiro, concluísse-se que o irmão optava por escolher a nacionalidade. Ainda apareceram nas análises, irmãos que não possuíam identificação referente à sua nacionalidade.
Quadro: 4 Naturalidade dos Brasileiros
Paraíba 666
Pernambuco 65
Rio Grande do Norte 18
Não possuem naturalidade identificada 17
Maranhão 6
Bahia 6
Ceará 5
Pará 2 Piauí 2 Rio de Janeiro 2 Sergipe 2 Espírito Santo 1 Total Goiás 798 1
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Gráfico 3 Naturalidade dos Brasileiros
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Durante a pesquisa identificou-se que os irmãos registrados eram, em sua maioria, brasileiros, e vinham de diversos estados da federação tanto brasileira, principalmente do estado da Paraíba, sendo o município de maior frequência “Parahyba do Norte”, atual João Pessoa. Em seguida, o estado de Pernambuco. No caso dos estrangeiros constam também inúmeras Freguesias e Villas portuguesas, sendo a do Porto com maior frequência.
Observação para quadro abaixo: as profissões que são da mesma área, como os celibatários, militares, foram colocadas juntas e o quantitativo encontra-se de maneira respectiva.
1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1901ral 1901ral 1901ral 1901ral 1901ral 1900ral 1900ral
1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral
Quadro 5 Profissão dos Irmãos Acadêmico/ Professor 5/7 Advogado 21 Agencias 4 Agente de Leilões 1 Agricultor 86 Alfaiate 1 Artista 4 Bacharel 2
Chefe do Palácio do Estado 1
Caixeiro 11 Clérigo/ Sacerdote/Vigário/Presbítero/Eclesiástico 1/43/ 6/1/1 Coadjutor 1 Comerciante/Negociante 142/91 Despachante de Alfandega 1 Empregado 11 Empregado de Ofícios 1 Empregado no Comercio 9 Empregado Público 233 Engenheiro 2 Engenheiro Militar 1 Escrivão 3 Estudante 7 Guarda de Alfandega 2 Juiz Municipal 2 Magistratura 44 Marchante 3 Marítimo 1 Médico 12
Militar/Oficial do Corpo de Policia 44/1
Oficial de Carapina 1 Oficial de Carpinteiro 1 Oficial de Pedreiro 3 Oficial de Sapateiro 1 Ouvires 1 Pharmaceutico/ Droguista 7/1 Proprietário 6 Sem oficio 1 Sollicitador 4 Tabelião Público 4
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
As profissões dos irmãos diversificam das mais simples às mais complexas, tendo em vista que nem todos poderiam se tornar Irmão da Santa Casa de Misericórdia. Deveriam, os interessados, cumprir, de acordo com o Compromisso da Irmandade (s/d), alguns requisitos:
Art. 2º O numero de Irmãos é ilimitado, e estão no caso de serem taes admittidos na Ir-
mandade as pessôas que tiverem as seguin- tes qualidades:
§1º Professar a Religião Christã, ser temente a Deus, morigerado, e caritativo.
§ 2º Ser maior de vinte um annos.
§3º Ter claro entendimento, não podendo por- tanto ser admittido o que não souber ler, escrever e contar.
§4º Ter meio decente, e segura de subsistência, de maneira que possa acudir ao serviço
da Irmandade sem cahir em necessidade, e sem suspeita de se, aproveitar do que in- correr por suas mãos.
Chamamos a atenção para o §4º, pois, o interessado em ingressar deveria realizar uma contribuição mensal, a chamada joia. Durante análise, foram identificadas páginas do livro escrito “sem efeito” ou passado um “X”, isto era escrito quando algum irmão deixava de contribuir com o pagamento.
Das profissões analisadas, obtiveram maior frequência Empregado Público com 231, seguido de Comerciante com 142, e negociante 91, por último agricultor com 86. Vale salientarque apareceu “Sem Ofício”, com frequência 1.
Quadro 6 Estado Civil
Casado 601
Solteiro 244
Viúvo 16
Sem estado civil 954
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Gráfico 4 Estado Civil
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Os dados de estado civil estão distribuídos em casado, solteiro, viúvo e os que não apresentavam nenhum estado civil, este último obteve o quantitativo maior, além disso, no meio desse „sem estado‟ tinha os celibatários.
Quadro 7 Idade dos Irmãos
Idade Frequência 17 2 18 1 19 1 20 7 21 23 22 37 23 30 24 38 25 30 26 26 27 28 28 24 29 32 30 34 31 18 32 24 33 33 34 21 35 21 33% 13% 1% 53% Casado Solteira Viúvo
36 23 37 24 38 17 39 7 40 21 41 8 42 15 43 12 44 12 45 12 46 8 47 5 48 5 49 6 50 8 51 1 52 9 53 3 54 7 55 3 56 3 57 3 58 6 59 3 60 5 61 1 62 2 63 1 64 0 65 2 66 2 67 1 68 2 69 1 70 1 71 2 72 1 79 1 Sem idade 1143 Total 1815
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
A maioria dos irmãos não apresentaram idade em sua ficha, como mostra a tabela anterior, observa-se que existe uma divergência entre o estabelecido no Compromisso e na admissão de alguns dos irmãos que não tinha idade específica para se tornar irmão da irmandade.
Os irmãos exerceram mais de um cargo na irmandade, que estão descritos abaixo.
Quadro 8 Cargos que os Irmãos exerceram na SCMPB Administrador do cemitério público 4
Administrador do hospital da SCM-PB 1 Advogado da SCM-PB 8 Capelão da SCM-PB/agonia 15/2 Conselheiro 147 Definidor 392 Escripturario 10 Escrivão 102 Inspetor 1
Irmão da mesa (1º e 2º condição) 289 Medico/ cirurgião do Hospital da SCMPB 5/1
Mesário 1
Mordomo da igreja 25
Mordomo das demandas 3
Mordomo das terras 26
Mordomo do asilo 6
Mordomo do cemitério 13
Mordomo do hospital 37
Mordomo dos expostos 37
Mordomo dos prédios 26
Mordomo dos presos 64
Mordomo ou irmão da bolsa 16 Mordomo ou irmão da capela 15/1
Mordomo visitador 32
Mordomos dos pobres 3
Procurador 50
Provedor 93
Recebedor de esmola 1
Sacristão do cemitério público 9
Tesoureiro 70
Visitador do hospital 4
Nesse último gráfico apresenta diversos cargos, o que mais aparece é de mordomo, esse tinha como objetivo administrar as tarefas que lhes eram designadas, além disso, se distinguia em várias: mordomo da Santa Casa, igreja, terras, asilo, cemitério, hospital, expostos, prédios, presos, da bolsa, capela, visitador e dos pobres.
Outras informações coletadas a respeito do Livro de Registro dos Irmãos, que estavam descritas, alguns dos irmãos faleceram em outros Estados, no sertão da Paraíba. Outro dado significativo que contém na tipologia, são nomes de pessoas que foram importantes para Paraíba, e que ainda hoje podemos avistar como nomes de avenidas, ruas, consultórios, cartórios, entre outros locais. Segue alguns nomes. Castelo Branco; Valadares; Mendonça Sá; Barroso Brandão; d‟Albuquerque; Godim; Rêgo Barros; Falcão Freire; Vidal de Negreiros,; Diogo Velho Cardoso; Rêgo de Farias de Sá; Albuquerque Maranhão; Holanda Chacon.; Mello e Albuquerque; Souza Rangel; d‟vila Bitencourt; Vasconcelos Pessoa; da Cunha; Rêgo Toscano de Brito; Toscano de Brito, aparece muitos com esse sobrenome no livro; Rêgo Toscano de Barreto; Albuquerque Brito; Porfírio de Oliveira; Coelho Bastos; Rabêllo Braga.; Camilo de Holanda; Arroxelas Galvão; Peixoto Flores; Cavalcante d‟Albuquerque Vasconcellos; de Sá Andrade; Vidal; d‟Aquino Mindello; Durmond Pessoa; Porfirio Aranha; Dorneles de Mello; d‟Alcântara Brayner; da Costa Villar; Azevedo Maia.
De acordo com os resultados, pode-se observar que o livro de Registros dos Irmãos possui uma grande variedade e quantidade de informações significantes para o contexto administrativo da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este estudo podemos entender que o Livro de Registro dos Irmãos da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba tem um relevante significado para a instituição por apresentar dados próprios e singulares dos irmãos que colaboraram diretamente na construção dessa irmandade. É interessante ressaltar, que durante as pesquisas constata-se que poucas Santas Casas dispõem desta tipologia, achando-se apenas nas mais antigas irmandades.
Por ser a quarta mais antiga do Brasil, a Santa Casa de Misericórdia da Paraíba, foi contemplado com esta documentação, assim como, todo o acervo, rico em informações de cunho religioso, biográfico, o que torna viável realizar estudos tantos sociais, quanto de caráter administrativo, religioso, econômico, bem como na área da saúde. O documento em analise permite também observar alguns personagens importantes para a história da Paraíba, e
a participação da elite paraibana na Santa Casa de Misericórdia, abrindo possibilidade para inúmeras pesquisas.
A documentação identificada possibilita acesso a diversos pesquisadores, estudantes, comunidade local, como também, tornar pública proporcionando acesso a pessoas de outros locais. Todavia, os arquivos são memória de um povo que precisa ser assegurado e preservado, para que as futuras gerações conheçam.
A prosopografia nos mostrou a importância e o benefício desse estudo para história local da irmandade, apresentando as características desse grupo de pessoas que ajudaram a edificar e manter instituição. Além disso, o estudo prosopográfico nos mostrou a importância dos irmãos para a irmandade, como também a diversidades das profissões e cargos exercidos, em prol do bem social, com isso todos os objetivos foram atingidos.
O objeto em estudo ainda pode ser explorado por diversas ciências como linguística, história. Assim como, a partir do Livro de Registro dos Irmãos, fazer uma identificação dos principais irmãos e a importância deles para Santa Casa; identificar a relação de parentesco entre as famílias contribuíram.
PALEOGRAPHIC ANALYSIS AND PROSOPOGRAPHIC STUDY OF THE BOOK OF REGISTRATION OF THE BROTHERS OF THE HOLY HOUSE OF
MISERICÓRDIA PARA PARAÍBA ABSTRACT
The Santa Casa de Misericórdia was for many centuries the principal, or even the only, charity and public service institution in the city of João Pessoa. In this sense, a study about the people who compose it is important, so that this mapping is made available to researchers and students in general, in addition to the local community. Thus, the objective of this work is to analyze the book of the brothers of Santa Casa de Misericórdia, produced at the end of the 19th century, presenting basic information about the brothers of that 'Pia Instituição'. To achieve this objective, the methodology of the paleographic transcription process and the prosopographic study of the basic information were essential in order to collect data specific to the siblings, such as: naturalness, nationality, marital status, age, profession of siblings individually, besides professions who exercised in the brotherhood, and total of brothers, forming a prosopography of these individuals. All variables were extracted directly from the documentary source. The data were presented in a qualitative and quantitative way and the results presents us a profile of the actors who worked for Santa Casa de Misericórdia de Paraíba. It is demonstrated relevance of this study, both for institution and for local society.
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ANEXO A
INDÍCIE DO LIVRO DE RESGISTRO DOS IRMÃOS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DA PARAÍBA
O índice é um auxílio aos instrumentos de pesquisa e tem como objetivo facilitar a recuperação de informações, oferecendo uma rápida localização dos dados solicitados. O Índice do Livro de Registros dos Irmãos de Caridade que se encontra em ordem alfabética, e ao lado de cada nome está o número da folha que cada irmão está inscrito no corpo do texto, podendo pesquisar dados particulares de cada irmão, todavia esse instrumento de pesquisa tem a finalidade de auxiliar a busca da informação, proporcionando uma compreensão rápida do usuário. O índice tem por finalidade “apontar nomes, lugares ou assuntos em ordem alfabética e remetendo o leitor às respectivas notações de localização [...]” (BELLOTTO; 2006, p.214). A transcrição contém os nomes dos irmãos e em muitos casos o cargo de cada um deles, dispostos das letras „A‟ à „Z‟. As letras que mais constam são as letras „A‟ e „J”, colocou-se a foto de como o documento se encontra e em seguida a transcrição.
A
Andre Dias de Figueiredo Folha 1
André de Barros Rêgo f. 2
Antonio de Sampaio f. 3
Govor. Antônio Velho Coelho f. 4
Antonio de Vasconcellos f. 5
Alberto de Cosme Ramos f. 8
Pe. Antonio Fernandes de Bastos f. 8
Agostinho Carvalho f. 9
Capm. Antonio de Andrade Bezerra f. 9
Alferes Antonio Affonso Lima f. 11
Antonio Cavalcante de Albuquerque f. 13
Govor. Antonio Fernani Castello Branco f. 16
Capm. Agostinho Cesar de Andrade f. 16
André Ferreira Ferraz f. 17
Antonio Fernandes f. 18
Antonio Valcasar de Moraes f. 19
Antonio Correia Valadares f. 19
André Ferreira de Lemos f. 20
Antonio Soares f. 20
Amaro Soares de Braga f. 22
Capm. Alberto Ventura Ramos f. 23
Capm.Antonio da Costa Bacellar f. 26
Pe. Antonio Alves de Castro f. 27
Capm. Antonio Velho Godim f. 28
Capm. Antonio Carneiro de Moraes f. 29
Tene. Antonio Cardoso Moreno f. 31
Antonio Mendonça Furtado f. 32
Capm. Antonio Cosme da Gama f. 36
Antonio dos Santos Duarte f. 37
Pe. Antonio Rodrigues Pires f. 40
Capm. Antonio Pereira da Silva f. 40
Alexandre de Souza Barros f. 42
Pe. Antonio da Silva Mello f. 42
Capm. Antonio Carneiro de Albuquerque f. 43
Antonio de Souza Soares f. 44
Antonio de Sampaio Ribeiro f. 44
Antonio de Almeida de Goveia f. 44
Capm. André da Silva f. 45
Antonio da Fonseca f. 47
Alexandre Rodrigues da Cruz f. 48
André Vidal de Negreiros f. 52
Coronel Amaro Velho de Vasconcellos f. 53
Antonio Pereira Lisboa f. 53
Capm. Antonio Gomes da Silva f. 56
Capm. Antonio José de ____ f. 56
Antonio de Souto Correia f. 58
Antonio Trindade Antunes Meira f. 59
Alfes. Antonio de Hollanda Chacon f. 60
Antonio Pinto de Mendonça f. 62
Ajudante Antonio da Silva Frazão f. 63
Antonio Pereira de Castro Jor. f. 65
Tene. Antonio Bandeira de Mello f. 68
Capm. mor Antonio Pereira de Castro f. 69
Ldo. Antonio de Andrade Soares f. 69
Capm. Amaro de Barros Lima f. 70
Capm. Antonio Ferreira Dias f. 71
Dor. Acurcio Gomes da Silva f. 72
Capm. Antonio Lourenço d‟Almeida f. 73
Alfes. Antonio Jose Pessoa f. 77
Pe. Antonio José Rodrigues da Costa f. 78
Antonio Guilherme de Carvalho Bandeira de Mello f. 78
Antonio Gonsalves de Medeiros f. 78
Capm. Antonio Xavier Tavares da Silva f. 80
Pe. Alexandre Teixeira Mendes f. 80
Pe. Antonio de Mello Munis f. 80
Capm. Antonio Luiz Nogueira f. 80
Capm. Antonio Borges da Fonseca f. 81
Capm. Mor Amaro Gomes Coutinho f. 81
Antonio José Bandeira de Mello f. 82
Alexandre Alves da Silva Filgueira f. 82
Antonio da Silva Lisboa f. 82
Dor. Augusto Xavier de Carvalho f. 83
Antonio Ferreira Soares f. 84
Pe. Antonio Francisco Pereira Bahia f. 84
Antonio de Castro Bandeira f. 85
Tene. Antonio Manoel Prat f. 86
Capm. Amaro Gomes Coutinho Jor. f. 87
Capm. Antonio Pereira de Castro f. 87
Antonio José Baptista f. 88
Antonio do Rosario Silva f. 89
Pe. Antonio Victorino de Mello f. 90
Capm. Antonio Teixiera f. 91
Lexandre Francisco de Seixas Machado f. 91
Pe. Antonio Lourenço d‟Almeida f. 91
Antonio da Silva Frasão f. 93
Antonio Manoel da Silva Coelho f. 94
Ajudante Alexandre Gomes da Silva f. 95
Antonio Felix de Mendonça f. 96
Antonio Gonsalves Mello f. 96
Pe. Antonioda Trindade Antunes Meira f. 97
Antonio Rodrigues Campos f. 98
Antonio Monteiro XXXXXXX de Mello f. 98
Tene. Antonio Manoel de Barros Cavalcante f. 99
Alferes Antonio Borges da Fonsêca f. 99
Tene. Antonio de Hollanda Chacon f. 100
Antonio Felippe da Rocha f. 101
Antonio José Rodrigues Paiva f. 103
Vigario Albano Monteiro de Sá f. 104
Alexandre Francisco de Seixas Machado Junior f. 105
Antonio Francisco Pereira f. 108
Antonio de Oliveira f. 112
Antonio Henrique do Carmo f. 112
Antonio de Saulo Gondim f. 113
Adjunto Martins dos Santos f. 114
Pe. Antonio José de Brito f. 114
Antonio José Fernandes Nobre f. 115
Antonio Joaquim Ferreira Marques f. 116
Antonio Rodrigues Chaves f. 117
Antonio Gomes de Leiros Jor f. 118 v
Antonio Chrispiano da Cunha f. 119
Antonio de Deos e Costa f. 119
Antonio Manoel da Natividade f. 119
Amaro José Velloso f. 119
Antonio de Mello Muniz f. 121
Antonio Joaquim da Fonseca f. 123
Antonio Vicente Martins da Franca f. 123
Dr. Antonio José Henriques f. 124
Antonio Dias Monteiro f. 126
Antonio Borges da Fonsêca f. 130
Pe. Antonio Alves Pimentel f. 130
André Asciole Adeliano de Vasconcellos f. 130
Antonio Luiz de Mello f. 131
Antonio José Franco f. 133
Antonio Correia Cabral f. 135
Antonio Henrique d‟Almeida f. 135
Antonio Coelho de Melo Sururú f. 135
Antonio Thomaz de Luna Freire f. 136
Antonio Joaquim Brandão f. 138
Antonio Luiz da Nobrega f. 139
Amaro Victoriano da Gama f. 139
Antonio Luiz Bezerra f. 139
Antonio Rodrigues de Souza f. 139
Antonio dos Santos Coelho da Silva f. 141
Antonio Victor Pereira José f. 141
Antonio Ferreirea Pinto f. 142
Antonio Alexandrino Lima f. 142
Antonio Gonsalves de Andrade f. 143
Antonio Bento Ferreira Machado f. 146
Antonio Francisco d‟Oliveira f. 147
Antonio Lopes da Silveira f. 147
Antonio Francisco Anastacio f. 148
Antonio Soares de Pinho f. 149
Antonio José Martins Belém f. 149
Antonio Moreira Ferreira f. 149
Antonio da Silva Coelho f. 150
Alvaro de menezes Moreira f. 151
Antonio José Marones f. 152
Pe. Antonio de Mello Muniz Maia f. 153
Antonio Dias Ferreira Machado f. 154
Antonio José Gomes de Farias f. 155
Antonio Sebastião de Araujo f. 155
Antonio José de Barros f. 156
Antonio Alves de Souza Carvalho f. 156
Antonio Ferreira Serrano f. 158 v
Antonio Camillo de Hollanda f. 158
Antonio Rafael Galvão f. 160
Antero Manoel de Medeiros Furtado f. 160
Antonio Jeronimo de Siqueira e Albuquerque f. 162
Antonio Galdino Alves da Silva José f. 162
Antonio Manoel da Silva Coelho f. 164
Antonio da Costa Rego Moura f. 164
Dr. Antonio de Souza Gouveia f. 165
Antonio Francisco Moutinho f. 166
Antonio Vicente de Magalhães f. 168
Antonio Manoel da Silva Medeiros f. 168 v
Antonio Francisco d‟Oliveira José f. 171
Antonio Rufino Aranha f. 173
Antonio d‟Almeida Albuquerque f. 174
Augusto Gomes e Silva f. 181
Andre Cursino Gomes de Mello f. 181 v
Dr. Astolfo José Meira f. 183
Antonio da Costa Ribeiro f. 186
Dr. Alvaro Nestor d‟Albuquerque Mello f. 188
Angelo de Fojos Correia Cesar f. 188 v
Dr. Anisio Salathiel Carneiro da Cunha f. 189
Antonio Fernandes de Carvalho f. 190
Antonio José Rodrigues Chaves f. 192
Dr. Antonio da Cruz Cordeiro f. 193
Dr. Augusto Carlos d‟Almeida e Albuquerque f. 193 Dr. Antonio Carlos d‟Almeida e Albuquerque f. 193
Alizio Alves Machado f. 198
Antonio Thomaz Carneiro da Cunha f. 199
Dr. Antonio da Cunha Xavier de Andrade f. 199
Alferes Amalio Maia f. 200
Dr. Antonio Henriques d‟Oliveira f. 201
Antonio Ferreira Baltar f. 201
Capao.Alexandre Florentino d‟Albuquerque Mello f. 202
Antonio João Ramos Senior f. 202 v
Antonio João Ramos José f. 202
Pe. Antere Estanislao Ourique e Vasconcellos f. 203
Antonio Angelo Fernandes f. 203
Antonio Geronimo de Oliveira f. 203
Antonio José Lopes f. 204
Argemiro Leão Gomes Pessoa f. 204
Alferes Affonso de Almeida e Albuquerque f. 205
Antonio Estevão Correia Lima f. 205
Antonio Pereira de Araujo Souza e Albuquerque f. 205
Andre Cursivo Benjamim f. 206 v
Alferes Antonio Francisco da Costa f. 207
Dr. Antonio de Souza Carvalho f. 208
Alferes Antonio Alves da Cunha f. 208
Antonio Rodrigues da Costa f. 211
Antonio Marques Camacho f. 212
Avelino de Vasconcellos Galvão f. 216
Dr. Antonio José d‟Assumpção Neves f. 216
Antonio de meirelles Peixoto f. 216
Dr. Antonio Bernardino dos Santos f. 216
Dr. Abdon Fontino Milanez f. 216
Tene. Corel. Antonio Vicente de Magalhães f. 217
Antonio Soares de Pinho f. 217
Antonio Candido Thaumaturgo de Farias f. 218
Antonio Rufino de Souza f. 219
Adolfo Eugenio Soares f. 220
Antonio dos Santos Coelho José f. 221
Antonio Carlos d‟Almeida e Albuquerque f. 222
Antonio Thomaz Carneiro da Cunha José f. 222
Antonio Carlos Pereira Pinto f. 223
Antonio da Costa Lima f. 224
Dr. Antonio da Trindade Antunes Meira f. 225
Antonio Ruviano d‟Azevedo Bittencourt f. 225 v
Dr. Antonio Gonslaves da Justa Araujo f. 225
Antonio Manoel d‟ Arroxellas Galvão f. 227
Antonio Gondim Soares f. 228
Arlindo Eduardo Camboim f. 228
Antonio Joquim de Vasconcellos f. 228
Tene. Corel. Antonio Quirino de Souza f. 230
Major Antonio Xavier Monteiro da Franca f. 230
Pe. Antonio Cyrillo d‟Oliveira e Mello f. 231
Dr. Antonio Joaquim do Couto Cartaxo f. 232
André de Barros Cavalcante f. 234
Antonio Correia da Silva f. 234
Antonio Francisco Ferreira de Vasconcellos f. 235
Antonio Francisco do Rego Barros f. 236
Dr. Antonio de Souza Martins f. 236
Dr. Antonio Alfredo da Gama e Mello f. 237
B
Bartholomeo Alves Folhas 6
Bartholomeo da Rocha f. 15
Capm. Bento Bandeira de Melllo f. 16
Belchior Garcia f. 19
Bartholomeo Ferreira de Lima f. 20
Bartholomeo Descartes f. 22
Cirurgião Braz Alvarez f. 25
Bento Pereira f. 29
Bartholomeo Luis d‟Albuquerque f. 31
Bartholomeo Pereira de Moraes f. 31
Bento Gomes da Rocha f. 32
Commissário Geral Bento Bandeira de Mello f. 37
Capm. Bento Antonio da Costa f. 42
Bernardo Martins f. 48
Capm. Mor Bento Freire de Reborêdo f. 48
Alferes Braz de Mello Muniz f. 50
Balthazar Pereira f. 51
Bernardim da Rocha da Fonseca f. 59
Bento Luiz da Gama f. 59
Bernardo José dos Santos da Silveira f. 62
Bartholomeo Ferreira Monteiro f. 62
Bartholomeo da Rocha f. 65
Pe. Bernardino Feijo de Bulhões f. 70
Pe. Braz de Mello Fagundes f. 71
Pe. Bartholomeo da Rocha Fagundes f. 73
Alferes Balthazar Gonçalves Ramos f. 79
Bento Bandeira de Mello f. 80
Pe. Braz de Mello Muniz f. 89
Bento Luiz da Gama f. 90
Braz de Mello Muniz f. 99
Bernardo Coelho f. 100
Bento Luiz da Gama Maia f. 101
Bartholomeo d‟Aquino e Vasconcellos f. 103
Bernardo José Cavalcante d‟Araújo f. 120
Bento Antônio da Silva Ramalho f. 121
Bento Bandeira de Mello f. 124
Pe. Bartholomeo Alves d‟Almeida f. 132
Bento da Silva Ramalho f. 133
Bernardo Carneiro Monteiro f. 134
Bento Correia Lima f. 136
Dor. Baldoino José Meira f. 139
Braz Ferreira Maciel Pinheiro f. 142
Bernardo Antonio Ferreira f. 151
Dor. Benedicto Marques da Silva Acuã f. 152
Bento José da Costa f. 165
Dor. Basilio Quaresma Torreão Jor. f. 166
Major Braz da Rocha e Mello f. 172
Braz Pereira de Vasconcellos f. 194
Vigário Bernardino José da Rocha Formiga f. 196
Vigário Bento José de Barros Mendonça f. 196
Capm. Bellarmino Correia da Silva Castanhedo f. 200
Barão de Mamanguape f. 201
Bellino Dornelles de Mello f. 203
Bento Gomes da Silveira f. 210
Balduino Amando Freire f. 212
Dor. Benjamim Franklim d‟Oliveira e Mello f. 214
Benedicto Luiz Castanhola f. 218
Balduino José Meira f. 222
Capm.Bartholomeu Rodrigues Machado f. 230
Major Bento da Costa Vilar f. 236
Capm. Bernado Alves da Sa. Carvalho f. 249
Alferes Bellarmino Augusto Athayde f. 249
Bento Luiz da Gama (general Reformado) f. 274