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Modelagem da dispersão de poluentes utilizando o modelo 3D-GILTT

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Academic year: 2021

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Programa de P ´os-Graduac¸ ˜ao em Modelagem Matem ´atica

Dissertac¸ ˜ao

Modelagem da Dispers ˜ao de Poluentes Utilizando o Modelo 3D-GILTT

Marcos Antonio Carraro

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Marcos Antonio Carraro

Modelagem da Dispers ˜ao de Poluentes Utilizando o Modelo 3D-GILTT

Dissertac¸ ˜ao apresentada ao Programa de P ´os-Graduac¸ ˜ao em Modelagem Matem ´atica da Universidade Federal de Pelotas, como re-quisito parcial `a obtenc¸ ˜ao do t´ıtulo de Mestre em Modelagem Matem ´atica.

Orientador: Profa. Dra. Daniela Buske

Coorientador: Prof. Dr. Jonas da Costa Carvalho

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CARRARO, Marcos Antonio. Modelagem da Dispers ˜ao de Poluentes Utilizando o Modelo 3D-GILTT. 2015. 71 f. Dissertac¸ ˜ao (Mestrado em Modelagem Matem ´atica) – Programa de P ´os-Graduac¸ ˜ao em Modelagem Matem ´atica, Instituto de F´ısica e Matem ´atica, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2015.

Na presente dissertac¸ ˜ao ´e apresentada uma soluc¸ ˜ao anal´ıtica para a equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao tridimensional transiente para a simulac¸ ˜ao da dispers ˜ao de poluentes na atmosfera. Para tanto, a equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao ´e resolvida pela combinac¸ ˜ao da transformada de Laplace e da t ´ecnica GILTT (Generalized Integral Laplace Transform Technique), com fechamento fickiano da turbul ˆencia. Para validac¸ ˜ao do modelo, os resultados num ´ericos e estat´ısticos obtidos s ˜ao comparados com resultados experimentais da literatura (Copenhagen e Kinkaid). Na simulac¸ ˜ao de uma camada limite turbulenta mais real´ıstica, ser ´a considerada uma situac¸ ˜ao de liberac¸ ˜ao de poluentes onde as vari ´aveis micrometeorol ´ogicas do evento s ˜ao calculadas utilizando o WRF. Sendo assim, ´e analisado um caso cr´ıtico de poluic¸ ˜ao produzido por emiss ˜oes provenientes de queimadas. Devido `a complexidade desse tipo de evento, algumas modificac¸ ˜oes s ˜ao realizadas no modelo.

Palavras-chave: Poluic¸ ˜ao do Ar, Soluc¸ ˜ao Anal´ıtica, Modelagem da Dispers ˜ao de Po-luentes.

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ABSTRACT

CARRARO, Marcos Antonio. Modeling Pollutant Dispersion Using a Model 3D-GILTT. 2015. 71 f. Dissertac¸ ˜ao (Mestrado em Modelagem Matem ´atica) – Programa de P ´os-Graduac¸ ˜ao em Modelagem Matem ´atica, Instituto de F´ısica e Matem ´atica, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2015.

This dissertation presents an analytical solution for the transient three-dimensional advection-diffusion equation in order to simulate pollutant dispersion in the atmo-sphere. Therefore, the advection-diffusion equation is solved by combination of Laplace’s transform and GILTT technique (Generalized Integral Laplace Transform Technique) with Fickian closure of turbulence. For model validation, numerical and statistical results are compared with experimental results from literature (Copenhagen and Kinkaid). In the simulation of a more realistic turbulent boundary layer, will be considered one situation of pollutant release where micrometeorological components are calculated using WRF (Weather Research and Forecast). Therefore is considered a critical event of pollution resultant of emissions from burnings. Due to the complexity of this type of event, some modifications are made in the model.

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Figura 1 Experimento de Copenhagen. . . 36 Figura 2 Concentrac¸ ˜ao ao n´ıvel do solo pela soluc¸ ˜ao tridimensional para

di-ferentes alturas de fontes em condic¸ ˜ao convectiva (1/L = −0.01). . 39 Figura 3 Concentrac¸ ˜ao adimensional (C = cuz2

i/Q) em func¸ ˜ao da dist ˆancia

adimensional (X = xu∗/uzi)a partir de uma fonte (Hs = 0.1zi)para

5 diferentes condic¸ ˜oes meteorol ´ogicas. . . 40 Figura 4 Concentrac¸ ˜ao (C∗ = cuz2

i/Q) em relac¸ ˜ao a altura (Z∗ = z/zi) em

condic¸ ˜oes convectivas (1/L = −0.01) para tr ˆes diferentes dist ˆancias da fonte (X∗ = xw∗/uzi)e duas alturas de fontes (Hs = 0.05zi e 0.1zi). 41

Figura 5 Concentrac¸ ˜ao (C∗ = cuz2

i/Q) em relac¸ ˜ao a altura (Z∗ = z/zi) em

condic¸ ˜oes convectivas (1/L = −0.01) para tr ˆes diferentes dist ˆancias da fonte (X∗ = xw∗/uzi)e duas alturas de fontes (Hs = 0.25zi e 0.5zi). 42

Figura 6 Diagrama de espalhamento das concentrac¸ ˜oes observadas e pre-ditas ao n´ıvel do solo utilizando o m ´etodo 3D-GILTT para o experi-mento de Copenhagen. . . 43 Figura 7 Diagrama de espalhamento das concentrac¸ ˜oes observadas e

pre-ditas ao n´ıvel do solo utilizando o m ´etodo 3D-GILTT para o experi-mento de Kinkaid. . . 44 Figura 8 Regress ˜ao linear para a GILTTG (c´ırculos) e 3D-GILTT (estrela)

uti-lizando os dados de Copenhagen. A reta bissetriz foi inserida como uma guia visual. . . 46 Figura 9 Regress ˜ao linear para a GILTTG (c´ırculos) e 3D-GILTT (estrela)

uti-lizando os dados de Kinkaid. A reta bissetriz foi inserida como uma guia visual. . . 46 Figura 10 Principais mecanismos f´ısicos de redistribuic¸ ˜ao de emiss ˜oes de

queimadas na atmosfera. Fonte: (FREITAS et al., 2005) . . . 49 Figura 11 Acumulado de focos de queima durante o m ˆes de agosto de 2010.

Fonte: CPTEC/INPE . . . 50 Figura 12 Representac¸ ˜ao esquem ´atica do sistema de modelagem do WRF.

Fonte: (IRIART; CARVALHO; PAREIRA NETO, 2011) . . . 51 Figura 13 Magnitude (m/s) e campo do vento m ´edio do dia 20 a 22 de agosto

de 2010 simulados pelo WRF. . . 54 Figura 14 Magnitude (m/s) e campo do vento m ´edio do dia 20 a 22 de agosto

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Figura 15 Isolinhas de concentrac¸ ˜ao tridimensional preditas pelo modelo (C∗ = ¯cuz

i/Q, X∗ = xw∗/uzi, Z∗ = z/zi) para o dia 21.08.10 `as

24h. . . 58 Figura 16 Gr ´afico do fluxo de poluentes em relac¸ ˜ao a variac¸ ˜ao ∆h da camada

limite. . . 59 Figura 17 Gr ´afico da concentrac¸ ˜ao em relac¸ ˜ao a altura zi+ ∆h da camada limite. 59

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Tabela 1 Par ˆametros meteorol ´ogicos do experimento de Copenhagen (GRY-NING et al., 1987). . . 36 Tabela 2 Par ˆametros meteorol ´ogicos para o experimento de Kinkaid

(HANNA; PAINE, 1989). Ta ´e a temperatura ambiente, Ti ´e a

tem-peratura da pluma na sa´ıda da fonte e Vi ´e a velocidade vertical da

pluma na sa´ıda da chamin ´e. . . 38 Tabela 3 Expoente do perfil de vento pot ˆencia (α) e a invers ˜ao do valor do

comprimento de Obukhov (1/L) para diferentes condic¸ ˜oes meteo-rol ´ogicas. . . 40 Tabela 4 Comparac¸ ˜ao estat´ıstica entre os modelos usando os dados de

Co-penhagen. . . 44 Tabela 5 Comparac¸ ˜ao estat´ıstica entre os modelos usando os dados de

Kin-kaid. . . 44 Tabela 6 Comparac¸ ˜ao da regress ˜ao linear da GILTTG e 3D-GILTT para o

ex-perimento de Copenhagen. . . 45 Tabela 7 Comparac¸ ˜ao da regress ˜ao linear da GILTTG e 3D-GILTT para o

ex-perimento de Kinkaid. . . 45 Tabela 8 Par ˆametros meteorol ´ogicos gerados pela simulac¸ ˜ao do WRF para o

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A, B matriz de coeficientes do problema transformado Ak pesos da quadratura Gaussiana

˜

cn, ˜ci coeficientes da expans ˜ao por s ´erie na GILTT

¯

c concentrac¸ ˜ao m ´edia do contaminante passivo (g/m3)

Co concentrac¸ ˜oes observadas experimentalmente

Cp concentrac¸ ˜oes preditas pelo modelo

CLA camada limite atmosf ´erica CLP camada limite planet ´aria CLE camada limite est ´avel CLC camada limite convectiva COR coeficiente de correlac¸ ˜ao

D matriz diagonal dos autovalores da matriz F de coeficientes do problema transformado

E, F matriz de coeficientes do problema transformado F B frac¸ ˜ao de inclinac¸ ˜ao

F S desvio fracional padr ˜ao

G(x, s) matriz da transformada inversa de (rI + D)−1 Hs altura da fonte

I matriz identidade

k constante de Von-K ´arm ´an

Kx coeficiente de difus ˜ao na direc¸ ˜ao x (m2/s)

Ky coeficiente de difus ˜ao na direc¸ ˜ao y (m2/s)

Kz coeficiente de difus ˜ao na direc¸ ˜ao z (m2/s)

Kα coeficiente de difus ˜ao onde α indica as direc¸ ˜oes x, y e z (m2/s)

L comprimento de Obukhov (m)

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M ordem da quadratura Gaussiana N n ´umero de autovalores

N M SEerro quadr ´atico m ´edio normalizado Pk ra´ızes da quadratura Gaussiana

Q intensidade da fonte (g/s) r vari ´avel transformada (x → r) S termo fonte

s vari ´avel transformada (t → s) t tempo (s)

u∗ velocidade de fricc¸ ˜ao (m/s)

u velocidade m ´edia do vento orientado na direc¸ ˜ao x (m/s) u1 velocidade m ´edia do vento analisada na altura z1

v velocidade m ´edia do vento orientado na direc¸ ˜ao y (m/s) w velocidade m ´edia do vento orientado na direc¸ ˜ao z (m/s) Vg velocidade de deposic¸ ˜ao (m/s)

Vg top velocidade do poluente que passa da CLA (m/s) w∗ escala de velocidade convectiva (m/s)

x dist ˆancia longitudinal da fonte (m)

X matriz dos autovetores da matriz F de coeficientes do problema transformado X−1 matriz inversa de X

y dist ˆancia latitudinal da fonte (m)

Y (x, s) vetor de inc ´ognitas do problema transformado Y (r, s) transformada de Laplace aplicada em Y (x, s) z altura acima da superf´ıcie (m)

z0 comprimento de rugosidade aerodin ˆamico (m)

zi altura da camada limite convectiva (m)

δn,m, βn,mmatriz auxiliar

∆h incremento da altura da CLA (m)

∆H efeito de ascens ˜ao da pluma δ funcional delta de Dirac η vari ´avel auxiliar

λn, µi autovalores dos problemas de Sturm-Liouville

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SUM ´

ARIO

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . . 12

2 REVIS ˜AO BIBLIOGR ´AFICA . . . . 14

3 MODELO MATEM ´ATICO . . . . 19

3.1 Deduc¸ ˜ao da Equac¸ ˜ao de Advecc¸ ˜ao-Difus ˜ao . . . 19

3.2 Soluc¸ ˜ao via GILTT . . . . 22

4 PARAMETRIZAC¸ ˜AO DA TURBUL ˆENCIA . . . . 31

4.1 Coeficiente de Difus ˜ao . . . . 31

4.2 Ascens ˜ao da Pluma . . . . 33

4.3 Perfil do Vento . . . . 34

5 VALIDAC¸ ˜AO DO MODELO COM DADOS EXPERIMENTAIS . . . . 35

5.1 Dados Experimentais . . . . 35

5.1.1 Experimento de Copenhagen (Dinamarca) . . . 35

5.1.2 Experimento de Kinkaid (Illinois, USA) . . . 36

5.2 ´Indices Estat´ısticos . . . . 37

5.3 Resultados . . . . 39

6 SIMULAC¸ ˜AO DA DISPERS ˜AO DE POLUENTES EM CASO DE QUEIMADAS 47 6.1 Queimadas . . . . 47

6.2 WRF . . . . 50

6.3 Campo de Vento . . . . 53

6.4 Coeficiente de Difus ˜ao . . . . 53

6.5 Modificac¸ ˜oes a Serem Feitas no Modelo e Resultados Preliminares . 57 6.5.1 Modificac¸ ˜ao da Condic¸ ˜ao de Contorno . . . 57

6.5.2 Modificac¸ ˜ao da Altura da CLA . . . 58

7 CONCLUS ˜OES E PERSPECTIVAS . . . . 60

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Neste trabalho ser ´a apresentado um modelo anal´ıtico que obt ´em uma soluc¸ ˜ao para a equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao tridimensional transiente, para a simulac¸ ˜ao da dis-pers ˜ao de poluentes na atmosfera. Para tanto, a equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao ser ´a resolvida pela combinac¸ ˜ao da transformada de Laplace e da t ´ecnica GILTT (Generali-zed Integral Laplace Transform Technique), com fechamento fickiano da turbul ˆencia.

Estudos sobre a qualidade do ar com abordagens formais, qualitativas, s ˜ao recen-tes na literatura e vem ganhando forc¸a nas ´ultimas d ´ecadas, devido ao aumento de emiss ˜oes de poluentes na atmosfera, provocados pelo crescimento industrial e de-senvolvimento tecnol ´ogico. S ˜ao muitos os problemas que a poluic¸ ˜ao, produzida por atividades antropog ˆenicas, ocasiona para o equil´ıbrio ecol ´ogico: nas proximidades das fontes, gases e part´ıculas abandonados na atmosfera diminuem a qualidade do ar em regi ˜oes urbanas, agr´ıcolas e industriais; a m ´edia ou longa dist ˆancia h ´a o trans-porte transfronteiric¸o e a formac¸ ˜ao da chuva ´acida e; em escala global, a formac¸ ˜ao do buraco na camada de oz ˆonio. Devido a todos esses problemas ocasionados pela poluic¸ ˜ao do ar, torna-se necess ´ario estudar e entender o processo de dispers ˜ao de poluentes, produzindo ferramentas capazes de auxiliar no entendimento dos diversos casos que envolvem essa ´area de pesquisa.

O transporte dos materiais emitidos para a atmosfera acontece principalmente den-tro da camada limite atmosf ´erica (CLA) ou camada limite planet ´aria (CLP). O aque-cimento e/ou resfriamento da terra provoca variac¸ ˜ao da temperatura e do vento na camada limite; esta variac¸ ˜ao faz com que a subst ˆancia que ´e emitida na atmosfera se disperse atrav ´es da difus ˜ao turbulenta; sendo assim, o transporte das part´ıculas ´e dominado na horizontal pelo vento m ´edio (advecc¸ ˜ao) e na vertical pela turbul ˆencia; e como consequ ˆencia, o transporte e a dispers ˜ao de poluentes na atmosfera ´e, geral-mente, descrito pela equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao.

Existem duas abordagens para representar o fluxo e a difus ˜ao em um fluido: a Eu-leriana e a Lagrangiana. A principal diferenc¸a entre os dois modelos ´e o sistema refe-rencial, ou seja, o sistema de refer ˆencia Euleriano ´e fixo em relac¸ ˜ao `a Terra, enquanto o Lagrangiano segue a velocidade instant ˆanea do fluido (ANFOSSI, 2005). Os

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mode-13

los eulerianos s ˜ao de car ´ater determin´ısticos, isto ´e, predizem a concentrac¸ ˜ao de um poluente em um volume, enquanto que os modelos lagrangianos s ˜ao probabil´ısticos, isto ´e, predizem a probabilidade que uma dada part´ıcula seja encontrada em uma dada posic¸ ˜ao. A abordagem Euleriana ´e a utilizada nos estudos desta dissertac¸ ˜ao.

Devido ao car ´ater turbulento do campo de vento na CLA, torna-se extremamente dif´ıcil o estudo da dispers ˜ao e do transporte de contaminantes na atmosfera. Ainda, devido `a complexidade da turbul ˆencia, o estudo da dispers ˜ao de poluentes na atmos-fera emprega modernas metodologias dispon´ıveis na comunidade cient´ıfica. Neste as-pecto, ferramentas te ´oricas e dados observacionais s ˜ao combinados com simulac¸ ˜oes num ´ericas, com o objetivo de compreender e descrever, de uma maneira mais ade-quada, o fen ˆomeno de transporte turbulento. As ferramentas te ´oricas s ˜ao ainda hoje um desafio, uma vez que a dispers ˜ao de poluentes ocorre em um campo turbulento que possui um n ´umero infinito de graus de liberdade. Simplificac¸ ˜oes nas equac¸ ˜oes s ˜ao obtidas e validadas por experimentos de campo que auxiliam na compreens ˜ao do processo de difus ˜ao. Neste contexto, os modelos matem ´aticos trabalhados tornam-se instrumentos ´uteis no entendimento dos fen ˆomenos que controlam o transporte e a dispers ˜ao dos poluentes na atmosfera.

Nesta dissertac¸ ˜ao utiliza-se o m ´etodo matem ´atico GILTT. Este ´e tipicamente em-pregado para modelar eventos de dispers ˜ao de poluentes que ocorrem dentro da CLA, ou seja, aplicado para sistemas dimensionais de microescala. Durante os estudos, este modelo foi aplicado em uma situac¸ ˜ao onde a fonte emissora est ´a associada a queimadas. Deve-se levar em considerac¸ ˜ao que neste tipo de emiss ˜ao o produto gerado, al ´em de ter efeitos em microescala, tem grande parte de seu transporte em sistemas de mesoescala. Este ´e um dos fatos para a ocorr ˆencia dos erros nos resul-tados durante a metodologia elaborada, onde emprega-se um modelo de microescala para modelar um sistema de mesoescala.

O presente trabalho est ´a estruturado da seguinte forma: no cap´ıtulo 2 ´e feita uma breve revis ˜ao bibliogr ´afica sobre os principais estudos na ´area de dispers ˜ao de polu-entes. No cap´ıtulo 3 ´e estudado o modelo matem ´atico utilizado para a obtenc¸ ˜ao da soluc¸ ˜ao do problema proposto. O cap´ıtulo 4 apresenta as parametrizac¸ ˜oes da tur-bul ˆencia utilizadas no modelo. Os dados experimentais, para obtenc¸ ˜ao dos resultados num ´ericos e validac¸ ˜ao do modelo, s ˜ao apresentados no cap´ıtulo 5. No cap´ıtulo 6 ´e realizada uma an ´alise preliminar em relac¸ ˜ao a dispers ˜ao de poluentes produzidos por focos de queimadas; ´e apresentada uma breve descric¸ ˜ao do WRF, utilizado para cal-cular as vari ´aveis micrometeorol ´ogicas utilizadas no modelo; em seguida, o campo de vento e o coeficiente de difus ˜ao, al ´em de alterac¸ ˜oes no modelo que devem ser con-sideradas a fim de tornar os resultados coerentes com a f´ısica do problema, obtendo assim resultados preliminares que s ˜ao apresentados no final do cap´ıtulo. Conclus ˜oes e perpectivas para continuac¸ ˜ao deste trabalho s ˜ao discutidas no cap´ıtulo 7.

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Na Literatura ´e encontrada uma grande variedade de soluc¸ ˜oes num ´ericas da equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao (NIEUWSTADT; VAN ULDEN, 1978) (LAMB, 1978) (CARVALHO, 1996). Embora existam an ´alises avanc¸adas em soluc¸ ˜oes num ´ericas, o estudo de soluc¸ ˜oes anal´ıticas para resolver e sistematizar problemas de dispers ˜ao ´e uma das principais linhas de pesquisa nesta ´area, pois durante a soluc¸ ˜ao, todos os par ˆametros aparecem expl´ıcitos, facilitando a investigac¸ ˜ao de suas influ ˆencias e obtenc¸ ˜ao do comportamento assint ´otico da soluc¸ ˜ao, que, as vezes, ´e dif´ıcil gerar via c ´alculos num ´ericos.

A primeira soluc¸ ˜ao da equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao foi a soluc¸ ˜ao Gaussiana, devido a Fick, na segunda metade do s ´eculo XIX. Modelos baseados nesse tipo de soluc¸ ˜ao, chamados de modelos Gaussianos, usam par ˆametros de dispers ˜ao emp´ıricos, de modo a forc¸ar a soluc¸ ˜ao Gaussiana a representar o campo de concentrac¸ ˜ao. Assim, nesse tipo soluc¸ ˜ao, o coeficiente de difus ˜ao na direc¸ ˜ao z e a velocidade do vento s ˜ao constantes com a altura, e s ˜ao consideradas as condic¸ ˜oes de contorno de fluxo nulo de poluentes na parte inferior e superior da camada limite planet ´aria (CLP):

Kz

∂¯c

∂z = 0 em z = 0 e z → ∞ (1)

Uma soluc¸ ˜ao bidimensional para fontes ao n´ıvel do solo foi apresentada por (RO-BERTS, 1923), onde a velocidade do vento e o coeficiente de difus ˜ao Kz(m2/s)

se-guem leis de pot ˆencia como uma func¸ ˜ao da altura, ou seja: u = u1( z z1 )m ; Kz = K1( z z1 )n (2)

sendo z1 a altura na qual u1 e K1 s ˜ao analisados, os expoentes m e n est ˜ao

relacio-nados, respectivamente, com a instabilidade atmosf ´erica e a rugosidade da superf´ıcie (IRWIN, 1979).

(ROUNDS, 1955) obteve uma soluc¸ ˜ao bidimensional para fontes elevadas, com o mesmo perfil de vento por ´em, somente para perfis lineares de Kz. Em 1957, Smith

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resolveu a equac¸ ˜ao de transporte e difus ˜ao bidimensional (SMITH, 1957a), sendo u e Kz func¸ ˜oes de pot ˆencia da altura, com expoentes destas func¸ ˜oes seguindo a lei

conjugada de Schmidt (α = 1 − β). (SMITH, 1957b) apresenta uma outra soluc¸ ˜ao com uconstante, contudo o Kz usado foi:

Kz = K0zα(zi− z)β (3)

onde K0 ´e uma constante, α e β valem 0 ou 1 de acordo com a altura da camada limite

zi.

Para o transporte de longa escala de poluentes, (SCRIVEN; FISHER, 1975) apre-sentam uma soluc¸ ˜ao, que ´e amplamente usada no Reino Unido, onde considera-se u constante e Kz como

Kz ≡ z para 0 ≤ z ≤ zt e Kz = Kz(zt) para zt≤ z ≤ zi (4)

na qual zt(m) ´e uma altura predeterminada (geralmente a altura da camada

super-ficial). Assumindo um fluxo l´ıquido de material para o solo, a soluc¸ ˜ao de Scriven e Fisher tem como condic¸ ˜ao de contorno:

Kz

∂C

∂z = VgC (5)

Em 1975, nas publicac¸ ˜oes de (YEH; HUANG, 1975) e (BERLYAND, 1975), foram apresentadas soluc¸ ˜oes, em termos de func¸ ˜oes de Green, para um problema bidimen-sional de fontes elevadas com u e Kz dados por perfil de pot ˆencia, mas para uma

atmosfera sem contorno superior (Kz∂C∂z = 0 em z → ∞). Em 1978,(DEMUTH, 1978)

apresentou uma soluc¸ ˜ao, dada em termos de func¸ ˜oes de Bessel, considerando uma camada verticalmente limitada (Kz∂C∂z = 0 em z = zi). Na It ´alia quatro modelos

ba-seados nas soluc¸ ˜oes de Yeh e Hung, Berlyand e Demuth, t ˆem sido utilizados: KAP-PAG (TIRABASSI; TAGLIAZUCCA; ZANNETTI, 1986), KAPKAP-PAG-LT (TIRABASSI; TA-GLIAZUCCA; PAGGI, 1989), CISP (TIRABASSI; RIZZA, 1992) e MAOC (TIRABASSI; RIZZA, 1993).

(VAN ULDEN, 1978), a partir da aplicac¸ ˜ao da teoria da similaridade de Monin-Obukhov `a difus ˜ao, derivou uma soluc¸ ˜ao para a difus ˜ao vertical de fontes cont´ınuas pr ´oximas ao solo, supondo perfis de similaridade para u e Kz. Com isso, Van Ulden

obteve resultados similares aos de Roberts (ROBERTS, 1923) por ´em, ele formulou um modelo para fontes n ˜ao superficiais, mas aplic ´avel `a fontes dentro da camada limite superficial. Essa soluc¸ ˜ao ´e utilizada no modelo SPM (TIRABASSI; RIZZA, 1995).

Em 1980, Nieuwstadt (NIEUWSTADT, 1980) obteve uma soluc¸ ˜ao unidimensional dependente do tempo, sendo essa um caso particular da soluc¸ ˜ao de (SMITH, 1957b). Para tanto, utilizou os polin ˆomios de Legendre e o coeficiente de difus ˜ao dado por:

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Kz = Gcu∗z(1 −

z zi

) (6)

onde Gc ´e uma constante e u∗ ´e a velocidade de fricc¸ ˜ao. No ano seguinte

(NIEUWS-TADT; HAAN, 1981) estenderam essa soluc¸ ˜ao para o caso de crescimento da altura da camada limite, utilizando os polin ˆomios de Jacobi. Uma extens ˜ao da soluc¸ ˜ao para o caso de perfis de vento vertical n ˜ao-zero foi apresentada em (CATALANO, 1982).

(KOCH, 1989) apresentou uma soluc¸ ˜ao anal´ıtica bidimensional para uma fonte ao n´ıvel do solo, onde o vento e as difusividades seguem os perfis de pot ˆencia, incluindo os efeitos de remoc¸ ˜ao de contaminantes pelo solo.

No transporte de emiss ˜oes sem empuxo, em uma fonte a ´erea cont´ınua ao n´ıvel do solo, foi desenvolvida uma soluc¸ ˜ao tridimensional por (CHRYSIKOPOULOS; HILDE-MANN; ROBERTS, 1992), onde u e Kz seguem os perfis dados em (2), com inclus ˜ao

do termo de deposic¸ ˜ao seca.

A equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao pode ser resolvida por m ´etodos anal´ıticos, onde n ˜ao h ´a nenhuma aproximac¸ ˜ao ao longo da derivac¸ ˜ao da soluc¸ ˜ao e, por m ´etodos semi-anal´ıticos, que resolvem parte do problema analiticamente e parte numericamente. Neste trabalho tem-se interesse particular em soluc¸ ˜oes anal´ıticas obtidas atrav ´es da aplicac¸ ˜ao da t ´ecnica da transformada de Laplace e da t ´ecnica da transformada ge-neralizada. A exist ˆencia e unicidade de uma soluc¸ ˜ao anal´ıtica para a equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao ´e garantida pelo teorema de Cauchy-Kowalewsky (COURANT; HIL-BERT, 1989). Estas soluc¸ ˜oes anal´ıticas podem ser expressas na forma integral, como ´e o caso ao se aplicar a transformada de Laplace, ou com uma formulac¸ ˜ao em s ´erie, como na t ´ecnica da transformada integral generalizada. Estas soluc¸ ˜oes s ˜ao matema-ticamente equivalentes (MOREIRA et al., 2008) e assim, a seguir, ser ´a dado enfoque aos modelos que utilizam essas t ´ecnicas para obter a soluc¸ ˜ao anal´ıtica da equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao.

Os m ´etodos aplicados `a problemas de poluic¸ ˜ao atmosf ´erica, e que obt ´em a soluc¸ ˜ao anal´ıtica pela aplicac¸ ˜ao da transformada de Laplace e/ou da t ´ecnica da transformada generalizada, s ˜ao: ADMM (Advection Diffusion Multilayer Model, Modelo Multicama-das Advectivo Difusivo); GITT (Generalized Integral Transform Technique, T ´ecnica da Transformada Integral Generalizada); GIADMT (Generalized Integral Advection Diffu-sion Multilayer Technique, que ´e uma combinac¸ ˜ao dos m ´etodos ADMM e GITT); e o GILTT (Generalized Integral Laplace Transform Technique, combinac¸ ˜ao do m ´etodo GITT com a Transformada de Laplace).

O m ´etodo ADMM ´e baseado na discretizac¸ ˜ao da camada limite planet ´aria (CLP) em N subcamadas, sendo que em cada uma delas, a equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao ´e resolvida aplicando-se a t ´ecnica da transformada de Laplace com invers ˜ao num ´erica, e considerando-se valores m ´edios para o coeficiente de difus ˜ao e perfil de vento.

(18)

17

Com isso, t ˆem-se a substituic¸ ˜ao de um problema com coeficiente vari ´avel por um con-junto de problemas com coeficientes constantes (coeficientes m ´edios), acoplados por condic¸ ˜oes de continuidade de concentrac¸ ˜ao e fluxo de contaminante nas interfaces. A soluc¸ ˜ao obtida pela aplicac¸ ˜ao do ADMM ´e semi-anal´ıtica, dada em forma integral. Foram v ´arios os trabalhos publicados utilizando essa t ´ecnica: (MOURA; VILHENA; DEGRAZIA, 1995), (VILHENA et al., 1998), (FERREIRA NETO, 2003), (COSTA; MO-REIRA; VILHENA, 2004), (MOREIRA et al., 2004),(MOMO-REIRA; CARVALHO; TIRA-BASSI, 2005),(MOREIRA; FERREIRA NETO; CARVALHO, 2005),(MOREIRA et al., 2005), (MOREIRA et al., 2006), (BULIGON; MOREIRA; VILHENA, 2006). Uma re-vis ˜ao completa do m ´etodo ADMM pode ser encontrada em (MOREIRA et al., 2006).

O m ´etodo GITT ´e um m ´etodo h´ıbrido (anal´ıtico-num ´erico) (COTTA, 1993), (COTTA; MIKHAYLOV, 1997) derivado da transformac¸ ˜ao integral cl ´assica (MIKHAYLOV; ¨ OZI-SIK, 1984), que combina uma expans ˜ao em s ´erie com uma integrac¸ ˜ao, para proble-mas lineares de difus ˜ao. Na expans ˜ao, ´e utilizada uma base de autofunc¸ ˜oes determi-nadas por um problema auxiliar contendo o operador diferencial principal do problema original. A integrac¸ ˜ao ´e feita em todo o intervalo da vari ´avel transformada, fazendo pro-veito da propriedade de ortogonalidade da base usada na expans ˜ao. Como resultado deste procedimento, obt ˆem-se um sistema de equac¸ ˜oes diferenciais ordin ´arias (EDO), tamb ´em chamado de problema transformado que, uma vez solucionado por subrotinas num ´ericas, ´e invertido para a obtenc¸ ˜ao do resultado da equac¸ ˜ao original. Soluc¸ ˜oes de diferentes classes de problemas lineares e n ˜ao-lineares de difus ˜ao e advecc¸ ˜ao-difus ˜ao s ˜ao obtidos utilizando-se a GITT, como em: (CHEROTO et al., 1999), (LIU et al., 2000), (RIBEIRO et al., 2000), (RIBEIRO et al., 2002), (MAGNO; MAC ˆEDO; QUARESMA, 2002), (PEREIRA et al., 2002), (ALVES; COTTA; PONTES, 2002), (VELLOSO et al., 2003), (STORCH; PIMENTEL, 2003),(VELLOSO et al., 2004), (STORCH; PIMENTEL, 2005), (COTTA; BARROS, 2007) e (GUERRERO et al., 2012).

Em 2006, para resolver a equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao tridimensional, (COSTA et al., 2006) utilizou a t ´ecnica GITT juntamente com o m ´etodo ADMM. A t ´ecnica rece-beu o nome de GIADMT e consiste em transformar o problema tridimensional em um problema bidimensional pela aplicac¸ ˜ao da GITT na vari ´avel y, e o problema bidimensi-onal resultante ´e resolvido pelo m ´etodo ADMM, discretizando-se a CLP. A aplicac¸ ˜ao do m ´etodo GIADMT pode ser encontrada nos trabalhos (COSTA et al., 2006), (MOREIRA et al., 2008), (COSTA; TIRABASSI; VILHENA, 2010) e (COSTA et al., 2012).

Em (WORTMANN et al., 2005), apresentou-se uma nova soluc¸ ˜ao anal´ıtica para a equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao bidimensional com coeficiente de difus ˜ao vari ´avel com a altura. Neste trabalho, o sistema de EDO’s resultante da aplicac¸ ˜ao da GITT (pro-blema transformado) foi resolvido analiticamente pelo uso da transformada de Laplace e diagonalizac¸ ˜ao. Este novo m ´etodo recebeu o nome de GILTT.

(19)

utilizando o m ´etodo GILTT na equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao bidimensional, sendo que os trabalhos de maior relev ˆancia s ˜ao os seguintes: (WORTMANN et al., 2005), (MO-REIRA et al., 2006), (BUSKE et al., 2007a), (BUSKE et al., 2007b), (TIRABASSI et al., 2008), (TIRABASSI et al., 2009), (MOREIRA et al., 2009), (MOREIRA; VILHENA; BUSKE, 2009) e (SCHUCH et al., 2011). De acordo com os trabalhos analisados, a obtenc¸ ˜ao da soluc¸ ˜ao do problema via GILTT pode ser resumida da seguinte forma: seguindo o mesmo procedimento inicial da GITT, realiza-se a transformac¸ ˜ao integral at ´e a obtenc¸ ˜ao do sistema EDO. Aplica-se a transformada de Laplace nesse sistema, o que resulta em um sistema alg ´ebrico. A matriz dos coeficientes do sistema transfor-mado ´e decomposta em seus autovalores e autovetores. Ap ´os a diagonalizac¸ ˜ao, esta matriz ´e invertida para se obter a soluc¸ ˜ao do sistema alg ´ebrico. Esta invers ˜ao, por utilizar uma matriz diagonalizada e a transformada de Laplace, ´e anal´ıtica e sem custo computacional. Assim, a soluc¸ ˜ao anal´ıtica do problema transformado ´e finalmente en-contrada. O m ´etodo GILTT ´e anal´ıtico no sentido de que nenhuma aproximac¸ ˜ao ´e feita ao longo da derivac¸ ˜ao da soluc¸ ˜ao, exceto pelo erro de truncamento da soluc¸ ˜ao em s ´erie para fins de c ´alculos num ´ericos.

Para se obter uma soluc¸ ˜ao tridimensional, inicialmente a t ´ecnica GILTT utilizava uma aproximac¸ ˜ao na vari ´avel y assumindo que a pluma de poluente possui uma distribuic¸ ˜ao gaussiana, e esta soluc¸ ˜ao recebeu o nome de GILTTG (MOREIRA et al., 2009). Em 2009 surgiu o novo m ´etodo 3D-GILTT (Three-dimensional Generalized In-tegral Laplace Transform Technique) (BUSKE; VILHENA; MOREIRA, 2009), (BUSKE et al., 2009), (BUSKE et al., 2011a), (BUSKE et al., 2011b), (BUSKE et al., 2012a), (BUSKE et al., 2012b), (VILHENA et al., 2012) que resolveu a equac¸ ˜ao tridimensional de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao de forma anal´ıtica utilizando a transformada integral na vari ´avel ydo problema, e o problema bidimensional resultante foi resolvido pelo m ´etodo GILTT conforme descrito acima.

(20)

3

MODELO MATEM ´

ATICO

Para representar um fen ˆomeno de interesse ´e necess ´ario uma formulac¸ ˜ao ma-tem ´atica que o represente, s ´o assim ´e poss´ıvel realizar uma simulac¸ ˜ao de seu com-portamento. Um modelo de dispers ˜ao de poluentes ´e uma formalizac¸ ˜ao matem ´atica capaz de simular o comportamento de um determinado poluente na atmosfera. A seguir, apresenta-se a formulac¸ ˜ao matem ´atica capaz de simular analiticamente a dis-pers ˜ao tridimensional de poluentes na atmosfera.

3.1

Deduc¸ ˜ao da Equac¸ ˜ao de Advecc¸ ˜ao-Difus ˜ao

A equac¸ ˜ao que modela a advecc¸ ˜ao e difus ˜ao atmosf ´erica de um contaminante no ar ´e obtida a partir da aplicac¸ ˜ao da equac¸ ˜ao de conservac¸ ˜ao de massa (equac¸ ˜ao da continuidade). Considerando uma esp ´ecie gen ´erica C que se conserva na atmosfera (BLACKADAR, 1997) temos: ∂C ∂t + U ∂C ∂x + V ∂C ∂y + W ∂C ∂z + S = 0 (7)

onde U , V e W s ˜ao as componentes das velocidades instant ˆaneas do vento (m/s) nas direc¸ ˜oes x, y e z (m) respectivamente; e S ´e o termo fonte.

Considerando os efeitos da turbul ˆencia nessa equac¸ ˜ao, ´e utilizado a decomposic¸ ˜ao de Reynolds (STULL, 1988), que considera cada vari ´avel como a soma de sua parte m ´edia (denotado com a barra superior) e flutuac¸ ˜ao (denotado pelo ap ´ostrofo)(ARYA, 1995): U = ¯u + u0 V = ¯v + v0 (8) W = ¯w + w0 C = ¯c + c0 Substituindo (8) em (7):

(21)

∂(c + c0) ∂t + (u + u 0 )∂(c + c 0) ∂x + (v + v 0 )∂(c + c 0) ∂y + (w + w 0 )∂(c + c 0) ∂z + S = 0 (9) Aplicando as propriedades de derivac¸ ˜ao:

∂c ∂t + ∂c0 ∂t + u ∂c ∂x + u ∂c0 ∂x + u 0∂c ∂x + u 0∂c0 ∂x + v ∂c ∂y + v ∂c0 ∂y + +v0∂c ∂y + v 0∂c0 ∂y + w ∂c ∂z + w ∂c0 ∂z + w 0∂c ∂z + w 0∂c0 ∂z + S = 0 (10) Antes de prosseguir com a deduc¸ ˜ao, vamos sumarizar algumas regras que gover-nam as m ´edias temporais para um sistema euleriano de representac¸ ˜ao:

¯ ¯ φ = ¯φ φ + ϕ = ¯φ + ¯ϕ ¯ φ ∗ ϕ = ¯φ ∗ ¯ϕ (11) ∂φ ∂t = ∂ ¯φ ∂t cte = cte ¯

φ0 = 0 pois φ = ( ¯¯ φ + φ0) → ¯φ = ¯φ + ¯φ0 sendo assim φ¯0 = 0

Realizando a m ´edia nos termos da Eq.(10): ∂c ∂t + ∂c0 ∂t + u ∂c ∂x + u ∂c0 ∂x + u 0∂c ∂x + u 0∂c 0 ∂x + v ∂c ∂y + v ∂c0 ∂y + +v0∂c ∂y + v 0∂c 0 ∂y + w ∂c ∂z + w ∂c0 ∂z + w 0∂c ∂z + w 0∂c 0 ∂z + S = 0 (12) A Eq.(12) ´e simplificada utilizando as afirmac¸ ˜oes (11), restando:

∂c ∂t + u ∂c ∂x + v ∂c ∂y + w ∂c ∂z + u 0∂c 0 ∂x + v 0∂c 0 ∂y + w 0∂c 0 ∂z + S = 0 (13)

Antes de prosseguir, vamos provar a seguinte igualdade: u0∂c 0 ∂x + v 0∂c 0 ∂y + w 0∂c 0 ∂z = ∂u0c0 ∂x + ∂v0c0 ∂y + ∂w0c0 ∂z (14)

Para chegar na relac¸ ˜ao acima, partiremos das seguintes afirmac¸ ˜oes: ∂u0c0 ∂x = u 0∂c 0 ∂x + c 0∂u 0 ∂x

(22)

21 ∂v0c0 ∂y = v 0∂c0 ∂y + c 0∂v0 ∂y ∂w0c0 ∂z = w 0∂c0 ∂z + c 0∂w0 ∂z ∂(u0c0) ∂x + ∂(v0c0) ∂y + ∂(w0c0) ∂z = u 0∂c0 ∂x + v 0∂c0 ∂y + w 0∂c0 ∂z + c 0 (∂u 0 ∂x + ∂v0 ∂y + ∂w0 ∂z ) (15) A equac¸ ˜ao da continuidade aplicada `a um fluido incompress´ıvel e com densidade constante ´e representada por:

∂u ∂x + ∂v ∂y + ∂w ∂z = 0 (16)

Realizando a decomposic¸ ˜ao de Reynolds: ∂(¯u + u0) ∂x + ∂(¯v + v0) ∂y + ∂( ¯w + w0) ∂z = 0 ∂ ¯u ∂x + ∂u0 ∂x + ∂ ¯v ∂y + ∂v0 ∂y + ∂ ¯w ∂z + ∂w0 ∂z = 0 (17)

Aplicando a m ´edia nos termos da equac¸ ˜ao, e sabendo que a m ´edia de uma flutuac¸ ˜ao ´e igual a zero, por (11), temos portanto:

∂ ¯u ∂x + ∂ ¯v ∂y + ∂ ¯w ∂z = 0 (18)

Substituindo a equac¸ ˜ao (18) em (17), obtemos que: ∂u0 ∂x + ∂v0 ∂y + ∂w0 ∂z = 0 (19)

Com isso, a afirmac¸ ˜ao inicial (15) ´e reduzida para: ∂(u0c0) ∂x + ∂(v0c0) ∂y + ∂(w0c0) ∂z = u 0∂c0 ∂x + v 0∂c0 ∂y + w 0∂c0 ∂z (20)

Aplicando a m ´edia de Reynolds nos termos da Eq.(20), provamos a afirmac¸ ˜ao proposta em (14): u0∂c 0 ∂x + v 0∂c 0 ∂y + w 0∂c 0 ∂z = ∂u0c0 ∂x + ∂v0c0 ∂y + ∂w0c0 ∂z (21)

(23)

Sendo assim, utilizando o que foi visto anteriormente, a Eq.(13) torna-se: ∂¯c ∂t + ¯u ∂¯c ∂x + ¯v ∂¯c ∂y + ¯w ∂¯c ∂z + ∂u0c0 ∂x + ∂v0c0 ∂y + ∂w0c0 ∂z + S = 0 (22)

onde os termos u0c0, v0c0 e w0c0 representam , respectivamente, o fluxo turbulento do

contaminante (g/sm2)nas direc¸ ˜oes longitudinal, lateral e vertical. O termo de difus ˜ao

molecular ´e desconsiderado, pois a turbul ˆencia domina os processos de transporte e dispers ˜ao.

A Eq.(22) cont ´em quatro vari ´aveis desconhecidas (os fluxos turbulentos e a concentrac¸ ˜ao ¯c) criando um problema de fechamento da turbul ˆencia. Uma das ma-neiras mais utilizadas para solucionar o problema de fechamento da equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao tridimensional (22) ´e baseada na hip ´otese de transporte por gra-diente (ou Teoria K), onde os fluxos de massa turbulentos podem ser expressos em termos do gradiente da concentrac¸ ˜ao m ´edia (SEINFELD; PANDIS, 1997), dado por:

u0c0 = −K x ∂¯c ∂x v0c0 = −K y ∂¯c ∂y (23) w0c0 = −K z ∂¯c ∂z

Por (23), o modelo torna-se puramente determin´ıstico. Substituindo (23) na Eq.(22) e reorganizando seus termos, obtemos a equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao tridimensional:

∂¯c ∂t + ¯u ∂¯c ∂x + ¯v ∂¯c ∂y + ¯w ∂¯c ∂z = ∂ ∂x  Kx ∂¯c ∂x  + ∂ ∂y  Ky ∂¯c ∂y  + ∂ ∂z  Kz ∂¯c ∂z  + S (24) A Eq.(24) representa a Equac¸ ˜ao de Advecc¸ ˜ao-Difus ˜ao, com fechamento Fickiano da turbul ˆencia, para um sistema de coordenadas cartesianas. O primeiro elemento ´e o termo transiente; os tr ˆes seguintes s ˜ao os termos advectivos, onde ¯u, ¯v e ¯w s ˜ao as componentes m ´edias do vento; ap ´os a igualdade temos os termos difusivos, onde Kx,

Ky e Kz s ˜ao os coeficientes de difus ˜ao turbulentos, os quais, a princ´ıpio, cont ´em toda

a informac¸ ˜ao da complexidade da turbul ˆencia, sendo geralmente parametrizados; e S ´e o termo fonte.

3.2

Soluc¸ ˜ao via GILTT

Antes de prosseguir com a soluc¸ ˜ao da Eq.(24) pelo m ´etodo GILTT, assumimos que a advecc¸ ˜ao ´e dominante no eixo-x (¯u∂¯∂xc  ∂

∂x Kx ∂¯c

∂x), portanto o termo difusivo na

(24)

23 ∂¯c ∂t+ ¯u ∂¯c ∂x + ¯v ∂¯c ∂y + ¯w ∂¯c ∂z = ∂ ∂y  Ky ∂¯c ∂y  + ∂ ∂z  Kz ∂¯c ∂z  (25) A Eq.(25) est ´a sujeita as seguintes condic¸ ˜oes de contorno, inicial e de fonte, res-pectivamente: Ky ∂¯c ∂y = 0 em y = 0 e y = Ly (26) Kz ∂¯c ∂z = 0 em z = 0 e z = zi (27) ¯ c(x, y, z, 0) = 0 (28) u(z)¯c(0, y, z, t) = Qδ(y − y0)δ(z − Hs) (29)

em que Q ´e a intensidade da fonte (g/s), zi ´e a altura da CLP (m), Hs ´e a altura da

fonte (m), Ly ´e o limite para longe da fonte no eixo y em (m) e δ ´e o funcional delta de

Dirac. Vale ressaltar que a condic¸ ˜ao de fonte ´e v ´alida em todo o dom´ınio, exceto no ponto de liberac¸ ˜ao (0, y0, Hs).

Aplica-se a Transformada de Laplace no tempo na Eq.(25):

s˜c(x, y, z, s) − ¯c(x, y, z, 0) + u∂˜c ∂x + v ∂˜c ∂y + w ∂˜c ∂z − ∂ ∂y  Ky ∂˜c ∂y  − ∂ ∂z  Kz ∂˜c ∂z  = 0 (30) onde ˜ c(x, y, z, s) = L{¯c(x, y, z, t); t → s}, (31) e como a condic¸ ˜ao inicial ´e ¯c(x, y, z, 0) = 0, a Eq.(30) torna-se:

s˜c + u∂˜c ∂x + v ∂˜c ∂y + w ∂˜c ∂z − ∂ ∂y  Ky ∂˜c ∂y  − ∂ ∂z  Kz ∂˜c ∂z  = 0 (32)

De acordo com o m ´etodo GILTT, usa-se a base de autofunc¸ ˜oes do problema de Sturm-Liouville para expandir a vari ´avel ˜c(x, y, z, s). Assim,

˜ c(x, y, z, s) = ∞ X n=0 ˜ cn(x, z, s)ζn(y) N 1 2 n (33) onde Nn= Z Ly 0 ζn2(y) dy (34)

(25)

Eq.(33) precisa ser encontrada.

O problema de Sturm-Liouville ´e dado por:

ζn00(y) + λ2nζn(y) = 0 em 0 < y < Ly

∂ζn(y)

∂y = 0 em y = 0 (35)

∂ζn(y)

∂y = 0 em y = Ly

A soluc¸ ˜ao do problema (35) ´e anal´ıtica e encontrada tabulada em ( ¨OZISIK, 1974), tendo a forma:

ζn(y) = cos(λny) com λn=

nπ Ly

(n = 0, 1, 2, ...) (36) Com isso, ao substituir (33) na Eq. (32), tem-se:

s ∞ X n=0 ˜ cn(x, z, s)ζn(y) N 1 2 n + ∞ X n=0 u N 1 2 n ∂˜cn(x, z, s) ∂x ζn(y) + ∞ X n=0 v N 1 2 n ˜ cn(x, z, s) ∂ζn(y) ∂y + + ∞ X n=0 w N 1 2 n ∂˜cn(x, z, s) ∂z ζn(y) − ∞ X n=0 ˜ cn(x, z, s) N 1 2 n ∂ ∂y  Ky ∂ζn(y) ∂y  + (37) − ∞ X n=0 1 N 1 2 n ∂ ∂z  Kz ∂˜cn ∂z  ζn(y) = 0

Neste momento, aplica-se o operador integral 1 N

1 2 m

RLy

0 (.)ζm(y) dy na Eq.(37), o que

resulta em: s ∞ X n=0 ˜ cn(x, z, s) Z Ly 0 ζn(y)ζm(y) N 1 2 nN 1 2 m dy + u ∞ X n=0 ∂˜cn(x, z, s) ∂x Z Ly 0 ζn(y)ζm(y) N 1 2 nN 1 2 m dy + +v ∞ X n=0 ˜ cn(x, z, s) Z Ly 0 1 N 1 2 nN 1 2 m ∂ζn(y) ∂y ζm(y) dy + (38) +w ∞ X n=0 ∂˜cn(x, z, s) ∂z Z Ly 0 ζn(y)ζm(y) N 1 2 nN 1 2 m dy + − ∞ X n=0 ˜ cn(x, z, s) Z Ly 0 1 N 1 2 nN 1 2 m ∂ ∂y  Ky ∂ζn(y) ∂y  ζmdy + − ∞ X n=0 ∂ ∂z  Kz ∂˜cn(x, z, s) ∂z  Z Ly 0 ζn(y)ζm(y) N 1 2 nN 1 2 m dy = 0

(26)

25

Lembrando que:

ζn00(y) + λ2nζn(y) = 0 ⇒ ζn00(y) = −λ 2

nζn(y) (39)

pode-se reescrever a Eq. (38) da forma:

s ∞ X n=0 ˜ cn(x, z, s) Z Ly 0 ζn(y)ζm(y) N 1 2 nN 1 2 m dy + u ∞ X n=0 ∂˜cn(x, z, s) ∂x Z Ly 0 ζn(y)ζm(y) N 1 2 nN 1 2 m dy + +v ∞ X n=0 ˜ cn(x, z, s) Z Ly 0 1 N 1 2 nN 1 2 m ∂ζn(y) ∂y ζm(y) dy + (40) +w ∞ X n=0 ∂˜cn(x, z, s) ∂z Z Ly 0 ζn(y)ζm(y) N 1 2 nN 1 2 m dy + +λ2nKy ∞ X n=0 ˜ cn(x, z, s) Z Ly 0 ζn(y)ζm(y) N 1 2 nN 1 2 m dy + − ∞ X n=0 ∂ ∂z  Kz ∂˜cn(x, z, s) ∂z  Z Ly 0 ζn(y)ζm(y) N 1 2 nN 1 2 m dy = 0

onde, utilizando a ortonormalidade, escrevemos:

δn,m = Z Ly 0 ζn(y)ζm(y) N 1 2 nN 1 2 m dy = ( 0 se m 6= n; 1 se m = n. βn,m = Z Ly 0 1 N 1 2 nN 1 2 m ∂ζn(y) ∂y ζm(y) dy = ( 2n2 Ly(m2−n2)[cos(nπ) cos(mπ) − 1] se m 6= n; 0 se m = n.

Com isso, a Eq. (40) pode ser escrita da seguinte forma:

sδn,mc˜n(x, z, s) + uδn,m ∂˜cn(x, z, s) ∂x + vβn,m˜cn(x, z, s) + wδn,m ∂˜cn(x, z, s) ∂z + +λ2nKyδn,m˜cn(x, z, s) − δn,m ∂ ∂z  Kz ∂˜cn(x, z, s) ∂z  = 0 (41)

Ap ´os encontrar a Eq. (41) o pr ´oximo passo ´e aplicar a GILTT em z, de tal forma que: ˜ cn(x, z, s) = ∞ X i=0 ˜ ci(x, s)ξi(z) (42)

ξi(z) ´e a soluc¸ ˜ao do problema auxiliar de Sturm-Liouville e a vari ´avel ˜ci(x, s) da Eq.

(27)

O problema de Sturm-Liouville ´e dado por: ξi00(z) + µ2iξi(z) = 0 em 0 < z < zi ∂ξi(z) ∂z = 0 em z = 0 (43) ∂ξi(z) ∂z = 0 em z = zi em que a soluc¸ ˜ao ´e anal´ıtica ( ¨OZISIK, 1974), tendo a forma:

ξi(z) = cos(µiz) com µi =

iπ zi

(i = 0, 1, 2, ...) (44) Sendo assim, ao substituir (42) na Eq. (41), esta torna-se:

sδn,m ∞ X i=0 ˜ ci(x, s)ξi(z) + uδn,m ∞ X i=0 ∂˜ci(x, s) ∂x ξi(z) + vβn,m ∞ X i=0 ˜ ci(x, s)ξi(z) + wδn,m ∞ X i=0 ˜ ci(x, s) ∂ξi(z) ∂z + (45) λ2nKyδn,m ∞ X i=0 ˜ ci(x, s)ξi(z) − δn,m ∞ X i=0 ˜ ci(x, s) ∂ ∂z  Kz ∂ξi(z) ∂z  = 0

Em seguida, aplica-se o operador integralRzi

0 (.)ξj(z) dz na Eq.(45). Logo, sδn,m ∞ X i=0 ˜ ci(x, s) Z zi 0 ξi(z)ξj(z) dz + δn,m ∞ X i=0 ∂˜ci(x, s) ∂x Z zi 0 u(z)ξi(z)ξj(z) dz + +vβn,m ∞ X i=0 ˜ ci(x, s) Z zi 0 ξi(z)ξj(z) dz + wδn,m ∞ X i=0 ˜ ci(x, s) Z zi 0 ∂ξi(z) ∂z ξj(z) dz + +λ2nKyδn,m ∞ X i=0 ˜ ci(x, s) Z zi 0 ξi(z)ξj(z) dz + (46) −δn,m ∞ X i=0 ˜ ci(x, s) Z zi 0 Kz0∂ξi(z) ∂z ξj(z) dz + +δn,m ∞ X i=0 ˜ ci(x, s) Z zi 0 Kz ∂2ξ i(z) ∂z2 ξj(z) dz = 0 Lembrando que: ξ00i(z) + µ2iξi(z) = 0 ⇒ ξi00(z) = −µ 2 iξi(z) (47)

(28)

27 ∞ X i=0 ∂˜ci(x, s) ∂x δn,m Z zi 0 u(z)ξi(z)ξj(z) dz + ∞ X i=0 ˜ ci(x, s)  δn,m Z zi 0 sξi(z)ξj(z) dz+ +βn,m Z zi 0 vξi(z)ξj(z) dz + δn,m Z zi 0 λ2nKyξi(z)ξj(z) dz + (48) +δn,m Z zi 0 w∂ξi(z) ∂z ξj(z) dz − δn,m Z zi 0 Kz0∂ξi(z) ∂z ξj(z) dz + +δn,m Z zi 0 µ2iKzξi(z)ξj(z) dz  = 0

Pode-se utilizar a forma matricial para representar a Eq. (48):

AY0(x, s) + BY (x, s) = 0 (49) onde A = δn,m Z zi 0 u(z)ξi(z)ξj(z) dz (50) e B = δn,m Z zi 0 sξi(z)ξj(z) dz + βn,m Z zi 0 vξi(z)ξj(z) dz + +δn,m Z zi 0 λ2nKyξi(z)ξj(z) dz + δn,m Z zi 0 w∂ξi(z) ∂z ξj(z) dz + (51) −δn,m Z zi 0 Kz0∂ξi(z) ∂z ξj(z) dz + δn,m Z zi 0 µ2iKzξi(z)ξj(z) dz

Assumindo que a matriz A ´e n ˜ao-singular, multiplica-se a equac¸ ˜ao (49) pela matriz inversa de A e obt ˆem-se:

Y0(x, s) + EY (x, s) = 0 (52)

sendo E = A−1B. Notemos que a Eq. (52) ´e uma EDO homog ˆenea.

A EDO (52) ´e resolvida analiticamente pela t ´ecnica da transformada de Laplace e diagonalizac¸ ˜ao (WORTMANN, 2003), (MOREIRA et al., 2006) e (MOREIRA et al., 2009). Sendo assim, inicialmente aplica-se a transformada de Laplace na vari ´avel x:

r ¯Y (r, s) − Y (0, s) + E ¯Y (r, s) = 0 (53) onde ¯Y (r, s) = L{Y (x, s); x → r}.

Por diagonalizac¸ ˜ao, ´e poss´ıvel decompor a matriz E, tal que:

E = XDX−1 (54)

onde D ´e a matriz diagonal de autovalores da matriz E; X ´e a matriz dos autovetores e X−1 ´e a matriz inversa de X. Assim, a Eq. (53) pode ser reescrita na forma:

(29)

(rI + XDX−1) ¯Y (r, s) = Y (0, s) (55) na qual I = XX−1 ´e a matriz identidade. Ap ´os algumas manipulac¸ ˜oes alg ´ebricas obt ´em-se:

¯

Y (r, s) = X(rI + D)−1η (56)

onde η = X−1Y (0, s).

Para encontrar Y (0, s) precisa-se encontrar ˜c(0, y, z, s). Assim, usando a expans ˜ao da GILTT em y na condic¸ ˜ao de fonte:

u(z)c(0, y, z, t) = Qδ(y − y0)δ(z − Hs) (57) onde c(0, y, z, t) = ∞ X n=0 ˜ cn(0, z, t)ζn(y) N 1 2 n (58) ou seja, u(z) ∞ X n=0 ˜ cn(0, z, t)ζn(y) N 1 2 n = Qδ(y − y0)δ(z − Hs) (59)

Aplicando o operador integral 1

N 1 2 m RLy 0 (·)ζm(y)dyna Eq.(59): u(z) ∞ X n=0 ˜ cn(0, z, t) 1 N 1 2 nN 1 2 m Z Ly 0 ζn(y)ζm(y)dy = Qδ(z −Hs) 1 N 1 2 m Z Ly 0

δ(y −y0)ζm(y)dy (60)

Pela propriedade do funcional delta de Dirac, tem-se: Z Ly 0 δ(y − y0)ζm(y)dy = ζm(y0) (61) Assim u(z)˜cn(0, z, t) 1 N 1 2 nN 1 2 m Z Ly 0 ζn(y)ζm(y)dy = Qζm(y0) N 1 2 m δ(z − Hs) (62)

Agora aplicando a expans ˜ao da GILTT em z, de tal forma que:

˜ cn(0, z, t) = ∞ X n=0 ˜ ci(0, t)ξi(z) (63)

e substituindo na Eq. (62), obt ´em-se:

u(z) ∞ X n=0 ˜ ci(0, t)ξi(z) 1 N 1 2 nN 1 2 m Z Ly 0 ζn(y)ζm(y)dy = Qζm(y0) N 1 2 m δ(z − Hs) (64)

(30)

29

Aplicando o operador integralRzi

0 (·)ξj(z)dz, tem-se: ∞ X i=0 ˜ ci(0, t) 1 N 1 2 nN 1 2 m Z Ly 0 ζn(y)ζm(y)dy Z zi 0 u(z)ξi(z)ξj(z)dz = Qζm(y0) N 1 2 m Z zi 0 ξi(z)δ(z − Hs)dz (65) Pela propriedade do funcional delta de Dirac:

Z zi 0 δ(z − Hs)ξj(z)dz = ξj(Hs) (66) Logo ˜ ci(0, t) 1 N 1 2 nN 1 2 m Z Ly 0 ζn(y)ζm(y)dy Z zi 0 u(z)ξi(z)ξj(z)dz = Qζm(y0)ξj(Hs) N 1 2 m (67) 1 N 1 2 nN 1 2 m Z Ly 0 ζn(y)ζm(y)dy = I (68) Z zi 0 u(z)ξi(z)ξj(z)dz = A (69)

e com isso obt ´em-se que:

Y (0, t) = ˜ci(0, t) = Qζm(y0)ξj(Hs) N 1 2 m A−1 (70) Y (0, s) = ˜ci(0, s) = Qζm(y0)ξj(Hs)A−1 sN 1 2 m (71) Assim, η ´e encontrado resolvendo o sistema linear Xη = Y (0, s) via decomposic¸ ˜ao LU.

Aplicando a transformada inversa de Laplace na Eq. (56):

Y (x, s) = XL−1{(rI + D)−1; r → x}η (72) ´e observado que a matriz (rI + D) ´e escrita como:

(rI + D) =       r + d1 0 . . . 0 0 r + d2 . . . 0 .. . ... . .. ... 0 0 . . . r + dN       (73)

onde dN s ˜ao os autovalores da matriz E, ou ainda, os elementos da matriz diagonal

(31)

´algebra matricial, sendo escrita como: (rI + D)−1 =       1 r+d1 0 . . . 0 0 r+d1 2 . . . 0 .. . ... . .. ... 0 0 . . . r+d1 N       (74)

Assim, realizando a invers ˜ao da transformada de Laplace de (74) e utilizando os resultados padr ˜ao da teoria da transformada de Laplace, obt ´em-se que:

L−1{(rI + D)−1} = G(x, r) =       e−d1x 0 . . . 0 0 e−d2x . . . 0 .. . ... . .. ... 0 0 . . . e−dNx       (75)

Com esse resultado, temos que, a vari ´avel ˜ci(x, s) ´e encontrada e

˜ cn(x, z, s) = ∞ X i=0 ˜ ci(x, s)ξi(z) (76)

´e bem determinada. Com isso, determina-se, tamb ´em: ˜ c(x, y, z, s) = ∞ X n=0 ˜ cn(x, z, s)ζn(y) N 1 2 n (77)

Agora, ´e necess ´ario aplicar a transformada inversa de Laplace em s para determi-nar ¯c(x, y, z, t), ou seja

¯

c(x, y, z, t) = L−1{˜c(x, y, z, s); t → s}, (78) Esta invers ˜ao, por sua vez, ´e obtida numericamente atrav ´es da quadratura de Gauss-Legendre (STROUD; SECREST, 1966), de tal forma que a soluc¸ ˜ao da Eq.(25)

´e dada por:

¯ c(x, y, z, t) = M X k=1 Pk t Ak N X n=0 ˜ cn(x, z,Ptk)ζn(y) N 1 2 n (79) onde N ´e o n ´umero de termos do somat ´orio da f ´ormula inversa da GILTT; Ak, Pk e

M s ˜ao, respectivamente, os pesos, as ra´ızes e a ordem da quadratura considerada, e est ˜ao tabulados em (STROUD; SECREST, 1966).

(32)

4

PARAMETRIZAC

¸ ˜

AO DA TURBUL ˆ

ENCIA

Para gerarmos as simulac¸ ˜oes da dispers ˜ao do poluente, ser ´a usada a soluc¸ ˜ao anal´ıtica para a equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao-difus ˜ao tridimensional deduzida no cap´ıtulo an-terior e parametrizac¸ ˜oes para o perfil do vento, coeficientes de difus ˜ao e efeito de ascens ˜ao da pluma. Estas parametrizac¸ ˜oes modelam o processo conforme a estabi-lidade na CLA e levam em conta as principais vari ´aveis micrometeorol ´ogicas como o comprimento de Obukhov e a velocidade de fricc¸ ˜ao.

4.1

Coeficiente de Difus ˜ao

Em problemas de difus ˜ao atmosf ´erica, a escolha de uma parametrizac¸ ˜ao turbulenta representa uma decis ˜ao fundamental para modelar a dispers ˜ao de poluentes. A partir de um ponto de vista f´ısico, uma parametrizac¸ ˜ao da turbul ˆencia ´e uma aproximac¸ ˜ao da natureza, no sentido que os modelos matem ´aticos recebem uma relac¸ ˜ao aproxi-mada que substitui um termo desconhecido. A confiabilidade de cada modelo de-pende fortemente da maneira como os par ˆametros s ˜ao calculados e relacionados ao entendimento da CLP (MANGIA et al., 2002).

Na literatura encontram-se diversas formulac¸ ˜oes para o coeficiente de difus ˜ao tur-bulento vertical (ULKE, 2000). Os coeficientes de difus ˜ao dependentes somente da turbul ˆencia, utilizados neste trabalho, s ˜ao apresentados a seguir, sendo v ´alidos a partir da rugosidade (z0)at ´e o topo da camada limite (zi).

• F ´ormulas de Degrazia: utilizadas em toda CLP.

– Condic¸ ˜oes inst ´aveis (L ≤ 0) (MANGIA et al., 2002):

Kz = 0, 22w∗zi  z zi 13  1 −zz i 13 h 1 − e −4z zi − 0, 0003e 8z zi i (80) em que zi ´e a altura da CLC.

(33)

– Condic¸ ˜oes est ´aveis (L ≥ 0) (DEGRAZIA et al., 2000):

Kz =

0, 3(1 − z/zi)u∗z

1 + 3, 7(z/Λ) , (81)

no qual zi ´e a altura da CLE e Λ = L(1 − z/zi)

5 4.

Para representar a difus ˜ao em regi ˜oes pr ´oximas `a fonte, os coeficientes de difus ˜ao devem ser considerados como func¸ ˜ao n ˜ao somente da turbul ˆencia, mas tamb ´em da dist ˆancia da fonte. ´E importante salientar que uma parametrizac¸ ˜ao que ´e dependente da dist ˆancia da fonte representa, de um modo mais correto, a difus ˜ao em ventos fracos (ARYA, 1995). Seguindo-se essa ideia, (DEGRAZIA; MORAES, 1992) e (DEGRAZIA; MOREIRA; VILHENA, 2001) propuseram uma formulac¸ ˜ao integral e (DEGRAZIA; VI-LHENA; MORAES, 1996) e (DEGRAZIA et al., 2002) propuseram uma formulac¸ ˜ao alg ´ebrica para os coeficientes de difus ˜ao na camada inst ´avel:

• Condic¸ ˜oes inst ´aveis (DEGRAZIA; MOREIRA; VILHENA, 2001), (DEGRAZIA et al., 2002): Kα = 0, 09w∗zic 1/2 i ψ1/3(z/zi)4/3 (f∗ m) 4/3 i Z ∞ 0 sin(7,84c 1/2 i ψ1/3(f ∗ m) 4/3 i X ∗n0 (z/zi)2/3 ) (1 + n0)5/3 dn0 n0 (82) Kα = 0, 583w∗ziciψ2/3(z/zi)4/3X∗[0, 55(z/zi)2/3+ 1, 03c 1/2 i ψ1/3(f ∗ m) 2/3 i X ∗ ] [0, 55(z/zi)2/3(fm∗) 1/3 i + 2, 06c 1/2 i ψ1/3(fm∗)iX∗]2 (83) em que X∗ = xw∗/uzi ´e a dist ˆancia adimensional, n0 ´e a frequ ˆencia adimensional,

zi ´e a altura da CLC, cv,w = 0, 36, cu = 0, 3, (fm∗)i ´e a frequ ˆencia normalizada do

pico espectral independente da estratificac¸ ˜ao na qual:

(fm∗)w = z (λm)w = 0, 55 z zi   1 − exp  −4z zi  − 0, 0003exp 8z zi −1 (84) para a componente vertical, em que

(λm)w = 1, 8zi  1 − exp  −4z zi  − 0, 0003exp 8z zi 

´e o valor do pico espectral do comprimento de onda vertical. A componente longitudinal obtida de (OLESEN; LARSEN; HOJSTRUP, 1984) ´e (fm∗)u = 0, 67. A

(34)

33

4.2

Ascens ˜ao da Pluma

Para muitas aplicac¸ ˜oes, como em emiss ˜oes industriais, ´e necess ´ario levar em conta o efeito do empuxo sobre a pluma de poluente. Quando a pluma de polu-entes ´e mais quente que o ambiente (menos densa) ela tende a se elevar at ´e uma camada onde se encontre em equil´ıbrio termodin ˆamico, a altura efetiva da fonte (He)

ser ´a a soma da altura real da fonte (Hs)e o efeito de ascens ˜ao da pluma (∆H). Nas

an ´alises deste (∆H) desconsidera-se os efeitos t ´ermicos gerados pr ´oximo a fonte. Dessa forma assumimos que, a certa dist ˆancia da fonte, a pluma de material liberado em Hs se comporta como uma pluma de mesma densidade que o ambiente,

abando-nada sem empuxo a uma altura He (ARYA, 1999).

Em casos de convecc¸ ˜ao forte (zi/|L| > 10), a pluma ter ´a uma ascens ˜ao final dada

por ∆H = 4.3  F ¯ uw∗ 35 z 2 5 i (85)

sendo F um par ˆametro de flutuabilidade definido como F = gVir2i

(Ti− Ta)

Ti

(86) onde g ´e a acelerac¸ ˜ao da gravidade, Ti, Vi, rie Tas ˜ao, respectivamente, a temperatura

da fonte, a velocidade vertical de sa´ıda, o raio da fonte e a temperatura ambiente (BRIGGS, 1975).

Para condic¸ ˜oes moderadamente convectivas a ascens ˜ao da pluma ´e parametri-zada como ∆H =  F ¯ uw2 d 35  1 + 2Hs ∆H 2 (87) que pode ser resolvida interativamente, onde wd = 0.4w∗ ´e a velocidade m ´edia dos

downdrafts (correntes de ar descendentes).

Para condic¸ ˜oes de estabilidade neutra a seguinte express ˜ao para ∆H:

∆H = 1.3 F ¯ uu2 ∗  1 + Hs ∆H 23 (88) (WEIL, 1979) sugere que uma pluma tem a seguinte restric¸ ˜ao para sua ascens ˜ao:

∆H = 0.62(zi− Hs). (89)

Considerado o que foi exposto anteriormente, (BRIGGS, 1975) sugere que o valor final de ∆H deve ser o valor m´ınimo obtido com as equac¸ ˜oes (85), (87), (88) e (89).

(35)

4.3

Perfil do Vento

As equac¸ ˜oes usadas pelo modelo para calcular o vento m ´edio s ˜ao as de similari-dade (PANOFSKY; DUTTON, 1984):

u = u∗ k  ln z − d z0  − ψm  z − d L  se z ≤ zb (90) u = u(zb) se z > zb (91)

em que zb = min[| L | , 0, 1 h], k ´e a constante de von-K ´arm ´an (k ∼= 0, 4), z0 ´e a

rugo-sidade do terreno. O deslocamento do plano zero (d) (m) ´e uma altura acima da su-perf´ıcie em que a velocidade do vento ´e nula e ´e consequ ˆencia do escoamento sobre obst ´aculos tais como ´arvores ou construc¸ ˜oes, sendo desconsiderado neste trabalho (d = 0). A func¸ ˜ao estabilidade ψm ´e expressa em termos das relac¸ ˜oes de Businger:

ψm z L  = −4, 7z L para 1/L ≥ 0, ψm z L  = ln 1 + γ 2 2  + ln 1 + γ 2 2 − 2arctanγ +π 2 para 1/L < 0 com γ = 1 − 15Lz 1 4.

Alternativamente, a velocidade do perfil de vento pode ser descrita por uma lei de pot ˆencia como (PANOFSKY; DUTTON, 1984)

u u1 = z z1 α , (92)

na qual u e u1 s ˜ao as velocidades m ´edias horizontais do vento nas alturas z e z1 e α ´e

(36)

5

VALIDAC

¸ ˜

AO DO MODELO COM DADOS EXPERIMENTAIS

Neste cap´ıtulo apresentam-se os dados experimentais, ´ındices estat´ısticos e os resultados num ´ericos obtidos com a soluc¸ ˜ao do modelo utilizados neste trabalho.

5.1

Dados Experimentais

Qualquer estudo de modelagem ´e incompleto se n ˜ao ´e adequadamente validado com observac¸ ˜oes relevantes. A seguir s ˜ao apresentados os experimentos difusivos utilizados neste trabalho para validar o presente modelo.

5.1.1 Experimento de Copenhagen (Dinamarca)

Os experimentos de dispers ˜ao em Copenhagen, descritos nos artigos de Gryning (GRYNING et al., 1987) e Gryning e Lyck (GRYNING; LYCK, 1984), consistiram na liberac¸ ˜ao do trac¸ador SF6 (hexafluoreto de enxofre) ao norte de Copenhagen. ´E um

experimento de fonte alta e fortemente convectivo.

O trac¸ador foi abandonado sem empuxo a partir de uma torre com altura de 115 m, sendo coletado ao n´ıvel do solo (z = 0), em unidades de amostragem localizadas em tr ˆes arcos perpendiculares ao vento m ´edio. As unidades de amostragem foram posi-cionadas a uma dist ˆancia entre 2 a 6 km, a partir do ponto onde ocorreu a liberac¸ ˜ao do poluente, como mostra a Figura (1).

As liberac¸ ˜oes de SF6 comec¸aram uma hora antes do in´ıcio da amostragem. O

tempo m ´edio das medidas foi de 1 h e suas imprecis ˜oes s ˜ao de 10 %. O local era principalmente residencial, com um comprimento de rugosidade de z0 = 0,6 m (altura

em que o vento ´e zero).

A Tabela (1) mostra os dados meteorol ´ogicos dos experimentos de dispers ˜ao na CLC de Copenhagen a serem utilizados no modelo onde, u ´e a velocidade do vento m ´edio (m/s), u∗ representa a velocidade de fricc¸ ˜ao (m/s), L ´e o comprimento de

Obukhov (m), w∗ ´e a escala de velocidade convectiva vertical (m/s), Hs ´e a altura da

(37)

Figura 1: Experimento de Copenhagen.

Tabela 1: Par ˆametros meteorol ´ogicos do experimento de Copenhagen (GRYNING et al., 1987). u(115 m) u(10 m) u∗ L w∗ zi Expt (ms−1) (ms−1) (ms−1) (m) (ms−1) (m) 1 3,4 2,1 0,36 -37 1,8 1980 2 10,6 4,9 0,73 -292 1,8 1920 3 5,0 2,4 0,38 -71 1,3 1120 4 4,6 2,5 0,38 -133 0,7 390 5 6,7 3,1 0,45 -444 0,7 820 6 13,2 7,2 1,05 -432 2,0 1300 7 7,6 4,1 0,64 -104 2,2 1850 8 9,4 4,2 0,69 -56 2,2 810 9 10,5 5,1 0,75 -289 1,9 2090

5.1.2 Experimento de Kinkaid (Illinois, USA)

Levando-se em considerac¸ ˜ao o empuxo, tamb ´em utilizamos o experimento de Kin-kaid (realizado em Illinois - USA), relativo somente a condic¸ ˜oes convectivas (para −zi/L > 10) e descrito no trabalho de (HANNA; PAINE, 1989). Este experimento

consistiu de uma liberac¸ ˜ao elevada em um terreno plano com alguns lagos. Durante o experimento, o SF6foi liberado de uma altura de fonte de 187 m e medido em uma rede

que consistiu de aproximadamente 200 amostradores posicionados em arcos de 0,5 a 50 km da fonte. O conjunto de dados inclui os par ˆametros meteorol ´ogicos como velo-cidade de fricc¸ ˜ao, comprimento de Obukhov e altura da camada limite e s ˜ao apresen-tados na Tabela (2). O comprimento de rugosidade foi de aproximadamente 10 cm. As concentrac¸ ˜oes m ´aximas foram observadas ao n´ıvel do solo. O n´ıvel de concentrac¸ ˜ao medida ´e frequentemente irregular com altos e baixos n´ıveis de concentrac¸ ˜ao ocor-rendo intermitentemente ao longo do mesmo arco, al ´em disso h ´a freq ¨uentes lacunas nos arcos de monitoramento. Por estas raz ˜oes uma vari ´avel ´e escolhida como um fator de qualidade de modo a indicar o grau de legibilidade dos dados. O indicador de

(38)

37

qualidade (de 0 a 3) ´e normalmente utilizado (OLESEN; LARSEN; HOJSTRUP, 1984). Aqui, somente os dados com fator de qualidade 3 foram considerados.

5.2

´Indices Estat´ısticos

Para a comparac¸ ˜ao entre os dados de concentrac¸ ˜ao simulados no modelo com os dados observados nos experimentos trabalhados, foram utilizados ´ındices es-tat´ısticos da literatura. Para a elaborac¸ ˜ao desta an ´alise estat´ıstica, emprega-se aqui um programa desenvolvido por Hanna em 1989 (HANNA, 1989). Estes ´ındices es-tat´ısticos s ˜ao recomendados para validac¸ ˜ao e comparac¸ ˜ao de modelos, pela Ag ˆencia de Protec¸ ˜ao Ambiental Americana (USEPA), pela Forc¸a A ´erea Americana (US Air Force), pelo Instituto Americano do Petr ´oleo (API), bem como pela comunidade ci-ent´ıfica da ´area de dipers ˜ao de poluentes na atmosfera ap ´os o Workshop ”Operational Short-Range Atmospheric Dispersion Models for Environmental Impact Assesments in Europa”, realizado na B ´elgica em 1994 (OLESEN, 1995).

As notac¸ ˜oes utilizadas para os ´ındices o e p indicam, respectivamente, as quanti-dades observadas e preditas, C ´e a concentrac¸ ˜ao de poluentes, e σ ´e o desvio padr ˜ao e N o n ´umero de observac¸ ˜oes.

Os ´ındices estat´ısticos aplicados s ˜ao definidos do seguinte modo:

1. Erro quadr ´atico m ´edio normalizado: informa sobre todos os desvios entre as concentrac¸ ˜oes dos modelos e as concentrac¸ ˜oes observadas. ´E uma estat´ıstica adimensional, e seu valor deve ser o menor poss´ıvel para um bom modelo.

N M SE = (Co− Cp)

2

CoCp

(93)

2. Coeficiente de correlac¸ ˜ao: descreve o grau de associac¸ ˜ao ou concord ˆancia entre as vari ´aveis. Para um boa performance, o seu valor deve ser o mais pr ´oximo a 1.

COR = (Co− Co)(Cp− Cp) σoσp

(94) 3. Frac¸ ˜ao de Inclinac¸ ˜ao: informa a tend ˆencia do modelo de superestimar ou

subes-timar as concentrac¸ ˜oes observadas. O valor ´otimo ´e zero. F B = Co− Cp

0, 5(Co+ Cp)

(95)

4. Fractional Standard Deviations: O valor ´otimo ´e zero. F S = σ0− σp

0, 5(σ0+ σp)

(39)

Tabela 2: Par ˆametros meteorol ´ogicos para o experimento de Kinkaid (HANNA; PAINE, 1989). Ta ´e a temperatura ambiente, Ti ´e a temperatura da pluma na sa´ıda da fonte e

Vi ´e a velocidade vertical da pluma na sa´ıda da chamin ´e.

L zi u∗ w∗ Ta Ti Vi Q Expt (m) (m) (ms−1) (ms−1) (K) (K) (ms−1) (gs−1) 1 -8,6 2076 0,30 2,65 298,4 416 14,6 10,2 2 -11,2 2092 0,31 2,53 298,4 416 14,6 8,2 3 -3,9 893 0,22 1,95 284,2 432 29,6 11,2 4 -4,8 1032 0,22 1,95 285,2 432 29,2 11,2 5 -10,4 1175 0,28 2,05 286,2 432 29,6 11,3 6 -6,3 1355 0,25 2,19 286,6 432 29,9 11,1 7 -23,5 1300 0,37 2,17 290,8 441 27,9 11,5 8 -40,3 1743 0,34 1,68 291,3 442 27,1 11,8 9 -63,5 1840 0,29 1,24 291,6 445 27,3 12,2 10 -8,6 850 0,30 1,52 296,6 453 28,5 11,2 11 -6,6 1447 0,28 2,31 297,6 456 31,8 11,2 12 -35,4 1223 0,50 2,33 299,9 440 18,0 11,0 13 -58,5 2069 0,57 2,66 300,4 441 18,0 11,0 14 -24,4 950 0,40 1,79 285,0 436 16,6 16,2 15 -33,3 1253 0,46 1,99 286,1 438 16,9 12,0 16 -27,0 1548 0,44 2,12 287,5 434 17,9 11,1 17 -28,6 2250 0,46 2,30 288,5 433 18,7 10,8 18 -41,3 2450 0,52 2,35 289,5 431 17,6 10,8 19 -51,4 2506 0,53 2,29 289,8 431 15,7 10,8 20 -67,8 2528 0,52 2,08 290,1 436 14,2 11,6 21 -14,3 1700 0,37 2,43 290,9 420 17,3 12,1 22 -6,0 1750 0,29 2,56 290,4 423 18,9 12,0 23 -46,1 1776 0,56 2,60 290,9 426 18,3 11,5 24 -29,6 1800 0,47 2,60 292,6 426 18,8 11,1 25 -20,6 1950 0,39 2,46 291,4 395 21,7 10,6 26 -18,7 1131 0,41 2,69 298,0 421 21,1 12,9 27 -42,1 2252 0,47 2,53 299,9 435 29,8 13,1 28 -67,6 2676 0,51 2,37 300,0 436 31,8 13,2 29 -5,2 1725 0,30 3,09 299,6 434 37,3 13,5 30 -4,3 1750 0,26 2,91 299,8 434 39,3 13,7 31 -5,4 1750 0,25 2,61 299,9 434 38,2 13,9 32 -8,0 1450 0,32 2,61 302,2 435 19,8 19,8 33 -11,2 1450 0,33 2,46 302,4 435 20,0 20,0 34 -18,3 1483 0,34 2,21 302,3 436 19,5 19,5 35 -18,5 1505 0,26 1,68 301,5 436 18,6 18,6 36 -45,1 1014 0,52 2,11 292,3 397 16,7 16,7 37 -35,8 1462 0,54 2,98 293,0 397 16,4 16,4 38 -42,3 2274 0,55 2,95 293,5 390 16,2 16,2 39 -86,1 1376 0,63 2,45 297,4 390 18,5 18,5 40 -108,0 1455 0,62 2,25 297,2 395 18,6 18,6 41 -131,0 1539 0,66 2,30 297,1 398 19,1 19,1 42 -191,0 1594 0,61 1,91 296,9 398 18,5 18,5 43 -6,4 1124 0,28 2,51 296,8 427 13,0 13,0 44 -8,3 1250 0,31 2,62 297,7 428 13,2 13,2 45 -10,6 1353 0,32 2,55 298,5 428 12,7 12,7 46 -9,2 1635 0,30 2,54 299,0 428 12,1 12,1 47 -11,6 1721 0,29 2,40 299,4 428 12,2 12,2 48 -21,2 1794 0,32 2,14 299,4 428 12,5 12,5 49 -67,5 1851 0,34 1,55 299,3 427 12,7 12,7 50 -81,2 952 0,67 2,47 299,7 431 12,6 12,6 51 -85,6 1222 0,68 2,59 300,3 431 12,7 12,7 52 -59,2 1300 0,60 2,69 301,1 432 12,9 12,9 53 -113,0 1360 0,68 2,55 301,1 432 12,5 12,5

(40)

39

5.3

Resultados

Dada a complexidade da soluc¸ ˜ao, ´e importante mostrar o seu comportamento em diferentes condic¸ ˜oes. Nos estudos de dispers ˜ao, ´e essencial ter conhecimento da dist ˆancia da fonte em que ocorre a concentrac¸ ˜ao m ´axima de poluentes. Sendo assim, ´e poss´ıvel ver na Figura (2) uma representac¸ ˜ao gr ´afica das concentrac¸ ˜oes ao n´ıvel do solo, previstas pela soluc¸ ˜ao tridimensional, para diferentes alturas de fonte em condic¸ ˜ao convectiva. Para uma fonte na altura Hs = 0.025zi, localizada pr ´oxima ao

solo, ´e verificado um pico acentuado de concentrac¸ ˜ao na ´area pr ´oxima `a fonte. Com o crescimento da altura da fonte, observa-se um decaimento dos picos e uma diferente localizac¸ ˜ao dos mesmos.

Figura 2: Concentrac¸ ˜ao ao n´ıvel do solo pela soluc¸ ˜ao tridimensional para diferentes alturas de fontes em condic¸ ˜ao convectiva (1/L = −0.01).

Tamb ´em para mostrar a influ ˆencia da turbul ˆencia atmosf ´erica, ´e apresentado na Fi-gura (3) a concentrac¸ ˜ao em func¸ ˜ao da dist ˆancia da fonte (Hs= 0.1zi), ambas

adimen-sionais, para cinco condic¸ ˜oes meteorol ´ogicas diferentes. Na Tabela (3) ´e apresentado o expoente do perfil de vento pot ˆencia (α) e a invers ˜ao do valor do comprimento de Obukhov (1/L) para diferentes condic¸ ˜oes meteorol ´ogicas utilizados para as soluc¸ ˜oes da Figura (3). Assim, para vari ´aveis adimensionais, pode-se observar nesta figura que, em condic¸ ˜oes meteorol ´ogicas inst ´aveis, durante o dia, o pico de concentrac¸ ˜ao

(41)

encontra-se pr ´oximo `a fonte, isto deve-se ao fato que ´e neste per´ıodo onde h ´a maior influ ˆencia da turbul ˆencia da CLP sobre o poluente, fazendo com que este se disperse imediatamente ap ´os a emiss ˜ao. Este efeito tende a diminuir, havendo um desloca-mento do pico de concentrac¸ ˜ao, conforme as condic¸ ˜oes meteorol ´ogicas tornam-se mais est ´aveis.

Tabela 3: Expoente do perfil de vento pot ˆencia (α) e a invers ˜ao do valor do compri-mento de Obukhov (1/L) para diferentes condic¸ ˜oes meteorol ´ogicas.

Condic¸ ˜ao alpha (α) 1/L inst ´avel 0.07 -0.10 inst ´avel 0.1 -0.02

neutro 0.15 0 est ´avel 0.35 0.01 est ´avel 0.55 0.03

Figura 3: Concentrac¸ ˜ao adimensional (C = cuz2

i/Q) em func¸ ˜ao da dist ˆancia

adimen-sional (X = xu∗/uzi) a partir de uma fonte (Hs = 0.1zi) para 5 diferentes condic¸ ˜oes

meteorol ´ogicas.

Nas Figuras (4) e (5), ´e mostrada a influ ˆencia da altura da fonte. Assim, as concentrac¸ ˜oes verticais adimensionais em tr ˆes dist ˆancias, a partir de quatro diferentes alturas de fontes, s ˜ao apresentadas em condic¸ ˜ao convectiva. Estes gr ´aficos apresen-tam valores maiores de concentrac¸ ˜ao para dist ˆancias menores, e menores com o

(42)

cres-41

cimento da dist ˆancia. Al ´em disso, com o crescimento da dist ˆancia, h ´a uma tend ˆencia `a obtenc¸ ˜ao de um perfil homog ˆeneo de concentrac¸ ˜ao, isso porque o poluente sofreu os processos difusivos e advectivos da CLP, encontrando-se, depois de determinada dist ˆancia, espalhado uniformemente em toda a atmosfera analisada.

Figura 4: Concentrac¸ ˜ao (C∗ = cuz2

i/Q)em relac¸ ˜ao a altura (Z

= z/z

i)em condic¸ ˜oes

convectivas (1/L = −0.01) para tr ˆes diferentes dist ˆancias da fonte (X∗ = xw

∗/uzi) e

duas alturas de fontes (Hs= 0.05zi e 0.1zi).

A fim de mostrar o desempenho da soluc¸ ˜ao da equac¸ ˜ao de advecc¸ ˜ao difus ˜ao de-senvolvida e das parametrizac¸ ˜oes propostas, o modelo ser ´a aplicado usando os

(43)

con-Figura 5: Concentrac¸ ˜ao (C∗ = cuzi2/Q)em relac¸ ˜ao a altura (Z∗ = z/zi)em condic¸ ˜oes

convectivas (1/L = −0.01) para tr ˆes diferentes dist ˆancias da fonte (X∗ = xw∗/uzi) e

duas alturas de fontes (Hs= 0.25zi e 0.5zi).

juntos de dados experimentais de Copenhagen e Kinkaid.

As Figuras (6) e (7) mostram a comparac¸ ˜ao da concentrac¸ ˜ao prevista pelo m ´etodo 3D-GILLT em relac¸ ˜ao aos dados observados nos experimentos de Copenhagen e Kinkaid. Na an ´alise de gr ´aficos de espalhamento, quanto mais pr ´oximos estiverem os resultados da reta central, melhores os resultados. Pode-se observar que as concentrac¸ ˜oes obtidas reproduziram aceitavelmente os dados observados.

(44)

43

Figura 6: Diagrama de espalhamento das concentrac¸ ˜oes observadas e preditas ao n´ıvel do solo utilizando o m ´etodo 3D-GILTT para o experimento de Copenhagen.

A fim de comparar a qualidade da nova abordagem em relac¸ ˜ao a outros mode-los, usam-se os ´ındices estat´ısticos padr ˜ao. Enquanto o presente m ´etodo (3D-GILTT) baseia-se numa verdadeira descric¸ ˜ao tridimensional, uma abordagem anal´ıtica ante-rior chamada GILTTG utiliza um pressuposto Gaussiano para a direc¸ ˜ao transversal horizontal (MOREIRA et al., 2009). No GILTTG, a concentrac¸ ˜ao integrada do vento lateral cy(x, z, t) ´e obtido analiticamente utilizando o m ´etodo GILTT. Para calcular a

concentrac¸ ˜ao tridimensional ¯c(x, y, z, t), a difus ˜ao lateral (σy)deve ser inclu´ıda, isto ´e,

presume-se que a pluma tem uma distribuic¸ ˜ao Gaussiana da concentrac¸ ˜ao na lateral. Ainda, para o conjunto de dados de Copenhagen, os resultados obtidos s ˜ao tamb ´em comparados com resultados do m ´etodo GIADMT (COSTA et al., 2006).

As Tabelas (4) e (5) apresentam algumas avaliac¸ ˜oes do desempenho dos re-sultados do modelo, utilizando o procedimento de avaliac¸ ˜ao estat´ıstica descrito por (HANNA, 1989).

Os ´ındices estat´ısticos apontam uma boa concord ˆancia entre os dados experimen-tais e os obtidos pelo modelo 3D-GILTT para ambos os casos estudados. A figura (6) mostra um desempenho mais homog ˆeneo do modelo em relac¸ ˜ao `a figura (7), levando em considerac¸ ˜ao algum erro de super ou subestimac¸ ˜ao. Reflexo disso, observa-se um

(45)

Figura 7: Diagrama de espalhamento das concentrac¸ ˜oes observadas e preditas ao n´ıvel do solo utilizando o m ´etodo 3D-GILTT para o experimento de Kinkaid.

Tabela 4: Comparac¸ ˜ao estat´ıstica entre os modelos usando os dados de Copenhagen. Modelo NMSE COR FB FS

GILTTG 0.33 0.80 0.28 0.09 GIADMT 0.15 0.87 0.01 -0.09 3D-GILTT 0.07 0.93 0.02 0.03

Tabela 5: Comparac¸ ˜ao estat´ıstica entre os modelos usando os dados de Kinkaid. Modelo NMSE COR FB FS

GILTTG 0.37 0.68 0.08 -0.15 3D-GILTT 0.37 0.67 0.09 -0.09

baixo valor de NMSE e ´ındice FB para esta simulac¸ ˜ao em relac¸ ˜ao `as demais an ´alises. A fim de verificar a diferenc¸a dos resultados obtidos entre os modelos GILTTG e 3D-GILTT ajustou-se os valores previstos em relac¸ ˜ao aos observados atrav ´es de uma regress ˜ao linear (ver figuras (8) e (9)) para ambos os experimentos, onde quanto mais pr ´oximo a sua intersec¸ ˜ao com a origem e quanto mais pr ´oxima ´e a inclinac¸ ˜ao com a unidade, melhor ser ´a a aproximac¸ ˜ao. Para realizar a validac¸ ˜ao do modelo, foi uti-lizado um par ˆametro k = p(a − 1)2+ (b/ ¯C

o)2 onde ¯Co = 1n

Pn

i=1Coi (MELLO, 2010),

(46)

45

modelo e os resultados experimentais. Aqui a ´e o declividade, b a intersecc¸ ˜ao, Coi ´e

a concentrac¸ ˜ao dos dados experimentais e ¯Co sua m ´edia aritm ´etica. Uma vez que

a experi ˆencia ´e de car ´ater estoc ´astico, enquanto que as propriedades estoc ´asticas est ˜ao ocultas nos par ˆametros do modelo, as flutuac¸ ˜oes observadas est ˜ao presentes. No entanto, em comparac¸ ˜ao, observa-se nas Tabela (6) e (7) que a presente aborda-gem produz uma melhor descric¸ ˜ao dos dados para o experimento de Copenhagen. Analisando as figuras (8) e (9), os gr ´aficos mostram claramente que est ´a faltando algo a ser contemplado pelo modelo, o que interfere na obtenc¸ ˜ao de melhores resultados. Pode-se observar, principalmente na figura (9), que se houvesse a presenc¸a de al-gum par ˆametro durante a soluc¸ ˜ao, os resultados se ajustariam a reta central, sendo o ideal nessa an ´alise. Para determinar tal car ˆencia, ter ´a que ser feito um estudo mais aprofundado, que n ˜ao ´e o objetivo dessa dissertac¸ ˜ao.

Tabela 6: Comparac¸ ˜ao da regress ˜ao linear da GILTTG e 3D-GILTT para o experimento de Copenhagen.

Modelo Regress ˜ao R2 k

GILTTG C¯p= 0.77 ¯Co+ 0.004 0.8 0.23

3D-GILTT C¯p= 0.91 ¯Co+ 0.34 0.93 0.1

Tabela 7: Comparac¸ ˜ao da regress ˜ao linear da GILTTG e 3D-GILTT para o experimento de Kinkaid.

Modelo Regress ˜ao R2 k

GILTTG C¯p= 0.79 ¯Co+ 7.32 0.68 0.25

(47)

Figura 8: Regress ˜ao linear para a GILTTG (c´ırculos) e 3D-GILTT (estrela) utilizando os dados de Copenhagen. A reta bissetriz foi inserida como uma guia visual.

Figura 9: Regress ˜ao linear para a GILTTG (c´ırculos) e 3D-GILTT (estrela) utilizando os dados de Kinkaid. A reta bissetriz foi inserida como uma guia visual.

Referências

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