Colégio Policial Militar “Feliciano Nunes Pires”
Professora: Yáskara Beiler Dalla Rosa
Disciplina: Artes
Série: 8º
Tema da aula: Karim Raschid e Irmãos Campana
Objetivo da aula: Conhecer o trabalho desenvolvido
pelos designers Karim Raschid e Irmãos Campana.
Karim Rashid, atualmente casado com a designer digital estadunidense Megan
Lang, pertence à geração de profissionais que fizeram a ponte entre a antiga
noção de design (algo associado até então à ideia de produtos exclusivos e
mobiliário caro) e seu significado de hoje – uma ferramenta para a criação de
produtos populares que se diferenciem dos concorrentes pela elegância e
vantagens de uso. Ele alega que existe um nicho de produtos no mercado que
passam despercebidos e precisam de um mínimo de graça e leveza. Assim, ele
passou a se destacar também em criações de lixeiras, por exemplo.
Rashid vê o design não só como uma área de inovação, mas como uma
possibilidade de libertação do consumidor. Quanto maior a variedade, menos
tendenciosa será a escolha dos consumidores. A diferença e variedade dos
produtos no mercado contribuem inclusive para o que chamaria de, construção
da nossa personalidade através das coisas que consumimos. Pensando assim,
Rashid disse: “Nossa existência é determinada, em boa medida, pelos objetos e
pela arquitetura ao nosso redor. Quando os transformamos para melhor, a vida
também evolui” .
Com esse conceito de dinamismo, suas criações são nada menos do que
futuristas. Para Karim Rashid, estamos presos á uma nostalgia do passado,
do kistch, do tradicional antiquado e se não mudarmos, não iremos
evoluir. As pessoas devem viver seu próprio tempo, e os designers e
arquitetos são os responsáveis a criar as coisas e os lugares de acordo com
a nova atualidade.“ Devemos ser conscientes e sintonizar com o mundo
atual. Se a natureza humana é viver no passado, mudar o mundo é mudar a
natureza humana”(K.R)
Rashid já trabalhou como designer gráfico (criando identidade visual para
marcas como Hyundai, por exemplo), interiores e principalmente produto,
para inúmeras marcas de nome (Alessi, Prada, Giorgio Armani e até a
brasileira Melissa). Suas criações geralmente são em plástico e variam
muito o mercado. Criou mais de 3.000 objetos e ganhou cerca de 300
prêmios em 35 países.
Disponível em:
Disponível em: http://www.eroomservice.com/blog/wp-content/uploads/2010/08/kurv-chair-528x199.jpg
Disponível em:http://theredlist.com/media/database/design-categorie/here-and-now/mixed-design/karim-rashid/020-karim-rashid-theredlist.png
Disponível em:
Disponível em: http://www.delo.si/assets/media/picture/20121029/bosco-pi.jpg?rev=0
Disponível em:
https://tetomodarock.files.wordpress.com/2011/12/compac-lila-by-karim-rashid.jpg
Disponível em: https://tetomodarock.files.wordpress.com/2011/12/compac-passion-by-karim-rashid.jpg
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http://inspirationcuisine.com/inspiration/ressources/upload s/2013/10/Karim-Rashid-designer.jpg
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Quando pouco se falava em sustentabilidade, Fernando e Humberto, então arquiteto e advogado respectivamente, a conjugaram com um espírito inovador e inconformista e se lançaram no mundo do design criando em 1989 o Estúdio Campana, cuja especialidade era mobiliário. Hoje são os designers brasileiros de maior destaque na atualidade. Seu trabalho não se restringe mais a móveis (a variedade inclui o desenho de sandálias para uma famosa marca) e, desde sua união, os Irmãos Campana mantêm-se como vanguarda do design no Brasil e no mundo.
O que começou como um trabalho de confecção de pequenos objetos de fibras naturais na década de 1980 evoluiu para um processo que envolve criação artística e desenho industrial. As obras dos Irmãos recorrem à reutilização de materiais como plástico bolha, cordas, bonecos de pelúcia, preenchidos de significados ligados à cultura brasileira (como cor e referências folclóricas). Daqui resulta um trabalho de re-significação de objetos utilitários. Cadeiras se tornam peças exclusivas e dignas de exposição artística.
De fato, sua primeira exposição, “Desconfortáveis”, aconteceu em 1989 em São Paulo e apresentou sofás e cadeiras feitos de chapas de ferro, gerando em um primeiro olhar a impressão de serem realmente desconfortáveis. Estava dado o passo para que o trabalho dos Irmãos Campana fosse reconhecido como intrigante e era apenas a primeira mostra de que nas obras do Estúdio a relação observador-objeto seria realmente não convencional. Apesar de inovadora, a exposição não fez o esperado sucesso, que só foi obtido nove anos mais tarde com uma exposição no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa), que os alçou ao sucesso internacional.
Esteve presente nesta exposição a icônica Poltrona Vermelha (1993-1998), feita a partir de um rolo de corda (comprado em uma feira, como relatam os irmãos) enrolado a uma estrutura metálica. Esta peça encantou Massimo Morozzi, designer e dono da marca italiana Edra, que passou a fabricá-la a partir de então. O trabalho de confecção da cadeira é tão singular que os Campana filmaram a maneira como a corda deveria ser enrolada à estrutura e enviaram a filmagem para a confecção na Itália. A Poltrona, juntamente com a Cadeira Cone (1997) e a Mesa Inflável (1995), se tornaram parte do acervo permanente do MoMa.
Na década de 1990, o design parecia caminhar para a super-industrialização. Quanto mais high-tech melhor - porém, com os avanços tecnológicos se dando cada vez mais rápido, o que era high em um mês, era low no seguinte, Para obter sucesso era preciso diferenciar-se e é a partir disso que a derrocada e posteriormente perenidade do sucesso de Fernando e Humberto se tornam compreensíveis. Os Irmãos Campana se arriscaram e conseguiram estabelecer uma sólida ligação entre tecnologia e produção artesanal. Suas peças agregam técnica e arte em um trabalho extremamente experimental.
Os Irmãos retiram elementos de seu contexto natural instigando o observador, estimulam a relação que as pessoas têm com os objetos, tiram-nas da sua zona de conforto e as convidam a experimentá-los. A cadeira Corallo (2003), de aço inoxidável moldado manualmente, parece desafiar a gravidade e convida quem observa imediatamente a uma reflexão: será que ela aguenta? E aguenta. Os designers definem este trabalho como um “rabisco em 3D” e acrescentam, “Nosso trabalho é testar os limites dos materiais para ver o que proporcionam à estética e ao conforto”. O juízo de bonito ou feio é apenas um detalhe, a verdade é que não se fica indiferente frente à obra dos irmãos.
Ao mesmo tempo que apresentam trabalhos de intensa experimentação e tecnologia, seu trabalho se afasta da produção em série que caracteriza trabalhos de ponta, ao uni-lo à produção artesanal. Cada peça adquire caráter único e por isso muitas vezes ganha status de obra de arte. Os Campana rompem a fronteira existente entre arte e design.
A presença da cor local é outra constante de seu trabalho. Elementos da identidade brasileira sempre permeiam o trabalho dos irmãos, como na cadeira Favela (1991), inspiradas nas favelas de São Paulo, construída através da reutilização de sarrafos de madeiras, ou na cadeira Multidão (2002), confeccionada com bonecas de pano nordestinas que retratam a migração do Nordeste para o Sudeste do Brasil. Seja na escolha da matéria prima, no uso de cores vibrantes ou na reutilização de objetos tradicionais (como as bonecas nordestinas), o trabalho de Humberto e Fernando transpira brasilidade, alçando elementos do cotidiano nacional à categoria de objetos de design.
Convencionou-se dizer que o trabalho que realizam é uma reinvenção da matéria e é o que parece ser: os Irmãos dão novo valor a objetos cotidianos, corda vira cadeira, bambu vira luminária. Elementos quase antagônicos coexistem em sua obra, dando-lhe um caráter único e controverso, conjugando arte e tecnologia, utilitários e objetos de design, local e global, o chic e o kitsch. “Design não é glamour, design é chão de fábrica” sintetiza Humberto. Os Irmãos Campana são vanguarda e se perpetuam assim porque fazem design transformando o ordinário em extraordinário.
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