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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC: CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PRODOUTOR, PIBIT E FAPESPA
RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO
Período: 08/08/2015 a 20/01/2016 (x) PARCIAL
( ) FINAL
IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
Título do Projeto de Pesquisa: SAÚDE SEXUAL E AIDS NA TERCEIRA IDADE Nome do Orientador: LUCIA HISAKO TAKASE GONÇALVES
Titulação do Orientador: Doutora em Enfermagem Faculdade: Enfermagem\PPGENF
Instituto/Núcleo: ICS
Título do Plano de Trabalho: SAÚDE SEXUAL E AIDS NA TERCEIRA IDADE - nível de conhecimento sobre AIDS/HIV do extrato idoso da população.
Nome do Bolsista: ÉVANY MARIA UMBELINA AMORIM SMITH Tipo de Bolsa:
(x) PIBIC/ CNPq ( ) PIBIC/CNPq – AF
( ) PIBIC /CNPq- Cota do pesquisador ( ) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/UFPA – AF ( ) PIBIC/ INTERIOR ( ) PIBIC/PRODOUTOR ( ) PIBIC/PE-INTERDISCIPLINAR ( ) PIBIC/FAPESPA ( ) PIBIC/PIBIT 2
INTRODUÇÃO
O conceito de sexualidade é bastante complexo e multifatorial, envolvendo o sexo, a identidade sexual e as relações de gênero, o prazer, a intimidade e a reprodução (OMS, 2002). Contudo, quando tratamos de sexualidade geralmente tendemos a relacioná-la ao ato sexual ou mesmo aos órgãos genitais. É necessário entender que a atividade sexual é parte integrante da sexualidade, sem, no entanto, ser sinônimo desta (VIEIRA, 2012).
No que diz respeito à sexualidade na terceira idade, até recentemente acreditava-se que por volta dos 50 anos o declínio da função sexual era inevitável devido à menopausa feminina e a disfunção erétil progressiva masculina (VASCONCELOS et. al., 2004). A crença de que o avanço da idade e o declínio da atividade sexual estejam ligados é errônea e de certa forma responsável pela compreensão acerca da sexualidade, considerada uma das atividades mais fortemente associadas à satisfação com a vida para os indivíduos (VIEIRA, 2012).
É preciso que o envelhecimento seja compreendido não como uma decadência, ou etapa final da vida, mas como uma sequência, como mais uma etapa da vida, tendo suas características e peculiaridades. Os idosos, nesse processo, necessitam aceitar e entender as alterações advindas com o processo de envelhecimento e mais do que isso, manter a autoestima, a vaidade e o amor próprio da mesma forma que nos anos anteriores. A sexualidade, por ser um fenômeno também psíquico, é uma conduta humana, uma forma privilegiada de comunicação entre as pessoas e negá-la ao idoso equivale a privá-lo de uma fonte de relação e comunicação extremamente rica (VIEIRA, 2012).
Vale lembrar que as atitudes a respeito da sexualidade relacionam-se a vários princípios como cultura, religião e educação, valores estes que influenciam o desenvolvimento sexual, sua vivência e a maneira de lidar com ele durante toda a vida. Além disso, é conhecida a influência do gênero nas atitudes sexuais, onde os contextos políticos, sociais e econômicos sabidamente contribuem para orientar o que é ser homem e o que é ser mulher e onde as relações de gênero ainda são desiguais, o que se intensifica quando trata-se de gerações mais velhas, onde resiste mais fortemente a relação de poder masculino (BRASIL, 2013). Dessa forma, o enfermeiro deve considerar todos os aspectos relativos à sexualidade, incluindo o nível de conhecimento que os idosos tem a respeito da AIDS.
JUSTIFICATIVA
A falta de estratégia informativa para a prevenção do HIV/AIDS na terceira idade e a formação reprimida do idoso devido à concepção social errônea deste como assexuado, têm contribuído para a cessação das atividades sexuais das pessoas idosas e/ou na exposição a riscos relacionados à prática sexual, levando a uma maior vulnerabilidade às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), dentre elas o HIV/AIDS (OMS, 2013). Dessa forma, optou-se por investigar o que os idosos pensam sobre a sexualidade na terceira idade. Como eles têm exercido sua vida sexual em sua velhice. O que eles entendem sobre a transmissão, prevenção e tratamento do HIV/Aids, facilitando as informações aos profissionais de saúde e ajudando-os a traçarem metas de combate a essa IST.
OBJETIVOS
GERAL: Analisar qual é o conhecimento dos idosos sobre HIV/AIDS e como é a vivência de sua sexualidade, entre participantes de um programa de extensão para idosos na Unidade Municipal de Saúde do Guamá, Belém.
ESPECÍFICO: Explorar os conhecimentos e a vivência de idosos acerca da saúde sexual, prevenção, tratamento e controle das afecções sexualmente transmissíveis como o HIV/AIDS.
MATERIAL E MÉTODO
Neste estudo, optou-se pela abordagem da investigação avaliativa, adotando-se a triangulação de métodos (DRIESSNACK; SOUZA; MENDES, 2007), pois permite a corroboração de coleta de dados por vários meios no estudo. É um estudo realizado com idosos participantes de um projeto de extensão da UFPA, onde todos os entrevistados passaram pelo critério de inclusão e exclusão, o Minimenton e assinaram o Termo de Livre Consentimento. A pesquisa do tipo descritiva tem como meta descobrir o nível de conhecimento e vivência que os idosos tem em relação a AIDS, levando em consideração sua cultura, saberes, práticas e religião e a forma como influenciam em suas práticas sexuais. A abordagem sequencial se deve à necessidade de avaliar o nível do conhecimento sobre a transmissão/prevenção do HIV/Aids de idosos participantes de um grupo de extensão da UFPA – Idoso Saudável - na UMS do Guamá, o distrito mais populoso de Belém. Para ter acesso a essas informações, foi aplicado questionário sobre HIV para a terceira idade – QHIV3I, produzido e validado por Lazzaroto et. Al. (2008) e adaptado por Nascimento et. al. (2013), onde o pesquisador fazia as perguntas e o idoso respondia de acordo com as opções presentes no questionário. Nesse estudo, os dados serão levantados de uma única vez, de forma assistida, e serão tratados e analisados clinicamente e apresentados, onde couber, pela estatística descritiva, e comparados aos de outros estudos de levantamento semelhante, realizado em nosso meio.
RESULTADOS PARCIAIS
De acordo com o cronograma proposto no projeto as atividades estão sendo realizadas por etapas. Primeiro houve um treinamento e capacitação em iniciação científica onde a professora Lucia HT Gonçalves deu orientações de pesquisa e indicações de artigos científicos e literaturas sobre HIV/AIDS que servissem de base para a pesquisa. Uma visita a biblioteca do Instituto de Ciências da Saúde foi feita para um momento de orientações da Bibliotecária sobre como fazer a busca no banco de dados. Participamos também do XXVI SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTIFICA onde na conferência de abertura foi ministrada uma palestra pelo Prof°. Dr. Gilson Luiz Volpato (Unesp) com o tema: A formação para a pesquisa: o que importa aprender na iniciação científica; no dia 14 de setembro de 2015. Além de assistir a sustentações de mestrado e participar do grupo de pesquisa da Faculdade de Enfermagem EDUGESPEN, houve um treinamento para que a aplicação do questionário sobre HIV para a terceira idade fosse feita da forma
correta. Até o presente momento a aplicação dos questionários se fez a 15 idosos onde todos concordaram em participar e assinaram o TCLE a pedido das pesquisadoras. Abaixo estão os quadros com os resultados parciais da pesquisa.
QUADRO 1: Dados brutos dos 15 idosos respondentes ao questionário sobre HIV para a terceira idade QHIV3I, produzido e validado por Lazzaroto et. Al. (2008) e adaptado por Nascimento et. al. (2013), com 17 perguntas. Foram utilizados pseudônimos com nomes de flores.
Resposta as questões do questionário sobre HIV – QHIV3I, produzido e validado por Lazzaroto et. Al. (2008) e adaptado por Nascimento et. al. (2013) para a terceira idade com 17 questões respondido por 15 idosos
QUESTÕES
1- O vírus HIV é o causador da AIDS. VERDADEIRO: 13
FALSO: 0 NÃO SEI:2
2- A pessoa com vírus da AIDS sempre apresenta sintomas da doença.
VERDADEIRO: 10 FALSO:1
NÃO SEI: 4
3- O vírus da AIDS é identificado através de exames laboratório.
VERDADEIRO: 14 FALSO: 0
4- O vírus da AIDS pode ser transmitido por sabonetes, toalhas e assentos sanitários.
VERDADEIRO: 4 FALSO: 8
NÃO SEI: 3
5- O vírus da AIDS pode ser transmitido por abraço, beijo no rosto e beber no mesmo copo.
VERDADEIRO: 5 FALSO: 7
NÃO SEI: 3
6- O vírus da AIDS pode ser transmitido por picada de carapanã.
VERDADEIRO: 6 FALSO: 5
NÃO SEI: 4
7- A pessoa que usa camisinha nas relações sexuais impede transmissão do vírus da AIDS.
VERDADEIRO: 14 FALSO: 0
NÃO SEI: 1
8- Existe uma camisinha específica para as mulheres.
VERDADEIRO: 14 FALSO: 0
NÃO SEI: 1
9- O uso da mesma seringa e agulha por diversas pessoas transmite AIDS.
VERDADEIRO: 15 FALSO: 0
NÃO SEI: 0
10- A AIDS é uma doença que ocorre somente em homens gays, prostitutas(os) e usuários(as) de drogas.
FALSO: 10 NÃO SEI: 0
11- Os indivíduos da terceira idade não devem se preocupar com a AIDS, pois ela atinge só os jovens.
VERDADEIRO: 1 FALSO: 13
NÃO SEI: 1
12- A AIDS é uma doença que tem tratamento.
VERDADEIRO: 10 FALSO: 3
NÃO SEI: 2
13- A AIDS é uma doença que tem cura.
VERDADEIRO: 3 FALSO: 11
NÃO SEI: 1
14- A AIDS é um castigo de Deus para aqueles que cometeram pecados.
VERDADEIRO: 4 FALSO: 11
NÃO SEI: 0
15- Você conhece alguma pessoa que seja portadora do vírus da AIDS? SIM:8
NÃO: 7
16- Você usa camisinha? SIM: 0
SEMPRE: 0 ÀS VEZES: 0 RARAMENTE: 0 NÃO: 15
17- Já realizou teste de AIDS? SIM: 6
Observação: Essas respostas serão analisadas relacionando com as variáveis demográficas futuramente, juntamente com demais dados que estão sendo colhidos.
ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NOS PRÓXIMOS MESES
Após o fechamento do número idealizado de participantes para a pesquisa (15 homens e 15 mulheres), iniciaremos as reuniões de Grupos focais que a priori serão três com os homens e depois serão realizados mais três encontros com as mulheres onde participarei como observadora 1. Posteriormente reuniremos, organizaremos e analisaremos os dados coletados durante toda a pesquisa e por fim elaboraremos os manuscritos científicos necessários (resumo para Seminário de IC da UFPA/artigo para periódico cient.).
CONCLUSÃO
Os resultados desta pesquisa trarão benefícios para a sociedade, visando a melhoria do serviço oferecido à população idosa, contemplando o idoso em sua completude. Os benefícios para as pesquisadoras incluem a aprendizagem, e expansão nas áreas da saúde sexual do idoso, ampliando o olhar ao idoso de forma integral. Para a comunidade científica, o estudo poderá gerar novas publicações, estimular novas pesquisas que envolvam o tema abordado, enriquecendo os conhecimentos sobre o assunto.
BIBLIOGRAFIAS
BRASIL. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília: Ministério da Saúde, 2007. (Série A. Normas e Manuais Técnicos; Cadernos de Atenção Básica; n.19).
LAZZAROTTO, A. R; et. al. O conhecimento de HIV/AIDS na terceira idade: estudo epidemiológico no Vale dos Sinos. Ciência e Saúde Coletiva. Rio Grande do Sul, v.13, n. 6, p.1833-1840. 2008.
NASCIMENTO, R. G.; et. al. Nível de conhecimento de idosos comunitários em relação ao HIV/Aids: estudo exploratório na rede básica de saúde de Belém, Pará, Brasil. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano. Passo Fundo, v. 10, n. 1, p. 113-122, jan./abr. 2013.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Ministério de Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília: OPAS, 2005.
______. Definindo a saúde sexual: relatório de uma consulta técnica sobre saúde sexual. 28-31 janeiro 2002. Geneva: WHO, 2006.
______. Informe Mundial sobre a violência e a saúde sexual. Genebra: OMS, 2002. PARÁ (Estado). Secretaria Estadual de Saúde Pública. Coordenação Estadual de
DST/AIDS. Boletim Epidemiológico 2012-2013: HIV/AIDS. SECRETARIA Estadual de Saúde Pública. Diretoria de Vigilância em Saúde. Coordenação Estadual de
DST/AIDS: Belém, 2014.
VASCONCELLOS, D.; et. al. A sexualidade no processo do envelhecimento: novas perspectivas – comparação transcultural. Estudos de Psicologia, v.9, n.3, p.413-419, 2004.
VIEIRA, K. F. L. Sexualidade e qualidade de vida do idoso: desfaios
contemporâneos e repercussões psicossociais. 2012. 234f. Tese (Doutorado Integral em Psicologia Social) - Programa Integrado de Pós-Graduação em Psicologia Social, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2012.
WESTPHAL, M. F.; BOGUS, C. M.; FARIA, M. de M. Grupos focais: experiências precursoras em programas educativos em saúde no Brasil. Bol. Oficina Saint. Panam. Washington, v.120, n.6, p. 472-481, 1996.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3 ed. Porto alegre: Bookman, 2010.
SILVA, H. R. Conhecimento de homens idosos sobre a prevenção do HIV/AIDS. 2011. 151f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2011.
DIFICULDADES – O contexto definido da pesquisa é uma unidade de saúde, mais precisamente em um projeto de extensão da UFPA, onde a maioria dos usuários são do sexo feminino. Há uma grande dificuldade de recrutar idosos do sexo masculino para participar da pesquisa e mantê-los por perto enquanto não é fechado o número ideal para
realização dos grupos focais, além de existir certa indisponibilidade dos idosos por conta do horário e pelo deslocamento deles de suas residências até a unidade de saúde.
PARECER DA ORIENTADORA - A bolsista tem se desempenhado a contento na realização das atividades e estudos relativos ao projeto PIBIC. Tem demonstrado durante o semestre passado, comportamento de aluno de iniciação cientifica com independência na busca de conhecimentos adicionais. Caso o projeto se configurar, durante o seu andamento, necessidade de participação de bolsista, a mesma poderá ser indicada para renovação de bolsa. DATA : 29/01/2016 ____ _____________________________________ ASSINATURA DO ORIENTADOR ____________________________________________ ASSINATURA DO ALUNO