• Nenhum resultado encontrado

AS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CONTEXTO ESCOLAR: À LUZ DE UMA ANÁLISE NA BNCC

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "AS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CONTEXTO ESCOLAR: À LUZ DE UMA ANÁLISE NA BNCC"

Copied!
13
0
0

Texto

(1)

AS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CONTEXTO ESCOLAR: À LUZ DE

UMA ANÁLISE NA BNCC

10. Tecnologias Digitais na Prática dos Professores que Ensinam Matemática na Educação Básica - I ENOPEM

Cassiane Beatrís Pasuck Benassi1 Mariane Grando Ferreira2 Rosana Maria de Oliveira3

Resumo

Diante de um cenário cada vez mais acelerado de informações e comunicações, as tecnologias digitais têm contribuído para tornar o ensino nas escolas mais significativo e prazeroso. Em todas as etapas da Educação Básica é discutido a importância da incorporação de metodologias digitais para auxiliar o estudante a pensar, se comunicar e aprender. Várias reformas curriculares têm se evidenciado de modo a incluir o uso das tecnologias digitais como estratégia de ensino, com isso, as propostas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) enfatizam claramente que deve se fazer presente nos currículos das escolas a inclusão de uma cultura digital, de modo que o aluno seja capaz de compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação. Para tanto, o objetivo do presente estudo é analisar como a BNCC enfatiza a utilização das tecnologias digitais na disciplina de Matemática das séries finais do Ensino Fundamental, de modo a promover uma discussão entre as unidades temáticas, objetos de conhecimentos e habilidades. Os resultados apontam que a importância no domínio do universo digital está além dos muros escolares, promovendo impactos sociais, culturais e políticos na vida dos estudantes.

Palavras-chave: Matemática; Cultura digital; Ensino Fundamental; Estudantes.

1. Introdução

Nas últimas décadas as tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs) ganharam mais força, e tem contribuído de forma significativa para o desenvolvimento da sociedade, seja na maneira de pensar, de se comunicar ou de aprender. E a escola é uma das instâncias que contribui para a incorporação dessas práticas, de modo a incluir metodologias de ensino que visem uma maior interação dos estudantes durante as atividades.

1Universidade Estadual do Oeste do Paraná- UNIOESTE: cassibp@hotmail.com

2Universidade Estadual do Oeste do Paraná- UNIOESTE: marianegrando@hotmail.com 3Universidade Estadual do Oeste do Paraná: UNIOESTE: rosanaoliveira288@gmail.com

(2)

Em todas as etapas da Educação Básica a inserção de tecnologias pode representar um contributo para o ensino e a aprendizagem dos alunos, sendo que a utilização desses recursos dependerá da concepção e formação do professor para inserir em suas aulas. Para tanto, é importante conhecer a realidade do ensino no tocante a utilização de tecnologias, para assim, promover o interesse e o engajamento dos estudantes durante o ensino-aprendizagem.

Conforme cita Rezende (2002) “[...] atualmente, professores de várias áreas reagem de maneira mais radical, reconhecendo que, se a educação e a escola não abrirem espaço para essas novas linguagens, elas poderão ter seus espaços definitivamente comprometidos” (p.1). Com isso, várias reformas curriculares têm se evidenciado a incluir a tecnologia como uma estratégia no ensino.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) valoriza as experiências lúdicas das crianças e adolescentes no seu contexto social, deixando em evidência que a interação das tecnologias de informação e comunicação são fontes ricas em estimular a curiosidade e a despertar o imaginário no estudante, estimulando o pensamento crítico, criativo e lógico, além da ampliação na compreensão de si e do mundo natural que o cerca (BRASIL, 2018).

Dentre o uso e a disseminação das tecnologias digitais presentes no contexto escolar, destaca-se entender e discutir como a BNCC (documento que define como deve ocorrer as aprendizagens de todos os alunos em cada etapa da Educação Básica no Brasil) permeia em todo o currículo de uma escola, com ênfase na disciplina de Matemática. Para tanto, o objetivo do presente estudo é analisar como a BNCC enfatiza a utilização das tecnologias digitais na disciplina de Matemática das séries finais do Ensino Fundamental, de modo a promover uma discussão entre as unidades temáticas, objetos de conhecimentos e habilidades.

Trabalhos desta natureza são importantes, uma vez que, no contexto brasileiro, grandes mudanças são necessárias para a efetivar a promoção da cultura digital nos estudantes, de modo a garantir o seu protagonismo na vida pessoal e coletiva.

2. A inserção das tecnologias digitais da informação e comunicação nos currículos escolares

Diante de um cenário acelerado de informações e tecnologias digitais, as práticas pedagógicas no ambiente escolar estão cada vez mais sendo incorporadas de modo a promover

(3)

uma mudança na formação de sujeitos críticos para a participação no mundo social, político, econômico e cultural (CGI.br, 2019).

Sabemos que o “[...] fato de que o simples acesso às tecnologias no ambiente escolar não é capaz de produzir tais contribuições para o desenvolvimento dos sujeitos” (CGI.br, 2019, p. 27), mas se torna extremamente necessário a presença viva de “[...] currículo contextualizado e que propicie a atuação crítica dos alunos e de toda a comunidade escolar. Outra ressalva é que o engajamento da comunidade é essencial para a efetividade das políticas educacionais” (p. 27).

A inclusão das tecnologias digitais na Educação se faz presente na BNCC, que é um documento que visa nortear os currículos Estaduais, Municipais e Federais das escolas públicas e particulares brasileiras de modo a contemplar o desenvolvimento de competências e habilidades presentes em todas as áreas do conhecimento.

Para garantir a aprendizagem ocorrida ao longo da Educação Básica pelos estudantes, a BNCC assegura dez competências gerais, na qual, “[...] competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho” (BRASIL,2018, p. 8).

Dentre as dez competências gerais da Educação Básica, uma delas se destaca sobre o uso das tecnologias, recursos e linguagens digitais:

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva (BRASIL, 2018, p.9).

Essa competência elucida o papel fundamental das tecnologias digitais na vida dos estudantes. Para a BNCC o crescente acesso as tecnologias digitais pelas crianças, adolescentes e jovens tem se mostrado presente culturalmente não somente como consumidores, mas como protagonistas da cultura digital (BRASIL, 2018).

Por sua vez, essa cultura também apresenta forte apelo emocional e induz ao imediatismo de respostas e à efemeridade das informações, privilegiando análises superficiais e o uso de imagens e formas de expressão mais sintéticas, diferentes dos modos de dizer e argumentar característicos da vida escolar (BRASIL, 2018, p. 61).

(4)

Esse panorama, impõe a escola grandes desafios, que vão além de utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação em salas de aula, mas incorporar novas linguagens por meio de uma análise profunda de significados, promovendo a alfabetização e o letramento digital, e assim, oportunizando a inclusão da cultura digital nos estudantes e professores.

No que tange o entendimento da cultura digital, o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb) criou uma ferramenta online para auxiliar na construção dos currículos escolares, de forma aberta e gratuita chamada o Currículo de Referência em Tecnologia e Computação, nas quais os eixos estão alinhados à BNCC e voltados exclusivamente as etapas da educação básica. Na qual traz uma proposta curricular em complemento a BNCC. Com isso, se torna fundamental analisar seus pressupostos, assim como seus conceitos para entender os três eixos presentes: cultura digital, pensamento computacional e tecnologia digital, de modo a refletir sobre as práticas e os currículos escolares.

Imagem1: Currículo de Referência em Tecnologia e Computação

Fonte: CIEB (2018)

A imagem acima nos fornece uma reflexão sobre como o currículo escolar deve ser pautado nas etapas da Educação Básica, mais especificamente para a educação infantil e ensino fundamental. Sendo assim, observamos 3 eixos principais, sendo eles: a Cultura digital, representado pelo letramento digital, cidadania digital e tecnologia e sociedade, já no

(5)

pensamento computacional são inseridos quatro conceitos, reconhecimento de padrões, decomposição e algoritmos, e no eixo tecnologia digital, se faz presente as comunicações em rede, hardware e software e representação de dados.

Para nossa discussão vamos nos remeter ao termo cultura digital, que está presente na quinta competência da BNNC. Segundo o Cieb (2018) a cultura digital se remete as “[...] relações humanas fortemente mediadas por tecnologias e comunicações digitais” (p.18), se aproximando de outros temas como cybercultura, revolução digital ou era digital e sociedade da informação.

Ainda para contemplar o entendimento de cultura digital, temos mais três conceitos, segundo o Cieb (2018), que é o letramento digital “[...] se refere aos multiletramentos ou modos de ler e escrever e interpretar informações, códigos e sinais, verbais e não verbais, com o uso do computador e demais dispositivos digitais” (p.18) é dominar técnicas e habilidades para acessar recursos digitais, a cidadania digital que “trata do uso da tecnologia de forma responsável pelas pessoas”, “[...] é formada por usuários da tecnológia (cidadãos digitais) responsáveis pelo uso apropriado da tecnologia” (p.18), tratando de temas como o acesso, a comunicação, o direito, a resposabilidades digitais entre outros. E o último conceito é o tecnologia e socidade na qual “ trata dos avanços da tecnologia da informação e da comunicação e da representação dos novos desafios para os indivíduos na sociedade” (p.18), e além de tratar dos avanços para a sociedade, trata dos significados para as pessoas.

O currículo de referência em tecnologia e comunicação, além de se preocupar com a cultura digital, nos traz mais duas etapas que é a tecnologia digital que traz referência a funcionalidade dos computadores e suas tecnologias, dentre elas como representar as informações no mundo digital (representação de dados), o funcionamento de hardaware, softwares e seus periféricos e a comunicação e compreensão das redes (CIEB, 2018).

E para finalizar a representação do círculo, a outra etapa mencionada é o pensamento computacional, na qual emerge a capacidade em compreender, representar, analisar e resolver problemas. “Tem sido considerado como um dos pilares fundamental do intelecto humano, ao lado da leitura, escrita e aritmética, pois, como estes, serve para descrever, explicar e modelar o universo e seus processo complexos” (CIEB, 2018, p.19). Neste eixo ainda estão presentes quatro conceitos: a abstração que envolve abstrair elementos e classificar dados para a resolução

(6)

de problemas, os algoritmos que se referem a um conjunto de informações claras para a orientação da resolução de problemas, podendo ser uma linguagem mais específica como o formato de diagrama, a decomposição que engloba o processo da divisão dos problemas em partes menores, para facilitar e auxiliar em olhar os detalhes como um todo e o reconhecimento de padrões, que busca encontrar regularidades e padrões no desenvolvimento dos problemas.

Para tanto, é importante mencionar e entender o currículo de referência em Tecnologia e comunicação, de modo que seja possível em cada etapa da educação básica, a utilização de ferramentas digitais, e até mesmo os próprios conceitos presentes na BNCC, para a contribuição de um ensino por investigação, levando a desenvolver o processo da abtração e da descoberta.

Diante deste cenário de mudanças e desafios, nos propomos a verificar como a BNCC propõe em seu documento o usos das tecnologias digitiais, com um recorte na disciplina de Matemática das séries finais do Ensino Fundamental.

3. Como a BNCC prevê o uso das tecnologias digitais nas aulas de Matemática das séries finais do Ensino Fundamental?

A BNCC em sua versão final para o ensino infantil e fundamental, foi aprovada e homologada em dezembro de 2017. E após sua aprovação, a base foi implementada nas escolas durante dois anos, para que no ano de 2020 pudesse entrar em vigor e estar norteando e traçando as aprendizagens para a educação básica.

Durante o período de reformulação nos currículos dos sistemas e redes de ensino, tanto das escolas públicas e privadas, houveram muitas discussões para de fato implementar a elaboração de um novo currículo, baseados nos princípios da BNCC, de modo a integrar as características locais e regionais dos estudantes. Porém, muitos desafios circundam entre os professores que deverão colocar em prática este currículo, dentre eles, um é a incorporação das tecnologias digitais na aprendizagem dos alunos durante as aulas de matemática. “É importante que a instituição escolar preserve seu compromisso de estimular a reflexão e a análise aprofundada e contribua para o desenvolvimento, no estudante, de uma atitude crítica em relação ao conteúdo e à multiplicidade de ofertas midiáticas e digitais” (BRASIL, 2018, p. 61). Dentre as competências específicas da disciplina de matemática, a BNCC enfatiza em sua quinta competência (conceitos e procedimentos): “Utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive tecnologias digitais disponíveis, para modelar e resolver problemas

(7)

cotidianos, sociais e de outras áreas de conhecimento, validando estratégias e resultados” (BRASIL, 2018, p. 262).

Tendo então como premissa a inserção da cultura digital entre os estudantes da educação básica, que estão cada vez mais engajados nas atividades midiáticas e de modo a priorizar o ensino da matemática, faremos uma análise das unidades temáticas, objetos de conhecimento e suas sucessivas habilidades referente a disciplina de matemática das séries finais do Ensino Fundamental.

Quadro 1: Competências da disciplina de Matemática que possuem a articulação com as tecnologias digitais

Ano Unidades

Temáticas

Objetos de conhecimento Habilidades

6º Números Operações (adição, subtração,

multiplicação, divisão e

potenciação) com números naturais Divisão euclidiana

(EF06MA03) Resolver e elaborar problemas que envolvam cálculos (mentais ou escritos, exatos ou aproximados) com números naturais, por meio de estratégias variadas, com compreensão dos processos neles envolvidos com e sem uso de calculadora.

6º Números Frações: significados (parte/todo,

quociente), equivalência,

comparação, adição e subtração; cálculo da fração de um número natural; adição e subtração de frações

(EF06MA09) Resolver e elaborar problemas que envolvam o cálculo da fração de uma quantidade e cujo resultado seja um número natural, com e sem uso de calculadora.

6º Números Operações (adição, subtração,

multiplicação, divisão e

potenciação) com números

racionais

(EF06MA11) Resolver e elaborar problemas com números racionais positivos na representação decimal, envolvendo as quatro operações fundamentais e a potenciação, por meio de estratégias diversas, utilizando estimativas e arredondamentos para verificar a razoabilidade de respostas, com e sem uso de calculadora.

6º Números Cálculo de porcentagens por meio de estratégias diversas, sem fazer uso da “regra de três”

(EF06MA13) Resolver e elaborar problemas que envolvam porcentagens, com base na ideia de proporcionalidade, sem fazer uso da “regra de três”, utilizando estratégias pessoais, cálculo mental e calculadora, em contextos de educação financeira, entre outros.

6º Geometria Construção de figuras semelhantes: ampliação e redução de figuras planas em malhas quadriculadas

(EF06MA21) Construir figuras planas semelhantes em situações de ampliação e de redução, com o uso de malhas quadriculadas, plano cartesiano ou tecnologias digitais. 6º Geometria Construção de retas paralelas e

perpendiculares, fazendo uso de réguas, esquadros e softwares

(EF06MA22) Utilizar instrumentos, como réguas e esquadros, ou softwares para representações de retas paralelas e perpendiculares e construção de quadriláteros, entre outros.

6º Geometria Construção de retas paralelas e perpendiculares, fazendo uso de réguas, esquadros e softwares

(EF06MA23) Construir algoritmo para resolver situações passo a passo (como na construção de dobraduras ou na indicação de deslocamento de um objeto no plano segundo

(8)

pontos de referência e distâncias fornecidas etc.).

6º Grandezas e Medidas

Ângulos: noção, usos e medida (EF06MA27) Determinar medidas da abertura de ângulos, por meio de transferidor e/ou tecnologias digitais.

6º Probabilidade e Estatística

Leitura e interpretação de tabelas e gráficos (de colunas ou barras simples ou múltiplas) referentes a variáveis categóricas e variáveis numéricas

(EF06MA32) Interpretar e resolver situações que envolvam dados de pesquisas sobre contextos ambientais, sustentabilidade, trânsito, consumo responsável, entre outros, apresentadas pela mídia em tabelas e em diferentes tipos de gráficos e redigir textos escritos com o objetivo de sintetizar conclusões.

6º Probabilidade e Estatística

Coleta de dados, organização e registro

Construção de diferentes tipos de gráficos para representá-los e interpretação das informações

(EF06MA33) Planejar e coletar dados de pesquisa referente a práticas sociais escolhidas pelos alunos e fazer uso de planilhas eletrônicas para registro, representação e interpretação das informações, em tabelas, vários tipos de gráficos e texto.

7º Números Cálculo de porcentagens e de

acréscimos e decréscimos simples

(EF07MA02) Resolver e elaborar problemas que envolvam porcentagens, como os que lidam com acréscimos e decréscimos simples, utilizando estratégias pessoais, cálculo mental e calculadora, no contexto de educação financeira, entre outros.

7º Geometria Simetrias de translação, rotação e reflexão

(EF07MA21) Reconhecer e construir figuras obtidas por simetrias de translação, rotação e reflexão, usando instrumentos de desenho ou softwares de geometria dinâmica e vincular esse estudo a representações planas de obras de arte, elementos arquitetônicos, entre outros. 7º Geometria Relações entre os ângulos formados

por retas paralelas intersectadas por uma transversal

(EF07MA23) Verificar relações entre os ângulos formados por retas paralelas cortadas por uma transversal, com e sem uso de softwares de geometria dinâmica.

7º Probabilidade e Estatística

Pesquisa amostral e pesquisa censitária

Planejamento de pesquisa, coleta e organização dos dados, construção de tabelas e gráficos e interpretação das informações

(EF07MA36) Planejar e realizar pesquisa envolvendo tema da realidade social, identificando a necessidade de ser censitária ou de usar amostra, e interpretar os dados para comunicá-los por meio de relatório escrito, tabelas e gráficos, com o apoio de planilhas eletrônicas.

7º Probabilidade e Estatística

Gráficos de setores: interpretação, pertinência e construção para representar conjunto de dados

(EF07MA37) Interpretar e analisar dados apresentados em gráfico de setores divulgados pela mídia e compreender quando é possível ou conveniente sua utilização.

8º Números Porcentagens (EF08MA04) Resolver e elaborar problemas,

envolvendo cálculo de porcentagens, incluindo o uso de tecnologias digitais.

8º Álgebra Equação polinomial de 2º grau do tipo ax2 = b

(EF08MA09) Resolver e elaborar, com e sem uso de tecnologias, problemas que possam ser representados por equações polinomiais de 2º grau do tipo ax2 = b.

8º Geometria Construções geométricas: ângulos de 90°, 60°, 45° e 30° e polígonos regulares

(EF08MA15) Construir, utilizando

instrumentos de desenho ou softwares de geometria dinâmica, mediatriz, bissetriz,

(9)

ângulos de 90°, 60°, 45° e 30° e polígonos regulares.

8º Geometria Transformações geométricas:

simetrias de translação, reflexão e rotação

(EF08MA18) Reconhecer e construir figuras obtidas por composições de transformações geométricas (translação, reflexão e rotação), com o uso de instrumentos de desenho ou de softwares de geometria dinâmica.

9º Números Porcentagens: problemas que

envolvem cálculo de percentuais sucessivos

(EF09MA05) Resolver e elaborar problemas que envolvam porcentagens, com a ideia de aplicação de percentuais sucessivos e a determinação das taxas percentuais, preferencialmente com o uso de tecnologias digitais, no contexto da educação financeira. 9º Geometria Relações entre arcos e ângulos na

circunferência de um círculo

(EF09MA11) Resolver problemas por meio do estabelecimento de relações entre arcos, ângulos centrais e ângulos inscritos na circunferência, fazendo uso, inclusive, de softwares de geometria dinâmica.

9º Geometria Polígonos regulares (EF09MA15) Descrever, por escrito e por meio

de um fluxograma, um algoritmo para a construção de um polígono regular cuja medida do lado é conhecida, utilizando régua e compasso, como também softwares.

9º Grandezas e Medidas

Unidades de medida para medir distâncias muito grandes e muito pequenas

Unidades de medida utilizadas na informática

(EF09MA18) Reconhecer e empregar unidades usadas para expressar medidas muito grandes ou muito pequenas, tais como distância entre planetas e sistemas solares, tamanho de vírus ou de células, capacidade de armazenamento de computadores, entre outros.

9º Probabilidade e Estatística

Análise de gráficos divulgados pela mídia: elementos que podem induzir a erros de leitura ou de interpretação

(EF09MA21) Analisar e identificar, em gráficos divulgados pela mídia, os elementos que podem induzir, às vezes propositadamente, erros de leitura, como escalas inapropriadas, legendas não explicitadas corretamente, omissão de informações importantes (fontes e datas), entre outros.

9º Probabilidade e Estatística

Leitura, interpretação e

representação de dados de pesquisa expressos em tabelas de dupla entrada, gráficos de colunas simples e agrupadas, gráficos de barras e de setores e gráficos pictóricos

(EF09MA22) Escolher e construir o gráfico mais adequado (colunas, setores, linhas), com ou sem uso de planilhas eletrônicas, para apresentar um determinado conjunto de dados, destacando aspectos como as medidas de tendência central.

9º Probabilidade e Estatística

Planejamento e execução de pesquisa amostral e apresentação de relatório

(EF09MA23) Planejar e executar pesquisa amostral envolvendo tema da realidade social e comunicar os resultados por meio de relatório contendo avaliação de medidas de tendência central e da amplitude, tabelas e gráficos adequados, construídos com o apoio de planilhas eletrônicas.

Fonte: Adaptado da Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018)

O quadro acima nos mostra um panorama de como as competências propostas pela BNCC da disciplina de Matemática dos anos finais do Ensino Fundamental se articulam com as tecnologias digitais, permeando pelas unidades temáticas. “Nessa direção, a BNCC propõe

(10)

cinco unidades temáticas, correlacionadas, que orientam a formulação de habilidades a ser desenvolvidas ao longo do Ensino Fundamental. Cada uma delas pode receber ênfase diferente, a depender do ano de escolarização” (BRASIL, 2018, p. 268). Estas Unidades são Números, Álgebra, Geometria, Grandezas e Medidas e Probabilidade e Estatística. Nas quais, a cada ano, tem-se o objetivo de aperfeiçoar a unidade temática, visando a continuação no processo de ensino e aprendizagem.

Diante dos dados analisados na BNCC, das 34 habilidades presentes na disciplina de matemática do sexto ano, 10 fazem menção a utilização das tecnologias digitais, tais como o uso de calculadora, softwares, mídia, como uma forma de enriquecer e potencializar as representações matemáticas. No sétimo ano, das 37 habilidades, cinco enfatizam a utilização de calculadoras, o uso de softwares, planilhas eletrônicas e o uso da mídia como uma forma de se comunicar e argumentar. Agora no oitavo ano, das 27 habilidades, quatro mencionam a utilização de tecnologias digitais e softwares de geometria dinâmica (são os softwares que constroem figuras geométricas por meio de uma simulação utilizando régua e compasso). Já na última série do Ensino Fundamental (nono ano), das 23 habilidades, 7 mencionam o uso das tecnologias digitais, como: o uso e o apoio das planilhas eletrônicas, o uso de softwares de geometria dinâmica, armazenamento de computadores e a divulgação da mídia.

Assim, desde a utilização da calculadora, dos diferentes tipos de softwares, das planilhas eletrônicas, da utilização de computadores, celulares, das demais tecnologias digitais da informação e comunicação, todas elas desenvolvem um importante papel nas aulas de matemática, pois além de despertar o interesse nos estudantes, pode associar a escrita, o desenho, a lógica, o desenvolvimento cognitivo na busca do processo da abstração e da descoberta, de modo a promover a cultura digital.

É possível percebermos diante dos dados, que as unidades de significados estão intrinsecamente relacionadas aos objetos de conhecimentos que resultam em habilidades, e estabelecem relação com a aplicação dos significados dos objetos, com seu cotidiano, com a sua aplicabilidade no mundo digital, aplicando conceitos, procedimentos e resultados de maneira a obter soluções e interpretações (BRASIL, 2018). As estratégias como a resolução de problemas, investigação, modelagem e desenvolvimento de projetos “[...] são potencialmente ricos para o desenvolvimento de competências fundamentais para o letramento matemático

(11)

(raciocínio, representação, comunicação e argumentação) e para o desenvolvimento do pensamento computacional” (BRASIL, 2018, 266).

Desse modo, a BNCC retrata o que deve ser abordado em cada unidade temática, enfatizando os objetos de conhecimento com as habilidades. No caso dos Números o principal objetivo é desenvolver o pensamento numérico por meio de situações significativas, colocar os estudantes diante de várias situações problemas que visem registrar, operar significados, incluindo o uso das tecnologias digitais. Na unidade temática Álgebra tem a preocupação de desenvolver o pensamento algébrico, enfatizando o desenvolvimento da linguagem, compreendendo, investigando, criando, interpretando regularidades, identificando padrões para generalizá-los, contribuindo para o pensamento algébrico. Na Geometria, o objetivo é o desenvolvimento do pensamento geométrico no estudante, por meio da utilização de vários conceitos, investigando propriedades, associando a construções, representações e interdependência, usando como aporte metodológico os recursos como papel, tablets, smartphones, softwares de geometria dinâmica. Outra unidade é as Grandezas e Medidas, na qual, tem a função de promover a integração da matemática com as outras áreas do conhecimento e a outras unidades temáticas, ressaltando a importância da linguagem utilizada para o armazenamento de dados dos computadores. E por fim, a Probabilidade e Estatística, na qual deve promover problemas da vida cotidiano do aluno, raciocinar, representar, descrever, explicar fenômenos, com o auxílio das tecnologias digitais e com a mídia, afim de planejar e desenvolver relatórios de pesquisas (BRASIL, 2018).

Merece destaque o uso de tecnologias – como calculadoras, para avaliar e comparar resultados, e planilhas eletrônicas, que ajudam na construção de gráficos e nos cálculos das medidas de tendência central. A consulta a páginas de institutos de pesquisa – como a do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – pode oferecer contextos potencialmente ricos não apenas para aprender conceitos e procedimentos estatísticos, mas também para utilizá-los com o intuito de compreender a realidade (BRASIL, 2018, p.274).

Percebemos a todo instante a presença viva das tecnologias digitais, do pensamento computacional e da cultura digital imersa nas propostas da BNCC e para tanto, como afirma Kalinke (2014, p. 25), “[...] para acompanhar essas transformações, o profissional do magistério precisa estar atento a esse novo contexto tecnológico e preparado para enfrentar as novidades com as quais se depara constantemente”. Precisamos nos inserir nesta cultura digital, pois, as crianças estão precocemente tendo a aproximação com estas tecnologias.

(12)

A utilização das tecnologias “[...] favoreceu o desenvolvimento de uma cultura de uso das mídias e, por conseguinte, de uma configuração social pautada num modelo digital de pensar, criar, produzir, comunicar, aprender – viver” (ALMEIDA; SILVA, 2011, p. 4).

Assim, a utilização de tecnologias digitais nas aulas de Matemática proporciona melhores resultados, sejam elas na forma oral ou escrita, produzem maior autonomia nos estudantes, além de exercer o protagonismo na vida pessoal e coletiva. Não podemos nos limitar a dizer que as tecnologias por si só resolverão os problemas hoje existente, sejam eles, o déficit de conteúdos ou falta de interesse dos estudantes, mas, se as mesmas forem incorporadas como uma forma de aproximar os estudantes ao universo digital, apropriando-os das linguagens tecnológicas digitais, tornaremos nossos alunos fluentes em sua utilização (BRASIL, 2018).

4. Considerações Finais

A matemática é uma ciência hipotética-dedutiva e faz parte do produto da inteligência humana, capaz de promover a essência do imaginário no aluno. O conhecimento da matemática é fundamental para os estudantes da Educação Básica, pois potencializa ações e práticas críticas para além dos muros escolares.

E as tecnologias digitais vem ao encontro desta ciência, para enriquecer e diversificar as várias formas de ensinar, como afirma Bittar (2006, p. 6) “[...] é uma área privilegiada no que diz respeito à riqueza de softwares”, por ter uma gama de softwares livres, gratuitos, simuladores, calculadoras e aplicativos que auxiliam o professor na elaboração de situações didáticas significativas, privilegiando a abstração, a leitura, a interpretação, a análise e a tomada de decisão.

Contudo, para entender a dinâmica de interação da escola com a utilização das tecnologias digitais, se faz necessário conhecer e discutir sobre BNCC, sua proposta, suas competências e habilidades, neste caso, a disciplina de matemática das séries finais do ensino fundamental, que deve ser pautada na introdução da cultura digital, de modo que o estudante dominem o universo digital, sendo capazes de usar o pensamento computacional para se informar e se comunicar, acessando, disseminando e produzindo conhecimentos.

A implementação das tecnologias digitais nas escolas, implica em várias mudanças, que vão além da formação do professor. É necessário o envolvimento de todos os segmentos da escola, como alunos, professores, administradores, comunidade e pais, assim como, políticas

(13)

públicas que visem profundas mudanças educacionais para a formação de um cidadão mais crítico, mais ativo, participativo e ético, capaz de tomar decisões e atuar em uma sociedade constante a mudanças.

5. Agradecimentos

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de financiamento 001.

6. Referências

ALMEIDA, M. E.; SILVA, M. G. Currículo, Tecnologia e Cultura Digital: espaços e tempos de web currículo. Revista e-Curriculum (PUCSP), São Paulo, v. 7, p. 1-19, 2011.

BITTAR, M. Possibilidades e dificuldades da incorporação do uso de softwares na aprendizagem da Matemática. Um estudo de um caso: O software Aplusix. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 3., 11 – 14 out. 2006.

Anais... Aguas de Lindóia, SP: SIPEM, 2006.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: BNCC. 2018. Disponível em:

<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf> . Acesso em: 10 set. 2020.

CENTRO DE INOVAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO BRASILEIRA – CIEB. Currículo de

referência em tecnologia e computação: Educação Infantil ao Ensino Fundamental. 2018.

Disponível em:

<https://curriculo.cieb.net.br/assets/docs/Curriculo_de_Referencia_em_Tecnologia_e_Compu tacao.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2020.

COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL – CGI.br. TIC Educação: Pesquisa Sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas Escolas, 2019. São Paulo: CGI.br. Disponível em:

<https://www.cetic.br/media/docs/publicacoes/216410120191105/tic_edu_2018_livro_eletron ico.pdf>. Acesso em: 15 set. 2020.

KALINKE, M. A. Tecnologias no Ensino: a linguagem matemática na web. Curitiba, PR: CVR, 2014.

REZENDE, F. As novas tecnologias na prática pedagógica sob a perspectiva construtivista.

Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, v. 2, n. 1, p. 1-18, 2002. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/epec/v2n1/1983-2117-epec-2-01-00070.pdf>. Acesso em: 20 set. 2020.

Referências

Documentos relacionados

A igualdade de gêneros é fundamental para as sociedades democráticas e igualitárias. Muita coisa mudou desde a década de 1970, quando as mulheres entraram

Para facilitar o dimensionamento, utiliza-se uma tabela, que a partir do número de condutores e a seção do maior condutor de cada trecho, fornece o tamanho nominal

norma subjetiva e controle comportamental, associados ao não uso de preservativos de HSH. A adaptação envolveu quatro fases: tradução e tradução reversa do questionário;

ÎÑÙÛÎ×Ñ Ê×ÌÑÎ×Ñ

It leverages recently released municipality-level information from Brazil’s 2017 Agricultural Census to describe the evolution of three agricultural practices typically connected

O objetivo deste trabalho foi estudar a evaporação por meio da transferência de massa no solo, em uma barragem subterrânea submetida às diferentes profundidades do lençol

SOLOS E MANEJO FLORESTAL – Eucalyptus spp Responsável pelo desenvolvimento de estratégias de conservação de solos e manejo florestal para todas as áreas de eucalipto plantadas

Na introdução Roberto Machado expõe uma idéia geral das obras de Foucault e esclarece que Microfísica do Poder é um deslocamento do espaço da análise e do grau em que ela se realiza