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Sincretismo televisual: o mundo unido na televisão

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Academic year: 2021

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Sincretismo televisual:

o “mundo unido” na televisão

Christiane Maria da Bôa Viagem Oliveira1

Resumo

Este texto traz um breve estudo sobre o programa de televisão Genfest’95, produzi-do e promoviproduzi-do pelo movimento cristão mais difundiproduzi-do no munproduzi-do, o Movimento dos Focolares – ligado à Igreja Católica. A análise realizada identifica alguns meca-nismos de persuasão utilizados pelo programa para convencer o destinatário do discurso apresentado. É através de uma “festa entre amigos” que o programa se constrói para promover ideias evangelizadoras num grande evento que celebra, a um só tempo, as práticas sociais e religiosas da Igreja.

Palavras-chave: Movimento dos Focolares; religião e audiovisual; Chiara Lubich,

Genfest’95.

Televisual syncretism: the “united world” in television Abstract

This text brings forth a short study about genfest television programme, produced and promoted by the most diffused, spread out movement throughout the world, the focolarini movement – movimento dei focolarini bound to the catholic church. The accomplished, achieved analysis identifies some persuasion mechanisms used by the above-mentioned programme in order to convince the presented, spread out discourse addressee. It is just through a “feast among friends”, a “friends meeting”, that the above-mentioned programme is built up in order to promote, aiming at promoting evangelizing ideas in a great event that celebrates, in an only time, the church’s social an d religious practices.

Key words: “Focolarini” Moviment – Religion and Audiovisual – Chiara Lubich –

Genfest

1 Introdução

E

ste trabalho se propõe mostrar, através da análise de um breve vídeo, as várias formas de expressão de diferentes linguagens que, articuladas, reiteram o sentido construído no programa de tele-visão Genfest’95: o “mundo unido” (Fig. 1, 2 e 3). Entendemos que o sincretismo de linguagens na televisão é uma das maneiras de

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reitera-ção dos mecanismos que fazem com que a proposta citada seja aceita como um “dizer-verdadeiro”. Escolhemos esse vídeo de quatro mi-nutos que narra a história do Movimento dos Focolares, promotor do evento, e o perfil de Chiara Lubich, sua fundadora, porque considera-mos que essa parte do programa, é um dos principais momentos de manipulação do destinador.

O Genfest’95 foi uma manifestação internacional de jovens promovida pelo Movimento dos Focolares que reuniu, no Ginásio de Esportes Palaeur, em Roma (Itália), 12 mil jovens de mais de 100 países, tendo parte de sua programação veiculada, ao vivo, pela emis-sora italiana RAIUNO, em 20/05/1995, retransmitida por 53 televi-sões nacionais e 350 regionais. O programa chegou a 45 países, atin-gindo a marca de mais de 500 milhões de telespectadores, podendo ser considerado um acontecimento midiático2.

O Movimento dos Focolares é o movimento cristão mais difundido no mundo, mas agrega fiéis de várias religiões (cristãos, muçulmanos, budistas, hebreus, etc.) de diferentes culturas, classes sociais, escolaridade, etc., além de pessoas que não possuem um referencial religioso3. Hoje, mais de quatro milhões e meio de pesso-as, em 184 países dos cinco continentes, aderem à meta principal dos Focolares: a “unidade”, também chamada de “mundo unido”4. Essa rede mundial vem sendo tecida pelos Focolares através da utilização de diversas mídias ao longo de sua história5, entre elas a televisão. E o primeiro encontro internacional de jovens dos Focolares veiculado pela televisão em canais abertos, ao vivo, para dezenas de países dos cinco continentes, foi o Genfest’95.

2 O “Mundo Unido” dos Focolares

O Movimento dos Focolares foi fundado durante a Segunda Guerra Mundial pela então jovem cristã Chiara Lubich, ainda sua atual presidente, e por um grupo de amigas. Narra-se que Lubich e suas amigas, em meio à dura realidade de mortes e destruição, busca-vam um ideal que não passasse e, num determinado momento, “en-tenderam” que Deus era aquele que “não morre e nenhuma bomba pode destruir”6. Passaram, assim, a viver de acordo com o Evangelho

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como resposta a compreensão desse ideal que se manifestava como “Deus-Amor”. Nos escritos do Movimento relatados por Lubich7, conta-se que elas aprenderam com o Evangelho a amar a todos sem distinção, com desinteresse, amar-se reciprocamente e a amar ao ponto de dar a vida pelos amigos8. Mas foi um episódio paradoxalmente acontecido naquele período de divisão que se estabeleceu a meta prin-cipal dos Focolares: a “unidade”, que posteriormente passou a usar a expressão “mundo unido”, para designar a mesma ideia. Afirma-se que Lubich estava com suas amigas, uma vez entre tantas outras, num subterrâneo escuro para se proteger dos bombardeios e, à luz de uma vela, abriu o Evangelho ao acaso e caiu na página da oração pronun-ciada por Jesus antes de morrer: “Pai, que todos sejam um”9. Há um texto de Chiara sobre aquele momento no qual ela observa: “Come-çamos a ler e nasceu entre nós a certeza de que tínhamos nascido para realizar aquela página. Vimos nela a carta magna do novo Movimen-to que nascia”10.

Por esse breve resumo, podemos dizer que a história do Movimento constrói-se pela narrativa de “Chiara” como actante que recebe competência do destinador “Deus” para “realizar a unidade” manifestada pela expressão “Pai, que todos sejam um”11. Essa com-petência adquirida é manifestada pelo valor modal descrito como “amor, amar” manifestado nas “palavras do Evangelho”, a “boa nova de Jesus”, filho de Deus.

O Movimento dos Focolares expressa essa busca da “unida-de” também em vários projetos desenvolvidos, em nível mundial, em diversas áreas, como por exemplo, na economia com a “Economia de Comunhão”; com atividades realizadas, a cada ano, em várias cida-des do mundo envolvendo primeiramente os jovens durante a “Se-mana Mundo Unido”; nas artes, com os grupos multiartísticos “Genverde” e “Genrosso”; em congressos internacionais para profis-sionais de várias áreas; através do “Projeto África”, para motivar a cooperação mundial; na participação de outros projetos como a “Ope-ração Japão”, para criar opinião pública em busca da paz mundial etc.

Podemos dizer que esses discursos de “unidade” do Movi-mento são construídos nas suas várias mídias e tecidos pelo destinador

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de diversas formas, persuadindo o destinatário através de estratégias, para que ele “continue ou passe a aderir” à “unidade”. Tudo é construído numa recorrência aos textos Evangélicos, na construção de uma identidade entre destinador e destinatário em cada mídia, na reiteração de um nós subjetivo etc. Além disso, percebemos, em di-versos textos dos Focolares, a recorrência da mesma narrativa da actante “Chiara”, o percurso do sujeito que é manipulado e passa de um estado de “separação” para um estado de conjunção com a “uni-dade”.

3 Sincretismo de Linguagens no Genfest’95: o “mundo unido” como “vontade de Deus”

Observemos a construção do “mundo unido”, articulada pelo sincretismo de sistemas, na parte que consideramos um dos seus prin-cipais momentos: o vídeo que antecede a entrada de Chiara Lubich (Fig.1) no Ginásio Palaeur para responder às 12 perguntas dos jo-vens. Este vídeo, através da utilização de procedimentos discursivos que criam efeitos de sentido de verdade, realidade, atualização e contemporaneidade, prepara o telespectador para “ouvir” e “enten-der” o que Chiara Lubich irá falar. Reproduz o “real”, utilizando ima-gens do mundo natural e histórico em que vivemos, fazendo com que o discurso seja aceito pelo destinatário como dizer-verdadeiro.

O vídeo narra a história e o desenvolvimento do Movimento dos Focolares. Na primeira parte, narrado em off, por uma voz femi-nina, é apresentado o início dos Focolares, com Chiara Lubich sendo “tocada por Deus”, motivação primeira do surgimento do Movimen-to. O texto em off instala um ele no enunciado, não assume nem eu nem nós, criando assim um efeito de sentido de objetividade12. Entre-tanto, o discurso constrói uma “subjetividade” manifestada pela “voz de mulher” e as frases faladas por essa locução que conta “as lem-branças”, construindo, assim, um “eu que fala” – um eu-Chiara que relembra o passado. A articulação do sistema sonoro13, por sua vez, combina-se com o sistema visual, reiterando esse mecanismo.

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Esse sujeito ganha visibilidade com as imagens coloridas de uma moça de cabelos compridos, brincos longos, vestida de calça comprida (jeans) e jaqueta (Fig. 5 e 6). O sujeito-Chiara se concretiza como uma jovem que vive no final do século XX: veste-se como jovem, tem amigos, passeia, faz reflexões sobre a vida, reza. A músi-ca em background14 também tem uma sonoridade daquele período, um ritmo “pop” que remete ao início dos anos 90. A letra, cantada em inglês, traz um sentido de universalidade, que a própria língua ingle-sa dimensiona no mundo atual em que vivemos: é compreensível a todas as pessoas, de todos os lugares. Pelo sincretismo de linguagens, manifesta-se no texto uma atualização da história de Lubich através de uma neutralização do passado pelo presente15. A estratégia utiliza-da pelo enunciador, com esse mecanismo, traz o sentido de que essa história pode se repetir com qualquer outra jovem que vive nos dias de hoje.

O texto constrói, usando outro procedimento16, que essa pos-sível “repetição” da história de Lubich não tem um lugar certo para acontecer, pode-se dar em qualquer lugar. É o sistema visual que apre-senta o espaço do enunciado com imagens de ruas, bosque, praia; instala-se um não aqui, manifestando-se como um lá enuncivo, espa-ço fora da instância da enunciação. Pela linguagem verbal oral, o sentido se faz presente, compreendendo-se que esse lá é um “lugar indefinido”, como afirma a voz feminina: “... numa capela escura...”; reiterado pelas próprias imagens de ruas, bosque, paria, que não rece-bem nenhuma definição mais clara de onde se situam ou o nome, são apenas “ruas, bosques, praia indefinidos”. Como a articulação dos sistemas sonoro e visual, podemos considerar que esse lá instalado pode ser entendido com “qualquer lugar”. Com esses mecanismos, o enunciador traz a história de Chiara Lubich possível de se repetir com qualquer jovem de hoje e em qualquer lugar.

O vídeo começa com a jovem andando de bicicleta e con-versando com um casal de amigos na calçada. Em seguida, entra uma legenda escrita que passa na parte inferior do vídeo: “Imagine uma jovem enamorada. O amado em seus olhos. Compreende a sua pre-sença com os sentidos da alma”. Essa legenda passa sobre as imagens da jovem que caminha sozinha, em alguns momentos apressada, por

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um bosque, entre as árvores; olha o caminho; observa o alto das mon-tanhas; o horizonte e a cidade do alto. Possui uma expressão facial séria, parecendo fazer reflexões sobre a vida. A visualidade, expressa pelas imagens ao ar livre, mostra uma jovem em sua relação com o mundo através do cotidiano, dos amigos, do lazer, dos pensamentos; o dia a dia de tantas jovens da atualidade. Pela articulação com a lingua-gem verbal escrita, o sentido se faz ao indicar que se trata de uma história de amor “diferente”, pois o “amado é sentido com a alma”.

Em seguida, ela entra numa capela. Reiterando as imagens, a voz feminina em off, usando terceira pessoa (um ele no enunciado, como já observamos), conta-nos de uma jovem de 19 anos com o futuro a sua frente, nos moldes de todas as demais jovens de seu tempo, para uma vida de encontro com o amor, o trabalho, uma famí-lia, filhos. A locução nos enuncia: “Num momento de prece, numa capela escura, aquela jovem foi tocada pelo onipotente. E, num diá-logo silencioso, houve o encontro com o maior dos amores. No ínti-mo de seu coração, entendeu que sua vida mudaria e seu futuro seria diferente. Não sabe detalhes, somente que muitos outros a seguirão”. Enquanto ouve-se essa narração, o vídeo nos apresenta uma sequência de imagens fechadas da jovem sozinha no interior de um templo, olhando o altar, depois, uma parede com uma pintura envelhecida de Maria carregando, no colo, Jesus bebê.

Pela articulação dos sistemas sonoro e visual, apresenta-se a jovem em sua interioridade, que é expressa pelo sistema visual através de um ambiente fechado, que se opõe às imagens precedentes -ao ar livre, em as suas relações com o mundo exterior, a exterioridade. Essa visibilidade reitera o que a linguagem verbal oral manifesta: “foi tocada pelo onipotente... no íntimo de seu coração...”. Pela opo-sição de imagens externas (rua, bosque) e internas (capela), essa sequência nos faz entender que o “amado sentido com a alma” é Deus; essa é a história que foge aos padrões tradicionais (“... sua vida mu-daria e seu futuro seria diferente...”). E o efeito de atualidade, construído pela articulação das linguagens, traz o sentido de que esse diálogo “íntimo” com o “onipotente”, pode acontecer nos dias de hoje, com qualquer pessoa, também com o destinatário que está as-sistindo ao programa de tevê.

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Depois desse encontro com o “maior dos amores”, que é a manifestação da manipulação17 do destinador-manipulador Deus, a locução traz que o sujeito-Chiara aceita essa manipulação: “E res-ponde sim a Deus, deixando para trás seus projetos e sonhos”; entra em conjunção com “a vontade de Deus” (“... sabe que muitos outros a seguirão”). As imagens reiteram essa conjunção, concretizando-a. A sequência começa com um plano geral bem aberto da praia, com o céu azul, montanhas ao fundo e a jovem caminhando pela areia - o sujeito-Chiara está em harmonia com a “criação”, faz parte dessa composição da natureza do “onipotente”.

Segue-se com um detalhe18 de uma onda que se quebra na

areia com suas espumas brancas, plano que nos remete ao batismo. Considera-se o batismo como uma iniciação em alguma seita ou, para os cristãos católicos19, a purificação pela qual a água apaga o pecado e faz com que a pessoa se volte para Deus20. O mar concretiza essa conjunção com Deus. As imagens seguem com um plano geral bem aberto da praia e do mar, com a jovem caminhando sozinha, devagar, descalça pela areia, com um vestido branco que voa ao vento (Fig. 7). O pisar sem sapatos na areia é uma figurativização desse “estar em conjunção com Deus”; a onda do mar e o branco do vestido, estar purificada, e o esvoaçar da roupa, estar livre. O sistema visual con-cretiza essa conjunção, o sujeito-Chiara apresenta-se, purificada e li-vre, em “unidade” com Deus.

Em planos abertos, esse caminhar e o olhar da jovem pela praia acontece numa direção oposta à do início do vídeo, quando ela anda pelas ruas e pelo bosque sempre na mesma direção: da direita para a esquerda. Ela agora vai em sentido contrário, da esquerda para a direita, numa manifestação de mudança de direção do caminho que passa a ter sentido, a nos dizer da busca e do encontro de nossa perso-nagem. Na cultura ocidental, na qual o vídeo está inserido, o movi-mento da direita para esquerda nos remete a um sentido de “volta”: o anti-horário, a direção oposta da leitura, etc. Podemos dizer, assim, que, no início, até entrar no templo, a direção em que a jovem cami-nha concretiza uma “volta” às origens, a pregação de Jesus, manifes-tada pela capela antiga e pela pintura na parede de Jesus e Maria “envelhecida” pelo tempo. Com a mudança de “rumo” depois da

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con-junção com Deus (“...entendeu que sua vida mudaria...”), a direção do caminhar (da esquerda para a direita) passa a ter o sentido da pre-gação de Chiara como delegada de Deus, ela é aquele sujeito que recebeu a competência divina para a performance de “fazer a vontade de Deus”, que mais adiante será manifestada pelas frases: “... levar amor e unidade ... a todos os ângulos da terra...” e “Pai, que todos sejam um”21, do Evangelho de São João.

Ainda nessa sequência de imagens na praia, a jovem pára e observa o mar, mira o horizonte na direção que começou o vídeo: da direita para a esquerda. A direção do seu “olhar” manifesta um obser-var “o que deixou para trás”. A linguagem verbal oral reitera a ima-gem: “Agora pertence toda a Ele [Deus]22” e continua: “Mas [ela, a

jovem]23 nunca poderia imaginar aquilo que aconteceria depois”. Num

enquadramento fechado da água do mar que brilha pelo reflexo do sol, há um fusão dessa imagem com uma panorâmica de um auditó-rio lotado de pessoas e Chiara Lubich em frente àquele público. Essa primeira parte termina com a conclusão da locução: “Estava para nascer a grande família que se chama Movimento dos Focolares”. Essa passagem da “água brilhante” para o “mar de gente” que aplau-de alegre reitera a última frase citada e aplau-demonstra que o seu “sim” foi “recompensado” com a composição desta “grande família”.

Com todas essas relações, o vídeo apresenta o percurso nar-rativo do sujeito-Chiara sendo manipulado pelo destinador-manipulador Deus e assumindo a competência doada por ele. Entra em conjunção com o “maior dos amores”, o “onipotente” (Deus) para realizar o percurso “novo rumo” que posteriormente será entendido como “levar amor e unidade a todos os ângulos da terra”, construir o “mundo unido”. O passado de Chiara, através do vídeo, está sendo atualizado, torna-se presente, como observamos antes. Essa opção feita pelo enunciador do programa, criando o efeito de sentido de atualização do discurso, faz com que aquela escolha de Deus seja reiterada a cada adesão de um jovem à proposta do “mundo unido”. Percebemos também que Deus se torna atual, “não é coisa do passa-do”, pode-se viver por ele em todos os tempos. Essa atualização, com imagens e sonoridade dos dias de hoje, visa a uma “identificação” por parte dos jovens, o destinatário telespectador.

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Na segunda parte do vídeo, há o relato do desenvolvimento do Movimento dos Focolares, desde a época de sua fundação, duran-te a Segunda Guerra Mundial, até a divulgação da “espiritualidade da unidade” entre líderes de igrejas cristãs. A locução, em off, desta vez, é feita por uma voz masculina que estabelece um tipo de “formalida-de” ao que é apresentado, remetendo-nos à exibição de um telejornal. A “credibilidade” do vídeo vai-se construindo pela projeção de um

ele no enunciado, criando o efeito de sentido de objetividade, um

distanciamento do que está sendo apresentado - uma verdade discursiva, reiterada pelas ancoragens na nossa história através de referências de lugares e pessoas do mundo em que vivemos. A sono-ridade do vídeo, pela música instrumental em BG, traz um ritmo ágil ao que está sendo apresentado, numa reiteração do dinamismo da atualidade. É o dizer verdadeiro do discurso construído pela organi-zação textual em sua articulação sincrética.

Depois da fusão da imagem da água brilhante do mar com uma panorâmica de um auditório lotado e com Chiara à frente desse púbico, inicia-se essa segunda parte do vídeo. Aquele público que aplaude alegremente Chiara, bem como a sequência seguinte de ima-gens (famílias brincando no jardim, crianças orientais às marima-gens de um lago etc.), reitera o “sim” que ela deu a Deus. Chiara não está mais sozinha, pois, além de Deus, tem a “grande família” do Movi-mento dos Focolares, no mundo, compartilhando a sua “meta”, como afirma a locução: “Hoje mais de dois milhões de pessoas24 no mundo inteiro vivem sobre o rastro daquele sim, dividindo com Chiara o desejo de que se realize logo “o mundo unido”: ‘Pai, que todos sejam um’”. A frase citada do Evangelho de São João: “Pai, que todos sejam um”25, é uma manifestação do objeto de valor “mundo unido”. O objetivo de Chiara era justamente buscar esse “mundo unido”: “le-var amor e unidade ... a todos os ângulos da Terra ... entre as pessoas mais pobres até os grandes do nosso tempo”, ou seja, doar essa com-petência (valor modal “amor”) adquirida de Deus, para que “todas as pessoas” entrem em conjunção com o “mundo unido”. E esse objeto de valor passa a ser assumido pelos membros do Movimento dos Focolares, também por aqueles 14 mil jovens que estão no ginásio do Palaeur. Com a apresentação desse vídeo, entendemos que Chiara é

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apresentada como um sujeito competente capaz de repassar os valo-res modais necessários para que o destinatário, telespectadovalo-res jo-vens de dezenas de países possam entrar em conjunção com o “mun-do uni“mun-do”. A sua participação no Genfest’95, responden“mun-do às pergun-tas, constrói-se como fundamental para isso.

Para convencer esse telespectador do que está sendo apre-sentado, o enunciador cria mecanismos que constroem a verdade do discurso, tentando fazer com que o texto tenha um grau de convenci-mento de sua reprodução do “real”. No vídeo em análise, ao contar a história do Movimento, além dos anos citados (1944 e 1991), são utilizados números elevados para caracterizar a amplitude do movi-mento: “dois milhões de pessoas”, “cerca de 200 nações”, “são 16 (cidadezinhas do Movimento) espalhadas em todos os cinco conti-nentes”. Esse recurso de ancorar o tempo e o espaço dá “credibilidade” ao que é mostrado. As imagens em preto e branco da Segunda Guerra Mundial reiteram esse efeito, além de imagens atuais de pessoas de diversas culturas (orientais, africanos...), classes sociais, países dife-rentes com seus famosos monumentos mundiais como a Estátua da Liberdade, nos Estados Unidos, ou a imagem de Chiara Lubich no interior da Torre Eiffel, na França, ou assistindo a uma manifestação cultural numa comunidade na África.

Além disso, há também referências a pessoas como as ima-gens de Lubich com o Papa João Paulo II, com líderes cristãos, a referência ao escritor e político italiano, Igino Giordani, que foi “um dos seus principais colaboradores” e, no final do vídeo, Chiara ao lado do então prefeito de Trento, Lorenzo Dellai. No caso de Giordani26, que foi deputado federal e escritor de muitos livros, essa referência faz com que o telespectador, primeiramente italiano, reco-nheça essas referências como parte da nossa história, como nos diz Barros: “Se são reais as personagens, os locais e os momentos em que os fatos ocorrem, torna-se verdadeiro todo o texto a que eles se referem.”27

Outras referências para criar os efeitos de sentido de verda-de e verda-de realidaverda-de são feitas através das imagens verda-de Chiara Lubich com líderes de igrejas cristãs. São referências ancoradas em pessoas que fazem parte da história mundial e possuem funções relevantes na

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sociedade por dirigirem suas respectivas igrejas, com muitos segui-dores em várias partes do mundo. A sequência das imagens mostra Lubich se encontrando com o então arcebispo anglicano de Canterburry, dr. Coggan; com o também então canônico anglicano, Bernard Pawley e com o patriarca da Igreja Ortodoxa daquele perío-do, Demetrius I. A linguagem verbal oral reitera o que é mostrado: “a espiritualidade da unidade, com o passar dos anos, foi acolhida por líderes cristãos de diversas igrejas, levando a todos o testemunho co-mum em Cristo”.

Com o desenrolar do vídeo, Chiara é aquela que “respondeu sim a Deus” para levar “amor e unidade... a todos os ângulos da Ter-ra”, também entre os líderes cristãos. É mostrada uma “não-separa-ção”, um agrupamento das igrejas, um caminho em busca da “unida-de” também dos dirigentes eclesiásticos. O sujeito-Chiara está reali-zando o seu percurso narrativo “fazer a vontade de Deus” para entrar em conjunção com o “mundo unido”.

A segunda parte do vídeo também traz a “não indiferença” dos Focolares em relação à pobreza que grande parte da população mundial vive hoje: “Desde o início do Movimento, a convicção de serem todos filhos de um mesmo pai desencadeou radicais mudanças sociais em algumas regiões mais necessitadas do mundo”. E, como essa “família” não pode viver na miséria, apresenta-se a idéia da “Eco-nomia de Comunhão”, uma proposta lançada por Chiara Lubich, quan-do esteve no Brasil em 1991, na qual fábricas e empresas, de várias partes do mundo, dividem com os pobres os lucros. Essa proposta apresenta-se como uma “nova mentalidade” chamada de “cultura do dar” e que “encontra sua viva expressão primeiramente nas cidadezi-nhas do Movimento que são até agora 16 espalhadas em todos os cinco continentes”28. As imagens que mostram o interior de fábricas em funcionamento reiteram o tema do trabalho e da economia para um “mundo unido”.

O vídeo não explica como a “Economia de Comunhão” pro-cede na divisão dos lucros das empresas com os pobres, apenas mos-tra-se o “interesse” e o “empenho” do Movimento dos Focolares em combater a pobreza, apresentada como uma barreira para alcançar o “mundo unido”. Além do efeito de sentido de verdade, os efeitos de

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atualidade e contemporaneidade são construídos pela utilização de imagens de fábricas e empresas, que geram renda para a economia mundial; casas de favelas, realidade existente em diversas metrópo-les. As imagens sugerem temas como “desnível social e econômico” vivido e debatido em muitos países. O que é mostrado ancora o dis-curso na nossa história reiterando o efeito de realidade desse mundo que se faz credível.

Pelo sincretismo de linguagens, a construção textual desse vídeo mostra aos milhões de telespectadores do “acontecimento midiático”, que Deus é o principal motivador da história evidencia-da, da vida de cada jovem ali presente, da fundação do Movimento dos Focolares, da realização daquele evento, da busca pelo “mundo unido” - que é concretizado pela televisão diante deles. Chiara é aquela que, pela competência adquirida, pode dizer como corresponder à “vontade de Deus”, ou seja, viver por um “mundo unido”. Entende-mos que a exibição desse vídeo, durante o Genfest’95, reitera um efeito de sentido de presentificação do “mundo unido” através do sujeito-Chiara, que, diante dos olhos das pessoas, apresenta a sua história como “atual, verdadeira, real e contemporânea”, a delegada divina, que busca a “unidade”, e que estará ali presente, ao vivo, den-tro de instantes.

O vídeo instala o sujeito-Chiara (ele) pelo regime de não ausência29, utilizando-se dos procedimentos discursivos apontados, pois trazem do espaço lá e do tempo então, para um espaço-tempo local, ou seja, o aqui-agora do macroenunciado Genfest’95, transfor-mando o ele em um eu. Com o encerramento do vídeo, dá-se uma transformação de uma não disjunção a uma conjunção, uma passa-gem gradual de um regime de não ausência ao de presença30: Chiara, delegada de Deus, entra no Ginásio do Palaeur, ao vivo, para respon-der a doze perguntas dos jovens que abordam diversos temas. Lubich está aqui-agora, diante do telespectador, pronunciando suas respos-tas com desenvoltura, usando um eu-testemunhal e nós que envolve a todos os membros do Movimento dos Focolares, também os “jovens por um mundo unido” que estão ali presentes; além de usar um nós que instala o destinatário no texto.

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Podemos considerar que este é o momento “alto” da trans-missão, manifesta a plena conjunção com o valor “unidade”, chegan-do à maior dimensão “eufórica” chegan-do Genfest’95, concretizada pelo sincretismo que evidencia o “mundo unido” no ginásio com a “máxi-ma” atenção dos jovens voltada a Chiara Lubich e com as suas ex-pressões de apoio (aplausos, sorrisos, silêncio, músicas etc.). O sujei-to-Chiara, com sua presença ao vivo, passa a competência adquirida de “Deus” para que o destinatário - os jovens telespectadores - possa também entrar em conjunção com a “unidade”. O Genfest’95 torna-se uma pregação da palavra de Deus “ao vivo”, “via satélite”, “aqui e agora”, numa estratégia de evangelização que se utiliza de uma mídia globalizante e penetrante como a televisão. Como aponta Floch, o texto cria uma estratégia global de sincretismo que homologa o plano da expressão; uma textualização articulada por um único enunciador que realiza um discurso contínuo manifestado por diferentes lingua-gens31.

3 Considerações sobre o sincretismo

Através de todos os procedimentos discursivos utilizados na organização textual mencionados, entendemos que todos os efei-tos de sentido apontados são configurações figurativas carregadas de significação e articulados pelo sincretismo como dispositivos para reproduzir o mundo “real”, apresentando o discurso como verdadei-ro, e levar o destinatário-sujeito, os telespectadores jovens, a acredi-tar na proposta do “mundo unido” e aderir a ela. Aceitando o contrato de veridicção, o destinatário interpreta os diversos sentidos gerados pela articulação das linguagens, vários até o momento abordados.

Notas

1 Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.

2 Cf. D. Dayan e E. Katz, A história em directo, os acontecimentos mediáticos na televisão, Trad. de Ângela e José Carlos Bernardes, Coimbra, Minerva, 1999, p.20.

3 J. Gallangher, A woman’s work: Chiara Lubich; a biography of the Focolare Movement and its founder, New York, New City Press, 1997, passim.

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4 Ibid.

5 Hoje o Movimento dos Focolares conta com a publicação da revista “Città Nuova” (Cidade Nova) – nascida em 1956 – em 38 edições em 22 línguas; dispõe de 27 editoras, a primeira criada em 1959; dois centros audiovisuais mundiais, criados em 1954, que produzem e enviam regularmente para várias cidades do mundo cerca de 600 cópias de cada produto realizado. Desde 1980, acontece mensalmente uma teleconferência ligando 317 pontos de escuta, em várias cidades, nos cinco continentes. São publicadas, a cada mês, 3,5 milhões de cópias em 95 línguas ou idiomas do mais tradicional meio de comunicação da história do Movimento: a “Palavra de Vida”, um folheto contendo uma expli-cação espiritual e teológica de uma frase do Evangelho proposta para ser vivida naquele período. O Movimento possui uma home page oficial em cinco línguas (italiano, inglês, espanhol, francês e português) com links para páginas de re-presentações nacionais dos Focolares (informações contidas nos discursos de Chiara Lubich proferidos no recebimento do título doutor honoris causa em Ciências das Comunicações Sociais na Tailândia, 1997, e no Congresso Inter-nacional dos Focolares sobre os Meios de Comunicação em Roma, 2000). 6 Cf. Chiara Lubich, uma vida pela unidade, s.d. [1998], p. 40.

7 Ibid., p. 36.

8 Chiara narra muitas de suas descobertas evangélicas nos livros: J. Gallagher, op.cit. e C. Lubich, A aventura da unidade: entrevista de Franca Zambonini, trad. de Editora Cidade Nova, São Paulo, Cidade Nova, 1991.

9 Jo 17, 11-21

10 Cf. vídeo: Chiara na mesquita Macolm Shabazz de Harlem: “a unidade no Movimento dos Focolares”. EUA/ Itália, Centro Santa Chiara Audiovisivi, maio 1997, (58 min), NTSC, VHS, son. color. dub.

11 Jo 17, 21

12 D. L. P. Barros, Teoria do discurso: fundamentos semióticos. São Paulo, Atual, 1988, p. 76.

13 Cf. J. L. Fiorin, As astúcias da enunciação, as categorias de pessoa, espaço e tempo. São Paulo, Ática, 1999, p. 85-6.

14 Background, ou BG, é uma expressão que vem do inglês, muito utilizada em televisão para designar a sonoridade musical que está presente durante a locu-ção. É a “música de fundo”.

15 Cf. A. J. Greimas e J. Courtés, Dicionário de Semiótica, trad. Alceu Dias Lima e outros. São Paulo, Cultrix, 1979, p. 140-2 e J. L. Fiorin, op. cit., p. 192. 16 Ibid., p. 95-8 e Ibid., p. 290-6.

17 Para a semiótica, a manipulação é o agir de um sujeito sobre outro para levá-lo a fazer alguma coisa. O sujeito manipulado é aquele que aceitar a persuasão do primeiro, pois possui ou acredita no mesmo sistema de valores do sujeito manipulador. Cf. A. J. Greimas e J. Courtés. Dicionário de Semiótica, trad. Alceu Dias Lima e outros. São Paulo, Cultrix, 1979, verbete: “manipulação”. 18 Detalhe é um dos termos utilizados em televisão para denominar um plano bem

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fechado que traz em relevo o que se quer explicitar, valorizar, na sequência de imagens, como o olho de um ator, a fumaça do cigarro, uma mancha na roupa, etc.

19 O Catecismo da Igreja Católica, na Primeira Parte, capítulo II, parágrafo 3º (n.537) traz que “pelo batismo, o cristão... deve entrar neste mistério de rebai-xamento humilde e de arrependimento, descer à água com Jesus, para subir novamente com ele, renascer da água e do Espírito para tornar-se, no Filho, filho bem-amado do Pai e ‘viver em uma vida nova’ (Rm 6,4).”

20 Cf. Catecismo da Igreja Católica, primeira parte, capítulo I, parágrafo 7, n.405. 21 Jo, 17, 21.

22 O grifo é nosso. 23 O grifo é nosso.

24 O Movimento dos Focolares divulga hoje um número aproximado de 7 milhões de pessoas que compartilham o ideal do “mundo unido”, 2,5 milhões de partici-pantes diretos, espalhados em 182 países (Cf. M. Vandeleene. Chiara Lubich, la dottrina spirituale. Milano, Mondadori, 2001, p.415).

25 Jo 17, 21.

26 Tomaso Sorgi, em seu livro “Igino Giordani, sinal dos tempos novos”, relata a vida de Giordani, em sua trajetória na política, no jornalismo e como escritor. Segundo ele, Giordani era considerado um político “ingênuo” pelos seus posicionamentos: “... Essa sua teorização e vivência da política, referindo-a continuamente a valores cristãos, nem sempre obteve aprovação, pois parecia soar integralista. Mas as reais intenções de Giordani são plenamente esclarecidas pelas atitudes concretas que adotou. Atitudes de abertura e colaboração com políticos de outras correntes, tanto na sua primeira fase, ligada ao Partido Popu-lar, sobre o tema da Liberdade, quanto na sua segunda, democrata-cristão, so-bre os temas da paz, do desarmamento, da objeção de consciência” (T. Sorgi, Igino Giordani, sinal dos tempos, trad. José Maria de Almeida. São Paulo, Ci-dade Nova, 1994, p.27).

27 D. L. P. Barros, Teoria Semiótica do Texto, São Paulo, Ática, 2000, p.60. 28 Hoje são 23 cidadezinhas-testemunho do Movimento dos Focolares nos cinco

continentes, seis estão em fase de implantação. No Brasil, há três: Mariápolis Ginetta (antiga Aracelli) em Vargem Grande Paulista-SP; Mariápolis Santa Maria, em Iguarassu-PE e Mariápolis Glória, em Benevides-PA. As demais Mariápolis, podem ser conferidas no site: <http//www.focolare.org/it/> ou M. Vandeleene. Chiara Lubich, la dottrina spirituale. Milano, Mondadori, 2001, p.417. 29 Cf. E. Landowski, Presenças do outro, ensaios de sociossemiótica, trad. Mary

Amazonas Leite de Barros, São Paulo, Perspectiva, 2002, p.85. 30 Ibid., p.86

31 Cf. verbete “sincréticas (semióticas -)”, escrito por Jean-Marie Floch: A. J. Greimas e J. Courtés, Semiótica, diccionario rozanado de la teoría del lenguaje. Tomo II, trad. de Enrique Ballón Aguirre. Madrid, Editorial Gredos, 1991, p.233-4.

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Referências

BARROS, D. L. P. Teoria Semiótica do Texto. São Paulo, Ática, 2000, p.60.

BÍBLIA na linguagem de hoje. 2.ed. Rio de Janeiro, Sociedade Bíblica

do Brasil, 1975.

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA.

FECHINE, Y. SPTV e modos de presença: um estudo exploratório sobre as estratégias enunciativas de um telejornal. Symposium, Recife, jul. 2000.

FIORIN, J. L. As astúcias da enunciação, as categorias de pessoa,

espaço e tempo. São Paulo: Ática, 1999.

GREIMAS, J.; COURTÈS, J. Dicionário de Semiótica, trad. Alceu Dias Lima e outros. São Paulo, Cultrix, 1979.

________. Semiótica, diccionario rozanado de la teoría del lenguaje.

Tomo II, trad. de Enrique Ballón Aguirre. Madrid, Editorial Gredos,

1991.

LANDOWSKI, E. Para uma abordagem sócio-semiótica da literatura.

Significação, São Paulo, n. 11/12, set. 1996.

________. Presenças do outro, ensaios de sociossemiótica, trad. Mary Amazonas Leite de Barros, São Paulo: Perspectiva, 2002.

MACHADO, A. A arte do vídeo. São Paulo: Brasiliense, 1995. OLIVEIRA, C. M. B. V. Textualização da unidade no Genfest’95. 2002. Dissertação (mestrado em Comunicação e Semiótica). PUC/SP. SORGI, T. Igino Giordani, sinal dos tempos, trad. José Maria de Almeida. São Paulo, Cidade Nova, 1994.

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STAFFNER, E. et al. O programa de televisão: sua direção e produção. Trad. Luiz Antônio Simões de Carvalho, São Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1978.

VANDELEENE, M. Chiara Lubich, la dottrina spirituale. Milano: Mondadori, 2001.

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