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Acta Scientiae Veterinariae ISSN: Universidade Federal do Rio Grande do Sul Brasil

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Acta Scientiae Veterinariae ISSN: 1678-0345

ActaSciVet@ufrgs.br

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Brasil

dos Santos Dal-Bó, Ísis; Schafrum Macedo, Aline; Gottlieb, Juliana; Oliveira Correa, Thaís; Blatt Duda, Naila Cristina; Idalencio, Renan; Machado da Silva, Luciana; Meller Alievi, Marcelo

Paniculite traumática em um cão

Acta Scientiae Veterinariae, vol. 40, núm. 4, 2012, pp. 1-5 Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=289023924025

Como citar este artigo Número completo Mais artigos

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CASE REPORT

Pub. 1090

ISSN 1679-9216 (Online)

Received: April 2012 www.ufrgs.br/actavet Accepted: July 2012

1Residente, Hospital Veterinário da Universidade de Passo Fundo (HV-UPF), Passo Fundo, RS, Brazil. 2Mestranda, Programa de Pós-graduação em

Ciências Veterinárias (PPGCV), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brazil. 3M.V. do HV-UPF. 4Graduação,

Medicina Veterinária, UFRGS. 5Departamento de Medicina Animal, Faculdade de Veterinária (FaVet), UFRGS. CORRESPONDENCE: Í.S. Dal-Bó

[idb_vet@yahoo.com.br - Tel.: + 55 (51) 9835-9397]. Rua Graça Aranha, 632, Bairro Jardim Alvorada. CEP 94853-280 Alvorada, RS, Brazil.

Paniculite traumática em um cão

Traumatic Panniculitis in a Dog

Ísis dos Santos Dal-Bó1, Aline Schafrum Macedo2, Juliana Gottlieb3, Thaís Oliveira Correa1, Naila Cristina Blatt Duda2, Renan Idalencio1, Luciana Machado da Silva4 & Marcelo Meller Alievi5

ABSTRACT

Background: Panniculitis can be associated with a group of multifactorial diseases that develop intense infl ammatory response of the subcutaneous fat tissue. The damaged fat cells suffer hydrolysis and saponifi cation. The etiology remains unknown, although it has been associated with infectious agents, vascular pathologies, pancreatic disorders, neoplasms, immunologic diseases and nutritional defi ciencies. Nodular sterile panniculitis is referred to the fat subcutaneous tissue infl ammation without the presence of microorganisms and generally is presented with multiple or single nodules associated either with systemic or traumatic issues. This assay reports a case of traumatic Panniculitis presented as a single nodule on a dog admitted at the Veterinary Teaching Hospital of Passo Fundo University (HV-UPF), State of Rio Grande do Sul, Brazil, emphasizing the clinical signs, diagnosis and surgical treatment.

Case: An adult mixed breed bitch, weighting 7,5 kg, was admitted at the HV-UPF because of a one-month evolution of a dorsal thoracic subcutaneous mass. Symptomatic treatment with unknown oral antibiotics was administered by another veterinarian, who also tried to perform local puncture drainage unsuccessfully. There was no previous history of local puncture or subcutaneous drug infi ltration that could explain the mass. During physical examination, a single, painless and nodular subcutaneous mass (4 x 6 cm) was located on the dorsal thoracic median line, below the scapula, discharging a serosanguineous fl uid probably due to the previous puncture. No other occurrences were found. The patient was treated with cephalexin and meloxicam. Hematological and biochemistry examinations were within reference range. Cytological exam demonstrated slightly degenerated neutrophilis and a great amount of adipose tissue. This could suggest, among other pathologies, neoplasm. Surgery was performed after 15 days. An elliptical incision was performed maintaining a 2,5 cm safety margin from the mass. Histopathological fi ndings were compatible with sterile nodular panniculitis, likely traumatic. Discussion: There was a single, fi rm, regular, painless nodule, correspondent with other studies. The lesion location was also similar to other author’s fi ndings. Cytological fi ndings were unspecifi c and could lead to several diagnoses. Careful pathologic study is necessary to differentiate from benign or malignant neoplasms and other affections. The hematological and biochemistry examinations, ultrasounds and radiographs were all within reference range on the case. These diagnose tools are very important and should always be used in order to achieve the correct screening, diagnosis and treatment. Surgical removal was considered effective, once 7 months after the treatment there was no local recurrence, with great cosmetic result.

Keywords: veterinary, dermatology, cutaneous nodule, surgery. Descritores: veterinária, dermatologia, nódulo cutâneo, cirurgia.

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I.S. Dal-Bó, A.S. Macedo, J. Gottlieb, et al. 2012. Paniculite traumática em um cão.

Acta Scientiae Veterinariae. 40(4): 1090. INTRODUÇÃO

O termo “paniculite” denota um grupo de do-enças de etiologia multifatorial com instalação de foco infl amatório de grande intensidade no tecido adiposo subcutâneo. Essa reação se exacerba por meio da li-beração de lipídeos a partir de adipócitos danifi cados que sofrem hidrólise e saponifi cação de suas moléculas, formando ácidos graxos pró-infl amatórios e reações tissulares granulomatosas [7].

A etiologia da paniculite permanece desconhe-cida, porém tem sido relacionada a agentes infecciosos (fungos e bactérias), vasculopatias, desordens pancreá-ticas, neoplasias, doenças imunomediadas, defi ciências nutricionais (vitamina E) e alterações físico-químicas como corpos estranhos e infl amação após injeções [4,3]. A paniculite nodular estéril se refere à infl a-mação do tecido adiposo subcutâneo com ausência de microrganismos [3] e se apresenta, geralmente através de múltiplos nódulos que estão associados a doenças sistêmicas ou nódulos solitários, associados a traumatismos [5].

A paniculite traumática provavelmente é sub-diagnosticada na clínica de cães e gatos. O sinal clínico mais comum é a presença de um nódulo subcutâneo fi rme, indolor, geralmente sobre o processo espinhoso de vértebras torácicas ou na região do esterno. A pele sobre o nódulo apresenta aspecto normal [2]. Seu diagnóstico é realizado através de avaliações hema-tológicas, bioquímicas e exames de imagem além da histopatologia e da cultura a fi m de investigar doença sistêmica associada [8]. O tratamento consiste de re-moção cirúrgica do nódulo [3].

O presente trabalho tem por objetivo relatar um caso de paniculite traumática em cão tratada ci-rurgicamente.

RELATO DO CASO

Foi atendido no Hospital Veterinário da Univer-sidade de Passo Fundo (HV-UPF), uma cadela adulta, sem raça defi nida, e de 7,5 kg com histórico de aumento de volume na região torácica dorsal com evolução de 30 dias que já havia sido drenado por outro veterinário 20 dias antes do atendimento no HV-UPF e o animal estava sendo medicado com antibióticos por esse período, mas o proprietário não sabia informar qual era a medica-ção no momento da consulta. Não havia histórico de aplicação de medicamentos no local do nódulo, por via subcutânea, e a paciente havia sido vacinada somente

quando fi lhote. Ao exame dermatológico identifi cou-se uma massa na região torácica dorsal, na linha média, caudal às escápulas, de aproximadamente 4 x 6 cm, de consistência macia, formato oval, superfície regular e não aderida (Figura 1 - A). Foi observado leve descon-forto à palpação e foi identifi cada pequena solução de continuidade com cerca de 0,3 cm apresentando pouca quantidade de secreção serosa, possivelmente devida à punção realizada anteriormente. Foram prescritos cefalexina por 10 dias e meloxicam por 5 dias [1]. No retorno após quinze dias, a paciente não apresentava mais desconforto à palpação da massa nem solução de continuidade.

Não foram encontradas alterações nas ava-liações hematológica, bioquímica, nas radiografi as torácicas e na ultrassonografi a abdominal. A análise citológica do nódulo revelou fundo de lâmina composto de material proteináceo de coloração rosa claro, eri-trócitos, neutrófi los (levemente degenerados) e grande quantidade de gordura. Foram observadas raras células mesenquimais dispostas isoladamente com citoplasma basofílico e intensamente vacuolizado e núcleos ovala-dos com cromatina frouxa e nucléolos pouco evidentes além de anisocitose e anisocariose discretas. Esses achados foram sugestivos de lipoma (Figura 2 - A e B), sendo sugerida realização de histopatologia para diferenciação de lipossarcoma e outras afecções.

A paciente foi submetida à cirurgia para exérese do nódulo. Como medicação pré-anestésica (MPA) foi utilizada associação de sulfato de morfi na e maleato de acepromazina e, como quimioprofi laxia, foi utilizada ampicilina [1]. A indução anestésica foi realizada com propofol [1] seguida da intubação orotraqueal e manu-tenção anestésica com isofl uorano vaporizado em oxigê-nio a 100% em sistema aberto. O animal foi posicionado em decúbito esternal. Após antissepsia e colocação dos campos cirúrgicos, foi realizada incisão elíptica ao redor do nódulo (com margem de aproximadamente 2,5 cm) seguida pela dissecção romba do tecido subcutâneo (SC) e hemostasia dos vasos cutâneos. O nódulo não se encontrava aderido à fáscia muscular da região e pode ser facilmente removido sem a necessidade de incisões adicionais (Figura 1 - B e C). Foi realizada irrigação com solução de NaCl a 0,9% aquecida. A síntese do tecido SC foi feita em padrão simples contínuo com poliglactina 910 2-0 e a dermorrafi a com náilon monofi lamentar 3-0 em padrão isolado simples (Figura 1 - D). A avaliação macroscópica imediata revelou uma massa de aspecto

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fi ável ao corte (Figura 1 - E e F) que foi então enviada para avaliação histopatológica.

A paciente recebeu alta no dia seguinte à cirurgia. Como medicações pós-operatórias, foram prescritos enrofl oxacina (VO por 10 dias), meloxicam (VO por 5 dias), cloridrato de tramadol (VO por 5 dias) e dipirona (VO por 5 dias) [1], além de curativos diários com solução de NaCl a 0,9%, repouso, uso permanente do colar elizabetano e proteção da ferida cirúrgica com gaze e atadura. A paciente retornou ao hospital após dez dias para remoção dos pontos com completa cicatrização da ferida.

O exame histopatológico evidenciou, na macroscopia, amostra de pele pilosa de coloração

pardo-clara e consistência fi rme, medindo 5,5 x 5,0 x 0,3 cm, exibindo no subcutâneo, lesão nodular/ irregular. Aos cortes, apresentava coloração parda heterogênea e limites imprecisos. Na microscopia, foi observado material representativo de tecido adiposo apresentando intenso infi ltrado infl amatório misto representado por neutrófi los, plasmócitos e histiócitos permeando o interstício além de numerosas células gigantes multinucleadas (Figura 3 - A e B). Sendo o quadro morfológico compatível com paniculite, possivelmente de origem traumática. Até a fi naliza-ção desse relato, 7 meses após o procedimento, não houve recidiva local e a paciente apresentou bom resultado estético.

Figura 1. A - Vista lateral do nódulo na região torácica dorsal, localizado na linha média, caudalmente às escápulas.

B - Imagem intraoperatória da exérese do nódulo através de dissecção romba. C - Defeito criado após a exérese do nódulo. D - Aspecto fi nal da ferida cirúrgica. E e F -Aspecto macroscópico do nódulo após sua remoção (E: inteiro; F: após corte transversal).

Figura 2. Imagens da avaliação citológica. A e B - Fundo de lâmina composto de material proteináceo de

colo-ração rosa claro, eritrócitos, grande quantidade de gordura (A - seta maior) e presença de macrófago espumoso (B - seta menor) e neutrófi lo não degenerado.

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I.S. Dal-Bó, A.S. Macedo, J. Gottlieb, et al. 2012. Paniculite traumática em um cão.

Acta Scientiae Veterinariae. 40(4): 1090.

Figura 3. A e B - Imagens da avaliação histopatológica onde foi observado material representativo de tecido adiposo

apresentando intenso infi ltrado infl amatório misto representado por neutrófi los, plasmócitos e histiócitos permeando o interstício além de numerosas células gigantes multinucleadas (seta).

DISCUSSÃO

O nódulo isolado era fi rme, de formato regular, indolor, sem alteração cutânea adjacente como descrito na literatura [2]. Sua localização acima dos processos espinhosos das vértebras torácicas interescapulares também lhe confere caráter usual [7].

As alterações citológicas de neutrófilos não degenerados e macrófagos entremeio adipócitos com citoplasma vacuolizado, além de macrófagos com citoplasma “espumante” e células gigantes multinucleadas encontradas foram condizentes com os dados da literatura para paniculite estéril, porém de maneira inespecífica uma vez que também podem ser encontradas em outras afecções como lipoma, lipossarcoma, reações a corpo estranho, granuloma infeccioso, paniculite pós-injeção e abs-cesso estéril pela injeção de repositores hormonais e contraceptivos [6]. Dessa maneira, avaliações he-matológicas e bioquímicas e pesquisa de metástases são mandatórias para um completo planejamento

cirúrgico. Somente através da histopatologia foi possível afirmar que se tratava de paniculite esté-ril tendo em vista que nem sempre os achados da análise citológica são suficientes para o diagnóstico definitivo [3].

O tratamento da paniculite estéril manifes-tada por um único nódulo é a remoção cirúrgica, não sendo imperativa a exérese com margens amplas [5], entretanto foram mantidas as margens neste caso devido ao amplo leque de possibilida-des que a análise citológica sugeriu. O tratamento empregado foi considerado curativo, uma vez que dada a finalização desse relato, 7 meses após a intervenção cirúrgica, não houve recidiva local e a paciente se encontrava em bom estado geral, sem manifestação de doença sistêmica além de excelente resultado cosmético.

Declaration of interest. None of the authors has any fi nancial or personal relationships that could inappropriately infl uence or bias the content of the paper.

REFERÊNCIAS

1 Andrade S.F. 2002. Manual de terapêutica veterinária. 2.ed. São Paulo: Roca. 697p.

2 Gross T.L. & Ihrke P.J. 1992. Diseases of the panniculus. In: Gross T.L., Ihrke P.J. & Walder E.J. (Eds). Veterinary Dermatopathology. St Louis: Mosby Year Book, pp.324-326.

3 Kim H.J., Kang M.H., Kim J.H, Kim D.Y. & Park H.M. 2011. Sterile panniculitis in dogs: new diagnostic fi ndings and alternative treatments. Veterinary Dermatology. 22(4): 352-359.

4 O’Kell A.L., Inteeworn N., Diaz S.F., Saunders G.K., Panciera D.L. 2010. Canine sterile nodular panniculitis: a retrospective study of 14 cases. Journal of Veterinary Internal Medicine. 24(2): 278-284.

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www.ufrgs.br/actavet

Pub. 1090 5 Paterson S. 2008. Immune mediate skin disease. In: Manual of Skin Diseases of the Dog and Cat. 2nd edn. Oxford:

Blackwell Publishing, pp.188-213.

6 Raskin R.E. 2009. Advanced cytology on skin mass. In: Proceedings International Congress of the Italian Association of Companion Animal Veterinarians (Rimini, Italy). pp.102-104.

7 Requeña L. & Sánchez Yus E. 2001. Panniculitis. Part I. Mostly septal panniculitis. Journal of the American Academic Dermatology. 45(2): 163-83.

8 Rhodes K.H. 2011. Panniculitis. In: Rhodes K.H. & Werner A.H. (Eds). Blackwell’s Five Minutes Veterinary Consult Clinical Companion Small Animal Dermatology. 2nd edn. West Sussex: Wiley-Blackwell, pp.197-202.

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