• Nenhum resultado encontrado

Procedimentos Especiais

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Procedimentos Especiais"

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

1 Ação de Consignação em Pagamento (arts. 890-900)

Cabimento

O pagamento, ou adimplemento, o qual extingue a obrigação, normalmente se dá com o cumprimento voluntário pelo devedor, conforme ajustado previamente. Entretanto haverá situações em que o devedor não conseguirá efetuar o pagamento de forma direta. Caso em que caberá a Ação de Consignação de Pagamento. É um direito do devedor o adimplemento da obrigação; portanto, se não conseguir efetuar o pagamento da quantia devida diretamente, poderá adimplir por meio do instituto da consignação, que nada mais é que o depósito da quantia ou da coisa devida.

A ação de Consignação em Pagamento está regulada no art. 890 e seguintes do CPC: “Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida”.

Nesta linha de entendimento, possível a consignatória, tanto para dinheiro, quanto para coisas, sejam móveis ou imóveis e até mesmo semoventes, como é o caso de consignação em pagamento de animais.

Finalidade

Tem por finalidade liberar o devedor da obrigação. Isto porque deve-se atentar que O devedor não possui somente o dever de pagar. Este possui, igualmente, o direito de ver satisfeita a sua obrigação. Ocorrendo a recusa do credor quanto ao pagamento ou recebimento da coisa, poderá o devedor consigná-la.

Legitimados

- Legitimidade Ativa: é legitimado para propor a consignatória o devedor e o

juridicamente interessado no pagamento da dívida. Desta forma, não somente o devedor originário, mas igualmente, terceiros podem figurar no pólo ativo da consignatória.

- Legimitidade Passiva: é legitimado passivo o credor conhecido, desconhecido

ou ausente. Se conhecido, será legitimado passivo aquele que possuir a condição de credor; se desconhecido, aquele a ser citado por edital; se ausente, o curador de ausentes. Portanto, do lado ativo o devedor, do lado passivo o credor. Importante ressaltar que, ocorrendo dúvida quanto ao legitimado para receber o pagamento, o autor requerirá o depósito e a citação dos que o disputam para provarem o seu direito (art. 895, CPC). Neste caso, não comparecendo nenhum

(2)

2 pretendente, converter-se-á o depósito em arrecadação de bens de ausentes; comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano; comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, continuando o processo a correr unicamente entre os credores; caso em que se observará o procedimento ordinário (art. 898, CPC). O essencial é que estará o devedor liberado da obrigação, cumprindo a finalidade da consignatória.

Procedimento Extrajudicial –Possibilidade de Depósito Extrajudicial – Obrigações em Dinheiro

A Consignação em Pagamento, exclusivamente de obrigações em dinheiro, possui a faculdade, o direito, de ser promovida pelo devedor extrajudicialmente, nos termos do art. 890, §1º, senão vejamos:

“Art. 890, § 1o Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o devedor ou terceiro optar pelo depósito da quantia devida, em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, em conta com correção monetária, cientificando-se o credor por carta com aviso de recepção, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa.

§ 2o Decorrido o prazo referido no parágrafo anterior, sem a manifestação de recusa, reputar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada.

§ 3o Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, o devedor ou terceiro poderá propor, dentro de 30 (trinta) dias, a ação de consignação, instruindo a inicial com a prova do depósito e da recusa.

§ 4o Não proposta a ação no prazo do parágrafo anterior, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante.”

Referida possibilidade é somente para obrigações em dinheiro, sendo que a consignação de coisas será feita sempre judicialmente. Consoante determinação, o depósito deverá ser efetivado no lugar do pagamento, em conta com correção

(3)

3 monetária. O prazo de 10 (dez) dias é contado da ciência do depósito, ou seja, da data que constar no aviso de recepção assinado pelo próprio destinatário.

Na hipótese de não ocorrer a recusa escrita, cumpre-se a finalidade da consignatória, restando o devedor juridicamente liberado da obrigação.

Sendo apresentada a recusa pelo credor, o devedor ou terceiro deverá promover a Ação de Consignação no prazo de 30 dias, sob pena de restar sem efeito todo o procedimento, todo o depósito realizado.

Procedimento Judicial

Por tratar-se de matéria prevista no Código de Processo Civil sob o título “Dos procedimentos especiais de jurisdição contenciosa”, o rito da ação de consignação em pagamento é especial.

Foro Competente

Na regra geral, a ação deverá ser proposta no lugar do pagamento. Portanto, no Foro do cumprimento da obrigação, conforme a literalidade do art. 891, a saber:

“Art. 891. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, tanto que se efetue o depósito, os juros e os riscos, salvo se for julgada improcedente.

Parágrafo único. Quando a coisa devida for corpo que deva ser entregue no lugar em que está, poderá o devedor requerer a consignação no foro em que ela se encontra.”

Processamento

Não sendo possível pelo devedor o cumprimento direto da obrigação, este poderá propor a ação de consignação em pagamento, a fim de pleitear seja depositado o valor ou a coisa devida.

A ação supracitada deverá ser dirigida ao juiz competente em petição escrita, a qual deverá cumprir com os requisitos dos arts. 282 e 283 do CPC, bem como com a exigência do art. 893 do mesmo diploma legal, qual seja, o requerimento do

(4)

4 depósito da quantia ou da coisa devida e da citação do credor para levantar o depósito ou oferecer resposta, a qual será apresentada sob a forma de contestação. Petição Inicial

A petição inicial da ação de consignação em pagamento, que além de seguir os requisitos dos arts. 282 e 283 do Código de Processo Civil, deverá conter pedido expresso para que o juiz autorize o depósito da quantia ou da coisa devida. Caso seja autorizado o depósito, este deverá ser efetuado no prazo de 5 dias contados do deferimento do pedido (art. 893. I, CPC). Deverá conter, ainda, o pedido de citação do réu (credor) para que levante o depósito ou ofereça resposta.

Sendo o depósito julgado procedente, as despesas correrão à conta do credor; se julgado improcedente, à conta do devedor (art.343, CC).

Tratando-se de prestações periódicas, uma vez consignada a primeira, pode o devedor continuar a consignar as que se forem vencendo no mesmo processo e sem mais formalidades, desde que os depósitos sejam efetuados no prazo de 5 dias, contados da data do vencimento (art. 892, CPC).

Não esquecer que no que tange às obrigações em dinheiro, poderá o devedor ou terceiro optar pelo depósito da quantia devida, em estabelecimento bancário oficial, onde houver, situado no lugar do pagamento, em conta com correção monetária.

No que tange ao valor da causa, este será o valor do bem objeto do depósito, se tiver valor certo. Entretanto, sendo o caso pode se utilizar a regra do art. 260 do Código de Processo Civil, preceituando que o valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado, ou por tempo superior a 1 (um) ano; se, por tempo inferior, será igual à soma das prestações.

Contestação

Conforme já mencionado, o autor, na petição inicial, requerirá a citação do réu para que este levante o depósito ou ofereça resposta (contestação). Sendo citado o réu poderá permanecer revel, aceitar a prestação ou oferecer contestação.

Oferecendo contestação, o réu poderá alegar, consoante determina o art. 896 do Código de Processo Civil, o descrito a seguir:

1) que não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida; 2) que foi justa a recusa;

(5)

5 3) que o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento (Ex.: compro lote de foguetes para a ‘virada do ano’ e o devedor quer fazer a entrega dia 02 de janeiro);

4) Que o depósito não é integral.

Neste último caso, realatado no item “4” a alegação só será admissível se o réu indicar o montante que entende devido. Deve-se observar que será licito ao autor completar o depósito, dentro em 10 dias, salvo se corresponder a prestação, cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato (art. 899, CPC).

“Art. 899, § 1º. Alegada a insuficiência do depósito, poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a conseqüente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida”

“Art. 899, § 2º. A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido, e, neste caso, valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe a execução nos mesmos autos”

Na hipótese de ocorrer a revelia, o juiz julgará procedente o pedido, declarará extinta a obrigação e condenará o réu nas custas e honorários advocatícios. Procederá da mesma forma o juiz se o credor receber e der quitação (art. 897, caput e parágrafo único, CPC).

Importa salientar, conforme dispõe o art. 338 do Código Civil, que enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e substituindo a obrigação para todas as conseqüências de direito.

“Art. 339, CC. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores”

“Art. 340, CC. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham anuído”

(6)

6 DO CONCEITO DE USUCAPIÃO

Conceito: Usucapião é modo de aquisição da propriedade (ou outro direito real), que se dá pela posse continuada, durante lapso temporal, atendidos os requisitos de lei.

LOCALIZAÇÃO DOS DISPOSITIVOS LEGAIS APLICÁVEIS Art. 941 a 945 do Código de Processo Civil;

Art. 1.238 do Código Civil.

Art. 1.239 do Código Civil – Art. 191 da Constituição Federal Art. 1.242 do Código Civil.

Art. 1.240 do Código Civil - Art. 183 da Constituição Federal Art. 1.240-A do Código Civil – Abandono de Lar

Art. 10 – Usucapião Coletivo – Lei 10.257/2001 – Estatuto da Cidade

Da Usucapião

Como forma de aquisição da propriedade está a Usucapião. A usucapião pode ser classificada em:

a) Usucapião Extraordinária (artigo 1.238 do CCB):

“Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.

Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor

houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.”

b) Usucapião Ordinária (artigo 1.242 do CCB):

‘Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.

(7)

7 Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido

adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada

posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.”

Neste a lei exige boa-fé, bem como justo título (é aquele título que seria hábil a transferir o domínio, caso fosse firmado pelo verdadeiro proprietário).

c) Usucapião Especial Rural e Urbana

c.1) Rural (artigo 191 da Constituição Federal c/c artigo 1.239 do CCB):

“Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu,

por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua

moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.’

“Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua,

por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua

moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.”

c.2) Urbana (artigo 183 da Constituição Federal c/c artigo 1.240 do CCB):

‘Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta

metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição,

utilizando-a putilizando-arutilizando-a suutilizando-a morutilizando-adiutilizando-a ou de suutilizando-a futilizando-amíliutilizando-a, utilizando-adquirir-lhe-á o domínio, desde que não sejutilizando-a proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

§ 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.

§ 2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.”

“Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

§ 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.

(8)

8 § 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.”

“Jornada IV STJ 314: Para efeitos do CC 1240, não se deve computar para fins de limite de metragem máxima, a extensão compreendida pela fração ideal correspondente à área comum,”

“Posse sobre área superior aos limites legais. Jornada IV STJ 313: “Quando a posse ocorre sobre área superior aos limites legais, não é possível a aquisição pela via da usucapião especial, ainda o pedido restrinja a dimensão do que se quer usucapir.” d) USUCAPIÃO POR ABANDONO DE LAR

Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)

§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

e) USUCAPIÃO COLETIVO – ESTATUTO DA CIDADE – LEI 10.257/2001

Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.

USUCAPIÃO – REQUISITOS GERAIS Requisitos Gerais

1) Posse; 2) Tempo; 3) Coisa Hábil.

(9)

9 Passa-se a analisar:

1) Posse:

A posse ad usucapionem se caracteriza pela:

Continuidade: A posse completa o lapso temporal para o usucapião, sem interrupções; Sucessio possessionis; Acessio possessionis

Incontestada, Mansa e Pacífica: a posse que desenvolve durante todo o tempo necessário para que se dê o usucapião, sem contestação ou moléstia, por parte do verdadeiro dono ou interessado; Meio eficaz de contestar a posse ad usucapionem é a citação em ação reivindicatória, por exemplo.

Animus Domini: Quando o possuidor age como proprietário da coisa, possui bem como seu. Quem ocupa prédio por autorização expressa do dono, como simples detentor, não tem posse ad usucapionem.

2) Do Tempo:

Tempo – Requisito Fundamental

A aquisição da propriedade se dará pelo transcurso do tempo. Usucapião extraordinário para imóveis: 15 anos;(1238 CC) Usucapião ordinário para imóveis 10 anos (1242 CC)

Usucapião especial, seja agrário, seja urbano, 5 anos. (1239-1240 CC) Há redução dos prazos:

Usucapião extraordinário Art. 1238, p único;

Usucapião ordinário Art. 1242, p. único.

O autor da ação deve provar a integralidade do lapso de tempo,sob pena de improcedência do pedido de usucapião.

(10)

10 Da Contagem do Tempo - Cumulação

Acessio possessionis: quando o titular da posse transfere, por ato intervivos, a posse a outrem até perfazer o lapso temporal;

Sucessio possessionis: quando o titular da posse falece, e, a posse por sucessão causa mortis, se transfere aos seus herdeiros;

3) Coisa Hábil

Objeto de usucapião é corpóreo;

Não pode ser o bem objeto de usucapião coisa fora do comércio (ar, luz solar, ar atmosférico...)

Os bens públicos, dec. 19.924/31, são insuscetíveis de usucapião, também chamado prescrição aquisitiva.

DAS ESPÉCIES DE USUCAPIÃO Do Usucapião Ordinário (art. 1242 CC):

Ocorre em prazo menor, mas a posse do usucapiente deve ser qualificada pelo justo título e boa-fé.

Prazo: O prazo é de 10 anos, contudo, admite-se redução para cinco anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. (1242, p. único)

Justo Título: todo o ato formalmente adequado a transferir o domínio ou direito real, que deixa de produzir efeitos, em virtude de não ser o transmitente senhor da coisa ou direito, nas palavras de Humberto Theodoro Júnior.

Boa-fé: O Possuidor crê que a coisa possuída realmente lhe pertence, em virtude de ter adquirido do real proprietário. Ignora o vício que impede a eficaz transmissão. O Autor prova o justo título, já que a boa-fé se presume.

Do Usucapião Extraordinário (art. 1238 do CC)

Não se exige justo título ou boa-fé; (pode possuir o imóvel com consciência de que a propriedade era de outrem)

(11)

11 Requisitos Específicos:

Posse contínua O ânimo de dono

Prazo – 15 anos (vide art. 1238, p. Único – 10 anos) Do Usucapião Especial Agrário ou Pro Labore

Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

Do Usucapião Especial Urbano

Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

DO USUCAPIÃO POR ABANDONO DE LAR

Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)

§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

USUCAPIÃO COLETIVO – ESTATUTO DA CIDADE – LEI 10.257/2001

Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.

(12)

12

§ 1o O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas.

§ 2o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis.

§ 3o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais diferenciadas.

§ 4o O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de urbanização posterior à constituição do condomínio.

§ 5o As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria de votos dos condôminos presentes, obrigando também os demais, discordantes ou ausentes.

Art. 11. Na pendência da ação de usucapião especial urbana, ficarão sobrestadas quaisquer outras ações, petitórias ou possessórias, que venham a ser propostas relativamente ao imóvel usucapiendo.

Art. 12. São partes legítimas para a propositura da ação de usucapião especial urbana:

I – o possuidor, isoladamente ou em litisconsórcio originário ou superveniente;

II – os possuidores, em estado de composse;

III – como substituto processual, a associação de moradores da comunidade, regularmente constituída, com personalidade jurídica, desde que explicitamente autorizada pelos representados.

(13)

13

§ 1o Na ação de usucapião especial urbana é obrigatória a intervenção do Ministério Público.

§ 2o O autor terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro de imóveis.

Art. 13. A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser invocada como matéria de defesa, valendo a sentença que a reconhecer como título para registro no cartório de registro de imóveis.

Art. 14. Na ação judicial de usucapião especial de imóvel urbano, o rito processual a ser observado é o sumário

O ITER PROCESSUAL DO USUCAPIÃO Legitimidade Ativa: é do possuidor (art. 941);

Legitimidade Passiva:

• Réus certos (pessoalmente) – quem consta na matrícula e confinantes • Réus incertos (edital)

Competência: foro da situação do bem usucapiendo (art.95 do CPC) PETIÇÃO INICIAL DO USUCAPIÃO

Fundamento do pedido:

1) explicitação da origem da posse, 2) de sua duração e

3) do tipo de usucapião que se deseja configurar; Presença do Ministério Público (944 do CPC)

Juntada da MATRÍCULA, com INDIVIDUAÇÃO DO IMÓVEL, pois a petição inicial deve ser instruída com uma planta do imóvel; Haverá completa descrição do imóvel

(14)

14 Nos termos do art. 943, requer a intimação por via postal, para que manifestem interesse na causa, os representantes da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.

Objeto do pedido:

Declaração do domínio do imóvel ou servidão predial;

A sentença que reconhece a usucapião alegada em matéria de defesa não servirá de título registrável no álbum imobiliário.

Exceções usucapião especial de imóvel urbano – Lei 10.257/2001

Art. 13. A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser invocada como matéria de defesa, valendo a sentença que a reconhecer como título para registro no cartório de imóveis.

Exceções usucapião especial de imóvel rural – Lei 6.969/1981

Art. 7º A usucapião especial poderá ser invocada como matéria de defesa, valendo a sentença que a reconhecer como título para a transcrição no Registro de Imóveis.

(15)

15

Peça Processual no. 01

Mário emitiu um cheque do Banco Popular, da conta-corrente n.º 12.345-6, agência 36, no valor de R$ 850,00, para pagamento de despesas de prestação de serviço, cujo beneficiário/portador é Auto Peças e Serviços Ltda., localizada, à época, na Rua 1, n.º 2, em Natal – RN, e, hoje, em local incerto e desconhecido. Ocorre que, ao tempo em que o beneficiário do cheque tentou sacar o valor deste, no dia 17 de agosto de 2006, no caixa da agência supramencionada, não havia, na conta-corrente do emitente, provisão de fundos. Dias depois, novamente tentou o beneficiário receber o valor do referido cheque no caixa da agência do emitente e, mais uma vez, não obteve êxito, haja vista que a conta-corrente continuava sem provisão de fundos. Em razão disso, o nome de Mário foi incluído no serviço de proteção ao crédito, em 26/8/2006, pelo seu banco. No entanto, Mário somente veio a saber da existência desse débito no mês de setembro desse mesmo ano. Ao tomar conhecimento da inclusão de seu nome no rol dos maus pagadores, Mário procurou a empresa beneficiária do título, para, assim, possibilitar o seu pagamento, mas, apesar de várias tentativas empreendidas, não conseguiu localizá-la. Conforme atesta a certidão emitida pela junta comercial de Natal – RN, houve alteração na propriedade e o novo dono não foi encontrado no endereço fornecido como sendo a sede da empresa. Mário tem necessidade urgente de retirar o seu nome do referido rol dos maus pagadores, bem como deseja quitar o débito, mas, até a presente data, não lhe foi possível conhecer e tampouco localizar o credor.

Diante da situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado constituído por Mário, proponha a medida judicial que entender cabível para a proteção dos interesses de seu cliente, abordando todos os aspectos de direito material e processual pertinentes, observando que a petição inicial contenha todos os requisitos legais.

(16)

16 Peça Processual no.2

Você está em seu escritório e recebe um novo cliente, Sr. Pedro que desesperado lhe mostra um mandado de citação que recebera no dia anterior, acompanhado de petição inicial de uma ação de despejo, que tem como autora a Sra. Maria. Muito nervoso, insistentemente, diz que não tem para onde ir com seus familiares, pois não é proprietário de qualquer outro bem.

Após acalmar o cliente, você examina a inicial. A autora alega ser proprietária do imóvel em debate e que teria originariamente contratado com um tal José Salim, de forma verbal, a locação do bem localizado em área urbana, com 110 m2, por tempo indeterminado. Fundamenta o pedido pela ausência de pagamento de locativo por mais de quinze anos, bem como ausência de autorização para que houvesse sublocação.

Seu cliente lhe conta que adquiriu, há mais de 8 (oito) anos, a posse do imóvel em questão de um Sr. chamado Luís Vias, conforme comprova o original do contrato que lhe é apresentado naquele ato. Informa ainda que lá reside, desde então, com seus familiares de forma ininterrupta, sem qualquer oposição.

Diante de tais fatos, antes mesmo da alegação de inexistência do contrato ou ainda da relação locativa, que outra(s) matéria(a) e de que forma você encaminharia a defesa de seu cliente? Indique a fundamentação de sua resposta.

Referências

Documentos relacionados

Agente externo Processo de Gestão ambiental Benefício meio Ambiente recuperado Impacto Ambiental poluidor Custos de meio ambiente (Ineficiências) Resultado

Embora a eficiência de ionização e transmissão no espectrômetro de massas atinge somente um íon no coletor para aproximadamente 105 moléculas da amostra introduzidas, espectros

100% 100% 100% 50% 53% 100% SONAEMC Retalho alimentar Hipers e supers SONAESR Retalho especializado Categorias de desporto; electrónica e têxtil SONAESIERRA Centros

Aquele que exerce, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta

Sobre os aspectos consequentes à percepção do suporte organizacional, Oliveira (2006) destaca como aspectos resultantes da percepção do suporte organizacional: o

Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m2 (duzentos e cinquenta

Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de

Partimos do pressuposto de que a religiosidade, entendida como manifestação pessoal de fé, em uma busca por experiências e valores que transcendam a dimensão material e