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Supervisão Maria Luisa Campos Machado Leal. Equipe Técnica

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Agradecemos ao IBGE as informações dos cadastros das empresas e a assistência técnica na elaboração do questionário e definição da amostra.

Supervisão

Maria Luisa Campos Machado Leal Equipe Técnica

Agência Brasileira de

Desenvolvimento Industrial –ABDI Carlos Henrique de Mello Silva Rogério Dias de Araújo Talita Daher Costa Dahdah Tássia Cleane Sobral de Oliveira Gerente de Comunicação Oswaldo Buarim Supervisão de Publicação Joana Wightman Revisão Joana Wightman

Projeto Gráfico e diagramação Marco Lucius

Juliano Cappadocio Batalha

Fundação Instituto de Pesquisas

Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais - IPEAD

Professor Wanderley Ramalho Thaize Vieira Martins

Elisabeth Pereira dos Santos Eduardo E. Antunes

Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional – CEDEPLAR/UFMG

Professor Cândido Guerra Ferreira Professor Gilberto Libânio

Professora Ana Valéria Carneiro Dias Comitê Consultivo

David Kupfer (UFRJ)

Carlos Pinkusfeld Monteiro Bastos (UFF) Germano Mendes de Paula (UFU)

José Maria Ferreira Jardim da Silveira (Unicamp) Evando Mirra de Paula e Silva (CGEE)

Mario Sérgio Salerno (USP)

©2013 – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.

ABDI

Agência Brasileira de desenvolvimento Industrial Setor Bancário Norte, Quadra 1 - Bloco B

Ed. CNC - 70041-902 / Brasília DF Tel.: (61) 3962-8700

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República Federativa do Brasil Dilma Rousseff

Presidenta

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Fernando Damata Pimentel

Ministro

Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDI Mauro Borges Lemos

Presidente

Maria Luisa Campos Machado Leal Diretora

Otávio Silva Camargo Diretor

Cândida Beatriz de Paula Oliveira Chefe de Gabinete

Rogério Dias de Araújo

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SONDAGEM DE INOVAÇÃO DA ABDI

BOLETIM PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2013

RESUMO EXECUTIVO

Em vista da crescente importância que as atividades de ciência e tecnologia vêm adquirindo nas políticas de desenvolvimento industrial, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) passou a realizar, desde o início de 2010, a Sondagem de Inovação. A Sondagem tem por objetivo acompanhar trimestralmente a evolução da inovação tecnológica na indústria brasileira. A inovação tecnológica é definida pela introdução, no mercado, de um produto ou processo produtivo tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado pela empresa. O período de análise coberto por esta edição da pesquisa mostra a tendência de elevação do ritmo de atividade econômica e tem como um de seus reflexos uma relativa recuperação na dinâmica inovativa na indústria.

No primeiro trimestre de 2013, 54,7% das empresas entrevistadas declararam ter realizado algum tipo de inovação tecnológica, de produto ou processo, para a empresa ou para o mercado, percentual de três pontos acima do observado no último trimestre da pesquisa. Como de outras vezes, a taxa de inovação realizada ficou abaixo da expectativa de inovação declarada pelas empresas no trimestre imediatamente anterior. No quarto trimestre de 2012, 61,2% das empresas declararam que pretendiam lançar um novo produto ou processo no primeiro trimestre do ano, o que não se confirmou. No primeiro trimestre de 2013, observa-se recuperação na taxa de inovação de empresas com produtos novos em relação ao trimestre anterior, de 38,8% para 42,2%. A inovação de processo, por sua vez, também apresentou aumento da taxa em relação ao trimestre imediatamente anterior, puxado principalmente pelas empresas que introduziram processo novo para a empresa, de 31,5% no quarto trimestre de 2012 para 34,6% no primeiro trimestre de 2013. A taxa total de inovação de processo passou de 35% no quarto trimestre de 2012 para 37,7% no primeiro trimestre de 2013, o que está associado à melhoria das expectativas de crescimento para este ano.

Quanto às expectativas de inovação, a perspectiva de recuperação observada no segundo semestre de 2012 não se manteve no primeiro trimestre de 2013, a despeito das expectativas mais otimistas para o crescimento do PIB e da produção industrial para o referido ano. Os dados mais recentes sugerem que a ligeira elevação no percentual de firmas com produtos e processos novos efetivamente introduzidos vem acompanhados por um declínio nos percentuais de empresas que pretendem lançar no próximo trimestre algum produto ou processo, novos para a empresa ou para o mercado nacional. A expectativa para realização de inovação no próximo trimestre caiu de 61,2% para 59,2%, explicada pela expectativa de inovação de produto, em que houve redução de 52,6% para 51,1%. O indicador de expectativa de inovação de processo, por sua vez, observou pequeno aumento, de 43,9% para 44,1%.

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Em relação aos esforços para inovação das firmas, no primeiro trimestre de 2013 houve elevação de 27,6% para 28,5% nas empresas que declararam ter aumentado seus dispêndios em inovação. Nas empresas que mantiveram o mesmo nível de investimento, o percentual ficou em 55,3% contra 53,3% no trimestre anterior. Quanto às empresas que diminuíram ou não fizeram dispêndios em inovação o percentual ficou em 16,2% contra 18,8% no trimestre anterior. Ao se comparar os gastos com P&D interno e externo, nota-se pequena redução no investimento em inovação desenvolvido pelas próprias empresas de 2,7% para 2,3% e na aquisição de P&D externo de 2,4% para 1,8%. Os dados referentes ao pessoal ocupado em atividades de inovação no primeiro trimestre de 2013 apontam recuo do percentual de empresas que empregam mestres, pós-graduados e graduados, enquanto para os doutores observa-se um quadro de relativa estabilidade. O percentual de empresas que tinham doutores exclusivamente ocupados em P&D no primeiro trimestre de 2013 foi de 22,2%, as empresas que possuíam mestres ocupados exclusivamente em P&D alcançaram 40,7%, as com pós-graduados foram 68,9% e as com graduados ocupados exclusivamente em P&D foram 86,5%. Esses percentuais variaram pouco ao longo da pesquisa, comprovando que ainda há muito espaço para evolução da qualificação na indústria brasileira.

A decisão de inovar por parte das empresas no primeiro trimestre de 2013 está mais fortemente associada a três fatores: (i) exigências dos clientes (67,4%), (ii) pressões adicionais de custo (65,7%), e (iii) busca por maior participação no mercado (64,8%). Desde o início da sondagem, no primeiro trimestre de 2010, estes têm sido os principais fatores que influenciam a decisão das empresas em inovar.

Ao analisar o investimento em capacidade física instalada de produção, o percentual de empresas que mantiveram constantes seus gastos na aquisição de máquinas e equipamentos declinou de 58% no quarto trimestre de 2012 para 55,3% no primeiro trimestre de 2013 e subiu de 24,3% para 25,7% o percentual de empresas que aumentaram seus gastos em capital fixo.

Com relação à fronteira tecnológica, no primeiro trimestre de 2013, a Sondagem de Inovação investigou junto às empresas pesquisadas a difusão do conhecimento e uso de Tecnologias Destinadas à Recuperação e Preservação do Meio Ambiente. Pode-se afirmar que a maioria das empresas respondentes já utiliza alguma tecnologia destinada à preservação e recuperação do meio ambiente, embora os percentuais tenham sofrido declínio sistemático, em todos os indicadores, ao longo dos três anos da Sondagem. Do total das empresas, 51,7% utilizam tecnologias para tratamento da água em algum produto ou processo interno; 52% das empresas utilizam tecnologias para despoluição do ar; 69% das empresas utilizam tecnologias para gestão da água; 72,4% das empresas utilizam tecnologias de reciclagem ou reaproveitamento em algum produto ou processo interno. Por outro lado, tecnologias de despoluição de solo (uso atual em 16,2% das empresas) e ferramentas de eco-design (uso atual em 37,4% das empresas) continuam sendo menos utilizadas.

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A Sondagem investiga também a situação de projetos para implementação de tecnologias destinadas à preservação ou recuperação do meio-ambiente. Nesse quesito, observou-se não apenas que a grande maioria das empresas pesquisadas não está desenvolvendo tais projetos, mas também que o percentual de empresas desenvolvendo projetos declinou ao longo de três anos, em todas as tecnologias pesquisadas.

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SONDAGEM DE INOVAÇÃO DA ABDI

BOLETIM DO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2013

JANEIRO / FEVEREIRO / MARÇO 2013

INTRODUÇÃO

A Sondagem de Inovação é uma pesquisa realizada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) com o objetivo de acompanhar trimestralmente a evolução da inovação tecnológica na indústria brasileira. A ABDI é uma entidade ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) que busca oferecer apoio técnico sistemático às instâncias de articulação e gerenciamento da política industrial (Plano Brasil Maior) e produzir estudos conjunturais, estratégicos e tecnológicos para diferentes setores da indústria. Em vista da crescente importância que as atividades de ciência e tecnologia vêm adquirindo nas políticas de desenvolvimento industrial, a ABDI passou a realizar, desde o início de 2010, a Sondagem de Inovação, visando acompanhar, de maneira sistemática, a evolução dos indicadores de inovação tecnológica da indústria brasileira e orientar eventuais ajustes nas políticas públicas adotadas.

A realização da Sondagem é fruto do esforço de um conjunto de instituições, que tem trabalhado em parceria com a ABDI nesta pesquisa, em destaque a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (IPEAD). A Sondagem conta também com o apoio técnico-científico de uma equipe de pesquisadores do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (CEDEPLAR) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e de especialistas setoriais renomados de outras instituições acadêmicas brasileiras. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prestou auxílio técnico na elaboração do questionário e na definição da amostra das empresas consultadas.

A Sondagem de Inovação segue os padrões internacionais de coleta e tratamento de dados sobre pesquisa e desenvolvimento (P&D), consolidados no “Manual Frascati” 1, e sobre inovação, disponíveis no “Manual de Oslo” 2. Nesse sentido, há correspondência metodológica com a Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e com pesquisas internacionais como o Community Innovation Survey realizado nos países que compõem a União Europeia.

1 ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE). Frascati Manu-al: proposed standard practice for surveys on research and experimental development. Paris: OCDE, 2002.

2 ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE). Guidelines for collecting and interpreting innovation data. 3rd ed. Paris: OCDE, 2005.

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De acordo com os padrões empregados na elaboração da Sondagem, a inovação tecnológica é definida pela introdução, no mercado, de um produto ou processo produtivo tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado pela empresa. O produto ou processo pode ser novo para a firma ou para o mercado. Em virtude de sua periodicidade trimestral, a Sondagem cobre uma lacuna na produção de indicadores conjunturais para monitorar os esforços tecnológicos das empresas no Brasil.

Para a elaboração da Sondagem de Inovação, são entrevistadas trimestralmente empresas industriais com 500 ou mais pessoas ocupadas. De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), havia, em 2010, aproximadamente 1.650 empresas com essa característica na indústria brasileira e foi sobre esse conjunto que se realizou a amostragem para a Sondagem (ver o Anexo I para uma análise da distribuição setorial e regional das empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas). A escolha das grandes empresas industriais para realizar a Sondagem foi motivada por sua importância nos processos de inovação no setor produtivo brasileiro. Com efeito, de acordo com dados da última edição da PINTEC relativos ao período 2006-2008, enquanto a taxa média de inovação da indústria brasileira foi de 38,1%, a taxa de inovação do estrato formado pelas empresas com mais de 500 pessoas ocupadas foi de 71,9%.

A Sondagem reúne informações de caráter retrospectivo (referentes ao trimestre de referência) e prospectivo (referentes aos três meses subsequentes ao trimestre de referência) provenientes de um total de 14 perguntas segmentadas em quatro blocos (ver questionário no anexo II). No primeiro bloco de questões, levanta-se o número de produtos e processos novos que a empresa lançou no trimestre anterior à pesquisa e o número de produtos e processos que a empresa pretende lançar no próximo trimestre. São colhidas informações também sobre os projetos abandonados e em andamento. No segundo bloco de perguntas, é caracterizado o esforço das empresas em atividades de inovação. O objetivo é saber se os gastos em atividades em inovação das empresas têm aumentado ou diminuído ou se mantêm constantes. Também são levantados o número de pesquisadores envolvidos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e sua qualificação.

No terceiro bloco de questões, identificam-se os motivos que levariam a empresa a realizar inovações tecnológicas no trimestre seguinte. Finalmente, no último bloco, é perguntado se a empresa aumentou, diminuiu ou manteve estáveis os investimentos para expandir a sua capacidade produtiva instalada.

A cada trimestre, a Sondagem de Inovação inclui um bloco de perguntas sobre temas relevantes da fronteira tecnológica e que tenham grande impacto sobre o desenvolvimento industrial brasileiro. Nesta Sondagem, referente ao primeiro trimestre de 2013, foram introduzidas perguntas sobre tecnologias destinadas à recuperação e

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preservação do meio ambiente. O objetivo de tais perguntas foi mapear a difusão, na indústria brasileira, de tecnologias localizadas na fronteira do conhecimento científico e tecnológico. Este mesmo bloco de perguntas havia sido incluído na pesquisa referente ao primeiro trimestre de 2011 e 2012 possibilitando um exame da evolução anual de tais indicadores.

Neste trimestre, a pesquisa inaugura seu quarto ano, e o presente boletim alcança agora sua décima terceira edição consecutiva. Assim como nas edições passadas, os resultados da pesquisa possibilitam uma observação das tendências mais recentes da inovação na indústria brasileira, e permitem também a comparação com o mesmo período do ano anterior, considerando eventuais efeitos de sazonalidade na inovação. Este décimo terceiro boletim da Sondagem de Inovação consolida os resultados das edições anteriores e permite pela primeira vez a comparação do mesmo período (primeiro trimestre) de quatro anos consecutivos (2010, 2011, 2012, 2013). Possibilita, assim, explorar a informação inédita gerada pela pesquisa ao longo de mais de três anos para traçar um panorama mais abrangente da dinâmica de inovação na indústria brasileira no período.

A CONJUNTURA ECONÔMICA E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA INDÚSTRIA BRASILEIRA

A inovação tecnológica na indústria brasileira tem guardado estreita relação com a dinâmica de crescimento da economia nacional, tal como verificado de forma sistemática pelas sucessivas edições da Sondagem de Inovação. No primeiro trimestre de 2013, esta relação entre atividade econômica e atividade inovativa continua sendo um dos principais elementos de análise da evolução do setor industrial. Observou-se nesse período uma ligeira elevação nos níveis de atividade econômica, acompanhada por expectativas um pouco mais otimistas em relação às taxas de crescimento da economia brasileira para o ano de 2013, o que ajuda a explicar a recuperação observada em alguns aspectos da inovação na indústria.

Segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira apresentou crescimento de 0,6% no primeiro trimestre de 2013, em relação ao trimestre anterior, considerando a série com ajuste sazonal. O setor industrial, por sua vez, registrou um declínio de 0,3% no trimestre. Na comparação com o mesmo período de 2012, a expansão do PIB foi de 1,9%, ao passo que o PIB industrial observou retração de 1,4%, puxada principalmente pelos resultados negativos verificados na indústria extrativa mineral (-6,6%), construção civil (-1,3%) e na indústria de transformação (-0,7%).

Cabe ainda notar as taxas de crescimento anuais, tanto para a economia como um todo quanto para a indústria de transformação, já que parecem apresentar trajetória de recuperação, após terem atingido, no segundo semestre de 2012, seus valores mais baixos desde o inicio da Sondagem em 2010 (gráfico 1). Naquele ano, a taxa anual de crescimento do PIB havia sido de 7,5%. Este indicador recuou de forma consistente

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trimestre após trimestre ao longo de 2011, atingindo 2,7% no acumulado do ano. Em 2012, o PIB manteve sua trajetória de desaceleração, alcançando 0,9% no ano. Entretanto, os resultados observados no primeiro trimestre de 2013 sugerem que ciclo de desaceleração da economia brasileira, iniciado ao final de 2010, parece estar próximo do fim, com a recuperação das taxas de crescimento do PIB para este ano.

Gráfico 1 - Variação do PIB, do PIB da Indústria de Transformação – taxa acumulada em 12 meses – e taxa de investimento Gráfico 1 6,4% 6,4% 6,6% 5,2% 2,9% 0,7% -1,4% -0,3% 2,5% 5,3% 7,6% 7,5% 6,3% 4,9% 3,7% 2,7% 1,9% 1,2% 0,9% 0,9% 1,2% 6,8% 6,0% 5,7% 3,0% -2,7% -7,3% -11,2% -8,7% -1,5% 5,3% 10,6% 10,1% 6,8% 4,0% 1,7% 0,1% -1,1% -2,9% -3,2% -2,5% -2,1% 18,3% 18,7% 20,6% 18,7% 17,0% 17,2% 19,2% 18,6% 19,2% 19,2% 20,5% 18,9% 19,5% 18,8% 20,0% 18,8% 18,7% 17,9% 18,7% 17,4% 18,4% -20,0% -15,0% -10,0% -5,0% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0%

I 2008 II 2008 III 2008 IV 2008 I 2009 II 2009 III 2009 IV 2009 I 2010 II 2010 III 2010 IV 2010 I 2011 II 2011 III 2011 IV 2011 I 2012 II 2012 III 2012 IV 2012 I 2013

Variação do PIB e do PIB da Indústria - Taxa acumulada 12 meses com ajuste - e % de Formação Bruta de Capital Fixo em relação ao PIB

PIB PIB Indústria Transf. Formação bruta de capital fixo

Fonte: IBGE Gráfico 2 74,3% 77,2% 71,8% 72,3% 67,6% 59,9% 60,4% 64,8% 62,8% 60,0% 60,3% 61,2% 59,8% 71,4% 71,5% 67,7% 61,6% 62,1% 54,4% 54,2% 54,5% 54,4% 55,7% 52,4% 51,8%54,7% 48,0% 53,0% 58,0% 63,0% 68,0% 73,0% 78,0% 83,0% 1º trim

2010 2º trim2010 3º trim2010 4º trim2010 1º trim2011 2º trim2011 3º trim2011 4º trim2011 1º trim2012 2º trim2012 3º trim2012 4º trim2012 1º trim2013 2º trim2013 Expectativas de inovação Inovação realizada

Fonte: IBGE

Tendência semelhante se observa no setor industrial, que cresceu acima de 10,0% em 2010, e também desacelerou sistematicamente a partir de então. No ano de 2011, a produção industrial observou um crescimento anual de 1,6%, e encerrou 2012 com taxas negativas de crescimento (-0,8%). A indústria de transformação, em particular, ficou praticamente estagnada em 2011, com expansão de 0,1% no ano, em contraste a uma taxa de crescimento expressiva observada em 2010 (cerca de 10,0%). Em 2012, a indústria de transformação também observou tendência recessiva, com variação negativa (em 12 meses): -2,6%. Apesar da retração verificada no primeiro trimestre de 2013 (-2,1%), cabe notar que este é o melhor resultado no setor desde o primeiro trimestre de 2012. Como este segmento da indústria concentra aproximadamente 98% das empresas participantes da pesquisa seu desempenho é visto como uma importante variável explicativa na dinâmica de inovação e investimentos detectada pela pesquisa. O comportamento dos investimentos tem seguido, em linhas gerais, as tendências do ritmo de atividade econômica. Embora as taxas de crescimento do investimento tenham sido superiores às do PIB em boa parte de 2010 e 2011, observa-se tendência declinante ao longo de todo o período. No acumulado de 12 meses, a variação dos investimentos foi de 21,8% em 2010, de 4,7% em 2011, e de -4,0% em 2012. No primeiro trimestre de 2013, no entanto, a formação bruta de capital fixo (FBCF) apresentou recuperação expressiva (crescimento de 4,6% em relação ao trimestre anterior) e voltou a contribuir positivamente para o crescimento do PIB, fato este que não ocorria desde o terceiro

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trimestre de 2011. A taxa de investimento (FBCF/PIB), por sua vez, apresentou ligeira elevação neste trimestre, em comparação ao trimestre anterior, atingindo 18,4% do PIB. A retomada do investimento na indústria, observada por meio de dados relativos à formação bruta de capital fixo, pode indicar um esforço da indústria em se fortalecer para superar a conjuntura instável ou ainda uma resposta a perspectivas mais favoráveis de crescimento ao longo do ano. Esse contexto também pode ser identificado como uma resposta da indústria aos incentivos do governo ao setor, dentre os quais se destacam a redução do IPI sobre bens de capital, materiais de construção e caminhões e veículos leves, e o Programa de Sustentação do Investimento, todos no âmbito do Plano Brasil Maior.

Conforme dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o faturamento da indústria mostrou tendência positiva para os três primeiros meses de 2013. O índice de faturamento real da indústria apresenta valores superiores aos verificados em 2012, considerando os meses de janeiro, fevereiro e março. Na comparação com o quarto trimestre de 2012, os meses de janeiro e fevereiro apresentaram retração do faturamento para 2013, o que configura uma tendência natural, de acordo com a série histórica para esse indicador. Em março já são verificados indícios de uma retomada do faturamento ao seu patamar médio, assim como a tendência verificada em anos anteriores.

Em resumo, 2012 foi um ano de acomodação da atividade econômica, observando-se declínio gradual nos indicadores de crescimento a cada trimestre, tanto no setor industrial como na economia como um todo. Tal trajetória parece ser revertida neste ano de 2013, a julgar pelos sinais de recuperação no primeiro trimestre, e pelas previsões de mercado para o ano. A tendência de recuperação do ritmo de atividade econômica e, em particular, da atividade industrial, tal como revelada pelos dados mencionados, tem como um de seus reflexos uma ligeira aceleração na dinâmica inovativa na indústria, o que pode ser visto com mais clareza a partir dos resultados da Sondagem apresentados a seguir.

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A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO PRIMEIRO TRIMESTRE

DE 2013 (JANEIRO/ FEVEREIRO/ MARÇO)

A. INOVAÇÕES REALIZADAS DE PRODUTO E

PROCESSO NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2013

Os indicadores de inovação tecnológica na indústria brasileira observaram tendência de recuperação no período recente, revertendo uma trajetória de declínio sistemático detectada pela Sondagem desde meados de 2011. No primeiro trimestre de 2013, 54,7% das empresas entrevistadas declararam ter realizado algum tipo de inovação tecnológica, de produto ou processo, para a empresa ou para o mercado, percentual cerca de três pontos acima do observado no último trimestre da pesquisa. De fato, este resultado se alinha com os valores detectados pela Sondagem ao longo de 2011, o que sugere que os percentuais observados nos últimos dois trimestres de 2012 podem representar um piso para tal indicador (Tabela 1 e Gráfico 2). A confirmação desta hipótese dependerá da evolução da atividade inovativa da indústria brasileira nos próximos trimestres.

Tabela 1: Percentual de empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas que inovaram – 2012 / 2013

Percentual de empresas: 4º trimestre 2011 1º trimestre 2012 2º trimestre 2012 3º trimestre 2012 4º trimestre 2012 Inovadoras de produto ou processo 54,4 55,7 52,4 51,8 54,7 De produto 43,1 42,0 42,6 38,8 42,2 Produto novo para empresa 39,4 38,3 38,3 35,6 38,0 Produto novo para o mercado nacional 15,5 14,9 13,3 12,7 14,5 De processo 37,2 38,1 34,5 35,0 37,7 Processo novo para a empresa 33,7 32,8 30,9 31,5 34,6 Processo novo para o mercado nacional 9,4 12,4 8,1 8,6 10,1

Fonte: Sondagem de Inovação ABDI

Por outro lado, assim como já verificado em rodadas anteriores da pesquisa, a taxa de inovação ficou abaixo da expectativa de inovação declarada pelas empresas no trimestre imediatamente anterior. No quarto trimestre de 2012, 61,2% das empresas declararam que pretendiam lançar um novo produto ou processo no primeiro trimestre de 2013, o

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que não se confirmou na taxa de inovação desta Sondagem. Observa-se ainda que a diferença entre a intenção de inovar e a taxa de inovação neste trimestre teve ligeiro declínio em relação ao trimestre anterior – 6,5 pontos percentuais – indicando que um maior percentual da expectativa passada de inovação foi concretizado no período. Por fim, constata-se que a intenção de inovar apresenta ligeiro recuo em relação ao trimestre anterior, o que pode ser explicado exatamente pela maior implementação de inovações no atual trimestre, que significaria menor número de projetos de novos produtos ou processos a serem concretizados no trimestre subsequente.

A comparação entre os dados do primeiro trimestre de 2013 e do mesmo período em 2011 e 2012 permite uma análise menos sujeita a fatores sazonais. Neste caso, verifica-se um declínio inicial na taxa de inovação em produto ou processo, na comparação anual, visto que os percentuais observados foram 62,1% em 2011 e 54,4% em 2012. Após recuar ainda mais no segundo semestre de 2012, o indicador voltou ao patamar anterior no primeiro trimestre de 2013, quando atingiu 54,7%. É interessante notar que tal recuperação é explicada principalmente pelos indicadores de inovação em processo, pois estes se mostraram acima dos valores observados no mesmo período de 2012. Os indicadores de inovação em produto, por sua vez, tiveram valores ainda ligeiramente inferiores aos verificados no primeiro trimestre do ano passado.

De forma geral, a trajetória dos indicadores de inovação ao longo dos últimos dois anos permite observar um patamar inicial mais elevado, no primeiro trimestre de 2011, que reflete um período de maior aquecimento da atividade econômica, e um movimento posterior a um patamar mais baixo, observado em 2012 e 2013, explicado pelos efeitos negativos da desaceleração da economia brasileira e da incerteza no cenário internacional sobre os indicadores de inovação na indústria. O Gráfico 2 permite visualizar com clareza tal evolução.

Gráfico 2- Expectativas de inovação e inovação efetivamente realizada pelas empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas – 2010 / 2013

Gráfico 1 6,4% 6,4% 6,6% 5,2% 2,9% 0,7% -1,4% -0,3% 2,5% 5,3% 7,6% 7,5% 6,3% 4,9% 3,7% 2,7% 1,9% 1,2% 0,9% 0,9% 1,2% 6,8% 6,0% 5,7% 3,0% -2,7% -7,3% -11,2% -8,7% -1,5% 5,3% 10,6% 10,1% 6,8% 4,0% 1,7% 0,1% -1,1% -2,9% -3,2% -2,5% -2,1% 18,3% 18,7% 20,6% 18,7% 17,0% 17,2% 19,2% 18,6% 19,2% 19,2% 20,5% 18,9% 19,5% 18,8% 20,0% 18,8% 18,7% 17,9% 18,7% 17,4% 18,4% -20,0% -15,0% -10,0% -5,0% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0%

I 2008 II 2008 III 2008 IV 2008 I 2009 II 2009 III 2009 IV 2009 I 2010 II 2010 III 2010 IV 2010 I 2011 II 2011 III 2011 IV 2011 I 2012 II 2012 III 2012 IV 2012 I 2013

Variação do PIB e do PIB da Indústria - Taxa acumulada 12 meses com ajuste - e % de Formação Bruta de Capital Fixo em relação ao PIB

PIB PIB Indústria Transf. Formação bruta de capital fixo

Fonte: IBGE Gráfico 2 74,3% 77,2% 71,8% 72,3% 67,6% 59,9% 60,4% 64,8% 62,8% 60,0% 60,3% 61,2% 59,8% 71,4% 71,5% 67,7% 61,6% 62,1% 54,4% 54,2% 54,5% 54,4% 55,7% 52,4% 51,8%54,7% 48,0% 53,0% 58,0% 63,0% 68,0% 73,0% 78,0% 83,0% 1º trim

2010 2º trim2010 3º trim2010 4º trim2010 1º trim2011 2º trim2011 3º trim2011 4º trim2011 1º trim2012 2º trim2012 3º trim2012 4º trim2012 1º trim2013 2º trim2013

Expectativas de inovação Inovação realizada

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Em outras palavras, a dinâmica da atividade inovativa no Brasil está fortemente ligada à trajetória macroeconômica, principalmente em virtude de seus reflexos sobre as decisões internas às firmas. Tanto a inovação de produto quanto a de processo envolvem um importante componente de incerteza, atrelado a custos elevados de P&D e estruturação. O cenário econômico brasileiro, entre o inicio de 2011 e final de 2012, desacelerou economicamente, sendo também verificável um desaquecimento no comportamento inovador das empresas industriais brasileiras. Por outro lado, segundo a ótica microeconômica da inovação, períodos de crise e/ou instabilidade também podem figurar como uma janela de oportunidade para a indústria, pois são mais propícios para mudanças na estrutura de concorrência, sendo que aqueles que souberem se aproveitar melhor de tal situação sairiam fortalecidos. Por isso, o esforço inovativo nesses períodos configuraria uma importante estratégia para a obtenção de possíveis ganhos comerciais e concorrenciais. Cabe observar, contudo, que os indícios de recuperação verificados no atual trimestre não são suficientes para serem vistos como algum aproveitamento de janelas de oportunidade para que a indústria local mude de posição no cenário tecnológico internacional.

Das empresas que responderam à Sondagem, 38% declararam ter introduzido produtos novos já existentes no mercado nacional. Observa-se, também neste caso, certa elevação em comparação ao trimestre anterior, quando 35,6% das empresas haviam respondido positivamente a essa questão, recuperando os níveis verificados desde o segundo trimestre de 2011 (entre 38% e 40%). Trajetória semelhante se observa também nos demais indicadores de inovação em produto. Os indicadores de inovação em processo, por sua vez, após atingirem um aparente “piso” nos dois últimos trimestres de 2012, sofreram significativa elevação no inicio de 2013, também recuperando os patamares observados anteriormente. Em particular, o percentual de empresas que declararam ter implementado um processo novo para a empresa (34,6%) é o valor mais alto dos últimos sete trimestres da pesquisa. Como mencionado antes, estes resultados parecem estar associados a uma relativa recuperação nos indicadores conjunturais de atividade econômica, com melhoria nas perspectivas de crescimento da economia brasileira em 2013, em comparação ao ano anterior, embora persista ainda uma percepção cautelosa por parte da indústria quanto ao comportamento da demanda futura e à presença de elementos de incerteza no plano doméstico e internacional.

Em resumo, pode-se dizer que os resultados da Sondagem no primeiro trimestre de 2013 sugerem uma tendência à recuperação no lançamento de produtos e processos novos no mercado doméstico, após dois trimestres em baixa, voltando aos patamares observados entre meados de 2011 e meados de 2012: 1) a taxa de inovação realizada apresentou recuperação, superando os percentuais observados nos dois últimos trimestres; 2) a taxa de inovação desagregada foi superior à apresentada no segundo semestre de 2012, em todos os indicadores pesquisados.

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O Gráfico 3 mostra a evolução do percentual de firmas inovadoras em produto desde o inicio da Sondagem, em 2010. Neste caso, as firmas são classificadas de acordo com o número de produtos novos para a empresa, mas já existentes no mercado nacional.

Gráfico 3: Percentual de empresas com produtos novos, mas já existentes no mercado nacional – 2010 / 2013 Gráfico3 51,4% 46,1% 51,6% 55,4% 56,6% 62,6% 59,1% 62,7% 60,6% 61,7% 61,7% 64,4% 62,0% 31,4% 35,8% 28,9% 28,6% 26,4% 26,5% 26,8% 24,3% 25,1% 22,4% 27,0% 25,6% 26,0% 11,4% 10,4% 8,3% 9,1% 6,2% 5,0% 6,2% 5,3% 5,2% 9,0% 4,5% 4,3% 5,0% 5,7% 7,8% 10,3% 6,9% 10,8% 5,8% 7,9% 7,7% 9,1% 7,0% 6,6% 5,7% 7,0% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0%

1º Tri 2010 2º Tri 2010 3º Tri 2010 4º Tri 2010 1º Tri 2011 2º Tri 2011 3º Tri 2011 4º Tri 2011 1º Tri 2012 2º Tri 2012 3º Tri 2012 4º Tri 2012 1º Tri 2013

Nenhum novo produto Até 3 De 4 a 6 7 ou mais

Gráfico 4 81,9% 81,9% 75,7% 81,6% 79,6% 82,0% 83,2% 81,7% 84,5% 85,1% 86,6% 87,3% 85,5% 14,3% 15,0% 18,4% 15,5% 16,3% 15,7% 14,1% 14,5% 12,1% 12,9% 10,8% 11,1% 12,6% 1,9% 2,1% 2,1% 1,2% 2,4% 1,9% 1,9% 2,4% 2,2% 1,5% 1,1% 0,5% 1,1% 1,9% 1,0% 3,8% 1,7% 1,7% 0,5% 0,8% 1,5% 1,2% 0,5% 1,3% 1,1% 0,8% -5,0% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 40,0% 45,0% 50,0% 55,0% 60,0% 65,0% 70,0% 75,0% 80,0% 85,0% 90,0%

1º Tri 2010 2º Tri 2010 3º Tri 2010 4º Tri 2010 1º Tri 2011 2º Tri 2011 3º Tri 2011 4º Tri 2011 1º Tri 2012 2º Tri 2012 3º Tri 2012 4º Tri 2012 1º Tri 2013

Nenhum novo produto Até 3 De 4 a 6 7 ou mais

Fonte: Sondagem de Inovação.

Os resultados, ao longo de todo o período da Sondagem, mostram inicialmente uma tendência de declínio no percentual de empresas que introduziram novos produtos, mas já existentes no mercado nacional, particularmente entre o inicio de 2010 e meados de 2011, condizente com a desaceleração da economia brasileira ocorrida no período. A série se inicia com percentuais em torno de 50% até o terceiro trimestre de 2010, e em seguida se estabiliza em um patamar pouco abaixo de 40% a partir do segundo trimestre de 2011 (Gráfico 3).

No primeiro trimestre de 2013, pode-se perceber uma relativa recuperação na taxa de inovação em comparação ao trimestre anterior, explicada por uma elevação nos três grupos em análise. O grupo mais expressivo, das empresas que introduziram até três novos produtos no mercado nacional, oscilou de 25,6% para 26% das firmas. Os demais grupos, de empresas que introduziram de quatro a seis e sete ou mais produtos novos, observou evolução, respectivamente, de 4,3% para 5% e de 5,7% para 7%. Por outro lado, uma tendência de ligeiro declínio se observa quando se compara este trimestre com o mesmo período de 2012: o percentual de empresas que introduziram até 3 novos produtos se elevou de 25,1% para 26%, ao passo que a queda foi explicada pelo comportamento dos demais grupos, de 5,2% para 5% na introdução de 4 a 6 novos produtos, e (principalmente) de 9,1% para 7% no percentual de empresas que lançaram 7 ou mais novos produtos. Estes resultados sugerem que a redução no ritmo da inovação na economia brasileira ao longo de 2012 atingiu inclusive as empresas de perfil fortemente inovador.

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O indicador de inovação referente à introdução de produtos novos ainda não existentes no mercado nacional é um dos que apresenta menor variabilidade ao longo do tempo. Ainda assim, é importante salientar que tal indicador também observou recuperação neste trimestre, após dois trimestres consecutivos de queda em 2012. No primeiro trimestre de 2013, o percentual de empresas inovadoras atingiu 14,5%, o que representa uma elevação de quase dois pontos percentuais em relação ao trimestre anterior (Gráfico 4). Este resultado é coerente com a ligeira recuperação da atividade de inovação, observada nos demais indicadores neste trimestre. Cabe ainda notar que a elevação nos percentuais de firmas inovadoras se concentrou nos grupos de empresas que introduziram até três novos produtos (+1,5 p.p.) e de quatro a seis novos produtos (+0,6 p.p.). Por sua vez, o percentual de firmas que introduziram sete ou mais produtos novos e ainda não existentes no mercado nacional teve ligeiro declínio (-0,2 p.p.) em comparação com o último trimestre de 2012.

Gráfico 4: Percentual de empresas com produtos novos ainda não existentes no mercado nacional – 2010 / 2013

Gráfico3

51,4% 46,1% 51,6% 55,4% 56,6% 62,6% 59,1% 62,7% 60,6% 61,7% 61,7% 64,4% 62,0% 31,4% 35,8% 28,9% 28,6% 26,4% 26,5% 26,8% 24,3% 25,1% 22,4% 27,0% 25,6% 26,0% 11,4% 10,4% 8,3% 9,1% 6,2% 5,0% 6,2% 5,3% 5,2% 9,0% 4,5% 4,3% 5,0% 5,7% 7,8% 10,3% 6,9% 10,8% 5,8% 7,9% 7,7% 9,1% 7,0% 6,6% 5,7% 7,0% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0%

1º Tri 2010 2º Tri 2010 3º Tri 2010 4º Tri 2010 1º Tri 2011 2º Tri 2011 3º Tri 2011 4º Tri 2011 1º Tri 2012 2º Tri 2012 3º Tri 2012 4º Tri 2012 1º Tri 2013

Nenhum novo produto Até 3 De 4 a 6 7 ou mais

Gráfico 4

81,9% 81,9% 75,7% 81,6% 79,6% 82,0% 83,2% 81,7% 84,5% 85,1% 86,6% 87,3% 85,5% 14,3% 15,0% 18,4% 15,5% 16,3% 15,7% 14,1% 14,5% 12,1% 12,9% 10,8% 11,1% 12,6% 1,9% 2,1% 2,1% 1,2% 2,4% 1,9% 1,9% 2,4% 2,2% 1,5% 1,1% 0,5% 1,1% 1,9% 1,0% 3,8% 1,7% 1,7% 0,5% 0,8% 1,5% 1,2% 0,5% 1,3% 1,1% 0,8% -5,0% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 40,0% 45,0% 50,0% 55,0% 60,0% 65,0% 70,0% 75,0% 80,0% 85,0% 90,0%

1º Tri 2010 2º Tri 2010 3º Tri 2010 4º Tri 2010 1º Tri 2011 2º Tri 2011 3º Tri 2011 4º Tri 2011 1º Tri 2012 2º Tri 2012 3º Tri 2012 4º Tri 2012 1º Tri 2013

Nenhum novo produto Até 3 De 4 a 6 7 ou mais

Fonte: Sondagem de Inovação.

Como esperado, o percentual de empresas que introduziram produtos novos para o mercado nacional é menor do que o percentual de firmas que lançaram produtos novos para a empresa, mas já existentes no mercado. Tal resultado corrobora a percepção de que a introdução de produtos novos para o mercado nacional requer maior esforço inovativo; por isso apresenta menor variabilidade trimestral e é concentrada em um número proporcionalmente menor de empresas.

Em suma, existem razões para explicar o comportamento oscilante dos indicadores de inovação de produto no período recente. Obviamente, as expectativas empresariais frente a um contexto de desaceleração da economia brasileira respondem por uma boa parcela do comportamento desta classe de inovações, principalmente no que refere-se ao declínio sistemático nos indicadores de inovação, obrefere-servado entre meados

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de 2011 e o final de 2012. Contudo, a elevação na taxa de investimento (FBCF), bem como a tendência de crescimento no faturamento do setor industrial são elementos que sugerem uma retomada concomitante nos indicadores de inovação, tal como verificado pela Sondagem no primeiro trimestre de 2013. Resta ainda confirmar se tal recuperação deve se manter nos próximos trimestres, a despeito das revisões (para baixo) nas projeções de crescimento da economia brasileira para este ano.

Assim como na inovação de produto, a inovação de processo também apresenta uma tendência de recuperação no primeiro trimestre de 2013, após dois trimestres em que estes indicadores observaram seus valores mais baixos na série histórica iniciada em 2010. Na comparação dos resultados do primeiro trimestre de 2013 com o trimestre imediatamente anterior, observa-se elevação considerável no percentual de firmas que lançaram processos novos já existentes no mercado nacional (de 31,5% para 34,6%). Cabe notar que o valor verificado neste trimestre é o mais alto deste indicador desde o primeiro trimestre de 2011. A recuperação, neste caso, se explica exclusivamente pelo comportamento das empresas que introduziram até três novos processos, em que se verificou uma elevação de aproximadamente 6,5 ponto percentual. Nos demais grupos (4 a 6, e 7 ou mais novos processos), foi verificado declínio nos percentuais neste trimestre. A comparação entre o primeiro trimestre de 2013 e igual período de 2012 confirma o mesmo padrão de recuperação na dinâmica de inovação na indústria brasileira, e retorno aos patamares anteriores, tal como já destacado neste Boletim: verificou-se aqui uma elevação de 0,9 pontos percentuais no indicador de firmas que introduziram processos novos para a empresa, explicado uma vez mais pela elevação no percentual de empresas que introduziram até três novos processos (Gráfico 5). Tal resultado sugere que, também para esse tipo de inovação, verifica-se certa recuperação no comportamento das firmas, após um período de estagnação nos dois últimos trimestres de 2012.

Gráfico 5: Percentual de empresas com processos novos, mas já existentes no mercado nacional – 2010 / 2013

Gráfico 5 51,4% 54,9% 52,6% 58,5% 56,6% 65,5% 66,1% 68,0% 66,3% 66,9% 69,0% 68,5% 65,4% 34,3% 38,9% 39,9% 33,4% 36,5% 30,8% 28,5% 26,8% 28,6% 28,6% 27,0% 25,9% 32,4% 8,6% 3,1% 4,8% 4,5% 5,3% 3,2% 3,3% 3,9% 3,0% 3,5% 2,6% 4,3% 1,7% 5,7% 3,1% 2,1% 3,1% 1,7% 0,3% 1,6% 1,5% 2,2% 0,8% 1,1% 1,4% 0,6% -5,0% 5,0% 15,0% 25,0% 35,0% 45,0% 55,0% 65,0% 75,0%

1º Tri 2010 2º Tri 2010 3º Tri 2010 4º Tri 2010 1º Tri 2011 2º Tri 2011 3º Tri 2011 4º Tri 2011 1º Tri 2012 2º Tri 2012 3º Tri 2012 4º Tri 2012 1º Tri 2013

Nenhum novo processo Até 3 De 4 a 6 7 ou mais

Gráfico 6 75,2% 84,5% 81,4% 84,5% 87,1% 87,3% 87,8% 88,4% 90,4% 87,3% 91,6% 91,4% 89,9% 23,8% 12,4% 16,8% 12,7% 11,0% 10,6% 10,8% 10,4% 7,6% 11,4% 7,6% 7,3% 9,5% 0,0% 2,6% 1,0% 1,2% 1,2% 1,6% 0,8% 1,0% 1,2% 0,8% 0,3% 0,8% 0,0% 1,0% 0,5% 0,0% 1,2% 0,7% 0,3% 0,0% 0,2% 0,5% 0,3% 0,3% 0,5% 0,6% -5,0% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%

1º Tri 2010 2º Tri 2010 3º Tri 2010 4º Tri 2010 1º Tri 2011 2º Tri 2011 3º Tri 2011 4º Tri 2011 1º Tri 2012 2º Tri 2012 3º Tri 2012 4º Tri 2012 1º Tri 2013

Nenhum novo processo Até 3 De 4 a 6 7 ou mais

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Por outro lado, verifica-se uma ligeira recuperação também no número médio de inovações de processos novos e já existentes no mercado nacional no primeiro trimestre de 2013, que passou de 0,72 para 0,87. Tal elevação se concentra principalmente em empresas sem departamentos de P&D formalizados.

O Gráfico 6 apresenta os resultados para o indicador de inovação referente à introdução de processos novos ainda não existentes no mercado nacional. Assim como ocorre com a introdução de produtos não existentes no mercado nacional, este indicador também apresenta pouca variabilidade ao longo do tempo. Ainda assim, tal indicador também apresentou elevação no primeiro trimestre de 2013 (crescimento de 1,5 p.p.), em relação ao trimestre anterior, quando havia atingindo um de seus valores mais baixos desde o inicio da Sondagem em 2010. Neste trimestre, constata-se que a recuperação se deve também à elevação no percentual de firmas que introduziu até três processos novos para o mercado nacional (de 7,3% para 9,5%).

Gráfico 6: Percentual de empresas com processos novos e ainda não existentes no mercado nacional – 2010 / 2013 Gráfico 5 51,4% 54,9% 52,6% 58,5% 56,6% 65,5% 66,1% 68,0% 66,3% 66,9% 69,0% 68,5% 65,4% 34,3% 38,9% 39,9% 33,4% 36,5% 30,8% 28,5% 26,8% 28,6% 28,6% 27,0% 25,9% 32,4% 8,6% 3,1% 4,8% 4,5% 5,3% 3,2% 3,3% 3,9% 3,0% 3,5% 2,6% 4,3% 1,7% 5,7% 3,1% 2,1% 3,1% 1,7% 0,3% 1,6% 1,5% 2,2% 0,8% 1,1% 1,4% 0,6% -5,0% 5,0% 15,0% 25,0% 35,0% 45,0% 55,0% 65,0% 75,0%

1º Tri 2010 2º Tri 2010 3º Tri 2010 4º Tri 2010 1º Tri 2011 2º Tri 2011 3º Tri 2011 4º Tri 2011 1º Tri 2012 2º Tri 2012 3º Tri 2012 4º Tri 2012 1º Tri 2013

Nenhum novo processo Até 3 De 4 a 6 7 ou mais

Gráfico 6 75,2% 84,5% 81,4% 84,5% 87,1% 87,3% 87,8% 88,4% 90,4% 87,3% 91,6% 91,4% 89,9% 23,8% 12,4% 16,8% 12,7% 11,0% 10,6% 10,8% 10,4% 7,6% 11,4% 7,6% 7,3% 9,5% 0,0% 2,6% 1,0% 1,2% 1,2% 1,6% 0,8% 1,0% 1,2% 0,8% 0,3% 0,8% 0,0% 1,0% 0,5% 0,0% 1,2% 0,7% 0,3% 0,0% 0,2% 0,5% 0,3% 0,3% 0,5% 0,6% -5,0% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%

1º Tri 2010 2º Tri 2010 3º Tri 2010 4º Tri 2010 1º Tri 2011 2º Tri 2011 3º Tri 2011 4º Tri 2011 1º Tri 2012 2º Tri 2012 3º Tri 2012 4º Tri 2012 1º Tri 2013

Nenhum novo processo Até 3 De 4 a 6 7 ou mais

Fonte: Sondagem de Inovação.

Assim como no caso dos demais indicadores de inovação em processo, a comparação entre o primeiro trimestre de 2013 e o mesmo período do ano anterior indica alterações apenas marginais no percentual de empresas que introduziram novos processos no mercado nacional (crescimento de 0,7 p.p.). Tal resultado é esperado, considerando-se que a adoção de processos previamente inexistentes no mercado nacional apresenta variabilidade relativamente baixa ao longo do tempo, o que se justifica pelo elevado esforço requerido para a obtenção desse tipo de inovação.

Em linhas gerais, pode-se afirmar que a inovação de processo foi a mais afetada pela retração da atividade inovativa brasileira a partir de meados de 2011. Algumas explicações para isto se relacionam diretamente com a questão macroeconômica, como a estabilidade do nível de investimentos e as perspectivas de desaceleração no

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mercado interno, mas há também elementos importantes, ligados ao processo decisório da firma, que ajudam a explicar tal comportamento.

A inovação em processo está ligada à prática produtiva e, muitas vezes, demanda mudanças na dinâmica de trabalho, bem como na estrutura física da firma. Envolve, assim, esforços de treinamento e requalificação da força de trabalho, visando o desenvolvimento de novas capacitações e habilidades produtivas. A escassez de mão-de-obra com qualificação técnica e tecnológica, bem como o limitado interesse empresarial em investir na qualificação de seu contingente profissional (principalmente em períodos de baixo crescimento), pode explicar em parte a estagnação observada nos indicadores de inovação em processo no país ao longo dos últimos dois anos. Já as mudanças na estrutura física da firma se relacionariam diretamente com a aquisição de maquinário ou novos sistemas produtivos, resultando basicamente de esforços empresariais em termos de investimentos visando à modernização produtiva. Os dados referentes à formação bruta de capital fixo no Brasil não sugerem a ocorrência de tais esforços entre 2011 e 2012, em compasso com a desaceleração da economia brasileira como um todo, mas a elevação de 4,6% no primeiro trimestre representa uma sinalização positiva em direção a uma recuperação dos indicadores de inovação de processo.

Cabe ainda mencionar que o perfil predominante na indústria brasileira, principalmente no que diz respeito às grandes empresas, é composto por firmas atuando em segmentos nos quais a tecnologia produtiva já se encontra em estágio avançado de maturidade. Nesse sentido, haveria pouco espaço para incrementos e pequenos incentivos para tal. Ademais, os custos e riscos relacionados à busca por novas tecnologias nestes segmentos seriam pouco convidativos. Assim, a ocorrência de inovações de processo seria atrelada, sobretudo, à clara existência de ciclos de crescimento econômico. Tais ciclos gerariam os incentivos necessários, em termos de competição e lucratividade, para que os produtores se empenhassem na busca por inovações processuais, mesmo cientes dos custos e riscos de desenvolvimentos tecnológicos em setores já em estágio avançado de maturidade tecnológica.

Nem toda a inovação tecnológica de produto está necessariamente ligada a uma inovação tecnológica de processo, assim como nem toda a inovação de processo é realizada para produzir um novo produto. Entretanto, as firmas que realizam inovações tecnológicas de produto e de processo geralmente fazem esforços para inovação maiores do que a média das demais firmas. No primeiro trimestre de 2013, pouco mais de um quinto (21,8%) das grandes firmas industriais brasileiras realizaram inovações tecnológicas de produto e de processo novo para a empresa, mas já existentes no mercado nacional (Tabela 2). Este percentual também apresentou tendência declinante entre 2010 e meados de 2011, e parece ter atingido seu piso em 2012, mas os dados deste trimestre sugerem recuperação. Por outro lado, a introdução de produto e de processo novos e ainda não existentes no mercado nacional foi declarada por 5,6% das empresas no primeiro trimestre de 2013, em comparação a um percentual de 3,2% no trimestre imediatamente anterior.

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Tabela 2: Percentual de empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas que inovaram em produto e processo no

primeiro trimestre de 2013 (janeiro / fevereiro / março)

Empresas que inovaram em Processo

Para empresa Para mercado

Produto Para empresa 21,8% 5,9%

Para o mercado 6,1% 5,6%

Fonte: Sondagem de Inovação

Em resumo, e em consonância com outros indicadores discutidos anteriormente, a taxa de inovação nas grandes empresas industriais estabeleceu-se em um patamar relativamente baixo e estável no segundo semestre de 2011 e ao longo de 2012, tendo atingido seus valores mais baixos no segundo semestre desse ano, mas parece haver indícios de recuperação em curso no primeiro trimestre de 2013 (Gráfico 7).

Essa evolução sugere três movimentos distintos no período recente: (i) em 2010, houve uma consolidação da inovação tecnológica em patamares relativamente elevados da indústria brasileira, compatível com o quadro de recuperação dos níveis de atividade econômica observados naquele ano; (ii) em 2011 e 2012, a economia cresceu de forma menos acelerada, o que se refletiu na redução da taxa de inovação e sua estabilização em níveis mais baixos desde meados de 2011. Dada a perspectiva de recuperação lenta das taxas de crescimento da economia nacional, associada às incertezas no cenário internacional, a atividade inovativa na indústria brasileira em 2012 manteve-se nesse baixo patamar; (iii) a melhoria do cenário macroeconômico, relacionada a uma maior previsão de crescimento do PIB e à elevação da taxa de investimento na economia brasileira, ajuda a explicar a recuperação dos indicadores de inovação no primeiro trimestre de 2013, tal como apontado por esta Sondagem. Cabe notar, entretanto, que o ritmo de inovação ainda não voltou a atingir os resultados observados em 2010, a despeito dos esforços de política macroeconômica e de política industrial empreendidos com tal finalidade.

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78 Sondagem de Inovação - ABDI • www.abdi.com.br Gráfico 7: Percentual de empresas industriais com mais de 500 pessoas

ocupadas que inovaram em produto e/ou processo – 2010 / 2013 Gráfico 7 71,4% 71,5% 67,7% 61,6% 62,1% 54,4% 54,2% 54,5% 54,4% 55,7% 52,4% 51,8% 54,7% 29,5% 31,1% 33,3% 29,3% 27,8% 21,4% 24,4% 19,0% 21,4% 19,4% 21,6% 19,7% 21,8% 10,5% 5,2% 9,6% 8,2% 6,2% 6,9% 5,4% 6,3% 5,7% 5,0% 3,9% 3,2% 5,6% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 1º trim

2010 2º trim 2010 3º trim 2010 4º trim 2010 1º trim 2011 2º trim 2011 3º trim 2011 4º trim 2011 1º trim 2012 2º trim 2012 3º trim 2012 4º trim 2012 1º trim 2013

Empresas que inovaram em produto ou processo

Empresas que inovaram em produto e processo para a empresa Empresas que inovaram em produto e processo para o mercado

Gráfico 8 34,1% 42,4% 43,1% 42,8% 36,1% 28,7% 31,0% 32,0% 29,6% 27,1% 25,8% 27,6% 28,5% 47,3% 43,0% 39,5% 41,9% 47,2% 55,9% 52,2% 50,0% 49,0% 56,3% 56,0% 53,3% 55,3% 12,1% 5,8% 9,5% 7,2% 10,2% 9,6% 10,1% 12,1% 14,5% 11,5% 13,8% 12,5% 10,3% 6,6% 8,1% 7,9% 8,1% 5,4% 3,7% 5,6% 5,9% 5,6% 4,5% 4,4% 6,3% 5,9% -5,0% 5,0% 15,0% 25,0% 35,0% 45,0% 55,0% 65,0% 1º Tri

2010 2º Tri 2010 3º Tri 2010 4º Tri 2010 1º Tri 2011 2º Tri 2011 3º Tri 2011 4º Tri 2011 1º Tri 2012 2º Tri 2012 3º Tri 2012 4º Tri 2012 1º Tri 2013

Aumentou Manteve Diminuiu Não fez

B. EXPECTATIVAS DE INOVAÇÃO DE PRODUTO E PROCESSO PARA O SEGUNDO TRIMESTRE DE 2013

Os resultados apresentados na seção anterior dizem respeito a produtos e processos efetivamente introduzidos no mercado. Ao lado desses dados, a Sondagem de Inovação reúne informações sobre a intenção ou expectativa declarada de lançar produtos e processos novos para a empresa e para o mercado nacional no trimestre subsequente à pesquisa.

O percentual de firmas com expectativa de inovação futura em produto ou processo, que havia observado ligeira elevação nos dois últimos trimestres de 2012, sofreu declínio neste trimestre e atingiu seu valor mais baixo desde o inicio da Sondagem, em 2010. Isto é, a perspectiva de recuperação nas expectativas de inovação observada no segundo semestre de 2012 parece ter sido revertida no primeiro trimestre de 2013, a despeito das expectativas mais otimistas para o crescimento do PIB e da produção industrial para 2013. Assim, os dados mais recentes sugerem que a ligeira elevação no percentual de firmas com produtos e processos novos efetivamente introduzidos está sendo acompanhada por um declínio nos percentuais de empresas que pretendem lançar no próximo trimestre algum produto ou processo, novos para a empresa ou para o mercado nacional, tal como havia sido observado no Gráfico 2. Ou seja, verifica-se simultaneamente certa recuperação na inovação preverifica-sente, mas uma tendência declinante nas expectativas de inovação futura, fato pouco comum nas rodadas anteriores da Sondagem.

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Cabe ainda notar que a queda no percentual de inovação esperada é inteiramente explicada pela redução na expectativa de inovação de produto. Conforme a Tabela 3, 51,1% das firmas respondentes planejam inovar em produto no próximo trimestre, valor que é 1,5 p.p. inferior ao verificado no trimestre anterior. Por sua vez o percentual de firmas que espera inovar em processo oscilou de 43,9% no último trimestre para 44,1% no trimestre atual.

Tabela 3: Expectativas de inovação (para o trimestre seguinte) das empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas – 2012/2013

Percentual de empresas: 1º trim 2012 2º trim 2012 3º trim 2012 4º trim 2012 1º trim 2013 Inovadoras de produto ou processo 62,8 60,0 60,3 61,2 59,8 Produto 53,9 48,8 47,6 52,6 51,1

Produto novo para empresa 46,8 43,3 40,4 48,3 48,0 Produto novo para o

mercado nacional 26,1 20,7 19,2 20,2 19,3

Processo 42,9 43,0 43,4 43,9 44,1

Processo novo para a

empresa 37,7 39,1 38,3 38,8 39,7

Processo novo para o

mercado nacional 17,5 14,4 13,6 12,9 15,4

Fonte: Sondagem de Inovação ABDI

No que se refere à expectativa de lançamento de novos produtos já existentes no mercado nacional, 48% das empresas esperam fazê-lo no segundo trimestre de 2013, valor praticamente igual ao observado no trimestre anterior. Embora não tenha verificado crescimento neste trimestre, esse percentual é o segundo maior valor observado pela Sondagem de Inovação desde o segundo trimestre de 2011. Isto significa que o ligeiro declínio observado agora não caracteriza necessariamente uma deterioração nas expectativas de inovação da indústria brasileira. Será preciso aguardar as próximas rodadas da Sondagem para verificar se tal tendência se manterá ou não. Por outro lado, e como em edições anteriores da Sondagem, os indicadores de inovação esperada para este trimestre são superiores ao percentual de empresas que efetivamente introduziram produtos novos já existentes no mercado nacional, revelando que parte dos projetos pode não dar os resultados planejados nos prazos estabelecidos.

O percentual de empresas com produtos novos ainda não existentes no mercado nacional a serem introduzidos situou-se, no primeiro trimestre de 2013, em 19,3%. Trata-se de um valor muito próximo ao obTrata-servado nos últimos três trimestres, sugerindo também neste caso grande estabilidade no indicador, dadas as já mencionadas dificuldades envolvidas nesse tipo de inovação.

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Por outro lado, a comparação entre as Tabelas 1 e 3 também indica expectativas menos otimistas, no primeiro trimestre de 2013, acerca da inovação futura. Neste caso, tanto para produtos novos para a empresa como para o mercado, observa-se uma redução da diferença entre a inovação corrente e a inovação esperada. Isto significa que a perspectiva de inovação futura das empresas se aproximou mais dos resultados efetivamente observados no trimestre, sugerindo maior cautela em relação às perspectivas futuras, e tendência de manutenção do ritmo atual de inovação no futuro próximo.

Os indicadores de inovação de processo no primeiro trimestre de 2013, por seu turno, não apresentaram o mesmo tipo de comportamento que o observado para inovação de produto. Neste caso, verifica-se em linhas gerais uma trajetória semelhante para a inovação efetiva e esperada, em torno de uma tendência de ligeiro crescimento, desde meados de 2012. O número de empresas que pretendem introduzir algum novo processo ficou praticamente constante neste trimestre, em relação ao trimestre anterior, com um aumento de apenas 0,2 p.p.. Por sua vez, a expectativa de introdução de processos novos para o mercado nacional representa o indicador de inovação em processo cuja trajetória apresentou menor variabilidade ao longo dos vários trimestres da Sondagem, o que não chega a surpreender, na medida em que a introdução de processos novos ainda não existentes no mercado nacional envolve maior esforço inovativo do que a utilização de processos já disponíveis no país. Ainda assim, cabe notar que o percentual observado no primeiro trimestre de 2013 (15,4%) representa recuperação expressiva, de aproximadamente 2,5 p.p. em comparação com o trimestre anterior (ver Tabela 3). É interessante notar que em todos os indicadores de expectativa de inovação, sem exceção, observa-se um movimento de oscilação nos últimos trimestres, sem uma tendência claramente definida. Uma possível explicação para tal comportamento dos indicadores pode estar associada a um ambiente ainda incerto para o ritmo da atividade econômica no inicio de 2013, com a percepção de que a economia brasileira teria atingido em 2012 o auge de sua desaceleração, e de que haverá recuperação gradual nos trimestres seguintes, mas que tal recuperação parece não se consolidar de forma inequívoca até o momento. Como dito anteriormente, a dinâmica da inovação no Brasil está intimamente ligada à trajetória macroeconômica, principalmente aos seus reflexos sobre as decisões internas às firmas. Tanto a inovação de produto quanto a de processo envolvem um importante componente de incerteza, atrelado a custos elevados de P&D e estruturação. O cenário econômico brasileiro para este ano ainda inspira cautela, o que ajuda a explicar o comportamento das expectativas de inovação de produto e processo.

Cabe destacar ainda, que o percentual de empresas que declarou possuir projetos de inovação em andamento confirma a tendência de recuperação nas taxas de inovação no futuro próximo, acompanhando o comportamento observado nos demais indicadores. No primeiro trimestre de 2013, 53,9% das firmas respondentes declararam possuir projetos de inovação em andamento, contra 53,1% no trimestre imediatamente anterior. Caberá

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às próximas rodadas da Sondagem confirmar se tal recuperação se manterá, tanto no percentual de firmas com projetos de inovação em andamento, quanto na introdução de novos produtos e processos.

Em resumo, os indicadores de inovação em produto ou processo efetivamente realizados apontam para um movimento gradual de recuperação da inovação tecnológica no inicio de 2013, após um período de declínio sistemático nos indicadores de inovação, verificado pelas rodadas anteriores da Sondagem. Quanto às intenções de inovação para o próximo período, sua evolução recente não apresenta tendência claramente definida, o que representa certo descolamento de tais expectativas dos patamares efetivamente observados para a inovação, particularmente neste trimestre.

C. ESFORÇO PARA INOVAR NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2013

A tendência de recuperação nos indicadores de inovação em produto e processo, tal como apontado anteriormente, foi acompanhada por elevação nos indicadores de esforços para inovação das firmas no primeiro trimestre de 2013. Cerca de 55% das empresas respondentes declararam manter seu gasto total em inovação neste trimestre, enquanto cerca de 28,5% das empresas declararam aumentar seu dispêndio total em atividades inovativas. Em comparação com o último trimestre de 2012, houve um crescimento de aproximadamente um ponto percentual no número de empresas que expandiram seus gastos totais em inovação, o que foi acompanhado por uma redução de quase três pontos no percentual de firmas que diminuíram ou não fizeram este tipo de dispêndio.

Os resultados do primeiro trimestre de 2013 revelam, mais especificamente, que 28,5% das empresas declararam uma ampliação nos seus dispêndios totais em inovação; 55,3% mantiveram o mesmo nível de investimento e cerca de 16,2% reduziram ou não fizeram investimentos em atividades de inovação (gráfico 8).

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78 Sondagem de Inovação - ABDI • www.abdi.com.br Gráfico 8: Situação da empresa em relação aos gastos

totais em atividades de inovação – 2010/2013

Gráfico 7 71,4% 71,5% 67,7% 61,6% 62,1% 54,4% 54,2% 54,5% 54,4% 55,7% 52,4% 51,8% 54,7% 29,5% 31,1% 33,3% 29,3% 27,8% 21,4% 24,4% 19,0% 21,4% 19,4% 21,6% 19,7% 21,8% 10,5% 5,2% 9,6% 8,2% 6,2% 6,9% 5,4% 6,3% 5,7% 5,0% 3,9% 3,2% 5,6% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 1º trim

2010 2º trim 2010 3º trim 2010 4º trim 2010 1º trim 2011 2º trim 2011 3º trim 2011 4º trim 2011 1º trim 2012 2º trim 2012 3º trim 2012 4º trim 2012 1º trim 2013 Empresas que inovaram em produto ou processo

Empresas que inovaram em produto e processo para a empresa Empresas que inovaram em produto e processo para o mercado

Gráfico 8 34,1% 42,4% 43,1% 42,8% 36,1% 28,7% 31,0% 32,0% 29,6% 27,1% 25,8% 27,6% 28,5% 47,3% 43,0% 39,5% 41,9% 47,2% 55,9% 52,2% 50,0% 49,0% 56,3% 56,0% 53,3% 55,3% 12,1% 5,8% 9,5% 7,2% 10,2% 9,6% 10,1% 12,1% 14,5% 11,5% 13,8% 12,5% 10,3% 6,6% 8,1% 7,9% 8,1% 5,4% 3,7% 5,6% 5,9% 5,6% 4,5% 4,4% 6,3% 5,9% -5,0% 5,0% 15,0% 25,0% 35,0% 45,0% 55,0% 65,0% 1º Tri

2010 2º Tri 2010 3º Tri 2010 4º Tri 2010 1º Tri 2011 2º Tri 2011 3º Tri 2011 4º Tri 2011 1º Tri 2012 2º Tri 2012 3º Tri 2012 4º Tri 2012 1º Tri 2013

Aumentou Manteve Diminuiu Não fez

Fonte: Sondagem de Inovação

O elevado percentual de empresas que declararam manter os dispêndios em inovação ao longo dos últimos trimestres também se verifica, em maior ou menor grau, ao se avaliar os diversos tipos de investimento em inovação. Particularmente quanto ao primeiro trimestre de 2013, cabe ressaltar o percentual de empresas que declararam aumentar os investimentos em máquinas e equipamentos, pois se trata da modalidade com maior percentual de empresas (32%) elevando os investimentos em relação ao trimestre anterior. Note-se ainda que este resultado representa um crescimento de 1,1 p.p. em relação ao trimestre anterior e que esta modalidade de dispêndio tem sido aquela em que se observam os maiores percentuais em todas as rodadas da pesquisa. Confirma-se assim a percepção de que boa parte da inovação na indústria brasileira é incorporada em bens de capital. Os resultados do primeiro trimestre de 2013 mostram ainda que o percentual de empresas que mantiveram constantes seus gastos na aquisição de máquinas e equipamentos foi de 37,5%, o que representa um declínio de 2,2 pontos percentuais em comparação ao trimestre anterior.

Cabe aqui uma breve reflexão sobre a elevação recente da FBCF no Brasil, associada ao aumento no percentual de empresas que expandiram seus gastos em máquinas e equipamentos. É sabido que o crescimento no investimento viabiliza não somente a expansão da capacidade produtiva da indústria, mas também a introdução de novos produtos e processos. Não por acaso, essa retomada do investimento industrial brasileiro coincide com a retomada da inovação de produtos e processos, verificada pela Sondagem de Inovação no primeiro trimestre de 2013. Cabe ressaltar que a aquisição de máquinas e equipamentos está entre os principais esforços da indústria brasileira em termos de inovação tecnológica, de acordo com a PINTEC e outros surveys do tipo,

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