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ACORDAM, em 13 a Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte

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*03073182*

PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação n° 991.07.034824-4, da Comarca de Franca, em que é apelante ABADIA ALZIRA MOSCARDINI MOREIRA, Partes FÁBIO DIAS MOREIRA e ANTÔNIO PAULO MOREIRA sendo apelado BANCO BRADESCO S/A.

ACORDAM, em 13a Câmara de Direito Privado do

Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte

decisão: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. V. U.", de

conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores ZÉLIA MARIA ANTUNES ALVES (Presidente

sem v o t o ) , ULISSES DO VALLE RAMOS E IRINEU FAVA.

São Paulo, 09 de junho de 2010.

CAUDÜRO PADIN

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V O T O N ° : 15.597

APEL. N ° : 9 9 1 . 0 7 . 0 3 4 8 2 4 - 4 C O M A R C A : F R A N C A

APTE.: A B A D I A ALZIRA M O S C A R D I N I MOREIRA

PARTES: FÁBIO D I A S MOREIRA E A N T Ô N I O P A U L O M O R E I R A A P D O . : B A N C O B R A D E S C O S/A.

Embargos de terceiro. Sentença de improcedência. Compete a embargante demonstrar que a dívida contraída não reverteu em favor do casal (da família). Ausência de prova nesse sentido. Casamento sob o regime da comunhão universal de bens. Embargante que se qualificou como "do lar". Recurso desprovido.

Vistos.

Trata-se de apelação contra sentença que julgou improcedentes os embargos de terceiro, com custas processuais e honorários fixados em 10% sobre o valor da causa.

Recorre a embargante.

Sustenta que demonstrou sua participação na sociedade Comércio de Calçados D'Moreira Ltda; que possui r e n d a própria; que contribuiu para a construção do patrimônio familiar; que a dívida não reverteu em benefício da família; que não é responsável pela dívida exequenda; que a sentença se baseia em presunção; preservação da sua meação; por fim, quer a reforma da decisão.

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É o relatório.

A execução foi movida contra Fábio Dias Moreira (devedor principal) e Antônio Paulo Moreira (avalista), fundada em nota promissória e termo de renegociação de operações de crédito.

Pretende a apelante a desconstituição parcial da p e n h o r a incidente sobre o imóvel constrito, fl. 11.

A apelante e o executado Fábio Dias Moreira (devedor principal) são casados pelo regime da c o m u n h ã o universal de bens (fl. 10), "pelo qual todos os bens (móveis e imóveis)

presentes e futuros e suas dívidas passivas, adquiridas antes ou depois do matrimônio, tornam-se comuns, constituindo uma só massa, instaurando-se um estado de indivisão, passando a ter cada consorte o direito à metade ideal do patrimônio comum e dívidas comuns" (Maria Helena Diniz, Código Civil Anotado, p. 271).

Predominante o entendimento jurisprudencial de que em embargos de terceiro compete a embargante o ônus da prova, vale dizer, a comprovação de que a dívida contraída não reverteu em benefício do casal, de modo a excluir da penhora a sua meação.

Nesta linha, a jurisprudência do STJ:

"[...] Apenas a título de complementação, convém registrar que a meação do cônjuge responde pelas obrigações do outro somente quando contraídas em benefício da família, conforme disposto no art. 592, inc. IV, do CPC, em interpretação conjugada com os arts. 1.643 e 1.644, do CC/02, configurada, nessas circunstâncias, a solidariedade - pupxiva entre os cônjuges. Em tais situações, há presunção de

comunicabilidade das dívidas assumidas por apenas um dos cônjuges, que : r : : : = :=» ' APEL. N°: 991.07.034824-4-FRANCA-VOTO 15.597-RRBF/CECP

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deve ser elidida por aquele que pretende ver resguardada sua meação." (STJ,REsp 874273, rei. Min. NANCY ANDRIGHI, julgado em 03/12/2009).

"EMBARGOS DE TERCEIRO INTENTADOS POR MULHER CASADA EM DEFESA DE SUA MEAÇÃO. COMERCIANTE INDIVIDUAL, QUE TEVE A SUA FALÊNCIA DECRETADA. A PRESUNÇÃO E A DE QUE AS DIVIDAS CONTRAÍDAS PELO FALIDO O FORAM EM BENEFICIO DA FAMÍLIA, CABENDO A MULHER ELIDIR ESSA PRESUNÇÃO. INEXISTÊNCIA DE

CONTRARIEDADE AO ART. 3. DA LEI N. 4.121/62, DE PARTE DO ACÓRDÃO QUE CONFIRMOU A IMPROCEDENCIA DOS EMBARGOS. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO." (ST], REsp 58854, rei. Min. NILSON NAVES, julgado em 30/05/1995).

No mesmo sentido os julgados deste Tribunal:

"Embargos de terceiro. Ausência de provas de que a dívida contraída pelo cônjuge executado não beneficiou o casal. Apelo improvido." (TJ/SP, Apelação 991050089243 (7013413900), rei. Des. Soares Levada, julgado em 29/04/2010).

"EMBARGOS DE TERCEIRO - Proteção do direito de meação - julgamento antecipado da lide - Cerceamento de defesa não caracterizado - Presunção de que a unidade familiar tenha sido beneficiada pela dívida sub judice não elidida pela embargante - Sentença mantida - Recurso não provido." (TJ/SP, Apelação 991010662031 (1062705700), rei. Des. William Marinho, julgado em 01/12/2009).

"EMBARGOS DE TERCEIRO PENHORA -IMÓVEL - MEAÇÃO - Alegação de nulidade do ato, tendo em vista a não observância da meação da recorrente - Descabimento - No caso vertente, não houve comprovação de que a dívida não reverteu em beneficio do casal - Recurso improvido." (TJ/SP, Apelação 991020037753 (1089001800), rei. Des. Mario de Oliveira, julgado em 23/02/2010).

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"Embargos de terceiro - execução apoiada em contrato bancário - penhora de veículo mulher casada pelo regime de comunhão universal de bens - dívida contraída pelo marido - esposa não logrou êxito em comprovar que o crédito concedido pelo banco não trouxe benefícios à entidade familiar (art, 333, I, do CPC)~ afastada alegação de impenhorabilidade do bem - demanda improcedente - recurso improvido." (TJ/SP, Apelação 991020203822 (1105608900), rei. Des. Jovino de Sylos, julgado em 02/03/2010).

"EMBARGOS DE TERCEIRO - Suposto direito de exclusão de meação da penhora incidente sobre imóvel do casal -Inadmissibilidade - A jurisprudência é no sentido de que cabe à mulher (ou cônjuge), na hipótese da aplicação da Lei 4.121/62, provar que a dívida não trouxe benefício ao casal, mas sim prejuízo ao seu patrimônio - Recurso provido" (T]/SP, Apelação n°. 143.578-5/9, rei. Des. Castilho Barbosa, julgado em 11.03.03).

Na hipótese, a apelante não se desincumbiu a d e q u a d a e satisfatoriamente do ônus probatório (art. 333, I, do CPC).

No despacho de fl. 63, irrecorrido, constou: "Fixo

como ponto controvertido a questão da dívida assumida pelo marido da embargante ter revertido ou não em benefício da família, cujo ônus da prova cabe à mulher, ora embargante, conforme entendimento do ST]".

Nenhuma prova específica foi p r o d u z i d a na fase instrutória.

Apesar dos documentos de fls. 5 6 / 5 8 pelos quais a apelante pretende demonstrar a sua participação na sociedade empresária Comércio de Calçados D'Moreira Ltda e renda p r ó p r i a , ;^jn»Hficou-se na inicial como "do lar" (fl. 02).

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Em outras palavras, não há prova segura capaz de elidir a presunção de que a dívida reverteu em benefício da família.

A apelante também não esclareceu a destinação ou a finalidade dos valores obtidos junto ao Banco-apelado a fim de d e m o n s t r a r , de forma inequívoca, que os valores não foram e m p r e g a d o s em benefício do casal (da família).

Ante o exposto, o meu voto nega p r o v i m e n t o ao

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