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Importação de móveis de madeira de Bali para Santa Catarina

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NATHANA SEGATTO CABELEIRA BITELO

IMPORTAÇÃO DE MÓVEIS DE MADEIRA DE BALI PARA SANTA CATARINA: UMA DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO

Florianópolis 2014

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IMPORTAÇÃO DE MÓVEIS DE MADEIRA DE BALI PARA SANTA CATARINA: UMA DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de graduação em Relações Internacionais, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial, para a obtenção do título de Bacharel.

Orientador: Prof. Jurema Pacheco Marques, Msc.

Florianópolis 2014

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Através do Trabalho de Conclusão de Curso, encerra-se um longo período de estudos, e representa uma etapa que se conclui, para que novos caminhos possam ser seguidos.

Gostaria de agradecer, primeiramente, à minha família, em especial à minha mãe e meu pai, que são meus maiores exemplos de caráter, sabedoria e perseverança, que me ensinaram os reais valores e me apoiaram em todos os momentos da minha vida, sempre me encorajando a seguir o meu próprio caminho. Tudo o que sou e que eu conquistei é reflexo do que aprendi vocês. Pretendo retribuir tudo que vocês já fizeram por mim com o meu sucesso profissional.

Gostaria de agradecer ao meu noivo Cassiano Castro, por todo amor, paciência e motivação durante o período do Trabalho de Conclusão de Curso, e por todo amor e amizade durante todos esses anos. Com certeza, você faz parte desta conquista.

Gostaria de agradecer também à todas minhas amigas e amigos que de alguma forma contribuíram para esta conquista tão importante.

Por fim, agradeço às minhas duas orientadoras pela disponibilidade e atenção. No primeiro semestre, a professora Rejane Roecker e no segundo semestre, a professora e orientadora Jurema Pacheco Marques, por me acompanharem e ajudarem ao longo do ano.

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O presente trabalho objetivou apresentar a sistemática da importação de móveis de madeira de Bali, para o estado de Santa Catarina. Procurou ressaltar os tratamentos administrativos, cambiais e fiscais envolvidos na operação de importação. Conceituou-se importação e pode ser percebido a importância do comércio internacional entre países nos dias de hoje, por conta da globalização econômica que vem se desenvolvendo. Revisou-se os principais termos e definições utilizados no processo de importação, bem como os principais órgãos e sistemas intervenientes nas importações brasileiras. Através de pesquisa exploratória, bibliográfica, documental e de campo, foram caracterizados o país, Bali, e a empresa exportadora, Cargo Kita Company, bem como o mercado de ingresso dos móveis que é Santa Catarina, onde verificou-se que o estado possui um crescente consumo de móveis. Foi descrita a negociação feita com a empresa exportadora, e partir das informações obtidas, descreveu-se o processo de importação dos móveis, abordando todas as etapas práticas envolvidas, até a nacionalização da mercadoria. Através do estudo, pode-se perceber que após a importação, houve um aumento de 134% do valor inicial das mercadorias e que grande parte deste aumento é devido aos impostos incidentes nas importações brasileiras.

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The present paper attempted to present the systematic of importation of wooden furniture from Bali, to the state of Santa Catarina. Highlighting the exchange, administrative and taxes treatments involved in the import operation. Characterized import and could be perceived the importance of international trade between countries nowadays, because of the economic globalization that is developing. It was revised key terms and definitions used in the import process, as well as major organs and systems involved in Brazilian imports. Through exploratory, bibliographical, documentary and field research, were characterized the country, Bali, and exporting company, Kita Cargo Company and also the furniture’s entry market that is Santa Catarina, where it was found that the state has a growing furniture consumption. The negotiations made with the exporting company has been described, and from the information obtained, the furniture importing process was described, including all the pratical stages involved, until the nationalization of the goods. Through the study, it can be noticed that after the import, there was an increase of 134 % of the initial value of the goods and a lot of this increase is due to the taxes that incides on Brazilian imports.

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Figura 1 - Organograma estrutura do comércio exterior brasileiro ... 20

Quadro 1 - Documentos obtidos no Siscomex ... 28

Figura 2 - Estrutura da NCM ... 29

Quadro 2 - Grupos de Incoterms 2010 ... 33

Figura 3- Resumo Incoterms ... 34

Quadro 3 - Modalidades de pagamento nas importações ... 37

Quadro 4– Vantagens e desvantagens ... 38

Quadro 5– Métodos de apuração do valor aduaneiro ... 40

Quadro 6– Canais de conferência aduaneira ... 44

Figura 4- Mapa da Indonésia ... 47

Gráfico 1– Exportações da Indonésia ... 48

Quadro 7– Serviços oferecidos pela empresa Cargo Kita Company ... 49

Figura 5 - Produtos comercializados pela empresa ... 50

Quadro 8 – Especificação dos produtos ... 51

Gráfico 2 – Lista de países exportadores do produto SH 940360 – Outros móveis de madeira, em 2012. ... 53

Gráfico 3 – Aumento das vendas em Santa Catarina 2012/2013 ... 54

Gráfico 4 – Importações Catarinenses ... 55

Quadro 9– Custos logísticos ... 56

Figura 6 - Simulador de tratamentos administrativos da Receita Federal ... 58

Figura 7 - Multas por motivo de Licença de Importação ... 60

Quadro 10 – Valor aduaneiro ... 62

Figura 8 - Simulador de tratamentos administrativos e tributários da Receita Federal...64

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1 INTRODUÇÃO ... 10

1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA ... 11

1.2 OBJETIVO ... 12 1.2.1 Objetivo geral ... 12 1.2.2 Objetivos específicos ... 12 1.3 JUSTIFICATIVA ... 13 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 14 1.4.1 Tipo de pesquisa ... 14

1.4.2 Ferramentas de coleta e análise de dados ... 15

1.4.3 Limitações ... 16

1.5 ESTRUTURA DA PESQUISA ... 16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 18

2.1 COMÉRCIO INTERNACIONAL E COMÉRCIO EXTERIOR ... 18

2.2 IMPORTAÇÃO ... 23

2.2.1 Sistema Administrativo ... 25

2.2.1.1. Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) ... 27

2.2.2 Classificação Tarifária de mercadorias ... 29

2.2.3. Incoterms ... 31

2.2.4. Documentos nas Importações ... 35

2.2.5 Sistema Cambial ... 36

2.2.5.1 Modalidades de Pagamento ... 37

2.2.6 Sistema Fiscal ... 39

2.2.6.1 Despacho e desembaraço aduaneiro ... 44

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ... 46

3.1 APRESENTAÇÃO DO PAÍS EXPORTADOR ... 46

3.2 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA EXPORTADORA ... 49

3.3 CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO ... 51

3.4 CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO DE INGRESSO ... 53

3.5 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DOS MÓVEIS DE MADEIRA DE BALI ... 55

3.5.1 Negociação ... 55

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3.5.3 Embarque da mercadoria ... 60 3.5.4 Aspectos Fiscais ... 61 3.5.4.1 Despacho aduaneiro ... 61 3.5.4.2 Impostos incidentes ... 62 3.5.4.3 Parametrização... 64 3.5.4.4 Desembaraço Aduaneiro ... 65 3.5.5 Custos da importação ... 66 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 68 REFERÊNCIAS ... 71

ANEXO A – ORÇAMENTO DOS PRODUTOS ... 75

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1 INTRODUÇÃO

Estamos diante de um cenário de globalização, onde o intercâmbio internacional têm se intensificado e consequentemente, há uma constante interdependência dos mercados internacionais.

O mundo é plano. Essa é uma afirmação de Friedman (2007, p.15) que sustenta a ideia de que um mundo globalizado é um mundo planificado, onde as distâncias se encurtaram devido ao avanço tecnológico, que permite que as pessoas se conectem de qualquer parte do mundo.

É inegável que agora um número maior de pessoas tem a possibilidade de colaborar e competir em tempo real com um número maior de outras pessoas de um número maior de cantos do globo, e num pé de igualdade maior do que em qualquer momento anterior da história, graças aos computadores, ao e-mail, às redes, à tecnologia de teleconferência e a novos softwares mais dinâmicos (FRIEDMAN, 2007). Isso faz com que haja, cada vez mais profundamente, uma homogeneização cultural, uma interdependência econômica entre os países e empresas, e consequentemente, uma maior integração política entre os países, uma vez que as informações circulam livremente ao redor do mundo através da internet, e a interligação entre os indivíduos, empresas e Estados seja instantânea.

De acordo com Coutinho (1998, p.8) “A globalização é consequência natural da liberalização do comércio internacional, combinada com o avanço da tecnologia e com a desregulamentação e/ou flexibilização das normas da economia interna de cada país.”.

Essa afirmação leva a crer que a intensificação das relações econômicas que vem se estabelecendo devido aos avanços tecnológicos, tem papel fundamental nas relações internacionais, pois está diretamente ligada às políticas internas e externas de cada país, definindo o nível de liberalização econômica. Assim, pode-se dizer que as relações econômicas entre os países, de certa forma, definem as relações políticas entre eles.

De acordo com Keedi (2012, p. 21)

a importância dos relacionamentos (internacionais) transcende os motivos materiais, podendo estar relacionada a motivos comerciais em que a compra e venda de mercadorias podem fazer parte de um conjunto mais abrangente de contatos e ações entre os países. A importância política também é relevante nas transações comerciais, podendo determinar o volume de negócios entre os países.

Por conta desse cenário de crescente integração comercial por cosequência do liberalismo econômico entre os países, é notável a ascensão das multinacionais e indivíduos

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como atores no cenário do comércio internacional. Esta interdependência dos mercados internacionais pode ser chamada de globalização econômica. (COUTINHO, 1998).

Assim, os processos de trocas comerciais internacionais, passam a ser uma operação cada vez mais acessível, onde empresas de pequeno porte e indivíduos estão cada vez mais ativos no cenário internacional, através dos processos de importação e exportação.

1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA

Nas últimas décadas, o aumento das trocas comerciais entre os países, feitas através dos processos de importação e exportação, é cada vez mais frequente e necessária para manter o equilíbrio entre o que é produzido e o que é comercializado no país.

De acordo com Rebono (2012, p. 2):

O que leva os países a comercializarem entre si é a diversidade de possibilidades de produção, combinada às vantagens comparativas de produzir, com menor custo, um produto de melhor qualidade. Nenhum país é autossuficiente em tudo: exportam o excedente e importam o necessário para atender às necessidades de produção e consumo.

Neste cenário de integração econômica, a oferta e a demanda passam a ter caráter internacional, ou seja, qualquer indivíduo, empresa ou Estado pode demandar produtos e serviços de qualquer país, não estando mais limitado aos produtos e serviços ofertados restritamente no território nacional.

O comércio de produtos provenientes de outros países vem aumentando no Brasil, e assim, impulsionam o aprofundamento de estudos sobre as possibilidades de importação.

O Brasil é o país que teve maior crescimento de importações em 2010, entre os dados oficiais de 70 governos e entre todas as economias que tiveram seus dados compilados pela Organização Mundial do Comércio, com um aumento nas importações de 46% comparado com o ano anterior (CHADE apud Organização Mundial do Comércio, 2010).

Em 2013 com relação a 2012, as importações brasileiras tiveram um crescimento de 6,5% (BRASIL, 2013). Já em 2014 com relação a 2012, as importações brasileiras cresceram 7%, enquanto os demais países aumentaram, em média, 1%. Isso colocou o Brasil em 2º lugar entre as importações que mais crescem no mundo (AGOSTINI apud Organização Mundial do Comércio, 2014).

Este cenário torna possível o ingresso e comercialização de produtos específicos e exóticos de outros países, no mercado brasileiro. “Ao comercializar internacionalmente, os

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países estão praticando a globalização, no caso da importação, se traz ao país produtos produzidos fora, e se está incorporando nele, todos os costumes e processos estrangeiros” (KEEDI, 2012, p. 63).

É o caso de Bali, que possui uma alta capacidade de manufaturar móveis de madeira, inteiramente, ou com detalhes esculpidos à mão, e de alta qualidade, o que os torna únicos e exóticos. De acordo com Bali Tourism Infornation (2014, tradução nossa) “Os balineses são artistas talentosos, produzem vestuário, artes e esculturas que são exportados”.

Levando em consideração que Santa Catarina possui um crescente mercado consumidor de móveis, vislumbrou-se a possibilidade de importação dos móveis de Bali para o estado.

As ideias apresentadas acima, conduzem a seguinte questão central de pesquisa a ser desenvolvida e aprofundada no trabalho: Qual a sistemática da importação de móveis

de madeira de Bali para Santa Catarina?

1.2 OBJETIVO

Com base no problema de pesquisa, apresentam-se, na sequência, os objetivos gerais e específicos a serem alcançados com o trabalho de conclusão de curso.

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste estudo é demonstrar a sistemática do processo de importação de móveis de madeira de Bali para Santa Catarina.

1.2.2 Objetivos específicos

De forma a atingir e complementar o objetivo geral apresentam-se alguns objetivos específicos, conforme segue:

- Descrever os produtos a serem importados;

- Caracterizar o país, a empresa exportadora e a negociação feita para a importação dos móveis de madeira de Bali;

- Descrever a sistemática da importação de móveis de madeira de Bali, identificando os tratamentos administrativos, fiscais e cambiais envolvidos.

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A seguir, serão apresentadas as justificativas para a escolha do tema.

1.3 JUSTIFICATIVA

O trabalho de conclusão de curso trata de um tema relevante e crescente no mercado e no cenário internacional, que é dentro do comércio exterior, a importação. Pois trata do processo necessário para viabilizar da importação de móveis de madeira de Bali para Santa Catarina.

Nos últimos anos as importações brasileiras vêm ocupando um lugar de evidência no cenário internacional, e assim, vê-se a importância de compreender e analisar como ocorre o processo de importação.

O presente estudo visa demonstrar a sistemática da importação de móveis de madeira de Bali, sendo assim, aborda todas as etapas práticas necessárias para viabilizar a importação, podendo servir como modelo-base para acadêmicos, empresas ou indivíduos que desejam conhecer como ocorre o processo de importação deste tipo de produto, bem como as precauções a serem tomadas pelo importador durante o processo.

No que concerne aos interesses da academia, a presente pesquisa é de extrema relevância, pois o curso de Relações Internacionais é voltado para negócios, e a pesquisa aborda a possibilidade de uma transação comercial com outro país, Bali, através de uma negociação feita com uma empresa exportadora, abordando todas as etapas necessárias à importação da mercadoria estudada.

O presente estudo oferece contribuições para a área de Comércio Exterior, por se tratar de uma pesquisa que traz conceitos e definições sobre os aspectos do processo de importação no Brasil, servindo de base teórica sobre a sistemática das importações, bem como aborda, com enfoque prático, o caso específico sobre a importação de móveis de madeira de Bali, abordando os aspectos administrativos, cambiais e fiscais envolvidos.

A realização deste trabalho possui grande interesse para o acadêmico, visando seu aprendizado e desenvolvimento do estudo na área das Relações Internacionais e de Comércio Exterior, e principalmente, pelo interesse pessoal na realização deste projeto futuramente.

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1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo será abordada a metodologia utilizada para a realização da pesquisa. Os procedimentos metodológicos de uma pesquisa visam explicar detalhadamente as atividades desenvolvidas para sua realização. Assim, será classificada quanto ao tipo de pesquisa, o método de coleta e análise de dados e suas limitações.

De acordo com Rodrigues (2007, p. 2), “metodologia científica é um conjunto de abordagens, técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e resolver problemas de aquisição objetiva do conhecimento, de uma maneira sistemática”.

Inicia-se então, a classificação metodológica, quanto ao tipo de pesquisa.

1.4.1 Tipo de pesquisa

A presente pesquisa pode ser classificada quanto à sua natureza, a uma pesquisa básica, pois consiste na geração de conhecimento sem finalidades práticas aplicadas.

Quanto à abordagem do problema, trata-se de uma pesquisa qualitativa, Segundo Silva e Menezes (2000, p. 20):

A interpretação dos fenômenos e atribuição de significados são básicos no processo qualitativo. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem.

Ou seja, são voltadas a situações estritamente particulares que não tem dados estatísticos como centro do processo de análise do problema, que é a sistemática do processo de importação de móveis de Bali.

Em ralação aos objetivos, a presente pesquisa é exploratória, que, de acordo com Gil (2002, p. 41):

Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis. Muitas vezes as pesquisas exploratórias constituem a primeira etapa de uma investigação mais ampla.

Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal um aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições, através de levantamentos bibliográficos e documental (GIL, 2002).

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Tendo em vista todos os conceitos apresentados a cima, a escolha pela pesquisa qualitativa e de caráter exploratório, se torna adequada ao estudo sobre a importação de móveis de madeira de Bali, pelo fato de ser uma pesquisa que visa aprofundar a sistemática do processo de importação, considerando as características qualitativas de cada etapa do processo, a partir de levantamentos bibliográficos, documental e pesquisa de campo.

1.4.2 Ferramentas de coleta e análise de dados

Para o desenvolvimento da presente pesquisa foram utilizados como ferramentas de coleta de dados, a pesquisa bibliográfica, documental, e pesquisa de campo, ou seja, elaborada a partir de material já publicado e levantamento de dados diretamente através da empresa exportadora. Para Fachin (2003, p. 125):

A pesquisa bibliográfica diz respeito ao conjunto de conhecimentos humanos reunido em obras. Tem como finalidade fundamental conduzir o leitor a determinado assunto e proporcionar a produção, coleção, armazenamento, reprodução, utilização e comunicação das informações coletados para o desempenho da pesquisa.

Quanto à análise documental, pode-se constituir numa técnica valiosa de abordagem de dados qualitativos. São considerados documentos desde leis, regulamentos, normas, pareceres, cartas, memorandos, diários pessoais, autobiografias, jornais, revistas, discursos, roteiros de programas de rádio e televisão, livros, estatísticas e arquivos escolares (LUDKE E ANDRÉ, 1986).

Assim, para a realização da pesquisa foram utilizados como fonte de dados: Livros, jornais, regulamentos, leis, artigos de periódicos sobre o tema em questão; e acervos virtuais na Internet, tendo em vista informações publicadas em sites relacionados à empresa e ao país exportador, aos produtos à serem importados e órgãos governamentais brasileiros e internacionais.

Foi utilizado também, como técnica de coleta de dados a pesquisa de campo, que se caracteriza pela observação e interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer, procede-se à solicitação de informações à um único grupo, a cerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise, obter conclusões correspondentes aos dados coletados (GIL, 2008).

Na pesquisa, foi realizado contato via email, durante aproximadamente um mês, com a responsável pelo Marketing Internacional da empresa Cargo Kita Company, em Bali,

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onde foi feito questionamentos a cerca dos produtos à serem importados, bem como informações sobre o frete internacional, embalagem dos produtos, forma de pagamento, cotações e prazos, que serviram como uma importante fonte de dados para a realização da pesquisa.

A forma de coleta de dados foi a análise de conteúdo, que, segundo Puglisi e Franco (2005, p. 13):

trabalha tradicionalmente com materiais textuais escritos [...] o ponto de partida é a mensagem, mas deve ser considerado as condições contextuais de seus produtores e assenta-se na concepção crítica e dinâmica da linguagem.

A partir da metodologia apresentada a pesquisa foi desenvolvida.

1.4.3 Limitações

Foi analisada a sistemática do processo de importação de moveis de madeira de Bali, a fim de verificar como se dá a nacionalização do produto em Santa Catarina.

O tema prioriza a descrição das etapas necessárias ao processo de importação, abordando os aspectos administrativos, cambiais e fiscais.

Assim, a pesquisa não tem como objetivo, verificar a importação procedente de outros países, nem de outros produtos que não sejam os especificados neste estudo, classificados sob NCM 9403600 – Outros móveis de madeira.

A pesquisa irá demonstrar um panorama sobre o consumo de móveis no estado de Santa Catarina, porém, não será desenvolvida neste estudo, a análise de preço de venda deste tipo de móvel em Santa Catarina, por não tratar-se do objetivo desta monografia.

1.5 ESTRUTURA DA PESQUISA

A pesquisa divide-se em quatro capítulos, são eles: Introdução, fundamentação teórica, apresentação e análise de dados e considerações finais.

No primeiro capítulo são tratados os elementos iniciais da pesquisa, destacando-se a exposição do tema e do problema. Na sequência, são apresentados os objetivos gerais e específicos que a pesquisa realizada almeja alcançar. Prossegue-se com a justificativa da escolha do tema e a metodologia científica que foi utilizada para o desenvolvimento da pesquisa.

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O segundo capítulo discorre sobre os aportes teóricos que sustentam as principais idéias da pesquisa, como, conceito de comércio exterior e comércio internacional, conceito de importação e os principais motivos que levam os países a importarem.

São apresentados os principais termos e definições utilizados na operação de importação bem como os elementos que compreendem os tratamentos administrativos, cambiais e fiscais. É apresentado o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) e as entidades intervenientes, classificação tarifária das mercadorias, modalidades de pagamento internacional e Incoterms, e informações fiscais referentes ao despacho e desembaraço aduaneiro das importações.

No terceiro capítulo, discorre-se sobre a apresentação da pesquisa e análise de dados, onde são apresentados o país, Indonésia, e a empresa exportadora, Cargo Kita Company, com quem foi realizada a negociação para a importação dos móveis.

Na sequência são apresentados os produtos a serem importados e suas especificações, bem como o mercado de ingresso que é Santa Catarina. Em seguida discorre-se sobre a descrição das etapas operacionais do processo de importação dos móveis de Bali, que compreende desde a negociação, registro do importador, tratamentos administrativos referentes às mercadorias a serem importadas, registro e entrega dos documentos necessários a cada etapa da operação, cálculo dos impostos incidentes, bem como despacho e desembaraço aduaneiro, onde a mercadoria é nacionalizada.

No quarto capítulo são apresentadas as considerações finais sobre a possibilidade real de importaçãodos móveis de madeira de Bali, em Santa Catarina.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo serão tratadas as principais ideias e conceitos relevantes para o desenvolvimento da pesquisa.

Discorre-se sobre o conceito e estrutura do comércio internacional e do comércio exterior brasileiro, a importância e os motivos que levam os países a importarem, bem como termos, conceitos e definições utilizados no processo de importação e seus aspectos administrativos, cambiais e fiscais.

2.1 COMÉRCIO INTERNACIONAL E COMÉRCIO EXTERIOR

Como consequência do aumento acelerado da integração econômica que vem se estabelecendo entre os países no último século, surgiram organismos e organizações que atuam de forma internacional, com a missão de organizar e regular as relações comerciais entre os Estados. Essa regularização acontece mediante o estabelecimento de regras, acordos, convenções e outros artifícios destinados a atuar como instrumentos reguladores das relações de comércio e fluxo de capitais no âmbito internacional. (FARO; FARO, 2010).

Os principais órgãos que foram criados a fim de incentivar e regularizar o comércio entre os Estados são, a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A OMC iniciou suas atividades em 1995 e passou a atuar como um elemento facilitador na aplicação das regras de comércio internacional, bem como procurou refinar os mecanismos de resolução de disputas comerciais entre seus membros, e também se tornando responsável pelo monitoramento das políticas comerciais de cada país associado, com objetivo de assegurar que o comércio de bens e serviços internacional fosse realizado da forma mais equilibrada possível, com efetivo incentivo à assistência ao desenvolvimento das nações menos capacitadas (FARO; FARO, 2010, p. 282).

Já o FMI é um organismo internacional que consiste em assegurar a estabilidade financeira internacional, busca evitar que desequilíbrios nos balanços de pagamentos e nos sistemas cambiais dos países-membros (184 países membros) possam prejudicar a expansão do comércio e dos fluxos de capitais internacionais, favorecendo a eliminação progressiva das restrições cambiais nos países membros (SEGRE, 2012, p. 34).

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Devido à abertura comercial que vem se estabelecendo entre os países, houve um aumento expressivo do comércio internacional mundial, assim fortalecendo a interdependência dos mercados internacionais.

Além dos organismos que regem as trocas comerciais entre os Estados a nível internacional, para assegurar a interdependência dos mercados de forma equilibrada, há também o comércio exterior, que consiste no conjunto de regras e legislação interna de cada Estado, que regula a entrada e saída de mercadorias no território nacional, ou seja, as importações e exportações.

O comércio exterior Brasileiro vem aumentando rapidamente ao longo dos últimos anos, segundo Keedi (2012, p. 29) “a exportação triplicou entre 2000 e a média entre 2008 e 2009. A importação também quase triplicou no mesmo período.”. Isso significa que em um curto período de tempo houve um aumento expressivo no comércio exterior brasileiro, tanto através de exportações como de importações.

Para que as operações de comércio exterior sejam realizadas, o Brasil dispõe de ampla estrutura, com órgãos e atribuições relacionadas às áreas administrativa, fiscal e cambial. “Tendo em vista a abrangência do tema comércio exterior, diversos órgãos da administração pública possuem competências relacionadas ao assunto, bem como executam ações e desenvolvem políticas sobre esta matéria.” (BRASIL, 2014).

Os principais órgãos brasileiros envolvidos na atividade do comércio exterior são a Câmara de Comércio Exterior (Camex), o Ministério da Fazenda (MF), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), conforme mostra Figura 1, a seguir:

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Figura 1 - Organograma estrutura do comércio exterior brasileiro

Fonte: Adaptado de Comexblog (2014)

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) foi criada por uma tentativa de responder as rápidas transformações crescimento do setor externo brasileiro, que sempre fora tratada de forma isolada por cada um dos Ministérios do país.

Participam da Camex os seguintes Ministérios: MDIC, Casa Civil, Relações Exteriores, Fazenda, Agricultura, Planejamento e Desenvolvimento Agrário.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) é um órgão integrante do Conselho de Governo da Presidência da República e tem por objetivo a formulação, adoção, implementação e coordenação de políticas e atividades relativas ao comércio exterior de bens e serviços, incluindo o turismo. (BRASIL, 2014).

Dentre suas atribuições estão: Coordenar e orientar as ações de órgãos com competências na área de comércio exterior; formular diretrizes básicas da política tarifária de importação e exportação; Definir, no âmbito das atividades de exportação e importação, diretrizes e orientações sobre normas e procedimentos; fixar direitos antidumping e compensatórios, provisórios ou definitivos e salvaguardas; orientar a política aduaneira, entre outros. (SEGRE, 2012, p. 12). A Camex deve ser previamente consultada sobre as matérias relevantes relacionadas ao comércio exterior brasileiro, ainda que consistam em atos de outros órgãos.

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O Ministério da Fazenda (MF) é responsável principalmente pelas políticas monetária e fiscal, zela pela fiscalização e controle de entrada e saída de mercadoria do Brasil, através do comércio exterior. “O Ministério da Fazenda é o órgão que na estrutura administrativa da República Federativa do Brasil cuida basicamente da formulação e execução da política econômica.” (BRASIL, 2014a).

Segundo Keedi (2012, p. 40):

Compete ao Ministério da Fazenda, cuidar dos seguintes assuntos relacionados ao comércio exterior: Moeda, crédito, instituições financeiras e seguros privados; política, administração, fiscalização e arrecadação tributária federal e aduaneira; negociações econômicas e financeiras com governos, organismos multilaterais e agências governamentais; [...]; realização de estudos e pesquisas para acompanhamento da conjuntura econômica; [...].

Um dos órgãos mais importantes do Ministério da Fazenda (MF) é a Secretaria da Receita Federal (SRF) e seus departamentos. É a responsável por assessorar o Ministro de Estado da Fazenda na formulação, execução e acompanhamento da política fiscal e aduaneira e dentre suas principais funções, destacam-se: Planejar, coordenar, supervisionar, executar, controlar e avaliar as atividades de administração tributária federal bem como o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). (REBONO, 2012, p. 6).

É a Secretaria da Receita Federal (SRF) que controla as entradas e saídas de mercadorias nos locais alfandegados estabelecidos para isso, bem como realiza a cobrança dos impostos devidos nessas operações e autoriza sua nacionalização e desnacionalização.

Outra importante entidade vinculada ao Ministério da Fazenda (MF) é o Banco Central do Brasil (BC ou Bacen), é De acordo com Keedi (2012, p. 46):

O Bacen é encarregado da formulação e gestão das políticas monetária e cambial, compatíveis com as diretrizes do Governo Federal, [...]. O Bacen é o controlador e emissor das normas cambiais no Brasil, nenhuma movimentação de moeda estrangeira pode ser realizada sem a sua autorização.

Ou seja, o Bacen é a autoridade monetária, que autoriza as instituições bancárias a operarem na área de câmbio, e assim, poderem vender e comprar moeda estrangeira.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) é um órgão importante na atividade do comércio exterior brasileiro, é o responsável pelas políticas e ações relativas ao comércio exterior como um todo, a fim de tentar aumentar e melhorar a relação comercial do Brasil com os demais países. Tem como missão “Formular, executar e avaliar políticas públicas para a promoção da competitividade, do comércio exterior, do

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investimento e da inovação nas empresas e do bem-estar do consumidor.”. (BRASIL, 2014b). Suas competências na área internacional abrangem o desenvolvimento de programas de apoio ao comércio exterior, negociações internacionais do comércio de bens e serviços e formulação de políticas específicas de apoio às empresas do segmento MPE (micro e pequenas) (FARO; FARO, 2010, p. 19). O MDIC é o ministério responsável pelas decisões e execução das diretrizes políticas de comércio e exerce sua função através do órgão gestor Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).

A Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) tem como principal função

assessorar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) na

condução das políticas de comércio exterior. É o órgão estratégico do MDIC e é responsável

pela gestão do controle comercial.

A SECEX normatiza, supervisiona, orienta, planeja, controla e avalia as atividades de comércio exterior de acordo com as diretrizes da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e do MDIC. Tem como principais objetivos: Propor medidas de política fiscal e cambial, de financiamento, de seguro, de transporte e fretes e de promoção comercial; participar das negociações em acordos ou convênios internacionais relacionados com o comércio exterior; propor alíquotas para o Imposto de Importação e suas alterações; implementar os mecanismos de defesa comercial. (SEGRE, 2012, p. 10). Pode-se dizer assim que a SECEX é o carro-chefe do MDIC na gestão do comércio exterior brasileiro.

Outro órgão importante é o Ministério das Relações Exteriores (MRE), é o responsável pelas relações diplomáticas brasileiras com outros países. Conforme Keedi (2012, p. 47):

É o órgão que estabelece as embaixadas, consulados e outras representações oficiais brasileiras em outros países. Também é quem autoriza a instalação de embaixadas, consulados e representações oficiais estrangeiras no Brasil.

Para o controle administrativo da entrada de produtos específicos em território aduaneiro brasileiro, operam no Brasil diversos órgãos anuentes, que conforme o Brasil (2014c):

Têm, entre suas atribuições, a função de analisar licenças de importação registradas pelos importadores no Siscomex, respeitadas suas respectivas competências. Tais órgãos atuam na anuência de importações de produtos/operações a eles pertinentes, podendo haver a atuação simultânea e independente de mais de um órgão em uma mesma LI.

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Há 15 órgãos intervenientes que são anuentes no licenciamento de importação: a) Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

b) Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) c) Agência Nacional do Cinema (ANCINE)

d) Comando do Exército (COMEXE)

e) Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX) f) Departamento de Polícia Federal (DPF)

g) Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)

h) Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – (IBAMA)

i) Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) j) Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) k) Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT)

l) Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO)

m) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) n) Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)

o) Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) (BRASIL, 2014c).

Desta forma foram abordados os principais órgãos intervenientes do comércio exterior no Brasil, cada um com suas atribuições nas áreas administrativas, fiscais e cambiais, a fim de coordenar, regular e controlar as relações exteriores do Brasil.

O próximo capítulo abordará o conceito de importação e as motivações que levam os países a importar, bem como seus aspectos administrativos, cambiais e fiscais.

2.2 IMPORTAÇÃO

A importação é um processo de troca de mercadorias entre países dentro do comércio internacional, caracteriza-se pelo ingresso no país de riquezas originárias do exterior, provenientes de bens ou de serviços.

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De acordo com Rebono (2012, p. 2):

A importação caracteriza-se pela introdução em um país de mercadorias procedentes de outro.

A importação pode compreender inclusive, serviços relativos à aquisição de produtos no exterior, tais como: fretes, seguros, serviços bancários, etc.

Segre (2012, p.45) afirma que “quando os países não têm a capacidade de produzir a totalidade dos produtos suficientes para atender a suas necessidades internas, a tendência é especializarem-se nas atividades produtivas para as quais se encontram mais aptos e permutarem, entre si, o que não produzem.”.

Além da escassez de produtos no mercado interno, a importação pode se dar por diversas razões, podendo estar relacionadas à falta de matérias-primas, clima não favorável, falta de mão de obra, diversificação de mercados, busca de novas tecnologias, busca de novos fornecedores, redução de custos e riscos, etc.

Deixando de atuar apenas no mercado interno, a importação aumenta o leque de fornecedores, reduzindo assim, o risco de crise de mercado, como aumento de preços internos e política governamental desfavorável. Com a diversificação de mercado é possível obter um aumento na quantidade de produtos oferecidos, inclusive com maior variedade e outras tecnologias disponíveis. (SEGRE, 2012).

Outro ponto positivo da importação é o aumento da competição interna, pois com mais concorrência é menor o risco de altos preços no mercado interno. A entrada de produtos com preços mais baixos e melhor qualidade, automaticamente faz com que o mercado interno reduza seus preços, e busque melhoria na qualidade dos produtos ofertados, a fim de manter sua competitividade.

De acordo com Keedi (2012, p. 21):

Melhoria da qualidade pode ser um fator determinante nas relações comerciais, já que uma abertura de fronteiras pode balizar a produção interna por meio da concorrência estrangeira, visto que esta pode determinar mudanças importantes na produção da indústria nacional.

A importação pode colaborar com a estrutura econômica de um país através da complementação dos produtos disponíveis à população, ou de bens de capital necessários às empresas, além de ter um papel fundamental no processo de modernização da economia, uma vez que estimula a competição interna e permite a comparação de processos e produtos. (REBONO, 2010).

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As importações brasileiras tiveram um aumento significativo nos últimos anos, passando de US$ 22.524 em 1990 para US$ 236.870 em 2011 (BRASIL 2014, apud ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO).

A seguir serão apresentados os aspectos administrativos que viabilizam as importações.

2.2.1 Sistema Administrativo

Existem procedimentos que devem ser seguidos para que a importação se concretize, bem como documentos necessários e termos que são utilizados, mundialmente, para padronizar as condições em que ocorre o comércio internacional, com o intuito de facilitar o entendimento das operações de compra e venda internacional.

No Brasil, as operações de importação podem ser classificadas em três grandes agrupamentos: Importações permitidas, suspensas e proibidas.

De acordo com Faro e Faro (2010, p.82):

as importações permitidas correspondem àquelas operações que de uma forma geral podem ser realizadas (condicionadas ou não a um licenciamento prévio). As importações suspensas referem-se às operações que estão temporariamente impedidas de serem realizadas por decisão governamental. Já as importações proibidas correspondem às vendas externas que, por determinação legal, terminantemente, não podem ser realizadas.

Considerando as importações permitidas, elas podem ter autorização automática ou não automática, dependendo da mercadoria ou de condições estabelecidas pelo sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), que será tratado adiante.Conforme Keedi (2012, p. 51):

o tratamento administrativo é informado pelo sistema [Siscomex], que orienta o importador sobre os procedimentos a serem tomados, entre os quais se a importação necessita de LI – Licença de Importação prévia, ou seja, não automática, o que deve ocorrer antes do embarque da mercadoria no exterior.

O licenciamento automático é o mais comum e é realizado automaticamente quando a Declaração de Importação (DI) é registrada no Siscomex.

O licenciamento não automático ocorre quando “as mercadorias estão sujeitas à autorização para embarque ou são deferidas pelo órgão anuente” (VIEIRA, 2006, p. 34). Este licenciamento deve ser obtido antes do desembaraço da mercadoria ou, em alguns casos, antes da mercadoria ser embarcada no exterior.

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Uma compra internacional pode ocorrer diretamente do exportador, ou indiretamente.

Quando indiretamente, existem duas formas de terceirização das operações de importação, que são reconhecidas e regulamentadas pela SRF, sendo elas, a importação por conta e ordem de terceiros e a importação por encomenda.

A importação por conta e ordem de terceiros, conforme a Brasil (2014d):

[...]é um serviço prestado por uma empresa – a importadora-, a qual promove, em seu nome, o despacho aduaneiro de importação de mercadorias adquiridas por outra empresa – a adquirente-, em razão de contrato previamente firmado, que pode compreender ainda a prestação de outros serviços relacionados com a transação comercial, como a realização de cotação de preços e a intermediação comercial. Sendo assim, a importadora por conta e ordem é uma mera mandatária da adquirente, e a contratação do câmbio neste tipo de operação pode ser efetuada tanto em nome da importadora quanto da adquirente (VIEIRA, 2013).

Já as importações por encomenda, ainda de acordo com Brasil (2014e):

[...] é aquela em que uma empresa adquire mercadorias no exterior com recursos próprios e promove o seu despacho aduaneiro de importação, a fim de revendê-las, posteriormente, a uma empresa encomendante previamente determinada, em razão de contrato entre a importadora e a encomendante, cujo objetivo deve compreender, pelo menos, o prazo ou as operações pactuadas.

As importações podem, ainda, em relação à sua permanência no país importador, assumir um caráter temporário ou definitivo. Conforme Keedi (2012, p.23):

Na maneira definitiva, a mercadoria é incorporada ao ativo do país importador, passando a ser considerada uma mercadoria nacional para todos os efeitos legais [...] na temporária, ela sai do país por determinado tempo, suficiente para realizar a operação para qual foi enviada, como por exemplo, participação em feiras, exposições, [...].

Ao realizar uma importação, devem ser tomadas algumas medidas antes do embarque da mercadoria. No caso do Brasil, sua estrutura de comércio exterior, conta com sistemas de informação, a fim de obter melhor controle e mais agilidade sobre essas operações.

O importador ou seu representante legal deve possuir cadastro no Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar), que é um sistema eletrônico que permite ao governo habilitar ou não uma empresa a operar em comércio exterior, e

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incorpora em seu processo a habilitação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). De acordo com Segre (2012, p. 48):

A concepção geral do sistema objetiva disponibilizar, em tempo real, informações de natureza aduaneira, contábil e fiscal que permitam à fiscalização identificar o comportamento e interferir o perfil de risco dos diversos agentes relacionados ao comércio exterior, tornando-se uma ferramenta fundamental no combate às fraudes. Além do Radar, deve-se ter inscrição no Registro de Exportadores e Importadores (REI) da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). “A inscrição no Registro de Exportadores e Importadores (REI) é automática, sendo realizada no ato da primeira operação (importação ou exportação) em qualquer ponto conectado ao Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX).” (BRASIL, 2014f).

Neste ato devem ser informados CNPJ, constituição societária, capital social e demais dados cadastrais, além de todas as informações relativas à operação comercial e à respectiva mercadoria a ser importada. (VIEIRA, 2013, p. 33)

As modalidades de habilitação são regidas pela Instrução Normativa 1288 da Receita Federal.

A seguir será caracterizado o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), e sua importância para a realização das etapas da importação.

2.2.1.1. Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex)

A entrada e saída de mercadorias do país somente devem ocorrer se autorizadas pelas nossas autoridades, e isto é realizado por um sistema eletrônico denominado Siscomex -

Sistema Integrado de Comércio Exterior. Ele é o principal instrumento administrativo que integra as atividades das operações de comércio exterior. De acordo com Rebono (2012, p. 7):

Sistema que integra as atividades afins da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), da SRF e do Banco Central (Bacen) no registro, acompanhamento e controle das diferentes etapas das operações de comércio internacional.

As entidades intervenientes no Siscomex, controladoras dos interesses específicos na importação, são: Na estrutura administrativa do governo federal, a Secex que está vinculada ao MDIC, e no Ministério da Fazenda, a SRF e o Banco Central do Brasil. Participam também do Siscomex, os órgãos anuentes para casos de operações específicas. (BIZELLI, 2006).

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O Siscomex é utilizado desde 1993 no Brasil. Vieira (2013, p. 34) afirma que “foi instruído [...] e implantado em 1993, para agilizar e desburocratizar as operações de exportação; em 1997 começou a funcionar também para as operações de importação.”.

A habilitação de um responsável legal está sujeita aos procedimentos específicos definidos pela SRF. Pode ser disponibilizado para pessoas físicas e jurídicas, exportadores, importadores, despachantes, bancos autorizados a operar em câmbio, corretores de câmbio, prestadores de serviços, transportadores, entre outros, para a formulação de documentos eletrônicos de importação e exportação. (VIEIRA, 2013). Ressalta-se que a pessoa física só poderá importar mercadoria para uso próprio e em quantidade que não revele destinação comercial. A habilitação no Siscomex, tanto de pessoa jurídica importadora quanto física é válida por 18 meses.

Os documentos obtidos a partir do Siscomex para as operações de importação seguem conforme Quadro 1:

Quadro 1 - Documentos obtidos no Siscomex

Importação

Declaração de Importação (DI) trata-se de um documento que deve ser formulado pelo importador

que contempla os dados representativos de uma importação, tratando-se de um elemento essencial para o despacho aduaneiro de importação.

Declaração Simplificada de Importação (DSI) constitui-se no documento alternativo à DI, que pode

ser utilizada em casos previamente definidos pelos dispositivos regulamentares que admitem um procedimento simplificado em seu respectivo tratamento administrativo, como por exemplo, importações de bens por pessoa física em montante não superior a US$ 3 mil (ou o equivalente em outra moeda), em quantidade e frequência que descaracterize a prática comercial.

Licença de Importação (LI) é um documento que comprova o atendimento à exigências, que podem

ser determinadas em função das características e particularidades de certas mercadorias. Nesses casos, a LI deve necessariamente ser obtida anteriormente ao registro da DI.

Licença Simplificada de Importação (LSI) é um documento que exige um número significativamente

menor de dados para instruir o seu processamento, poderão ser licenciadas ao amparo da LSI importações totalizando no máximo US$ 3 mil (ou equivalente em outra moeda) por operação. A LSI implica obrigatoriamente na utilização da DSI, para esse efeito.

Comprovante de Importação (CI) é o documento que sintetiza todos os dados e registros efetuados no

Sistema, vinculados a uma importação, disponível ao importador ao final do despacho aduaneiro.

Registro de Operação Financeira (ROF) é o documento destinado ao registro das operações de

crédito, de serviço e de transferência de tecnologia, ao qual estão sujeitas as transações com prazo de pagamento superior a 360 dias, quando financiadas. Também sujeitam-se ao ROF as operações que envolvam o ingresso de bens sem cobertura cambial. Deverá ser aprovado pelo Bacen antes do despacho aduaneiro.

Fonte: Adaptado de Faro e Faro (2010, p.49).

Esses são os documentos obtidos a partir do Siscomex necessários para cada etapa dos processos de importação, cada um com suas particularidades e exigências.

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2.2.2 Classificação Tarifária de mercadorias

Com objetivo de estabelecer um sistema mundial comum em relação à nomenclatura e classificação fiscal dos produtos comercializados internacionalmente, foi adotado o sistema harmonizado de designação e de codificação de mercadorias (SH).

Trata-se de uma linguagem aduaneira, comum à maioria dos países que atuam no comércio internacional, a fim de facilitar o entendimento entre os países e suas diferentes culturas e idiomas, permitindo também a realização de estatísticas e a orientação da tributação de produtos no comércio internacional. De acordo com Faro e Faro (2010, p.28) “O SH foi implantado no comércio internacional pelo então Conselho de Cooperação Aduaneira (CCA), estabelecido em Bruxelas, na Bélgica, hoje conhecido como Organização Mundial de Alfândegas (OMA), [...]”.

Esse sistema harmonizado está organizado em 21 seções e 96 capítulos, de acordo com 6 regras gerais de interpretação. Ele possui seis dígitos e permite que pelo menos o capítulo, posição e subposição da nomenclatura sejam comuns nos diferentes países. (SEGRE, 2012, p.44). E assim, cada NCM possui um tratamento diferente no âmbito administrativo das importações.

No Brasil, com o início do Mercosul (Mercado Comum do Sul), em 1991, foi adotada a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), baseada no sistema harmonizado. Essa classificação de mercadorias é comum à todos os países membros do Mercosul.

Quanto à estrutura de sua classificação, a NCM é composta por oito dígitos, além dos seis dígitos do sistema harmonizado, foram acrescentados mais dois, denominados item e subitem. O item é representado pelo sétimo dígito e o subitem, pelo oitavo dígito, e contemplam os desdobramentos decorrentes da respectiva posição do produto no âmbito do Mercosul. (SEGRE, 2012, p.45). Sua sistemática obedece à seguinte estrutura, conforme Figura 2:

Figura 2 - Estrutura da NCM

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A ideia central dessa iniciativa tinha por objetivo buscar vantagens e benefícios mútuos, com a eliminação de direitos alfandegários e de restrições não tarifárias, além de disciplinar a adoção de políticas comuns aplicáveis à importação procedentes de países não associados. (FARO; FARO, 2010, p.29).

Anteriormente à aplicação da NCM, o Brasil utilizava um mecanismo próprio também baseado na SH, apresentava além dos 6 dígitos especificados no SH, 4 outros dígitos de desdobramento. Este mecanismo esteve em vigor até Dezembro de 1995 (FARO; FARO, 2010, p.30).

Além da implementação desta sistemática de classificação fiscal, os países do Mercosul, com intuito de acelerar a integração econômica do bloco, adotaram uma tarifa externa comum (TEC), com base na NCM.

De acordo com Segre (2012, p.47):

Na TEC, constam basicamente as alíquotas de Imposto de Importação cobradas pelos países-membros do Mercosul na importação de mercadorias de terceiros países, ou seja, de países que não pertencem ao bloco econômico.

A sua aplicação assegura condições de competitividade idênticas à cada País-membro do Mercosul, uma vez que a tributação aplicável às suas importações estão estabelecidas seguindo patamares equivalentes. Entretanto, nem todas as mercadorias têm as mesmas alíquotas de Imposto de Importação, devido à aspectos políticos e econômicos, a TEC admite algumas exceções, essas exceções são estabelecidas em comum acordo entre os Países-membros, sendo que cada país tem a sua lista para isso, chamada de lista de convergência (KEEDI, 2012, p. 59).

Deve-se verificar, também, se existe alguma restrição para o ingresso ou saída da mercadoria do país, podendo ela ser tarifaria ou não tarifária. Conforme Keedi, (2012, p. 52):

Restrição tarifária ou alfandegária é aquela cuja entrada ou saída de mercadorias não é restringida nem proibida, mas apenas dificultada ou encarecida. É realizada pela incidência de impostos, cujos montantes são definidos visando maior ou menor dificuldade para sua comercialização.

Já as restrições não tarifárias podem restringir, dificultar ou até mesmo proibir a entrada e saída de mercadorias do país. Essas restrições são impostas geralmente com o intuito de proteção à indústria e o mercado nacional, restrição à negociação de certas mercadorias e/ou com certos países, ou a fim de equilibrar o balanço de pagamentos do país, controlando a entrada e saída de divisas do país. Ainda de acordo com Keedi, (2012, p. 53):

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A restrição {não tarifária} pode ser realizada mediante quotas, o que significa impor limites quantitativos para importação ou exportação, considerando determinado período. [...] Pode ser ainda, barreiras sanitárias para produtos comestíveis, necessidade de fumigação de embalagens ou pallets de madeira, transporte em navios de bandeira nacional ou de bandeira apenas dos países envolvidos na transação, etc.

As barreiras não tarifárias são em maior número e abrangem diversos instrumentos de restrição, podendo estar à relacionado à limitações quantitativas, barreiras técnicas como exigências de segurança e proteção à saúde (sanitárias, fitossanitárias e de vigilância animal), controle de preços ou mesmo aumento da burocracia, através da necessidade de autorizações.

A próxima seção irá abordar outro termo muito utilizado no comércio internacional, que são os Incoterms.

2.2.3. Incoterms

Outro termo que é bastante utilizado nas trocas comerciais internacionais, são os Incoterms, que trata-se de regras internacionais para a interpretação dos Termos Comerciais fixados pela Câmara do Comércio Internacional (CCI), em 1936. Seu nome significa International Comercial Terms, que em português significa Termos do Comércio Internacional, que se dá através de 11 fórmulas contratuais. Vêm passando por diversas atualizações ao longo dos anos, tendo a última no ano de 2010.

A CCI ao criá-los, objetivava apenas estabelecer parâmetros a serem observados pelo comprador e vendedor, envolvendo todas as ações inerentes à transferência e posse da mercadoria objeto de negociação. (FARO; FARO, 2010, p. 33).

Os Incoterms foram criados com o objetivo de reduzir os problemas inerentes às negociações do comércio internacional, com finalidade de assegurar um conforto mínimo tanto para vendedores quanto para compradores, através de uma padronização de regras que orientam as trocas comerciais interacionais, afim de evitar conflitos e disputas comerciais entre importadores e exportadores.

Conforme Segre (2012, p. 70):

Essas fórmulas contratuais fixam direitos e obrigações, tanto do exportador como do importador, estabelecendo com precisão o significado do preço negociado entre ambas as partes. [...] A importância dos Incoterms reside na determinação precisa do momento da transferência de obrigações, ou seja, do momento em que o exportador é considerado isento de responsabilidades legais sobre o produto exportado.

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Os Incoterms são termos universalmente aceitos e aplicados, embora não sejam termos de aceitação obrigatória. Porém cabe salientar, que uma vez integrados ao contrato de compra e venda, esses termos passam a imprimir força legal, em face do seu próprio conceito e significado. (FARO; FARO, 2010).

Eles se dividem em quatro categorias: C, D, E e F. Sendo as categorias subdivididas, conforme Quadro 2.

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Quadro 2 - Grupos de Incoterms 2010

GRUPOS DE ENTREGA Descrição conforme Segre (2012, p. 72) Grupo E

(Partida) EXW Ex works O exportador não se responsabiliza pelo embarque da mercadoria ou pelo desembaraço da exportação. O importador assume todos os custos e riscos envolvidos no transporte da mercadoria do local de origem até o local de destino. Representa o item de obrigação mínima para o exportador.

Grupo F (Transporte principal não pago)

FCA Free Carrier O vendedor completa suas obrigações quando entrega a mercadoria, pronta para a exportação, aos cuidados do transportador, no ponto ou

local designado. Pode ser utilizado por qualquer modalidade de transporte, inclusive o intermodal.

FAS Free Alongside

Ship O vendedor completa suas obrigações no momento em que a mercadoria for colocada ao longo do navio transportador, no cais ou em embarcações utilizadas para o carregamento da mercadoria, no porto de embarque designado. Só pode ser utilizado em transporte aquaviário.

FOB Free On Board O vendedor encerra suas obrigações quando a mercadoria transpõe a amurada navio no porto de embarque indicado. O comprador assume

todas as responsabilidades a partir do momento em que a mercadoria é colocada a bordo do navio (no convés ou porão). O vendedor tem que preparar a carga para a exportação. Só pode ser utilizado no transporte aquaviário.

Grupo C (Transporte principal pago)

CPT Carriage Paid To O vendedor paga o frete pelo transporte da mercadoria até o local designado. O risco por perdas e danos da mercadoria, bem como

quaisquer custos adicionais devidos a eventos ocorridos após a entrega da mercadoria ao transportador, é transferido pelo vendedor para o comprador quando a mercadoria é entregue à custódia do transportador.

Caso ocorra transporte subsequente, a transferência do risco ocorre no momento em que o vendedor entrega a mercadoria ao primeiro transportador. O CPT determina que o vendedor providencie todos os documentos e prepare a mercadoria para a exportação.

Pode ser utilizado em qualquer modalidade de transporte, inclusive o intermodal.

CFR Cost and Freight O vendedor assume todos os custos, inclusive frete, para transportar a mercadoria até o porto de destino indicado. O risco por perdas ou danos na mercadoria é transferido do vendedor para o comprador no momento em que a mercadoria transpõe a amurada do navio no porto de embarque. O CFR determina que o vendedor providencie os documentos e prepare a carga para a exportação. Só pode ser usado no transporte aquaviário.

CIP Carriage and

Insurance Paid to

O vendedor tem as mesmas obrigações do CPT e, adicionalmente, arca com o seguro contra riscos e danos na mercadoria durante o transporte. Portanto, o vendedor contrata e paga o prêmio do seguro. O comprador deve observar que no termo CIP o vendedor é obrigado apenas a contratar o seguro pelo prêmio mínimo. Pode ser utilizado em qualquer tipo de transporte, inclusive o intermodal.

CIF Cost, Insurance

and Freight O vendedor tem as mesmas obrigações que no CRF e, adicionalmente, a obrigação de contratar o seguro marítimo contra riscos de perdas e danos durante o transporte. O vendedor contrata o seguro e paga o prêmio do seguro. O comprador deve observar que no termo CIF o vendedor somente é obrigado a contratar o seguro com cobertura mínima. O CIF determina que o vendedor deve providenciar todos os documentos e preparar a mercadoria para a exportação. Só pode ser utilizado no transporte aquaviário.

Grupo D

(Chegada) DAT Delivered at Terminal O vendedor completa suas obrigações quando a mercadoria é entregue ao comprador, já descarregadas, no terminal, sem ainda estar desembaraçada para a importação, no terminal de destino. Pode ser utilizado em todos os modais de transporte.

DAP Delivered at

Place O vendedor completa suas obrigações quando a mercadoria é entregue ao comprador, no local determinado (negociado pelas partes), sem fazer o descarregamento das mercadorias, sem ainda estar desembaraçado para a importação, no porto de destino. Pode ser utilizado em todos os modais de transporte.

DDP Delivered Duty

Paid

O vendedor completa suas obrigações quando a mercadoria é colocada à disposição do comprador no local indicado no país do importador. O vendedor assume todos os riscos e custos, inclusive impostos, taxas, e outros encargos incidentes na importação. Representa o máximo de obrigações para o vendedor. Pode ser utilizado em qualquer modalidade de transporte.

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A seguir, a Figura 3, demonstra de forma resumida as responsabilidades e deveres do vendedor e comprador da mercadoria no comércio internacional, de acordo com cada Incoterm.

Figura 3- Resumo Incoterms

Fonte: Atlanta Aduaneira (2014)

Sendo assim, ao escolher o Incoterm no qual a operação de comércio internacional será realizado, tanto exportador quanto importador terão conhecimento de suas obrigações e direitos, em relação ao embarque, carregamento, desembaraço e transporte da mercadoria, e ainda, sobre o seguro e providência de documentos da operação.

A seguir serão tratados os procedimentos e os principais documentos necessários para que o comércio internacional se realize.

(35)

2.2.4. Documentos nas Importações

Para que as operações de comércio exterior se efetivem, são necessários diversos documentos, alguns emitidos pelo próprio vendedor da mercadoria e outros devem ser formulados em programas eletrônicos próprios para esse tipo de operação.

Os documentos necessários para se iniciar o processo de importação são: a) Fatura pro forma; b) Fatura Comercial; c) Romaneio de embarque; d) Conhecimento de embarque; e) Outros documentos.

a)Fatura pro forma (Pro Forma Invoice) é um documento sem valor comercial que deverá ser feito e assinado pelo vendedor, e posteriormente aceita e assinada pelo comprador, sendo meramente indicativo das condições passíveis de serem praticadas na venda, e também das características do produto a ser comercializado, tais como a sua descrição, quantidade, valor unitário, etc. A sua emissão, não gera compromisso efetivo junto a qualquer uma das partes. (FARO; FARO, 2010, p. 74);

b)Fatura Comercial (Commercial Invoice) é um documento representativo da realização do negócio, representa o faturamento de uma exportação. É emitida pelo exportador, contra o importador, sendo essencial para instruir o desembaraço aduaneiro, tanto na origem quanto no destino, apresentando de forma definitiva os dados acerca do produto negociado, constantes de uma fatura pro forma. No âmbito externo equivale à nota fiscal. (FARO; FARO, 2010, p. 74);

c)Romaneio de embarque (Packing list) é necessário para o desembaraço da mercadoria e para orientação do importador quando da chegada do dos produtos no país de destino. É uma simples relação, indicando os volumes a serem embarcadas e os respectivos conteúdos, deve constar os pesos, quantidades, materiais, embalagens e especificações da mercadoria. É normalmente emitido pelo embarcador, dependendo da solicitação ou exigências, podem ser emitidos por empresas externas ou órgãos oficiais. (SEGRE, 2012, p. 68);

d)Conhecimento de embarque é emitido pela empresa encarregada pelo transporte do produto negociado, é o documento destinado a reconhecer o recebimento da carga, discriminando as condições de transporte que serão empreendidas. No transporte aéreo é denominado air waybill (AWB) podendo se transformar no house air waybill (HAWB) e master air waybill (MAWB), se a carga for consolidada, no marítimo é o bill of landing (B/L), no rodoviário é o conhecimento de transporte internacional por rodovia (CRT) e o

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ferroviário denomina-se carta de porte internacional/declaração de trânsito (TIF/DTA). (FARO; FARO, 2010, p. 75);

e)Outros documentos podem ser exigidos pelas autoridades alfandegárias, dependendo das particularidades que envolvem tanto o produto quanto o mercado, como certificados de origem, certificados de inspeção sanitário e fitossanitário, certificado zoosanitário, entre outros.

A seguir serão abordados os tratamentos cambiais que devem ser observados nas operações de importação.

2.2.5 Sistema Cambial

O sistema cambial nas importações, diz respeito à contratação de câmbio, ou seja, a necessidade de adquirir outra moeda.

Em relação ao pagamento, as importações podem ter ou não cobertura cambial, sendo o primeiro caso, uma importação que será paga pelo importador ao exportador, ou seja, há a contratação de câmbio. Já as operações sem cobertura cambial estão concentradas em operações sem destinação comercial, ou seja, o importador não realizará qualquer pagamento ao exportador, não havendo a necessidade de aquisição de moeda estrangeira, como por exemplo, bens destinados a exposições, feiras, competições esportivas. (FARO; FARO, 2010, p. 69).

Nas operações com cobertura cambial, há a necessidade da contratação de câmbio, ou seja, a troca entre duas moedas. Essa operação é feita através de um contrato de câmbio gerado por estabelecimentos financeiros que atuam com autorização do Banco Central do Brasil a operar em câmbio. Esta operação pode ser realizada entre um banco e as pessoas ou empresas, e mesmo entre bancos.

O contrato de câmbio pode ser de compra ou venda, sendo o de venda quando o banco entrega a moeda estrangeira, recebendo em troca a moeda nacional, e o contrato de compra sendo o contrário, ou seja, quando o banco está recebendo a moeda estrangeira e dando em troca a moeda nacional. (KEEDI, 2012, p.136).

A remessa da moeda estrangeira será efetuada por meio de uma ordem de pagamento ou de autorização de reembolso, que é realizada exclusivamente pelo banco com o qual o contrato de câmbio foi celebrado ao seu correspondente no exterior, sendo o beneficiário o vendedor, via de regra o próprio exportador da mercadoria. (VIEIRA, 2013, p. 88).

(37)

Em relação ao período de contratação, segundo o Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais, Título 1, Capítulo 12, Seção 1, item 20 (apud VIEIRA, 2013, p.88):

As operações de câmbio destinadas ao pagamento de importações brasileiras, inclusive relativas a parcelas de principal de importações financiadas até 360 dias, podem ser celebradas para liquidação pronta (até dois dias úteis da data de contratação) ou futura (até 360 dias da data de contratação), independentemente da modalidade da transação.

Ainda conforme Vieira (2013, p. 91) “para efetivação do contrato de câmbio, o importador deve entregar ao banco negociador, cópia de todos os documentos comerciais pertinentes, independentemente de a operação ser à vista ou à prazo.”.

Em seguida serão apresentadas as modalidades de pagamento. 2.2.5.1 Modalidades de Pagamento

Quanto às modalidades de pagamento na importação, podem ser efetuados através de pagamento antecipado, remessa direta de documentos, cobrança e crédito documentário, conforme descritos no Quadro 3:

Quadro 3 - Modalidades de pagamento nas importações

Modalidade Descrição conforme Segre (2012, p.89) Pagamento

antecipado (remessa antecipada)

Somente nesta modalidade ocorre a remessa financeira antes do embarque da mercadoria ou da prestação de um serviço. Uma vez que esta modalidade coloca o importador na posição de dependência do exportador, é necessário que exista alto grau de confiança entre ambos, pois, uma vez efetuado o pagamento e não concretizado o embarque, o importador poderá ter dificuldades em reaver o montante desembolsado. Remessa direta de documentos (remessa sem saque)

O exportador embarca a mercadoria e remete diretamente os documentos ao importador, sem a existência de título constitutivo da dívida (sem saque). Essa operação é muito utilizada entre firmas interligadas, pois ao contrário do pagamento antecipado, é o exportador que assume todos os riscos inerentes à operação, ficando o importador em situação de efetuar o pagamento em qualquer momento. Sua vantagem consiste na liberação rápida na aduana de destino, pois os documentos chegam ao importador sem a demora dos trâmites bancários. Cobrança Essa modalidade é regida pela Publicação n 522 da Câmara de Comércio

Internacional (CCI), onde o exportador, após o embarque da mercadoria, entrega a documentação à um banco (banco remetente), para que seja encaminhada a outro banco no país do importador (banco cobrador), que se encarregará de obter o pagamento ou aceite e posterior pagamento do importador. Por envolver um terceiro na transação (banco), essa modalidade pode ser classificada como de médio risco para ambas as partes. A cobrança pode ser a vista ou a prazo.

Referências

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