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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Projeto – Desinfeção de água em fontanários por lâmpadas UV (caso de estudo)

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(1)

TPG

daGuarda

Polytechnic of Guarda

RELATÓRIO DE PROJETO

Licenciatura em Energia e Ambiente

Liliana Catarina Padrão Brasileiro julho 12016

(2)

Instituto Politécnico da Guarda

Controlo da Qualidade do Abastecimento Publico de Água no

Concelho da Guarda

Desinfeção de água em fontanários por lâmpadas UV - caso

prático

Liliana Catarina Padrão Brasileiro

Relatório no âmbito da UC de Projeto

(3)

I “A ÁGUA É O PRINCIPIO DE TODAS AS COISAS” (TALES DE MILETO)

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II

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO

Aluno: Liliana Catarina Padrão Brasileiro

Número: 1010067

Nacionalidade: Portuguesa

Morada: Rua da Barca de Alva, nº13 6440-072 Escalhão

Telefone: 916711512/926980545

Correio eletrónico: lilianabrasileiro@hotmail.com Curso: Energia e Ambiente

Instituição:

Instituto Politécnico da Guarda

Escola Superior de Tecnologia e Gestão Morada: Av. Dr. Francisco Sá Carneiro 50 6300-559 Guarda

Telf: 271220100 Fax: 271220150

Correio Eletrónico: estg-geral@ipg.pt

Local do estágio:

Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) da Guarda Morada: Largo de São Vicente, nº7

6300-600 Guarda Telf: 271232740 Fax: 271232749

(5)

III

Duração do Estágio:

Início: de 1 de Setembro de 2015 Conclusão: 30 de Novembro de 2015

Orientador na Instituição: Prof. Doutor Pedro Rodrigues Supervisor: Dra. Fátima Duarte

(6)

IV

AGRADECIMENTOS

O presente projeto, em contexto de estágio, decorreu no Gabinete de Controlo e Qualidade da Água dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento da Guarda, pelo que agradeço a esta instituição, nomeadamente aos membros do seu Conselho de Administração, a autorização concedida para a realização deste trabalho, bem como todos os meios colocados á minha disposição.

Á Dra. Fátima Duarte, agradeço o tema proposto para este projeto em contexto de estágio bem como o fornecimento de diversa documentação, bibliografia e outros elementos de consulta, que muito me ajudaram no desenvolvimento deste trabalho. Agradeço ainda todos os ensinamentos, incentivos, dedicação, orientação e amizade demonstrada ao longo destes três meses.

Ao orientador Prof. Dr. Pedro Rodrigues, pela sua orientação pedagógica, agradeço também pelo facto de prontamente ter aceitado o convite para orientar este trabalho e ainda a sua disponibilidade, todas as orientações prestadas bem como todos os ensinamentos transmitidos no decorrer das disciplinas do curso de licenciatura.

A todos aqueles que de forma direta ou indireta colaboraram e tornaram possível a realização deste trabalho.

Desejo também expressar o meu sincero agradecimento aos meus irmãos, á minha avó e ao meu namorado pelo constante apoio e incentivo para a prossecução deste trabalho.

Finalmente agradeço á minha tia pelo apoio incondicional, pelos sorrisos e palavras de incentivo e coragem que sempre me deu.

(7)

V

RESUMO

Este trabalho, desenvolvido no âmbito da unidade curricular de Projeto Ambiental do 3ºano do curso de licenciatura em Energia e Ambiente, decorreu no Gabinete de Controlo e Qualidade da Água dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento da Guarda, e teve a duração de 3 meses.

Este trabalho tem como principal objetivo acompanhar o processo de controlo da qualidade da água de abastecimento público no concelho da Guarda, em especial as águas de fontanários nos quais o processo de desinfeção é realizado por radiação com comprimento de onda na zona do ultravioleta.

Considerando que no concelho da Guarda existem realidades muito distintas, sendo necessário satisfazer cada uma delas no que diz respeito ao abastecimento de água, neste trabalho é feito o enquadramento dos vários tratamentos utilizados nas zonas de abastecimento, salientando, como caso de estudo, o controlo e tratamento dos fontanários com sistemas de desinfeção por radiação ultravioleta.

O presente relatório pretende contribuir para a demonstração de que a adoção de um sistema de controlo da qualidade da água em sistemas de abastecimento de água permite detetar e corrigir, em tempo útil, as alterações que possam ocorrer na qualidade da água. A manutenção e fornecimento de uma água com qualidade à população do concelho é um indicador essencial para o seu bem-estar. Por isso efetuou-se um estudo sobre a eficiência da desinfeção por ultravioleta nos fontanários não ligados à rede pública existentes em zonas com abastecimento público.

Este trabalho inclui ainda uma apresentação detalhada dos serviços municipalizados, local de estágio, bem como um enquadramento teórico, onde são apresentadas as funções a desempenhar pelas entidades gestora.

Palavras-chave: SMAS da Guarda; Abastecimento de Água; Controlo da Qualidade;

(8)

VI

ABSTRAT

This work, developed within the course of Environmental Design of the 3rd year of the degree in Energy and Environment, took place in the Office Control and Water Quality of water and sanitation services of the city of Guarda, and lasted for three months.

This work has as main objective to monitorize the control of the public water supply quality process in custody of the county, especially the waters of fountains in which the disinfection process is carried out by radiation with a wavelength in the ultraviolet region.

Whereas in the municipality of Guarda there are very different realities, it is necessary to meet each of them with regard to water supply, this paper presents the framework of various treatments used in the supply areas, stressing, as a case study, control and treatment of standpipes with disinfection systems by ultraviolet radiation.

This report aims to contribute to the demonstration that the adoption of a water quality monitoring system in water supply systems allows to detect and correct, in good time, the changes that may occur in water quality. Maintaining and providing quality water to the county's population is a key indicator for your well-being. Therefore was carried out a study on the effectiveness of disinfection by ultraviolet in standpipes not connected to the existing public network in public water supply areas.

This work also includes a detailed presentation of the local authority services, training camp, as well as a theoretical framework, which outlines the duties to be performed by the managing bodies

(9)

VII

ABREVIATURAS

AC - Autoridade Competente AS - Autoridade de Saúde AZC - Águas Zêzere e Côa

CMG - Câmara Municipal da Guarda CR1 - Controlo de Rotina 1

CR2 - Controlo de Rotina 2 CI - Controlo de Inspeção DL - Decreto-Lei

EG - Entidade Gestora

ERSAR - Entidade Reguladora de Águas e Resíduos IRAR - Instituto Regulador de Águas e Resíduos PA - Ponto de Amostragem

PCQA - Programa de Controlo da Qualidade da Água

PVSACH - Programa de Vigilância Sanitária da Água para Consumo Humano RASARP - Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal SMAS - Serviços Municipalizados de Água e Saneamento

ZA - Zona de Abastecimento

DAS-Divisão de Águas e Saneamento

RELACRE- Associação dos Laboratórios Acreditados de Portugal UV- Ultravioleta

(10)

VIII

ÍNDICE GERAL

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO ... II AGRADECIMENTOS ... IV RESUMO ... V ABSTRAT ... VI ABREVIATURAS ... VII ÍNDICE GERAL ... VIII ÍNDICE DE FIGURAS ... XI ÍNDICE DE TABELAS ... XIII

1. Introdução ... 1

1.1 Enquadramento ... 1

1.2 Objetivos ... 2

1.3 Organização do trabalho ... 2

2. Caracterização do Concelho da Guarda... 4

3. Entidades Gestoras ... 5

3.1 Entidade Gestora em baixa ... 6

3.1.1 SMAS da Guarda ... 9

3.2 Entidade Gestora em alta ... 12

4. Caracterização das redes ... 13

4.1 Origens de Água ... 13

4.1.1 Águas Superficiais ... 14

4.1.2 Águas Subterrâneas ... 15

4.2 Processo sobre o abastecimento das águas do Concelho da Guarda ... 18

4.3 Tratamento das águas de origem superficial ... 19

(11)

IX

4.4.1 Tratamento do Ferro ... 20

4.4.2 Tratamento do Arsénio ... 21

4.4.3 Tratamento de Nitratos ... 22

4.4.4 Desinfeção por hipoclorito de sódio ou por hipoclorito de cálcio ... 23

4.4.5 Tratamento dos Fontanários ... 25

5. Organismos Envolvidos ... 27

6. Controlo e qualidade da água para consumo humano ... 32

6.1 Análises efetuadas ... 32

6.2 Elaboração do PCQA ... 35

6.2.1 Zona de Abastecimento ... 36

6.2.2 População servida e volume diário distribuído ... 37

6.2.3 Amostragem ... 38

6.3 Laboratórios ... 40

6.3.1 Colheita de amostras de água para análise ... 40

7. Verificação da desinfeção por radiação UV ... 45

7.1 Fontanários de origem única ... 45

7.2 Controlo efetuado aos fontanários ... 46

7.3 Tratamento por Ultravioleta ... 46

7.4 Aplicação do Tratamento ... 47

7.5 Qualidade da água nos fontanários com desinfeção por UV ... 49

8. Conclusão ... 55

Bibliografia ... 56

Outros documentos consultados ... 56

(12)

X Anexos 1 – Parâmetros a Determinar para Controlo da Qualidade da Água para

Consumo Humano. ... 59

Anexos 2 – Folha de registo da recolha das amostras ... 59

Anexos 3 – Artigo 16.º Controlo de fontanários não ligados à rede pública ... 59

(13)

XI

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Representação geográfica do distrito da Guarda (Fonte: PortugalWeb). ... 5

Figura 2 - Edifício sede dos SMAS. ... 10

Figura 3 - Organograma dos SMAS da Guarda (Fonte: SMAS Guarda). ... 11

Figura 4 - Evolução do tipo de origens de água utilizadas (Batista et al., 2014). ... 13

Figura 5 - Esquema geral do sistema de Abastecimento de água no Concelho da Guarda (Fonte: SMAS Guarda). ... 17

Figura 6 - Processo de abastecimento de água no concelho da Guarda. ... 18

Figura 7 - Tratamento na ETA do Caldeirão ... 19

Figura 8 - Desferrizador desmontado na localidade de Avelãs de Ambom (a) e arejador na localidade de Rocamondo (b). ... 21

Figura 9 – Depósito de água (a) e sistema de remoção de arsénio na localidade de Trajinha (b). ... 22

Figura 10 – Sistema de remoção de nitratos na localidade de Quinta de Cima. ... 23

Figura 11 - Esquema de um sistema de dosagem de hipoclorito de sódio (a) e cisterna de armazenamento de hipoclorito de sódio com equipamento para a sua dosagem (b). ... 24

Figura 12 – Sistema de tratamento com hipoclorito de cálcio. ... 24

Figura 13 - Fontanário em Casas da Ribeira e respetivo sistema de tratamento. ... 25

Figura 14 - Fontanário de Gonçalveiros e respetivo sistema de desinfeção por radiação UV. ... 26

Figura 15 - Número de análises realizadas e número de análises e conformidade com o VP, número de pareceres emitidos e vistorias realizadas aos sistemas públicos de abastecimento, por região de saúde (Batista et al., 2014). ... 30

Figura 16 - Número de análises realizadas e número de análises e conformidade com o VP, número de pareceres emitidos e vistorias realizadas aos fontanários não ligados á rede pública, por região de saúde (Batista et al., 2014) ... 31

Figura 17 - ZA do concelho da Guarda. (Fonte: Adaptado do PCQA) ... 36

Figura 18 - ZA do concelho da Guarda. (Fonte: Adaptado do PCQA) ... 36

(14)

XII

Figura 20 - Natureza da água da localidade do Codeceiro (Fonte: Adaptado do PCQA). ... 37

Figura 21 - Análises agendadas para a localidade de Avelãs da Ribeira (Fonte: Adaptado do PCQA). ... 38

Figura 22 - Cronograma das datas de amostragem (Fonte: Adaptado do PCQA). ... 39

Figura 23 - Extração do acessório adaptado á torneira (a) e recolha do primeiro litro de água para a análise de chumbo níquel e cobre. ... 41

Figura 24 - Desinfeção da torneira por flamejamento de maçarico. ... 42

Figura 25 - Escoamento da água e recolha da amostra para análise dos parâmetros microbiológicos. ... 42

Figura 26 - Limpeza das mãos. ... 43

Figura 27 - Recolha da amostra para a determinação do teor em desinfetante residual. ... 44

Figura 28 - Mala térmica com as amostras recolhidas. ... 44

Figura 29 - Filtro dos fontanários. ... 47

Figura 30 – Sistema de desinfeção por radiação UV com a unidade de alimentação (a) da lâmpada UV (b) fora da unidade por onde passa a água a desinfetar (imagem da esquerda) e lâmpada colocada no dispositivo para desinfeção. ... 48

Figura 31 - Painel solar fotovoltaico em Gonçalveiros e Pousadinhas. ... 48

Figura 32 - Caixa onde estão armazenadas as baterias (a), o inversor (b) e o regulador de carga (c). ... 49

Figura 33 - Tratamento aos fontanários: a) Painel solar onde se capta energia; b) caixa de armazeno das baterias, inversor e regulador de carga; c) caixa de armazena da lâmpada uv e filtro; d) Fontanário de Pai Viegas. ... 50

Figura 34 - Evolução do parâmetro bactérias coliformes nos 12 fontanários. ... 51

Figura 35 - Evolução do parâmetro E. coli nos 12 fontanários. ... 52

Figura 36 - Evolução do parâmetro enterococos nos 12 fontanários. ... 53

(15)

XIII

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Parâmetros microbiológicos e valores paramétricos (Fonte: DL 306/2007, 26 de agosto de 2007). ... 33 Tabela 2 - Parâmetros químicos dos valores paramétricos para a água destinada ao consumo humano fornecida por redes de distribuição (Fonte: DL 306/2007, 26 de agosto de 2007). 33 Tabela 3-Parâmetros indicadores dos valores paramétricos estabelecidos apenas para efeitos de controlo da qualidade da água destinada ao consumo humano (Fonte: DL 306/2007, 26 de agosto de 2007). ... 34

(16)

1

1. Introdução 1.1 Enquadramento

É sempre bom lembrar que sem água não haveria vida no nosso planeta, pois ela é vital à sobrevivência dos organismos que habitam a Terra. Embora este recurso seja encontrado em abundância no nosso planeta, pois cerca de 70% da superfície está coberta por água, apenas 4% desta é água doce, sendo que uma pequena fração está disponível para captação, tratamento e distribuição à população. Tendo em conta que a população mundial atual é de sete mil milhões de habitantes e que continua a crescer, é de fundamental importância que o ser humano procure formas de usar a água de forma mais racional e inteligente. Economizar água para que não falte no futuro é o grande desafio ambiental (Mendes & Oliveira, 2004).

A água é indispensável para a existência de vida no planeta e fundamental no modo de vida da sociedade moderna, pelo que está fortemente ligada à cultura de todos os povos. Diante dos problemas advindos do mau uso dos recursos hídricos, surge uma nova consciência de que é necessário utilizar a água racionalmente (ICWE, 1992). Estamos tão habituados à presença da água que só damos conta da sua importância quando ela nos faz falta. Posto isto, é importante evidenciar como um dos direitos básicos dos cidadãos, o livre acesso e universal ao bem “água potável”. Como tal, e dado que a água que utilizamos para consumo, seja captada à superfície seja proveniente do subsolo, está sujeita a um conjunto de etapas de tratamento de forma a cumprir com os critérios e as normas de qualidade, que variam com a finalidade do seu uso.

O DL 306/2007 de 27 de agosto estabelece, para além dos critérios de qualidade da água de consumo, as obrigações das entidades gestoras, nomeadamente na apresentação do programa de controlo da qualidade da água, a frequência de amostragem, o programa de controlo da qualidade, a necessidade de comunicação dos incumprimentos e da informação relevante, bem como a publicação trimestral das análises sobre a qualidade da água destinada ao consumo humano, entre outros aspetos relevantes para a manutenção do sistema de gestão da qualidade da água.

(17)

2

1.2 Objetivos

Pretende-se com o presente relatório abordar as funções de uma entidade gestora de água com distribuição em baixa. Efetuar a caracterização da rede de abastecimento de água, bem como a avaliação da qualidade da água no concelho da Guarda, particularmente dos fontanários sob responsabilidade do SMAS. Com base na análise de informação sobre a qualidade da água recolhida, pretende-se avaliar a eficácia de sistemas de desinfeção por radiação ultravioleta.

Finalmente, neste trabalho tenta-se estabelecer a verificação dos cumprimentos do DL 306/07 de 27 de Agosto, que estabelece o regime da qualidade da água destinado ao consumo humano.

1.3 Organização do trabalho

Com o intuito de alcançar os objetivos anteriormente propostos, o presente trabalho divide-se em 8 capítulos e 4 anexos, constituindo o presente capítulo a Introdução.

No capítulo 2 faz-se uma caracterização sintética do concelho da Guarda e do sistema de abastecimento público das águas para consumo, assim como o estado da arte sobre a regulação deste sector. No capítulo 3, descrevem-se as entidades gestoras, dando enfase á entidade gestora em baixa, pois trata-se da entidade retratada no trabalho (SMAS). O capítulo 4 é dedicado a caracterização da água, a sua origem subterrânea ou superficial e o seu tratamento no concelho da Guarda. O capítulo 5, aborda essencialmente a relação entre a ERSAR, a entidade gestora (SMAS) e a Autoridade de Saúde. O capítulo 6, aborda o tema da qualidade da água para consumo humano, no cumprimento da legislação em vigor que obriga, entidade gestora e distribuidora, a suprir a população com água potável. É também efetuada uma descrição sobre a elaboração do Programa de Controlo da Qualidade da Água (PCQA). É ainda descrito como é realizado o processo de colheita de uma amostra. No capítulo 7 descreve-se a evolução da qualidade microbiológica da água de fontanários de aldeias do concelho da Guarda em que a desinfeção tradicional da água por hipoclorito foi substituída por uma etapa de desinfeção com radiação UV. No último capítulo, apresentam-se as conclusões do trabalho.

(18)

3 Este relatório é ainda composto pelo Anexo 1, onde se apresentam os parâmetros a determinar para avaliação da qualidade da água para consumo humano de acordo com o DL 306/2007 de agosto de 2007. No Anexo 2 apresenta-se a folha de registo da recolha das amostras e no Anexo 3 apresenta-se o artigo 16.º que corresponde ao Controlo de fontanários não ligados à rede pública. No Anexo 4 apresenta-se uma tabela com todas as zonas de abastecimento e os seus tratamentos efetuados pelo SMAS.

(19)

4

2. Caracterização do Concelho da Guarda

A cidade, fundada no século XII, com foral outorgado em 27 de novembro de 1199 pelo segundo rei de Portugal, D. Sancho I, com o prepósito de servir como praça de defesa contra as invasões da meseta central da Península Ibérica, a Guarda localiza-se à latitude 40° 31’ Norte e longitude 7° 14’ Oeste, e insere-se na paisagem montanhosa da Serra da Estrela, sendo a mais elevada do país, impondo-se a uma altitude de 1056 metros.

A localização excecional no contexto de toda a área Centro de Portugal afirma a Guarda como uma importante plataforma na rede de acessibilidades da região, sendo o principal Pólo urbano numa malha de direções onde se entrecruzam importantes ligações rodoviárias (A25 e A23) e ferroviárias (linha da beira alta e linha da beira baixa). O concelho da Guarda está situado no centro da região beirã, entre o Planalto Guarda-Sabugal e a Serra da Estrela. Esta localização privilegiada permite-lhe que os seus cerca de 712,11 km2 de área sejam partilhados pelas bacias hidrográficas do Mondego, do Douro e do Tejo, com a presença de cursos de águas tão importantes como são os rios Mondego, Zêzere e Côa.

A cidade da Guarda é capital de distrito (Figura 1) e o seu concelho tem, segundo os censos 2011, um total de 43.541 habitantes. Quer pela sua área quer pelo número de freguesias, o concelho da Guarda é um dos maiores concelhos portugueses. O concelho da Guarda confina a nascente com os concelhos de Pinhel, Almeida e Sabugal, a sul com os de Belmonte e Covilhã, e a poente com Manteigas, Gouveia e Celorico da Beira. Atualmente o concelho é constituído por 43 freguesias, nomeadamente: Adão, Aldeia do bispo, Aldeia Viçosa, Alvendre, Arrifana, Avelãs da Ribeira, Benespera, Casal de Cinza, Castanheira, Cavadoude, Codeceiro, Faia, Famalicão, Fernão Joanes, Gonçalo Bocas, Guarda, João Antão, Maçainhas, Marmeleiro, Meios, Panoias, Pêga, Pêra do Moço, Porto da Carne, Ramela, Santana D´Azinha, São Miguel do Jarmelo, São Pedro do Jarmelo, Sobral da Serra, União de freguesias de Avelãs de Ambom e Rocamondo, União de Freguesias de Corujeira e Trinta, União de Freguesias de Mizarela, Pêro Soares e Vila Soeiro, união de Freguesias de Pousade e Albardo, União de Freguesias de Rochoso e Monte Margarida, Vale de Estrela, Valhelhas, Vela, Videmonte, Vila Cortes do Mondego, Vila Fernando, Vila Franca do Deão e Vila Garcia.

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5

Figura 1 - Representação geográfica do distrito da Guarda (Fonte: PortugalWeb).

3. Entidades Gestoras

Segundo DL nº306/2007 existem quatro tipos de Entidades Gestoras (EG), as de sistemas de abastecimento particular, as de sistemas de abastecimento público, as de sistema de abastecimento público em alta, e as de sistema de abastecimento público em baixa.

As EG de sistema de abastecimento particular são as entidades responsáveis pela exploração e gestão de sistemas de abastecimento de água destinada ao consumo humano para fins privados. As EG de abastecimento público são as entidades responsáveis pela exploração e gestão de um sistema de água para consumo humano, através de redes fixas ou de outros meios de fornecimento de água no âmbito das atribuições de serviço público. As Entidade gestora de sistema de abastecimento público em alta são responsáveis pela captação, tratamento, armazenamento e adução da água para consumo público. Pelo

(21)

6 contrário, a entidade gestora do sistema de abastecimento público em baixa é responsável por um sistema destinado ao armazenamento, à elevação e à distribuição de água para consumo público aos sistemas prediais, aos quais liga através de ramais de ligação.

Segundo a ERSAR, no sector de águas coexistem numerosos e diversificados tipos de entidades gestoras de sistemas de titularidade estatal e municipal, com diversos modelos de governo, que são as seguintes:

Prestação direta do serviço, tais como: serviços municipais, serviços municipalizados e associações de municípios;

Delegação do serviço, a empresas municipais e intermunicipais, ou juntas de freguesia;

Prestação do serviço através de parceria entre entidades públicas; e

Concessão do serviço, como por exemplo empresas concessionárias multimunicipais e empresas concessionárias municipais.

Os serviços de águas e resíduos têm sido classificados segundo as designações de “alta” e “baixa”, consoante as atividades realizadas. Esta classificação, que esteve no cerne da criação dos sistemas multimunicipais, maioritariamente responsáveis pela distribuição de água em alta, e dos sistemas municipais, maioritariamente responsáveis pela distribuição em baixa, corresponde, respetivamente, às atividades grossista e retalhista de abastecimento de água, de saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de resíduos urbanos.

A complexidade das soluções necessárias ao desenvolvimento desta atividade exige investimentos extremamente elevados, com elevados períodos de recuperação do capital e com uma elevada imobilização. Isto explica o facto de ser um sector com características de monopólio natural, onde se registam custos de produção significativamente inferiores com um único operador para cada serviço e em cada região (Simas et al., 2005).

3.1 Entidade Gestora em baixa

As entidades gestoras de sistemas de abastecimento público em baixa devem disponibilizar por rede fixa ou outros meios, água própria para consumo humano devidamente controlada, em quantidade que satisfaça as necessidades básicas da população.

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7 Também compete às entidades gestoras garantir que água destinada ao consumo humano seja salubre, limpa e desejavelmente equilibrada. Nomeadamente que não contenha nenhum organismo, parasita ou substancia em quantidade que possa ser um perigo para a saúde humana e que cumpra as normas da qualidade fixadas no DL 306/2007 (Anexo 1). E por fim, a água não deve ser agressiva ao longo do sistema de abastecimento.

O abastecimento de água em baixa está associado à componente do sistema correspondente à distribuição até à torneira do consumidor, abrangendo igualmente os reservatórios de distribuição. Este abastecimento pode ser assegurado por EG que só gerem esta componente do sistema, ou que, cumulativamente, são gestoras também da componente do sistema de produção, desde a origem até aos pontos de entrega às EG em baixa. De acordo com Simas et al. (2005) as entidades gestoras em baixa têm algumas obrigações específicas, nomeadamente:

a) Garantir que a água distribuída é salubre e limpa;

b) Assegurar que a água distribuída cumpre as exigências dos parâmetros microbiológicos, presentes no anexo 1 do DL 306/2007, de 27 agosto de 2007;

c) Verificar o cumprimento dos valores paramétricos (VP) na água que sai das torneiras do consumidor final; no ponto de utilização no caso de fontanários, no caso de a água ser fornecida através de navio, camião cisterna e reservatórios não ligados à rede. No caso de águas de abastecimento comercializadas em garrafas ou outros recipientes, e no ponto de utilização, no caso de ser uma indústria alimentar;

d) Esclarecer os responsáveis pelos estabelecimentos em que se forneça água ao público (hospitais, escolas, restaurantes e outros) sobre os incumprimentos dos VP detetados no controlo da qualidade da água, originados pelas suas redes prediais, alertando-os para a necessidade da implementação de medidas que conduzam à minimização ou eliminação do risco da ocorrência de incumprimentos;

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8 e) Introduzir técnicas de tratamento adequadas para modificar as características da água bruta, de forma a reduzir ou eliminar o risco de ocorrência de incumprimentos do VP, após a distribuição;

f) Submeter regularmente à aprovação da Autoridade Competente (AC), um PCQA;

g) Implementar o PCQA aprovado pela AC;

h) Informar a Autoridade de Saúde (AS) dos incumprimentos detetados aos VP dos parâmetros indicadores (Anexo 2), assim como das respetivas causas e dos resultados das medidas adotadas;

i) Informar a AS e a AC dos incumprimentos detetados aos VP dos parâmetros obrigatórios, assim como das respetivas causas e dos resultados das medidas adotadas;

j) Informar a AS e a AC de outras situações que coloquem em risco a saúde humana;

k) Divulgar entre os consumidores as medidas determinadas pela AS para minimização dos riscos dos incumprimentos;

l) Elaborar e manter atualizados os registos, por Zona de Abastecimento (ZA), que também devem estar acessíveis ao público, com os seguintes elementos:

1. Planta com a identificação e localização das ZA e das respetivas estações de tratamento de água (ETA);

2. População servida;

3. Informação sobre as eventuais derrogações autorizadas;

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9 5. Informação sobre eventuais situações de restrição de consumo.

m) Comunicar à AC, até 31 de Março do ano seguinte, os resultados analíticos da implementação do PCQA;

n) Divulgar trimestralmente os resultados da verificação de conformidade dos VP, por meio de editais públicos e/ou na imprensa regional. Esta divulgação deve ser acompanhada de elementos informativos que permitam avaliar do grau de cumprimento dos VP, nomeadamente a indicação por parâmetro do número total de análises realizadas, do número ou da percentagem de violações dos VP e do valor mínimo, médio e máximo obtido.

o) Assegurar a eficácia da desinfeção, minimizando a formação de subprodutos decorrentes deste processo (como, por exemplo, clorofórmio, bromofórmio, dibromoclorometano e bromodiclorometano), através de um programa de controlo operacional; e

p) Implementar programas de manutenção, exploração, recuperação e ampliação de sistemas de abastecimento existentes e construção de outros, desde que tais ações contribuam para a melhoria contínua da qualidade da água fornecida.

3.1.1 SMAS da Guarda

Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) da Guarda, iniciaram a sua atividade há mais de 20 anos, com entrada em funcionamento dos serviços em Janeiro de 1995, com a extinção da então Divisão de Águas e Saneamento (DAS). Os serviços do SMAS são disponibilizados na sua sede (Figura 2), no Largo de São-Vicente (antigo edifício do GAT), no edifício do Centro cultural e Social de S. Miguel, bem como na loja do cidadão no centro comercial La Vie.

(25)

10

Figura 2 - Edifício sede dos SMAS.

A DAS tinha como função principal a execução, exploração, conservação e fiscalização do sistema de abastecimento de água e do sistema de drenagem de águas residuais, competindo-lhe designadamente:

a) Superintender, dirigir e coordenar os serviços na sua dependência hierárquica;

b) Garantir o correto funcionamento de todas as instalações de água e esgotos, assegurando a sua gestão e manutenção;

c) Viabilizar a todos os munícipes a utilização eficaz dos serviços de águas e esgotos e a qualidade dos mesmos;

d) Propor e colaborar na execução de medidas tendentes ao aperfeiçoamento organizacional e à racionalização dos serviços; e

e) Participar na elaboração do Plano de Atividades, orçamento e respetivo relatório de atividades.

Contudo, o volume de investimentos necessários, os custos de exploração dos sistemas e a necessidade de os assegurar de uma forma eficaz, exigiam uma gestão mais empresarial destas estruturas camarárias. Assim, os SMAS surgiram como um serviço público de interesse local, dotado de autonomia técnica, administrativa e financeira e gerido sob a forma empresarial, com a constituição de um Conselho de Administração e a criação

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11 de áreas de intervenção distintas como seja a administrativa, financeira, ou de obras, manutenção e exploração, como se pode verificar na Figura3.

Figura 3 - Organograma dos SMAS da Guarda (Fonte: SMAS Guarda).

Sem prejuízo da sua autonomia técnica, administrativa e financeira, as atividades dos serviços são enquadradas pelos instrumentos de Planeamento Municipal, bem como pelas deliberações da Câmara Municipal.

Os SMAS apresentam como objetivo principal garantir o abastecimento público de água, bem como a sua distribuição, tendo em consideração os mais elevados padrões de qualidade nos serviços disponibilizados e na sua relação com a comunidade, bem como a prestação de serviços de saneamento de águas no sentido de maximizar a satisfação do município. Os serviços municipalizados de água e saneamento da Guarda têm como visão ser uma entidade reconhecida por contribuir para a qualidade de vida dos cidadãos, garantindo a universalidade e excelência dos serviços prestados e pela satisfação dos seus colaboradores. Deste modo, as atividades do SMAS têm por objetivo essencial:

(27)

12 - A captação, adução, tratamento e distribuição de água potável;

- A receção, drenagem e tratamento de esgotos;

- A construção, ampliação e conservação das redes de água e esgotos, estações elevatórias e estação de tratamento de águas residuais; e

- A prestação de outros serviços conexos com a sua área de atividade.

A atividade dos SMAS divide-se essencialmente em duas áreas fulcrais, a água e o saneamento. Em novembro de 2002 e na sequência da entrega da atividade da produção em alta à empresa Águas do Zêzere e Côa, SA, que agora se designa por Águas de Lisboa e Vale do Tejo, a responsabilidades do SMAS passam a centrar-se apenas na distribuição e manutenção do equipamento existente na rede de distribuição da cidade e aldeias periféricas fornecidas por este sistema. Para além da distribuição da água à cidade e aldeias periféricas, os SMAS têm ainda a responsabilidade da captação, elevação, armazenagem, distribuição e manutenção a um conjunto de aldeias dispersas. Em relação ao saneamento, os SMAS efetuam a recolha do efluente do sistema da cidade, uma vez que também foi entregue à empresa Águas de Lisboa e Vale do Tejo, em Julho de 2002, a execução do tratamento dos efluentes nas ETAR's. Para além disso, os SMAS têm ainda a seu cargo a recolha, transporte e tratamento de esgotos nas aldeias

3.2 Entidade Gestora em alta

O abastecimento de água em alta está associado à captação, tratamento e adução até aos reservatórios de distribuição, podendo ser assegurado por EG que só gerem esta parte do sistema (em geral sistemas multimunicipais e intermunicipais) ou por EG responsáveis também pela distribuição (Simas et al., 2005). Dada a sua especificidade, as EG em alta, além de terem de cumprir as obrigações previstas no DL, ou seja:

a) Elaborar um PCQA de acordo com o que está previsto no DL e com a frequência prevista na Portaria (sem prejuízo da frequência estabelecida no DL no que concerne aos parâmetros conservativos);

(28)

13 c) Comunicar trimestralmente às EG em baixa os resultados do controlo da

qualidade da água;

d) Em situação de incumprimento dos valores paramétricos, informar a EG em baixa, no prazo máximo de 24 horas a contar da data em que dele teve conhecimento (Simas et al., 2005).

4. Caracterização das redes 4.1 Origens de Água

Através dos dados observados do Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal (RASARP) de 2014, verificamos que a água superficial continua a ser a origem mais utilizada para a produção de água destinada ao consumo humano. A Figura 4, evidência que a percentagem total de água subterrânea utilizada foi de 33,76 % (33,55 % em 2013) e a de água superficial de 66,24 % (66,45 % em 2013). Ou seja, aproximadamente dois terços da água consumida em Portugal têm origem em captações superficiais.

(29)

14 No que concerne à proveniência da água, origem própria ou comprada a terceiros, em 2014 manteve-se praticamente inalterada a situação relativamente ao ano anterior, verificando-se que 58,01 % do volume de água utilizado corresponde a água comprada (58,65 % em 2013) e 41,99 % a água própria (41,35 % em 2013).

4.1.1 Águas Superficiais

As águas superficiais são as águas que, ao se acumularem na superfície, são escoadas formando rios, lagos, lagoas e pântanos. Ao não penetrarem no solo, as águas superficiais acabam por formar as principais fontes de abastecimento de água potável do planeta (Dacach, 1975).

Embora todas as formas em que a água se apresenta na natureza tenham uma grande importância para o equilíbrio dos ecossistemas e para a vida no planeta, as águas superficiais representam apenas 0,14% de toda a água existente na Terra. Com este valor em mente, é possível compreendermos ainda melhor a necessidade de envidar todos os esforços para a preservação dos recursos hídricos (Franco & Lencastre, 1992).

Uma das principais características das águas superficiais é o seu constante processo de movimento e troca com o meio ambiente e reservatórios superficiais. Esta troca permite a transição e troca de nutrientes, favorecendo a manutenção dos ecossistemas e para o equilíbrio ambiental da fauna e flora (Gonçalves, 2011). Todas estas trocas realizadas nos ecossistemas também acabam por levar uma série resíduos e poluentes para as águas. Desde galhos de árvores até animais em decomposição, passando ainda por folhas, frutos e dejetos dos organismos que habitam no seu interior e nas suas margens, mesmo as águas superficiais de áreas mais remotas e preservadas muitas vezes são atingidas pela poluição decorrente da atividade humana ou pela ação da própria natureza. É justamente por conta de todas essas trocas com o meio envolvente que é necessário proceder ao tratamento das águas superficiais de modo a que estas possam ser consumidas pelo homem (Dacach, 1975).

As águas de abastecimento de origem superficial usadas no concelho da Guarda são provenientes do rio Côa e do rio Mondego, uma vez que o sistema público de

(30)

15 abastecimento do concelho da Guarda integra duas ZA, a do Caldeirão e a do Sabugal. A ZA do Caldeirão faz a captação da água na barragem do Caldeirão e é tratada na ETA do Caldeirão pela EG - Águas de Lisboa e Vale do Tejo, e abastece a cidade da Guarda e 22 freguesias do Concelho. A ZA do Sabugal faz a captação da água na barragem do Sabugal, a qual é tratada na ETA do Sabugal pela Águas Lisboa e Vale do Tejo, e abastece 7 aldeias do concelho da Guarda, são elas: Adão, Pega, Rochoso, Monte Margarida, Penedo da Sé, Carvalhal Meão, e Quinta de Gonçalo Martins.

4.1.2 Águas Subterrâneas

Além das águas superficiais, existem também as águas subterrâneas, que penetram no solo e formam os lençóis freáticos. As águas subterrâneas representam, para muito países, uma origem extremamente importante pela contribuição que apresentam para o abastecimento público e para a agricultura. O peso relativo que têm depende fundamentalmente das características hidrogeológicas e do clima das diferentes regiões. Na recente directiva, para as águas subterrâneas (Diretiva 2006/118/CE) pode ler-se no ponto 2 que “as águas subterrâneas representam as massas de água doce mais sensíveis e

importantes da União Europeia e, sobretudo, também uma fonte de abastecimento público de água potável em muitas regiões“ (Mansilha & Rebelo, 2013).

As águas subterrâneas constituem o maior reservatório de água doce do planeta Terra. Formam-se, essencialmente, a partir da infiltração da água da chuva e, uma vez no subsolo, podem formar toalhas ou lençóis de água quase imóveis, que alimentam as fontes e os poços, ou então circular por entre as fissuras das rochas. As zonas onde a circulação de água subterrânea é mais importante que os cursos de água de superfície apresentam, em geral, uma morfologia característica denominada cársica. Importa ter presente que as águas subterrâneas correspondem essencialmente á recarga média anual dos sistemas aquíferos, que representa os recursos renováveis em cada ciclo hidrológico. A poluição das águas subterrâneas é geralmente difícil de detectar, de monitorização dispendiosoa e muito prolongada (Dacach, 1975). Na maioria das vezes, a contaminação só é descoberta no momento em que substâncias nocivas aparecem nos reservatórios de água potável, quando a poluição já se alastrou sobre uma área significativa do lençol freático. A despoluição da

(31)

16 água subterrânea é particularmente demorada e cara, através de sofisticadas tecnologias (Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos).

Quanto á qualidade das águas subterraneas, a maior parte dos contaminantes são provenientes dos usos urbanos, industriais e da agricultura. Muitas soluções técnicas foram desenvolvidas para recuperar ou no mínimo conter os tipos de poluição (Gonçalves, 2011). Hoje torna-se evidente que as fontes de poluição da água subterrânea são muito mais disseminadas e relacionadas a uma variedade muito maior de atividades. A poluição em áreas não industrializadas pode ser atribuída a origens diversas, tais como, o uso de fertilizantes, pesticidas, fossas sépticas, drenagens urbanas e poluição das águas de superfície. O único método eficaz de controlo desse tipo de poluição é a utilização correta do solo e da água.

Embora a água subterranea seja um recurso renovável, poucos aquíferos podem suportar enormes e indefinidas taxas de extração. Para assegurar suprimentos da água subterrânea para as gerações futuras, a filosofia do desenvolvimento sustentável preconiza que a extração de água de um aquífero nunca deve exceder a sua capacidade de recarga (Mendes & Oliveira, 2004).

As águas de abastecimento com origem subterrânea são todas captações próprias do SMAS da Guarda, nomeadamente furos, poços, nascentes, e fontanários. Em 2015, o SMAS efetuou o controlo de qualidade em 25 captações e 14 fontanários. De salientar que dos 14 fontanários controlados, apenas num deles o tratamento de desinfeção é efetuado por via química, com a utilização de hipoclorito de cálcio. Nos restantes fontanários a desinfecção é efetuada através de métodos físicos, em concreto por radiação ultravioleta.

A existência destas pequenas ZA, muito condicionadas não apenas pelas condições climatéricas (seca, chuva intensa) e a natureza do solo, mas também pelos problemas operacionais que acarretam, são sempre condicionantes da qualidade da água final obtida e consequentemente dos resultados analíticos. Na Figura 5 pode-se observar a área de influência das duas ZA do concelho da Guarda, Caldeirão e Sabugal, e as zonas de abastecimento sob responsabilidade do SMAS da Guarda.

(32)

17

(33)

18

4.2 Processo sobre o abastecimento das águas do Concelho da Guarda

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19

4.3 Tratamento das águas de origem superficial

Como referido anteriormente, a água superficial do concelho da Guarda é oriunda do rio Mondego e rio Côa. A água é captada na albufeira do Caldeirão e na albufeira do Sabugal passando por uma sequência de etapas de tratamento como podemos verificar na Figura 7.

Figura 7 - Tratamento na ETA do Caldeirão

O processo de tratamento na ETA, a Estação de Água do Caldeirão, consiste no somatório de processos com vista à potabilidade da água para abastecimento público e consequente cumprimento dos requisitos de tratamento visando corrigir os desvios face á legislação vigente.

4.4 Tratamento das Águas de origem subterrânea

O tratamento da água para consumo humano é essencial para garantir a sua potabilidade, isto é, promover a proteção da população de modo a que água seja agradável ao paladar e à vista da população.

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20 O concelho da Guarda devido á sua localização geográfica e natureza granítica do solo, pouca industrialização e agricultura intensiva, dispõe de águas subterrâneas sem grandes problemas de qualidade, quer sob o ponto de vista físico-químico, quer microbiológico. As suas águas são leves e de reduzida mineralização. No entanto, subsistem zonas que em que se regista a presença de concentrações elevadas de ferro (Fe2+), muitas das vezes motivadas pelas características da própria água e pela degradação das canalizações. Existem também águas que apresenta concentrações elevadas de arsénio (As) e a presença de nitratos (NO3-). Os nitratos provêm, na maior parte das vezes, das

atividades agrícolas e/ou pecuárias. Pontualmente, em certas alturas do ano com o aumento da pluviosidade, também se encontram concentrações mais elevadas de alumínio, o qual é atribuído à natureza granítica dos solos (silicato de alumínio).

4.4.1 Tratamento do Ferro

O tratamento efetuado para o ferro consiste em colocar a água a passar por um desferrizador (Figura 8), que tem como objetivo a redução de teores de ferro solúvel nas águas de abastecimento publico através de um processo de oxidação e de filtração. O ferro solúvel é oxidado e precipitado por contacto com óxidos de manganésio, tal como indicado na seguinte reação química:

3Fe2+ + KMnO4 + 7H2O → 3Fe(OH)3(s) + MnO2 (s) + K+ + 5H+

Os hidróxidos de ferro e os óxidos de manganésio precipitam e ambos são posteriormente removidos por filtração. Por vezes este tratamento não é suficiente, sendo necessário recorrer previamente ao arejamento da água (Figura 8) de modo a produzir sais insolúveis de óxido de ferro, através da reação com o oxigénio. O arejamento promove então a formação de hidróxidos de ferro, tal como indicado na seguinte reação:

4Fe2+ + O2 (g) + 10H2O → 4Fe(OH)3(s) + 8H+

Numa fase posterior a água é filtrada, em leitos de antracito e areia, de modo a que o precipitado fique retido e não passe para as fases subsequentes do tratamento. A cinética

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21 química do processo de oxidação do ferro pelo oxigénio está, tal como se pode observar

pela reação química, dependente do pH, uma vez que há formação de iões H+ que podem

promover a alteração do pH da água. Assim, é necessário um controlo apertado do pH de modo a que a velocidade de oxidação seja a mais rápida possível.

(a) (b)

Figura 8 - Desferrizador desmontado na localidade de Avelãs de Ambom (a) e arejador na localidade de

Rocamondo (b).

4.4.2 Tratamento do Arsénio

Quanto á remoção de arsénio, face á maior complexidade da sua remoção, o SMAS da Guarda optou pela utilização de um processo de filtração reativa baseada na absorção de arsénio em óxido de ferro, que constitui uma das técnicas emergentes na remoção de arsénio. O equipamento é constituído por uma resina de Cilit Bewasorb , a qual é constituída por hidróxido de ferro e várias camadas de suporte (Figura 9). O princípio de funcionamento é baseado na reação do ferro com o arsénio, como indicado na reação, o qual forma arseniato de ferro que precipita e fica retido no filtro.

Fe3+ + H3AsO4 → FeAsO4 (s)

O ião cálcio presente na água pode também reagir com o arseniato de ferro levando à formação de co-precipitado, tal como se evidencia na seguinte reação:

(37)

22 Ca2+ + FeAsO4 → Ca-Fe-AsO4

(a) (b)

Figura 9 – Depósito de água (a) e sistema de remoção de arsénio na localidade de Trajinha (b).

4.4.3 Tratamento de Nitratos

Na remoção de nitratos utiliza-se uma coluna de troca iónica. A resina permuta o nitrato presente na água pelos iões cloreto. Quando a resina deixa de fazer a permuta iónica, a mesma é regenerada e volta a estar operacional. A regeneração é realizada pela colocação de uma solução salina com cloreto de sódio, sendo que na coluna os iões nitrato são novamente substituídos pelo ião cloreto, sendo os nitratos eliminados através do fluxo de saída. Depois de uma lavagem final para remover o excesso de sal, o aparelho fica automaticamente pronto para ser utilizado. O processo realiza-se de forma automática, tendo os serviços apenas têm que assegurar que o tanque da salmoura é mantido com sal nas quantidades adequadas ao bom funcionamento do sistema.

(38)

23

Figura 10 – Sistema de remoção de nitratos na localidade de Quinta de Cima.

4.4.4 Desinfeção por hipoclorito de sódio ou por hipoclorito de cálcio

Na maior parte das localidades do concelho da Guarda o tratamento utilizado é a desinfeção por cloro, isto é, um tratamento químico realizado com hipoclorito de sódio ou hipoclorito de cálcio. Esta etapa do tratamento é indispensável para a segurança e qualidade microbiológica da água de consumo, uma vez que o processo elimina os microrganismos patogénicos potencialmente presentes na água. Mesmo que a água não esteja contaminada é sempre necessário este tratamento, uma vez que pode existir a possível contaminação através dos sistemas de transporte (adução) e distribuição até ao consumidor final.

A água passa através do contador. Este envia um impulso á bomba doseadora que injeta uma quantidade proporcional de hipoclorito de sódio em função das características da água (Figura 11).

(39)

24

(a)

(b)

Figura 11 - Esquema de um sistema de dosagem de hipoclorito de sódio (a) e cisterna de armazenamento de

hipoclorito de sódio com equipamento para a sua dosagem (b).

(40)

25

4.4.5 Tratamento dos Fontanários

No caso dos fontanários sob responsabilidade do SMAS e que constituem o único ponto de abastecimento de água potável da localidade, o tratamento de desinfeção é efetuado por radiação ultravioleta, exceto o fontanário de Casas da Ribeira (Figura 13), em que a desinfeção é realizada com hipoclorito de cálcio. A utilização de cloro como desinfetante é largamente utilizado nos sistemas de tratamento de águas de consumo dado o seu elevado potencial de oxidação e a relativa facilidade de manuseio e dosagem, tendo além disso um custo relativamente baixo. Além do mais não existiam alternativas eficientes e com custos competitivos, e não se conheciam desvantagens ou riscos sérios associados ao uso do cloro. Contudo, existem alguns problemas associados à utilização do cloro na desinfeção das águas de consumo, nomeadamente:

- O cloro é fortemente corrosivo e tóxico;

- Os vapores com origem no derrame de cloro na forma gasosa, líquida ou sólida em contacto com a humidade são extremamente tóxicos, podendo ser letais;

- O cloro e os seus subprodutos podem conferir sabor desagradável à água;

- Os subprodutos da cloração, tais como cloraminas e clorofenóis, são tóxicos e constituem um impacte negativo sobre a fauna e a flora aquática.

Pelo contrário, o sistema de desinfeção por radiação UV não possui estas desvantagem assegurando a desinfeção da água. O processo de desinfeção decorrer pela transferência de energia eletromagnética da lâmpada para os microrganismos provocando alterações na estrutura molecular do DNA e/ou RNA, destruindo a capacidade de replicação e inviabilizando a capacidade reprodutiva das células.

(41)

26

(a) (b)

(42)

27

5. Organismos Envolvidos

Em Portugal, a entidade responsável pela regulação do setor do abastecimento de água é a ERSAR. Os seus principais objetivos fixam-se em garantir a proteção utilizadores, através da promoção da qualidade do serviço prestado pelas entidades gestoras, bem como o equilíbrio dos tarifários praticados, tendo em consideração que a água é um bem essencial e indispensável. A ERSAR procura também que a água seja disponibilizada a todos de forma equitativa, fiável e a um preço justo. Deve também garantir condições de igualdade e transparência no acesso à atividade assim como no exercício da atividade, bem como nas relações contratuais, acautelando a sustentabilidade económico-financeira, infraestrutural e operacional dos sistemas, independentemente do modelo de gestão adotado. Deve ainda garantir a salvaguarda do restante tecido empresarial do sector, não regulado, de apoio às entidades gestoras, bem como os aspetos ambientais (LNEC, 2013).

Desde 25 de dezembro de 2003, a ERSAR exerce a função de AC no controlo da qualidade da água para consumo humano. Contudo, no que diz respeito às restantes atribuições, só após a entrada em vigor do DL n.º 194/2009, de 20 de Agosto, é que todas as entidades gestoras passaram a estar sob a alçada da ERSAR, embora tenha sido previsto um período transitório, de dois anos para os serviços municipais em gestão direta ou delegada e de três anos, relativamente aos contratos de concessão e ao regulamento do serviço existentes. Até às datas da entrada em vigor dessas disposições, todas as atribuições da ERSAR, com exceção do controlo de qualidade da água para consumo humano, estavam circunscritas aos sistemas multimunicipais, municipais e intermunicipais concessionados (Simas et al., 2005). O modelo de regulação da ERSAR pretende contribuir para assegurar os seguintes objetivos:

- A sustentabilidade global do sector, através da implementação de uma estratégia nacional, nomeadamente no campo da inovação, da divulgação da informação e do enquadramento legal;

- A sustentabilidade social, através da acessibilidade física e económica ao serviço, da qualidade do serviço e da qualidade da água para consumo;

- A sustentabilidade das entidades gestoras, nomeadamente nas perspetivas económicas, infraestrutural e de recursos humanos;

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28 - A sustentabilidade ambiental, na utilização de recursos ambientais e na prevenção da poluição (LNEC, 2013).

A função de autoridade competente é efetuada através dos seguintes planos de intervenção:

- Regulação estrutural do sector;

- Regulação comportamental das entidades gestoras nas vertentes, da regulação económica, da qualidade de serviço prestado, de qualidade da água para consumo humano e da interface com os consumidores;

- Atividades regulatórias complementares, nomeadamente a elaboração e divulgação regular de informação e o apoio técnico às entidades gestoras.

Para atingir os seus objetivos, a entidade gestora desenvolveu um sistema de avaliação da qualidade dos serviços de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de resíduos urbanos, o qual se apresenta como “uma peça

fundamental do modelo de regulação que vem sendo implementado desde 2004, nomeadamente no que respeita à componente da regulação da qualidade de serviço prestado pelas entidades gestoras, de forma a tornar possível a sua avaliação quantificada” (LNEC, 2013).

De fato, o sistema de avaliação da qualidade dos serviços de abastecimento de água, materializado na informação anualmente divulgada na publicação da ERSAR, o RASARP, apresenta-se como um instrumento regulatório promotor de uma maior eficácia e eficiência no sector, concretizando um direito fundamental dos utilizadores que é o de possuírem uma informação fiável e de fácil interpretação sobre o serviço prestado, materializando o conceito de qualidade do serviço, possuindo objetivos que vão muito para além dos dados de cobertura da população e da qualidade da água (Simas et al., 2005). Há, no entanto, ainda um esforço importante para melhorar o desempenho num número significativo de situações. No que se refere ao programa de análises que as EG têm que efetuar, verifica-se que a maior parte dos incumprimentos ocorrem em parâmetros orgânicos e metais, possivelmente devido ao elevado custo das respetivas análises. Por outro lado, os maiores incumprimentos dos valores paramétricos verificam-se nos parâmetros microbiológicos, por insuficiência ou ausência de desinfeção. Estes incumprimentos são consequência da falta de um adequado controlo operacional. O controlo operacional constitui uma primeira aproximação aos planos de

(44)

29 segurança da água, tendo em vista detetar e corrigir, em tempo útil, as alterações que eventualmente ocorram na qualidade da água (Rodrigo et al., 2007).

O SMAS, atendendo ao facto de possuir uma diversidade de origens de água que trata e distribuí, considera que os resultados obtidos são bons e que os seus consumidores são abastecidos com água de boa qualidade. No entanto, excecionalmente registam-se anomalias nos processos de tratamento que ocasionam problemas de qualidade da água de abastecimento público, que logo que detetadas são resolvidas. Para cumprir este objetivo é efetuada a vigilância constante das várias ZA e Fontanários, para alerta imediato de anomalias e suas medidas corretivas e com procedimentos no âmbito do Controlo Operacional, que são as seguintes:

a) Controlo permanente dos sistemas de desinfeção: Cloro e lâmpadas de UV; b) Lavagem de reservatórios;

c) Descargas de rede;

d) Manutenção/lavagem dos aparelhos para retirar ferro, arsénio e nitratos;

e) Controlo analítico operacional de determinados parâmetros (Ferro, Manganês, Arsénio, Nitratos) nas ZA em que estes elementos aparecem com valores superiores ao VP.

Contudo e de acordo com o estipulado no DL n.º 306/2007, de 27 de Agosto, a autoridade de saúde assegura de forma regular e periódica a vigilância sanitária da qualidade da água para consumo humano fornecida pelas entidades gestoras, bem como as demais funções constantes daquele diploma. O diploma legal refere no seu artigo 30.º que as ações de vigilância sanitária realizadas pela autoridade de saúde devem incluir:

A realização de análises complementares ao PCQA e de outras ações necessárias para a avaliação da qualidade da água para consumo humano;

A avaliação do risco para a saúde humana da qualidade da água destinada ao consumo humano (Batista et al., 2014).

As ações de vigilância sanitária são da responsabilidade das autoridades de saúde, podendo ser realizadas análises complementares aos PCQA das entidades gestoras e outras ações necessárias para avaliação da qualidade da água para consumo humano distribuída em sistemas de abastecimento público e fontanários.

Em seguida apresentam-se os dados dos Programas de Vigilância Sanitária da Água para Consumo Humano (PVSACH) implementados pelos Departamentos de

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30 Saúde Pública das Administrações Regionais de Saúde IP (ARS) e pelas Autoridades de Saúde (AS). Os dados foram recolhidos através do preenchimento de uma base de dados em Excel e são da inteira responsabilidade dos respetivos Departamentos de Saúde Pública (Batista et al., 2014).

Figura 15 - Número de análises realizadas e número de análises e conformidade com o VP, número de

pareceres emitidos e vistorias realizadas aos sistemas públicos de abastecimento, por região de saúde (Batista et al., 2014).

Através da Figura 21, verifica-se que é no Norte do país que apresenta maior índice de análises realizadas aos parâmetros microbiológicos e parâmetros microbiológicos em conformidade com o VP, por outro lado a região que apresenta menor parâmetros microbiológicos e menor parâmetros microbiológicos em conformidade com VP é o algarve, uma vez que Lisboa e vale de tejo não apresenta qualquer valor. Nos parâmetros físico-químicos e os parâmetros físico-químicos em conformidade com o VP quem apresenta maior valor é o centro do país, no entanto quem apresenta menor índice é o algarve, tendo em conta que lisboa e vale do tejo não apresenta nenhum registo. Quanto á desinfeção residual e desinfeção residual em conformidade com o VP verifica-se que esta é notória no Norte apresentando um maior numero de amostras no mesmo, enquanto que é no algarve que há uma redução do valor.

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31

Figura 16 - Número de análises realizadas e número de análises e conformidade com o VP, número de

pareceres emitidos e vistorias realizadas aos fontanários não ligados á rede pública, por região de saúde (Batista et al., 2014)

Na figura 22 regista-se um elevado número de parâmetros microbiológicos e parâmetros microbiológicos em conformidade VP no centro do país quanto aos fontanários não ligados é rede pública e um baixo número de amostras realizadas é apresentado no Alentejo, o mesmo se verifica quantos aos parâmetros físico-químicos e aos parâmetros físico-químicos em conformidade com o VP. Há que referenciar que em lisboa e vale do tejo não apresenta quaisquer parâmetros, apenas apresenta um parecer sobre uma restrição ou proibição.

(47)

32

6. Controlo e qualidade da água para consumo humano

A garantia da qualidade da água para consumo humano fornecida por um sistema de abastecimento público constitui um elemento essencial das políticas de saúde pública. Até meados do século XX, a qualidade da água para consumo humano era avaliada essencialmente através das suas características organoléticas, tendo como base o senso comum de exigir que ela se apresentasse límpida, agradável ao paladar e sem cheiro desagradável. No entanto, este tipo de avaliação foi-se revelando falível em termos de proteção de saúde pública contra microrganismos patogénicos e contra substâncias químicas perigosas presentes na água. Tornou-se assim imperativo, estabelecer normas paramétricas que traduzissem, de forma objetiva, as características a que deveria obedecer uma água destinada a consumo humano (Direção Geral do Ambiente, 1999).

A qualidade da água para consumo humano segue o disposto no DL nº 306/2007, de 27 de agosto, que tem por objetivo garantir a salubridade da água e diminuir um perigo potencial para a saúde humana. No respeitante á água subterrânea, o DL nº 208/2008, de 28 de Outubro, estabelece o regime de proteção destas águas contra a poluição e deterioração, transpondo para a ordem jurídica interna a diretiva nº 2006/118/CE do Parlamento Europeu e do Concelho, de 12 de dezembro.

A EG do sistema de abastecimento deve submeter á aprovação da autoridade competente um programa de controlo de qualidade, efetuar a verificação da qualidade da água, com vista á demonstração da sua conformidade com a legislação, efetuar campanhas de amostragem durante o ano de modo a obter uma imagem representativa da qualidade da água distribuída (Simas et al., 2005).

6.1 Análises efetuadas

Compete á EG assegurar que a água destinada ao consumo humano satisfaz as exigências de qualidade e em caso algum apresente sinais de deterioração da sua qualidade. Os valores paramétricos aplicáveis á agua destinada ao consumo humano fornecida por redes de distribuição, por fontanários não ligados à rede de distribuição, por pontos de entrega são os referidos na Tabela 1, Tabela 2, e Tabela 3.

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33

Tabela 1 - Parâmetros microbiológicos e valores paramétricos (Fonte: DL 306/2007, 26 de agosto de

2007).

Parâmetro Valor

paramétrico Unidade

Escherichia coli 0 Número/100 ml.

Enterococos 0 Número/100 ml.

Tabela 2 - Parâmetros químicos dos valores paramétricos para a água destinada ao consumo humano

fornecida por redes de distribuição (Fonte: DL 306/2007, 26 de agosto de 2007). Parâmetro Valor paramétrico Unidade Observações

Acrilamida 0,10 μg/l n. 1. Antimónio 5,0 μg/l Sb Arsénio. 10 μg/l As Benzeno 1,0 μg/l Benzo(a)pireno. 0,010 μg/l Boro 1,0 mg/l B

Bromatos (de 25 de Dezembro de 2003 até 25 de Dezembro de 2008). (após 25 de Dezembro de 2008). μg/l BrO3 n. 2. Cádmio. 5,0 μg/l Cd Crómio 50 μg/l Cr n. 3. Cobre 2,0 mg/l Cu n. 3. Cianetos 50 μg/l Cn 1,2 dicloroetano 3,0 μg/l Epicloridrina 0,10 μg/l n. 1. Fluoretos 1,5 mg/l F

Chumbo (de 25 de Dezembro de 2003 até 25 de Dezembro de 2013). (após 25 de Dezembro de 2013). μg/l Pb n. 3 e 4. Mercúrio. 1 μg/l Hg Níquel. 20 μg/l Ni n. 3. Nitratos. 50 mg/l NO3 n. 5. Nitritos 0,5 mg/l NO2 n. 5. Pesticida individual 0,10 μg/l n. 6 e 7. Pesticidas — total 0,50 μg/l n. 6 e 8. Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP). 0,10 μg/l Soma das concentrações dos compostos especificados. V. n. 9. Selénio 10 μg/l Se Tetracloroeteno e tricloroeteno 10 μg/l Soma das concentrações dos compostos especificados.

(49)

34

Trihalometanos — total (THM)

(de 25 de Dezembro de 2003 até 25 de Dezembro de 2008). (após 25 de Dezembro de 2008). μg/l Soma das concentrações dos compostos especificados. V. n. 10. Cloreto de vinilo 0,50 μg/l n. 1.

Tabela 3-Parâmetros indicadores dos valores paramétricos estabelecidos apenas para efeitos de controlo

da qualidade da água destinada ao consumo humano (Fonte: DL 306/2007, 26 de agosto de 2007). Parâmetro Valor paramétrico Unidade Observações

Alumínio 200 μg/l Al Amónio 0,50 mg/l NH4 Cálcio - mg/l Ca V. n. 1, 2 e 5. Cloretos 250 mg/l Cl V. n. 1. Clostridium perfringens (incluindo esporos) 0 N/100 ml V. n. 6. Cor 20 mg/l PtCo Condutividade 2 500 μS/cm a 20°C V. n. 1. Dureza total - mg/l CaCO3 V. n. 1, 4 e 5.

pH ≥ 6,5 e ≤ 9 unidades de pH V. n. 1 e 7. Ferro 200 μg/l Fe Magnésio - mg/l Mg V. n. 1, 3 e 5. Manganês 50 μg/l Mn Microcistinas - LR total. 1 μg/l V. n. 16. Cheiro, a 25°C 3 Fator de diluição Oxidabilidade 5 mg/l O2 V. n. 8. Sulfatos 250 mg/l SO4 V. n. 1. Sódio 200 mg/l Na Sabor, a 25°C 3 Fator de diluição

Número de colónias Sem alteração anormal N/ml a 22°C V. n. 17 e 18. Número de colónias Sem alteração anormal N/ml a 37°C V. n. 17 e 18. Bactérias coliformes 0 N/100 ml V. n. 9. Carbono orgânico total

(COT)

Sem alteração anormal mg/l C V. n. 10 e 18.

Turvação 4 UNT V. n. 11.

α -total 0,5 Bq/l V. n. 12 e 14.

β -total 1 Bq/l V. n. 12 e 14.

Trítio 100 Bq/l V. n. 12 e 14.

Dose indicativa total 0,10 mSv/ano V. n. 13, 14 e 15.

(50)

35 Com a finalidade de garantir a qualidade da água distribuída, a entidade gestora é obrigada a submeter á aprovação da autoridade competente um programa de controlo de qualidade (PCQA) que deve respeitar, no mínimo, os requisitos apresentados no Anexo 1. Os parâmetros de análise dividem se em 3 grupos, o Controlo de Rotina 1 (CR1), Controlo de Rotina 2 (CR2) e Controlo de Inspeção (CI).

O controlo de rotina tem como objetivos ministrar regularmente informação sobre a qualidade organolética e microbiológica da água destinada ao consumo humano, bem como verificar a eficácia dos tratamentos (especialmente desinfeção), tendo em vista determinar a sua conformidade com os valores paramétricos estabelecidos no decreto-lei.

O controlo de inspeção, é o controlo que tem como objetivo obter informações para verificar o cumprimento dos valores paramétricos do decreto-lei. Neste controlo são analisados os parâmetros relativos a substâncias indesejáveis e outros correspondentes a substâncias tóxicas. As análises deste grupo são realizadas em número menor e intervalos de tempo mais longos.

A entidade gestora deve efetuar amostragens (correspondente á avaliação de conformidade) periodicamente ao longo do ano, de modo a obter-se uma imagem representativa da qualidade da água distribuída pelos respetivos sistemas nesse período de tempo, como se verifica no Anexo 1.

6.2 Elaboração do PCQA

Conforme já foi referido este controlo é efetuado segundo um Plano de Controlo de Qualidade Anual aprovado pela ERSAR. O controlo de qualidade de água distribuída aos consumidores, é feito segundo a legislação vigente (DL 306/2007) o que implica ter um Plano de Controlo de Qualidade Anual. A EG submete um PCQA que, no mínimo, garanta o cumprimento dos requisitos do (DL 306/2007). O cumprimento dos valores paramétricos é verificado pela análise da água que sai das torneiras dos consumidores. A frequência de amostragem é fixada em função do volume de água fornecida ou da população servida em cada ZA, como indicado no Anexo 1.

Referências

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