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E STÁGIOP ROFISSIONALIZANTE DO6 ºANO

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Academic year: 2019

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Maria Catarina Pimenta Pizarro Magalhães Damásio

Nº 2008142

Turma 5

UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA – FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

R

ELATÓRIO

F

INAL

E

STÁGIO

P

ROFISSIONALIZANTE DO

6

ºANO

Mestrado Integrado em Medicina

(2)

Índice

Introdução ... 2

Objectivos do Estágio Profissionalizante ... 2

Descrição sumária da actividade desenvolvida ... 4

Estágio de Pediatria ... 5

Estágio de Obstetrícia e Ginecologia... 5

Estágio de Saúde Mental ... 5

Estágio de Medicina Geral e Familiar ... 6

Estágio de Medicina Interna ... 6

Estágio de Cirurgia Geral ... 7

Estágio Clínico Opcional ... 7

Trabalhos publicados ... 8

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INTRODUÇÃO

O estágio profissionalizante do 6º ano, etapa final do percurso médico pré-graduado, visa a aquisição e assimilação de conhecimentos e competências essenciais à prática clínica futura. Para tal, inclui dois estágios de maior duração (8 semanas) em especialidades mais abrangentes

– Medicina Interna e Cirurgia Geral, bem como, a passagem por outras especialidades, igualmente indispensáveis na prática ulterior. Os estágios decorreram em Serviços Hospitalares e em Unidades de Saúde Urbanas e Rurais.

Neste relatório apresentam-se os objectivos gerais e específicos do estágio profissionalizante, descreve-se sucintamente a actividade desenvolvida, culminando com uma apreciação global.

OBJECTIVOS DO ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

A aprendizagem é um processo dinâmico que requer por parte do aluno uma atitude proactiva e por parte do tutor a disponibilidade e desejo de transmitir conhecimento. Para tal, torna-se fundamental estabelecer objectivos que procurem uniformizar o ensino, orientar o aluno e o tutor em cada estágio, bem como, facilitar a avaliação do desempenho em cada momento.

De acordo com o documento The Tuning Project (Medicine)1, aplicado à realidade do país, assim como, o documento O Licenciado Médico em Portugal 2, e as diversas Fichas das Unidades Curriculares, descrevem-se de seguida os objectivos dispostos numa hierarquia de níveis. O nível 1 corresponde aos objectivos gerais, e o nível 2 concretiza, para cada um desses objectivos gerais, os objectivos específicos. Deste modo, procurei ao longo do estágio:

1. Observar doentes de forma autónoma, devidamente tutelada

Colher histórias clínicas

Executar um exame objectivo detalhado, ou dirigido em situações emergentes

Aplicar escalas de avaliação quando adequado

1 Cumming AD, Ross MT (2008)

The Tuning Project (medicine) - learning outcomes / competences for undergraduate medical education in Europe.

Edinburgh: The University of Edinburgh. Disponível em: www.tuning-medicine.com <http://www.tuning-medicine.com>

2 Victorino, Rui Manuel; Jolie, Carol; McKimm, Judy,

O Licenciado Médico em Portugal -Core Graduates Learning Outcomes Project, Lisboa:

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2. Interpretar quadros clínicos, desenvolver um estudo adequado dos mesmos, estabelecer

hipóteses diagnósticas

Reconhecer as diversas manifestações clínicas, em particular das patologias mais

prevalentes

Determinar o grau de gravidade de um quadro clínico

Pedir exames complementares de diagnóstico quando necessário e ser capaz de os

interpretar

Estabelecer hipóteses diagnósticas

3. Propor planos terapêuticos

Rever as indicações dos principais fármacos prescritos, os seus efeitos secundários e

possíveis interacções medicamentosas

Propor um plano terapêutico adequado à patologia, e ajustado ao doente

Estabelecer as diferentes etapas de prevenção

Promover a saúde ao nível do doente e da população, incorporando-os quando adequado,

aos planos de tratamento

Fazer o seguimento de patologias crónicas, bem como, de doentes com comorbilidades

Reconhecer situações que beneficiam do encaminhamento para outra especialidade

4. Desenvolver a relação médico-doente e a relação com outros profissionais de saúde

Estabelecer empatia com o doente

Responder às questões colocadas pelo doente e pela sua família

Transmitir ao doente informações sobre a sua patologia e acordar um plano terapêutico

Treinar a comunicação de más notícias

Desenvolver a comunicação com outros profissionais

Ser capaz de trabalhar numa equipa multidisciplinar

Criticar e autocriticar atitudes, procurando uma prática reflectiva

5. Executar os procedimentos básicos para qualquer Médico

Colher os parâmetros vitais

(5)

Executar electrocardiogramas

Efectuar gasimetrias e punções venosas periféricas

Administrar terapêutica endovenosa

Realizar injecções subcutâneas e intramusculares

Administrar oxigénio

Executar os procedimentos básicos da pequena cirurgia

Reconhecer as técnicas de assépsia e desinfecção

6. Desenvolver uma prática clínica de acordo com os princípios éticos e legais da Medicina

Manter a confidencialidade

Aplicar os princípios éticos de acordo com cada situação

Conseguir o consentimento do doente para a obtenção de meios audiovisuais

7. Reconhecer os problemas do doente no âmbito psicológico e no âmbito social

Determinar o impacto dos factores psico-sociais na saúde do doente

Identificar eventuais receios do doente acerca da sua patologia

Detectar situações de abuso ou dependência de substâncias

8. Regular a actividade clínica de acordo com os princípios e conhecimentos da Medicina

baseada na evidência

Aplicar a evidência actual à prática

Desenvolver a capacidade de pesquisa bibliográfica

Treinar a capacidade crítica da literatura médica

DESCRIÇÃO SUMÁRIA DA ACTIVIDADE DESENVOLVIDA

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componentes mais relevantes. A ordem de apresentação segue o percurso temporal destes estágios no ano lectivo 2013/ 2014.

ESTÁGIO DE PEDIATRIA

O estágio de Pediatria decorreu sob a tutoria da Dra. Flora Candeias, na Unidade de Infecciologia, Departamento de Pediatria do Hospital de Dona Estefânia. A grande parte da actividade decorreu na enfermaria onde tomei contacto com diversas patologias em doentes da faixa pediátrica.

Ao longo do estágio apercebi-me das peculiaridades da relação médico-doente pediátrico, bem como, das grandes variações semiológicas da mesma patologia no doente pediátrico versus adulto, algumas destas essenciais no estabelecimento de um diagnóstico. Tive também a oportunidade de conhecer outras áreas da pediatria, como a Cardiologia, Imunoalergologia e Imunodeficiências, o que permitiu optimizar a sensibilidade diagnóstica para situações particulares da especialidade. Terminei o estágio com a apresentação de um trabalho de grupo

Pericardite idiopática – a propósito de um caso clínico.

ESTÁGIO DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA

Este estágio foi realizado sob a tutoria da Dra. Maria João Nunes, no Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, do Hospital de Dona Estefânia. Decorreu mediante uma rotação entre Consultas, Bloco Operatório e Serviço de Urgência, o que permitiu uma visão integrada da especialidade. Esta foi uma oportunidade de rever e cimentar conhecimentos e atitudes relativos aos cuidados da mulher nas diversas etapas da sua vida, bem como, recordar as patologias específicas da mulher. Saliente-se ainda a importância atribuída à área de rastreios ginecológicos, que constituíram parte significativa das situações observadas. No decurso do estágio, apresentei um trabalho sobre Obesidade na Gravidez, situação de prevalência crescente na nossa sociedade.

ESTÁGIO DE SAÚDE MENTAL

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Egas Moniz. Neste estágio conheci directamente diversas abordagens diagnósticas e terapêuticas da especialidade face à patologia mental. A possibilidade de participar activamente nos grupos terapêuticos do Hospital de Dia revelou-se útil na compreensão do quadro clínico global de algumas patologias psiquiátricas, e permitiu ainda compreender o conceito de recovery - recuperação para além dos níveis de saúde prévios à doença psiquiátrica, em que o doente alcança todo o seu potencial humano. De salientar, a possibilidade de observar o empenho de uma equipa multidisciplinar e o seu impacto nos âmbitos biopsicossociais do doente.

ESTÁGIO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR

Este estágio decorreu na Unidade de Saúde Familiar Vale do Sorraia, Coruche, sob a tutoria da Dra. Fernanda Pinto, e na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados da Alameda, Lisboa, sob a tutoria da Dra. Ana Isabel Lourenço. A grande parte do estágio consistiu no seguimento do doente com patologia crónica, para além do componente de prevenção e acompanhamento do indivíduo nas diversas etapas de desenvolvimento. Pude ainda observar a multiplicidade de situações com que o Médico desta especialidade se depara, deduzindo a importância fulcral desta especialidade, na medida em que, se bem exercida, não só tem impacto na saúde individual como na Saúde Populacional.

ESTÁGIO DE MEDICINA INTERNA

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ESTÁGIO DE CIRURGIA GERAL

O estágio de Cirurgia Geral decorreu sob a tutoria do Dr. Pedro Amando, no Departamento de Cirurgia do Hospital Beatriz Ângelo. Durante este estágio estive presente com elevada frequência no Bloco Operatório, onde observei cirurgias bastante diversas, e inclusive participei como 2ª ajudante. Para além disso, acompanhei e executei outras tarefas do Cirurgião Geral, como a observação de doentes na enfermaria. Neste período, realizei um estágio na Unidade de Cuidados Intensivos do mesmo hospital, onde compreendi a necessidade de um trabalho organizado e integrado em equipa, para que em situações urgentes e emergentes seja tomada a atitude correcta. Este estágio terminou com um Mini-congresso, onde tive a oportunidade de apresentar um trabalho de grupo: Colangite recorrente - um beco sem saída?.

ESTÁGIO CLÍNICO OPCIONAL

No âmbito do prémio que me foi atribuído juntamente com uma colega, por termos vencido a

Novartis Clinical Mind Competition, que decorreu no iMed 5.0 Conference, organizado anualmente pela Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Médicas, pude realizar o Estágio Clínico Opcional em São Tomé e Príncipe, com uma duração de 2 semanas, tutelada pela Dra Mayda Ramos e pelo Dr. Pascoal da Apresentação.

Este estágio decorreu maioritariamente no Centro de Saúde de Neves, tendo ainda oportunidade de passar pelo Posto de Saúde de Santa Catarina e pelo Hospital Dr. Ayres Menezes, todos na ilha de São Tomé. O Centro de Saúde de Neves é constituído por uma área de gabinetes de Consulta, Enfermaria, Bloco de Partos, Banco de Urgência, e ainda por uma Farmácia e um Laboratório. Acompanhei diariamente e, sobretudo, segui autonomamente os doentes em cada um dos locais referidos. Observei uma grande multiplicidade de casos, maioritariamente patologias infecciosas associadas às más condições sanitárias, para além de situações que são também prevalentes em Portugal, como Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus. De destacar ainda a grande diversidade etária dos doentes observados.

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TRABALHOS PUBLICADOS

No decurso da passagem pelo Serviço de Medicina 2 do Hospital Curry Cabral, tive a possibilidade de contribuir na colheita, tratamento e apresentação de dados, de um estudo levado a cabo pela equipa médica no âmbito da Unidade de Doenças Auto-imunes, intitulado Vacinação nos Doentes da Consulta de Doenças Auto-imunes. Este teve como objectivo a avaliação da

cobertura vacinal dos doentes da Consulta, desde a instituição nessa Unidade de um protocolo vacinal.

REFLEXÃO CRÍTICA FINAL

O estágio profissionalizante do 6ºano é uma oportunidade para a consolidação de conteúdos teóricos e aptidões práticas aprendidos ao longo do curso, bem como, uma possibilidade de adquirir novas competências. Neste sentido, e para o cumprimento dos objectivos propostos, torna-se essencial uma postura proactiva.

Em cada estágio procurei ter uma postura de iniciativa, que foi crescendo ao longo do ano, mas apercebo-me que no início do ano, talvez pelo receio de prejudicar o doente, não tive essa atitude mais marcada. Para além disso, a vontade de desenvolver uma prática autónoma num período tão próximo ao ingresso profissional, dificultou a valorização prévia dos componentes teóricos de cada Unidade Curricular. Encarando agora de forma global este estágio, percebo que grande parte desses componentes foi importante na aplicação dos conhecimentos à prática. De destacar, o carácter inovador de aulas com temas como liderança, trabalho em equipa, gestão em cuidados de saúde ou comunicação. Temas que penso estarem inerentes àquilo que é uma visão integrada, e correcta, do Médico que, compreendo agora, ultrapassa o mero cumprimento de tarefas clínicas.

A experiência que tive no estágio clínico opcional em São Tomé e Príncipe foi o culminar da fase académica e o início do percurso profissional. Foi de facto, uma oportunidade de pôr em prática conhecimentos e competências adquiridos ao longo do curso.

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local tenha também diferenças relativas ao nosso país, o raciocínio clínico é o mesmo, e penso que foi bastante desenvolvido dada a escassez de meios complementares de diagnóstico. Este facto fez com que me questionasse se em Portugal não aconteceria o contrário. Ou seja, onde não faltam meios complementares de diagnóstico, talvez se sobrestime o seu poder e se perca tempo na sua execução, ao invés de privilegiar o raciocínio clínico baseado na evidência.

Os recursos terapêuticos são também um problema em São Tomé, o que implica reconhecer os nossos limites, mas também recordar que o doente tem diversos âmbitos, e que muitas vezes a intervenção noutras esferas pode aliviar o seu sofrimento. Devo também reconhecer a importância do trabalho em equipa, num local onde a coordenação multidisciplinar é fulcral.

São Tomé foi um exemplo claro de que a saúde da população requer Médicos bem formados. Aplicando isso à nossa realidade, compreendo como é essencial uma actualização contínua do meu conhecimento, que se traduza numa aprendizagem ao longo de toda a vida.

No final deste estágio profissionalizante, verifico como, de um modo global, o que aprendi superou os objectivos que tinha proposto. Não só por salientar o relevo de alguns pontos, como por descobrir e aprender situações para além das previstas.

Não posso deixar de referir o acompanhamento dos meus tutores e a sua disponibilidade no esclarecimento de dúvidas. Penso que a possibilidade de desenvolver as atitudes descritas de forma tutelada, sendo questionado o meu raciocínio clínico, ajudou-me a desenvolver uma capacidade de diagnóstico mais precisa, e uma atitude ajustada a cada situação.

No final desta etapa compreendo agora que “a educação dum Médico é complexa; não pode ser

apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática profissional. Requer cultura, sem o que a sua compreensão do indivíduo doente será sempre limitada; formação científica sólida, sem o que não dominará as razões da sua actuação e não poderá progredir e inovar; impõe sentido ético e moral e interesse pelo próximo, sem o que não poderá apreender e

viver o espírito de serviço que deve ser o paradigma da sua profissão.”3

3 Fernandes, José Fernandes e in Victorino, Rui Manuel; Jolie, Carol; McKimm, Judy

- O Licenciado Médico em Portugal -Core Graduates Learning

Outcomes Project, Lisboa: Editorial do Ministério da Educação, 2005. Disponível em:

Referências

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