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Teoria museológica III (plano de curso )

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Academic year: 2021

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Teoria museológica III

(plano de curso – 2012.1)

Professor responsável: Alexandro Silva de Jesus

Ementa: A constituição de uma crítica diferenciada para uma museologia em espaços pós-coloniais. Discriminação de aspectos

teóricos e metodológicos capazes de determinar a teoria museológica como atividade de diagnóstico da atualidade. Construção do

objeto da teoria museológica. Teoria museológica como observatório das relações entre cultura e sociedade. Museologia social à

luz da teoria das massas.

Objetivos:

Geral:

Habilitar a teoria museológica contemporânea para o exercício de diagnóstico da atualidade

Específicos:

• Habilitar o discente para atividades técnicas (teórica e metodológica);

• Mapear as problemáticas contemporâneas concernentes a Museologia;

• Compreender mecanismos políticos e culturais que definem a estrutura moderna;

(2)

Metodologia

A metodologia aplicada consiste, essencialmente, em Leitura, que para a disciplina, significa não somente as exposições analíticas

e críticas sobre os elementos que estão em jogo em cada um dos autores, mas também momento de leituras dirigidas dos seus

textos. Durante o percurso da disciplina, os discentes serão responsáveis por controlar a discussão através da captura de

exemplos empíricos, e pela construção de ferramentas de análise capazes de lhe oferecer as condições de possibilidade para

emergência de sua análise particular.

Avaliação:

Consistirá na análise e atribuição de valor para a construção de um arquivo particular sobre a disciplina teoria Museológica I. A

construção e funcionamento desse arquivo estão indicados no conceito mais geral de artesanato intelectual, tal como o mesmo

aparece no pensamento de Charles Writ Mills. Sua leitura, anterior a todas as demais, torna-se condição essencial para a

avaliação efetiva. Tal arquivo deverá conter:

1.Relatório de duas temáticas trabalhadas durante a disciplina (uma temática de cada unidade). Tal relatório deverá conter:

1.1 Uma descrição dos problemas que a temática impõe (isto supõe que cada temática lidará com um conjunto de problemas).;

1.2 Os textos que servirão de suporte para a temática. Aqui, os textos devem ser descritos, de um lado, em suas questões ou

proposições centrais, e, de outro, quais as apropriações que eles se permitem em função de nossas temáticas;

1.3 Uma apreciacão pessoal sobre a temática e sua abordagem. Esta apreciação deve, de um lado, acusar o efeito da temática

sobre o saber do discente sobre a questão, e, de outro, demonstrar a sua capacidade crítica.

Exemplo:

Temática: Museu, memória e vida: o ponto de vista filosófico.

Problema 1. As relações possíveis entre Museu e os modos de existência. O que esta problemática enfrenta é a relação entre produção de memória e atividade. Em que medida, é o que ela se pergunta, o excesso de história não paralisa a vida de indivíduos, grupos e culturas…

(3)

Texto: II Considerações… O texto serve aos interesses da temática uma vez que a prática de produção da memória não é restrita a Historiografia, podendo ser compartilhada, inclusive, pela Museologia. Um detalhe importante: uma das formas de uso da história permite com que a o texto cruze nossa temática de forma evidente, uma vez que o uso patrimonial da história é previsto pelo autor que…

Apreciação: Para mim, estudante de museologia, o problema sobre a relação entre Museu e Existência figura como fundamental. Pois, de modo geral, associamos museu, por exemplo, a experiência criativa; essa criatividade aparece assegurada pelo simples fato de falarmos: museu. A leitura da II Consideração…, neste aspecto, foi esclarecedora. Ela me permitiu perceber que tal criatividade não é natural e se relaciona ao que o autor denominou como a força plástica dos indivíduos, grupos e culturas. ….

Apreciação alternativa: Muito embora a leitura de Nietzsche seja uma novidade, a relação entre Museu e Experiência já era conhecido por mim. Tenho acompanhando essa discussão a partir da literatura, particularmente, na leitura de alguns romances do século XIX, como é o caso de Bouvard e Pecuchet de Flaubert. No entanto, essas leituras, inclusive a II Consideração, não foram capazes de me demover sobre a relação negativa entre os elementos da relação. Primeiro, no caso de NIetzsche, não vejo como adequado o uso de termos médicos para analisar experiências culturais; Segundo ….

2. Problema de pesquisa (o problemas é de natureza teórica/ele deve ser justificado[irei estabeleer o número de páginas])

Exemplo:

A interdisciolinaridade em Museologia (1981)

A Museologia é uma ciência nova e em formação. Ela faz parte das ciências humanas e sociais. Possui um objeto específico, um método especial, e já experimenta a formulação de algumas leis fundamentais. O objeto da Museologia é o "fato museal" ou fato museológico O fato museológico é a relação profunda entre o homem - sujeito conhecedor - e o objeto, parte da realidade sobre a qual o homem igualmente atua e pode agir. Essa relação comporta vários níveis de consciência, e o homem pode apreender o objeto por intermédio dos sentidos: visão, audição, tato, etc. Essa relação supõe, em primeiro lugar e etimologicamente falando, que o homem "admira o objeto".

[…] A interdisciplinaridade deve ser o método de pesquisa e ação em Museologia […]

De todas a críticas que poder ser feito ao fato museal como objeto da Museologia, a crítica sobre a impossibilidade lógica precede as demais. Posto que a relação profunda, enquanto, relação figura como o objeto da Museologia, As partes da relação (homem/objeto) são, ambos, objetos. Disto, um problema se impõe: o que este problema lógico nos revela sobre a intersdiciplinaridade em Museologia?

(4)

3. Material de teste (filme, música, texto, percepção da vida imediata);

Exemplo:

[…] temos necessidade de história […] para viver e para agir […]. Mas, logo que se abusa da história ou que lhe atribuímos muito valor, a vida se estila e se degenera. [Eis] a razão porque devemos […] detestar profundamente a instrução que não estimula a vida, o saber que paralisa a atividade […] (NIETZSCHE, 2005, p.68).

Agonizo se tento

Retomar a origem das coisas Sinto-me dentro delas e fujo, Salto para o meio da vida Angústia (Secos e Molhados)

Re-encontro, na letra de Secos e Molhados, a mesma oposição entre História (origem, começo) e vida. Podemos atribuir uma intenção semelhante entre os termos agonizar e degenerar, utilizados, respectivamente, pela banda e pelo filósofo. De resto, há, nos dois casos, convergência na escolha para a vida ( temos necessidade de história […] para viver e para agir/Salto para o meio da vida).

4. Produção textual (presencial, permitindo apenas a consulta de instrumentos produzidos pelos alunos);

5. Fichamento de um texto trabalhado em sala [o fichamento deve conter a referência completa do texto/as paginas referentes aos

tópicos devem ser colocadas. Elemento econômico do fichamento: ele deve ser de tal maneira que sua leitura possa substituir em

determinadas circunstâncias, o texto]

Exemplo:

BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da ciência - por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: Editora UNESP, 2004. OS USOS SOCIAIS DA CIÊNCIA

(5)

sociais" pp.17-8;

II. o problema é colocado a partir do horizonte de estudos sobre as produções culturais (arte, história, filosofia, ciências)(história, sociologia, antropologia das ciências, epistemologia).

Todos esses estudos tem em comum a pretensão de serem cientificamente conduzidos p.19;

6. Resenha de um dos livros listados a seguir: Sobre a verdade e a mentira no sentido extra-moral; O que é o Contemporâneo e

outros ensaios; O desprezo das massas.

7.Tratamento conceitual com dicionário vulgar ou especializado. Tal operação deverá ocorrer da seguinte maneira;

7.1. Escolha de um termo problemático [termo que cause estranhamento ou mesmo pressentemento de que uma decisão errada

sobre o mesmo causará uma leitura inadequada];

7.2. O elenco dos sentidos que o termo possui;

7.3. Escolha do(s) sentido(s) que ofereça o modo mais adequado de leitura.

Exemplo:

Não devemos começar distinguindo o arquivo daquilo a que o reduzimos freqüentemente, em especial à experiência da memória e o retorno à origem, mas também ao arcaico e ao arqueológico, a lembrança ou a escavação, em suma, a busca do tempo perdido?

Passo 1. Tomemos por problemático o verbo "reduzimos", ou seja, desconfiemos de seu sentido. Ele se tornou problemático porque aparece num contexto que, neste, precisamos descobrir qual é a relação entre a arqueologia ou o "arqueológico" e o arquivo.

Passo 2. Eis, então os sentidos do verbo reduzir 1. tornar menor 2. subjugar, submeter 3. simplificar 4. constranger, forçar 5. diminuir as proporções de 6. limitar-se, resumir-se 7. transformar

(6)

Passo 3. Escolhamos para demonstração, dois sentidos, e observemos os efeitos distintos que eles produzem na Leitura

a) reduzir como limitar, resumir (6). Esta escolha exige com que eu entenda o arquivo como algo maior do que a operação arqueológica, sem contudo, descartar o elemento arqueológico. Tudo se passa como se o arquivo não fosse somente isto; sua natureza é isso somada a mais alguma coisa.

b) reduzir como transformar (7). Neste caso, reduzir o arquivo ao arqueológico significa transformar sua natureza o que, no limite, significa, apagá-lo. Neste caso, a associação do arquivo ao arqueológico é algo que impede que observemos a singularidade do arquivo.

O mais importante: a escolha determina o sentido de toda a Leitura. É bom que, feita a escolha, ela seja testada ao longo do texto. No caso específico, perceber todas as ocorrências da arqueologia no texto e precisar sua relação com o arquivo.

8. Encontro presencial Neste encontro já será necessário a apresentação da sugestão de pesquisa ;

9 Apresentação pública dos textos que orientam a disciplina acompanhada de uma memória sobre a apresentação [a apresentaçào pública

deve seguir e conter os mesmos elementos exigidos nos relatórios];

Observação. Para as atividades de Fichamento, Resenha, Proposta de Investigação, Relatório e Memória das apresentações orais, a

seguinte formatação textual é exigida: Arial, Tamanho da fonte 11, espaçamento 1,5, margens: S = 2,5, E = 3,7, I = 3,2, D =2,5).

Programa do curso:

Unidade 1:

• Curadoria, Linguagem e Metáfora;

• Museo-lógica e Teoria sobre os Dispositivos;

• Indecisão museológica e o fato museal;

• Teoria museológica e diagnósticos sobre a atualidade;

Unidade 2:

• Polícias das Cultura e Intervalos pós-coloniais;

• Museologia e experiência de Governo;

• Teoria museológica e suas relações com a experiência;

• Reconhecimento museológico e desprezo das massas.

(7)

Plano de curso:

DATA

C.

HS

TEMA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

22/05

04

Apresentação da disciplina e método de avaliação

05/06

08

Existência, conceito e verdade

Sobre a Verdade e a mentira no sentido extra-moral. In: NIETZSCHE,

Friedrich. Sobre a verdade e a mentira. São Paulo: Hedra, 2008.

12/06

12

Museu, atualidade e diagnóstico: a teoria sobre os

dispositivos

O que é o dispositivo? In: AGAMBEN, Giorgio. O que é o

contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó, SC: Argos, 2009.

19/06

16

Indecisão museológica e as tentativas de

determinação de seu objeto

Sobre o tema “Museologia – ciência ou apenas trabalho prático?” In:

STRÁNSKÝ

, Zbinesk Z. Revista Eletrônica do Programa de

Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio – PPG-PMUS Unirio |

MAST, Vol. I, N°. I, 2008/O Objeto de Estudo da Museologia In:

MENSCH, Peter van. O Objeto de Estudo da Museologia. Rio de

Janeiro: Uni-Rio/UGF, 1994

26/06

20

Fato museal e o objeto da Museologia (I)

A interdisciplinaridade em Museologia. In: BRUNO, Maria Cristina

Oliveira. Waldisa Rússio Camargo Guarnieri: textos e contextos

de uma trajetória profissional. São Paulo: Pinacoteca do Estado:

Secretaria do Estado da Cultura: Comitê Brasileiro do Conselho

Internacional de Museus, 2010.

03/07

24

Fato museal e o objeto da Museologia (II)

Sistema da Museologia; Museologia e ciências humanas e sociais;

Museologia e Identidade. In: BRUNO, Maria Cristina Oliveira. Waldisa

Rússio Camargo Guarnieri: textos e contextos de uma trajetória

profissional. São Paulo: Pinacoteca do Estado: Secretaria do Estado

da Cultura: Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus,

2010.

10/07

28

Modernidade e política: teorias sobre os modos de

Governo

Governamentalidade: FOUCAULT,

Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979; Aula de 17 de março de 1976.

Michel. Microfísica do poder.

In: FOUCAULT, Michel. Em defesa da Sociedade (curso no Collège

de France 1975-6). São Paulo: Martins Fontes, 1999; Discurso sobre

a servidão voluntária. In: LA BOETIE, Ettiene de. Discurso sobre a

(8)

servidão voluntária. 2

a

. ed. São Paulo: Editora Revista dos

Tribunais, 2009.

17/07

32

Produção Textual

24/07

36

Semana de Encontros

31/07

40

O colonialismo como dado: A.L. e seus males.

A Europa e a América Latina: a opinião corrente; Conseqüências da

malevolência européia; Organismos biológicos e organismos sociais;

Causas da degeneração. In: BOMFIM, Manoel. América Latina:

males de origem. Rio de Janeiro: Topbooks, 2005; A loucura

epidêmica de Canudos In: RODRIGUES, Nina. As coletividades

anormais. Brasília, Senador Federal, Conselho Editorial, 2006.

07/08

44

O programa da descolonização: violência como

ação.

Sobre a violência. In: FANON, Frantz. Os condenados da terra. Juiz

de fora: Editora da UFJF, 2005.

14/08

48

Atualidade e experiência (1): a técnica.

Pobreza e experiência; Teoria sobre o facismo alemão; In:

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre

literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.

21/08

52

Atualidade e experiência (2): o saber.

Infância e história: ensaio sobre a destruição da experiência. In:

AGAMBEN, Giorgio. Infância e história: destruição da experiência

e origem da história. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005).

28/08

56

Museologia social e a teoria das massas (1)

Pretume de gente; Desprezo como conceito. In: SLOTERDIJK, Peter.

O desprezo das massas: ensaio sobre lutas culturais na

sociedade moderna. São Paulo: Estação Liberdade, 2002.

07/09

60

Museologia social e a teoria das massas (2)

À sombra das maiorias silenciosas. In: BAUDRILLARD, Jean. À

sombra das maiorias silenciosas: o fim do social e o surgimento

das massas. São Paulo: Brasiliense, 2004.

Entrega do Arquivo: 09 de Setembro

Referências

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