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ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA (Terceira Secção) 17 de Março de 2005*

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ACÓRDÃO DE 17. 3. 2005 — PROCESSO T-285/03

ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA (Terceira Secção) 17 de Março de 2005*

No processo T-285/03,

Agraz, SA, com sede em Madrid (Espanha),

Agricola Conservera de Malpica, SA, com sede em Toledo (Espanha),

Agridoro Soc. coop, rl, com sede em Pontenure (Italia),

Alfonso Sellitto SpA, com sede em Mercato S. Severino (Italia),

Alimentos Españoles, Aisat, SL, com sede em Don Benito, Badajoz (Espanha),

AR Industrie Alimentari SpA, com sede em Angri (Italia),

Argo Food — Packaging & Innovation Co. SA, com sede em Serrai (Grecia),

* Lingua do processo: francês.

II - 1066

(2)

Asteris Industrial Commercial SA, com sede em Atenas (Grècia),

Attianese Sri, com sede em Nocera Superiore (Itália),

Audecoop distillerie Arzens — Techniques séparatives (AUDIA), com sede em Montreal (França),

Benincasa Sri, com sede em Angri,

Boschi Luigi & Figli SpA, com sede em Fontanellato (Italia),

CAS SpA, com sede em Castagnaro (Itália),

Calispa SpA, com sede em Castel San Giorgio (Italia),

Campii — Agro Industriai do Campo do Tejo, L.dn, com sede no Cartaxo (Portugal),

Campoverde Sri, com sede em Carinola (Italia),

II - 1067

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ACÓRDÃO DE 17. 3. 2005 — PROCESSO T-285/03

Carlo Manželia & C. Sas, com sede em Castel San Giovanni (Itália),

Carmine Tagliamonte & C. Srl, com sede em Sant'Egidio del Monte Albino (Itália),

Carnes y Conservas Españolas, SA, com sede em Mérida (Espanha),

Cbcotti Sri, com sede em Nocera Inferiore (Italia),

Cirio del Monte Italia SpA, com sede em Roma (Italia),

Consorzio Ortofrutticoli Trasformati Polesano (Cotrapo) Soc. coop, rl, com

sede em Fiesso Umbertiano (Italia),

Columbus Sri, com sede em Parma (Italia),

Compal — Companhia produtora de Conservas Alimentares, SA, com sede em Almeirim (Portugal),

Conditalia Srl, com sede em Nocera Superiore, II - 1068

(4)

Conservas El Cidacos, SA, com sede em Autol (Espanha),

Conservas Elagón, SA, com sede em Coria (Espanha),

Conservas Martinete, SA, com sede em Puebla de la Calzada (Espanha),

Conservas Vegetales de Extremadura, SA, com sede em Bajadoz,

Conserve Italia Soc. coop, rl, com sede em San Lazzaro di Savena (Italia),

Conserves France SA, com sede em Nîmes (França),

Conserves Guintrand SA, com sede em Carpentras (França),

Conservificio Cooperativo Valbiferno Soc. coop, rl, com sede em Guglionesi (Itália),

Consorzio Casalasco del Pomodoro Soc. coop, rl, com sede em Rivarolo del Re ed Uniti (Italia),

II - 1069

(5)

ACÓRDÃO DE 17. 3. 2005 — PROCESSO T-285/03

Consorzio Padano Ortofrutticolo (Copador) Soc. coop, rl, com sede em Collecchio (Italia),

Copais Food and Beverage Company SA, com sede em Nea Ionia (Grècia),

Tin Industry D. Nomikos SA, com sede em Marousi (Grécia),

Davia Srl, com sede em Gragnano (Italia),

De Clemente Conserve Srl, com sede em Fisciano (Italia),

DE. CON Sri, com sede em Scafati (Italia),

Desco SpA, com sede em Terracina (Italia),

«Di Lallo» — Di Teodoro di Lallo & C. Snc, com sede em Scafati,

Di Leo Nobile — SpA Industria Conserve Alimentari, com sede em Castel San Giorgio,

II - 1070

(6)

Marotta Emilio, com sede em Sant'Antonio Abate (Itália),

E. & O. von Feiten SpA, com sede em Fontanini (Itália),

Egacoop, S. Coop., L.da, com sede em Andosilla (Espanha),

Elais SA, com sede em Atenas,

Emiliana Conserve Sri, com sede em Busseto (Itália),

Perano Enrico & Figli Spa, com sede em San Valentino Torio (Italia),

FIT — Fomento da Indústria do Tomate, SA, com sede em Águas de Moura (Portugal),

Faiella & C. Srl, com sede em Scafati,

«Feger» di Gerardo Ferraioli SpA, com sede em Angri,

II - 1071

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ACÓRDÃO DE 17. 3. 2005 - PROCESSO T-285/03

Fratelli D'Acunzi Srl, com sede em Nocera Superiore,

Fratelli Longobardi Srl, com sede em Scafati,

Fruttagel Soc. coop, rl, com sede em Alfonsine (Italia),

G3 Sri, com sede em Nocera Superiore,

Giaguaro SpA, com sede em Sarno (Italia),

Giulio Franzese Sri, com sede em Carbonara di Nola (Italia),

Greci Geremia & Figli SpA, com sede em Parma,

Greci — Industria Alimentare SpA, com sede em Parma,

Greek Canning Co. SA Kyknos, com sede em Nauplia (Grecia), II - 1072

(8)

Grilli Paolo & Figli — Sas di Grilli Enzo e Togni Servino, com sede em Gambettala (Itália),

Heinz Iberica, SA, com sede em Alfaro (Espanha),

IAN — Industrias Alimentarias de Navarra, SA, com sede em Vilafranca (Espanha),

Industria Conserve Alimentari Aniello Longobardi — Di Gaetano, Enrico &

Carlo Longobardi Sri, com sede em Scafati,

Indústrias de Alimentação Idal, L.da, com sede em Benavente (Portugal),

Industrias y Promociones Alimenticias, SA, com sede em Miajadas (Espanha),

Industrie Rolli Alimentari SpA, com sede em Roseto degli Abruzzi (Italia),

Italagro — Indústria de Transformação de Produtos Alimentares, SA, com sede em Castanheira do Ribatejo (Portugal),

La Cesenate Conserve Alimentari SpA, com sede em Cesena (Italia),

II - 1073

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ACÓRDÃO DE 17. 3. 2005 - PROCESSO T-285/03

La Dispensa di Campagna Srl, com sede em Castagneto Carducei (Italia),

La Doria SpA, com sede em Angri,

La Dorotea di Giuseppe Alfano & C. Srl, com sede em Sant'Antonio Abate,

La Regina del Pomodoro Srl, com sede em Sant'Egidio del Monte Albino,

«La Regina di San Marzano» di Antonio, Felice e Luigi Romano Snc, com sede em Scafati,

La Rosina Srl, com sede em Angri,

Le Quattro Stelle Sri, com sede em Angri,

Lodato Gennaro & C. SpA, com sede em Castel San Giorgio,

Louis Martin production SAS, com sede em Monteux (França), II - 1074

(10)

Menú Srl, com sede em Medolla (Italia),

Mutti SpA, com sede em Montechiarugolo (Italia),

National Conserve Sri, com sede em Sant'Egidio del Monte Albino,

Nestle España, SA, com sede em Miajadas,

Nuova Agricast Sri, com sede em Verignola (Italia),

Pancrazio SpA, com sede em Cava De'Tirreni (Italia),

Pecos SpA, com sede em Castel San Giorgio,

Pelati Sud di De Stefano Catello Sas, com sede em Sant'Antonio Abate,

Pomagro Srl, com sede em Fisciano, II - 1075

(11)

ACÓRDÃO DE 17. 3. 2005 - PROCESSO T-285/03

Pomilia Srl, com sede em Nocera Superiore,

Prodakta SA, com sede em Atenas,

Raffaele Viscardi Srl, com sede em Scafati,

Rispoli Luigi & C. Srl, com sede em Altavilla Silentina (Italia),

Rodolfi Mansueto SpA, com sede em Collecchio,

Riberal de Navarra S. en C, com sede em Castejón (Espanha),

Salvati Mario & C. SpA, com sede em Mercato San Severino,

Saviano Pasquale Srl, com sede em San Valentino Torio,

Sefa Srl, com sede em Nocera Superiore, II - 1076

(12)

Serraiki Konservopia Oporokipeftikon Serko SA, com sede em Serrai,

Sevath SA, com sede em Xanthi (Grècia),

Silaro Conserve Sri, com sede em Nocera Superiore,

ARP — Agricoltori Riuniti Piacentini Soc. coop, ri, com sede em Gariga di Podenzano (Itália),

Société cooperative agricole de transformations et de ventes (SCATV), com sede em Camaret-sur-Aigues (França),

Sociedade de Industrialização de Produtos Agrícolas — Sopragol, SA, com sede em Mora (Portugal),

Spineta SpA, com sede em Pontecagnano Faiano (Italia),

Star Stabilimento Alimentare SpA, com sede em Agrate Brianza (Italia),

Steriltom Aseptic — System Sri, com sede em Piacenza (Italia),

II - 1077

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ACÓRDÃO DE 17. 3. 2005 — PROCESSO T-285/03

Sugai Alimentos, SA, com sede em Azambuja (Portugal),

Sutol — Indústrias Alimentares, L.da, com sede em Alcácer do Sal (Portugal),

Tomsil — Sociedade Industrial de Concentrado de Tomate, SA, com sede em Ferreira do Alentejo (Portugal),

Transformaciones Agrícolas de Badajoz, SA, com sede em Villanueva de la Serena (Espanha),

Zanae — Nicoglou levures de boulangerie industrie commerce alimentaire SA, com sede em Tessalónica (Grécia),

demandantes,

representadas por J. da Cruz Vilaça, R. Oliveira, M. Melícias e D. Choussy, advogados,

II - 1078

(14)

contra

Comissão das Comunidades Europeias, representada por M. Nolin, na qualidade de agente, com domicílio escolhido no Luxemburgo,

demandada,

que tem por objecto um pedido de indemnização destinado a obter a reparação do prejuízo alegadamente sofrido pelas demandantes devido ao método de cálculo adoptado para o cálculo do montante da ajuda à produção previsto no Regulamento (CE) n.° 1519/2000 da Comissão, de 12 de Julho de 2000, que fixa, em relação à campanha de 2000/2001, o preço mínimo e o montante da ajuda para os produtos transformados à base de tomate (JO L 174, p. 29),

O TRIBUNAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA DAS COMUNIDADES EUROPEIAS (Terceira Secção),

composto por: J. Azizi, presidente, F. Dehousse e E. Cremona, juízes,

secretário: J. Palacio González, administrador principal,

vistos os autos e após a audiencia de 8 de Setembro de 2004,

II - 1079

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ACÓRDÃO DE 17. 3. 2005 - PROCESSO T-285/03

profere o presente

Acórdão

Quadro jurídico

1 O artigo 33.°, n.° 1, CE dispõe:

«A política agrícola comum tem como objectivos:

a) Incrementar a produtividade da agricultura, fomentando o progresso técnico, assegurando o desenvolvimento racional da produção agrícola e a utilização óptima dos factores de produção, designadamente da mão-de-obra;

b) Assegurar, deste modo, um nível de vida equitativo à população agrícola, designadamente pelo aumento do rendimento individual dos que trabalham na agricultura;

c) Estabilizar os mercados;

d) Garantir a segurança dos abastecimentos;

II - 1080

(16)

e) Assegurar preços razoáveis nos fornecimentos aos consumidores.»

2 O artigo 2.° do Regulamento (CE) n.° 2201/96 do Conselho, de 28 de Outubro de 1996, que estabelece a organização comum de mercado no sector dos produtos transformados à base de frutas e produtos hortícolas (JO L 297, p. 29, a seguir

«regulamento de base»), prevê, na redacção aplicável ao caso em apreço:

«1. Aos produtos constantes do Anexo I obtidos a partir de frutas e produtos hortícolas colhidos na Comunidade é aplicado um regime de ajuda à produção.

2. A ajuda à produção é concedida ao transformador que pela matéria-prima tenha pago ao produtor um preço pelo menos igual ao preço mínimo nos termos dos contratos celebrados entre, por um lado, as organizações de produtores reconhecidas ou pré-reconhecidas ao abrigo do Regulamento (CE) n.° 2200/96, e, por outro, os transformadores [...]»

3 O artigo 4.° do regulamento de base especifica, na redacção aplicável ao caso em apreço:

«1. A ajuda à produção não pode ser superior à diferença existente entre o preço mínimo pago ao produtor na Comunidade e o preço da matéria-prima dos principais países terceiros produtores e exportadores.

II - 1081

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ACÓRDÃO DE 17. 3. 2005 — PROCESSO T-285/03

2. O montante da ajuda à produção será fixado de modo a permitir o escoamento do produto comunitàrio, sem ultrapassar o disposto no n.° 1. No estabelecimento desse montante, e sem prejuízo do artigo 5.°, atender-se-á nomeadamente:

a) À diferença entre o custo da matéria-prima praticado na Comunidade e o dos principais países terceiros concorrentes;

b) Ao montante da ajuda fixado, ou calculado antes da redução prevista no n.° 10 se esta for aplicável, para a campanha de comercialização anterior;

e

c) Em relação aos produtos para os quais a produção comunitária representa uma parte substancial do mercado, à evolução do volume do comércio externo e do seu preço, sempre que este último critério conduza a uma diminuição do montante da ajuda.

3. A ajuda à produção será fixada em função do peso líquido do produto transformado. Os coeficientes que exprimem a relação entre o peso da matéría- -prima utilizada e o peso líquido do produto transformado serão fixados forfetariamente e actualizados regularmente, com base na experiência adquirida.

[...]

II - 1082

(18)

5. O preço da matéria-prima dos principais países terceiros concorrentes será determinado principalmente com base nos preços realmente praticados na fase de saída da exploração agrícola para os produtos frescos de qualidade comparável utilizados para transformação, ponderados em função das quantidades de produtos acabados exportados por esses países terc[eiros.]

[6. No que se refere aos produtos para os] quais a produção comunitária representa pelo menos 50% do mercado do consumo comunitário, a evolução dos preços e do volume das importações e das exportações será apreciada com base nos dados do ano civil que precede o início da campanha em relação aos dados do ano civil anterior.

7. No que se refere aos produtos transformados à base de tomate, será calculada a ajuda à produção para:

a) O concentrado de tomate do código NC 2002 90;

[...]

9. A Comissão fixará o montante da ajuda à produção, [...] antes do início de cada campanha. A Comissão adoptará, nos termos do mesmo procedimento, os coeficientes referidos no n.° [3], as exigências mínimas de qualidade e as demais regras de execução do presente artigo.

II - 1083

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ACÓRDÃO DE 17. 3. 2005 — PROCESSO T-285/03

10. No que se refere aos produtos transformados à base de tomate, as despesas globais não devem exceder, em cada campanha de comercialização, o montante que seria alcançado se as quotas francesa e portuguesa aplicáveis ao concentrado na campanha de 1997/1998 tivessem sido fixadas do seguinte modo:

— França: 224 323 toneladas,

— Portugal: 670 451 toneladas.

Para o efeito, a ajuda fixada para o concentrado de tomate e seus derivados em conformidade com o n.° 9 é reduzida em 5,37%. Um complemento eventual será pago após a campanha se o aumento das quotas francesa e portuguesa não for integralmente utilizado.»

4 Por último, o Regulamento (CE) n.° 1519/2000 da Comissão, de 12 de Julho de 2000, que fixa, em relação à campanha de 2000/2001, o preço mínimo e o montante da ajuda para os produtos transformados à base de tomate (JO L 174, p. 29), dispõe, no artigo 2.°, n.° 1, que, «[e]m relação à campanha de 2000/2001, a ajuda à produção, referida no artigo 4.° do [regulamento de base], é fixada no Anexo II». O montante da ajuda à produção foi fixado em 17,178 EUR por 100 kg de concentrado de tomate, com um teor de extracto seco igual ou superior a 28%, mas inferior a 30%.

Matéria de facto e tramitação processual

5 Por ofício de 4 de Fevereiro de 2000, a Comissão solicitou às autoridades chinesas que lhe fornecessem, o mais rapidamente possível e através do preenchimento do II - 1084

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questionário junto, os elementos de que necessitava para fixar as ajudas para a campanha de 2000/2001 no sector das frutas e dos produtos hortícolas. Este ofício não obteve qualquer resposta.

6 Na sequência da adopção do Regulamento n.° 1519/2000, delegações e associações representativas dos produtores de produtos transformados à base de tomate espanholas, francesas, gregas, italianas e portuguesas apresentaram as suas objecções à Comissão e contestaram o facto de o preço do tomate chinês não ter sido tomado em consideração para efeitos da fixação do montante da ajuda concedida.

7 A Organização Europeia das Indústrias das Conservas de Tomate (a seguir

«OEICT») e a Associação Portuguesa dos Industriais de Tomate apresentaram à Comissão vários pedidos de alteração do montante da ajuda concedida. A um desses pedidos foi junta uma cópia de um contrato que contém o preço do produto pago ao produtor chinês.

8 Por ofício de 5 de Março de 2001, endereçado ao Ministro da Agricultura português, em resposta ao seu pedido de revisão do cálculo do montante da ajuda, a Comissão informou que a fixação do montante das ajudas à transformação de tomate para a campanha de 2000/2001 fora efectuada no estrito respeito dos artigos 3." e 4.° do regulamento de base. Confirmou ainda a recepção, em 13 de Dezembro de 2000, de uma carta da OEICT que a informava do preço constante de um contrato celebrado na China, embora acrescentasse que não lhe era possível alterar a decisão com base num preço estipulado num único contrato, preço esse não confirmado pelas autoridades nacionais em causa.

9 Em Setembro de 2001, os serviços diplomáticos espanhóis em Pequim obtiveram um certificado emitido pelas autoridades chinesas que indicava, para as campanhas de 1999 e de 2000, o preço médio do tomate pago aos produtores da província de Xinjiang, província esta que representa cerca de 88% da produção total chinesa de tomate transformado. Este documento foi enviado ao membro da Comissão responsável, F. Fischler, pelo Ministro da Agricultura português, em 9 de Novembro de 2001, e pela OEICT, em 7 de Dezembro de 2001.

II - 1085

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ACÓRDÃO DE 17. 3. 2005 - PROCESSO T-285/03

10 Em 31 de Janeiro de 2002, a Comissão respondeu à OEICT, reiterando, mais uma vez, a conformidade da fixação do montante da ajuda com os artigos 3.° e 4.° do regulamento de base. Além disso, baseando-se na não penalização da indùstria do tornate, que, em sua opinião, atingira um nível recorde de transformação, a Comissão considerou que não era necessário rever o Regulamento n.° 1519/2000.

11 Após uma reunião que teve lugar em 6 de Novembro de 2002 e após ter recebido diversas cartas das demandantes, a Comissão declarou, em ofício de 7 de Janeiro de 2003, que não existia qualquer motivo para rever o Regulamento n.° 1519/2000.

12 Foi nestas circunstâncias que, em 18 de Agosto de 2003, as demandantes intentaram a presente acção.

Pedidos das partes

13 As demandantes concluem pedindo que o Tribunal se digne:

— condenar a Comissão no pagamento, a cada uma das sociedades demandantes, do saldo da ajuda à produção (como pormenorizado no anexo A 27 da petição), acrescido de juros à taxa a fixar pelo Tribunal, contados desde 12 de Julho de 2000 — ou, subsidiariamente, desde 13 de Julho de 2000, ou, a título ainda mais subsidiário, contados desde 16 de Julho de 2000 — até à data do pagamento efectivo;

— condenar a Comissão nas despesas.

II - 1086

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14 A Comissão conclui pedindo que o Tribunal se digne:

— julgar a acção improcedente;

— condenar as demandantes nas despesas.

Quanto ao mérito

15 As demandantes invocam a jurisprudência bem assente do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Primeira Instância segundo a qual só há lugar à responsabilidade extracontratual da Comunidade se estiver reunido um conjunto de condições relativo à ilegalidade do comportamento censurado à instituição comunitária, à realidade do dano e à existência de um nexo de causalidade entre o comportamento ilegal e o prejuízo invocado (acórdão do Tribunal de Justiça de 17 de Dezembro de 1981, Ludwigshafener Walzmuehle e o./Conselho e Comissão, 197/80 a 200/80, 243/80, 245/80 e 247/80, Recueil, p. 3211, n.° 18; acórdãos do Tribunal de Primeira Instância de 18 de Setembro de 1995, Blackspur e o./Conselho e Comissão, T-168/94, Colect, p. II-2627, n.° 38, e de 13 de Dezembro de 1995, Exporteurs in Levende Varkens e o./Comissão, T-481/93 e T-484/93, Colect, p. II-2941, n.° 80).

16 Há que examinar se estas três condições estão reunidas no presente caso.

No que diz respeito à legalidade do comportamento da Comissão

17 Para demonstrarem a ilegalidade do comportamento da Comissão, as demandantes invocam, a título principal, a violação do regulamento de base e do artigo 33.° CE, bem como a violação dos princípios da diligência e da boa administração.

Subsidiariamente, alegam a violação do princípio da confiança legítima.

II - 1087

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ACÓRDÃO DE 17. 3. 2005 — PROCESSO T-285/03

Argumentos das partes

— Violação do regulamento de base e do artigo 33.° CE

18 As demandantes alegam que a Comissão cometeu uma ilegalidade susceptível de desencadear a responsabilidade da Comunidade ao ter adoptado o Regulamento n.° 1519/2000 em violação das disposições do regulamento de base.

19 que a Comissão tomou em consideração, no cálculo do montante da ajuda em causa, os Estados Unidos, Israel e a Turquia. Ora, segundo as demandantes, os termos do regulamento de base referem os «principais países terceiros produtores e exportadores» (artigo 4.°, n.° 1) e os «principais países terceiros concorrentes»

(artigo 4.°, n.°s 2 e 5). Assim, em sua opinião, estas disposições retiram à Comissão qualquer margem de apreciação, obrigando-a a tomar em consideração os países cuja produção e exportação de tomate sejam os mais importantes. Embora seja possível à Comissão tomar em consideração outros factores, tem sempre que, obrigatoriamente, atender aos factores expressamente referidos no artigo 4.°, n.° 2, do regulamento de base, sendo o primeiro o preço dos principais países terceiros.

Uma interpretação diversa significaria que a Comissão dispõe de um poder arbitrário na escolha dos países exportadores de referência, o que, no limite, a podia levar a não prever qualquer ajuda em função da escolha dos países de referência.

20 Ora, como afirmam as demandantes, a China é, desde 1998, o segundo produtor mundial de tomate. Em 1999, exportou mais de 108 246 toneladas de tomate, ou seja, menos do que a Turquia (168 691 toneladas), mas mais do que os Estados Unidos (92 913 toneladas) e Israel (9 557 toneladas). Por outro lado, as exportações chinesas para os países da Comunidade Europeia foram da ordem das 24 171 toneladas, representando 22,30% das exportações mundiais totais da China. Esta última deve, portanto, ser considerada um país concorrente.

II - 1088

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21 Ao não incluir os preços chineses no cálculo da ajuda à produção, a Comissão violou assim o regulamento de base, cujas disposições são claras e inequívocas. As demandantes alegam que, na acepção da jurisprudência Bergaderm (acórdão do Tribunal de Justiça de 4 de Julho de 2000, Bergaderm e Goupil/Comissão, C-352/98 P, Colect, p. I-5291), se trata de uma regra de direito que tem por objecto conferir direitos aos particulares e cuja violação é suficientemente caracterizada.

Tendo os poderes da Comissão sido limitados de forma muito precisa quando da adopção d o Regulamento n.° 1519/2000, u m a simples ilegalidade por parte da instituição basta, na opinião das demandantes, para desencadear a responsabilidade extracontratual da Comunidade.

22 Por outro lado, foi a própria Comissão que pediu que os dados relativos aos preços chineses lhe fossem comunicados, embora se tenha recusado a tomá-los e m consideração quando lhe foram fornecidos.

23 Segundo as demandantes, a atitude da Comissão também contraria os objectivos políticos do sistema de subvenções previsto n o regulamento de base. Com efeito, o objectivo destas é favorecer os agricultores e os industriais garantindo aos agricultores u m nível mínimo de rendimento e permitindo ao transformador de produtos derivados de tomate enfrentar a concorrência de países terceiros, cuja matéria-prima é comprada a u m preço inferior ao do mercado europeu. Ao não respeitar estes objectivos, o Regulamento n.° 1519/2000 viola igualmente o artigo 33.° CE.

24 A Comissão, por seu lado, considera que dispõe de u m amplo poder de apreciação para determinar o montante da ajuda e m causa. A sua responsabilidade só existe, portanto, se violar, de forma manifesta e grave, os limites que se impõem ao exercício dos seus poderes na acepção da jurisprudência resultante do acórdão Bergaderm e Goupil/Comissão, n.° 21 supra.

II - 1089

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ACÓRDÃO DE 17. 3. 2005 — PROCESSO T-285/03

25 A Comissão recorda que o artigo 4.° do regulamento de base permite fixar uma ajuda máxima à produção e que essa ajuda «não pode ser superior à diferença entre o custo da matéria-prima praticado na Comunidade e o preço da matéria-prima dos principais países terceiros produtores e exportadores». Não existe assim, segundo a Comissão, nenhuma garantia de que o montante da ajuda seja igual a essa diferença.

26 A C o m i s s ã o sublinha, a l é m disso, q u e os critérios d e estabelecimento d a ajuda n ã o são d e t e r m i n a d o s d e forma exaustiva. C o m efeito, o artigo 4.°, n.° 2, d o r e g u l a m e n t o de base preceitua: «No estabelecimento desse montante [...], atender-se-á nomeadamente [...]». Este artigo refere, na alínea c), a possibilidade de uma diminuição da ajuda para se atender à evolução do volume do comércio externo e do seu preço. Ora, como a produção comunitária representa uma parte substancial do mercado comunitário, ou seja, cerca de 90%, a Comissão podia tomar em consideração esses dados.

27 A Comissão acusa igualmente as demandantes de nunca terem mencionado o objectivo da ajuda, que é o de «permitir o escoamento do produto comunitário».

Considera que, à luz deste objectivo e dos dados económicos de que dispunha, foi de forma absolutamente legítima que não tomou em consideração o preço do tomate chinês.

28 Os Estados Unidos, Israel e a Turquia forneceram dados sobre a produção de tomate, não tendo as autoridades chinesas respondido ao pedido da Comissão. Esta última concluiu que havia que reduzir a ajuda aos transformadores para a produção de concentrado de tomate em 20,54% devido à desvalorização do euro face ao dólar americano (- 12,2%) e ao aumento do custo da matéria-prima nos países concorrentes, designadamente nos Estados Unidos (+ 8,4%) e na Turquia (+ 4,4%).

II - 1090

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29 Segundo a Comissão, os dados disponíveis sobre o mercado comunitário para o concentrado de tomate indicavam u m recuo do volume das importações totais e a estabilidade das importações da China entre 1997 e 1999, preços para a origem

«China» em forte alta e uma progressão regular das exportações comunitárias. Estes elementos confirmavam uma inequívoca melhoria da conjuntura internacional para a produção comunitária e uma concorrência ainda limitada da China. N ã o se impunha portanto uma alteração das regras de cálculo da ajuda.

30 A Comissão entende que, caso a tomada e m consideração do preço da matéria- -prima chinesa pudesse efectivamente conduzir a uma diminuição do preço estimado da matéria-prima dos principais países terceiros produtores e exportadores, essa diminuição não implicava necessariamente u m aumento da ajuda à produção.

31 De qualquer modo, apesar de as autoridades chinesas não terem respondido, a Comissão tinha de fixar o montante da ajuda à produção antes do início da campanha de 2000/2001. Sublinha que até esse m o m e n t o nunca tinha tomado e m consideração o preço do tomate chinês e que nada justificava que subitamente o integrasse, pela primeira vez, no cálculo da ajuda.

32 N o que se refere à violação do artigo 33.° CE, a Comissão recorda que a ajuda à produção tem por objectivo permitir o escoamento do produto comunitário. Em sua opinião, as demandantes de modo algum conseguiram demonstrar que violou esse objectivo.

— Violação dos princípios da diligência e da boa administração

33 N o que se refere à violação do dever de diligência e da boa administração, as demandantes alegam q u e a Comissão não se preocupou e m obter os preços II - 1091

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ACÓRDÃO DE 17. 3. 2005 - PROCESSO T-285/03

chineses, como uma administração diligente e prudente teria feito. Mais tarde, a Comissão também não rectificou o seu erro, violando o compromisso assumido, embora essa rectificação não suscitasse qualquer dificuldade especial.

34 A Comissão considera que podia, respeitando sempre os objectivos e as disposições do regulamento de base, fixar o montante da ajuda à produção, mesmo sem estar na posse dos dados relativos aos preços do tomate chinês. Teria assim sido inútil continuar a fazer diligências junto das autoridades chinesas, uma vez que, no que se refere a outras produções, essas diligências ficaram sempre sem resposta.

35 Q u a n t o à acusação q u e lhe é feita d e n ã o t e r modificado o cálculo d a ajuda n ã o obstante conhecer o preço do tomate pago aos produtores chineses, a Comissão recorda que as primeiras informações lhe foram transmitidas por ofício de 13 de Novembro de 2000, ou seja, quatro meses após a adopção do Regulamento n.° 1519/2000. Na medida em que se tratava unicamente do preço de um contrato, a Comissão considerou que este não podia de forma alguma ser considerado representativo do preço da produção chinesa.

36 A Comissão alega, em seguida, que foi apenas em 9 de Novembro de 2001, ou seja, dezasseis meses após a adopção do Regulamento n.° 1519/2000, que lhe foram comunicados números com um valor probatório possivelmente superior. Em sua opinião, era inimaginável alterar esse regulamento após o decurso de um período tão longo e, mais ainda, nenhuma disposição legislativa lhe permitia proceder retroactivamente a tal alteração. Só a poderia ter feito se se tratasse de um erro técnico. A Comissão acrescenta que a campanha de 2000/2001 já havia terminado há vários meses e que já tinha sido posto em prática um novo mecanismo.

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Apreciação do Tribunal

37 As partes estão e m desacordo quanto à interpretação das disposições do regulamento de base e quanto à extensão d o poder de apreciação que este regulamento confere à Comissão em matéria de fixação do montante da ajuda à produção.

38 Há q u e recordar que, segundo jurisprudência constante, a responsabilidade extracontratual da Comunidade na acepção do artigo 288.°, n.° 2, CE depende da reunião de u m conjunto de condições, a saber: a ilegalidade do comportamento censurado às instituições, a realidade do dano e a existência de u m nexo de causalidade entre esse comportamento e o prejuízo alegado (acórdão do Tribunal de Justiça de 29 de Setembro de 1982, Oleifici Mediterranei/CEE, 26/81, Recueil, p. 3057, n.° 16; acórdãos do Tribunal de Primeira Instância de 11 de Julho de 1996, International Procurement Services/Comissão, T-175/94, Colect., p. II-729, n.° 44;

de 16 de Outubro de 1996, Efisol/Comissão, T-336/94, Colect, p. II-1343, n.° 30, e de 11 de Julho de 1997, Oleifici Italiani/Comissão, T-267/94, Colect., p. II-1239, n.° 20).

39 Quanto à primeira condição, a jurisprudência exige que seja demonstrada u m a violação suficientemente caracterizada de u m a regra de direito que tenha por objecto conferir direitos aos particulares (acórdão Bergaderm e Goupil/Comissão, n.° 21 supra, n.° 42). Quanto à exigência de a violação ser suficientemente caracterizada, o critério decisivo que permita considerar que está preenchida é o da violação manifesta e grave, pela instituição comunitária em causa, dos limites que se impõem ao seu poder de apreciação. Quando essa instituição apenas dispõe de uma margem de apreciação consideravelmente reduzida, mesmo inexistente, a simples infracção ao direito comunitário pode bastar para demonstrar a existência de uma violação suficientemente caracterizada (acórdão do Tribunal de Justiça de 10 de Dezembro de 2002, Comissão/Camar e Tico, C-312/00 P, Colect, p. I-11355, n.° 54;

acórdão do Tribunal de Primeira Instância de 12 de Julho de 2001, Comafrica e Dole Fresh Fruit Europe/Comissão, T-198/95, T-171/96, T-230/97, T-174/98 e T-225/99, Colect., p. 11-1975, n.° 134).

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40 Em especial, a ocorrência de uma irregularidade que, em circunstâncias análogas, uma administração normalmente prudente e diligente não teria cometido permite concluir que o comportamento da instituição consubstancia uma ilegalidade susceptível de desencadear a responsabilidade da Comunidade nos termos do artigo 288.° CE (acórdão Comafrica e Dole Fresh Fruit Europe/Comissão, n.° 39 supra, n.° 134).

41 Há pois que analisar, em primeiro lugar, as disposições do regulamento de base para determinar a extensão do poder de apreciação da Comissão e, em seguida, verificar se, nesse àmbito, essa instituição violou, ou não, aquele regulamento de forma a desencadear a sua responsabilidade.

— Poder de apreciação da Comissão ao abrigo do regulamento de base

42 Há que recordar, em primeiro lugar, que é jurisprudência constante que o legislador comunitário goza de um amplo poder de apreciação nas situações que implicam a necessidade de avaliar uma situação económica complexa, como é o caso em matéria da política agrícola comum e da pesca. Este poder não se aplica exclusivamente à natureza e alcance das disposições a tomar, mas também, em certa medida, ao apuramento dos dados de base. Assim, chamado a decidir se a alegada violação de uma regra de direito é suficientemente caracterizada, o juiz deve limitar-se a examinar se o exercício desse poder de apreciação, pela instituição acusada de ter cometido a referida infracção, não está ferido de erro manifesto ou de desvio de poder ou se a autoridade em questão não excedeu manifestamente os limites do seu poder de apreciação (v., neste sentido, acórdãos do Tribunal de Justiça de 27 de Junho de 1989, Leukhardt, 113/88, Colect, p. 1991, n.° 20; de 19 de Fevereiro de 1998, NIFPO e Northern Ireland Fishermen's Federation, C-4/96, Colect., p. I -681, n.os 41 e 42; de 5 de Outubro de 1999, Espanha/Conselho, C-179/95, Colect., p. I-6475, n.° 29; de 25 de Outubro de 2001, Itália/Conselho, C-120/99, Colect., p. I-7997, n.° 44, e acórdão do Tribunal de Primeira Instância de 11 de Setembro de 2002, Pfizer Animal Health/Conselho, T-13/99, p. II-3305, n.°s 166 e 168).

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43 Em segundo lugar, a Comissão dispõe, ainda e m aplicação do regulamento de base, de uma ampla margem de apreciação para fixar a ajuda à produção.

44 É certo que o segundo considerando do regulamento de base preceitua que «certos produtos transformados se revestem de u m a importância especial nas regiões mediterrânicas da Comunidade, onde os preços à produção são sensivelmente superiores aos verificados nos países terceiros» e o quarto considerando desse regulamento dispõe que «o montante da ajuda deve compensar a diferença entre os preços pagos aos produtores na Comunidade e os preços pagos nos países terceiros». Todavia, neste último considerando acrescenta-se «que é, p o r conseguinte, conveniente prever u m modo de cálculo que tenha designadamente em conta essa diferença e a incidência da evolução do preço mínimo, sem prejuízo da aplicação de certos elementos técnicos». O facto de ter acrescentado o advérbio

«designadamente» indica que, para efeitos da fixação do montante da ajuda à produção, é sempre preciso tomar e m consideração a diferença entre os preços pagos aos produtores n o interior da Comunidade e os preços pagos nos países terceiros, a incidência da evolução do preço mínimo, e que, para além desses factores, outros elementos p o d e m igualmente ser tomados em consideração, devendo estes ser deixados à livre apreciação da Comissão.

45 As modalidades de ajuda à produção estão previstas n o artigo 4.° do regulamento de base. Este artigo preceitua, n o n.° 1, que a ajuda à produção «não pode ser superior à diferença existente entre o preço mínimo pago ao produtor na Comunidade e o preço da matéria-prima dos principais países terceiros produtores e exportadores».

Esta disposição não pode ser interpretada como significando que a ajuda à produção deve ser igual a esta diferença, o que equivaleria a não deixar qualquer margem de apreciação à Comissão.

46 O artigo 4.°, n.° 2, do regulamento de base obriga, e m seguida, a Comissão a fixar o montante da ajuda à produção «de modo a permitir o escoamento do produto comunitário, sem ultrapassar o disposto no n.° 1». Depois de especificar este objectivo, a mesma disposição enumera alguns elementos que devem ser tomados

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em conta para determinar esse montante. A presença, neste âmbito, do advérbio

«designadamente» e da conjunção «e» entre as alíneas b) e c) implica que a apreciação, pela Comissão, destes três critérios pressupõe a reunião, de forma cumulativa, de certos elementos de facto e de dados quantitativos indispensáveis, como, designadamente, o custo da matéria-prima na Comunidade e o da matéria- -prima nos principais países terceiros concorrentes bem como o montante da ajuda fixada para a campanha de comercialização anterior. Daqui também resulta que esta lista de critérios imperativos não é exaustiva, o que constitui um indício da margem de apreciação conferida à Comissão dentro dos limites previstos no artigo 4.°, n.° 1, desde que sejam respeitadas as exigências processuais que regem a sua aplicação.

47 Conclui-se que a Comissão dispõe, em princípio, de uma ampla margem de apreciação na fixação da ajuda. Esta margem de apreciação não se alarga por isso à reunião dos elementos de facto e quantitativos correspondente aos critérios de que ela deve imperativamente ter em conta, como os preços das matérias-primas dos principais países terceiros na acepção do artigo 4.°, n.° 2, alínea a), do regulamento de base.

48 É à luz d o s princípios e n u n c i a d o s acima q u e h á q u e apreciar o m é r i t o d o s a r g u m e n t o s d a s d e m a n d a n t e s q u a n t o às ilegalidades c o m e t i d a s pela Comissão.

N e s t e c o n t e x t o , o T r i b u n a l considera necessário apreciar, e m primeiro lugar, o m é r i t o d o f u n d a m e n t o relativo à violação d o s princípios d a diligência e d a b o a administração.

— Violação dos princípios da diligência e da boa administração

49 A Comissão dispõe de uma margem de apreciação, embora, por força dos princípios da diligência e da boa administração, seja obrigada a reunir os elementos de facto II - 1096

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indispensáveis ao exercício do seu poder discricionário. Com efeito, segundo jurisprudência constante, no caso de uma instituição dispor de um amplo poder de apreciação, o respeito das garantias processuais conferidas pela ordem jurídica comunitária reveste uma importância ainda mais fundamental. Entre estas garantias figura, designadamente, a obrigação de a instituição competente examinar com cuidado e imparcialidade todos os elementos pertinentes do caso concreto. Só assim é que o juiz comunitário pode verificar se os elementos de facto e de direito de que depende o exercício do poder de apreciação estão reunidos (v., neste sentido e por analogia, acórdão do Tribunal de Justiça de 21 de Novembro de 1991, Technische Universität München, C-269/90, Colect., p. I-5469, n.° 14; acórdãos do Tribunal de Primeira Instância de 18 de Setembro de 1995, Nöelle/Conselho e Comissão, T-167/94, Colect, p. II-2589, n.os 73 e seguintes; de 19 de Fevereiro de 1998, Eyckeler & Malt/Comissão, T-42/96, Colect., p. II-401, n.° 165; de 9 de Julho

deos1999 N e w E u r ope C o n s ulting e Brown/Comissão, T-231/97, Colect, p. II-2403, n.os 37 e seguintes, e acórdão Pfizer Health/Conselho, n.° 42 supra, n.° 171).

50 No contexto da aplicação do regulamento de base, a obrigação de diligência implica, designadamente, o dever de reunir todos os elementos de facto indispensáveis previstos pelo artigo 4.°, n.° 2, do referido regulamento e que sejam susceptíveis de ter uma incidência significativa no resultado do processo decisòrio, a fim de permitir à Comissão o exercício completo e correcto do seu poder de apreciação. À luz desta disposição, é pacífico que, no caso em apreço, o custo da matéria-prima proveniente da China era um dos elementos indispensáveis que a Comissão devia ter tomado em consideração para o cálculo do montante da ajuda à produção, na medida em que a China era considerada, no momento da fixação da ajuda, um dos principais países terceiros concorrentes da produção comunitária.

51 A este respeito, é pacífico que a Comissão se limitou a enviar à Delegação Chinesa junto da União Europeia um único ofício, datado de 4 de Fevereiro de 2000, em que solicitava as informações pretendidas, este ofício não teve resposta e a Comissão não promoveu quaisquer diligências adicionais nesse sentido até Julho de 2000.

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52 Em contrapartida, o respeitos dos princípios da diligência e da boa administração exigia, atento o carácter indispensável das informações relativas ao custo da matéria- -prima proveniente da China para a apreciação a efectuar pela Comissão, que esta última procedesse a diligências suplementares a fim de obter as necessárias informações junto das autoridades chinesas, como, por exemplo, o envio de novas cartas ou por meio de contactos telefónicos com o representante permanente da República Popular da China junto da União Europeia. A este propòsito, o silencio das autoridades chinesas, que, segundo a Comissão, «se inscreve numa longa tradição de recusa ou de impossibilidade em responder a qualquer informação sobre questões semelhantes», não pode justificar a inércia da Comissão pelo simples facto de existir uma presunção inilidível de que as informações pretendidas não seriam disponibilizadas ou de que qualquer outro pedido estaria votado ao mesmo silêncio.

Pelo contrário, dado o carácter indispensável das informações em causa para a legalidade do exercício do poder discricionário de fixação do montante da ajuda, este silêncio deveria ter incentivado ainda mais os serviços da Comissão a desenvolve- rem, em tempo útil, esforços suplementares para obter as referidas informações em vez de ficarem passivos.

53 N o q u e se refere a o c o n t r a t o chinês enviado e m 13 d e N o v e m b r o d e 2000 a F.

Fischler, é verdade q u e a C o m i s s ã o n ã o podia t o m a r e m consideração os dados q u e figuram nesse contrato, q u e e n t r o u e m vigor e m 15 d e M a r ç o d e 2000, u m a vez q u e , e m aplicação d o artigo 4.°, n.° 6, d o r e g u l a m e n t o d e base, a Comissão t i n h a d e se basear n o s preços praticados e m 1999. N o e n t a n t o , à luz d o s princípios d a diligência e d a b o a administração e a t e n d e n d o a o silêncio d a s autoridades chinesas q u e se seguiu ao envio d o ofício d a C o m i s s ã o d e 4 d e Fevereiro d e 2000, o esforço m í n i m o q u e neste caso se deveria esperar d e u m a instituição diligente consistia, pelo m e n o s , e m p e r g u n t a r às referidas autoridades se aqueles preços e r a m representativos d o s preços praticados e m 1999, e isto t e n d o n o m e a d a m e n t e e m atenção o facto d e q u e o contrato dizia respeito à região de Xinjiang que representa, segundo as demandantes, uma parte importante da produção chinesa de tomate transformado.

Tal obrigação impunha-se à Comissão tanto mais que o próprio F. Fischler tinha referido que «a Comissão não podia considerar que o preço mencionado num contrato privado era representativo do preço médio nacional da produção de tomate para a campanha de 2000/2001 se esse preço não fosse oficialmente confirmado pelo Governo chinês».

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54 Resulta do que precede que a inércia da Comissão que se seguiu ao envio do ofício de 4 de Fevereiro de 2000 constitui uma violação suficientemente caracterizada, na acepção da jurisprudência, dos princípios da diligência e da boa administração.

— Violação do regulamento de base

55 Nos termos do artigo 4.°, n.° 1, do regulamento de base, a ajuda à produção não pode ser superior à diferença existente entre o preço mínimo pago ao produtor na Comunidade e o preço da matéria-prima dos principais países terceiros produtores e exportadores. Segundo o artigo 4.°, n.° 2, do mesmo regulamento, para determinar esse montante, atender-se-á nomeadamente à diferença entre o custo da matéria- -prima praticado na Comunidade e o dos principais países terceiros concorrentes.

56 A s d e m a n d a n t e s alegam q u e estas disposições i m p õ e m à C o m i s s ã o q u e t o m e e m consideração o p r e ç o d a m a t é r i a - p r i m a chinesa, n a m e d i d a e m q u e a C h i n a é o segundo exportador mundial de tomate.

57 Há que observar que o regulamento de base impõe a tomada em consideração do preço da matéria-prima dos principais países terceiros produtores e exportadores ou concorrentes. Ora, a China era um destes países. A Comissão devia, portanto, ter tomado em consideração o preço chinês logo que a China se tornou num desses países.

58 A Comissão por outro lado não nega que a China era um dos principais países produtores de tomate. Aliás, os seus serviços questionaram, pela primeira vez, as autoridades chinesas no início do ano de 2000, embora estas últimas não tenham respondido ao pedido formulado.

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59 A Comissão afirma que a questão com que se viu confrontada era a de saber se, na falta dessas informações, podia, apesar disso, fixar o montante da ajuda à produção ao abrigo do seu poder discricionário, embora respeitando os objectivos dessa ajuda, ou seja, «permitir o escoamento dos produtos comunitários». A Comissão sublinha que até esse momento nunca tinha tomado em consideração o preço do tomate chinês e que não se impunha uma alteração das regras de cálculo, tanto mais que se tratava da última fixação da ajuda antes da reforma do regime de ajudas à produção.

60 Estes argumentos não merecem acolhimento. O facto de anteriormente a Comissão nunca ter tomado em consideração o preço do tomate chinês não pode justificar que o continue a fazer se, como acontecia no presente caso, as condições do mercado a isso a obrigavam. De igual modo, o facto de se tratar da última fixação antes da reforma do regime das ajudas à produção não pode justificar que esta ocorra em condições não conformes ao regulamento de base. Por outro lado, é certo que este regulamento permitia que a Comissão tomasse em consideração outros critérios e que modulasse o montante da ajuda em função desses critérios suplementares. Em contrapartida, como indicado nos n.°s 50 e seguintes supra, o regulamento não a autorizava a afastar o preço da matéria-prima de um dos principais países terceiros concorrentes, na medida em que prevê expressamente o recurso a esse dado.

61 Assim, na medida em que o conteúdo do Regulamento n.° 1519/2000 não tem de modo algum em conta o preço da matéria-prima de um dos principais países produtores e exportadores, ou seja, a China, este regulamento viola as condições imperativas estabelecidas no artigo 4.°, n.°s 1 e 2, do regulamento de base. Essa ilegalidade, que constitui uma violação suficientemente caracterizada de uma norma que tem por objecto conferir direitos aos particulares, é susceptível de gerar a responsabilidade extracontratual da Comunidade devido às suas consequências danosas.

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62 O fundamento das demandantes relativo à violação do regulamento de base, deve ser julgado procedente, pelo que não é necessário analisar o fundamento relativo à violação do princípio da confiança legítima, que as demandantes invocam a título subsidiário.

No que se refere ao prejuízo

Argumentos das partes

63 As demandantes alegam que o seu prejuízo corresponde à exacta diferença entre o montante da ajuda fixado no Regulamento n.° 1519/2000 e aquele que teria sido fixado se a Comissão tivesse tomado e m consideração os preços chineses.

64 C o m base nos dados relativos aos preços chineses, que constam do certificado obtido junto das autoridades chinesas e m Setembro de 2001, as demandantes calcularam o montante da ajuda que deveria ter sido pago para a campanha de 2000/2001. A tomada e m consideração da China n o cálculo do preço médio dos principais países terceiros produtores de tomate faz baixar, na opinião destas, significativamente esse preço e torna assim a diferença entre o preço pago ao agricultor e o preço dos principais países terceiros exportadores significativamente maior do que a calculada pela Comissão. Segundo as demandantes, por cada quintal de concentrado de tomate 28/30, a indústria obteve menos 4,031 EUR d o que teria recebido se o preço chinês tivesse sido tomado e m consideração. Isto significa que a indústria recebeu uma ajuda inferior em 23% àquela que deveria ter recebido. Trata- -se, portanto, da percentagem que as sociedades demandantes têm o direito de exigir à Comissão.

65 Além disso, as demandantes consideram que sofreram e sofrem ainda u m dano patrimonial importante relacionado não apenas com a abstenção da Comunidade II - 1101

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em lhes pagar os montantes devidos, mas também com a desvalorização monetària, como ao facto de que os montantes que teriam recebido se a Comissão tivesse calculado correctamente o montante das ajudas a pagar lhes teria permitido receber, pelo menos, os rendimentos provenientes do respectivo depósito em contas bancárias.

66 As demandantes alegam que, devido à aplicação de um método de cálculo errado e ilegal, a ajuda que lhes foi concedida foi inferior àquela que lhes devia ter sido atribuída. O erro cometido pela Comissão e a recusa em rectificá-lo causaram um prejuízo certo às demandantes. Como o seu prejuízo tem origem nos comporta- mentos ilegais da Comissão, o nexo de causalidade está, segundo entendem, estabelecido.

67 A Comissão recorda que, segundo jurisprudência constante, o prejuízo cuja reparação se solicita deve ser real e certo. Ora, se a tomada em consideração do preço da matéria-prima chinesa podia, num primeiro momento, conduzir a uma diminuição sensível do preço estimado da matéria-prima dos principais países produtores e exportadores, essa diminuição não conduzia necessariamente, atento o poder discricionário de que a Comissão dispõe, a um aumento da ajuda à produção.

68 Por maioria de razão, segundo a Comissão, esse aumento da ajuda não podia, com certeza, ser equivalente à diferença baseada no cálculo do preço da matéria-prima dos principais países produtores e exportadores com e sem a tomada em consideração do preço do tomate chinês.

69 Assim, a Comissão considera que o montante do prejuízo apresentado pelas demandantes é hipotético e não deve ser acolhido pelo Tribunal. A mesma conclusão se impõe no que respeita ao dano patrimonial que as demandantes invocam.

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Apreciação do Tribunal

70 H á que recordar que, de acordo com a jurisprudência (acórdãos do Tribunal de Justiça de 27 de Janeiro de 1982, De Franceschi/Conselho e Comissão, 51/81, Recueil, p. 117, n.° 9, e Birra W ü h r e r e o./Conselho e Comissão, 256/80, 257/80, 265/80, 267/80 e 5/81, Recueil, p. 85, n.° 9; acórdão do Tribunal de Primeira Instância de 18 de Maio de 1995, Wafer Zoo/Comissão, T-478/93, Colect., p. II- -1479, n.° 49), o prejuízo cuja reparação se solicita deve ser real e certo.

71 Incumbe à demandante fornecer ao juiz comunitário elementos de prova a fim de demonstrar a existência e a amplitude desse prejuízo (acórdão do Tribunal de Justiça de 21 de Maio de 1976, Roquette Frères/Comissão, 26/74, Colect., p. 269, n.o s 22 a 24; acórdãos d o Tribunal de Primeira Instância de 9 de Janeiro de 1996, Koelman/

/Comissão, T-575/93, Colect., p. II-1, n.° 97, e de 28 de Abril de 1998, Dorsch Consult/Conselho e Comissão, T-184/95, Colect., p. II-667, n.° 60).

72 As demandantes avaliam o seu prejuízo baseando-se na exacta diferença entre o montante da ajuda fixado pelo Regulamento n.° 1519/2000 e aquele que teria sido considerado se a Comissão tivesse tomado em conta os preços chineses.

73 E m primeiro lugar, importa sublinhar q u e os preços chineses e m q u e as demandantes se baseiam são aqueles que foram obtidos por intermédio dos serviços diplomáticos espanhóis e m Pequim. Trata-se do preço médio do tomate pago aos produtores da província de Xinjiang, que representa, segundo as

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demandantes, cerca d e 88% da produção chinesa d e tomate transformado. Estes números são contestados pela Comissão, que considera que representam u m a média baixa. Aliás, a Comissão n ã o podia verificar se eram conformes às disposições d o regulamento d e base. Ora, n a avaliação d e u m a situação econômica complexa, o poder d e apreciação d a Comissão t a m b é m se aplica ao apuramento dos dados de base (v., neste sentido, acórdão d o Tribunal de Justiça d e 29 d e O u t u b r o de 1980, Roquette/Conselho, 138/79, Recueil, p . 3333, n.° 25).

74 C o m efeito, c o m o o regulamento d e base confere à Comissão u m a determinada m a r g e m de apreciação para a fixação do m o n t a n t e da ajuda, é impossível determinar c o m certeza a incidência da t o m a d a e m consideração d o preço pago aos produtores de tomate chinês n o m o n t a n t e da ajuda. O artigo 4.°, n.° 1, não prevê que a ajuda à produção deva ser igual à diferença entre o preço mínimo pago ao produtor n a Comunidade e o preço da matéria-prima dos principais países terceiros produtores.

Contenta-se e m fixar u m limite máximo.

75 A este respeito, h á que salientar que o facto de a Comissão ter podido, n o passado, fixar o m o n t a n t e da ajuda n u m nível reflectindo a exacta diferença entre o preço mínimo pago ao produtor n a Comunidade e o preço d a matéria-prima d o s principais países terceiros produtores e exportadores não a obrigava de m o d o algum a manter a ajuda a esse nível. Seria m e s m o contrário à letra e à finalidade d o regulamento de base que a Comissão não tomasse e m consideração a evolução da situação dos mercados internacionais e, por esse facto, tornasse eventualmente mais difícil o escoamento d o p r o d u t o comunitário.

76 As demandantes n ã o podem, portanto, invocar u m direito a u m a ajuda máxima equivalente à diferença entre o preço mínimo pago ao produtor n a Comunidade e o preço da matéria-prima d o s principais países terceiros depois de t o m a r e m consideração os preços chineses.

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77 Assim, o prejuízo calculado pelas demandantes e pormenorizado no quadro do anexo A 27 da petição não pode ter caracter certo.

78 Não estando reunidas todas as condições necessárias para desencadear a responsabilidade extracontratual da Comunidade, o pedido deve ser julgado improcedente.

Quanto às despesas

79 Nos termos do artigo 87.°, n.° 3, do Regulamento de Processo do Tribunal de Primeira Instância, o Tribunal pode, perante circunstâncias excepcionais, determi- nar que as despesas sejam repartidas. Embora as demandantes tenham sido vencidas, importa contudo, para decidir sobre as despesas, ter em conta o comportamento da demandada, não conforme à regulamentação comunitária.

80 Assim, o Tribunal fará uma justa apreciação das circunstâncias da causa decidindo que as demandantes suportarão cinco sextos das suas despesas e que a Comissão suportará, além das suas despesas, um sexto das despesas das demandantes.

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Pelos fundamentos expostos,

O TRIBUNAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA (Terceira Secção)

decide:

1) A acção é julgada improcedente.

2) As demandantes suportarão cinco sextos das suas despesas e a Comissão suportará, além das suas despesas, um sexto das despesas das demandantes.

Azizi Dehousse Cremona

Proferido em audiência pública no Luxemburgo, em 17 de Março de 2005.

O secretário

H. Jung

O presidente

J. Azizi

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