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Academic year: 2021

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TÍTULO: OFICINAS DE RELATOS DE EXPERIÊNCIA EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA: PROPOSTA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM SERVIÇO PARA PROFESSORES

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

ÁREA:

SUBÁREA: PSICOLOGIA

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: FACULDADE ANHANGUERA DE BAURU

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): DÉBORA APARECIDA RAMOS DE AZAMBUJA, FERNANDA CAMBAUVA BARONTINI

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): PATRICIA SOARES BALTAZAR BODONI

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OFICINAS DE RELATOS DE EXPERIÊNCIA EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA:

PROPOSTA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM SERVIÇO PARA

PROFESSORES RESUMO

Atualmente têm-se debatido o processo de inclusão escolar de alunos com necessidades especiais na rede regular de ensino. Apesar disso, ainda existem altos índices de processos mal planejados e executados. O presente estudo implementou uma proposta de Formação Docente em Serviço sobre Educação Inclusiva em uma Escola Municipal de Bauru, no intuito de promover a reflexão docente a respeito de práticas pedagógicas inclusivas, por meio de oficinas de relatos de experiência. Foram coletados dados com 25 educadores que trabalham com alunos de Ensino Fundamental. A metodologia utilizada consistiu em seis etapas: Contrato do Encontro; Reflexões e Relatos dos professores, Apresentação e/ou complementação de referencial teórico, registro expresso das ocorrências da reunião em diários de encontros; Avaliação da intervenção junto aos professores e Elaboração de um Portfólio abordando os principais conceitos que emergiram. Os resultados indicaram as seguintes categorias em função das concepções acerca da inclusão: desconfiança, vergonha, infelicidade, surpresa/espanto, tristeza, fúria. Muito professores demonstraram não acreditar na educação inclusiva nos moldes como ocorre hoje nas escolas da rede regular de ensino, alegando não haver suporte técnico suficiente e falta de equipe multiprofissional para auxiliar as dificuldades encontradas. Concluem-se tacitamente três concepções distintas: professores não acreditam na educação inclusiva nos moldes como ocorre hoje nas escolas da rede regular de ensino, alegando não haver suporte técnico suficiente e falta de equipe multiprofissional para auxiliar com as dificuldades encontradas/a função social da escola deve estar acima das dificuldades encontradas para a inserção deste aluno/crença na escola especial como o melhor lugar para a educação adequada deste público.

Palavras chave- Formação Continuada em Serviço; Educação Inclusiva; Práticas Pedagógicas Inclusivas; Pesquisa Participativa; Oficinas de Relatos.

INTRODUÇÃO

Eventos e fatos marcantes para o processo de inclusão escolar veem sendo debatidos, nacionalmente, desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos

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(1948), LDB (9394/96), Declaração de Salamanca (1996), entre outras. O direito à educação, já foi firmado, porém a qualidade dessa educação ainda necessita de estudos que possam contribuir para uma maior integração.

Apesar da preocupação de estudiosos no Brasil, com a temática Educação Especial e Inclusão, ainda persiste a realidade de altos índices de exclusão, demonstrando que o tema ainda é recente no ideário de professores da classe comum e não está suficientemente discutido. No entanto, por meio das políticas voltadas para educação especial, vários autores posicionam-se favoráveis a propostas de integração no ensino regular, a despeito da segregação historicamente conferida.

Os princípios teóricos com foco de atenção à deficiência, em que se preza uma compreensão social, defendem que o problema situa-se nas pessoas que compõe a sociedade e a escola e não mais no deficiente. Atualmente esta visão passou a exigir dos professores outros conhecimentos, além daqueles recebidos na formação inicial, o que determina assim a necessidade do desenvolvimento de novos conceitos e habilidades para o desenvolvimento dos alunos com necessidades educacionais especiais.

Práticas Educacionais Inclusivas

A escolarização de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação tem sido o maior desafio dos espaços escolares. Para isso ha crescente demanda para construírem novas lógicas de ensino. (JESUS e EFFGEN, 2012)

A prática inclusiva deve ser entendida como uma posição da sociedade perante a pessoa com deficiência de projeção de formas para alterar a condição de vida, por meio da superação as deficiências impostas sobre a desorganização anátomo-fisiológica, em uma sociedade que está altamente organizada para exclusão. (PICCOLO e MENDES, 2013).

As limitações funcionais exercem efeito sobre as vidas dessas pessoas, porém o mais determinante para exclusão são os problemas adicionais e totalmente desnecessários que surgem em decorrência de como são tratados pela sociedade. (UPIAS, 1976).

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Assim é perfeitamente possível a pessoa ter uma lesão e não experimentar a deficiência.

Pensar na qualificação das práticas de ensino para Gomes (2012) é rever novas formas de organização pedagógica que sejam consonantes ao respeito às diferenças dos alunos, focando uma nova compreensão das práticas dialógicas desenvolvidas em sala de aula, que recuperem os agentes humanos envolvidos na relação. As estratégias que firmem um maior compromisso com a diversidade humana, segundo Martinez (2005), é que devem ser analisadas como fator determinante para o sucesso da inclusão escolar.

Políticas Públicas na educação inclusiva

As propostas internacionais para o enfrentamento da Inclusão de alunos com necessidades especiais no ensino regular implementaram a ideia de educação para todos, procurando evitar impedimentos, capacitar recursos humanos, eliminar barreiras físicas e atitudinais de participação, desenvolvimento de politicas e apoio econômico na integração da pessoa deficiente ao trabalho e a vida.

Nessa mesma perspectiva a Legislação Nacional, representada pela Constituição Brasileira em seu Titulo VIII, Da ordem Social, art. 203, § IV, procurou “habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integridade à vida comunitária” (Brasil, 1988). Nesta mesma Lei, no capitulo III, da educação, da Cultura e do Desporto, no artigo 208, dispõe: “O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de: III – Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (Brasil 1988, p.38)

É necessário admitir que as políticas públicas não são pensadas a partir de determinações jurídicas, legais, nas quais o Estado aparece como mero executor, neutro, destituído de princípios axiológicos que balizam a sua ação (MATISKEI, 2004).

Portanto para Ferreira (2000), mesmo políticas públicas tendo como parâmetro o bem comum de todos os segmentos sociais, deve-se perceber a dinâmica, conflitiva dos diferentes interesses e forças envolvidos no tecido social.

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Se a legislação impôs uma Educação Inclusiva por decreto e exige ser cumprida, por outro lado os gestores escolares e professores não têm a devida e necessária formação para que isso ocorra.

Dessa forma tanto a formação inicial quanto a formação continuada precisam oferecer aos docentes o conhecimento sobre legislações, conhecimento técnico, currículo e de estratégias para Educação Inclusiva. (GIROTO, POCKER e OMOTE, 2012).

Diante dessa necessidade, a formação continuada em serviço tem se configurado como uma possibilidade de pensar as demandas escolares e os processos de escolarização de alunos que são público alvo da Educação Especial.

A partir da crença de que a formação não se constrói por acumulação, importante trazer Nóvoa (1995) à discussão, a formação ocorre por meio de reflexividade crítica sobre as práticas e de reconstrução permanente, assim as práticas de formação que tomem como referência as dimensões coletivas contribuem para a emancipação profissional e consolidação da autonomia da profissão docente.

Perrenoud (apud SILVA, 2002), aponta que pensar a prática não é somente pensar a ação pedagógica na sala de aula nem mesmo a colaboração didática com os colegas. É pensar a profissão, a carreira, as relações de trabalho e de poder nas organizações escolares, a parte de autonomia e de responsabilidade conferida aos professores, individualmente ou coletivamente.

Sobretudo, as mudanças na prática do professor envolvem alteração na sua visão de mundo e nos seus valores conduzindo a mudança prática significa que altera o nível de consciência do educador e seus valores enquanto cidadão.

OBJETIVOS

Implementar uma proposta de Formação Docente em Serviço sobre Educação Inclusiva em uma Escola Municipal de Bauru.

METODOLOGIA

Sujeitos e local para coleta de dados

Foram coletados dados na esfera educacional Municipal, para que se obtivessem resultados descritivos quanto à participação dos docentes no processo

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de inclusão. A escola que compôs o local para coleta de dados, foi: Instituição Municipal (Ensino Fundamental I e II) compreende 40 funcionários, dispostos em diferentes cargos. Total de 350 alunos.

DESENVOLVIMENTO

A intervenção se efetivou por meio de seis etapas contidas no Modelo interventivo, a saber: 1) Abertura do encontro ao grupo – apresentação da proposta, estabelecimento de acordos entre os docentes e pesquisadoras quanto à assiduidade, pontualidade e participação; 2) Contato dos professores com o tema abordado, uma das técnicas utilizadas: Completar frases, idealizada por Rotter (1950, apud ANASTASI E URBINA, 2004), com o objetivo de diagnosticar as lacunas e proporcionar um espaço para reflexão e aprofundamento de temas sugeridos nos encontros; 3) Apresentação e/ou complementação de referencial teórico, por meio da técnica de Pílulas de Conhecimento, a teoria será apresentada em pequenas doses, para que não fique cansativo, logo após as reflexões práticas as pesquisadoras sistematizarão os conteúdos discutidos e em seguida contribuirão com uma pequena parte teórica para informação e esclarecimentos de dúvidas; 4) Registro expresso das ocorrências da reunião em diários de encontros; 5) Avaliação da intervenção junto aos professores e por fim 6) Elaboração de um Portfólio1 abordando os principais conceitos que emergirão, no decorrer dos encontros.

Ao final de cada oficina foi realizado um registro expresso do encontro no “Portfólio” que contendo a proposição da interação, a contribuição teórica oferecida, a conclusão do grupo sobre o tema, avaliação do encontro e um espaço para notas que se fizeram necessário, bem como, anexo com fotos, depoimentos, entre outros.

O portfólio foi útil para coleta de dados de execução das oficinas e posterior análise de sua efetividade, bem como para a elaboração de um documento com as informações construídas e que serviram de material de apoio.

Foi assegurado total sigilo quanto à identificação do local e sujeitos participantes da pesquisa.

A metodologia apresentada para esses encontros foi pensada e planejada para que as oficinas pudessem sensibilizar e treinar todos os professores a serem mediadores, reflexores, esclarecedores e avaliadores. A principal contribuição deste

1 Portfólio – coleção de itens que revela, conforme o tempo passa, os diferentes aspectos e progressos. (CATH e GRACE, 2001)

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estudo tem sido a disseminação dessa formação mesmo sem a presença das pesquisadoras. A pesquisa que leva seus sujeitos a aprenderem e executarem uma proposta de intervenção é aquela que realmente contribuirá significativamente para o local de pesquisa e não apenas o utilizará como fonte de coleta de dados. A sugestão para o momento dessas reuniões foi a proposta de acontecerem nos dias previamente estabelecidos para as reuniões pedagógicas semanais, de caráter formativo, comuns no proceder das entidades educativas da região.

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Foram realizados encontros com a participação de todos os professores da unidade escolar, cujas análises dos resultados obtidos e identificados demonstraram aspectos deficitários que precisam ser desenvolvidos ou aspectos inadequados que podem ser melhorados.

Para o início das oficinas foi feita a avaliação prévia dos discursos da equipe, bem como das práticas identificadas. A proposta inicial foi à realização de Oficinas de narrativas de experiências docentes – nas quais os gestores e docentes puderam dialogar sobre suas experiências em relação aos alunos com deficiência, expondo dúvidas, entraves, desconhecimentos, dificuldades, desafios e as adaptações educacionais desde as pedagógicas, curriculares e rotineiras adotadas na inclusão desses alunos.

A proposta de intervenção, efetivada em três encontros até o momento, procurou refletir, acerca da educação inclusiva, por meio de questionamentos com a técnica de completude de frases sobre as concepções que permeiam as práticas voltadas para essa modalidade, bem como sentimentos e comportamentos que emergem a partir e/ou durante o processo laboral. Além disso, buscou-se promover entre os participantes, situações em que os relatos acerca da vivência e concepções sobre o processo de inclusão pudessem ser expressos por todos sem constrangimento. Sobretudo intencionou-se oferecer um momento em que fosse possível articular concepções de educação inclusiva, sentimentos e valores que se refletem na prática, bem como proporcionar através do depoimento de outros participantes vivencias relativas a essa experiência.

O primeiro encontro procurou estabelecer vínculos entre pesquisados e pesquisadores, para desenvolver a proposta metodologia pretendida, assegurada

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pelos pressupostos da pesquisa-ação ou pesquisa participativa, além de oferecer um espaço para a reflexão facilitando a aceitação da realidade para enfrentamento dos problemas expostos na educação inclusiva. Muitas emoções puderam ser percebidas pelos participantes que as registraram de maneira expressa e sistematizada.

Durante o segundo encontro, foi proposto um debate que evidenciou diferentes concepções de educação e de professores. A intenção era desenvolver a capacidade de esclarecimento das pautas estereotipadas que dificultavam a aprendizagem e a comunicação, significando um obstáculo a toda situação de mudança. Neste encontro o conteúdo implícito de alguns professores tornou-se explicito ao grupo, promovendo então a formulação de novos desafios.

Já o terceiro encontro, trouxe como pauta principal, o desenvolvimento de competências necessárias aos professores para o desempenho de diferentes papéis, bem como oportunizar através de uma animação, repertório criativo para o processo pedagógico cotidiano.

Para motivação utilizou-se o vídeo instrucional organizado pelo MEC, Educação especial – Uma escola para todos, para o desenvolvimento de estratégias de formação continuada em serviço, bem como estratégias e projetos de educação inclusiva ministrados pelo Brasil, que se mostraram bem sucedidos, utilizando poucos recursos financeiros e tecnológicos. Através da experiência com técnica não estruturada, buscou-se provocar sentimentos positivos nos destinatários e participantes, complementado pelo vídeo “Cuerdas”, que apresenta um manejo criativo para lidar com as dificuldades práticas da relação professor/aluno.

Durante os eventos, houve participação plena das atividades, que foram recebidas com grande receptividade e atenção por todos. Os principais sentimentos expressados pelo grupo em relação à temática da inclusão foram: desconfiança (91%), vergonha (87%), infelicidade (85%), surpresa/espanto (82%), tristeza (78%), fúria (74%).

A efetividade do programa expressou-se através da formulação de novos problemas, novos aspectos, que levaram os participantes a refletir com maior liberdade mediante a ruptura do estereótipo, demonstrando estarem em um contínuo progresso, se distanciando gradativamente do foco de ensinar para o foco de aprender, e comunicar de forma mais positiva as questões subjetivas referentes à educação especial.

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O grupo expressou diversas palavras como: cooperação, apoio, aprendizado, humildade, tolerância, paciência, troca, crítica, aceitação, incompetência, carinho, impotência, tristeza, desespero. As necessidades de melhorias concentraram-se em adquirir conhecimentos teóricos e práticos sobre inclusão, tolerância e paciência, e redução de ansiedade e insegurança (formação pessoal). Estruturalmente a escola foi considerada pelos docentes como boa e organizada (infra-estrutura). Principais impedimentos relatados pelos professores foram: falta de conhecimento sobre deficiências e modelos de atuação, salas numerosas, e adaptações curriculares trabalhosas. Sugeriram então que o trabalho com alunos é cansativo e trabalhoso e o assunto em si é complexo porque muito se teoriza, porém pouco se oferece enquanto prática.

O levantamento feito nas escolas municipais de Bauru por Gonçalves e Oliveira (2012) apontou que a inclusão conforme a legislação estabelece, está longe da realidade, porque os alunos de certa forma estão dentro da escola e continuam “excluídos” pela falta de convivência social. As autoras constataram ainda que nas salas especiais existam profissionais qualificados e comprometidos com os alunos e outros despreparados, práticas alternativas para atendimento almejando evitar a evasão escolar, e também alunos com necessidades especiais vistos como empecilho em sala de aula, por “atrapalharem” o desenvolvimento dos outros alunos. Apontaram também, um alto índice de diagnósticos do Transtorno não especificado do desenvolvimento das habilidades escolares (F 81.9), contrariando a indicação da CID 10, que expressa ser “a categoria que deve ser evitada tanto quanto possível e deve ser usada apenas para transtornos não especificados nos quais há uma incapacidade significativa de aprendizado que não pode ser justificada. Os relatos dos professores coincidiram com os apontamentos quando afirmam que as salas de aula são muito agitadas e desgastantes em relação à questão comportamental, tornando-se difícil compartilhar a atenção com os alunos com necessidades especiais.

Silva discute a formação de professores para a inclusão e considera um desafio para os docentes promoverem a aprendizagem colaborativa. “(...) um desafio que consiste em organizar o ensino para todos os alunos de modo que todos aprendam com todos.” (2008, p. 481).

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Conforme observado, o grupo de professores demonstrou uma variedade de posicionamentos e emoções correlatas em relação ao tema e aos alunos com necessidades especiais, alegando haver falta de políticas públicas e trabalho articulado à equipes multiprofissionais. Essa visão se articula com a ideia de Santos (2010) que salienta que a escola precisa estar articulada às políticas públicas assim como constituir Projeto Pedagógico que seja colaborativo e consistente, e auxilie os professores em suas práticas cotidianas, articulada a participação da comunidade escolar.

Em relação à concepção dos participantes sobre o processo de inclusão foi possível inferir sobre três situações distintas: 1) muito professores não acreditam na educação inclusiva nos moldes como ocorre hoje nas escolas da rede regular de ensino, alegando não haver suporte técnico suficiente e falta de equipe multiprofissional para auxiliar com as dificuldades encontradas; 2) a função social da escola deve estar acima das dificuldades encontradas para a inserção deste aluno; 3) acreditam na escola especial como o melhor lugar para a educação adequada deste público.

Esses depoimentos evidenciaram que as concepções deste grupo ainda estão atreladas a ideia desses alunos não pertencerem ao núcleo comum de alunos da escola, sendo um “problema” que deve ser considerado separadamente.

Importante ressaltar que a função social da escola, eleita para socializar e difundir o saber sistematizado aparece como alternativa a resistência ou esquiva de muitos participantes, orientando a uma prática acolhedora e democrática pelos professores.

A despeito das resistências e esquivas evidenciadas nas respostas e proposições, foram abordados temas como criatividade e experiências com outras realidades e situações, atribuindo um caráter motivacional e responsivo ao trabalho com o público alvo da educação especial que intencionou proporcionar através do depoimento dos participantes vivencias relativas a esse contexto.

Fez-se então, oferta de um momento para o processamento de uma prática reflexiva e sua integração, através do compartilhar relatos, experiências e contribuições sistematizadas de práticas inclusivas de educadores.

As desarticulações salientam a ideia de que é necessário refletir e debater sobre o tema abordado, uma vez que Alarcão (2010) afirma que a capacidade de reflexão é inata do ser humano e necessita de um contexto que favoreça o seu

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desenvolvimento, sendo a expressão e o diálogo de enorme relevância. Entretanto ainda é necessário intensificar, em futuros encontros as competências dos professores para o desempenho de diferentes papéis: expositor, orientador, referência e avaliador, que darão respaldo maior as práticas voltadas para a educação inclusiva. Portanto a formação continuada deve ter como foco as diferentes situações que constituem o ato educativo, a análise das práticas docentes e a criação de espaços para a reflexão coletiva, para criar na escola a crença de que é possível pensar soluções para os problemas (JESUS e EFFGEN, 2012).

FONTES CONSULTADAS

ANASTASI, E.; URBINA S. (2004). Testagem psicológica. 7ª ed. Porto Alegre,RS: ArtMed. ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Cortez, 2003.

ANDRADE, D. Educação Especial. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=T5E_8ct-JEA. Acesso em: 04/04/2014. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado; 1988

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembléia

Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. Disponível na Biblioteca Virtual de Direitos Humanos da Universidade de São Paulo. Disponível em <www.direitoshumanos.usp.br> Acesso em 23 nov. 2103

DEMO, P. Pesquisa participante: mito e realidade. MEC. INEP. Disponível emhttp://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001993.pdf Acesso em 30 de nov. 2013.

FERREIRA, N. S. C.; AGUIAR, M. A. S. Gestão de educação: impasses, perspectivas e compromissos. São Paulo, 2000. GIROTO, C. R. M.; POKER, R. B.; OMOTE, S..(Org.). As tecnologias nas práticas pedagógicas inclusivas. Marília/SP: Cultura Acadêmica, 2012. Disponível em: http://www.galvaofilho.net/TA_educacao.pdf. Acesso em 30 de nov. 2013

GONÇALVES, M.; OLIVEIRA. A. P. Distúrbios e transtornos de aprendizagem: Um levantamento de casos na rede municipal de ensino. Anais do Seminário de Produção Acadêmica da Anhanguera, Bauru, n. 3, 2012.

JESUS, D.M. & EFFGEN, A.P.S. (2012). Formação docente e práticas pedagógicas: conexões, possibilidades e tensões. Em: Miranda, T.G. & Galvão Filho, T.A. (Eds.). O professor e a educação inclusiva: formação, práticas e lugares. (pp.11 -18). Salvador: EDUFBA, 2012.

MARTINEZ, A. M. Inclusão Escolar: desafios para o psicólogo. In: MARTINEZ, A. M. Psicologia Escolar e Compromisso Social. São Paulo: Alínea, 2005.

MATISKEI, A. C. R. M. Politicas públicas de inclusão educacional: desafios e perspectivas. Curitiba, n. 23, pg. 186, ano 2004.

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NÓVOA, Antônio (Coord.). Os professores e a sua formação. 2 ed. Lisboa: Dom Quixote, 1995.

PICCOLO, G. MARTINS; MENDES, E. G. Contribuições a um pensar sociológico sobre a deficiência.Educ. Soc.[online]. 2013, vol.34, n.123,pp.459-475. Disponível em : <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101- 73302013000200008&lng=en&nrm=iso> Acesso em 01 dez. 2013.

SANTOS, V. E.; SOARES, C. B.; CAMPOS, C. M. S.. Redução de danos: análise das concepções que orientam as

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SILVA, M .A. O. Formação continuada: um olhar diferenciado. Universidade Regional de Blumenau. Blumenau, 2002. Disponível em:<http://proxy.furb.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=503> Acesso em 23 nov 2013

SILVA, M.O.E. da. Inclusão e formação docente. EccoS, São Paulo, v.10, n.2, p.479-498, jul/dez. 2008

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