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A ludicidade na educação infantil para o desenvolvimento das habilidades motoras

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

MARJORY SANDI CEMBRANEL

A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O

DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES MOTORAS

SANTA ROSA, RS 2015

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A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O

DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES MOTORAS

Marjory Sandi Cembranel

Orientador: Prof° Dr. Leomar Tesche

Monografia apresentada à Banca Examinadora do curso de Educação Física da Unijuí – Santa Rosa, como exigência parcial para a obtenção do título de Licenciado em Educação Física.

Santa Rosa, RS 2015

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer ao Prof. Dr. e orientador Leomar Tesche, pela atenção, disponibilidade e principalmente pela sua generosidade em compartilhar todo o seu conhecimento comigo.

A Prof.ª Ms. Cléia Inês Rigon Dornelles pela confiança, aposta e incentivo à vida acadêmica, apontando caminhos e me encorajando a trilhá-los. Agradeço por forçar-me a voar, mesmo que em cada voo eu tivesse que enfrentar medos e passar pelas incertezas.

Ao apoio e contribuição da Escola Municipal de Educação Infantil Mundo do Saber, principalmente a equipe diretiva, Ana e Gertrudes.

Aos meus queridos pais, Celi e Osmar, pelo apoio, orações e carinho em todos os momentos.

Aos meus queridos colegas que de alguma forma contribuíram e estiveram sempre presentes em minha trajetória acadêmica, me ajudando e auxiliando em todos os momentos.

E a todos que participaram e torceram por mim, configurando-se como membros de uma família.

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RESUMO

A Educação Infantil, fase da Educação Básica, destaca-se por ressaltar a ludicidade juntamente com as práticas educativas que por sua vez transmitem inúmeros saberes e valores ligados à aprendizagem, resultando em um saudável desenvolvimento. O propósito do presente estudo foi investigar o desenvolvimento das habilidades motoras através da ludicidade na Educação Infantil, com foco na visão que se tem sobre as habilidades motoras e a forma de trabalhar utilizada pelos docentes. Participam do estudo oito professoras, diretora e vice-diretora de uma escola municipal da cidade de Tucunduva - RS. O estudo contou com uma pesquisa do tipo qualitativa e com sete perguntas abertas e fechadas. Dentre os principais autores que complementam a pesquisa estão, Brasil; Gallahue; Ozmun e Donnely.

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ABSTRACT

The Early Childhood Education, stage of basic education, is notable for highlighting the playfulness along with the educational practices which in turn transmit numerous knowledge and values related to learning, resulting in a healthy development. The purpose of this study was to investigate the development of motor skills through playfulness in kindergarten, focusing on the vision we have of motor skills and how to work used by teachers. The study involved eight teachers, director and deputy director of a municipal school in the city of Tucunduva - RS. The study included a qualitative study and seven open and closed questions. Among the main authors that complement the research are Brazil; Gallahue; Ozmun and Donnelly.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Categorias das Habilidades motoras ... 26

QUADRO 2 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal dos últimos trinta

anos do município de Tucunduva, Rio Grande do Sul. Fonte: Atlas Brasil 2013 Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento, disponível em www.ibge.gov.br ... 30

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Fases do desenvolvimento motor (GALLAHUE e OZMUN, 2001), destacando as fases na Educação Infantil ... 23

FIGURA 2 – Município de Tucunduva com visão panorâmica, segundo

www.acharei.com.br Guia de Mapas e Rotas ... 28

FIGURA 3 – Municípios limítrofes com Tucunduva, segundo o Google Maps …. 29

FIGURA 4 – Localização da Escola Municipal de Educação Infantil Mundo do

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Dados de identificação (Idade, Tempo de Atuação na Educação

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...10

1 REVISÃO D ELITERATURA ... 12

1.1 A gênese da creche e da pré-escola ...12

2 Educação Infantil ...14

2.1 O cuidar e o educar na Educação Infantil ...17

3 O Lúdico no contexto da Educação Infantil para o desenvolvimento e aprendizagem da criança ...19

4 Compreendendo o desenvolvimento motor ... 21

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: ANÁLISE E DISCUSSÃO ... 26

5.1 Contextualizando o município ... 26

5.2 Contextualizando o objeto de estudo ... 29

5.3 Análises do questionário docente ... 33

CONCLUSÃO ... 38

REFERÊNCIAS ... ... 42

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INTRODUÇÃO

As primeiras experiências da vida são as que mais marcam e quando positivas, tendem a ser reforçadas ao longo da vida. A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, é uma fase muito importante na vida das crianças, principalmente nos primeiros estímulos, primeiras experiências, pois através deles há interação uns com os outros facilitando a aprendizagem através de atividades lúdicas desenvolvidas na escola, movimentos fundamentais de um processo continuo. Através da ludicidade as crianças desenvolvem capacidades de percepção, atenção, memorização, diversas sensações e aspectos básicos da aprendizagem.

Dentre os principais autores que complementam a pesquisa, estão eles, Brasil, representado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) e no Referencial Curricular para a Educação Infantil (1998), Gallahue; Ozmun, em, Compreendendo o desenvolvimento motor: bebê, criança, adolescente e adulto (2001) e (2005) e Gallahue; Donnely em, Educação Física desenvolvimentista para todas as crianças (2008).

A Educação Física inserida na escola é uma disciplina de grande importância nessa etapa da vida, proporcionando momentos de descobertas, percepções sobre seu próprio corpo e novas experiências através da realização de uma diversidade de movimentos obtidos com as atividades lúdicas, contribuindo para o seu desenvolvimento.

A proposta de ressaltar a importância da ludicidade e investigar o denvolvimento das habilidades motoras através da ludicidade com crianças da Educação Infantil surgiu a partir da experiência gratificante que tive em realizar o Estágio Curricular I com crianças de 3 a 6 anos em uma escola do município de Tucunduva, a partir da prática tive a certeza que nós professores temos grande influência no desenvolvimento motor delas, através das atividades lúdicas podemos possibilitar às crianças desenvolvimentos, seja na esfera cognitiva, quanto na social, biológico, motor e afetiva.

Dentre os objetivos propostos temos: Investigar o desenvolvimento das habilidades motoras através da ludicidade na Educação Infantil, identificar e

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descrever sobre benefícios obtidos através das atividades lúdicas, inteirar sobre as habilidades motoras naturais e fundamentais desenvolvidas com a ludicidade na Educação Infantil, analisar o importante papel da ludicidade na Educação Infantil para o desenvolvimento das habilidades motoras.

De acordo com Antunes (2003), pode-se afirmar que a ludicidade do jogo proporciona momentos mágicos e únicos na vida de um indivíduo, pois no mesmo instante que diverte, ensina e desenvolve o raciocínio e a criatividade, além de obter responsabilidade diante da situação colocada a ele. A ludicidade na Educação Infantil é o que promove um ensino de qualidade para as crianças, de forma que desenvolva habilidades motoras fundamentais.

A pergunta que irá nortear o estudo é, como trabalhar o desenvolvimento das habilidades motoras na Educação Infantil, com propósito de verificar os momentos da realização da pratica, bem como dificuldades encontradas?

A Educação Infantil é a fase da Educação Básica que melhor destaca a importância da ludicidade no cotidiano escolar. As práticas educativas e lúdicas transmitem muitos saberes e valores ligados à aprendizagem, ocasionado em um desenvolvimento saudável e prestigioso.

Atividades lúdicas ao serem bem trabalhadas e com o auxílio de profissionais qualificados proporcionam o desenvolvimento de habilidades motoras fundamentais para a vida, resultando em um bom desenvolvimento motor. Ao realizar jogos e/ou brincadeiras, faz-se necessário a realização das habilidades motoras. Desta forma a ludicidade tem o propósito de unir-se com a aprendizagem, tornando a atividade satisfatória.

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1 REVISÃO DE LITERATURA

1.1 A gênese da creche e da pré-escola

Ao iniciarmos a discussão sobre estes dois vocábulos e a abrangência de ambos, temos que distingui-los. Creche direciona para entendimento do atendimento a crianças em seus primeiros anos de vida. Pré-escola o que vem a seguir e antes da escola.

O vocábulo creche, de origem francesa, significa "manjedoura" e foi utilizada para nomear a primeira instituição criada há mais de duzentos anos, pelo Padre Oberlin na França. Naquela instituição iriam guardar e abrigar crianças pequenas consideradas necessitadas pela sociedade da época (ABRAMOWICZ, 1995).

Na França, as primeiras creches surgiram da necessidade de guarda de crianças, principalmente de filhos de operários. Havia aquela mentalidade assistencialista de que as crianças estavam jogadas, malcuidadas, e que era preciso recupera-las, colocando-as num local onde ficassem a salvo dos perigos da rua (CAMPOS, 1981).

As primeiras creches surgiram a partir da preocupação da guarda da criança. Na Segunda Guerra, principalmente na Inglaterra e nos Estados Unidos, as mulheres foram submetidas a produção, pelo fato dos homens estarem na Guerra.

No Brasil com a finalidade de “esconder a vergonha da mãe solteira” foi criado uma instituição para este fim. Em 1899 funda-se o Instituto da Proteção e Assistência a Infância do Rio De Janeiro, uma instituição que abriu mais tarde inúmeras filiais por todo o país. Também nesse mesmo ano inaugurou-se a primeira creche brasileira para filhos de operários. Entretanto no século XX não existia uma política relativa às creches. Nesse contexto as creches não foram criadas para atender as necessidades da criança pequena, e sim em resposta a necessidade do mercado de trabalho, da mão de obra feminina ou ainda, da mulher incorporar-se no mercado de trabalho, segundo Cataldi (1992).

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Em 1943, o presidente Getúlio Vargas criou uma legislação especifica, a CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), sob regulamentação trabalhista na qual foi especificado:

A obrigatoriedade de creches no país, obrigatoriedade essa restrita às empresas privadas que empreguem mão-de-obra feminina em idade fértil, a extensiva apenas a seus filhos até seis meses de idade (ROSEMBERG, 1989, p. 94).

De acordo com a lei o empresariado foi pressionado a prestar atendimento a crianças de 0 a 6 anos em nível municipal, estadual e federal. O direito às creches no país, de acordo com a lei protegia apenas a amamentação e não era uma Instituição voltada a educação da criança pequena, mas sim desfrutada por populações privilegiadas da sociedade.

Um outro serviço criado que incentivava o atendimento às crianças pequenas foi o “segundas-mães” (mães crecheiras), onde era distribuído verbas para mães da comunidade para cuidar de duas a três crianças da vizinhança, além das suas.

Até a década de 60, no Brasil, as creches organizavam seu espaço e seu cotidiano com função de alimentar, higienizar e garantir segurança física para as crianças. Possuíam um caráter assistencial pois surgiram com o intuito de tirar as crianças pobres e órfãos das ruas (AGUIAR, 2001). A partir da década de 80 vem sendo rediscutida e redefinida. Já no final dessa década conclui-se que a instituição creche deve ser um direito educativo.

Hoje a creche enquanto instituição tem função de auxiliar no papel educativo das famílias. Assim, não deve ser pensada num local que substitui o papel da família, mas como um ambiente sociável, um espaço de vivências e de interações.

Em relação a pré-escola, o nome indica, se trata de uma faixa etária que é definida em relação a uma instituição pré-existente, que é a escola (CAMPOS, 1981).

A evolução das pré-escolas deu-se início nos Estados Unidos, porém no Brasil este processo ocorreu 100 anos mais tarde (CAMPOS, 1981). No século XIX, após a Guerra Civil, com o aumento da urbanização e dos imigrantes no país, houve um grande aumento na reforma social. Surgiram então os reformistas, estes queriam civilizar a população pobre da zona rural e de outros

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países. Na pré-escola isso ocorreu de forma bastante marcante, pois ficou conhecida como a “era de salvação da criança”, achava-se que os problemas sociais seriam resolvidos através desse atendimento às crianças. Acreditava-se que a pré-escola, jardim de infância, como também ficou conhecido iria resgatar as crianças de um fracasso na sociedade, elas seriam recuperadas para terem uma vida saudável.

Nos anos 60 houve um avanço significativo nos Estados Unidos em relação a essa concepção e 10 anos mais tarde, com a guerra contra a pobreza, de novo a pré-escola ganhou seu destaque. Os problemas da pobreza passam então a serem colocados não como problemas individuais, mas como características sociais e culturais de determinada população que se julga inapta à vida e ascensão social (CAMPOS, 1981). As crianças da pré-escola começam então serem estudadas, testes e questionários são aplicados, chegando-se a uma caracterização desta criança, concluiu-se então que havia falta de desenvolvimento cognitivo e afetivo, problemas com falta de estímulos no contexto familiar, se tornando, para aquele momento, uma criança deficiente a um padrão que se adota na classe média.

No Brasil essa reprodução ocorreu mais tarde. Nos anos 70 houve uma redescoberta de um espaço onde poderiam solucionar os problemas da escola de 1° grau. Foram realizados estudos que tentaram caracterizar as crianças em relação a esse futuro e realizado programas compensatórios. Estes estudos foram um sucesso para a imprensa, pais e leigos, mas de uns anos para cá, a pré-escola virou solução para tudo, como ocorreu nos outros países.

2 Educação Infantil

A partir do ano de 1996, com a mudança da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), a Educação Infantil uniu-se a Educação Básica, juntamente com o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Segundo a LDB em seu artigo 29.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 9394/1996),

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A Educação Infantil – primeira etapa da Educação Básica – tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seus seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social.

A Educação Infantil tem por finalidade proporcionar o desenvolvimento da criança envolvendo aspectos importantes no desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos. De acordo com a referida lei as instituições que atendem as crianças são denominas creches e pré-escolas, diferenciadas, ou seja, creche para crianças de zero a três anos e pré-escola às crianças de quatro a seis anos de idade.

Na Educação Infantil a avaliação segundo a LDB (Lei 9394/96) é mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento da criança, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental.

No que diz respeito aos profissionais da Educação Infantil, a LDB acrescenta que são assim chamados os docentes, os administradores de escolas, os supervisores e os orientadores educacionais, entendendo que educar se refere a todo ato que possa promover o desenvolvimento da criança em seus diferentes aspectos.

As creches e/ou pré-escolas surgiram não só a partir de mudanças sociais que ocorreram na sociedade, mas, pela inclusão das mulheres ao trabalho assalariado, pela organização das famílias, pelo novo papel da criança na sociedade e de como torná-la, através da educação, um indivíduo produtivo e ajustado às exigências desse conjunto social (CRAIDY; KAERCHER, 2001).

Diferente dos demais níveis da educação, a Educação Infantil não possui currículo formal. Desde 1998 segue o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, um documento equivalente aos Parâmetros Curriculares Nacionais que embasa os demais segmentos da Educação Básica. (PACIEVITCH, 2006)

No ano de 1994, o Ministério da Educação e do Desporto, orientado pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, estabeleceu diretrizes para uma Política Nacional de Educação Infantil, tais diretrizes que baseiam-se nos seguintes princípios:

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1) A educação é a primeira etapa da educação básica e destina-se à criança de zero a seis anos de idade, não sendo obrigatória, mas um direito que o Estado tem obrigação de atender;

2) As instituições que oferecem educação infantil, integrantes dos sistemas de ensino, são as creches e pré-escolas, dividindo-se a clientela entre elas pelo critério exclusivo da faixa etária (zero a três anos na creche e quatro a seis anos na pré-escola);

3) A educação infantil é oferecida para, em complementação à ação da família, proporcionar condições adequadas de desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social da criança e promover a ampliação de suas experiências e conhecimentos, estimulando seu interesse pelo processo de transformação da natureza e pela convivência em sociedade;

4) As ações de educação, na creche e na pré-escola, devem ser complementadas pelas de saúde e assistência, realizadas de forma articulada com os setores competentes;

5) O currículo de educação infantil deve levar em conta, na sua concepção e administração, o grau de desenvolvimento da criança, a diversidade social e cultural das populações infantis e os conhecimentos que se pretendam universalizar;

6) Os profissionais de educação infantil devem ser formados em curso de nível médio ou superior, que contemplem conteúdos específicos relativos a essa etapa da educação;

7) As crianças com necessidades especiais devem sempre que possível, ser atendidas na rede regular de creches e pré-escolas. (BRASIL, 1996, p. 15)

O citado documento estabelece as diretrizes pedagógicas para as instituições creches e pré-escolas, apresentando como funções complementares da Educação Infantil o cuidar e o educar, em conjunto com a ação da família.

A LDB juntamente com a Constituição Federal prescreveu a obrigatoriedade da elaboração de um Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado pela Lei 10.172, de 9 de janeiro de 2001, visando a articulação e o desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e a integração das ações do poder Público.

Saviani (2000, p. 03) aponta a importância de um PNE na organização do sistema educacional:

A importância do Plano Nacional de Educação deriva de seu caráter global, abrangente de todos os aspectos concernentes à organização da educação nacional, e de seu caráter operacional, implicando na definição das ações, traduzidas em metas a serem atingidas em prazos determinados, dentro do limite global de tempo abrangido pelo plano, que a própria LDB definiu para um período de dez anos.

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Segundo os referenciais, a Educação Infantil tem o papel de cuidar e educar a criança, num espaço formal. Sempre mantendo o caráter lúdico nas atividades, com destaque para o seu desenvolvimento integral. Devem ser trabalhados os seguintes eixos, na Educação Infantil: movimento, música, artes visuais, linguagem oral, escrita, natureza, sociedade e matemática.

A Educação Infantil tem como objetivo desenvolver capacidades que ampliam relações com outras crianças e adultos, conhecimento do seu próprio corpo, o brincar e se expressar, utilizar diferentes linguagens para sua comunicação, entre outros.

2.1 O cuidar e o educar na Educação Infantil

Historicamente falando, o início da Educação Infantil tem uma profunda ligação ao atendimento às crianças com o assistencialismo. A escola foi pensada como um apoio as famílias, o que muitas vezes confunde-se com a função materna por ser um cuidado bastante marcante para estas crianças.

Quando fala-se em Educação seja ela em qualquer nível, devemos compreender que a ação do cuidar e do educar são processos que completam um ao outro. Para isso se faz necessário a compreensão de ambas, suas diferenças e semelhanças.

Segundo O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (1998 p.23) educar significa,

(...) propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal e de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.

Já em relação ao cuidar Sampaio e Silveira (2010) defendem como sendo parte preferencialmente do professor,

O cuidar está diretamente ligado à situação emocional do professor e à sua própria visão com relação ao educar. Há necessidade de doação, envolvimento e aceitação por parte de quem cuida. O desenvolvimento da criança está diretamente relacionado às interações que ela estabelece com as pessoas que convive, daí a importância de estabelecer uma vivência pautada no cuidado, na afetividade, no acolher.

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A LDB (Lei 9394/96), coloca em seu Art. 30 que a Educação Infantil será oferecida em: “I – Creches ou entidades equivalentes para crianças de zero até três anos de idade; II – Pré-escolas para crianças de quatro a seis anos de idade”. A partir disso pode-se dizer que a Educação Infantil deverá ser oferecida em duas etapas, creches e pré-escolas.

A faixa etária para a creche, zero a três anos, necessita do cuidar, realizar estímulos e receber orientações para desenvolver-se e educar no sentido de realizar atividades lúdicas contribuintes para seu aprendizado. Já a partir da fase pré-escolar, quatro a seis anos de idade, o atendimento caracteriza-se por cuidar, mas mais voltado no educar, pois as crianças a partir dessa idade começam a identificar letras, cores, entre outros aspectos cognitivos. Educar compreende também realizar inúmeras atividades lúdicas e recreativas fundamentais para o desenvolvimento infantil

A relação entre o cuidar e o educar é bastante presente na prática pedagógica dos professores da Educação Infantil. Muitos destes não possuem formação para a área, e atendem a crianças de zero a seis anos mas possuem formação apenas em licenciaturas, psicologia e alguns ainda não possuem ensino superior, pois as exigências que são adotadas pela legislação não atendem as necessidades que deveriam.

A Educação Infantil não tem apenas o dever de cuidar mas de educar as crianças que ali estão, não assumindo o papel de pai e mãe, mas educar no sentido pedagógico, onde possa contribuir para o desenvolvimento da criança, envolvendo todos os aspectos. Cuidar, significa ajudar a desenvolver capacidades. O cuidado é um ato em relação ao outro e a si próprio, que possui uma dimensão expressiva e implica em procedimentos específicos (SIGNORETTE, 2002).

O papel do educador na Educação Infantil vai além do cuidar, mas de suprir as necessidades e interesses das crianças em cada momento e a realidade vivida por elas. O professor é o mediador de novas conquistas, deverá sempre oferecer diversas situações significativas de aprendizagem para que a criança possa descobrir suas potencialidades através de inúmeras atividades pedagógicas oferecidas no contexto escolar.

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A parceria dos educadores e demais membros da instituição é o que promove o bem-estar do educando. Cuidar e educar envolve estudo, cooperação e, principalmente dedicação de todos integrantes da equipe diretiva pelo processo, que se mostra dinâmico e em constante evolução.

A instituição de Educação Infantil deve tornar acessível a todas as crianças que a frequentam, indiscriminadamente, elementos da cultura que enriquecem o seu desenvolvimento e inserção social. Cumpre um papel socializador, propiciando o desenvolvimento da identidade das crianças, por meio de aprendizagens diversificadas, realizadas em situações de interação (BRASIL, 1998, p. 23).

O “cuidar e educar” na Educação Infantil é parte significativa da educação, exige conhecimentos, habilidades e instrumentos que exploram a dimensão pedagógica. Cuidar de uma criança no contexto pedagógico é integrar várias áreas de conhecimento.

3 O Lúdico no contexto da Educação Infantil para o desenvolvimento e aprendizagem da criança

A palavra lúdico, vem do latim, ludus e significa brincar. Jogo, divertimento, exercícios (obs: ludus discendi = escola primária; ludum aperire = abrir uma escola)1 O brincar abrange os jogos, brincadeiras, brinquedos, divertimentos e passatempos. Segundo Feijó (1992) citado por Castagini (2005) “o lúdico é uma necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente e faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana”.

Para Cárdenas (2012),

O Lúdico mais que jogo é uma prática e reprodução do saber humano. Este contribui para um melhor desenvolvimento social e individual, essenciais para a aquisição da formação de conceitos. Na criança ajuda no desenvolvimento psíquico, psicomotor e cognitivo, já que ela pode através deste, conhecer melhor o mundo e interagir com ele, noção de espaço, distância, aprender a se relacionar, entre tantos outros são resultados desse conhecimento.

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É possível encontrar em vários livros de história, relatos que comprovam, que em todas as épocas, os homens tinham formas de brincar e se divertir, ou seja, momentos lúdicos.

Segundo Almeida (1997) o marco da questão da ludicidade é a Grécia. Segundo o pensamento grego a educação deveria começar aos sete anos de idade. Naquela época os jogos eram bastante difundidos e tinham valor educativo e moral. Até mesmo entre os romanos e maias, os jogos eram uma maneira para que os mais velhos transmitissem seus conhecimentos e valores para as gerações mais novas.

Os jogos e os brinquedos estão presentes em todas as fases da vida dos seres humanos, tornando fundamental a sua vivência. O lúdico é indispensável para o relacionamento ente as pessoas. Sabe-se que o jogo e/ou brincadeira é reconhecido como meio de fornecer a criança um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, possibilitando a aprendizagem de várias habilidades e o seu desempenho.

Galperini, (2001) define a aprendizagem como sendo:

(...) toda atividade cujo resultado é a formação de novos conhecimentos, habilidades, hábitos naquele que a executa, ou a aquisição de novas qualidades nos conhecimentos, habilidades, hábitos que já possuam. O vínculo interno que existe entre a atividade e os novos conhecimentos e habilidades residem no fato de que, durante o processo da atividade, as ações com os objetos e fenômenos formam as representações e conceitos desses objetos e fenômenos.

O brincar e o jogar fazem parte da infância, através destes permite inúmeros desenvolvimentos. Além do prazer e satisfação, a criança socializa-se e aprende, reproduzindo sua realidade através do imaginário. As atividades lúdicas são indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual do ser humano e sempre estiveram presentes na história da humanidade, adquirindo ênfase na educação nas últimas décadas. Pereira (2005) complementa:

As atividades lúdicas são muito mais que momentos divertidos ou simples passatempos e, sim, momentos de descoberta, construção e compreensão de si; estímulos à autonomia, à criatividade, à expressão pessoal. Dessa forma, possibilitam a aquisição e o desenvolvimento de aspectos importantes para a construção da aprendizagem. Possibilitam, ainda, que educadores e educandos se descubram, se integrem e encontrem novas formas de viver a educação.

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Segundo Modesto e Rubio (2014), pode-se dizer que a aprendizagem se dá de forma natural através de atividades lúdicas, um meio que motiva e estimula a criatividade num processo de aprendizagem e aquisição de conhecimentos mediante ao prazer.

Para entender a ludicidade é necessário compreender o envolvimento de momentos que abrangem diversas atividades lúdicas, momentos satisfatórios que são explorados durante a realização de alguma tarefa. Nas escolas, principalmente na Educação Infantil, ela é trabalhada com o intuito de desenvolver habilidades motoras fundamentais para o desenvolvimento integral das crianças. Os jogos e brincadeiras auxiliam nesse processo, aprimorando as capacidades físicas e de percepção, facilitando no seu aprendizado.

Ao referir-se sobre o jogo na escola, Almeida (2006) afirma:

O jogo na escola apresenta benefício a toda criança, um desenvolvimento completo do corpo e da mente por inteiro. Por isso, na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade que dela resulta, mas a própria ação, momentos de fantasia que são transformados em realidade, momentos de percepção, de conhecimentos, momentos de vida. Este jogo permite também o surgimento da afetividade cujo território é o dos sentimentos, das paixões, das emoções, por onde transitam medos, sofrimentos, interesses e alegrias. Uma relação educativa que pressupõe o conhecimento de sentimentos próprios e alheios que requerem do educador uma atenção mais profunda e um interesse em querer conhecer mais e conviver com o aluno; o envolvimento afetivo, como também o cognitivo de todo o processo de criatividade que envolve o sujeito-ser-criança.

É por meio destes e outros fatores que a aprendizagem se constitui. Assim a família, como sendo a primeira organização social em que a criança participa, desempenha um fator importante para a preparação de princípios e valores que os acompanharão na vida adulta.

4 Compreendendo o desenvolvimento motor

Nos primeiros anos de vida a criança descobre o mundo que a rodeia com os olhos e as mãos, através de atividades motoras. Ela estará, desenvolvendo as primeiras iniciativas intelectuais e os primeiros contatos sociais com outras crianças. É em função do seu desenvolvimento motor que a

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criança se transformará numa criatura livre e independente (BATISTELLA, 2001).

De acordo com Caetano, Silveira e Gobbi (2005) o desenvolvimento motor é um processo de alterações no nível de funcionamento de um indivíduo, onde a melhor capacidade de controlar movimentos é adquirida ao longo do tempo, através da interação entre as formas de executar a tarefa, da biologia do indivíduo e o ambiente. Já para Haywood e Getchell (2004) dá-se como desenvolvimento motor um processo contínuo ligado a idade cronológica, na qual o indivíduo avança de um movimento simples, sem habilidade, até atingir habilidades mais complexas e assim chegar ao ajuste dessas habilidades motoras que o acompanharam até o envelhecimento.

As mudanças que ocorrem em um indivíduo desde sua concepção até a morte denominam-se desenvolvimento humano. A palavra desenvolvimento segundo Gallahue e Ozmun (2001) implica em mudanças comportamentais e/ou estruturais dos seres vivos durante a vida. Já o processo de desenvolvimento motor revela-se por alterações no comportamento motor. Bebês, crianças, adolescentes e adultos estão envolvidos no processo de aprender a mover-se com controle e competência, reação aos desafios que encontram diariamente.

O comportamento motor é uma expressão na qual agrega todos os domínios: afetivo, social, cognitivo e motor. Indicando o importante papel do domínio motor de desenvolvimento do ser humano.

O processo de desenvolvimento motor é apresentado por Gallahue e Ozmun (2001) em uma forma de ampulheta (figura 1).

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FIGURA 1 – Fases do desenvolvimento motor (GALLAHUE e OZMUN, 2001), destacando as

fases na Educação Infantil.

Segundo Gallahue (2005), o desenvolvimento motor é dividido em quatro fases:  Fase motora reflexa, os primeiros movimentos que o feto faz, é involuntária e formam a base para o desenvolvimento motor. A fase reflexa do desenvolvimento motor pode ser dividida em dois estágios sobrepostos.  Estágio de codificação de informações: Caracterizado por atividade

motora involuntária observável no período fetal até aproximadamente o quarto mês do período pós natal. Neste estágio o bebê é capaz de juntar informações, buscar alimento e encontrar proteção por meio de movimento.

 Estágio de decodificação de informações: Caracteriza-se pelo

processamento de informações da fase reflexa, dá se início

aproximadamente no quarto mês de vida. O desenvolvimento do

controle voluntário dos movimentos reflexos do bebê não reage simplesmente aos estímulos, mas envolve o processamento de estímulos sensoriais com informações armazenadas.

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 Fase de movimentos rudimentares, são os primeiros movimentos voluntários realizado pela criança do nascimento até por volta dos dois anos de idade, movimentos necessários para sua sobrevivência. As habilidades motoras rudimentares do bebê envolvem movimentos estabilizadores, locomotores e tarefas manipulativas. Movimentos estabilizadores pois obtém-se controle da cabeça, pescoço e dos músculos do tronco, movimentos locomotores pois começam a se arrastar, engatinhar e caminhar e tarefas manipulativas ao alcançar, agarrar e soltar. A fase de movimentos rudimentares do desenvolvimento pode ser dividida em dois estágios que representam progressivamente ordens superiores de controle motor.

 Estágio de inibição de reflexos: No nível da inibição de reflexos, o movimento voluntário é diferenciado porque o aparato neuromotor do bebê ainda está em estágio rudimentar de desenvolvimento. O processo de movimentar a mão, por exemplo, ao entrar em contato com um objeto, apesar de voluntário, apresenta falta de controle.

 Estágio de pré-controle: acontece por volta de um ano de idade. No estágio de pré-controle, as crianças aprendem a obter e a manter seu equilíbrio, a manipular objetos e a locomover-se, considerando-se o curto período que tiveram para desenvolver essas habilidades.

 Fase de movimentos fundamentais, movimentos consequentes dos movimentos rudimentares, é a fase que a criança explora, descobre e experimenta as capacidades motoras de seu corpo. Segundo Gallahue (2005), os movimentos fundamentais são divididos em três estágios, o estágio inicial, o estágio elementar e o estágio maduro.

 Estágio Inicial: representa a primeira metade orientada da criança na tentativa de executar um padrão de movimento fundamental. As integrações dos movimentos espaciais e temporais são mínimas. A criança atinge este nível por volta de dois a três anos de idade.

 Estágio Elementar: envolve maior controle e melhor coordenação dos movimentos fundamentais. Evidencia-se por volta dos quatro a cinco anos de idade, dependendo do processo de maturação.

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 Estágio Maduro: é caracterizado como mecanicamente eficiente coordenado e de execução controlada. As crianças têm potencial de desenvolvimento para estar no estágio maduro perto de seis a sete anos.

 Fase de movimentos especializados, resultados da fase de movimentos especializados. Nesta fase o indivíduo tem a capacidade de realizar atividades motoras mais complexas em seu dia-a-dia ou em atividades esportivas e recreativas. E um período em que as habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas fundamentais são refinadas.  Estágio transitório: Nos 7 ou 8 anos de idade, as crianças geralmente

entram no estágio de habilidades motoras transitório. Nsse período, o indivíduo começa a combinar e a aplicar habilidades motoras fundamentais ao desempenho de habilidades especializadas. As habilidades transitórias são aplicações de padrões de movimentos fundamentais, em formas mais específicas e complexas.

 Estágio de aplicação: No estágio de aplicação, os indivíduos começam a buscar ou a evitar a participação em atividades específicas. Há ênfase crescente na forma, habilidade, precisão e nos aspectos quantitativos do desempenho motor. Essa é a época para refinar e usar habilidades mais complexas em jogos avançados, atividades de liderança e em esportes selecionados.

 Estágio de utilização permanente: Começa por volta dos 14 anos de idade e continua por toda a vida adulta. Este estágio representa o do processo de desenvolvimento motor e é caracterizado pelo uso do repertório de movimentos adquiridos pelo indivíduo por toda a vida. O desenvolvimento motor compreende, para Mattos e Neira (2003) na realização de atividades motoras que visam o desenvolvimento das habilidades motoras básicas como o andar, correr, saltar, arremessar, receber, empurrar, puxar, subir e descer. As habilidades motoras estão presentes diariamente na vida dos indivíduos e representam qualquer atividade realizada em diferentes lugares.

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Habilidades motoras consistem em movimentos realizados com exatidão e precisão (GALLAHUE, DONNELLY, 2008). Um indivíduo apto ao nível motor demonstra uma elevada capacidade de coordenação de movimentos. Este tipo de habilidade está relacionado com o equilíbrio, estabilidade e manipulação de outros objetos, podendo ser natural, o que varia em cada indivíduo.

As habilidades motoras segundo Gallahue e Ozmun (2001) podem ser divididas em três categorias que a criança aprende e refina em seu continuo desenvolvimento, discriminado no quadro abaixo.

Habilidades manipulativas

Habilidades locomotoras Habilidades de estabilização

Arremessar Caminhar Inclinar-se

Quicar Correr Alongar-se

Chutar Saltar Vibrar

Lançar Pular Girar

Rebater Elevar-se Apoio – invertidos

Driblar Galopar Balançar

Agarrar Deslizar Rolamento

Rolar Escalar Equilibrar-se

Impelir Saltar obstáculos

QUADRO 1 – Categorias das Habilidades Motoras.

Habilidades locomotoras: São aquelas nas quais o corpo é transportado em uma direção vertical ou horizontal de um ponto para o outro.

Habilidades estabilizadoras: Qualquer movimento no qual algum grau de equilíbrio é necessário.

Habilidades manipulativas: Segundo Barbanti (2003), habilidades manipulativas abrangem movimentos grossos e finos.

Manipulação motora fina: refere-se às atividades de segurar objetos, que enfatizam o controle motor, a precisão e exatidão do movimento. Amarrar os sapatos, colorir, cortar com tesoura são exemplos de habilidades motoras

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fundamentais manipulativas finas. Executada por uma pequena musculatura particularmente das mãos e dedos.

Manipulação motora grossa: refere-se aos movimentos que envolvem dar força a objetos ou receber força dos objetos. Arremessar, receber, chutar, agarrar e rebater. Requer participação de grandes massas musculares ou quando se movimenta o corpo no espaço.

Para Oliveira (2002) existem várias etapas na aquisição de habilidades motoras ao longo da vida, no qual o surgimento de padrões fundamentais de movimento, trabalhando atividades motoras concretas na Educação Física, se torna essencial para o desenvolvimento da criança.

As habilidades motoras, de acordo com o conhecimento que a criança possui, podem ser desenvolvidas nas aulas de Educação Física, num contexto lúdico, de jogos, brinquedos e brincadeiras, sem a determinação exata de exercícios, facilitando, o desenvolvimento motor e melhor aquisição das habilidades motoras a serem executadas.

Para adquirir as habilidades motoras fundamentais basta estar em condições ambientais, não há uma idade especifica que defina este conhecimento, porem enquanto crianças é o melhor momento para dominá-las, de forma em que aprendemos com as novas tarefas sua execução e a partir disso o seu aprimoramento. O domínio destas habilidades fundamentais é um quesito básico para o desenvolvimento motor das crianças.

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: ANÁLISE E DISCUSSÃO

5.1 Contextualizando o município

Segundo dados coletados junto a Prefeitura Municipal de Tucunduva no ano de 1920 chegaram as primeiras fontes de colonização vindas de Bento Gonçalves/RS a Tucunduva, e aqui encontraram a família de João Tucunduva, cujo sobrenome deu origem ao nome do município. Com a chegada dos colonizadores, as terras foram sendo povoadas e vilas começaram a se formar. Os primeiros habitantes eram originários de diferentes grupos étnicos como alemães, italianos e poloneses.

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O trabalho árduo e muita dedicação dos antepassados transformaram as áreas antes ocupadas pela mata em lavouras que garantiam a subsistência do povoado formado em 1926. Com o aumento da população, técnicas artesanais começaram a ser utilizadas, possibilitando assim a comercialização de produtos agrícolas.

Em 1931, com a emancipação de Santa Rosa, Tucunduva passou à categoria de Vila e no dia 19 de abril de 1934 foi elevado à 7º Distrito do município de Santa Rosa. Já a década de 50 foi marcada pela intensificação do comércio e pela introdução da cultura de soja no município, e no campo político tem início o movimento emancipacionista. O dia 10 de setembro de 1959 tornou-se uma data histórica para os tucunduvenses. Neste dia Tucunduva conquistou sua emancipação político-administrativa através da lei publicada no Diário Oficial de 11 de setembro de 1959 assinada pelo então governador do Estado do Rio Grande do Sul, Leonel de Moura Brizola.

A instalação do município aconteceu em 31 de dezembro de 1959 com a posse do primeiro prefeito municipal Florentino Rossato e entre as décadas de 70 e 80, com a intensificação do plantio da cultura da soja, tem início o processo de mecanização das lavouras de Tucunduva, o que rendeu ao município o título de “Capital da Lavoura Mecanizada”.

FIGURA 2 – Município de Tucunduva com visão panorâmica, segundo www.acharei.com.br Guia de Mapas e Rotas.

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Tucunduva está localizada na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul a 525 km da capital Porto Alegre. Sua área territorial é de 175,33 Km². Tucunduva tem como municípios limítrofes Horizontina, Novo Machado, Tuparendi, Três de Maio, Santa Rosa e Dr. Mauricio Cardoso. De acordo com dados do censo de 2010, a população de Tucunduva é de 5.993 habitantes, sendo que 68,45% destes residem na área urbana e 31,55% no meio rural.

FIGURA 3 – Municípios limítrofes com Tucunduva, segundo o Google Maps.

A economia do município é baseada em atividades agropecuárias. Na agricultura o destaque é a produção das culturas de soja, trigo, milho, painço e girassol. Já na pecuária evidencia-se a produção leiteira e a criação de suínos. Tucunduva também começa a ter significativa produção de uva, vinho e produtos derivados da cana- de- açúcar.

A indústria tucunduvense é formada por pequenas e médias empresas que atuam nas áreas moveleira, metalúrgica, de vestuário, laticínios e agronegócios. O cooperativismo é de suma importância para o desenvolvimento de Tucunduva. O comércio local é bastante diversificado, atendendo as necessidades do município. Além do título de “Capital da Lavoura Mecanizada” pelas suas terras planas e produtivas, Tucunduva

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também é reconhecida como a “Terra do Músico”, por abrigar vários grupos musicais.

Segundo dados do IBGE, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)2 mede-se de 0 a 1, sendo considerados de baixo desenvolvimento os países/cidades que atingem menos de 0,499 pontos, de médio desenvolvimento os que possuem notas de 0,500 até 0,799, e de alto desenvolvimento os países/cidades que atingem pontuação superior a 0,800. Tucunduva encaixa-se com desenvolvimento médio, destacado no quadro abaixo:

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)

Tucunduva – RS

IDHM 2010 0,747

IDHM 2000 0,661

IDHM 1991 0,562

QUADRO 2 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal dos últimos trinta anos do

município de Tucunduva, Rio Grande do Sul. Fonte: Atlas Brasil 2013 Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento, disponível em www.ibge.gov.br.

Já em nível Estadual, o Rio Grande do Sul possui um IDH de nível de desenvolvimento alto, com 0,832. Em nível Mundial, o Brasil possui um IDH de 0,699, considerado desenvolvimento médio e atualmente ocupa o 73° lugar no ranking mundial.

5.2 Contextualizando o objeto de estudo

2 O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um dado utilizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para analisar a qualidade de vida de uma determinada população. Os critérios utilizados para calcular o IDH são grau de escolaridade, renda e nível de saúde.

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A Escola Municipal de Educação Infantil Mundo do Saber situa-se na Rua Santa Rosa, n° 530 na cidade de Tucunduva – Rio Grande do Sul e atualmente atende crianças de 0 a 6 anos.

FIGURA 4 – Localização da Escola Municipal de Educação Infantil Mundo do Saber, segundo o

Google Maps.

Segundo o Regimento Escolar (2014) da Escola a creche tem como objetivo,

Reconhecer a infância como um dos momentos mais importantes da vida envolvendo a criança num mundo lúdico marcado por alterações estáveis e progressivas, de prazer e bem-estar e oportunizar experiências enriquecedoras e significativas, através do cuidar e do educar, em um ambiente aconchegante e desafiador que propicie a exploração, a curiosidade, incentivando o desenvolvimento de todas as suas potencialidades.

E em relação a pré-escola segundo o Regimento Escolar, a Escola define seus objetivos como sendo,

Oportunizar a criança o ato de brincar expressando seus sentimentos, seu ser poético e estético com o corpo e o intelecto, desenvolvendo hábitos, atitudes e competências que a acompanharão na vida adulta e oportunizar novas experiências em diferentes momentos e diferentes ambientes de forma lúdica propiciando seu desenvolvimento físico, social, psíquico e moral, respeitando suas potencialidades e limites, visando a formação do seu ser, complementando assim a ação da família.

A Educação Infantil iniciou seus trabalhos educacionais junto ao prédio da APAE, atendendo crianças de 4 e 5 anos, de forma experimental durante os

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anos de 1999 a 2002, em virtude de uma demanda. Mais tarde, em 2003 foi autorizada para funcionamento, conforme Decreto Municipal n° 066/2002, de 04 de dezembro de 2002; Parecer n° 1445/2002 do Conselho Estadual de Educação, de 18 de dezembro de 2002, com a denominação “ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL MUNDO DO SABER”, com atendimento a crianças de 3 a 6 anos. A partir deste ano, com a autorização para o funcionamento, deu-se início ao atendimento a duas turmas, uma com alunos de 3 e 4 anos e outra com alunos de 5 anos, no turno vespertino.

Em 2007 iniciou-se os trabalhos com três turmas, nos dois turnos e em 2010 abriu-se atendimento para seis turmas de 3, 4 e 5 anos: duas de manhã e quatro a tarde.

No mês de junho, no ano de 2014 iniciou-se as atividades escolares de crianças de 0, 1 e 2 anos, formada com uma turma matutina e duas turmas de vespertino, num total de 27 crianças3.

Atualmente a escola dispõe de oito professoras, três monitoras, uma diretora, duas coordenadoras pedagógicas, três funcionárias e uma professora especifica referente a hora do conto, que atua uma vez na semana com todas as turmas enquanto as professoras titulares realizam planejamento.

A Escola possui seis salas de aula e dois berçários. Também dispõe de biblioteca, refeitório com sala de áudio e vídeo, cozinha, deposito, sala de professores, sala para a equipe diretiva, dois banheiros, feminino e masculino, área coberta, área verde e um amplo espaço com brinquedos. Em relação aos recursos tecnológicos e audiovisuais disponíveis são: dois televisores, dois aparelhos de DVD, um notebook, data show, dois computadores, impressora xerocadora, maquina filmadora, câmera digital, telefone caixa de som, três microfones e aparelho de som.

Os aspectos sociais da comunidade escolar são constituídos por famílias que residem no meio rural e urbano, sendo que a maioria é da zona urbana. A maioria das famílias pertence a classe média baixa, e é empregada no comércio local da cidade ou pequenas empresas; outra parte sobrevive da

3 A creche ainda possui restrições em seu funcionamento. A sua implementação ocorreu de forma antecipada devido a obrigatoriedade do município implementar a Educação Infantil de 0 a 3 anos.

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agricultura e produção leiteira. Um grande número de pais possui o ensino fundamental e médio, e apenas alguns possuem o ensino superior. As famílias são pertencentes a diversos credos religiosos, sobressaindo a religião católica.

Segundo o Projeto Político Pedagógico (2014) a Escola tem como objetivo,

 Proporcionar condições adequadas para promover o bem estar da criança, seu desenvolvimento físico, motor, emocional, afetivo, cognitivo, linguístico, moral e social.

 Contribuir para a formação global e harmônica da criança, propiciando-lhe experiências concretas que levem ao seu desenvolvimento integral.  Tornar-se espaço lúdico, um tempo fantasioso e acolhedor para a

criança em ambiente estimulante.

 Colaborar para a aquisição de um conjunto de conceitos básicos, habilidades, atitudes e hábitos que se transformem em comportamentos indispensável para o pleno desenvolvimento infantil e crescimento saudável.

No atendimento dos objetivos, a prática da Educação Infantil deve se organizar de modo que as crianças desenvolvam as seguintes capacidades, segundo o Projeto Político Pedagógico (2014),

 Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, com confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações.

 Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem estar.

 Estabelecer vínculos afetivos de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua autoestima e ampliando suas possibilidades de comunicação e interação social.

 Estabelecer a ampliar cada vez mais as relações sociais articulando seus interesses e pontos de vistas com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração.

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 Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente a valorizando atitudes que contribuam para sua conservação.

 Brincar expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades.

 Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plásticas, oral e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no processo de construção de significados, enriquecendo cada vez maus sua capacidade expressiva.

 Conhecer as produções e manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas, valorizando a diversidade.

 Desenvolver de forma lúdica as atividades de formação de hábitos, atitudes e habilidades, atendendo especialmente às necessidades, interesses e possibilidades da criança.

5.3 Análises do questionário docente

A partir da minha experiência profissional docente realizada no componente curricular Estágio Supervisionado I, no ano de 2014, com alunos da Educação Infantil, gostaria de sanar algumas dúvidas referentes ao desenvolvimento das habilidades motoras através da ludicidade. Inicialmente foi aplicado um questionário para professoras da Escola Municipal de Educação Infantil Mundo do Saber da cidade de Tucunduva – RS, onde realizei o estágio. Com a realização da prática pude notar que havia pouco tempo para se desenvolver as habilidades motoras nas crianças, a maioria do tempo os alunos ficavam em sala de aula, apenas na hora do lanche e recreio saiam da sala de aula, este momento era caracterizado como a Educação Física para os

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alunos, brincando no pátio e no parquinho, porém sem a orientação de nenhum professor de Educação Física.

Para sanar minhas dúvidas elaborei sete questões abertas com o intuito de investigar o desenvolvimento das habilidades motoras através da ludicidade com crianças da Educação Infantil. Sendo assim a pesquisa configura-se como sendo descritiva.

Segundo Gil (2002):

As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática.

Para realizar a coleta dos dados desloquei-me a escola, me identifiquei e com consentimento da direção, entreguei o questionário às professoras com um prazo de uma semana para me entregarem caso aceitassem responder. Na semana seguinte, ao coletar os questionários fui informada pela direção da escola que uma das professoras se negou a responder, sendo assim não quiseram entrar em detalhes sobre o motivo.

Pela cidade ser um tanto que pequena e a escola ser municipal há uma grande ligação partidária, então há uma série de conflitos ligados às pessoas que são contratadas para trabalhar na escola. Talvez este seja um dos motivos para inicilamente algunsdocentes se negarem a responder o questionário.

Inicialmente na elaboração do questionário procurei coletar os dados de identificação das professoras pesquisadas, tais como nome, formação, instituição em que se formou, o ano de conclusão, tempo de atuação na Educação Infantil e tempo de atuação na creche, demonstrado no quadro abaixo:

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GRÁFICO 1: Dados de identificação (Idade, Tempo de Atuação na Educação Infantil e tempo

de atuação na creche.

Outro aspecto importante que deve ser ressaltado é a formação destas professoras e o tempo de atuação destas professoras na escola. Observa-se que a maioria é bastante jovem e possuem pouco tempo de atuação na escola. Das sete professoras pesquisadas quatro delas possui formação em pedagogia, duas possuem magistério e uma formação em Educação Física.

Como no estudo procuro investigar o denvolvimento das habilidades motoras através da ludicidade com crianças da Educação Infantil a primeira questão diz respeito ao lúdico, procuro saber como a pesquisada conceitua o lúdico, pois acredito ser a forma mais eficaz de transmitir conhecimentos na Educação Infantil. É através das atividades lúdicas que a criança aprende e desenvolve habilidades e aspectos importantes. Em respostas conceituaram o lúdico como sendo jogos ou brinquedos que fazem as crianças expressarem seus sentimentos, acreditam ser a melhor forma de proporcionar o imaginário, a aprendizagem de forma divertida e prazerosa. Também conceituaram o lúdico como uma maneira de tornar a atividade menos enjoativa.

A segunda pergurta foi tendo em vista a experiência profissional de cada professora, procurei identificar quais contribuições o lúdico pode trazer para a vida da criança. Obteve-se várias respostas semelhantes, porem significativas, cada professora soube expressar a importância do lúdico no cotidiano escolar e

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seus reforços na vida da criança, sendo assim, responderam que através do lúdico a criança forma seus conceitos, constroi sua persoalidade, contribuindo para a relação professor e aluno, para o desenvolvimento motor da criança, onde através das brincadeiras vivencia a realidade.

A outra pergunta está relacioada ao lúdico no cotidiano escolar, onde pergunta-se: Você considera que o lúdico no cotidiano escolar é facilitador para o desenvolvimento das habilidades motoras? Explique. Todas responderam que sim, pois através dos jogos, brinquedos e brincadeiras a criança se expressa livremente, promovendo o exercício de todo o corpo, superando suas dificuldades, conseguindo novos espaços e aprimorando suas capacidades de movimento.

Como quarta questão procurei saber em que momento da aula é trabalhado o lúdico na escola, pois acredito ser indispensável para Educação Infantil. Como respostas duas professoras definiram trabalhar o lúdico a maioria das vezes no inicio da aula, pois afirmaram ser um momento de acolhida. O restante das professoras responderam buscar o lúdico em todos os momentos da aula, pois torna as atividades atrativas e prazerosas.

A próxima questão acredito ser a mais significante para a minha pesquisa pois busca-se saber como é trabalhado o desenvolvimento das habilidades motoras com as crianças na escola. Como respostas obteve-se: As habilidades motoras são trabalhadas a partir de atividades com bolas, corda, bamboles, brincadeiras de agilidade, atividades de locomoção, com a utilização de diversos matérias como jogos de encaixe, de montar, massa de modelar, dança e brincadeiras no parquinho e pátio. O que nota-se nas respostas é a amplitude de atividades que são realizadas para o desenvolvimento das habilidade motoras, o que se difere da visão que tive quando realizei o estágio há um ano e meio atrás.

Quando perguntado, você encontra algum tipo de dificuldade para trabalhar ludicamente com as crianças? Quais (Institucionais, corporais, espaciais). Todas as respostas foram caracterizadas como não tido nenhuma dificuldade até o momento, porem uma das pesquisadas citou ser um grande

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desafio trabalhar com crianças especiais, pois atua apenas a quatro meses na Educação Infantil e afirma faltar experiência se tiver que vivenciar este caso.

A escola não possui um amplo espaço para crianças realizaram suas práticas, muito menos em dias de chuva. Acredito possuir dificuldade para a realização das mesmas sim, pois atividades citadas na resposta anterior como de locomoção e agilidade requerem um amplo espaço, impossibilitando a sua execução.

A próxima e última questão busquei saber, na formação destas professoras quais foram as dicussões sobre o lúdico como conteúdo curricular. Estas afirmam terem discutido muito o lúdico em sua formação e complementam que o lúdico deve estar presente em todos os momentos da vida da criança, pois através dele se faz com que haja contribuição para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor da criança.

Por último deixei espaço para alguma outra informação complementar mas nenhuma das entrevistadas complementou.

A partir destas respostas pude concluir que a Escola Municipal de Educação Infantil Mundo do Saber possui um quadro de professoras recem formadas e com pouca experiência profissional na Educação Infantil. Também notei bastante erros de português nas respostas e falta de interesse das mesmas em responder o questionário.

Em relação as questões, elas foram elaboradas para serem respondidas individualmente com o intuito de buscar a visão de cada pesquisada, porem nota-se que houve algumas respostas muito parecidas, e algumas totalmente iguais. Vejo também que algumas coisas aparentemente mudaram desde o período que tive na escola. Com base nas respostas obtidas percebi que as docentes mudaram a maneira de trabalhar e as atividades passaram a ser variadas, realizadas habitualmente e em diversos lugares, não apenas na escola, mas no ginásio municipal de esportes, praça municipal e passaram a realizar passeios pela cidade.

O lúdico, na visão de algumas professoras entrevistadas é uma maneira de tornar a atividade menos enjoativa, passando a ser prazerosa. Não discordo das respostas dadas, mas acredito que se deve complementá-las, pois o

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lúdico não apenas é uma atividade prazerosa mas atividades que ao serem realizadas corretamente e com a supervisão de um profissional qualificado contribui para o desenvolvimento de habilidades físicas importantes, conhecimentos, critividade, desenvolve o pensamento e estabelece contatos sociais. É por meio das atividades lúdicas que a criança reduz muitas situações vividas em seu cotidiano, as quais, pela imaginação e pelo faz-de-conta, são reelaboradas.

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CONCLUSÃO

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), a Educação Infantil se integra a Educação Básica, juntamente com o ensino fundamental e o ensino médio. Sua finalidade é proporcionar o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em todos seus aspectos, sejam eles, físicos, psicológicos, intelectuais e sociais, complementando a ação da família e da comunidade.

Quando tratamos da ludicidade, atividades lúdicas, logo nos remetemos aos jogos e/ou brincadeiras. Num contexto geral, ludicidade engloba movimentos que tem como objetivo produzir prazer e divertir o praticante, de acordo com o já explicitado nas discussões anteriores. Elas não propõem a competição como objetivo principal, mas a realização de uma tarefa de forma prazerosa.

O desenvolvimento das habilidades motoras na Educação Infantil parte de uma série de movimentos realizados através de práticas educativas e lúdicas executadas nas aulas. Através das atividades lúdicas as crianças desenvolvem habilidades motoras fundamentais para o seu desenvolvimento.

Ludicidade e habilidades motoras caminham juntas. Enquanto crianças, a ludicidade desenvolve, através de atividades lúdicas feitas na escola, papeis importantes, tais como: sociais (pai e mãe), interação uns com os outros, desenvolvem a imaginação, criatividade, capacidade motora e de raciocínio.

A pergunta norteadora deste estudo que buscou saber como trabalhar o desenvolvimento das habilidades motoras na Educação Infantil, com propósito de verificar os momentos da realização da prática, bem como dificuldades encontradas, foi efetivada, pois comprovou-se que jogo na escola apresenta benefício a toda criança. Com as atividades lúdicas aprende-se enquanto brinca. Tais atividades proporcionam momentos de diversão e prazer, promovendo o desenvolvimento e domínio das habilidades motoras fundamentais. Através de qualquer movimento, partindo do mais simples ao mais complexo, que o indivíduo executa ele estará desenvolvendo ou

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aprimorando algum dos três fundamentos básicos das habilidades motoras, seja ele locomotor, estabilizador ou manipulador.

A proposta de ressaltar a importância da ludicidade e investigar o denvolvimento das habilidades motoras através da ludicidade com crianças da Educação Infantil surgiu a partir da experiência obtida com o componente Estágio Curricular I, onde realizei a prática docente com crianças de 3 a 6 anos, na Escola Municipal de Educação Infantil Mundo do Saber, de Tucunduva - RS. Essa experiência trouxe um questionamento favorável sobre o desenvolvimento das habilidades motoras através da ludicidade com crianças dessa faixa etária, fazendo com que essa curiosidade viesse aflorar. A minha escolha iniciou-se a partir da experiência gratificante que tive em realizar o estágio com crianças, tive a certeza que nós professores temos grande influência no desenvolvimento motor delas, através das atividades lúdicas podemos possibilitar às crianças desenvolvimentos, seja na esfera cognitiva, quanto na social, biológico, motor e afetiva.

A Educação Infantil é uma fase de grandes aprendizados para a vida das crianças, nessa etapa desenvolve-se habilidades fundamentais que serão levadas para a vida adulta. Com as atividades lúdicas as crianças aprendem enquanto brincam, o que proporciona um melhor entendimento e desempenho. A Educação Física tem o intuito de promover, através da ludicidade, competência para a realização e boa execução destas habilidades.

Com essa proposta pretendeu-se identificar os benefícios que a ludicidade apresenta nas series iniciais para o desenvolvimento das habilidades motoras. Dessa forma pode-se levantar um breve questionamento. Mas e quem não desenvolver suas habilidades motoras enquanto crianças, na Educação Infantil? Vale ressaltar que não tem idade para desenvolve-las, algumas pessoas tendem a executa-las com maior facilidade que as outras, porem na Educação Infantil é o melhor momento para a execução e aprimoramento.

O desenvolvimento das habilidades motoras na Educação Infantil parte de uma série de movimentos realizados através de práticas educativas e lúdicas executadas nas aulas. Através das atividades lúdicas, sem a

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