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Brasil 2006 O BARÔMETRO

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Academic year: 2021

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Qual o cenário: uma Belíndia ou muitos Brasis?

6

O brasileiro é mais otimista que os outros?

10

As famílias de baixa renda gastam mais do que ganham?

30

Os motivos para comprar a prazo continuam os mesmos?

36

Será que vale a pena investir em internet no Brasil?

46

- O Barômetro, que estuda a percepção e as atitudes dos brasileiros para o ano de 2006.

- O Mercado, que quantifica e compara a evolução de oito diferentes seg-mentos de mercado.

Metodologia da Pesquisa:

Os dados foram coletados em 1.200 entrevistas, pessoais e domiciliares, realizadas entre os dias 30 de novembro e 7 de dezembro de 2005. A amos-tra foi probabilística com cota representativa do eleitorado brasileiro. As cotas de sexo, idade, educação, atividade econômica e região são baseadas em dados oficiais do IBGE (PNAD 2002 e TSE 2004).

Foram selecionadas 70 cidades e nove regiões metropolitanas. Tais unida-des primárias fazem parte do Sample Frame Ipsos – Opinion.

A amostra desenhada foi proporcional à população brasileira e tem margem de erro de + ou - 3 pontos percentuais a 95% de intervalos de confiança.

Definição de classes:

As classes sociais utilizadas para este estudo são as classes definidas pelo CCEB – Critério de Classificação Econômica Brasil. O CCEB – comumente tratado por Critério Brasil – estima o poder de compra dos indivíduos e famílias urbanas, classificando-os por classes econômicas (A1, A2, B1, B2, C, D, E). O Critério Brasil é fornecido pela ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa.

(3)

Mitos existem e, eventualmente, são questionados. Quando isso é feito, alguns permanecem e outros deixam de existir ou são reela-borados. A pesquisa CETELEM-Ipsos avaliou alguns mitos sobre o consumidor e a sociedade brasileira:

MITO 1: O Brasil é uma Belíndia: desigual como a soma da Bélgica com a Índia.

MITO 2: Os brasileiros são mais otimistas, quando o assunto é o futuro, do que os habitantes de outros países.

MITO 3: A renda não-gasta das famílias pobres é muito pequena ou até mesmo negativa.

MITO 4: Para comprar a prazo o que importa é o valor à vista e o tamanho da parcela, o que “cabe no bolso”.

MITO 5: No Brasil, pouca gente tem acesso à internet, isso significa que ela não é importante para vender.

(4)

muitos Brasis?

é a renda média da classe

AB (15% da população)

R$ 2.484,01

Em 1974, o economista Edmar Bacha cunhou o termo Belíndia para simbolizar a desigualdade brasileira. Para ele, segundo as estatísticas que retratavam a realidade do Brasil, havia uma enorme distância entre os poucos que consumiam muito, a Bélgica brasileira, e os muitos pobres que pouco ou nada consumiam, a nossa Índia.

Seria isso verdade até os dias de hoje?

A classe AB corresponde a 15% da população brasileira. Isto significa um merca-do potencial de mais de 26 milhões de pessoas (Tabela 1). A renda média familiar desse grupo é de R$ 2.484,01, e a renda disponível ao final do mês, depois de feitos todos os gastos, investimentos e economias, é de R$ 631,79. Essa seria a Bélgica brasileira.

Já a Índia brasileira corresponde a 51% da população, aproximadamente 93 mi-lhões de habitantes. Tem uma renda média mensal de apenas R$ 544,72 e, ao final do mês, não fecha o seu orçamento: gasta R$ 16,56 a mais do que recebe. O que fica entre a Bélgica e a Índia é a classe C. Um contingente muito grande de pessoas, quase 63 milhões, pouco mais de 1/3 da população brasileira. Esta classe tem uma renda média mensal de praticamente R$ 1.100, ficando disponível ao final do mês R$ 122,34.

Brasil: um país que pode ser visto

de muitos ângulos

Renda

Em (%) População Familiar Renda Brasil Média Disponível (R$) (R$) AB 15 26.421,172 2.484,01 631,79 C 34 62.702,248 1.107,08 122,34 DE 51 92.936,688 544,72 -16,56 BASE 1.200

Tabela 1

Classes de consumo

(5)

Se a classe AB é a Bélgica brasileira e a classe DE é a Índia brasileira, vemos um terceiro Brasil aparecer quando olhamos a classe C, que não vive na miséria mas ainda não alcançou um elevado padrão de consumo. Há mais de dois Brasis. Isso fica mais claro ainda quando é analisada a renda média por região. Não há uma região do Brasil que seja equivalente à classe AB ou à Bélgica, ou seja, que tenha uma renda média mensal da ordem de R$ 2.500 e uma renda disponível de quase R$ 630 (Tabela 2).Também não há uma região que seja equivalente à Índia ou à classe DE.

Por região, a menor renda média é a do Nordeste: R$ 676,64, praticamente R$ 100 acima da renda da classe DE. Além disso, no Nordeste a renda disponível é de R$ 49,73, o que fica acima dos R$ 16,56 negativos da classe DE.

As regiões do Brasil são menos desiguais entre elas do que as classes de con-sumo. No Sul a renda média é de R$ 1.177,70 e a renda disponível de R$ 267,36; no Norte/Centro-Oeste a renda média é de R$ 946,23, com renda disponível da ordem de R$ 106,90; no Sudeste a renda média é de R$ 1.104,71 e a renda dispo-nível é de R$ 156,89.

34%

da população brasileira

pertencem à classe C

Além disso, outra diferença importante entre as classes de consumo e as regiões é a distribuição da população. A classe DE corresponde a 51% dos consumidores, ao passo que o Sudeste, a maior região, tem 43% da popu-lação. A Região Sul e as Regiões Norte/Centro-Oeste juntas têm 30% da população. O Nordeste fica com 28%.

Portanto, o Brasil é um país que pode ser visto de muitos ângulos, cada um nos fazendo enxergar diferentes realidades, diferentes Brasis.

Renda

Em % População Familiar Renda Brasil Média Disponível

(R$) (R$) Nordeste 28 50.534.403 676,64 49,73 Norte/ Centro-Oeste 15 27.250.501 946,23 106,90 Sudeste 43 77.577.219 1.104,71 156,89 Sul 15 26.697.985 1.177,70 267,36 BASE 1.200

Tabela 2

A renda, por região do Brasil

(6)

Uma forte imagem mundial do Brasil é a do país do futebol, do samba e do carna-val. Estas coisas estão sempre associadas à alegria e à descontração. Daí para o “otimismo”, seria apenas um pequeno passo. Um país tropical como este só pode ter uma população otimista. O brasileiro é mais otimista no que se refere à situação financeira pessoal, mas se mostra preocupado com a situação do país. Em 2005, a nota média que o brasileiro deu para a situação do seu país foi 4,7. Em vários países europeus, esta nota foi mais baixa: 4,6 na Itália; 3,0 em Portugal; 4,2 na Hungria; 3,7 na Polônia; e 4,4 na Eslováquia. Mas, em outros países, a nota foi mais alta, como são os casos de França, Espanha e Bélgica (Tabela 3). O fato é que, calculando a

Otimismo com o futuro,

preocupação com o país

é a nota dada à situação do Brasil por

seus habitantes, igual à média européia

é mais otimista

que os outros?

REFERENCIAL DE 0-10

Países Notas Médias 2005

Brasil 4,7 França 4,9 Espanha 5,6 Itália 4,6 Portugal 3,0 Bélgica 5,9 Alemanha 4,7 Reino Unido 5,4 Rússia 4,7 Rep. Tcheca 5,1 Hungria 4,2 Polônia 3,7 Eslováquia 4,4 Brasil 4,7 Europa 4,7

Tabela 3

Nota para a situação do país

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos / L’Observateur Cetelem França

(7)

média das notas em 12 países, o resultado é 4,7, idêntico à nota dada para a situação do Brasil pelos brasileiros.

Outra maneira de medir o otimismo é solicitando às pessoas que digam qual o principal sentimento que têm em relação ao futuro. Neste caso, 20% dos brasi-leiros se consideram otimistas. Uma proporção menor do que os 22% da França, 29% da Espanha e da Bélgica, 34% da Alemanha, 31% do Reino Unido, 40% da República Tcheca e 36% da Polônia (Tabela 4).

Na média de 12 países europeus, 33% da população afirmam ter otimismo e en-tusiasmo em relação ao futuro, ao passo que 41% se consideram preocupados e 8%, revoltados. A preocupação com o futuro é maior no Brasil, onde 19% da população se dizem revoltados, 48%, preocupados com o futuro, e somente 26% se consideram otimistas ou entusiastas.

Agora, medindo indicadores sobre a situação financeira pessoal, os brasilei-ros se mostram mais otimistas que os europeus. De fato, 37% dos brasileibrasilei-ros

19%

dos brasileiros

se dizem revoltados

em relação ao futuro

acham que vai melhorar sua capacidade de fazer grandes investimentos, como comprar um carro ou uma casa. Entre os 12 países europeus estudados, essa proporção cai para 14% (Gráfico 1).

O mesmo padrão é observado nas questões relativas à situação financeira: 40% dos brasileiros consideram que sua capacidade de fazer compras para o domicí-lio vai melhorar, enquanto que somente 16% dos europeus destes 12 países pen-sam da mesma forma (Gráfico 2). No Brasil, 44% dizem que vai melhorar tanto a situação financeira quanto o padrão de vida geral. Na Europa, estas proporções são respectivamente de 17% e 18% (Gráficos 3 e 4).

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Gráfico 1 Gráfico 2

Gráfico 3 Gráfico 4

Países Entusiasmo Otimismo Resignação Preocupação Revolta Nenhum TOTAL

Brasil 6 20 4 48 19 3 100 França 8 22 6 45 11 8 100 Espanha 9 29 16 38 4 4 100 Itália 2 20 9 58 8 3 100 Portugal 1 11 3 65 17 3 100 Bélgica 4 29 17 42 5 3 100 Alemanha 1 34 4 41 7 13 100 Reino Unido 9 31 14 32 2 12 100 Rússia 7 32 13 28 15 5 100 Rep. Tcheca 4 40 14 36 4 2 100 Hungria 4 25 23 30 11 7 100 Polônia 3 36 10 36 12 3 100 Eslováquia 1 39 8 43 3 6 100 Brasil 6 20 4 48 19 3 100 Europa 4 29 11 41 8 6 100

Tabela 4

Sentimento em relação ao futuro

SENTIMENTO EM RELAÇÃO AO FUTURO DE UM MODO GERAL - 2005 - RESPOSTAS EM %

(8)

Tomando-se as médias de respostas “vai piorar” para as quatro perguntas, tem-se que o maior otimismo é na Rússia, 11%, seguido da Espanha, com 12%, e da Grã-Bretanha, com 16% (Tabela 5). O Brasil fica em um ponto intermediário, com uma média de 13%.

Uma maneira indireta de medir o otimismo se baseia na comparação entre a propensão de economizar e a propensão de gastar. De uma maneira geral, quan-do há mais otimismo em relação ao futuro as pessoas ficam mais à vontade para gastar. Elas acreditam que seu emprego não corre risco e que a sua renda tende a aumentar constantemente com o tempo.

44%

dos brasileiros

acham que a situação

financeira pessoal vai

melhorar

A disposição de colocar algum dinheiro na poupança está relacionada com a visão do que pode acontecer no futuro. Se o futuro é incerto, se há risco de perda de emprego, convém economizar. Quase 74% dos brasileiros dizem que certamente ou provavelmente vão economizar nos próximos 12 meses. Esta proporção é de 41% para os países europeus analisados (Gráfico 5 e Tabela 6).

Países BRA FRA ESP ITA POR BEL ALE GB RUS RTC HUN POL SLO

Vai melhorar 37 14 15 12 11 13 7 13 18 14 18 12 15 Vai piorar 17 27 14 27 43 23 34 20 10 18 17 29 22

Tabela 5

Percepção de melhora da situação pessoal

(%)

E NOS PRÓXIMOS 12 MESES, VOCÊ DIRIA QUE ...

Sua capacidade de realizar grandes investimentos: carro, casa ou trabalho

Países BRA FRA ESP ITA POR BEL ALE GB RUS RTC HUN POL SLO

Vai melhorar 40 14 17 13 7 12 7 19 34 22 18 13 19 Vai piorar 13 24 13 20 43 19 22 14 9 15 23 28 20 Sua capacidade de fazer compras para o seu domicílio

Países BRA FRA ESP ITA POR BEL ALE GB RUS RTC HUN POL SLO

Vai melhorar 44 13 19 15 10 15 9 21 32 20 23 15 22 Vai piorar 12 26 12 20 35 16 30 15 14 20 22 30 22 Sua situação financeira em geral

Países BRA FRA ESP ITA POR BEL ALE GB RUS RTC HUN POL SLO

Vai melhorar 44 14 22 13 11 15 8 18 31 23 18 14 22 Vai piorar 11 22 9 20 29 15 22 13 12 20 23 28 24 Seu padrão de vida em geral

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos / L’Observateur Cetelem França

Países BRA FRA ESP ITA POR BEL ALE GB RUS RTC HUN POL SLO

Certamente sim 34 9 11 5 8 13 15 16 12 26 11 7 19 Certamente +

Provavelmente sim 74 27 31 39 33 43 35 48 34 69 39 28 62

Tabela 6

Economia e gastos nos próximos 12 meses por país

(%)

E NOS PRÓXIMOS 12 MESES, VOCÊ DIRIA QUE ... Pretende aumentar suas economias

Países BRA FRA ESP ITA POR BEL ALE GB RUS RTC HUN POL SLO

Certamente SIM 13 14 18 21 11 14 5 8 17 34 11 10 28 Certamente +

Provavelmente sim 39 31 43 48 38 32 15 28 42 69 31 32 78 Pretende aumentar seus gastos

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos / L’Observateur Cetelem França

(9)

Otimismo, percepções e Belíndia

O Brasil também é muito diferente internamente. O otimismo e outras percep-ções que têm impacto no comportamento do consumidor variam muito de acor-do com as regiões brasileiras. Isso permite afirmar, mais uma vez, que a Belíndia pode ser matizada. Não há somente dois países, mas vários Brasis.

A situação do Brasil é mais bem avaliada pelas pessoas que residem nas Regiões Norte/Centro-Oeste do que na Região Sudeste. No primeiro caso, a nota que elas dão para a situação do Brasil é 5,7. No Sudeste, apenas 4,5 (Tabela 7). Ou seja, as Regiões Norte/Centro-Oeste estão mais próximas, neste indicador, de Bélgi-ca e Espanha, ao passo que o Sudeste está mais para Eslováquia.

O Brasil também comporta mais de dois países quando se trata do sentimento geral que as pessoas nutrem em relação ao futuro. Habitantes do Nordeste, 26%, e do Norte/Centro-Oeste, 28%, são mais otimistas do que aqueles que re-sidem no Sul e no Sudeste. Por outro lado, os habitantes do Sul, 57%, estão mais preocupados do que o restante do país. E, por fim, a revolta é mais presente no Sudeste, com 22% de seus habitantes declarando ter esse sentimento em rela-ção ao futuro (Tabela 8). A conclusão geral que se pode tirar destes dados é que há muitas diferenças entre as regiões. Tais diferenças não permitem analisar o Brasil como um país inteiramente dividido entre uma Bélgica de consumidores de Primeiro Mundo e uma Índia muito grande e muito pobre.

Os habitantes do Norte/Centro-Oeste são de longe os mais otimistas quanto à possibilidade de melhorar a sua situação financeira pessoal. Um total de 56% de sua população acha que vai melhorar sua capacidade de realizar grandes

in-5,7

é a nota dada no

Norte/Centro-Oeste

para a situação do país,

bem acima da média

nacional de 4,7

vestimentos. Este cenário contrasta com as demais regiões. A proporção no Sul (34%) e Sudeste (38%) daqueles que acham que vai melhorar a capacidade de fazer grandes investimentos é significativamente menor (Tabela 9).

REGIÕES BRASILEIRAS (referência de 0-10)

Norte /

Médias Brasil Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Situação atual do país 4,7 4,7 4,5 4,7 5,7

BASE 1.200 323 528 186 163

Tabela 7

Nota para a situação do país segundo a região do país

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

REGIÕES BRASILEIRAS

Norte /

Em % Brasil Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Entusiasmo 6 7 5 4 8 Otimismo 21 26 19 12 28 Resignação 4 3 4 5 2 Preocupação 48 45 48 57 43 Revolta 19 13 22 17 18 Nenhum destes 4 6 2 5 1 BASE 1.200 323 528 186 163

Tabela 8

Sentimento em relação ao futuro segundo a região do país

REGIÕES BRASILEIRAS

Norte /

Em % Brasil Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Sua capacidade de realizar grandes

investimentos: carro, casa ou trabalho 37 29 38 34 56 Sua capacidade de fazer

compras para o seu domicílio 40 36 38 28 66 Sua situação financeira em geral 44 42 42 36 63 Seu padrão de vida em geral 44 41 42 36 69

Tabela 9

Proporção dos que dizem que “vai melhorar”,

segundo a região do país

(10)

Quando se trata do “padrão de vida em geral”, chama a atenção o fato de que 69% dos habitantes do Norte/Centro-Oeste acham que “vai melhorar”. Esta proporção é a maior entre todas as regiões.

Em termos de classes, a diferença entre AB de um lado e DE de outro é de 19 pontos percentuais para os grandes investimentos; 10 pontos percentuais para compras domésticas; oito pontos percentuais para situação financeira de um modo geral; e seis pontos percentuais para o padrão de vida.

Os resultados são eloqüentes. Tanto em termos de poder de compra quanto em termos de percepções, os resultados afastam AB de DE.

Observamos que há correlação entre renda e classe social. Quanto maior a ren-da, maior a percepção de que a situação vai melhorar. O mesmo vale para a classe de consumo. O otimismo de quem ganha até R$ 300 é significativamente menor do que o otimismo de quem ganha mais do que R$ 1.800 (Tabela 11): 47% dos que ganham mais do que R$ 1.800 acham que vai melhorar sua capacidade de fazer compras para seu domicílio; esta proporção é de 31% entre quem re-cebe mensalmente até R$ 300.

Não é tão óbvio, mas também há correlação entre idade e renda. As pessoas mais velhas tendem, na média, a ter escolaridade mais baixa do que as mais

jo-FAIXAS DE RENDA FAMILIAR IMPUTADA

Tabela 11

Proporção dos que dizem que “vai melhorar”, segundo a renda

Até R$ 301 a R$ 501 a R$ 1.001 a R$ 1.801

Em % Brasil R$ 300 R$ 500 R$ 1.000 R$ 1.800 ou mais

Sua capacidade de realizar grandes

investimentos: carro, casa ou trabalho 37 26 29 41 40 58 Sua capacidade de fazer compras

para o seu domicílio 40 31 38 41 42 47

Sua situação financeira em geral 44 32 45 46 45 52 Seu padrão de vida em geral 44 33 45 47 46 49

BASE 1.114 160 228 450 178 98

vens. Isto significa que a renda dos mais velhos tende a ser menor do que a renda dos mais jovens. O resultado é que, nas percepções, os mais velhos são me-nos otimistas quanto ao “vai melhorar” do que os mais jovens. Somente 23% de quem tem mais de 60 anos acha que vai melhorar a capacidade de fazer grandes investimentos. Esta proporção sobe para 45% entre os mais jovens. A diferença entre as proporções destes dois grupos de idade é cerca de duas vezes quando se trata da capacidade de fazer compras para o domicílio: 50% dos jovens de 16 a 24 dizem que vai melhorar e 26% das pessoas com mais de 60 anos afirmam o mesmo (Tabela 12).

FAIXA ETÁRIA

Tabela 12

Proporção dos que dizem que “vai melhorar”, segundo a idade

Em % Brasil 16 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 59 60 ou mais

Sua capacidade de realizar grandes

investimentos: carro, casa ou trabalho 37 45 38 39 34 23 Sua capacidade de fazer compras

para o seu domicílio 40 50 40 41 34 26

Sua situação financeira em geral 44 51 47 44 40 28 Seu padrão de vida em geral 44 54 46 47 39 26

BASE 1.200 307 272 243 221 157

Em % Brasil AB C DE

Sua capacidade de realizar grandes investimentos:

carro, casa ou trabalho 37 49 44 30

Sua capacidade de fazer compras para o seu domicílio 40 47 42 37 Sua situação financeira em geral 44 49 45 41

Seu padrão de vida em geral 44 47 48 41

Tabela 10

Proporção dos que dizem que “vai melhorar”,

segundo a classe social

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

(11)

A comparação entre a atual disposição dos brasileiros em gastar ou economizar é favorável a economizar. Na soma de “provavelmente sim” com “certamente sim”, 74% afirmam que vão economizar nos próximos 12 meses. Esta proporção é muito menor quando se pergunta sobre a intenção de aumentar gastos: apenas

39% (Tabela 13).

74%

dos brasileiros

pretendem economizar

nos próximos 12 meses

Tão importante quanto esta diferença são as diversidades regionais. Nordeste e Sudeste se aproximam e estão dentro da média nacional; no Sul a intenção de economizar é menor, 63%; e no Norte/Centro-Oeste é maior: 88% (Tabela 14). As classes sociais ou de consumo também são diferentes quanto à propensão a economizar. A classe AB fica dentro da média nacional. Enquanto no Brasil 74% declaram a propensão a aumentar as economias nos próximos 12 meses, na classe AB esta proporção é igual, 73% (dentro da margem de erro da pesquisa). Na classe C, a disposição de economizar é maior do que a média, 77%, e na clas-se DE é menor do que a média: 71% afirmam que provavelmente ou certamente aumentariam suas economias (Tabela 15).

É interessante sublinhar que os menos dispostos a economizar são os que têm a renda mais baixa (Tabela 16). Apenas 53% de quem recebe até R$ 300 declara que provavelmente ou certamente economizaria mais nos próximos 12 meses. Esta proporção é de 74% para quem recebe entre R$ 301 e R$ 500, 76% para aqueles que ganham entre R$ 501 e R$ 1.000 e também para os que recebem acima de R$ 1.800, e de 80% para quem ganha entre R$ 1.001 e R$ 1.800.

Tabela 13

Intenção de gastos/economias nos

próximos 12 meses

Em % Gastos Economias Certamente sim 13 34 Provavelmente sim 26 40 Provavelmente não 32 17 Certamente não 26 7 Não sabe 3 2 BASE 1.200 1.200

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

REGIÕES BRASILEIRAS

Tabela 14

Intenção de aumentar economias nos próximos 12 meses

segundo região do país

Norte /

Em % Brasil Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Certamente sim 34 36 30 26 51

Provavelmente sim 40 39 42 37 37

Provalmente sim + Certamente sim 74 74 72 63 88

Provavelmente não 17 14 19 23 12

Certamente não 7 11 7 9 -

Não sabe 2 1 2 6 -

BASE 1.200 323 528 186 163

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

Em % Brasil AB C DE

Certamente sim 34 28 39 32

Provavelmente sim 40 45 39 39

Provavelmente sim + Certamente sim 74 73 77 71

Provavelmente não 17 19 16 17

Certamente não 7 4 4 10

Não sabe 2 4 2 2

BASE 1.200 147 426 627

Tabela 15

Intenção de aumentar economias nos próximos

12 meses, segundo classe de consumo

CLASSE SOCIAL

(12)

As diferenças entre as faixas de renda acima de R$ 301 são pequenas. O que realmente chama a atenção é a grande distância entre elas e a base da pirâmi-de pirâmi-de renda.

Se a intenção de economizar é grande, o oposto acontece com a intenção de aumentar os gastos. Na soma das respostas “provavelmente” com as respostas “certamente”, 39% dos brasileiros estão dispostos a aumentar seus gastos nos próximos 12 meses (Tabela 17). Uma proporção praticamente duas vezes menor do que a relativa à intenção de aumentar as economias (Tabela 13).

39%

dos brasileiros

pretendem aumentar

seus gastos

No que se refere ao Nordeste e ao Sudeste, acontece o mesmo fenômeno quando são tratadas tanto as economias quanto os gastos. Nos dois casos, estas regiões ficam dentro da média nacional: 39% dos brasileiros afirmam que pretendem au-mentar os gastos nos próximos 12 meses; no Sudeste, 40%, e no Nordeste, 39%

(Tabela 18).

Os papéis se invertem quando são analisadas as demais regiões. Nos gastos, o Sul está acima da média e o Norte/Centro-Oeste abaixo, enquanto nas econo-mias ocorre o oposto. No Sul, 48% dos habitantes estão dispostos a aumen-tar seus gastos nos próximos 12 meses. Esta proporção é de apenas 28% para quem reside no Norte/Centro-Oeste.

Mais uma vez, nota-se que a dicotomia Bélgica versus Índia pode ter nuances. A classe de consumo AB tem mais propensão ao aumento de gastos, 54%, bem acima da média nacional. A classe C fica nove pontos percentuais abaixo, com 45%. Já na classe DE esta proporção é muito pequena, somente 32%. Isto deixa claro, comparativamente, que quando o que está em jogo são percepções e in-tenções, a classe C está mais próxima de AB do que da classe DE, ainda que, vale repetir, no que diz respeito à renda a classe C esteja mais próxima da classe DE

(Tabela 19). FAIXAS DE RENDA FAMILIAR

Tabela 16

Intenção de aumentar economias nos próximos

12 meses segundo a renda

Até R$ 301 a R$ 501 a R$ 1.001 a R$ 1.801 Em % Brasil R$ 300 R$ 500 R$ 1.000 R$ 1.800 ou mais

Certamente sim 34 20 28 39 39 31

Provavelmente sim 40 33 46 37 41 45

Provavelmente sim + Certamente sim 74 53 74 76 80 76

Provavelmente não 17 21 17 17 13 21

Certamente não 7 21 8 5 4 2

Não sabe 2 4 1 2 2 2

BASE 1.114 160 228 450 178 98

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

Nota: A base total desta tabela não soma 1.200 devido às recusas para declarar a faixa de renda familiar (86 recusas).

Tabela 17

Intenção de aumentar gastos nos

próximos 12 meses

Em % Total Certamente sim 13 Provavelmente sim 26 Provavelmente não 32 Certamente não 26 Não sabe 3 BASE 1.200

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

REGIÕES BRASILEIRAS

Tabela 18

Intenção de aumentar gastos nos próximos 12 meses,

segundo a região do país

Norte /

Em % Brasil Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Certamente sim 13 12 14 14 10

Provavelmente sim 26 27 26 34 18

Provavelmente + Certamente sim 39 39 40 48 28

Provavelmente não 32 25 33 32 43

Certamente não 26 35 24 14 24

Não sabe 3 1 3 6 4

BASE 1.200 323 528 186 163

(13)

A intenção de aumentar os gastos nos próximos 12 meses está relacionada com a renda. Apenas 25% de quem ganha até R$ 300 declaram que vão aumentar os gastos. Este percentual aumenta para 35% entre os que ganham entre R$ 301 e R$ 500, atinge o patamar de 42%, na faixa de renda intermediária, entre R$ 501 e R$ 1.000, e é de 47% nas duas faixas de renda mais elevadas (Tabela 20).

Até uma renda mensal de R$ 500, a intenção de aumentar gastos futuros está abaixo da média nacional. A partir de uma renda mensal maior do que R$ 500 ocorre o oposto: a propensão a aumentar os gastos é maior do que a média brasileira.

Os bens ou serviços líderes na intenção de compra são móveis, eletrodomésticos e lazer/viagem. Pouco mais de 30% dos brasileiros declaram a intenção de comprar móveis, a mesma proporção tem a intenção de adquirir eletrodomésticos e um gru-po um gru-pouco menor, 25%, afirma que irá gastar com viagens e lazer (Tabela 21).

31%

pretendem

comprar móveis e

eletrodomésticos

CLASSE SOCIAL Em % Brasil AB C DE Certamente sim 13 20 17 8 Provavelmente sim 26 34 28 24

Provavelmente sim + Certamente sim 39 54 45 32

Provavelmente não 32 29 32 33

Certamente não 26 14 22 31

Não sabe 3 2 2 4

BASE 1.200 147 426 627

Tabela 19

Intenção de aumentar gastos nos próximos 12

meses, segundo a classe social

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

FAIXAS DE RENDA FAMILIAR

Tabela 20

Intenção de aumentar gastos nos próximos

12 meses, segundo a renda

Até R$ 301 a R$ 501 a R$ 1.001 a R$ 1.801 Em % Brasil R$ 300 R$ 500 R$ 1.000 R$ 1.800 ou mais

Certamente sim 13 6 11 13 18 20

Provavelmente sim 26 19 24 29 29 27

Provavelmente sim + Certamente sim 39 25 35 42 47 47

Provavelmente não 32 30 36 34 29 30

Certamente não 26 40 25 23 22 21

Não sabe 3 4 4 2 2 3

BASE 1.114 160 228 450 178 98

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

Nota: A base total desta tabela não soma 1.200 devido às recusas para declarar a faixa de renda familiar (86 recusas).

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

Tabela 21

O que pretende comprar no próximo ano

Médias no Brasil Total (%)

Móveis 31 Eletrodomésticos 31 Lazer/viagem 25 TV, hi-fi e vídeo 17 Telefone celular 16 Carro 16 Decoração 14

Computador para casa 13

Ferramentas para trabalhos gerais do tipo

“faça-você-mesmo” (ex.: cortador de grama, furadeira) 13

Propriedades 10

Equipamentos esportivos

(ex.: bicicleta, prancha de windsurfe, patins etc.) 10

Moto 8

(14)

A proporção de quem afirma que certamente ou provavelmente vai comprar algum bem ou serviço varia muito segundo a região. No Norte/Centro-Oeste encontram-se os mais dispostos a comprar: na média de bens e serviços, este percentual é de 26%, bem acima da média nacional, de 17%. Nordeste e Sul ocupam as piores posições, com 13% e 12%, respectivamente, para este indicador. O Sudeste tem índice de 19% (Tabela 22).

No caso dos três itens que concentram as declarações de intenção de com-pra, os indicadores de Norte/Centro-Oeste puxam a média nacional para cima, enquanto a Região Sul puxa a média para baixo. O Sudeste e o Nordeste estão muito próximos da média quando se trata da intenção de comprar móveis e ele-trodomésticos. Em lazer/viagem o Sudeste contribui para aumentar a média e o Nordeste para diminuí-la.

A intenção de compra por classe de consumo ou social apresenta resultados previsíveis. Na média, a classe AB apresenta 26% das pessoas declarando que provavelmente ou certamente comprariam algum daqueles bens ou serviços

(Tabela 23). Na classe C, esta proporção é cinco pontos percentuais mais baixa. Na classe DE, ela cai nove pontos percentuais em relação à classe C. Trata-se de mais um indicador de intenção que aproxima a classe C das classes A e B. Em todos os itens de consumo a intenção de compra da classe C se aproxima mais da classe AB do que da classe DE, mesmo se a classe AB tende a ter uma intenção de compra maior.

REGIÕES BRASILEIRAS

Norte /

Em % Brasil Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Carro 16 8 21 15 20

Lazer/viagem 25 17 29 17 33

Moto 8 6 9 8 13

Ferramentas para trabalhos gerais do tipo

“faça-você-mesmo” 13 8 14 10 20

Móveis 31 29 33 20 42

Eletrodomésticos 31 27 32 18 51

TV, hi-fi e vídeo 17 13 18 11 30

Computador para casa 13 7 16 10 22

Telefone celular 16 14 17 12 26

Equipamentos esportivos

(ex.: bicicleta, prancha de windsurfe, patins etc.) 10 6 11 7 17

Propriedades 10 6 12 8 10

Decoração 14 13 14 7 24

Média 17 13 19 12 26

BASE 1.200 323 528 186 163

Tabela 22

O que pretende comprar no próximo ano, segundo a região

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

CLASSE SOCIAL Em % Brasil AB C DE Móveis 31 37 37 26 Eletrodomésticos 31 40 37 25 Lazer/viagem 25 50 32 14 TV, hi-fi e vídeo 17 23 20 14 Telefone celular 16 22 19 14 Carro 16 34 20 9 Decoração 14 24 17 10

Computador para casa 13 29 18 7

Ferramentas para trabalhos gerais do tipo “faça-você-mesmo”

(ex.: cortador de grama, furadeira) 13 16 16 9

Propriedades 10 13 10 9

Equipamentos esportivos

(ex.: bicicleta, prancha de windsurfe, patins etc.) 10 15 9 9

Moto 8 13 11 6

Médias 17 26 21 12

BASE 1.200 147 426 627

Tabela 23

O que pretende comprar no próximo ano, segundo

a classe social ou de consumo

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

A classe C busca

se aproximar dos

padrões de consumo

da classe AB

(15)

O que mais diferencia as classes AB e C é a intenção de consumir e gastar com lazer e viagens: 50% para AB e 32% para C, uma diferença de 18 pontos per-centuais. Na classe DE os itens que mais se destacam são eletrodomésticos e móveis, os únicos com mais de 25% de intenção de compra.

Por outro lado, é forte a correlação entre intenção de compra e renda. Para a faixa de renda mais baixa, naqueles que ganham até R$ 300, verifica-se a menor intenção de compra, 7% na média. O indicador de intenção de compra cresce na medida em que a renda aumenta: 13% para os que ganham entre R$ 301 e R$ 500; 18% para a faixa de renda seguinte; 23% para os que têm renda entre R$ 1.001 e R$ 1.800; e 25% para aqueles de renda mais elevada (Tabela 24). O destaque fica com móveis e eletrodomésticos para camadas de renda me-nores e lazer/viagem para camadas de renda acima de R$ 1.801. De fato, os dois itens de consumo que apresentam a maior diferença de intenção de compra entre a faixa de renda mais alta e a faixa de renda mais baixa são lazer/viagem e carro. A diferença é de 47 pontos percentuais em lazer/viagem e de 40 pontos percentuais para carro. Depois destes itens, vêm móveis e eletrodomésticos, com diferenciais de, respectivamente, 27 e 26 pontos percentuais.

FAIXAS DE RENDA FAMILIAR

Tabela 24

O que pretende comprar no próximo ano segundo a renda

(%)

Até R$301 a R$501 a R$1001 a R$1801 a Médias Brasil R$300 R$500 R$1000 R$1800 ou mais DIF

Móveis 31 14 30 33 36 41 27 Eletrodomésticos 31 16 27 34 36 42 26 Lazer/viagem 25 3 15 24 42 50 46 TV, hi-fi e vídeo 17 11 11 19 24 18 8 Telefone celular 16 8 15 17 20 19 10 Carro 16 2 9 15 24 42 40 Decoração 14 6 10 13 25 19 12

Computador para casa 13 2 6 13 30 16 14 Ferramentas para trabalhos gerais do tipo

“faça-você-mesmo” (ex.: cortador de grama, furadeira) 13 3 10 16 13 15 12

Propriedades 10 8 9 10 11 14 6

Equipamentos esportivos

(ex.: bicicleta, prancha de windsurfe, patins, etc) 10 4 9 10 9 10 6

Moto 8 4 4 9 11 13 9

Médias 17 7 13 18 23 25

FAIXAS DE RENDA FAMILIAR

Tabela 24

O que pretende comprar no próximo ano, segundo a renda

Até R$ 301 a R$ 501 a R$ 1.001 a R$ 1.801 Em % Brasil R$ 300 R$ 500 R$ 1.000 R$ 1.800 ou mais Móveis 31 14 30 33 36 41 Eletrodomésticos 31 16 27 34 36 42 Lazer/viagem 25 3 15 24 42 50 TV, hi-fi e vídeo 17 11 11 19 24 18 Telefone celular 16 8 15 17 20 19 Carro 16 2 9 15 24 42 Decoração 14 6 10 13 25 19

Computador para casa 13 2 6 13 30 16

Ferramentas para trabalhos gerais do tipo “faça-você-mesmo”

(ex.: cortador de grama, furadeira) 13 3 10 16 13 15

Propriedades 10 8 9 10 11 14

Equipamentos esportivos

(ex.: bicicleta, prancha de windsurfe, patins etc.) 10 4 9 10 9 10

Moto 8 4 4 9 11 13

Médias 17 7 13 18 23 25

BASE 1.114 160 228 450 178 98

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

Nota: A base total desta tabela não soma 1.200 devido às recusas para declarar a faixa de renda familiar (86 recusas).

50%

dos brasileiros que

ganham mais de

R$ 1.801 pretendem

gastar em lazer/viagem

(16)

Nem todos os mitos são derrubados, ainda que todos mereçam ser avaliados. É isso que ocorre quando se afirma que as famílias de baixa renda gastam mais do que têm. De fato, entre as famílias de classe DE os gastos mensais declarados são R$ 16,56 mais elevados do que é recebido. A classe DE vive no vermelho. A maior renda não-gasta ou renda disponível é, como esperado, da classe AB, R$ 631,79, seguida pela classe C, R$ 122,34 (Tabela 25).

Os gastos essenciais totalizam, no Brasil, R$ 512,59. A maior fatia de tais gastos é com supermercado, R$ 298,61. Em segundo lugar estão os gastos com ener-gia elétrica, que totalizam quase R$ 62. Depois vêm os gastos com remédios, aluguel, transporte coletivo, gás de cozinha, água e esgoto. Nacionalmente, para cada um destes itens, o gasto máximo é de R$ 34,79 , com remédios, e o mínimo de R$ 27,23, em água e esgoto (Tabela 26).

A variação é bem maior quando estes valores são computados apenas para as famílias que realmente os consomem. No caso de aluguel, para aqueles que não residem em um imóvel próprio, o valor médio pago é de aproximadamen-te R$ 200. Uma grande variação também ocorre em remédios: entre os que compram medicamentos, o valor mensal gasto é de pouco mais de R$ 75. Por outro lado, como gás de cozinha e água e esgoto são de consumo pratica-mente universal, há pouca diferença nos gastos quando se avalia a média de todas as famílias e a média das famílias que consomem estes itens. O mesmo é verdadeiro para gastos com supermercados.

É muito pequena ou negativa

a renda não-gasta ou disponível

das famílias de baixa renda

CLASSE SOCIAL

Em R$ Brasil AB C DE

Renda disponível (renda - gastos) 137,74 631,79 122,34 -16,56

BASE 1.200

Tabela 25

Renda não-gasta ou disponível total

e por classe de consumo

gastam mais

do que ganham?

é a renda disponível

da classe AB

(15% da população)

R$631,79

(17)

Quando se tratam de gastos essenciais, há muitos itens para os quais o gasto para toda a população é muito próximo do gasto somente daqueles que conso-mem o item. Já foi mostrado aqui que isso ocorre com despesas de supermerca-do, energia elétrica, gás de cozinha e água e esgoto. Nos gastos não-essenciais isso não ocorre. A diferença entre a média total para o Brasil e a média apenas para aqueles que gastam com o respectivo item tende a ser grande.

Entre gastos essenciais de R$ 512,59 para todas as famílias (Tabela 26) e os gas-tos não-essenciais de R$ 323,78 (Tabela 27),há uma diferença de R$ 188,81. Isto indica que aproximadamente 60% das despesas médias da população são com gastos imprescindíveis para a família e que aproximadamente 40% de seus gas-tos são com o restante de suas despesas (Tabela 27).

R$512,59

é o valor total dos gastos

essenciais no Brasil

A renda familiar média dos brasileiros é de aproximadamente R$ 970 (Tabela 28). A soma dos gastos essenciais (R$ 512,59) com os não-essenciais (R$ 323,78) é R$ 836,37. No fim do mês sobram, em média, R$ 137,74. Caso seja possível zerar os gastos não-essenciais, sobrariam da renda familiar, no fim do mês, em média, pouco mais de R$ 460.

A situação financeira da classe DE é bem pior do que das classes AB e C. Note-se que para a classe DE a renda familiar diminuída dos gastos essenciais resulta em uma renda não-gasta da ordem de R$ 135 (Tabela 29). Todavia, quando são adicio-nados os gastos não-essenciais, a classe DE passa a ficar devedora em pouco mais de R$ 16. Gastos não-essenciais podem ser reduzidos com maior facilidade do que os gastos essenciais, mas não podem ser eliminados.

Tabela 26

Gastos essenciais totais e apenas de quem gasta com o respectivo

item de consumo

(R$)

Gastos essenciais Base Total Base Respondentes

Despesas de supermercado

(alimentação, limpeza, higiene pessoal, padaria, açougue) 298,61 301,75

Energia elétrica 61,67 65,73 Remédios 34,79 75,38 Aluguel 31,85 204,30 Transporte coletivo 29,18 65,67 Gás de rua ou de botijão 28,54 32,64 Água e esgoto 27,23 31,32 Condomínio 0,72 47,99

Gasto total (essenciais) 512,59

-Base Total: médias remetem à população do Brasil

Base Respondentes: médias remetem apenas a quem teve gastos Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

Nota metodológica: não há indicação de “gasto total” para a coluna “Base Respondentes”, pois a base de parâmetro dos valores é diferente para cada item de consumo.

Tabela 27

Gastos não-essenciais totais e apenas de quem gasta

com o respectivo item de consumo

(R$)

Gastos não-essenciais Base Total Base Respondentes

Pagamento de Prestações/crediário 55,06 127,45

Vestuário homem, mulher ou criança (roupas, sapatos) 42,17 133,69

Telefone fixo 36,97 83,10

Educação (mensalidade escolar) 34,53 267,39

Combustível 33,70 140,84

Lazer (cinema, restaurante, casas noturnas, CDs, fitas etc.) 25,07 93,19

Outros gastos 23,12 219,33

Telefone celular (pré ou pós-pago) 16,14 37,76 Convênio médico / Plano de saúde 15,81 115,09

Cigarro 12,67 41,51

Empregada doméstica mensalista ou diarista 11,08 197,56 Prestação / financiamento do domicílio 7,54 125,99 Seguros (de vida, automóvel, casa) 5,71 90,62 Assinatura de TV a cabo, satélite, internet 3,04 59,98

Previdência privada 1,17 60,93

Gasto total (não-essencial) 323,78

-Base Total: médias remetem à população do Brasil

Base Respondentes: médias remetem apenas a quem teve gastos Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

Nota metodológica: não há indicação de “gasto total” para a coluna “Base Respondentes”, pois a base de parâmetro dos valores é diferente para cada item de consumo.

(18)

Um resultado muito importante diz respeito ao pagamento de prestações. No caso da classe AB, o valor médio da prestação entre os que tomam crédito é de R$ 203,94, o que corresponde a pouco mais de 8% da renda mensal de R$ 2.484,01. No caso da classe DE, o valor médio da prestação entre os que tomam crédito é de R$ 84,44, o que significa que esta classe compromete aproximadamente 15% de sua renda mensal com crediário. Na classe C, este comprometimento é de quase 14%, o que aproxima esta classe da classe DE (Tabela 29).

14%

do salário é quanto a

classe C compromete

com prestações de

crediário

As pessoas de renda familiar até R$ 300 também são as que mais sofrem com o orçamento deficitário. A renda negativa mensal deste segmento é de quase R$ 76, aproximadamente R$ 10 a mais do que o saldo negativo de quem recebe entre R$ 301 e R$ 500 (Tabela 30). Na faixa de renda seguinte, entre R$ 501 e R$ 1.000, o déficit mensal é menor: R$ 20,35.

Da mesma forma que acontece com as classes de consumo, a renda familiar também está correlacionada com o peso que as prestações têm no orçamen-to doméstico. Quanorçamen-to menor a renda, maior é a fatia do orçamenorçamen-to que está comprometida com crédito. Nas famílias que ganham até R$ 300, 22% da renda de R$ 249 é utilizada para pagar crediário. Esta proporção se reduz para 19% entre os que recebem de R$ 301 a R$ 500 por mês. Na faixa de renda média, entre R$ 501 e R$ 1.000, os R$ 116,43 gastos mensalmente com crediário prometem 15% da renda familiar. Na faixa de R$ 1.001 a R$ 1.800, este com-prometimento cai para 11% e para 7%, quando se passa para a faixa de renda superior (Tabela 30).

Em R$ Total AB C DE

Renda familiar 974,11 2.484,01 1.107,08 544,72 Gasto total (soma dos gastos) 836,37 1.852,23 984,74 561,28 Renda disponível (renda - gastos essenciais) 461,52 1.736,11 525,99 135,11 Renda disponível (renda - gastos) 137,74 631,79 122,34 -16,56 Pagamento de prestações/crediário (quem tem) 127,45 203,94 150,13 84,44

Tabela 29

Renda familiar, gastos totais e pagamento de prestações

por classe de consumo

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

FAIXAS DE RENDA FAMILIAR IMPUTADA

Tabela 30

Renda familiar, gastos totais e pagamento de prestações

por renda

Até R$ 301 a R$ 501 a R$ 1.001 a R$ 1.801 Médias Total (R$) R$ 300 R$ 500 R$ 1.000 R$ 1.800 ou mais

Renda familiar 974,11 249,06 395,87 774,08 1.478,70 3.514,98 Gasto total - soma dos gastos 836,37 324,93 462,11 794,43 1.320,65 2.146,81 Renda disponível

(renda - gasto essencial) 461,52 -2,71 36,55 242,78 758,69 2.655,02 Renda disponível

(renda - gasto total) 137,74 -75,87 -66,24 -20,35 158,06 1.368,18 Pagamento de prestações/

crediário (quem tem) 127,45 53,91 76,65 116,43 166,45 238,90 Pagamento de prestações/

crediário (Base Total) 55,06 13,05 30,58 52,58 94,97 121,77

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos Renda Familiar: é a soma da renda mensal de todos os membros do domicílio.

Renda disponível 1 (renda-gastos essenciais): é o saldo da renda familiar menos os gastos essenciais, ou seja, os gastos necessários para a sobrevivência da família. Renda disponível 2 (renda-gastos): é o saldo da renda familiar menos todas as despesas da família. É o cálculo do “o que sobra no final do mês”.

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

Tabela 28

Renda familiar, gastos essenciais, gastos

não-essenciais e renda

Em R$ Total

Renda familiar 974,11

Gastos essenciais 512,59

Gastos não-essenciais 323,78

Gasto total (gasto essencial + não-essencial) 836,37 Renda disponível 1 (renda - gasto essencial) 461,52

(19)

É uma regra do consumo no Brasil e no mundo que os produtos mais caros, quan-do comparaquan-dos com os mais baratos, tendem a ser compraquan-dos com mais fre-qüência a prazo. Daí o fato de computadores e móveis liderarem com 81% as menções de itens que seriam comprados por meio de crediário, ocupando o fim da mesma lista as ferramentas para trabalhos gerais e lazer/viagens (Tabela 31).

O que condiciona a decisão

de contrair uma prestação

é o valor do bem à vista

ou o valor da parcela?

Os motivos para

comprar a prazo

continuam

os mesmos?

apenas da população

compram os produtos

mais caros à vista

16%

Em % À vista Crediário Não sabe Total

Computador para casa 16 81 3 100

Móveis 18 81 1 100 TV, hi-fi e vídeo 20 79 1 100 Eletrodomésticos 21 78 1 100 Moto 22 78 0 100 Telefone celular 27 71 1 100 Carro 25 71 4 100 Equipamentos esportivos 30 68 2 100 Propriedades 29 68 3 100 Decoração 40 58 2 100

Ferramentas para trabalhos gerais do tipo “faça-você-mesmo” 45 53 2 100

Lazer/Viagem 64 33 3 100

Tabela 31

Forma de compra para diferentes itens de consumo

(20)

A intenção de compra à vista é maior nas Regiões Nordeste e Sul e menor no Norte/Centro-Oeste. A média nacional para todos os itens de consumo é de 30% (Tabela 32). Esta é a proporção de pessoas dispostas a comprar à vista no Brasil. Na Região Sul, esta média aumenta para 38%. Na Região Nordeste, vai para 37%. No Norte/Centro-Oeste, é de apenas 22%. Já a Região Sudeste pra-ticamente empata com a média nacional.

Na média de todos os itens, as classes C e DE têm maior propensão a comprar a prazo do que a classe AB. As duas classes mais baixas têm, respectivamente, 71% e 69% de pessoas dispostas a comprar a prazo (Tabela 33). Este indicador é aproxi-madamente dez pontos percentuais mais baixo quando se trata da classe AB.

É interessante notar que a propensão das classes C e DE em comprar a prazo se reflete na disposição que estes segmentos têm de fazer isto mesmo em relação a bens relativamente mais baratos, como equipamentos esportivos e ferramentas para trabalhos gerais. Por exemplo, na comparação entre as classes C e AB para estes dois itens de consumo há o maior diferencial de todos os itens da lista: 77% da classe C afirmam que têm intenção de comprar a prazo equipamentos espor-tivos, e apenas 47% de AB declaram o mesmo. Na classe C, 59% afirmam que pre-tendem comprar a prazo ferramentas de uso geral; esta proporção é de apenas 27% para a classe AB (Tabela 33).

REGIÕES BRASILEIRAS

Norte /

Em % Total Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Carro 25 44 24 21 17

Lazer/viagem 64 79 57 71 63

Moto 22 40 18 47 0

Ferramentas para trabalhos gerais do tipo “faça-você-mesmo”

(ex.: cortador de grama, furadeira) 45 52 43 42 44

Móveis 18 21 17 18 16

Eletrodomésticos 21 21 26 12 15

TV, hi-fi e vídeo 20 25 20 28 11

Computador para casa 16 22 15 12 15

Telefone celular 27 21 32 45 13

Equipamentos esportivos

(ex.: bicicleta, prancha de windsurfe, patins etc.) 30 34 30 59 13

Propriedades 29 45 26 20 33

Decoração 40 44 42 84 18

MÉDIAS 30 37 29 38 22

Tabela 32

O que pretende comprar à vista no próximo

ano, segundo a região

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

CLASSE SOCIAL

Em % Total AB C DE

Computador para casa 81 78 85 78

Móveis 81 81 83 79 TV, hi-fi e vídeo 79 67 79 84 Eletrodomésticos 78 73 80 78 Moto 78 72 74 85 Telefone celular 71 60 68 79 Carro 71 71 76 64 Equipamentos esportivos

(ex.: bicicleta, prancha de windsurfe, patins etc.) 68 47 77 69

Propriedades 68 62 73 66

Decoração 58 55 58 60

Ferramentas para trabalhos gerais do tipo

“faça-você-mesmo” (ex.: cortador de grama, furadeira) 53 27 59 55

Lazer/viagem 33 38 35 27

MÉDIAS 68 61 71 69

Tabela 33

Intenção de compra a prazo por classe social

(21)

Móveis e eletrodomésticos são dois dos cinco itens com maior intenção de com-pra a com-prazo. A análise de ambos mostra, mais uma vez, a maior propensão das pessoas de renda mais baixa para a compra a prazo: 84% das famílias que ga-nham até R$ 300 têm a intenção de comprar móveis a prazo, ao passo que este indicador é de 78% para quem ganha mais de R$ 1.800 (Tabela 34).

Até mesmo quando o assunto são propriedades, como uma casa ou um terreno, as pessoas de renda mais baixa, comparadas com as de renda mais elevada, preferem a compra a prazo.

84%

das famílias com

menor renda têm

intenção de comprar

móveis a prazo

Os itens comprados nos últimos 12 meses combinam utilidade corrente com preço mais baixo (Tabela 35). Roupas e calçados, os mais comprados, são de uso diário e têm um preço bem mais baixo do que microondas – que é útil, mas pode ser substituído por outros bens ou outras maneiras de cozinhar e esquentar alimentos. Um total de 65% da população adquiriu roupas e calçados no último ano. Esta proporção diminui muito no item jóias e perfumes, que ocupa a segun-da colocação, com 17%.

75%

das pessoas que

compraram TV, carro,

computador e geladeira

o fizeram a prazo (média)

FAIXAS DE RENDA FAMILIAR IMPUTADA

Tabela 34

Intenção de compra a prazo por renda

Até R$ 301 a R$ 501 a R$ 1.001 a R$ 1.801

Em % Total R$ 300 R$ 500 R$ 1.000 R$ 1.800 ou mais

Computador para casa 81 100 60 91 78 78

Móveis 81 84 73 87 77 78 TV, hi-fi e vídeo 79 69 86 79 74 77 Eletrodomésticos 78 75 71 83 76 69 Moto 78 100 81 82 70 56 Telefone celular 71 84 76 69 73 49 Carro 71 100 58 72 80 64 Equipamentos esportivos 68 85 78 68 70 26 Propriedades 68 60 51 80 84 48 Decoração 58 75 53 56 59 53

Ferramentas para trabalhos gerais do tipo

“faça-você-mesmo” 53 71 45 61 49 27

Lazer/viagem 33 72 22 35 31 30

MÉDIAS 68 81 63 72 68 55

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

Tabela 35

Quais dos itens foram comprados

nos últimos 12 meses

Em % Total

Roupas e calçados 65

Jóias e perfumes 17

CDs 17

DVD 12

Reformas / material de construção 11

Telefone celular 11 TV 10 Móveis 10 Livros 9 Outros eletrodomésticos 7 Viagens 6

Algum outro item 6

Fogão 5 Carro/moto 5 Geladeira 5 Computador 2 Microondas 1 Nenhum 18 BASE 1.000

(22)

Os bens mais caros são mais freqüentemente comprados a prazo do que os mais baratos. Assim, lideram a lista de bens comprados a prazo: microondas, móveis, TV, carro e moto, computador, fogão e geladeira. Na média para estes bens, 75% dos que os adquiriram o fizeram a prazo (Tabela 36).

Eles vêm seguidos dos bens com valores medianos: aparelho de DVD, eletrodo-mésticos, telefones celulares e material de construção e insumos para refor-mas. Na média, 60% os compraram a prazo nos últimos 12 meses. Por fim, os bens mais baratos são comprados mais à vista do que por meio de crediário.

Este é o caso de roupas e calçados, jóias e perfumes, livros, viagens e CDs. Na média, somente 19% de tais compras foram feitas a prazo.

De fato, as pessoas realmente preferem comprar a prazo quando se trata de pro-dutos mais caros e à vista quando eles são mais baratos. Uma geladeira, que custa em média R$ 1.200, seria comprada à vista por somente 16% da população (Tabela 37). No extremo oposto, uma compra de roupas que totalizasse R$ 100 seria comprada à vista por mais de metade da população: 54%. Um aparelho de telefone celular de R$ 300 fica na posição intermediária: 30% expressam a disposição de comprar à vista. Quanto mais caro o bem, maior a influência do valor da parcela do crediário. Note-se que uma geladeira de R$ 1.200 e uma TV de 29 polegadas de R$ 800 têm a compra mais condicionada ao “menor valor da parcela”, ao que a pessoa “pode pagar por mês”: 26% afirmam isto (Tabela 38). Esta proporção diminui para 24% no caso do telefone celular de R$ 300 e cai mais ainda, para 17%, quando se tratam de roupas no valor total de R$ 100.

26%

afirmam que, ao

comprar bens

caros, levam em

conta o menor

valor da parcela

Tabela 36

A compra foi realizada a prazo ou à vista

(%)

Bens À vista A prazo

Microondas 17 83 Móveis 21 79 TV 24 76 Carro / moto 25 75 Computador 29 71 Fogão 30 70 Geladeira 30 70

Bens mais caros 25 75

DVD 35 65

Outros eletrodomésticos 36 64

Algum outro item 38 62

Telefone celular 40 60

Reformas / material de construção 49 51

Bens com valores medianos 40 60

Roupas e calçados 57 43

Jóias e perfumes 78 22

Livros 86 14

Viagens 88 12

CDs 94 6

Bens com valores menores 81 19

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

Em % Parcelaria Compraria à vista Total

Geladeira, que custa em média R$ 1.200 84 16 100 TV 29 polegadas, que custa em média R$ 800 83 17 100 Telefone celular, que custa em média R$ 300 70 30 100

Roupas, em um total de R$ 100 46 54 100

BASE 1.000

Tabela 37

Compra a prazo, segundo o valor do produto

(23)

A variação oposta acontece na justificativa “valor total do bem”. Neste caso, os percentuais mais elevados são para os bens mais baratos. Para roupas, 44% di-zem que a compra é influenciada pelo valor total do bem; isto se reduz para 32% no caso do telefone celular de R$ 300. Geladeira e TV de 29 polegadas apresen-tam os menores percentuais, 27% e 26%, respectivamente.

A disposição de pagar à vista varia muito mais, segundo a renda, para os bens mais baratos. Um total de 23% das famílias com renda até R$ 300 deseja pagar à vista roupas que somem R$ 100; esta proporção atinge um máximo de 77% para a faixa de renda mais elevada, aqueles que recebem mais de R$ 1.800 (Gráfico 6). Há, portanto, uma diferença de 54 pontos percentuais entre estes dois segmentos.

Gráfico 6

Nos bens mais caros, esta distância é bem menor. Na renda mais baixa, até R$ 300, somente 8% das famílias têm a intenção de comprar à vista. O valor mais alto deste indicador é 23% para aqueles que recebem acima de R$ 1.800: uma diferença de apenas 15 pontos percentuais.

Assim, a combinação entre faixa de renda e valor do produto é de suma impor-tância para se compreender o comportamento de compra diante da disposição de comprar à vista ou a prazo.

Geladeira, que TV 29 polegadas, que Telefone celular, Roupas, custa em média custa em média que custa em média em um total

Em % R$ 1.200 R$ 800 R$ 300 de R$ 100 Média

Valor total do bem 27 26 32 44 32

Menor valor por parcela 26 26 24 17 23

Menor taxa de juros 22 21 20 15 20

Número maior de parcelas 12 11 10 8 10

Facilidade para conseguir crédito, sem

necessidade de garantias 9 9 6 6 7

Nenhum dos itens acima, mas outro 3 3 4 4 3

Atendimento 2 3 3 5 3

NR 0 0 0 1 0

total 100 100 100 100 100

Tabela 38

Fator que influencia a decisão de compra

(24)

Em uma comparação com 12 países europeus, o Brasil apresenta uma taxa de acesso à internet muito reduzida. Enquanto na Europa a taxa média é de 54%, no Brasil é de somente 24% (Tabela 39). A primeira proposição deste resultado, para alguns, é que a internet tem pouca ou nenhuma importância quando se trata de comércio.

Um mito que cai: em se tratando

de compras, no Brasil, a importância

da internet é pequena porque

poucos têm acesso a ela

internet no Brasil?

de pessoas no Brasil

têm acesso à internet

31 milhões

Tabela 39

Acesso à internet por país

(%)

Países Taxa de Acesso

Brasil 24 França 53 Espanha 57 Itália 60 Portugal 47 Bélgica 64 Alemanha 60 Reino Unido 64 Rússia 54 Rep. Tcheca 57 Hungria 35 Polônia 51 Eslováquia 49 Brasil 24 Europa 54

(25)

Tal conclusão pode ser um erro. O motivo é simples: 24% de 129 milhões, que é a população brasileira com mais de 16 anos de idade, representam 31 milhões de pessoas com acesso à internet. A população conectada do Brasil, portanto, é maior do que toda a população de vários países europeus. Bélgica e Portugal têm somente 10 milhões de habitantes. Espanha e Polônia têm um pouco mais de 31 milhões de habitantes, considerando toda a sua população e não somente os que estão acima de 16 anos. A Espanha tem em torno de 40 milhões de habitantes e a Polônia, cerca de 38 milhões.

Recado da análise: em que pese a pequena proporção da população bra-sileira que tem acesso à internet, o volume de pessoas é grande. Assim, a internet é importante e vale a pena investir na sua utilização quando se tratam de compras.

Tão importante quanto o volume de pessoas com acesso à internet, apro-ximadamente 31 milhões de brasileiros com mais de 16 anos, é a renda mé-dia deste grupo: mais de R$ 1.700 por mês. Além disso, a renda não-gasta deste grupo é maior do que R$ 400 por mês. Trata-se de um segmento de fundamental importância quando o assunto é consumo (Tabela 40).

Quando se pensa em acesso à internet, em particular quando voltado para compras, está-se pensando no acesso em casa. Porém, esta não é a única forma de entrar na rede mundial de computadores. As pessoas que usam a internet em casa têm renda familiar média mais elevada, cerca de R$ 2.400, do que as pessoas que têm acesso em outros lugares. Ainda assim, os que

R$ 1.772

é a renda média das pessoas

que acessam a internet

têm acesso no trabalho, na casa de parentes ou de amigos e em outros locais têm uma renda familiar média mensal em torno de R$ 1.000, podendo atingir um pouco mais de R$ 1.400 para aqueles que têm acesso no local de trabalho (Tabela 41). Dentre os quase 31 milhões de brasileiros adultos que têm acesso à internet, 33% deles pretendem utilizá-la como fonte de informação para compra. Isto corresponde a uma população de pouco mais de 10 milhões de pessoas – equi-valente à população total da Bélgica ou de Portugal – e com renda média acima de R$ 2.000 por mês. Adicionalmente, a renda disponível deste grupo é de quase R$ 500 (Tabela 42).

Tabela 40

Acesso à internet, segundo renda familiar média e renda disponível

(%) Renda Familiar Renda Disponível

Média (R$) Média (R$) População > 16

Não têm acesso à internet 76 722,66 35,02 98.448,985 Têm acesso à internet 24 1.771,52 463,23 30.713,863

BASE 1.200

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

Média Renda (%) Base

Familiar Média (R$)

Sim, em casa 2.405,68 11 128

Sim, no local de trabalho 1.466,75 7 88

Sim, em casa e no local de trabalho 1.301,60 4 43

Sim, na casa de parentes 1.052,69 4 51

Sim, na casa de amigos/conhecidos 990,67 5 54

Em outros locais 1.110,25 8 99

Não 722,66 76 915

Total 974,11 - 1.200

Tabela 41

Forma de acesso à internet e renda familiar média

Tabela 42

Propensão a utilizar a internet como fonte

de informação para compra

(%) Renda Disponível Renda Familiar

Média (R$) Imputada (R$) População > 16

Não pretende usar a internet

como fonte de informação para compra 67 178,61 1.200 20.618.946 Pretende usar a internet como fonte de informação

para a próxima compra de pelo menos um produto 33 1.041,10 2.930,54 10.094.917

MÉDIAS 463,23 1.771,52

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% por causa de respostas múltiplas (acesso à internet em mais de um local) e por não terem sido usadas casas decimais.

(26)

O Brasil tem um grande volume de pessoas quando se trata de utilização da internet e também no que se refere à disposição de obter informações para compras. Em termos proporcionais, no entanto, está bem abaixo dos países eu-ropeus (Tabela 43). Isto indica que há muito terreno para crescer. É de se esperar que as proporções de utilização no Brasil aumentem até os níveis dos países europeus, ainda que este crescimento seja lento.

Na Europa, 33% em média têm a intenção de utilizar a internet para obter infor-mações de compras de produtos de lazer ou viagem. No Brasil, esta proporção é de 6%. Trata-se do maior diferencial entre Brasil e Europa neste indicador. A menor distância é no item comida: a Europa pontua 6% e o Brasil 3% (Gráfico 7). Mais de 5 milhões de brasileiros – o equivalente à metade de toda a população belga ou portuguesa – já fizeram compras pela internet. Igualmente relevante, a renda familiar média destes compradores é de aproximadamente R$ 4.000 e a renda disponível é um pouco maior que R$ 1.800 (Tabela 44). É um mercado con-sumidor de grande importância.

Gráfico 7

BRA FRA ESP ITA POR BEL ALE GB RUS RTC HUN POL SLO

Eletrodomésticos, TV, hi-fi ou vídeo 7 16 16 17 16 23 31 32 31 31 21 19 24 Ferramentas do tipo “faça-você-mesmo” 5 9 12 11 8 14 17 20 23 16 14 14 15 Móveis 5 9 14 10 8 17 14 24 24 18 16 14 20 Carros novos 4 10 17 14 11 25 23 24 21 25 18 18 19 Lazer/viagem 6 31 33 32 18 47 34 55 29 35 22 29 26 Produtos culturais (livros, CDs e videogames) 7 26 25 23 18 32 28 37 22 32 20 28 23 Comida 3 5 9 5 4 4 4 10 8 5 5 6 7 Produtos financeiros

(crédito, investimentos etc.) 4 8 15 12 7 17 12 25 17 20 15 20 16

Tabela 43

Intenção de usar a internet para obter informações

para compra, segundo o item de compra e por país

(%)

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos / L’Observateur Cetelem França

Tabela 44

Compras efetivas pela internet, renda disponível

e renda média

(%) Renda Disponível Renda Familiar

Média (R$) Imputada (R$) População > 16

Nunca comprou nada via internet 84 159,83 1.248,97 25.648,666 Já comprou algo via internet 16 1.827,61 4.013,28 5.065,197

MÉDIAS 463,23 1.771,52

Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos

Nota: Base - pessoas que acessam a internet

R$ 4.013

é a renda média de

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