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PROJECTO DE GRAFITE DE BALAMA DA SYRAH RESOURCES MOÇAMBIQUE RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE RESÍDUOS E EFLUENTES

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PROJECTO DE GRAFITE DE BALAMA DA SYRAH RESOURCES

MOÇAMBIQUE

FINAL

WASTE AND WASTEWATER ASSESSMENT REPORT

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE RESÍDUOS E EFLUENTES

ELABORADO POR PREPARADO PARA

Coastal & Environmental Services P.O. Box 934

67 African Street Grahamstown, 6140

África do Sul

Syrah Resources Limited 356 Collins Street

Melbourne 3000 Austrália

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Novembro de 2013

Este Relatório deve ser citado da seguinte forma: CES. Novembro de 2013. Avaliação Final de Especialidade de Resíduos e Efluentes para o Projecto de Grafite de Balama da Syrah Resources, Moçambique. Coastal & Environmental Services: Grahamstown.

INFORMAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS

Este documento contém propriedade intelectual e informações proprietárias protegidas por direitos autorais a favor da Coastal & Environmental Services. O documento não

pode, portanto, ser reproduzido, usado ou distribuído a terceiros sem o prévio consentimento por escrito da Coastal & Environmental Services. Este documento é elaborado exclusivamente para a apresentação à Syrah Resources (Pty) Ltd, e está sujeito a todos os segredos de confidencialidade, direitos autorais e comerciais, as regras

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Efluentes para o Projecto de Grafite de Balama da Syrah Resources, Moçambique - Novembro de 2013

Rastreamento da Revisão do Relatório da CES

Título do Documento RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE RESÍDUOS E EFLUENTES para

o Projecto de Grafite de Balama, Moçambique.

endereço

Cliente Name &

Syrah Resources Limited 356 Collins Street Melbourne 3000 Australia

Referência do Documento CES/2013/160

Estado Final

Data de Emissão November, 2013

Autor Líder Dr Eric Igbinigie

e.igbinigie@cesnet.co.za

Revisor Dr Kevin Whittington-Jones

k.whittington-jones@cesnet.co.za Aprovação do líder ou consultor de Avaliação Ambiental registado Dr Kevin Whittington-Jones k.whittington-jones@cesnet.co.za

Distribuição do Relatório Circulado a No de cópias

Impressas

No de cópias electrónicas

Coastal & Environmental Services

Grahamstown 67 African Street Grahamstown 6039 P.O. Box. 934 South Africa Tel: +27 46 622 2364/7 Fax: +27 46 622 6564 Info@cesnet.co.za www.cesnet.co.za

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Novembro de 2013

DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA

Eu, ERIC IGBINIGIE, PhD declaro que sou um consultor independente e não tenho nenhum negócio, interesse financeiro, pessoal ou outro no projecto proposto, em aplicação ou recurso em relação ao qual fui nomeado diferente de remuneração justa pelo trabalho realizado em conexão com a actividade, aplicativo ou recurso. Não há circunstâncias que comprometem a objectividade da minha execução nesta obra.

ASSINATURA:

Eu, KEVIN WHITTINGTON-JONES, PhD declaro que sou um consultor independente e não tenho nenhum negócio, interesse financeiro, pessoal ou outro no projecto proposto, em aplicação ou recurso em relação ao qual fui nomeado diferente de remuneração justa pelo trabalho realizado em conexão com a actividade, aplicativo ou recurso. Não há circunstâncias que comprometem a objectividade da minha execução nesta obra.

ASSINATURA:

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Efluentes para o Projecto de Grafite de Balama da Syrah Resources, Moçambique - Novembro de 2013

RESUMO EXECUTIVO

Informações de base do Projecto

A Coastal and Environmental Services (CES) foi contratada pela Syrah Resources Ltd. para preparar um relatório de avaliação da gestão de resíduos para a mina de Grafite da Syrah Resources proposta para ser construída e operar a 30 km2 (3.000 hectares) de terra na Província de Cabo Delgado, no Distrito de Balama, no norte de Moçambique. O local proposto está a aproximadamente 7 km de distância da Vila de Balama e 265 km por estrada a oeste da cidade portuária de Pemba, um porto de carga de águas profundas, que é o terceiro maior porto em Moçambique. A Syrah Resources Ltd detém actualmente uma 106 km² (106.000 hectares) de licença de prospecção na província de Cabo Delgado, no Distrito.

De forma a avaliar significância provável dos impactos associados à gestão de fluxos de resíduos a partir do desenvolvimento proposto e fazer recomendações sobre a gestão destes fluxos de resíduos, foi necessário considerar o contexto biofísico do projecto, bem como o actual quadro jurídico e da capacidade institucional relativos à gestão de resíduos em Moçambique e, à medida do possível, a área do projecto.

Termos de Referência

O objectivo deste estudo foi avaliar os potenciais impactos ambientais e recomendar estratégias de gestão adequadas para os vários fluxos de resíduos sólidos e líquidos que possam ser associados a proposta da mina de Grafite da Syrah. Os Termos de Referência específicos incluíram:

a) Compilar um inventário (identificar, descrever e, quando possível, quantificar) dos vários fluxos de resíduos a serem gerados pelo projecto. Isto não inclui a análise de amostras de resíduos sólidos.

b) Descrever suscintamente os processos que deram origem aos fluxos de resíduos e os volumes previstos e tonelagens de fluxos de resíduos.

c) Identificar e descrever os possíveis impactos de quaisquer resíduos sólidos e líquidos sobre a qualidade das águas superficiais e subterrâneas.

d) Providenciar recomendações sobre as opções mais viáveis para a eliminação de resíduos sólidos e líquidos.

e) Descrever a natureza dos resíduos perigosos susceptíveis de serem associados ao projecto, com especial atenção a qualquer material que possa ser considerado radioactivo, e fazer recomendações para a eliminação e/ou reciclagem desses materiais.

f) Relacionar os níveis de todos os resíduos potencialmente tóxicos para reconhecer os padrões internacionais, e assegurar que qualquer estratégia de gestão de resíduos está em linha com esses padrões.

Pressupostos e Limitações

Grande parte das informações sobre o desenvolvimento proposto e os dados quantitativos relativos a fluxos de resíduos em que este relatório foi baseado foi fornecida pelo cliente. Apesar de todos os esforços feitos para verificar a informação, assumiu-se que era correcta e válida.

Devido à localização remota do local da mina, resíduos em geral (não perigosos) no desenvolvimento provavelmente serão descartados em um novo local de aterro geral que será construído na área. O tamanho e a localização desta instalação são actualmente desconhecidos. O escopo deste relatório não inclui impactos ou orientação relacionadas com a concepção, construção e operação do aterro sanitário ou o pedido de licença (s) que possa ser necessária para operar o aterro sanitário. Principais impactos associados com o estabelecimento de um novo aterro sanitário, dentro ou fora do limite do projecto são prováveis que se refiram principalmente aos recursos hídricos e qualidade do ar, mas não são avaliados neste relatório.

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Novembro de 2013

 A equipe de especialistas não visitou o local do projecto proposto. Como tal, todas as informações específicas do projecto foram baseadas em informações fornecidas pelo cliente e foram assumidas como verdadeiras.

 As estimativas foram fornecidas em quantidades previstas de resíduos de processos e fluxos de efluentes.

 Os impactos na qualidade do ar associados com a proposta da mina não são cobertos, mas avaliados em um relatório de especialidade de qualidade do ar separado.

 O estudo assume que o transporte do produto para o porto (incluindo o transporte rodoviário, armazenamento e carregamento do navio no porto e exigência de envio) será contratado a terceiros.

Abordagem

Antes da avaliação dos prováveis impactos ambientais associados à gestão dos vários fluxos de resíduos, era necessário entender o contexto da operação. Isto incluiu uma revisão do contexto bio-físico e social, a capacidade institucional, estrutura legal e infra-estrutura de gestão de resíduos. Legislação chave e acordos e padrões internacionais relevantes à gestão de resíduos para o desenvolvimento da mineração da Syrah incluíram os seguintes documentos:

 Constituição da República de Moçambique (2004)

 Lei do Ambiente (Lei 20/97) (1997)

 Programa Nacional de Gestão Ambiental (1995)

 Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e Emissão de Efluentes Decreto n º 18/2004 alterado pelo Decreto n º67/2010

 Regulamento sobre o processo de AIA, Decreto n º 45/2004 alterado pelo Decreto n º42/2008

 Regulamento sobre o processo de Auditoria Ambiental, do Decreto n º 32/2003

 Regulamento de Gestão de Resíduos, Decreto n º 13/2006

 Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Bio-Médicos, Decreto No 8/2003

 Convenção de Estocolmo (aderida a 23 de Maio de 2001)

 Convenção de Basileia (aderida a 13 de Março de 1997)

 Convenção de Bamako (aderida no dia 5 de Fevereiro de 1999)

 Directrizes do Banco Africano de Desenvolvimento para Mineração (1995)

 Padrões de Desempenho da IFC sobre Sustentabilidade Ambiental e Social (2012)

 Directrizes Gerais do IFC (2007) de Ambiente, Saúde e Segurança

 Directrizes do IFC (2007) de EHS para Mineração

Informações sobre o processo, volumes de resíduos esperados e propriedades dos resíduos foram obtidas directamente do cliente. Informações adicionais foram obtidas a partir de fontes de referência relevantes. A abordagem de avaliação de ciclo de vida com uma abrangência espacial limitada foi usada para identificar todos os fluxos de resíduos-chave associados ao projecto proposto. A avaliação abrangeu os fluxos de resíduos durante as fases de construção, operação e decomissionamento, mas excluindo o transporte do produto até o porto de Pemba e todas as actividades portuárias relacionadas.

Para efeitos do presente relatório, os fluxos de resíduos gerados durante a fase de operação foram definidos tanto como resíduos do processo ou resíduos não processuais. O anterior pode ser definido como qualquer resíduo líquido ou sólido gerado directamente como um resultado do processo de núcleo, enquanto resíduos não processuais referem-se os resíduos que são gerados a partir de operações ou serviços auxiliares. É provável que resíduos do processo e não processuais correntes possam incluir ambos os resíduos (não perigosos) perigosos e gerais.

A metodologia padronizada de avaliação de impacto foi aplicada para avaliar a significância, tanto positiva quanto negativa, associada à gestão de fluxos de resíduos a partir do desenvolvimento proposto.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Efluentes para o Projecto de Grafite de Balama da Syrah Resources, Moçambique - Novembro de 2013

Resultados e conclusões

Uma revisão de documentos de legislação e políticas relevantes sugeriu que a gestão de resíduos em Moçambique ainda está em sua infância. Falta infraestrutura de gestão de resíduos para a gestão segura de resíduos na Província de Cabo Delgado, e, como tal, o desenvolvedor deve empregar medidas para gerir eficazmente os resíduos gerados a partir do projecto, de modo a não contribuir para uma pobre gestão de resíduos.

Um total de 15 impactos foram identificados e, destes, com mitigação, 11 foram considerados como sendo de significância negativa BAIXA e três de significância negativa MODERADA. Um impacto foi considerado benéfico e de significância moderada com mitigação. No entanto, devido ao potencial de natureza de longo prazo dos impactos relacionados com os resíduos, é essencial que o desenvolvedor adira às exigências legislativas nacionais e as melhores práticas internacionais no que diz respeito a gestão de todos os fluxos de resíduos. Embora uma série de medidas específicas de mitigação foram incluídas no documento, mais orientações detalhadas sobre a gestão de fluxos de resíduos chave são fornecidas nos documentos mencionados neste relatório.

Um resumo dos vários impactos relacionados com os resíduos associados ao projecto de Grafite da Syrah Resources proposto é apresentado abaixo.

Sem mitigação Com mitigação

Escala temporal

Escala

espacial Certeza Gravidade Significância Gravidade Significância QUESTÃO 1: Eliminação de resíduos de rochas e rejeitos

Impacto 1.1: Saúde e segurança dos trabalhadores e das comunidades locais

Longo prazo Localizado Pode

ocorrer Elevado ELEVADA Ligeiro BAIXA

QUESTÃO 2: Derramamento do Minério Bruto Impacto 2.1: Perturbação de funções ecológicas

Longo prazo Localizado Pode

ocorrer Moderado MODERADA Ligeiro BAIXA

QUESTÃO 3: Armazenamento de água na Lagoa da Água do Processo Impacto 3.1: Poluição do solo e recursos hídricos

Sem mitigação Com mitigação

Escala temporal

Escala

espacial Certeza Gravidade Significância Gravidade Significância

Médio prazo Localizado Pouco

provável Muito grave MODERADA Muito grave BAIXA

Impacto 3.2: Risco para a saúde e segurança dos trabalhadores

Sem mitigação Com mitigação

Médio prazo Localizado Pouco

provável Grave ELEVADA Ligeiro BAIXA

QUESTÃO 4: Eliminação de substâncias químicas potencialmente perigosas Impacto 4.1: Risco para a saúde e segurança dos trabalhadores

Longo prazo Localizado Pode

ocorrer Grave

MUITO

ELEVADA Ligeiro MODERADA Impacto 4.2: Poluição dos recursos hídricos e solo

Longo prazo Localizado Pode

ocorrer Grave

MUITO

ELEVADA Ligeiro MODERADA QUESTÃO 5: Gestão de resíduos gerais de não processo e perigosos (Todas as fases)

Impacto 5.1: Poluição do solo e da água

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Novembro de 2013

Sem mitigação Com mitigação

Escala temporal

Escala

espacial Certeza Gravidade Significância Gravidade Significância

Longo prazo Área de

estudo Provável

Moderadamente

grave MODERADA Ligeiro BAIXA

Resíduos perigosos

Permanente Distrito Provável Muito grave MUITO

ELEVADA Moderado MODERADA Impacto 5.2: Impacto de incômodo (produção de odores, impacto visual e atracção de pragas e vermes) Longo prazo Distrito Provável Moderadamente

grave MODERADA Ligeiro BAIXA

QUESTÃO 6: Eliminação de águas residuais domésticas e lama de esgoto (Todas as fases) Impacto 6.1: Poluição do solo e da água

Longo prazo Área de

estudo Provável

Moderadamente

grave MODERADA Ligeiro BAIXA

Impacto 6.2: Impactos na saúde dos trabalhadores e comunidades

Longo prazo Distrito Provável Grave MODERADA Ligeiro BAIXA

Impacto 6.3: Impactos de incômodo (odor e moscas) Curto prazo Área de

estudo Provável

Moderadamente

grave MODERADA Ligeiro BAIXA

QUESTÃO 7: Descarte de escoamento de água/ águas pluviais Impacto 7.1: Poluição do solo e da água

Longo prazo Área de

estudo Possível

Moderadamente

grave MODERADA Ligeiro BAIXA

QUESTÃO 8: Perfis regionais de resíduos e conscientização da comunidade Impacto 8.1: Conhecimento local de práticas de gestão de resíduos

Permanente Distrito Definitivo Ligeiramente

benéfico BAIXA (+va) Benéfico

MODERADA (+va) Impacto 8.2: Mudança de perfis de resíduos nas comunidades locais

Permanente Distrito Definitivo Ligeiramente

benéfico MODERADA Ligeiro BAIXA

Recomendações

Recomenda-se que todos os fluxos de resíduos devem ser geridos de acordo com a hierarquia de gestão de resíduos e de acordo com o Decreto 13/2006, de 15 de Julho: Regulamento de Gestão de Resíduos. Este especifica que, sempre que possível, a produção de resíduos deve ser evitada ou minimizada na fonte. Onde a prevenção ou a minimização já não é possível, os resíduos deverão ser reutilizados, reciclados e, em seguida, eliminados de forma responsável, de modo a minimizar o impacto no meio ambiente. Mais orientações sobre a gestão de fluxos de resíduos são fornecidas nas Directrizes Gerais de EHS da IFC (2007) e as Directrizes de EHS do IFC para Mineração (2007). No caso em que não existem normas nacionais disponíveis, o proponente deve cumprir as normas reconhecidas internacionalmente desenvolvidas por organizações internacionais, como o IFC. No caso em que há diversos padrões disponíveis para uso, o proponente deve apresentar uma justificação para a escolha de uso, além do uso dos mais rigorosos

Devido à situação local de acordo com a localização remota do local do projecto e legislação relevante, é recomendável que o proponente estabeleça uma unidade de eliminação de resíduos não perigosos no local. Além disso, opções práticas terão de ser consideradas para a gestão e eliminação de resíduos perigosos. Estas seriam, quer desenvolver uma célula dedicada de resíduos perigosos e especialmente concebida dentro do novo aterro no local ou, em alternativa, a construção de uma instalação delimitada segura para o armazenamento temporário de resíduos perigosos no

(9)

Avaliação de Especialidade de Resíduos e Efluentes para o Projecto de Grafite de Balama da Syrah Resources, Moçambique - Novembro de 2013

TABELA DE CONTEÚDOS

DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA ... III RESUMO EXECUTIVO... IV TABELA DE CONTEÚDOS ... VIII LISTA DE FIGURAS ... IX LISTA DE TABELAS ... IX ABREVIATURAS ... X 1 INTRODUÇÃO ... 1 1.1 Informações do Projecto ... 1 1.2 Termos de referência ... 1

1.3 Pressupostos e informações disponíveis ... 1

1.4 Estrutura do relatório ... 2

1.5 Equipe de estudo... 2

2 DESCRIÇÃO DO PROJECTO ... 3

2.1 Introdução ... 3

2.2 Contexto do projecto ... 3

2.3 Visão geral do projecto ... 4

2.3.1 Descrição do processo ... 6

2.3.2 Instalações Auxiliares (Não-processo) ... 8

3 VISÃO GERAL DE GESTÃO DE RESÍDUOS EM MOÇAMBIQUE ... 9

3.1 Introdução ... 9

3.2 Definição de resíduos ... 9

3.3 Quadro institucional ... 10

3.4 Legislação Nacional Ambiental, Políticas e Normas Relevantes ... 12

3.4.1 A Constituição da República de Moçambique (2004) ... 13

3.4.2 Lei do Ambiente (Lei 20/97), de 1 de Outubro 1997 ... 13

3.4.3 Programa Nacional de Gestão Ambiental (PNGA), 1995 ... 14

3.4.4 Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes Decreto Nº 18/2004 de 02 de Junho de 2004 ... 14

3.4.5 Regulamento sobre o processo de Avaliação de Impacto Ambiental Decreto Nº 45/2004 15 3.4.6 Regulamento sobre o processo de Auditoria Ambiental do Decreto Nº 32/2003 de 12 de Agosto 15 3.4.7 Regulamento de Gestão de Resíduos do Decreto Nº 13/2006 de 15 de Junho ... 15

3.4.8 Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Bio-Médicos Decreto Nº 8/2003 de 18 de Fevereiro ... 16

3.5 Directrizes e Padrões Internacionais Relevantes ... 16

3.5.1 Convenção de Basileia ... 16

3.5.2 Convenção de Bamako ... 17

3.5.3 Directrizes do Banco Africano de Desenvolvimento para Projectos de Mineração (1995) 18 3.5.4 Padrões de Desempenho do IFC sobre Sustentabilidade Ambiental e Social (2012) ... 18

3.5.5 Directrizes Gerais de Ambiente, Saúde e Segurança do IFC (2007) ... 19

3.5.6 Directrizes de EHS do IFC para Mineração (2007) ... 19

3.6 Infraestrutura de Gestão de Resíduos em Moçambique ... 20

4 METODOLOGIA ... 21

4.1 Introdução ... 21

4.1.1 Metodologia de caracterização de resíduos ... 21

5 CLASSIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS... 23

5.1 Introdução ... 23

5.2 Fase de construção ... 23

5.2.1 Vegetação ... 23

5.2.2 Resíduos sólidos ... 23

5.2.3 Esgoto e água de lavagem ... 24

5.2.4 Águas pluviais ... 25

(10)

Novembro de 2013

5.3.1 Resíduos do processo ... 26

5.3.2 Resíduos do não-processo ... 27

5.4 Fase de Decomissionamento ... 30

6 AVALIAÇÃO DOS POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS ... 32

6.1 Introdução ... 32

6.2 Impactos associados com resíduos do processo ... 32

6.2.1 Questão 1: Eliminação de resíduos de rochas e rejeitos ... 32

6.2.2 Questão 3: Armazenamento de Água na Lagoa da Água do Processo... 33

6.2.3 Questão 4: Eliminação de substâncias químicas potencialmente perigosas ... 35

6.3 Impactos associados aos resíduos não processuais ... 36

6.3.1 Questão 5: Gestão de resíduos gerais de não processo e perigosos (Construção, Operação e Decomissionamento) ... 37

6.3.2 Questão 6: Eliminação de águas residuais domésticas e lama de esgoto (Construção, Operação e Decomissionamento) ... 40

6.3.3 Questão 7: Descarte de escoamento de água/ águas pluviais ... 42

6.4 Impactos cumulativos ... 44

6.4.1 Questão 8: Perfis regionais de resíduos e conscientização da comunidade ... 44

7 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ... 46

REFERÊNCIAS ... 49

APÊNDICE A: PADRÕES DE EFLUENTE SANITÁRIO ... 50

APÊNDICE B: PADRÕES DE EFLUENTE DE MINAS ... 51

APÊNDICE C: PADRÃO DO SOLO ... 53

APÊNDICE D: ESCALAS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO DA CES ... 54

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1: Mapa de Localização indicando a posição da área da Mina de Grafite de Balama proposta ... 5

Figura 2.2: Proposta de diagrama de fluxo de processo para a planta de Grafite de Balama (Metallicon, 2013). 7 Figura 4.1: Diferenciação dos fluxos de resíduos associados a um desenvolvimento industrial genérico ...21

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.3: Secções de Direito do Ambiente de Moçambique que têm relevância para a gestão de resíduos dentro do país...13

Tabela 5.1: Resumo dos fluxos de resíduos sólidos e líquidos esperados associados com a fase de construção do projecto de Grafite da Syrah Resources ...25

Tabela 5.2: Resíduos perigosos típicos do não-processo (sólidos e líquidos) susceptíveis de serem produzidos durante a fase operacional de um desenvolvimento industrial genérico ...28

Tabela 5.3: Resumo os fluxos de resíduos sólidos e líquidos do não-processo associados à fase operacional do projecto de Grafite da Syrah Resources. ...30

Tabela 7.1: Resumo dos vários impactos relacionados com os resíduos associados ao projecto de Grafite da Syrah Resources. ...46

(11)

Avaliação de Especialidade de Resíduos e Efluentes para o Projecto de Grafite de Balama da Syrah Resources, Moçambique - Novembro de 2013

ABREVIATURAS

ACRÓNIMO SIGNIFICADO

AfDB Banco Africano de Desenvolvimento AIA Avaliação de Impacto Ambiental

AIASS Avaliação de Impacto Ambiental, Social e de Saúde BPEO Melhor opção ambiental praticável

CES Coastal & Environmental Services

DPCAs Direcções Provinciais para a Coordenação da Acção Ambiental EHS Ambiente, Saúde e Segurança

FAO Organização para a Alimentação e Agricultura GIIP Boa Prática Indústria Internacional

ICRC Comitê Internacional da Cruz Vermelha IFC Corporação Financeira Internacional IMO Organização Marítima Internacional KPI Indicadores Chave de Desempenho

LA Lei do Ambiente

LC Convenção de Londres

MICOA Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental MSDS Fichas de Dados de Segurança do Material

NEMP Programa Nacional de Gestão Ambiental

PS Padrões de Desempenho

REIA Relatório de Impacto Ambiental

SPDI Serviços Distritais de Planeamento de Infraestrutura

tpa Toneladas por ano

TSF Instalação de Armazenamento de Rejeitos VIP Poço melhorado entilado

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Novembro de 2013

1

INTRODUÇÃO

1.1

Informações do Projecto

A Coastal and Environmental Services (CES) foi contratada pela Syrah Resources Ltd. para preparar um relatório de avaliação da gestão de resíduos para a mina de Grafite da Syrah Resources proposta a ser construída e operar a 30 km2 (3.000 hectares) de terra na Província de Cabo Delgado, no Distrito de Balama, no norte de Moçambique. O local proposto está a aproximadamente 7 km de distância da Vila de Balama e 265 km por estrada a oeste da cidade portuária de Pemba, um porto de carga de águas profundas, que é o terceiro maior porto em Moçambique. A Syrah Resources Ltd detém actualmente uma 106 km² (106.000 hectares) de concessão de prospecção na província de Cabo Delgado, no Distrito.

A Coastal & Environmental Services (CES) foi contratada para preparar um relatório de avaliação da gestão de resíduos para o projecto de Grafite da Syrah Resources proposto.

1.2

Termos de referência

A Avaliação da Gestão de Resíduos é necessária para satisfazer as exigências dos Padrões de Desempenho (PD) 3 da Corporação Financeira Internacional (IFC). Esta incidirá sobre os impactos ambientais que possam surgir a partir do manuseio, armazenamento e descarte de resíduos sólidos e líquidos da mineração e actividades de processamento mineral e instalações auxiliares, excluindo o transporte do produto até ao porto e todas as actividades portuárias relacionadas, tais como armazenamento e carregamento do produto. Os termos de referência específicos são os seguintes:

a) Compilar um inventário (identificar, descrever e, quando possível, quantificar) dos vários fluxos de resíduos a serem gerados pelo projecto. Isto não inclui a análise de amostras de resíduos sólidos.

b) Descrever suscintamente os processos que deram origem aos fluxos de resíduos e os volumes previstos e tonelagens de fluxos de resíduos.

c) Identificar e descrever os possíveis impactos de quaisquer resíduos sólidos e líquidos sobre a qualidade das águas superficiais e subterrâneas.

d) Providenciar recomendações sobre as opções mais viáveis para a eliminação de resíduos sólidos e líquidos.

e) Descrever a natureza dos resíduos perigosos susceptíveis de serem associados ao projecto, com especial atenção a qualquer material que possa ser considerado radioativo, e fazer recomendações para a eliminação e / ou reciclagem desses materiais.

f) Relacionar os níveis de todos os resíduos potencialmente tóxicos para reconhecer os padrões internacionais, e assegurar que qualquer estratégia de gestão de resíduos esteja em linha com esses padrões.

1.3

Pressupostos e informações disponíveis

Grande parte das informações sobre o desenvolvimento proposto e os dados quantitativos relativos a fluxos de resíduos em que este relatório foi baseado foram fornecidas pelo cliente. Apesar de todos os esforços terem sido feitos para verificar a informação, assumiu-se que esta era correcta e válida.

Devido à localização remota do local da mina, resíduos em geral (não perigosos) no desenvolvimento provavelmente serão descartados em um novo local de aterro geral que será construído na área. O tamanho e a localização desta instalação são actualmente desconhecidos. O escopo deste relatório não inclui impactos ou orientação relacionadas com a concepção, construção e operação do aterro sanitário ou o pedido de licença (s) que possa ser necessária para operar o aterro sanitário. Principais impactos associados com o estabelecimento de um novo aterro sanitário, dentro ou fora do limite do projecto são prováveis que se refiram principalmente aos recursos hídricos e qualidade do ar, mas não são avaliados neste relatório.

(13)

Avaliação de Especialidade de Resíduos e Efluentes para o Projecto de Grafite de Balama da Syrah Resources, Moçambique - Novembro de 2013

 A equipe de especialistas não visitou o local do projecto proposto. Como tal, todas as informações específicas do projecto foram baseadas em informações fornecidas pelo cliente e foram assumidas como verdadeiras.

 As estimativas foram fornecidas em quantidades previstas de resíduos de processos e fluxos de efluentes.

 Os impactos na qualidade do ar associados com a proposta mina não são cobertos, mas avaliados em um relatório de especialidade de qualidade do ar separado.

 O estudo assume que o transporte do produto para o porto (incluindo o transporte rodoviário, armazenamento e carregamento no porto navio e exigência de envio) será contratado a terceiros.

1.4

Estrutura do relatório

Capítulo 1 - Introdução

Capítulo 2 - Descrição do Projecto

Capítulo 3 - Visão geral da gestão de resíduos em Moçambique Capítulo 4 - Metodologia

Capítulo 5 - Classificação e Quantificação de Resíduos Capítulo 6 - Avaliação de Potenciais Impactos Ambientais Capítulo 7 - Conclusões e Recomendações

Referências Apêndice

1.5

Equipe de estudo

Os seguintes membros da equipe estiveram envolvidos no estudo de especialidade:

Dr. Kevin Whittington -Jones (Líder do Projecto e Revisão do Relatório)

O Dr. Kevin tem um PhD em Biotecnologia Ambiental e um mestrado em Zoologia (ecologia marinha) e é diretor na CES. Seus interesses profissionais incluem o risco ambiental de negócios, sistemas de gestão, gestão de resíduos e mudanças climáticas. Antes de ingressar na CES ocupou vários cargos académicos da Universidade de Rhodes, incluindo o de professor titular da Rhodes Investec Business School. Kevin já efectuou trabalho ambiental em muitos dos portos da África do Sul, incluindo avaliações de risco ambiental, uma avaliação de risco das alterações climáticas, avaliações ambientais estratégicas e um plano integrado de gestão de resíduos. Kevin também tem estado envolvido em uma série de projectos de EIA industriais na África do Sul e internacional, tanto como Gestor de Projecto e como um especialista em gestão de resíduos. Mais especificamente, ele conduziu estudos de especialidade de gestão de resíduos para o Porto de Mossel Bay (África do Sul), dois projectos de mineração mineral pesada (Egipto e Madagáscar), fundições de manganês (Kalagadi e Exxaro, ambos na África do Sul), projectos de biocombustíveis (Serra Leoa, Libéria e Moçambique), projectos de cervejaria (Moçambique) e da estação de energia de Rabai (Quénia). Ele está actualmente a gerir os EIAs para a evolução em grande escala em Moçambique e está ajudando mina de minerais pesados da Kenmare Resources a “cumprir com as exigências dos Padrões de Desempenho da IFC”.

Dr. Eric Igbinigie (Gestor do Projecto e Elaboração do Relatório)

O Dr. Eric é um Consultor Ambiental Sénior e registado como cientista natural Professional (Pr.Sci.Nat.). Ele tem um PhD em Biotecnologia Ambiental e seu interesse profissional é em Gestão Ambiental Integrada Sustentável com um grande interesse em Resíduos e avaliação de especialidade de águas residuais, Ambiental diligência devida, avaliação de contaminação e remediação e auditorias de conformidade de gestão ambiental e social. Eric já realizou com sucesso diversos projectos ambientais locais e internacionais relacionados em toda a África, em conformidade com os requisitos do Princípios do Equador instituições financeiras, incluindo o IFC, SWEDFUND, DEG e BAD, onde ele serviu como consultor especialista e gestor de projecto. Antes de ingressar na CES Eric trabalhou como um cientista de pesquisa sénior no Instituto de Biotecnologia Ambiental, Universidade de Rhodes realizando palestras de pós-graduação e liderou um grupo de pesquisa encarregado do beneficiamento bem-sucedido de despojos de carvão, facilitando a re- vegetação de locais de despejo de mina de carvão evidentes em Witbank, África do Sul

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Novembro de 2013

2

DESCRIÇÃO DO PROJECTO

2.1

Introdução

Este capítulo do relatório fornece uma visão geral sobre os elementos do projecto de Graphite proposto da Syrah Resources em Moçambique que vai dar origem a resíduos sólidos e líquidos perigosos e não perigosos. Isto inclui resíduos gerados como resultado de processo directo do projecto e actividades não-relacionadas ao processo. Não foi considerada necessária a inclusão de uma descrição detalhada do projecto como esta será fornecida em outras partes do principal Relatório de Impacto Ambiental (REIA).

2.2

Contexto do projecto

Moçambique está localizado ao longo da costa oriental da África Austral entre 10o 27 'e 26o 52' Sul e 30o 12' e 40o 51'Este. Abrange uma área de superfície de 799 380 km2 e faz fronteira com a África do Sul, Suwzilândia, Zimbabwe, Zâmbia, Malawi e Tanzânia (Ribeiro e Chauque; 2010).

O país está dividido em onze províncias; o local de estudo ocorre dentro da Província de Cabo Delgado, no Distrito de Balama, norte de Moçambique. O projecto está localizado perto da Vila de Balama e está a aproximadamente 265 km a oeste da cidade portuária de Pemba.

Cabo Degado, Moçambique tem um clima tropical com duas estações distintas. A estação chuvosa ocorre de Novembro a Março e a estação seca de Abril a Novembro. Entre 2010 e 2012, os dados climaticos para Balama, a cidade mais próxima ao local do projecto, recebeu um máximo total de precipitação anual e média de 1 342 milímetros e 746 milímetros, respectivamente, com o maior total de precipitação mensal (392 mm) observado em Janeiro (Digby Wells Air Quality Assessment, 2013).

Há pouca variação nas temperaturas médias máximas e mínimas ao longo do ano. Os meses mais quentes ocorrem entre Outubro e Maio e os meses mais frios entre Junho e Setembro. A temperatura média anual alta é de 30.5oC e a temperatura média anual baixa é de 22.4oC .

O nordeste de Moçambique é predominantemente sustentado por rochas do Proterozóico que formam uma série de complexos de gnaisse, que vão desde a Palaeo Neoproterozóico na idade. O local do projecto é sustentado por rochas metamórficas do Grupo Lúrio Neoproterozóico que estão incluídas dentro do Complexo Xixano.

A área de estudo é relativamente plana a ondulanda suavemente com inselbergs esporádicos (Monte Nassilala e Monte Coronge) surgindo das planícies. A faixa de altitude varia de 480-830 m acima do nível do mar (ASL), com o ponto mais alto a ocorrer no Monte Nassilala.

O Rio Mehucua flui através da parte sul do local do projecto em uma direcção sudoeste a norte-leste. Algumas pequenas zonas húmidas ocorrem na área do projecto, sendo a mais notável um pântano situado a cerca de 2 km a sudoeste do local proposto e uma zona húmida situada a cerca de 7 km a leste-sudeste. O maior corpo de água na área, mas fora da área do projecto, é a Barragem de Chipembe, que está localizada a 12 km a noroeste do local.

Em comparação com outros países da região, Moçambique tem uma base de recursos naturais ricos incluindo florestas indígenas não transformadas, savanas de cerrado e habitats costeiros. Cerca de 25% da terra tem o potencial florestal comercial, 12,5% constituem áreas protegidas pelo Estado e outros 22% compreendem potencial habitat dos animais selvagens.

O uso da terra na área é principalmente para a agricultura de subsistência. Culturas como o milho, algodão e mandioca são cultivadas em áreas planas que são limpas utilizando técnicas de corte e queima. Algum gado, em pouca quantidade, é criado na área, embora estes animais só foram notados perto das comunidades e não são abundantes no local do projecto.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Efluentes para o Projecto de Grafite de Balama da Syrah Resources, Moçambique - Novembro de 2013

Quase todos os domicílios são fortemente dependentes dos recursos naturais para a sua subsistência. Os recursos naturais são usados para a construção, consumo medicinal e para complementar sua alimentação. A produção de carvão vegetal, para uso local e externo, também foi evidente no local do projecto.

2.3

Visão geral do projecto

A Syrah Resources Ltd pretende construir uma mina de grafite localizada a 7 km da Vila de Balama, na Província de Cabo Delgado, norte de Moçambique. O mapa abaixo mostra a localização do local do projecto com as quatro comunidades vizinhas, bem como as infra-estruturas essenciais (Figura 2.1).

A intenção é que a mineração a céu aberto convencional será utilizado para extrair o minério com um cenário de base de 2 milhões de toneladas por ano. A extracção da grafite irá requerer o processamento convencional de flotação. A barragem de Chipembe , localizada a aproximadamente 13 km a noroeste do local do projecto, será a principal fonte de água para este processo. Estima-se que 1 mᶟ de água será necessária por tonelada de minério processado. Esta exigência de água tem sido discutida entre Twigg (Syrah) representantes e ARA-Norte e da disponibilidade de 2.000.000 mᶟ foi confirmada (Número da licença 07/2012 válido até outubro de 2018). A água vai ser transferida para o site através de um 13 km de conduta.

Para extrair o grafite (e possivelmente o vanádio) será usado o processamento convencional de flotação. A água para este processo será adquirida a partir da Barragem de Chipembe, localizada a cerca de 12 km a noroeste do local do projecto. Estima-se que 1 m3 de água será necessário por tonelada de minério processado. A água será transportada para o local através de uma conduta.

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Figura 2.1: Mapa de Localização indicando a posição da área da Mina de Grafite de Balama proposta

Legenda: Village – Comunidade; East Pit – Poço Este; Tailing Storage Facility – Instalação de Armazenamento de Rejeitos; Waste Dump – Despejo de Resíduos; West Pit – Poço Oeste; Primary Schoo – Escola promária; Clinic – Posto de Saúde; Cell Phone Tower – Torre de Telefonia Móvel; Project Boundary – Limites do projecto.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Efluentes para o Projecto de Grafite de Balama da Syrah Resources, Moçambique - Novembro de 2013

2.3.1 Descrição do processo

Prevê-se que Balama seja um grande depósito de grafite e excluindo considerações de mercado, tem o potencial de oferecer uma vida útil da mina de 100 anos a uma taxa de processo de 1 200 000 toneladas por ano. O pedido de licença de mineração para um período de 25 anos será submetido (uma vida útil da mina efectiva de 23,5 anos para permitir o fechamento) com opção de prorrogação por mais 25 anos. A planta vai operar por 24 horas durante 365 dias por ano, mas só estará disponível para 90% do tempo ao longo desses dias, com três turnos de 8h por dia. Uma descrição detalhada do processo pode ser encontrada no Capítulo 3 da AIASS. Vol. 3 (2013) e uma descrição sumária do processo é fornecida aqui.

A preparação do local exigiria a supressão de vegetação a partir dos locais do projecto para a construção de instalações de processo, incluindo o leste e oeste dos poços da mina, local da planta, Instalações de Armazenamento de Rejeitos (TSF) e depósitos de resíduos de rochas. A limpeza de vegetação também seria necessária, durante a preparação do local para as instalações auxiliares descritas abaixo. As preparações do local equivaleriam à agregação de resíduos de vegetação que requerem eliminação. O estéril, que incluiria solo superior e resíduos de rocha, teria de ser escavado no leste e oeste do poço da mina, a fim de acessar o Minério Bruto (ROM). Os resíduos de rocha escavados seriam estocados no despejo de resíduos de rocha a ser construído e o material extraído enviado para processamento na unidade de processamento.

Uma breve descrição dos passos de processamento de minérios é fornecida abaixo e um diagrama de fluxo para o processo está representado na Figura 2.2. Detalhes da mineração e transformação, incluindo Run of Mine Ore, Trituração, trituração, Flutuar / Moagem Secundária, rectificação, espessamento, secagem e manuseio Grafite, Reagente Armazenamento, Tailing disposição e gestão são fornecidos no relatório principal AIASS.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Efluentes para o Projecto de Grafite de Balama da Syrah Resources, Moçambique - Novembro de 2013

2.3.2 Instalações Auxiliares (Não-processo)

De modo a determinar os tipos de resíduos não processuais que possam ser produzidos por um desenvolvimento industrial desta natureza, também é necessário obter um entendimento claro das actividades não processuais, também referidas como operações ou instalações auxiliares.

A duração da fase de construção deve durar entre 8 e 12 meses. A seguinte infraestrutura será necessária para o desenvolvimento e será avaliada durante a AIA:

 Conduta de 12 km da Barragem de Chipembe ao local do projecto;

 Casas de bomba na barragem e local do projecto;

 Reservatórios de água no local do projecto;

 Escritórios e alojamento no local do projecto para acomodarem entre 300 e 500 pessoas durante a fase de construção e 250 pessoas durante a fase de operação;

 A área de armazenamento de materiais e equipamentos de construção. Essa área vai continuar a ser utilizada durante a fase de operação, embora a área efectiva da superfície necessária possa ser reduzida;

 Oficinas de reparação de máquinas e equipamentos;

 Áreas de armazenamento delimitadas para diesel, lubrificantes, parafina e óleo de resíduos;

 Planta de geração de electricidade movida a diesel e galpão de armazenamento de combustível;

 Armazenamento de equipamentos, peças e materiais de consumo;

 Escritórios para a equipe do local;

 Instalações sanitárias e plantas de tratamentos de esgoto associadas;

 Infraestrutura adicional, como estradas, cozinha, instalações sanitárias e estações de tratamento de esgoto associadas, laboratórios;

 Instalação temporária de armazenamento de resíduos perigosos;

 Aterro (localização por confirmar); e

 Galpões de produtos.

O projecto fará uso da unidade sanitária local localizada em Balama, que está a cerca de 7 km de distância. O Centro de Saúde em Balama, tem cerca de 100 camas e é composto por um enfermeiro e um médico do governo, está em conformidade com a prática padrão em Moçambique para pequenas unidades sanitárias. De acordo com o Âmbito do Estudo BFS (2012) uma sala de primeiros socorros será construída no acampamento as recomendações governamentais são de que a mina deve manter uma ambulância no local para o transporte de pacientes até ao Centro de Saúde de Balama. Resíduos hospitalares gerados nas instalações de primeiros socorros serão armazenados temporariamente nas instalações de armazenamento temporário de resíduos perigosos antes do seu transporte para o Centro de Saúde de Balama para eliminação. Em alternativa, a opção de um pequeno incinerador será investigada para o pré-tratamento de resíduos hospitalares no local antes da eliminação do material residual no aterro no local.

Os moradores da comunidade vizinha de Ntete e comunidades vizinhas de Piriri, Maualia, Muape e Nquide são em grande parte desempregadas e vão fornecer a mão-de-obra não qualificada para o projecto (BFS Escopo Study, 2012). Este grupo de pessoas está alojado em suas respectivas comunidades, mas uma mudança nos níveis de renda e tamanho da população pode contribuir para impactos cumulativos relacionados com resíduos na área.

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Novembro de 2013

3

VISÃO GERAL DE GESTÃO DE RESÍDUOS EM MOÇAMBIQUE

3.1

Introdução

Antes de caracterizar os fluxos de resíduos ou considerar alternativas para a sua gestão e eliminação, é importante considerar os arranjos institucionais relevantes, quadro legislativo e infra-estrutura existente. Além de considerar a legislação mais ampla, as políticas e normas relacionadas com a protecção da saúde humana e ambiental, também é necessário considerar a definição de resíduo, as metas e objetcivos de estratégias e políticas de gestão de resíduos aplicáveis, a conveniência de reciclagem e reutilização e quaisquer requisitos de licenciamento.

Ao avaliar as opções de gestão de fluxos de resíduos sólidos, é necessário rever a capacidade institucional para a gestão de resíduos no país do projecto proposto e também consultar as orientações específicas de cada país para a identificação de resíduos gerais e perigosos.

3.2

Definição de resíduos

O Regulamento de Gestão de Resíduos do Decreto 13/2006 de 15 de Julho, em Moçambique, define resíduos como “quaisquer substâncias ou objectos que são descartados, destinados a serem descartados ou são obrigados a serem descartados por lei”. O regulamento classifica os resíduos em duas categorias; os resíduos perigosos e não perigosos. Define-se resíduos perigosos como “resíduos que apresentam características de risco de ser inflamável, explosivos, corrosivos, tóxicos, infecciosos ou radioativos, ou expor quaisquer outras formas que possam representar perigo para a vida ou a saúde de pessoas e outros seres vivos e a qualidade do meio ambiente” e que contém qualquer das características constantes do anexo III do regulamento. Resíduos não perigosos são definidos como “resíduos que não contém características de risco” e não contém nenhuma das características indicadas no anexo III do regulamento. A definição de resíduos perigosos fornecida no regulamento está em conformidade com os anexos I, II e III da Convenção de Basileia.

Como muitos dos projectos de desenvolvimento em larga escala no continente Africano são financiados em algum grau por agências internacionais de crédito, também é importante ter em conta a definição de resíduo da Corporação Financeira Internacional. De acordo com a Secção 1.6 (Ambiente: Gestão de Resíduos) das Directrizes de EHS do IFC (30 de Abril 2007), o resíduo é definido como “qualquer material gasoso sólido, líquido ou contido que está sendo descartado por eliminação, reciclagem, queima ou a incineração”. Pode ser:

Um sub-produto de um processo de fabrico, ou;

Um produto comercial obsoleto que já não pode ser utilizado para a finalidade requerida e exige disposição.

O documento de Directrizes vai além de diferenciar entre resíduos sólidos (não perigosos) e resíduos perigosos (Tabela 3.1). A classificação dos resíduos é discutida com mais detalhes na secção 5 deste relatório.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Efluentes para o Projecto de Grafite de Balama da Syrah Resources, Moçambique - Novembro de 2013

Tabela 3.1: Definição de resíduos sólidos (resíduos não perigosos) e perigosos de acordo com as Directrizes Gerais de EHS do IFC (2007)

Tipo de Resíduos Definição e Exemplos Resíduos Sólidos (não perigosos)

Exemplos deste tipo de resíduos incluem lixo doméstico; materiais de construção/demolição inertes; lixos tais como sucata de metal e embalagens vazias (excepto aquelas previamente usadas para conter materiais perigosos, que devem, em princípio, ser geridas como resíduos perigosos); e resíduos residual das operações industriais, tais como escória de caldeira, clínquer e cinzas volantes.

Resíduos perigosos

Compartilham as propriedades de um material perigoso (por exemplo, inflamabilidade, corrosividade, reactividade ou toxicidade), ou outras características, químicas, biológicas ou físicas que podem representar um risco potencial para a saúde humana ou para o ambiente, se inadequadamente geridos. Resíduos também podem ser definidos como “perigosos” por regulamentações locais ou convenções internacionais, com base na origem dos resíduos e sua inclusão em listas de resíduos perigosos, ou com base em suas características. As lamas de uma planta de tratamento de resíduos, estação de tratamento de água de abastecimento, ou facilidade de controle de poluição do ar, e outros materiais descartados, incluindo sólidos, líquidos, semi-sólido ou gasoso material contido resultante de operações industriais precisam ser avaliados numa base caso-a-caso para estabelecer se constituem um risco ou um resíduo não perigoso.

3.3

Quadro institucional

Antes da revisão do quadro legislativo e as suas implicações para o projecto proposto, é importante rever os papéis e responsabilidades de várias autoridades no país.

Nos termos do Artigo 24 do Regulamento do AIA (conforme alterado), o Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) é responsável por fazer inspecções regulares das obras de construção de novas actividades e operações de instalações existentes. Em uma situação complexa ou onde as condições ambientais o justifiquem, o MICOA está mandatado para solicitar a realização de uma auditoria ambiental. O MICOA tem duas grandes áreas de responsabilidade (1) a implementação do Plano Nacional de Gestão Ambiental e de política ambiental associada e legislação e (2) a coordenação com outros ministérios em matéria de ambiente a integrar aspectos ambientais em seus projectos, programas e políticas. O MICOA está organizado nas seguintes cinco Direcções Nacionais:

 Avaliação de Impacto Ambiental (incluindo gestão de resíduos);

 Gestão Ambiental;

 Ordenamento do Território;

 Promoção da consciência ambiental; e

 Planeamento e Estudos.

De modo a cumprir o seu mandato de forma mais eficaz, e em linha com a política de descentralização do governo, o MICOA tem vindo a estabelecer uma presença institucional aumentando os níveis mais baixos do governo desde 1995. Ao nível provincial, o MICOA é representado pelas Direcções Provinciais Coordenação da Acção Ambiental (DPCAs). A nível distrital, a representação do MICOA é através Serviços Distritais de Planeamento de Infraestrutura (SDPI) sob tutela do Ministério das Obras Públicas. Este departamento é responsável por tratar questões relacionadas com o ordenamento do território, bem como todas as questões relacionadas com a protecção ambiental. As DPCAs foram criadas em todas as 10 províncias de Moçambique. O papel das DPCAs é, em princípio, facilitar a implementação local de legislação ambiental, políticas e programas centralmente desenvolvidos, incluindo os Regulamentos de AIA e Directrizes. A maioria das estruturas do governo provincial incluem departamentos de gestão ambiental e alguns (por exemplo, aqueles em Nampula e Cabo Delgado) têm departamentos de

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Novembro de 2013

AIA separados. A Tabela 3.2 mostra a legislação sobre resíduos potencialmente aplicáveis ao sector .

Tabela 3.2: Responsabilidades institucionais para a gestão de resíduos em Moçambique Sector Agência primária Título e Data do

Documento Propósito Resíduos - efluentes líquidos MICOA Decreto Nº 18/2004, Regulamentos relativos aos Parâmetros para a Qualidade do Ar e Emissões de Efluentes alterado pelo Decreto n.67/2010 de 31 de Dezembro.

Os regulamentos estabelecem normas para a descarga em ambientes

marinhos e costeiros, bem como para a irrigação de superfície das águas. Responsável pela auditoria ambiental e a emissão de licenças ambientais e autorizações Waste Management MICOA Decreto Nº 13/2006, de 15 de Junho, Regulamento sobre Gestão de Resíduos

O Artigo 10 do decreto prevê que o MICOA emitirá uma licença de Gestão de Resíduos para as actividades de gestão de resíduos programadas constantes do Anexo VI (actividades de eliminação) e VII (reciclagem /

recuperação Instalações). A licença será válida por um período de 5 anos após o qual precisa ser revisto. Os pedidos de renovação devem ser apresentados pelo menos 180 dias antes da data de expiração da licença.

Governo do Distrito (zonas rurais) Decreto Nº 13/2006, de 15 de Junho, Regulamento sobre Gestão de Resíduos

Em termos de gestão de resíduos é da responsabilidade dos governos distritais nas áreas sob a sua jurisdição

estabelecer os meios, procedimentos de colecta e os meios de recolha, transporte, eliminação e tratamento de resíduos, nomeadamente, hospital e outros resíduos tóxicos; Estabelecer taxas, prestação de serviços na colecta, remoção, transporte, eliminação e tratamento de resíduos, incluindo hospitais e outros resíduos tóxicos; Licença de instalações envolvidas na gestão de resíduos perigosos e tóxicos.

Cada município

(ou seja, só urbana) Lei Municipal Nº 2/97

O Município local garante saneamento básico e qualidade de vida dentro de seus municípios. A lei estabelece a responsabilidade municipal para desenvolver programas de protecção e procedimentos para a remoção de resíduos sólidos, e o tratamento e eliminação de resíduos sólidos,

incluindo resíduos médicos perigosos e ecológica. Plano de Gestão de Resíduos MICOA Decreto Nº 13/2006, de 15 de Junho, Regulamento sobre Gestão de Resíduos

Artigo 7 º do Decreto exige que as empresas envolvidas na gestão de resíduos desenvolvam um Plano de Gestão de Resíduos (PGR) antes do início das operações. O conteúdo do PGR é prescrito no anexo I e II do Decreto.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Efluentes para o Projecto de Grafite de Balama da Syrah Resources, Moçambique - Novembro de 2013 Transporte de Resíduos Perigosos MICOA Decreto Nº 13/2006, de 15 de Junho, Regulamento sobre Gestão de Resíduos

Os resíduos perigosos só podem ser movidos para o exterior das instalações da entidade produtora por operadores de transporte ou transportadores devidamente certificados pelo MICOA, para a colecta e remoção dos referidos resíduos. Licenciamento e fiscalização dos aterros MICOA Decreto Nº 13/2006, de 15 de Junho, Regulamento sobre Gestão de Resíduos

Todas as entidades públicas ou privadas que desenvolvam actividades relacionadas com a gestão de resíduos sólidos devem preparar o seu plano de gestão de resíduos, antes de entrar no negócio, que deve conter, pelo menos, as informações necessárias para a operação no aterro e submeter ao MICOA para aprovação.

Licenciamento das Instalações de Gestão de Resíduos MICOA Decreto Nº 45 de 2004 Regulamento de AIA alterado pelo Decreto 42/2008

MICOA é responsável pelo licenciamento ambiental das instalações de gestão de resíduos, designadas na lista de actividades de Categoria A contidas no Decreto Nº 45 de 2004 (Regulamentos de AIA) viz. instalações para tratamento e disposição de resíduos sólidos e líquidos:

a) Locais para a eliminação de resíduos urbanos, com uma carga superior a 500 toneladas por dia; b) Armazenamento, transporte,

tratamento e eliminação de resíduos industriais perigosos;

c) Instalações para a eliminação / tratamento de águas pluviais/ esgoto, com capacidade para mais de 150 000 habitantes.

3.4

Legislação Nacional Ambiental, Políticas e Normas Relevantes

Uma série de leis de Moçambique vão aplicar-se a este projecto, e a secção a seguir fornece um breve resumo daquelas que têm influência sobre a gestão de resíduos. O resumo não é exaustivo nesta fase, e uma análise mais detalhada ou os mais recentes instrumentos regulamentares pertinentes serão realizados durante a fase de AIA detalhada da avaliação.

É evidente que a boa gestão dos resíduos sólidos e líquidos é uma área de foco do governo local em Moçambique e que uma boa compreensão das políticas e actos relevantes é importante para qualquer desenvolvedor que deseja operar em Moçambique. A compreensão deste quadro jurídico também é essencial quando se avaliam as opções para a gestão de resíduos. Os seguintes documentos têm influência sobre a gestão de resíduos em Moçambique:

 Constituição da República de Moçambique (2004)

 Lei do Ambiente (Lei 20/97) (1997)

 Programa Nacional de Gestão Ambiental (1995)

 Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Efluentes Emissão Decreto n º 18/2004 alterado pelo Decreto n º67/2010

 Regulamento sobre o Processo de AIA Decreto Nº 45/2004 alterado pelo Decreto n º 42/2008

 Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental do Decreto Nº 32/2003

 Regulamento sobre Gestão de Resíduos, o Decreto Nº 13/2006

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Novembro de 2013

3.4.1 A Constituição da República de Moçambique (2004)

A Constituição é a lei suprema do país e qualquer acto ou conduta incompatível com ela é inválida e não terá força de lei. A Constituição trata das questões relativas à protecção e qualidade de vida nos Artigos 45, 81, 90, 98, 102 e 117. O Artigo 90, que faz parte do Capítulo V (Direitos e deveres económicos, sociais e culturais) do Título III (Direitos fundamentais, deveres e liberdades), dá ao povo de Moçambique, o direito de viver em um meio ambiente equilibrado livre de contaminação. Compromete «as autoridades estaduais e locais, em colaboração com outros parceiros adequados, a adopção de políticas para a protecção do ambiente, através da prática de gestão de resíduos adequada e cuidados para a utilização racional de todos os recursos naturais».

3.4.2 Lei do Ambiente (Lei 20/97), de 1 de Outubro 1997

Muitos dos requisitos em matéria de gestão de resíduos em Moçambique estão documentados na Lei do Ambiente (Lei 20/97 de 1 de Outubro de 1997). Esta lei foi um dos primeiros instrumentos de regulação desenvolvidas pelo Governo moçambicano para garantir que os resíduos não poluem o meio ambiente natural ou afectam o ambiente social. A lei prevê um quadro geral para a proteção ambiental, incluindo a gestão de resíduos. O objectivo da lei é “definir a base legal para o uso adequado e gestão do meio ambiente e seus elementos, a fim de estabelecer um sistema de desenvolvimento sustentável” no país.

De acordo com a Lei do Ambiente (Lei 20/97 de 1 de Outubro de 1997), todos os resíduos e efluentes de actividade relacionada com um impacto significativo sobre o meio ambiente requerem uma licença ambiental. A Lei do Ambiente também afirma que a licença ambiental deve ser objecto de regulamentação específica sobre o processo de estudo de AIA (Decreto aprovado de AIA Nº 76/98, de 29 de Dezembro de 1998 alterado pelo Decreto n º42/2008).

O Direito Ambiental, de 1997 impõe estrita responsabilidade sobre as pessoas que causam danos materiais ao meio ambiente. O Estado tem o direito de avaliar os danos, fixar o montante da indemnização e tomar medidas contrárias à custa da pessoa que causou o dano. Além do acima exposto, apresentado na Tabela 3.3 (abaixo) são as secções do Direito Ambiental, de 1997, que são particularmente relevantes para a gestão de resíduos e à prevenção da poluição do meio ambiente em Moçambique.

Tabela 3.3: Secções de Direito do Ambiente de Moçambique que têm relevância para a gestão de resíduos dentro do país

Secção Artigo Sub

Artigo Estipulação III: Poluição Ambiental 9: Proibição contra a poluição 1

Não é permitida no território nacional a produção, depósito no solo ou sub-solo, a emissão para a água ou a atmosfera de qualquer substância tóxica ou poluição, bem como a prática de quaisquer actividades que aceleram a erosão, a desertificação, desmatamento ou qualquer forma de degradação ambiental que estão fora do dos limites legalmente estabelecidos.

2

É expressamente proibida a importação para o território nacional de resíduos tóxicos ou resíduos, excepto sob os termos que seriam estabelecidos em legislação específica. 10: Padrões de Qualidade Ambiental 2 IV: Medidas Especiais de Protecção Ambiental 14: Construção de Infra-estruturas 1

É proibida a construção de infra-estruturas residenciais ou outros e o depósito de resíduos e materiais utilizados que, em virtude de sua dimensão, natureza ou localização, possam provocar um impacto negativo significativo sobre o meio ambiente.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Efluentes para o Projecto de Grafite de Balama da Syrah Resources, Moçambique - Novembro de 2013

Secção Artigo Sub

Artigo Estipulação

em especial, para as zonas costeiras, zonas ameaçadas pela erosão e desertificação, áreas úmidas, áreas de protecção ambiental e outras zonas ecologicamente sensíveis. V: Prevenção de Danos Ambientais 18: Auditorias Ambientais 1

Todas as actividades que, na data em que esta lei entra em vigor estão operando sem a aplicação de tecnologias ou procedimentos adequados e, como consequência, o resultado ou pode resultar em danos para o meio ambiente devem ser submetidos a uma auditoria ambiental.

2

Os operadores das actividades serão responsáveis pelos custos decorrentes da reparação de danos ambientais que podem ser determinados pela auditoria. VII: Exercício das Actividades Económicas 26:Responsabilidade Objectiva 1

Qualquer pessoa que causa danos materiais ao meio ambiente ou que provoca a paralisação temporária ou definitiva da actividade económica, como resultado da prática de actividades especialmente perigosas, deve, independentemente da intenção, e não obstante o cumprimento da lei, ser obrigado a indemnizar os lesados

2

O governo tem o poder e a autoridade para avaliar a gravidade do dano e para avaliar o montante da indemnização. O montante da indemnização será fixado pela prova pericial ambiental e provas.

3

Sempre que as circunstâncias o exigirem, o Estado deve tomar as medidas necessárias para prevenir, conter ou eliminar qualquer dano grave ao meio ambiente. O Estado tem o direito de pedir uma indemnização por estes custos incorridos.

3.4.3 Programa Nacional de Gestão Ambiental (PNGA), 1995

O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) aprovou o Programa Nacional de Gestão Ambiental (PNGA), em 1995. Este é um documento político que define as prioridades para a gestão ambiental e desenvolvimento sustentável no país. O objectivo subjacente da legislação ambiental em Moçambique é a protecção da saúde humana e do meio ambiente e, sobretudo, a legislação promove a governação de Princípio de Poluidor-Pagador, Princípio Preventivo e de Acção Correctiva, e o Princípio da Precaução.

3.4.4 Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes

Decreto Nº 18/2004 de 02 de Junho de 2004 alterado pelo Decreto n º67/2010

O Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes (Decreto nº 18/2004) estabelece os padrões de qualidade ambiental e limites permitidos para descarga de efluentes e emissões pelas indústrias. O presente Regulamento vem estabelecer padrões de qualidade ambiental e de emissão de efluentes, visando o controle e a manutenção dos níveis admissíveis de concentração de poluentes no meio ambiente. As disposições do presente Regulamento são aplicáveis a todas as novas actividades públicas e privadas que possam afectar o meio ambiente, directa ou indirectamente. Fábricas existentes e plantas de processamento têm de adaptar os seus equipamentos para garantir o cumprimento no prazo de cinco anos a partir da data de publicação do Regulamento. O artigo 6 do Regulamento obriga a ser revistos (e actualizado) a cada cinco anos, a menos que as obrigações decorrentes de uma convenção internacional exigem uma acção mais urgente. Os regulamentos de cobrir a qualidade do ar (Capítulo II), a qualidade da água (Capítulo III), a qualidade do solo (Capítulo IV) e ruído (Capítulo V). Encontrado em seus anexos são anexos IA e IB trata novos padrões de qualidade do ar, agentes poluentes da atmosfera e parâmetros para agentes inorgânicos e orgânicos carcinogênicos (alterado pelo Decreto nº 67 de 2010), Anexo II - padrões de emissão de poluentes

Referências

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