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Estudo do pré-vozeamento, frequência do burst e locus de F2 das oclusivas orais do Português Europeu

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(1)

Estudo do pré-vozeamento, frequência do

burst

e

locus

de F2 das oclusivas orais do

Português Europeu

Marisa Lousada †, Paula Martins † e Luís Jesus ‡

Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro e Secção Autónoma de

Ciências da Saúde, Universidade de Aveiro

Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro e Instituto de Engenharia

Electrónica e Telemática de Aveiro (IEETA)

XXI Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística, 29 de Setembro de 2005

Universidade de Aveiro

Objectivos

• Descrever algumas características

acústicas das oclusivas orais, vozeadas

/b, d, g/ e não vozeadas /p, t, k/ do

Português Europeu.

– Existência do pré-vozeamento e respectiva

duração.

– Concentração de energia numa

determinada gama de frequências no

burst

(2)

Marisa Lousada, Paula Martins e

Luís Jesus

3

Enquadramento teórico

• Pré-vozeamento

– Alphen e Smits (2004)

• Realizaram um estudo sobre o pré-vozeamento

nas oclusivas Neerlandesas.

• Determinaram a influência do género do

falante, do ponto de articulação da oclusiva e

do contexto da oclusiva na existência e

duração do pré-vozeamento.

• Verificaram que 25% das oclusivas vozeadas

foram produzidas sem pré-vozeamento.

Universidade de Aveiro

Enquadramento teórico

• Concentração de energia numa

determinada gama de frequências no

burst

– Kent e Read (2002)

• O ponto de articulação das oclusivas da Língua

Inglesa influencia o espectro de um sinal de

ruído transitório.

– Oclusivas bilabiais - baixas frequências (< 1500 Hz)

– Oclusivas alveolares - altas frequências (> 4000 Hz)

(3)

Marisa Lousada, Paula Martins e

Luís Jesus

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Enquadramento teórico

Locus

de F2

– Borden, Harris e Raphael (2003); Kent e

Read (2002)

• Frequência inicial da transição de F2 da

oclusiva para a vogal.

• Os autores referem que o

locus

de F2 varia em

função do ponto de articulação da oclusiva e

em função da vogal seguinte.

Universidade de Aveiro

Metodologia

• Corpus

– Não foi criado um corpus específico para a

execução deste trabalho.

– Utilizou-se parte do corpus de Jesus e Shadle

(2002).

– Foram retiradas palavras do corpus 3 “palavras

reais” produzidas na frase “diga….. por favor”

• Palavras com oclusivas vozeadas e não vozeadas, em

posição inicial de palavra e seguidas de vogais.

• Palavras com oclusivas vozeadas em posição inicial de

palavra seguidas de consoantes.

(4)

Marisa Lousada, Paula Martins e

Luís Jesus

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Metodologia

• Pré-vozeamento

– 3 Informantes

• LMTJ e CFGA

– informantes masculinos

– 26 anos

• ACC

– informante feminino

– 33 anos

Universidade de Aveiro

Metodologia

• Concentração de energia numa

determinada gama de frequências no

burst

e

locus

de F2

– 1 informante

• ACC

– informante feminino

– 33 anos

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Marisa Lousada, Paula Martins e

Luís Jesus

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Metodologia

• Gravação

– Microfone B&K 4165, a um metro de

distância da boca e em frente aos

informantes, ligado a um pré-amplificador

B&K 2639

– Sinal acústico e sinal de electroglotografia

– DAT Sony TCD-D7 de 16 bits, com

frequência de amostragem de 48 KHz

Universidade de Aveiro

Metodologia

• Utilizou-se o programa

Speech Filing

System

(

SFS

).

• Pré-vozeamento

– Existência ou não de pré-vozeamento.

– Duração do pré-vozeamento.

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Marisa Lousada, Paula Martins e

Luís Jesus

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Figura 1 – Análise do pré-vozeamento na palavra (doze [doz@]) que

contém uma oclusiva vozeada em posição inicial seguida de vogal

Início do Pré-vozeamento

Final do Pré-vozeamento

Pré-vozeamento e

respectiva duração

Universidade de Aveiro

Metodologia

• Concentração de energia numa

determinada gama de frequências no

burst

– A categorização foi feita por observação

no espectrograma, de uma zona que

corresponde à maior amplitude média

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Marisa Lousada, Paula Martins e

Luís Jesus

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Figura 2 - Frequência do

burst

em oclusivas vozeadas bilabiais (palavra

Bafo [bafu])

Universidade de Aveiro

Metodologia

Locus

de F2

– O

locus

de F2 foi determinado como o

ponto inicial da transição da formante F2

da oclusiva para a vogal seguinte.

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Marisa Lousada, Paula Martins e

Luís Jesus

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Figura 3 – Locus de F2 (1ª sílaba da palavra doze [‘doz])

Locus

de F2

Universidade de Aveiro

Resultados: Pré-vozeamento

Pré-vozeamento Duração (s) Voz/ Desv. Ponto de

art.

Contexto Palavra/ Transc. fonética

ACC LMTJ CFGA ACC LMTJ CFGA

Vozeadas

Bilabial /b/ Seguida de vogal

Benefício [b@n@’fisju] Não Sim Sim _______ 0,0627 0,0810 Benéfico [b@’nEfiku] Sim Sim Não 0,079 0,0626 _______ Bufa [buf6] Não Sim Não _______ 0,1053 _______ Bafo [bafu] Não Não Sim _______ _______ 0,0623 Seguida

de cons.

Bravo [‘bravu] Sim Sim Sim 0,0773 0,0856 0,0353 Brasil [br6’zil] Sim Sim Sim 0,0528 0,0817 * Dental /d/ Seguida

de vogal

Dever [d@’ver@] Sim Sim Sim 0,0559 0,0515 0,0273 Doze [‘doz] Sim Sim Sim 0,0742 0,0543 0,0356 Doce [dos@] Sim Não Não 0,1053 _______ _______ Diz [diS] Sim Não Sim 0,0973 _______ 0,0436 Velar /g/ Seguida

de vogal

Garrafa [g6’Raf6] Não Sim Sim _______ 0,0681 0,0558 Galhofa [g6’LOf6] Sim Sim Sim 0,0671 0,0457 *

Não vozeadas

Bilabial /p/ Seguida de vogal

Passear [p6sj’ar] Não Não Não _______ _______ _______ Possa [‘pOs6] Não Não Não _______ _______ _______ Dental /t/ Seguida Teve [‘tev@] Não Não Não _______ _______ _______

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Marisa Lousada, Paula Martins e

Luís Jesus

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Conclusões

• Observou-se que não existe

pré-vozeamento em 27% das oclusivas

vozeadas, em posição inicial de palavra

seguidas de vogal.

• Estes resultados estão de acordo com o

estudo de Alphen e Smits (2004).

Universidade de Aveiro

Conclusões

• A duração média do pré-vozeamento é

maior nas oclusivas bilabiais (75ms) do

que nas dentais (56ms) e velares

(47ms).

• Alphen e Smits (2004) concluíram

também que a duração nas bilabiais era

superior à das dentais.

(10)

Marisa Lousada, Paula Martins e

Luís Jesus

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Conclusões

• Os falantes do género masculino produziram

75% dos itens com pré-vozeamento e a

falante do género feminino apenas 67%.

• Estes resultados estão de acordo com o

estudo que serviu de referência.

• Contudo, não são representativos para o

Português Europeu (apenas três

informantes).

Universidade de Aveiro

Conclusões

• Nas oclusivas bilabiais a duração do

pré-vozeamento foi maior quando eram

seguidas de vogais do que quando

seguidas de consoantes.

• Estes dados corroboram os estudo de

Alphen e Smits (2004)

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Marisa Lousada, Paula Martins e

Luís Jesus

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Resultados: Gama de

frequências do

burst

Voz/ Desv. Ponto de art. Nº ficheiro Palavra/ Transc. fonética Freq. do burst Voz. Bilabial/b/ 49/ 49_1r Benefício [b@n@’fisju] Baixas

89 Benéfico [b@’nEfiku] Baixas 73 Bufa [buf6] Baixas 26 Bafo [bafu] Baixas Dental /d/ 22 Dever [d@’ver@] Não conclusivo

132 Doze [‘doz] Altas 56 Doce [dos@] Altas 96 Diz [diS] Médias Velar /g/ 71 Garrafa [g6’Raf6] Médias 128 Galhofa [g6’LOf6] Médias

Não voz.

Bilabial /p/ 103 Passear [p6sj’ar] Baixas 150 Possa [‘pOs6] Médias

Dental /t/ 42 Teve [‘tev@] Altas 121 Tocha [‘tOS6] Altas Velar /k/ 31 Café [K6’fE] Médias

24 Cave [‘kav@] Médias

2 kHz

Universidade de Aveiro

Conclusões

• Os resultados relativos às frequências

do

burst

de um modo geral estão de

acordo com os obtidos por Kent e Read

(2002) para a língua Inglesa.

(12)

Marisa Lousada, Paula Martins e

Luís Jesus

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Resultados:

Locus

de F2

Voz/ Desv. Ponto de art. Nº ficheiro Palavra/ Transc. fonética Locus F2 (Hz) Voz. Bilabial/b/ 49/ 49_1r Benefício [b@n@’fisju] 1852 89 Benéfico [b@’nEfiku] 1587 73 Bufa [buf6] 959.2 26 Bafo [bafu] 1852 Dental /d/ 22 Dever [d@’ver@] 1951 132 Doze [‘doz] 2017 56 Doce [dos@] 1620 96 Diz [diS] 2447 Velar /g/ 71 Garrafa [g6’Raf6] 2050 128 Galhofa [g6’LOf6] 2282

Não voz.

Bilabial /p/ 103 Passear [p6sj’ar] 1719 150 Possa [‘pOs6] 1587 Dental /t/ 42 Teve [‘tev@] 2249 121 Tocha [‘tOS6] 1787 Velar /k/ 31 Café [K6’fE] 2149 24 Cave [‘kav@] 2183

Universidade de Aveiro

Conclusões

• Relativamente aos resultados do locus de F2 e

sabendo que a transição das formantes varia

consoante o ponto de articulação da oclusiva e

também em função da vogal que segue a oclusiva, é

difícil estabelecer padrões de locus de F2, uma vez

que no corpus utilizado não se teve em conta estas

variáveis.

• Também não podemos excluir a hipótese de a forma

como se determinou o locus de F2, ter sido pouco

(13)

Marisa Lousada, Paula Martins e

Luís Jesus

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Trabalho Futuro

• Características acústicas das oclusivas

– Determinar o tempo com que o sinal

acústico leva a atingir a intensidade

máxima (para as oclusivas em início de

sílaba) ou a intensidade mínima (para

oclusivas em final de sílaba).

– Verificar se a frequência da F1 das vogais

adjacentes às oclusivas influencia o valor

da frequência de F1 das oclusivas no PE.

Universidade de Aveiro

Trabalho Futuro

• Características acústicas

associadas ao ponto de articulação

– Verificar se o ponto de articulação e,

em determinados casos, as vogais

seguintes, influenciam a gama de

frequências com maior concentração

de energia durante o burst no PE.

(14)

Marisa Lousada, Paula Martins e

Luís Jesus

27

Trabalho Futuro

• Características associadas ao vozeamento

– Analisar fenómenos de pré-vozeamento nas

oclusivas vozeadas em falantes do PE e verificar

a influência do género do falante, do ponto de

articulação e do segmento que segue a oclusiva

(vogal vs. consoante) na presença ou ausência do

pré-vozeamento.

– Analisar o VOT nas oclusivas do PE.

– Analisar os parâmetros acústicos que

caracterizam as “oclusivas fricatizadas” do PE.

Universidade de Aveiro

Trabalho Futuro

• Aplicar os conhecimentos adquiridos à

terapia da fala.

– Indivíduos com alterações da fala, e.g.,

estudos do VOT em pacientes com

disartria.

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Marisa Lousada, Paula Martins e

Luís Jesus

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Estudo do pré-vozeamento, frequência do

burst

e

locus

de F2 das oclusivas orais do

Português Europeu

• Este foi um trabalho desenvolvido no

âmbito da disciplina de Produção e

Percepção da Fala, da primeira edição

(2004/2005) do Mestrado em Ciências

da Fala e da Audição, Universidade de

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