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I.1 Coesão Económica. Panorama da economia europeia

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Panorama da economia europeia

A economia da UE está hoje muito fortemente assente no sector dos serviços, que representa 67% da produção e 66% do emprego. Em ambos os casos, tal significa um aumento de cerca de 5 pontos percentuais em relação aos valores de há 10 anos. A importância da indústria e da agricultura tem, consequentemente, vindo a decres-cer. É bem provável que esta mudança para o sector dos serviços se continue a verificar, registando-se simultane-amente uma consolidação da produção em actividades de maior valor acrescentado e uma quebra na produtivi-dade e no emprego nas outras. Na maior parte dos paí-ses candidatos, tanto a produção como o emprego estão ainda muito concentrados na agricultura e na indústria e, dentro destas, em sub-sectores de baixo valor acrescen-tado, o que implica que serão ainda necessárias mais restruturações.

O aumento das trocas comerciais e do investimento di-recto estrangeiro levaram a uma abertura gradual das economias nacionais da UE tanto a outros Estados-Mem-bros, como ao resto do mundo. Em 1999, as exportações e as importações ascenderam, respectivamente, a 32% e 31% do PIB da UE. Estes valores, que se prevê virem ain-da a aumentar, são os mais altos registados desde que começaram a ser compilados dados estatísticos nos tem-pos modernos, o que vem confirmar o crescimento a lon-go prazo do comércio na União, não obstante as flutua-ções conjunturais. Cerca de 60% das trocas comerciais foram feitas dentro da UE, o que demonstra a interdepen-dência mútua dos seus membros, muito embora, ao mes-mo tempo, tenha também vindo a aumentar a interdepen-dência com o resto do mundo.

A UE continuará a conhecer mudanças significativas em termos de competitividade ao longo dos próximos anos, o que afectará a economia, em geral, e a coesão, em parti-cular:

− a continuação da pressão económica da globaliza-ção, o aumento da concorrência internacional e a restruturação de determinados sectores. Uma vez que os sectores tendem a concentrar-se em regiões específicas e a envolver grupos sociais também es-pecíficos, é provável que a restruturação venha a tor-nar-se um desafio para a coesão tanto regional, como social. Além disso, uma vez que a globaliza-ção tende a trazer, por acréscimo, maior padroniza-ção e uniformizapadroniza-ção, é importante que as oportunida-des que ela oferece sejam equilibradas com a necessidade de manter as identidades culturais nas diferentes partes da União;

− o alargamento e o desafio da integração dos países candidatos na UE. Apesar de, a longo prazo, o alar-gamento ser globalmente benéfico, é bem provável que, a curto prazo, ele signifique uma pressão acres-cida no sentido da restruturação, uma vez que as em-presas dos países candidatos se defrontam com uma maior concorrência num contexto em que os seus baixos rendimentos e produtividade já colocam problemas à coesão;

− a revolução da informação. Em termos reais, a tecno-logia da informação tem vindo a reduzir o isolamento físico das zonas periféricas da União e a aumentar o seu isolamento ‘virtual’, na medida em que a solução para o desenvolvimento é o acesso à tecnologia, mais do que o acesso aos mercados. As principais barreiras são, portanto, mais os baixos níveis de for-mação e factores sociais, do que os custos de trans-porte. Muito embora a mudança seja, por ora, mais potencial do que real, é bem provável que se venha a tornar uma realidade nos próximos anos. Poderá, de facto, ter um efeito benéfico sobre a coesão regional, trazendo a periferia desfavorecida para mais próxi-mo do centro, mas poderá, ao mespróxi-mo tempo, afectar negativamente a coesão social. A formação tor-nar-se-á cada vez mais importante para evitar que a sociedade se venha a dividir entre os ‘ricos’

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tecnolo-gicamente instruídos e os ‘pobres’ tecnolotecnolo-gicamente não-instruídos.

Divergência e convergência no

desempenho económico

As disparidades entre Estados-Membros mantêm-se apesar da forte convergência

Actualmente, e em termos de produto interno bruto, a UE pode dividir-se em dois grupos de países (ver Quadro A.1 no Anexo). Há uma clara disparidade entre a Espanha, Grécia e Portugal, onde o PIB per capita, medido em ter-mos de padrões de poder de compra (PPC) por forma a reflectir os níveis relativos de riqueza, é de apenas 67%-82% da média da UE, e os outros Estados-Mem-bros, onde o PIB é semelhante ou acima da média.

E isto independentemente de uma significativa conver-gência alcançada por estes três países na última déca-da. Como grupo, o seu PIB subiu de 68% da média da UE em 1988, para 79% em 1999. Em termos individuais a di-ferença entre a Espanha e a Grécia e a média da UE dimi-nuiu em 9 a 10 pontos percentuais em cada um dos ca-sos, e Portugal em 17 pontos percentuais. Muito embora a disparidade global no PIB per capita entre estes três países e o resto da UE tivesse sido reduzida em cerca de um terço durante este período, a verdade é que, a man-ter-se este ritmo de convergência, seriam ainda necessá-rios outros 20 a 30 anos para que ela fosse totalmente

eliminada. Tal realidade sublinha a natureza morosa do processo de convergência, muito embora uma maior ou menor demora na prossecução de uma convergência to-tal dependa de se, e em que medida, se verifica uma mu-dança nas condições subjacentes e no contexto neces-sário à concretização do crescimento.

Um exemplo muito positivo a este propósito é o forte de-sempenho da Irlanda, que há dez anos estava incluída no grupo dos países menos prósperos, com um PIB per ca-pita de apenas 70% do da média da UE, mas que, actual-mente, tem um nível de 14% acima dessa média.

Um aspecto importante, e que deve ser sublinhado neste contexto, é que a convergência do PIB per capita em ter-mos de PPC depende não só das taxas do diferencial de crescimento de produção, do PIB crescer mais rapida-mente nos países da coesão do que noutros Estados-Membros, mas também do desenvolvimento relativo dos preços, que afectam o ajustamento do PPC (ver Caixa so-bre o PIB e outras medidas da economia regional).

As disparidades entre regiões diminuiram, mas pouco

As disparidades são ainda mais acentuadas entre re-giões na UE1

(Mapa 1 e Quadro 1). Os 10% das regiões com o PIB per capita mais elevado consistem, em grande medida, nas cidades capitais do norte e das cidades mais prósperas do Sul da Alemanha e do Norte da Itália. Se se alargar aos primeiros 25%, passarão a estar incluí-das várias regiões do Reino Unido, algumas regiões

0 50 100 150 200 250 300 B DK D EL E F IRL I L NL A P FIN S UK BG CY CZ EE HU LT LV PL RO SI SK 0 50 100 150 200 250 300 Índice UE26=100

1

PIB per capita (PPC) por país e extremos regionais, 1998

Bruxelas/ Brussels Antwerpen Hainaut Hamburgo Oberbayern Chemnitz Sterea Ellada Ipeiros Comunidad de Madrid Extremadura Île de France Languedoc-Roussillon Sul e Este Fronteira, Zona Central e Ocidental Trentino-Alto Adige Utrecht Calabria Flevoland Viena Salzburg Burgenland Lisboa/Vale do Tejo Açores Uusimaa (Suuralue) Estocolmo Itä-Suomi Västsverige Centro Londres

Berks, Bucks & Oxfordshire Cornwall & Isles of Scilly Yugoiztoche Yuzhen Tsentralen Praga Jihozapad Stredocesky Kozep-Magyarorszag Eszak-Alfold Mazowiecki Lubelskie Bucareste Norte-Este Bratislavský Kraj Západné Slov. Východné Slovensko

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Guyane (F) Guadeloupe (F) Martinique (F) Réunion (F) Canarias (E) Açores (P) Madeira (P) Kypros Índice, UE26=100 < 30 30 - 50 50 - 75 75 - 100 100 - 125 ≥ 125 sem dados Fonte: Eurostat 0 100 500 km SIG16 SIG16

© EuroGeographics Association para as fronteiras administrativas

1 PIB per capita por região (PPC), 1998

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austríacas, belgas e holandesas, bem como Madrid e Roma (Lazio). Os últimos 10% são predominantemente constituidos pelas regiões da Grécia e dos DOM france-ses, e incluem ainda algumas regiões de Portugal, Espa-nha e Sul da Itália, enquanto que os últimos 25% incluem já várias outras regiões espanholas e portuguesas, o res-to do Sul da Itália e da Alemanha Oriental, bem como al-gumas regiões periféricas da França e do Reino Unido.

O contraste entre os primeiros e os últimos 10% é absolu-to. As regiões do topo têm um PIB per capita de 60% aci-ma da média da UE, ou 45% se se excluirem as regiões onde os pendulares são importantes2

, enquanto que as da base registam um valor quase 40% abaixo da média. Por outras palavras, nas regiões que estão nos primeiros 10%, o PIB per capita é cerca de 2,5 vezes o das regiões dos últimos 10%. De forma semelhante, as regiões que estão nos primeiros 25% têm o dobro do nível dos últimos 25% e representam um terço do PIB total da UE, contra um sexto no caso dos últimos.

Contudo, verificou-se uma convergência significativa ao longo do período 1988-1998 (ver Mapa A.1). Nas regiões dos últimos 10%, o PIB per capita aumentou de 55% para 60% da média da UE, embora nas dos últimos 25% tives-se apenas aumentado de 66% para 68%. (Estes aumen-tos não são tão fortes quanto é referido no Sexto Relatório Periódico, onde as regiões mais fortes e mais fracas fo-ram apenas definidas em termos de número de regiões e não da população que cobrem.)

Este facto sublinha, mais uma vez, que o processo de convergência é um processo a longo prazo, uma vez que a disparidade entre as regiões dos 10% mais fracas e a média da UE apenas diminuiu 11% durante esses 10 anos.

As disparidades regionais dentro dos países são grandes, mas poderão estar a estabilizar

Para além das disparidades regionais que se verificam no todo da UE, existem também vários casos de grandes disparidades dentro de Estados-Membros específicos (ver Quadro A.2 e Gráfico 1). As economias divididas da Itália e da Alemanha são os mais óbvios exemplos, mas na maioria dos países encontram-se uma ou mais regiões cujos níveis do PIB per capita estão muito acima, ou muito abaixo, da média nacional. Em particular as cidades ca-pitais, tais como Londres ou Paris (Ile de France), tendem a ter níveis muito superiores à média3

, enquanto que em muitas zonas remotas e rurais, tais como Ipeiros na Gré-cia, Calábria na Itália e os Açores em Portugal, o PIB per capita está muito abaixo do das outras regiões. Este fac-to demonstra claramente que os países não podem ser tratados como economias homogéneas, e que é

importante ter em conta as características e tendências tanto nacionais, como regionais.

No Primeiro Relatório sobre a Coesão observou-se que havia uma tendência para as disparidades regionais no PIB per capita virem a aumentar ao longo do tempo. Tal parece ser, de facto, o caso num número significativo de Estados-Membros, embora noutros as disparidades en-tre regiões tivessem diminuido um pouco (ver Quadro A.3 e Gráfico 2). A redução das disparidades que recente-mente ocorreu em alguns Estados-Membros pode, con-tudo, ser apenas cíclica, uma vez que as regiões mais atrasadas tendem a convergir mais em períodos de cres-cimento do que em períodos de recessão4

. Além disso, 0 10 20 30 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 0 10 20 30

Sin los nuevos Länder

UPA (UE = 100), desviación típica

2 Disparidades entre los PIB per cápita, 1987-98

Nueva desagregación NUTS UE15 (por regiones)

UE15 (por Estados miembros)

Quadro 1 As regiões mais e menos prósperas na União, 1988-1998

PIB per capita (PPC) como % da média da União

Regiões UE15 UE27

1988 1998 1998 10%+ 155,3 160,9 176,9 10%- 55,1 61,0 31,1 ratio 2,8 2,6 5,7 25%+ 134,1 137,1 152,0 25%- 66,6 68,3 44,3 ratio 2,0 2,0 3,4

10%+ et 25%+ : as regiões com o PIB per capita (PPC) mais elevado, representando 10% e 25% respectivamente da po-pulação total da União

10%- et 25%- : as regiões com o PIB per capita (PPC) mais baixo, representando 10% e 25% respectivamente da popu-lação total da União

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mantêm-se disparidades substanciais, principalmente em alguns dos Estados-Membros menos prósperos.

Na Grécia, por exemplo, embora o PIB per capita não difi-ra muito entre as regiões, começou nos últimos anos a surgir uma discrepância entre os principais centros de actividade económica da região de Atenas e Thessaloni-ki, e o resto do país. De facto, desde o encerramento das comunicações rodoviárias para o resto da UE através da ex-Jugoslávia, o porto e os aeroportos de Atenas passa-ram a ser os principais pontos de entrada e de saída para o comércio com o resto do mundo. Consequentemente, as regiões do remoto e montanhoso interior mantêm-se as mais pobres do continente da UE.

Em Espanha, o segundo maior país da UE em termos de área territorial, os padrões de desenvolvimento também variam. O PIB per capita mantem-se relativamente eleva-do em Madrid e na Catalunha, e aumentou ainda mais du-rante a última década. Outras regiões do norte, principal-mente Navarra e Pais Basco, também tiveram um bom desempenho. Tal não foi, porém, o caso nas regiões re-motas do Nordeste e do subdesenvolvido Sul, onde o PIB cresceu menos do que a média da UE nas primeiras, e muito infimamente nas segundas – que se encontram en-tre as zonas menos desenvolvidas da União. Daí que as disparidades regionais em Espanha tivessem aumenta-do mais.

As disparidades são também notórias em Portugal, onde o desenvolvimento está concentrado ao longo da faixa

litoral, em Lisboa, Porto e Algarve, muito embora as dis-paridades tivessem diminuido ao longo dos últimos 10 anos.

A Suécia e a Finlândia têm também vindo a sentir os efei-tos da emigração das regiões mais remotas e escassa-mente povoadas do norte – bem como do leste, no caso da segunda – desde que a recessão atacou fortemente aquelas regiões, em princípios dos anos 90. A emigração para o exterior tem continuado desde então, não obstante a recuperação parcial do PIB per capita.

As disparidades são não só grandes, mas também de longa duração entre o Norte e o Sul da Itália. Apesar da ascensão económica nas outras regiões, o PIB per capita do Mezzogiorno continuou a estagnar nos cerca de 60-70% da média da UE. Só em Basilicata é que o cresci-mento foi, na última década, significativo, mas, mesmo aqui, o PIB per capita apenas subiu de 63% para 72% da média da UE entre 1988 e 1998.

O PIB per capita em termos de PPC nos novos Länder ale-mães, onde o crescimento foi muito rápido nos primeiros anos pós-reunificação, também era de cerca de 68-70% da média da UE em 1998.

As disparidades duplicam com a inclusão dos países candidatos

Torna-se pertinente analisar as disparidades que se veri-ficariam hoje na União, se todos os países candidatos5

fossem considerados em conjunto com os actuais

0 50 100 150 200 250 L DK IRL NL A B D S UK FIN I F E CY P SI EL CZ HU SK PL EE LT LV RO BG Candidatos UE15 0 50 100 150 200 250 Índice, UE26 = 100

3

PIB per capita (PPC), 1999

Média grupo 1 Média grupo 2

Média UE26 Média grupo 3

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Estados-Membros. Sublinhe-se, porém, que à data da in-tegração desses países na UE, os seus PIB per capita de-verão ser já superiores aos actuais dependendo, é claro, dos respectivos desempenhos económicos neste interim e dos efeitos da própria adesão.

Deve igualmente ser tido em conta que existem diferenças significativas entre os países candidatos, não só em ter-mos do PIB per capita, mas também em terter-mos do seu de-sempenho económico desde que teve início o período de transição, o que em parte reflecte o ritmo e o alcance das reformas levadas a cabo durante este período (ver Caixa).

Na UE dos 27 distinguem-se, em termos do PIB per capi-ta, três grupos de países, por oposição aos actuais dois grupos (Gráfico 3). Os actuais Estados-Membros da União – exceptuando a Espanha, Grécia e Portugal – for-mam o primeiro grupo, com um PIB per capita 20% acima da nova média. Aqueles três países da coesão, mais Chi-pre, a República Checa, a Eslovénia e, muito certamente, Malta (apesar de não existirem dados disponíveis sobre os PPC), formam o segundo grupo, com um PIB per capi-ta entre os 68% (na República Checa) e os 95% (na Espa-nha) da média da UE dos 27, enquanto que os restantes 8 países candidatos formam um terceiro grupo, cujo PIB

per capita está abaixo (e que é, em média, apenas 40% da média da UE dos 27, apesar dos 56-58% da Eslová-quia e da Hungria).

O alargamento irá, pois, colocar um duplo desafio à coe-são (Quadro 2). Em primeiro lugar, ele irá mais do que du-plicar a população que vive em regiões com um PIB per capita inferior a 75% da média actual da UE – EUR 20.213 per capita – de 71 milhões para 174 milhões, ou 19% do total da UE dos 15, para 36% do total da UE dos 27 (ou 26% do total da UE dos 27 se o PIB per capita médio da UE for reduzido para o dos 27 países, isto é, EUR 16.504).

Em segundo lugar, irá aumentar a intensidade ou escala da disparidade. Em 1998, o PIB per capita das regiões menos desenvolvidas da União rondava os 66% da mé-dia actual da UE. Nas regiões menos desenvolvidas dos países candidatos ele era bastante inferior (cerca de 37% da média actual da UE); assim sendo, os dois grupos de regiões no seu conjunto tinham um PIB per capita de me-nos de metade (48%) da média da União.

Com base nos dados actuais, a inclusão dos 12 países candidatos tem o efeito estatístico de reduzir a média do PIB per capita da UE em 18%. Como resultado deste

Desenvolvimentos recentes nas economias dos países candidatos

O potencial de crescimento a longo-prazo dos países can-didatos é substancial, o que, muito provavelmente, virá futu-ramente a beneficiar os actuais Estados-Membros da UE. O desempenho económico dos países candidatos da Eu-ropa Central registou, na maioria dos casos, melhorias sig-nificativas desde meados dos anos 90, muito embora, devido ao crescimento da UE durante este período, tenha havido pouca convergência em termos do PIB per capita. Ao mesmo tempo, as disparidades regionais dentro des-ses paídes-ses têm tido tendência a aumentar, principalmente entre as cidades capitais e as regiões fronteiriças com a UE e a regiões mais a leste. As futuras políticas terão, pois, que dar solução a essas disparidades.

Embora o crescimento do PIB no todo dos países candida-tos (mas excluindo a Turquia) tivesse apenas sido de 2,2% em 1999, o que é menos do que na UE dos 15, em cinco deles (Eslovénia, Hungria, Chipre, Polónia e Malta) o au-mento excedeu os 4%.

Exceptuando a Roménia (e a Turquia), a inflação estabili-zou nos cerca de 10% ao ano, ou mesmo abaixo, muito em-bora a redução relativamente lenta da inflação na Hungria e na Polónia continue a ser preocupante.

A balança de transacções correntes melhorou em vários países, muito embora o défice se mantenha significativo na

Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia. Em grande medida, os défices têm sido financiados pela entrada de capitais liga-dos às privatizações, mas os novos investimentos também aumentaram em vários países.

Apesar dos esforços para reduzir o défice orçamental na maioria dos países, a sustentabilidade das finanças públi-cas continua a causar grande preocupação.

O processo de privatização das grandes empresas está em marcha na Hungria, República Checa, Estónia e Bulgá-ria e, de forma menos acelerada, na Letónia. Na Polónia, a taxa de privatização tem sido mantida, mas a restruturação da agricultura e das indústria do ferro e do aço ainda agora começou. O processo de privatização no sector da banca, bem como nos sectores da energia e das telecomunica-ções, tem vindo a registar progressos na República Che-ca, Bulgária, Letónia e Eslováquia.

A situação macroeconómica nos países candidatos é mis-ta, isto é, com aspectos favoráveis (potencial de cresci-mento, IDE, crescimento e alteração dos fluxos comerciais e mesmo a situação da inflação) e outros mais desfavorá-veis (défice das transacções correntes, desemprego e o défice orçamental). Contudo, e tendo em conta os seus pontos de partida e a importância dos processo de restru-turação, não é possível comparar a situação nestes países com a dos actuais Estados-Membros da UE.

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hipotético exercício, 27 das regiões da actual UE, com cerca de 49 milhões de habitantes, sobem acima dos 75% da média dos 27 países. Claro está que este facto não terá, por si só, qualquer efeito na resolução dos pro-blemas de desenvolvimento das regiões em questão; ele apenas significa que as suas posições relativas são me-lhoradas pela entrada de regiões que estão, elas própri-as, em pior situação.

Tendo em conta os dados existentes, e partindo do prin-cípio de que a União se alargava repentinamente a mais 12 Estados-Membros, dir-se-ia que o desafio da coesão numa UE dos 27 seria duas vezes mais generalizado e duas vezes maior do que actualmente. Além disso, é pro-vável que persista por longo tempo. Mesmo que os paí-ses candidatos viessem a alcançar uma taxa de cresci-mento igual à dos países da coesão na última década, o seu actual nível do PIB per capita implicaria um processo de convergência de, pelo menos, duas gerações. Ainda que conseguissem uma taxa de crescimento como a que a Irlanda conheceu na última década, levariam 20 anos até conseguirem alcançar os 90% do PIB per capita da UE dos 15.

As disparidades regionais também duplicam com o alargamento

A inclusão dos 12 países candidatos não tem virtualmen-te qualquer efeito na identificação das regiões com o PIB per capita mais elevado da União6

, mas altera completa-mente a composição e o nível relativo do rendimento das regiões com os níveis mais baixos. Os últimos 10% das regiões (em termos de população), numa UE alargada, são exclusivamente formados pelas regiões do Leste da Polónia, da Bulgária e da Roménia e também da Lituânia e da Letónia. Os 25% das regiões com o mais baixo PIB per capita engloba quase todas as regiões dos países candidatos e a maior parte das da Grécia, Açores e Ma-deira, em Portugal, e a Andalucia e a Extremadura em Espanha.

Deverá notar-se que muito poucas regiões da actual UE figuram na lista das regiões

me-nos prósperas de uma União alar-gada. Deve igualmente notar-se o quanto fica reduzido o PIB per capita das regiões dos últimos 10%, que cai dos actuais 61% da média da UE, para apenas 31% da média de uma União alarga-da. Enquanto que, presentemen-te, apenas Ipeiros, na Grécia, tem um rendimento inferior a metade da média da UE, numa União alargada, cerca de 79 milhões de pessoas passariam a viver em

regiões com um PIB per capita inferior ao dessa região grega.

Tal como acontece no caso das disparidades entre paí-ses, a proporção do PIB per capita entre as regiões mais fortes e as mais fracas numa União alargada é de cerca do dobro da da actual UE. Daí que os primeiros 25% das regiões de uma UE alargada teriam um nível médio de PIB per capita de 3,3 vezes o dos últimos 25% das re-giões, contra uma proporção de 1,9 vezes na presente UE. Por outro lado, os primeiros 10% das regiões têm, após o alargamento, um nível de 5,3 vezes o dos últimos 10%, se comparadas com a actual proporção de 2,4.

Tendências para a convergência

A utilização de diferentes modelos económicos para ana-lisar as tendências do desenvolvimento regional pode re-velar-se útil por duas razões. A primeira é que permitem estimar os efeitos que muito provavelmente se farão sen-tir no futuro se determinadas tendências se mantiverem e se as economias regionais continuarem a ter o mesmo desempenho. E a segunda é que permitem identificar os factores-chave que deverão ser alterados se se preten-der alcançar uma convergência no PIB per capita . Da utilização destes modelos emergem três conclusões principais.

A primeira é que, a manterem-se as tendências anterio-res, a eliminação das disparidades regionais da actual UE demorará várias décadas.

A segunda é que não há garantias de que tal eliminação se venha a verificar. Mais especificamente, muito embo-ra as economias regionais possam vir a convergir paembo-ra o seu próprio nível de equilíbrio do PIB, tendo em conta as condições subjacentes prevalecentes e as suas próprias dotações de factores, não há necessariamente garantias de que o processo em si venha a conduzir a uma conver-gência para o nível de PIB per capita da UE e para a redu-ção das disparidades regionais na União. A única forma de garantir tal redução de disparidades é se houver uma

Quadro 2 Síntese estatística para as regiões abaixo dos 75% do PIB per capita da UE, 1998

Índice utilizado Na UE15 Na UE26

UE15 = 100 EUR 20213 UE15 = 100 EUR 20213 UE26 = 100 EUR 16504

Número de regiões abaixo dos 75% 46 97 70

População nessas regiões (milhões) 71 174 125

População em proporção à UE15/27 19% 36% 26%

PIB/capita (PPC) das regiões abaixo dos 75%

66 48 46

UE26 exclui Malta

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mudança nas condições subjacentes e na capacidade relativa de factores (em termos de todos os tipos de capi-tal e de diferentes competências da mão-de-obra). O principal objectivo das políticas regionais e estruturais é precisamente promover tal mudança.

A terceira é que, para que se verifique a convergência das regiões para o nível médio do PIB per capita da UE, é de capital importância que sejam eliminadas ou, pelo me-nos, significativamente reduzidas as disparidades na do-tação de capital humano – isto é, nas competências da mão-de-obra. Tal implica, porém, tanto uma necessida-de necessida-de melhorar os sistemas educativos e necessida-de formação nas regiões menos desenvolvidas e de alargar a acessi-bilidade a tais sistemas, como a necessidade de as em-presas dessas regiões utilizarem mais eficientemente as competências potencialmente disponíveis e de se adap-tarem mais rapidamente às mutações tecnológicas e de organização laboral.

O PIB e outras medidas da economia regional

O PIB per capita em termos de PPC é o indicador-chave para avaliar os níveis de desenvolvimento económico das regiões e as suas disparidades. A sua utilização encon-tra-se contemplada nos Regulamentos dos Fundos Estru-turais e no Artigo 87(3)a do Tratado sobre a política de concorrência, ambos aprovados por unanimidade pelos Estados-Membros. Também é convencionalmente utili-zado por diversas instituições internacionais (incluindo o Banco Mundial, o FMI, a OCDE e as Nações Unidas), as-sim como por universidades e instituições de investiga-ção, bancos centrais e empresas privadas por ser, por si só, a medida mais fiável de desempenho económico. E isto porque:

- O PIB é, quase por definição, a melhor medida para a produção da economia regional;

- Deixando de lado os problemas dos pendulares, que apenas são significativos em alguns casos, e os rendi-mentos do capital, é um bom garante do rendimento re-gional ante as transferências públicas e privadas. Para fins de coesão ele é importante, pelo menos numa fase inicial, para medir o rendimento regional, levando ape-nas em consideração aquele que é gerado localmente, sem incluir as transferências do ou para exterior. Para dar um exemplo: uma região que tenha tido um baixo nível de produção poderia perfeitamente ter um nível muito mais elevado de rendimento final devido a gran-des transferências da segurança social, mas não dei-xaria, por isso, de ser uma região menos favorecida; - O PIB per capita é sólido do ponto de vista estatístico e

está, amiúde, rapidamente disponível a nível regional durante um período razoável de tempo;

- Uma vez que, dependendo das taxas de câmbio vigtes, os níveis de preços variam consideravelmente en-tre países torna-se necessário proceder aos devidos ajustamentos por forma a medir o à quantitade de bens e serviços adquiridos através de um dado montante de dinheiro. Expressar o PIB em termos de padrões de po-der de compra (PPC) permite efectuar tal correcção. Actualmente, o ajustamento dos PPC é calculado com base em níveis nacionais de preços e, por essa razão, não tem em linha de conta as diferenças de preços regionais, que podem ser significativas, sobretudo onde existam grandes variações de rendimento entre regiões. O custo de vida, por exemplo, é muito mais elevado no norte da Itália do que no sul e, em princípio, tal deve estar contem-plado nos números do PIB per capita regional.

Apesar da utilidade do PIB per capita em PPC, é impor-tante ter igualmente em conta outras medidas da econo-mia regional (ver Quadro A.4).

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Mudanças no PIB per capita no PPC ao longo do tempo

É importante reconhecer que o PIB per capita em termos de PPC pode mudar numa economia relativamente a outra, não só devido a diferenças na taxa de crescimento do PIB em termos reais (a chamada convergência ‘real’), mas também devido a uma mudança nos níveis relativos de preços. Potencialmente, tal facto vem complicar a análise das alterações ao longo do tempo, na medida em que um aumento relativo do PIB per capita — que deriva de uma redução do nível relativo de preços, ou de uma reavaliação do ajustamento dos PPC – poderá ter implicações ligeira-mente diferentes daquelas que resultam de um crescimen-to relativo do PIB real.

O PIB sem o ajustamento dos PPC: maiores disparidades, mas um padrão semelhante

O indicador alternativo mais simples é medir o PIB per ca-pita em Euros (em vez de em PPC), que apresenta o valor do mercado de produção em cada região, mais do os níve-is reaníve-is de rendimento ver Mapa A.2).

Este tipo de medida vem aumentar a escala de diferenças entre regiões. Uma vez que os níveis de preço estão positi-vamente correlacionadas com a riqueza de uma região, um baixo PIB per capita nas regiões menos prósperas ten-de a ser parcialmente compensado por um custo ten-de vida mais baixo.

A mudança mais marcante verifica-se em regiões que têm um PIB per capita mais afastado da média da UE. O nível em Portugal, como um todo, cai de 76% da média da UE (em termos de PPC), para apenas 50%, abaixo do da Gré-cia. Inversamente, na Suécia e na Dinamarca, onde o cus-to de vida é muicus-to elevado, o PIB per capita é nitidamente mais elevado quando medido em Euros (23% mais eleva-do no seguneleva-do caso).

Alargando a comparação por forma a incluir os países can-didatos, os seus PIB per capita médios diminuem de 37% da média da UE dos 15 em termos de PPC, para apenas 16% em termos de Euros. Os níveis mais baixos de PIB per capita situam-se nas zonas de Leste. Até na Eslovénia o PIB per capita é pouco mais do que 45% da média da UE, por oposição aos quase 71% em termos de PPC.

PNB: permitir transferências de rendimento

Como já referido, o PIB tem a vantagem de excluir as trans-ferências de rendimento e, por isso, está mais estreitamen-te relacionado com o rendimento gerado dentro de uma economia. Contudo, tais transferências não se limitam às que são feitas por questões redistributivas, mas incluem também as remessas e/ou recebimentos de rendimentos, tanto por indivíduos, como por empresas, que, numa eco-nomia, podem afectar de forma muito significativa o rendi-mento disponível para aplicação em bens e serviços. As remessas de capital de trabalhadores emigrados

revela-ram-se, no passado, uma fonte de rendimento importante para várias regiões e países (como o sul da Itália, por explo), enquanto que a repatriação de lucros efectuada por em-presas estrangeiras para o seu país de origem e o recebimento de lucros ganhos no estrangeiro são, hoje em dia, igualmente importante em várias economias. Estes fluxos de rendimentos de e para o exterior estão incluídos no Produ-to Nacional BruProdu-to (PNB).

Não estão, infelizmente, disponíveis dados do PNB por re-gião na União, o que, em grande medida, se fica a dever ao facto de ser muito difícil medir os fluxos de rendimento a esse nível. Contudo, estão disponíveis dados do PNB a nível nacional que, para alguns Estados-Membros, apresentam algumas diferenças dos do PIB. É o caso da Irlanda, onde o PNB foi mais do que 13% abaixo do PIB, o que reflecte a im-portância dos lucros conseguidos por empresas estrangei-ras, que não foram necessariamente aplicados no país (muito embora isto também não signifique que eles tivessem necessariamente saído da Irlanda). Portanto, em 1999, o PNB per capita em termos de PPC na Irlanda esteve abaixo da média da UE, enquanto que o seu PIB per capita esteve muito acima.

Por razões semelhantes, o PNB no Luxemburgo foi também substancialmente inferior (quase 10%) ao PIB. Contudo, no outros Estados-Membros – exceptuando a Grécia onde os flu-xos em proveniência do exterior apenas acrescentaram pou-co menos de 3% ao rendimento – a diferença entre o PIB e o PNB foi de cerca de 2% ou menos.

Consumo mediano: um indicador dos padrões de vida do agregado familiar médio

O consumo mediano per capita, medido em PPC, é um outro indicador útil. Este é calculado com base em inquéritos aos orçamentos dos agregados familiares e mede os bens e servi-ços adquiridos pelo agregado ou por indivíduos, em vez de produzidos na economia. Daí que, ao contrário do PIB, inclua as importações e exclua as exportações o que, a nível regio-nal, pode ser muito significativo. Implicitamente, também ex-clui os rendimentos transferidos para o exterior o que, como anteriormente referido, é significativo no caso da Irlanda. Uma vez que a distribuição dos rendimentos é bastante assi-métrica, o rendimento mediano é menos do que o médio e mais representativo de um agregado ou indivíduo típicos. Como o consumo tende a estar mais abaixo do rendimento quanto maior for o crescimento da economia, ele tenderá a si-tuar-se atrás do PIB per capita conforme as economias forem convergindo.

Contudo, este indicador não está disponível a nível regional na UE, muito embora as comparações a nível nacional pos-sam ser interessantes. Portugal tem o nível inferior, com um consumo típico de apenas 58% da média da UE devido, em grande parte, à assimetria da distribuição do rendimento. Os outros dois países da coesão – a Grécia e a Espanha – porém, têm níveis muito semelhantes de consumo mediano e de PIB relativamente ao resto da UE.

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1 No Primeiro Relatório sobre a Coesão e nos Quinto e Sexto Relatórios Periódicos, foram utilizadas como parâmetro de medida das disparidades um conjunto cumulativo de 25 regiões ou de 10 regiões situadas nos escalões superior e inferior da lista. Contudo, uma vez que as regiões NUTS variam em tamanho, tal pode induzir em resultados erróneos ao longo do tempo se a população abrangida pelas regiões em análise mudar significativamente. Este será, de facto, o caso com a adição dos países candidatos, que aumentará o número de regiões NUTS 2 para 260. Daí que os números apresentados no texto se reportem às regiões com os níveis de PIB per capita mais altos e mais baixos, que representam 10% ou 25% da população da UE.

2 Estes agregados excluem as regiões que são consideradas pela Eurostat como tendo um PIB per capita relativamente elevado ou relativamente baixo devido aos pendulares; pela mesma razão, omite os casos em que o PIB é, em grande medida, produzido por pessoas que vivem fora da região, ou em que as pessoas que vivem em determinada região auferem, em grande medida, os seus rendimentos de outra parte. Ver Eurostat (2000) ‘Statistics in focus’, Tema 1, 1/2000. 3 Em alguns casos tal é devido aos pendulares e à não inclusão de pessoas que contribuem para o PIB nos números da

população.

4 Para uma explicação mais detalhada deste efeito ver Caixa da Secção 1.1 do Sexto Relatório Periódico.

5 Os países candidates são a Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria, Eslovénia, Roménia, Bulgária, Chipre e Malta.

6 A notável excepção é a inclusão de Praga, onde uma parte do elevado nível do PIB per capita fica quase certamente a dever-se aos pendulares.

7 Para informações mais detalhadas sobre a teoria e a prática da contabilidade verde, ver World Bank (1996) ‘Green national accounts: policy uses and empirical experience’.

8 Ver Eurostat (1999) ‘Towards environmental pressure indicators for the EU’ e Eurostat (no prelo) ‘Towards an environmental accounting framework for the EU’.

9 World Bank (1995) ‘Monitoring environmental progress’.

Contabilidade verde: mais próximo da execução, mas muito por fazer até à operacionalização

Um último conceito interessante é o da ‘contabilidade ver-de’ – a tentativa de incorporar os custos ambientais nas es-tatísticas da economia. A questão da contabilidade verde tem a ver com o facto de o cálculo normal do PIB, determi-nado a preços de mercado, não incluir a delapidação de recursos finitos e outros custos impostos ao ambiente pela produção e actividades correlativas7

. A contabilidade ver-de é, pois, uma tentativa ver-de medir os ‘custos reais’ da per-da de recursos escassos e dos prejuízos ambientais causados pela produção, e de incluir nos cálculos do PIB estimativas explícitas de tais impactos em termos de, por exemplo, custo de desenvolver recursos alternativos ou de limpeza do ambiente.

A atribuição de um valor monetário a entes que são, em grande medida, intangíveis coloca, porém, grandes difi-culdades, não se tendo até agora conseguido criar uma fórmula para um PIB ‘verde’ globalmente aceite. Uma abordagem mais limitada consiste em estabelecer estima-tivas da poluição causada por determinados sectores, ou então separar a despesa do ambiente, listando tais cifras em pé de igualdade com as respectivas partes das finan-ças nacionais como adenda. Uma tal solução, contudo, tende a que tais estimativas sejam vistas como meras sub-sidiárias dos números do PIB. Assim, a Comissão optou por uma solução intermédia: a das contas-satélite para bens específicos como a floresta, as reservas minerais, os recursos hídricos e a qualidade do ar. Sempre que possí-vel, é atribuído um valor monetário a aspectos específicos de cada um desses bens, tais como o valor das florestas

em termos da madeira que produzem ou do lazer que propor-cionam, ou o custo da manutenção das reservas hídricas num determinado padrão de qualidade. Nos outros casos são cal-culados valores físicos, tais como as emissões de CO2. A colaboração, ao longo dos três últimos anos, entre as Direc-ções-Gerais de Política Regional e do Ambiente e a Eurostat na Comissão e os vários gabinetes estatísticos nacionais8

co-meçou a produzir resultados. De facto, e muito embora haja várias lacunas nomeadamente no que diz respeito aos valo-res monetários, há um conjunto de dados globais sobre o am-biente que está em fase de preparação e de categorização por diferentes tipos de recurso. Este trabalho tem vindo a re-velar resultados surpreendentes. Por exemplo, as florestas na UE (avaliadas em cerca de 400 mil milhões de Euros) va-lem o dobro do total das reservas de petróleo e de gás (cerca de 200 mil milhões de Euros). Acresce ainda que este número reflecte apenas o valor comercial da madeira e que seria mui-to mais elevado se incluisse o seu valor intrínseco ou recreati-vo.

Estes resultados coincidem com as estimativas do Banco Mundial9

segundo as quais, mesmo nos países ricos, o total dos recursos naturais valiam, em média, tanto ou mais do que os recursos físicos, tais como os edifícios ou as máquinas. Contudo, muito há ainda a fazer para tirar o melhor partido possível de tais estimativas. Está previsto que, gradualmente, elas venham a ser produzidas de forma mais sistemática e re-gular e a gerar uma série temporal consistente. A sua decom-posição a nível regional, porém, está ainda muito longe de ser uma realidade.

Referências

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