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ESTILO DE VIDA, ESTRESSE E PRODUTIVIDADE DE BANCÁRIOS Dissertação

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Academic year: 2019

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ESTILO DE VIDA, ESTRESSE E PRODUTIVIDADE DE BANCÁRIOS

Dissertação

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ALEXANDRE RODRIGO BACK

ESTILO DE VIDA, ESTRESSE E PRODUTIVIDADE DE BANCÁRIOS

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Administração da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito final para a obtenção do grau de Mestre em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Alexandro Andrade

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ESTILO DE VIDA, ESTRESSE E PRODUTIVIDADE DE BANCÁRIOS

Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do Título de Mestre em Administração (Gestão Estratégica das Organizações) e aprovada em sua forma final pelo Curso de Mestrado em Administração da Universidade do Estado de Santa Catarina.

Banca Examinadora

Orientador: ________________________________________________ Prof. Dr. Alexandro Andrade

Universidade do Estado de Santa Catarina -UDESC

Membro: ______________________________________________ Prof. Dr. José Luiz Fonseca da Silva Filho

Universidade do Estado de Santa Catarina -UDESC

Membro: ________________________________________________ Prof. Phd. José Carlos Zanelli

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

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AGRADECIMENTOS

A realização dessa dissertação só foi possível graças ao envolvimento, dessas pessoas a quem passo a agradecer, e é a elas que dedico o meu sincero muito obrigado.

À minha esposa, Giselle pela sua inteligência, companheirismo e constante incentivo. À minha filha Luisa, minha fonte de inspiração, pela sua compreensão.

Ao Prof. Dr. Alexandro Andrade, a quem tenho grande admiração profissional e pessoal, pelo entusiasmo acadêmico e confiança em mim depositada. Seu apoio e amizade nunca serão esquecidos.

Aos membros da banca examinadora Prof. Dr. José Luiz Fonseca da Silva Filho e Prof. Dr. José Carlos Zanelli.

Aos meus pais, pela educação que me proporcionaram e estímulo em fazer do estudo um caminho para o meu aperfeiçoamento humano.

Aos acadêmicos do Laboratório de Psicologia do Esporte e do Exercício da UDESC – LAPE, especialmente aos incansáveis Maick da Silveira Viana, Caroline Di Bernardi Luft, Diego I. Cunha Vasconcellos, Martina Kieling Sebold Barros Rolim, Sabrina de Oliveira Sanches, Evanea J. Scopel e Viviane Pacheco Gonçalves.

Aos professores da ESAG Francisco Gabriel Heidemann e Luiz César Reis Salvador pelo aconselhamento necessário.

Ao Sindicato dos bancários da região da Grande Florianópolis pelo interesse e apoio na realização da pesquisa.

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O presente trabalho teve por objetivo investigar a percepção de bancários quanto ao seu estilo de vida, ambiente de trabalho, a ocorrência e o controle do estresse e a produtividade. Esta pesquisa é um estudo de campo de natureza descritiva de opinião e auto-avaliação caracterizada por uma abordagem quantitativa. A amostragem utilizada foi do tipo probabilística estratificada, constituída de 304 bancários da região da Grande Florianópolis, sendo que 176 (57,9%) são do sexo masculino e 128 (42,1%) do sexo feminino. O instrumento aplicado nesta pesquisa foi um questionário do tipo misto, com questões fechadas, abertas e mistas, com base na escala de Likert, chamado “questionário de auto-avaliação do estilo de vida, ocorrência e controle do estresse” (ANDRADE, 2001), adaptado para este estudo incluindo-se questões para a avaliação da produtividade. Os resultados obtidos indicam que os bancários participantes da pesquisa apresentam diferenças importantes com relação ao seu estilo de vida e a incidência e controle do estresse, contudo, apresentam avaliação semelhante relativamente ao seu ambiente de trabalho e a sua produtividade. A pesquisa revelou que a maioria dos bancários investigados tem um estilo de vida sedentário, a auto-avaliação da produtividade é alta, apesar do ambiente de trabalho ser considerado apenas regular e parcela significativa dos bancários conviver com níveis de estresse preocupantes. A avaliação positiva da produtividade dos bancários em geral não leva em consideração o estresse oriundo do seu ambiente de trabalho e negligencia a própria condição de saúde, a qual é ou poderá ser afetada negativamente.

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The present work aimed to verify the perception of the bank employees about their lifestyle, work environment, stress, stress control and productivity. This research its a field study of descriptive nature, of opinion and self-assessment, adopting a quantitative approach. The sampling used was probabilistic containing 304 bank employees from the Florianópolis region, 176 (57,9%) of whom were male and 128 (42,1%) female. The instrument applied was a mixed questionnaire with close and open questions based on Likert scale entitled “self-assessment questionnaire on lifestyle, incidence and control of stress” (Andrade, 2001) adapted for this study including productivity evaluation questions. The results obtained show that the employees who took part in the study present important differences in relation to lifestyle as well as the incidence and control of stress, however, they presented a similar assessment in relation to their working environment and their productivity. The study revealed that the majority of the employees investigated have a sedentary lifestyle, the self-assessment of productivity was high, despite the working environment being considered no better than acceptable and a significant number of the employees manage worrying levels of stress. The positive assessment of productivity of the employees in general did not take into consideration the surrounding stress from their working environment and neglect of their own state of health, which is or could be negatively affected.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Representação gráfica do estilo de vida dos bancários investigados...65

Figura 2 - Representação gráfica dos cargos ocupados pelos bancários participantes da pesquisa. ...68

Figura 3 - Ocorrência de doenças nos bancários dos grupos sedentários, pouco ativos e ativos...71

Figura 4 - Gráfico de tipo de doenças nos bancários dos grupos sedentários, pouco ativos e ativos...72

Figura 5 - Gráfico dos motivos que mais interferem na prática de atividade física entre sedentários, pouco ativos e ativos...77

Figura 6 - Gráfico das médias das atitudes quanto ao ambiente de trabalho dos bancários em geral. ...79

Figura 7 - Índice de estresse percebido (isp) dos bancários investigados. ...81

Figura 8 - Índice de estresse percebido (isp) dos bancários pesquisados em função do estilo de vida...81

Figura 9 - Médias da auto-avaliação dos níveis de “dificuldade em expressar emoções e sentimentos”, “estresse”, “perfeccionismo”, “ansiedade”, “tensão”, “competitividade”, “ambição” e “agressividade”, dos bancários sedentários e ativos...82

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Figura 12 - Relação entre o índice de estresse percebido (isp) e o nível de tensão na totalidade dos bancários ...85

Figura 13 - Relação entre índice de estresse percebido (isp) e a motivação para trabalhar dos bancários em geral. ...86

Figura 14 - Relação entre o índice de estresse percebido (isp) e a avaliação do ambiente de trabalho pela totalidade dos bancários investigados...86

Figura 15 - Relação entre o índice de estresse percebido (isp) e o nível de satisfação do ambiente de trabalho pela totalidade dos bancários investigados. ...87

Figura 16 - Intensidade das causas de estresse dos grupos sedentários e ativos, a partir da média de posicionamento. ...90

Figura 17 - Intensidade das causas de estresse, a partir da média de posicionamento dos grupos logística e agência...91

Figura 18 - Freqüência das reações psicossomáticas ao estresse apresentadas pelos bancários sedentários, pouco ativos e ativos...92

Figura 19 - Freqüência das reações psicossomáticas ao estresse apresentadas pelos grupos logística e agência...93

Figura 20 - Média de posicionamento dos grupos sedentário, pouco ativo e ativo, quanto a freqüência no uso das principais estratégias para combater o estresse...94

Figura 21 - Média de posicionamento dos grupos logística e agência, quanto a freqüência no uso das principais estratégias para combater o estresse. ...95

Figura 22 - Avaliação dos bancários em geral sobre a ação da empresa no controle e combate ao estresse. ...96

Figura 23 - Representação do conceito de produtividade dos bancários que trabalham na área logística e agência...98

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Faixa etária dos bancários participantes da pesquisa. ...66

Tabela 2 - Nível de escolaridade dos bancários sedentários, pouco ativos e ativos...67

Tabela 3 - Nível de escolaridade dos grupos de bancários que trabalham na logística e na agência...67

Tabela 4 - Cargos ocupados pelos bancários sedentários, pouco ativos e ativos. ...68

Tabela 5 - Histórico de atividade física dos bancários sedentários, pouco ativos e ativos. .74

Tabela 6 - Freqüência semanal de atividade física ente os grupos sedentários, pouco ativos e ativos...74

Tabela 7 - Tipo de atividade física ou esporte praticado pelos bancários sedentários, pouco ativos e ativos ...75

Tabela 8 - Tipo de lazer mais freqüente entre os grupos sedentários, pouco ativos e ativos... ...75

Tabela 9 - Freqüência semanal de lazer entre os grupos sedentários, pouco ativos e ativos... ...76

Tabela 10 - Horas-extras trabalhadas diariamente pela totalidade dos bancários investigados...79

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Tabela 13 - Conceito do que é ser um bancário produtivo para os bancários investigados. ..97

Tabela 14 - Conceito do que é ser um bancário produtivo entre sedentários, pouco ativos e ativos. ...97

Tabela 15 - Conceito do que é ser um bancário produtivo pelos bancários da logística e da agência...98

Tabela 16 - Conceito de produtividade na função pela totalidade dos bancários investigados...99

Tabela 17 - Conceito de produtividade entre os grupos sedentários, pouco ativos e ativos. .99

Tabela 18 - Conceito de produtividade na função pelos grupos logística e agência...100

Tabela 19 - Forma de medida da produtividade no banco, observada pela totalidade dos bancários investigados...101

Tabela 20 - Forma de medida da produtividade no banco pelos grupos logística e agência...101

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Manifestações do estresse sobre a saúde humana...41

Quadro 2 - Perfil dos praticantes e não praticantes de atividade física no Brasil. ...43

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...16

1.1 OPROBLEMA ...16

1.2 OBJETIVOS ...18

1.2.1 Objetivo Geral ... 18

1.2.2 Objetivos Específicos ... 18

1.3 JUSTIFICATIVA...19

1.4 PRESSUPOSTOTEÓRICO ...22

1.5 DELIMITAÇÃODOESTUDO...22

1.6 DEFINIÇÃODETERMOS ...23

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...26

2.1 OHOMEMESEUAMBIENTEDETRABALHO ...26

2.3 AINFLUÊNCIADOESTRESSENASAÚDEENOTRABALHO...38

2.3.1 Estresse, estilo de vida e saúde ... 40

2.4 PESQUISASSOBREOESTRESSE ...50

3 MÉTODO...57

3.1 CARACTERIZAÇÃODAPESQUISA...57

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3.5 COLETADEDADOS ...62

3.6 TRATAMENTOESTATÍSTICO ...62

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS...64

4.1 CARACTERIZAÇÃODOSBANCÁRIOS...64

4.2 HISTÓRICOECONDIÇÃODESAÚDE ...70

4.3 HÁBITOSDEATIVIDADEFÍSICAELAZER ...73

4.4 AMBIENTEDETRABALHO ...78

4.5 OCORRÊNCIAECONTROLEDOESTRESSE ...80

4.6 PRODUTIVIDADE ...97

5 DISCUSSÃO ...105

5.1 DISCUSSÃODOSRESULTADOS ...105

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ...122

6.1 CONCLUSÕES...122

6.2 SUGESTÕES ...126

6.2.1 Sugestões acadêmicas ... 126

6.2.2 Sugestões ao sistema bancário... 127

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...128

APÊNDICES ...133

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1.1 O PROBLEMA

O trabalho atravessa nos últimos anos mudanças significativas em sua concepção, organização, bem como, em sua prática cotidiana. As transformações ocorrem cada vez mais rapidamente, impondo ao trabalhador adaptar-se a esta nova realidade, fazendo-o produzir cada vez mais, com maior qualidade e eficiência, deixando-o, no entanto, em uma posição secundária no processo de produção (RICHARD, 1997).

O trabalhador, que é a base do sistema produtivo, busca enfrentar estas mudanças, apresentar maior capacidade de adaptação e assimilação do novo, criatividade e compreensão da realidade, ao mesmo tempo em que convive com sua história, sua cultura e seus valores cristalizados ao longo da vida. Por outro lado, a própria organização presa a modelos mecânicos e burocráticos de gestão tem dificuldade de se auto-avaliar e mudar (MORGAN, 1986).

A crítica ao trabalho voltado exclusivamente à máxima produtividade tem ocorrido historicamente, tendo sido aprofundada nos dias atuais. Autores como Fromm (1972), Ramos (1983) e Thiry-Cherques (1991), por exemplo, apontam para esta questão.

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administrativo de sucesso, mas também pode criar efeitos negativos que ultrapassem as vantagens que possam ter sido alcançadas. O estudo pensado e analítico da estrutura do homem pode mostrar os efeitos positivos reais de planejamento e administração. Ramos (1983) afirma que a produtividade e a eficiência são fenômenos mais complexos do que supunha a teoria administrativa tradicional, tornando necessário considerar seus devidos termos de magnitude, os problemas concernentes ao equilíbrio entre a personalidade e a organização. Na visão de Thiry-Cherques (1991), a qualidade de vida do trabalhador dentro e fora da empresa interfere na sua performance, ou seja, na sua produtividade.

O estresse ocupacional é uma das conseqüências desses efeitos negativos citados por Fromm (1972), sendo definido como uma resposta nociva, física e emocionalmente, que o trabalhador apresenta em função das exigências e demandas do trabalho a ser realizado e das possibilidades de responder a estas exigências (COX, 1987).

Em algumas profissões, a ocorrência e a intensidade do estresse são maiores do que em outras. Vários autores e pesquisas indicam que alguns profissionais são mais atingidos pelo problema do estresse no trabalho, tais como “policiais, professores, executivos,

bancários e psicólogos clínicos” (LIPP, 1996, p. 14). Em recente estudo, Andrade (2001) aponta alguns problemas relacionados ao estresse em bancários sedentários, tais como, depressão, dor de cabeça, agressividade e mau humor, conformismo e insônia, decorrentes de um ambiente de trabalho direcionado somente aos resultados e a produtividade, onde os fatores humanos e qualidade de vida no trabalho são negligenciados.

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Diante da problematização exposta, o presente estudo pretende responder a seguinte questão:

“Como os bancários de um banco estatal da região da Grande Florianópolis

percebem seu estilo de vida, seu ambiente de trabalho, a ocorrência e o controle do estresse,

e a sua produtividade?”

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Investigar a percepção dos bancários de um banco estatal da região da Grande Florianópolis em relação ao seu estilo de vida, ambiente de trabalho, a ocorrência e o controle do estresse, e a produtividade.

1.2.2 Objetivos Específicos

Visando melhor atingir o objetivo geral e favorecer o estudo do problema de pesquisa, definimos os seguintes objetivos específicos:

-Caracterizar os participantes;

-Identificar os bancários sedentários, pouco ativos e ativos que trabalham na área administrativa (logística) e no atendimento ao público (agência);

-Verificar o nível e o controle do estresse percebido pelos bancários; -Identificar a produtividade auto-avaliada pelos bancários;

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-Comparar o estresse e a produtividade dos bancários das agências e da área logística.

1.3 JUSTIFICATIVA

Este estudo pretende contribuir na busca de informações para melhor compreender a percepção que o bancário tem a respeito do seu ambiente de trabalho, do seu estilo de vida, da sua produtividade, do estresse e do controle subjetivo do estresse, pois a forma como o bancário os percebe e avalia, influencia na própria realidade do trabalho e consequentemente em sua produtividade. Compreender os reflexos que as forças exercidas pela organização têm sobre os trabalhadores bancários pode ajudar a aumentar a sua qualidade de vida, bem como, beneficiar a própria organização com trabalhadores mais motivados e produtivos.

O sistema bancário é um dos setores que mais investe em melhorias tecnológicas, com ampliação dos sistemas de automação e informatização crescentes. Pritchard (1990) afirma que há dois grandes caminhos para melhorar a produtividade: o primeiro seria por meio da melhoria tecnológica e, o segundo, por intermédio do comportamento e motivação dos trabalhadores. Considerando a afirmação de Pritchard (1990), o segundo caminho para melhorar a produtividade, talvez não esteja sendo aplicado no sistema bancário, uma vez que seus trabalhadores estão sujeitos a níveis elevados de estresse e crescente insatisfação no trabalho.

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seriamente. Elas perceberam que precisam tomar cuidado com a ocorrência de estresse nos seus empregados e estar preparadas para tentar reduzí-las (BROADBRIDGE, 2002).

O estresse laboral pode implicar em um elevado custo em termos de impacto sobre a performance e a produtividade. O estresse relacionado à doença tem sido ligado ao absenteísmo e ao turnover1. Estima-se que nos EUA o custo para as organizações, causados pelo estresse ocupacional gira em torno de 200 a 300 bilhões de dólares por ano, como resultado do turnover da alta gerência, processos legais de compensação por estresse, e diminuição da produtividade. Na Grã-Bretanha aproximadamente setenta mil trabalhadores faltam ao trabalho devido ao estresse ocupacional todo ano, com um custo em torno de sete bilhões de libras em perda de produtividade e pagamento de benefícios. A Association of Workers' Compensation Boards of Canada (1996) estima que sessenta por cento dos trabalhadores canadenses sentem os efeitos negativos do estresse no local de trabalho e oitenta por cento relatou que o estresse é uma adversidade que afeta a sua performance e saúde (KENDALL et al, 2000).

Algumas profissões são reconhecidamente mais susceptíveis ao estresse laboral, a menores níveis de qualidade de vida no trabalho e a queda de produtividade. Entre estas profissões encontram-se os bancários. Por outro lado, estudos têm apontado que o estilo de vida, sedentário ou ativo, pode interferir em diferentes variáveis relacionadas à qualidade de vida e ao estresse laboral. O estudo do estresse no trabalho e sua relação com a produtividade, bem como, com o estilo de vida parece justificar-se tanto no âmbito da ciência, pois interessa a pesquisadores avaliar até que ponto o estilo de vida pode afetar a percepção do estresse ou a

1suspensão da condição de integrante de uma organização por parte de um indivíduo que recebia

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produtividade, tendo na soma de resultados e estudos uma possível hipótese futura, quanto no âmbito da demanda social de observação, já que é inegável e de conhecimento público que os trabalhadores em geral sofrem o estresse e estão submetidos a uma pressão social que tem implicado cada vez menos tempo para si mesmos e cada vez maiores exigências de produção no trabalho.

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1.4 PRESSUPOSTO TEÓRICO

O pressuposto teórico que fundamenta este trabalho é de que bancários que possuem um estilo de vida ativo apresentam menor nível de estresse percebido e maior produtividade, comparativamente aos bancários sedentários e pouco ativos. As principais causas do estresse percebido são provenientes das experiências negativas no ambiente de trabalho, sendo que os bancários têm limitações nas suas possibilidades de viverem uma vida ativa, em função do excesso de trabalho e responsabilidades, da falta de motivação e recursos financeiros. Os bancários, que trabalham em agências, prestando atendimento ao público em geral, apresentam níveis de estresse mais elevados do que os que executam atividades internas, consideradas logísticas, em virtude de estarem submetidos a maior pressão no cumprimento de metas estabelecidas pela empresa, sendo que a percepção da produtividade não varia entre eles.

1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Este estudo delimitou-se a investigar a percepção dos bancários de um banco estatal, da região da Grande Florianópolis, identificados quanto ao seu estilo de vida como sedentários, pouco ativos e ativos e quanto a sua área de trabalho em logística e agência, em relação ao seu estilo de vida, ambiente de trabalho, a ocorrência e o controle do estresse e a produtividade.

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1.6 DEFINIÇÃO DE TERMOS

Ambiente de Trabalho: É o local onde as pessoas desempenham suas atividades de trabalho, sejam remuneradas ou não, cujo equilíbrio está baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes que comprometem a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores, com independência da condição e gênero (MARTI, 2003).

Estilo de Vida: O estilo de vida é definido como “a forma de vida baseada em padrões identificáveis de comportamento, os quais são determinantes pela interação de papéis entre as características pessoais, interações sociais e as condições de vida sócio-econômicas e ambientais” (WHO, 1998, p.16). O estilo de vida é descrito na literatura como estilo de vida ativo ou sedentário. É o conjunto de ações habituais que concretizam as atitudes, a cultura e as oportunidades na vida dos indivíduos (NAHAS, 2001).

Estilo de Vida Ativo: É o estilo de vida no qual o indivíduo realiza alguma prática de atividade física regular, pelo menos, três vezes por semana com duração não inferior a uma hora cada sessão. Pessoas com estilo de vida ativo preocupam-se com a qualidade de sua alimentação, com a postura, buscam manter regularidade nas atividades físicas para manter uma boa aptidão física (FEDERATION INTERNATIONALE DE MÉDECINE SPORTIVE, 1997).

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de exercícios físicos ou esportes. É considerado sedentário o indivíduo que não faz atividade física e que gaste menos de 500 kcal. semanais no trabalho, lazer, locomoção e nas atividades domésticas (FEDERATION INTERNATIONALE DE MÉDECINE SPORTIVE, 1998).

Estilo de Vida Pouco Ativo: Para um indivíduo ser considerado moderadamente ativo, ele deveria realizar atividade física que resulte num gasto energético superior a 1.000 kcal., representado na prática, por exemplo, por uma pessoa que caminhe 30 minutos em passos acelerados, cinco vezes por semana (NAHAS, 2001).

Produtividade: É um conceito usado como sinônimo para saídas (outputs), motivação, performance individual, eficácia organizacional, produção, rentabilidade, competitividade, bem como, é utilizado para medir a eficiência ou eficácia dos indivíduos, grupos, unidades organizacionais, indústrias e nações. A produtividade também inclui alguns fatores, tais como: cooperação, quão bem as pessoas são coordenadas e dirigidas, a disponibilidade de recursos necessários e o quanto as prioridades são definidas dentro dos objetivos organizacionais encontrados (PRITCHARD, 1990).

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Estresse no Trabalho: É um conjunto de perturbações psicológicas ou sofrimento psíquico, associado em geral, às experiências de trabalho, podendo incluir ansiedade, depressão, angústia, sensação de fadiga e/ou tristeza crônica, hipersensibilidade a acontecimentos em geral, agressividade e/ ou irritabilidade aumentadas (DEJOURS, 1998). É uma reação do organismo, com componentes físicos e/ou psicológicos, causada por alterações psicofisiológicas resultantes de situações que causem irritação, medo, excitação ou confusão (LIPP, 1996).

Controle Subjetivo do Estresse: É o autocontrole do estresse que o indivíduo apresenta nas diversas situações que o mesmo pode enfrentar, principalmente no trabalho. É variável de situação para situação, embora apresente um padrão e é relacionado a estratégias cognitivas de tomada de decisão (ANDRADE, 2001).

Saúde: A Organização Mundial da Saúde conceitua saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doenças ou enfermidades” (WHO, 1948, p.100).

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A fundamentação teórica deste estudo aborda os seguintes temas: o homem e seu ambiente de trabalho, produtividade e motivação no trabalho, a influência do estresse na saúde e no trabalho, e pesquisas sobre o estresse.

2.1 O HOMEM E SEU AMBIENTE DE TRABALHO

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O indivíduo quando está orientado, em seu comportamento, por valores, isto é, por estimações e avaliações, das quais decorre a sua concepção de mundo, e seu ideal de realização própria e social, esta sob orientação da sua ética de convicção. A vivência dessa ética em determinadas situações é indispensável para a segurança e integridade interna do indivíduo, no entanto, pode torná-lo polêmico, ou até mesmo envolvido em situações conflitantes. Nas situações administrativas ou organizacionais, o indivíduo se encontra constantemente em tensão. Todavia, os graus e conteúdo dessa tensão podem ser mais ou menos deteriorantes, do ponto de vista humano, conforme as qualificações estruturais da organização (RAMOS, 1983).

Para este autor, a tensão entre as duas éticas não se verifica em intensidade uniforme nos três tipos de organização que Amitai Etzioni classificou, como sendo: normativas, utilitárias e coercitivas. Etzioni apud Ramos, 1983 utiliza o consentimento como base para uma tipologia das organizações, pois em todas elas este se encontra presente. Consentimento, é definido como “relação na qual um ator se conduz de acordo com uma diretiva formulada

por agente de poder, ou como orientação de um ator subordinado no tocante ao poder

aplicado” ( RAMOS1983, p.46).

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as organizações utilitárias, ou seja, que requerem o máximo de consenso quanto à produção e a contribuição de seus subordinados, quanto à participação e às especificações de performance e às definições do aspecto técnico, os indivíduos que nela trabalham, tendem a obter satisfação no campo dos valores ou da convicção em outras esferas que não no seu ambiente de trabalho (RAMOS, 1983).

Katz e Kahn (1987) afirmam que há uma falácia em tentar equacionar as finalidades ou metas da organização com as finalidades e metas dos membros individuais. A organização, como um sistema tem um resultado ou um produto, mas este, no entanto, não é necessariamente idêntico às finalidades individuais dos membros do grupo. Para estes autores há três tipos de forças envolvidas na redução do comportamento humano aos padrões solicitados pelo funcionamento organizacional: as pressões do meio ambiente gerados pelo requisito direto e observável de uma determinada situação, valores e expectativas compartilhadas e a imposição de regras. Os padrões formais de comportamento que são conseguidos por meio de regras, são comportamentos em papel, sancionados por normas, as quais são justificadas por valores. Desta forma, papéis, normas e valores fornecem as bases inter-relacionadas para a integração da organização.

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ideologia da harmonia administrativa, ao dissimular a natural tensão entre os interesses dos empresários e dos trabalhadores, dissolve as energias individuais e sociais direcionadas para a democratização das relações no mundo do trabalho viabilizando o monopólio do poder e as relações de dominação, reduzindo desta forma as perspectivas de emancipação humana nas organizações. Em outras palavras, a harmonia administrativa favorece a produtividade e a ordem nas organizações, mas está longe de promover a liberdade do trabalhador.

Em relação aos processos gestores burocráticos, Dejours (1998) afirma que o conteúdo significativo do trabalho é normalmente deixado de lado em função de outras prioridades, relacionadas ao controle e resultados, inviabilizando o desenvolvimento de processos produtivos com forte conteúdo de significação e motivação para os trabalhadores. Dejours (1998) associa o sofrimento psíquico à insatisfação no trabalho. Analisa que no processo produtivo a vivência dos trabalhadores nas relações de trabalho pode produzir sentimentos de depressão e diminuição da auto-estima. Segundo Dejours (1998), o sofrimento psíquico é o próprio instrumento para a obtenção do trabalho. O trabalho não causa o sofrimento, é o sofrimento que produz o trabalho. Nas palavras de Dejours (1998, p. 103) “para aumentar a

produção, basta puxar a rédea do sofrimento psíquico, mas respeitando-se, também, os

limites e as capacidades de cada um, senão arrisca-se fazer descompensar uma ou outra,

através, por exemplo, de uma crise de nervos”.

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2.2 PRODUTIVIDADE E MOTIVAÇÃO NO TRABALHO

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define a produtividade como o quociente entre a quantidade produzida e a quantidade dos recursos empregados na produção, tais como a mão de obra, materiais, instalações, máquinas e as ferramentas a serviço do homem.

Thiry-Cherques (1991), conceitua a produtividade como um indicador constituído pela divisão de um produto/serviço pelos fatores de produção, que compreendem além do trabalho, o capital financeiro, incluindo seus custos; o capital tangível (terras, instalações, equipamentos, estoques) e ainda, matérias primas, transporte e energia:

Quantidade de Produto/Serviço Produtividade =

Fatores de Produção

Thiry-Cherques et. al. (1994) afirmam que, como termo técnico, produtividade tem dois diferentes significados. Primeiro, o significado mais voltado para a questão macroeconômica, que exprime a relação entre os bens produzidos e os fatores de produção. No campo da administração e dos negócios, o termo relaciona um determinado produto de uma organização específica e os recursos, tangíveis ou não, utilizados na geração desse produto.

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Output2 Produtividade =

Input3

Para Porter (1989) a busca da prosperidade de um país, como das organizações, não se limita à idéia de competitividade e deve assumir o conceito de produtividade como o principal determinante a longo prazo, de um padrão de vida elevado. A capacidade de serem altamente produtivas permite às empresas de um país atender aos padrões sociais que melhoram o padrão de vida, como na saúde e na segurança, na igualdade de oportunidades e no impacto ambiental.

Pritchard (1990) afirma que existe pouca concordância na definição do que vem a ser produtividade; embora haja um consenso de que a questão da produtividade é importante e o porquê de sua importância. Dentre algumas definições encontradas pelo autor, produtividade é usada para medir a eficiência ou eficácia dos indivíduos, grupos, unidades organizacionais, indústrias e nações. É usada também como sinônimo para saídas (outputs), motivação, performance individual, eficácia organizacional, produção, rentabilidade, competitividade, etc.

A visão e a reflexão que Pritchard faz a respeito da produtividade englobam alguns elementos que colaboram para que a conceituação do termo seja ampliada, principalmente no que diz respeito à questão da flexibilidade, da eficácia e da eficiência, da qualidade e principalmente da interdependência organizacional.Devido à interdependência organizacional, a produtividade de uma organização não pode ser simplesmente a soma das performances dos

2output são as mercadorias ou os serviços obtidos no final do processo.

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indivíduos envolvidos. Produtividade também inclui alguns fatores, tais como: cooperação, quão bem as pessoas são coordenadas e dirigidas, disponibilidade de recursos necessários e o quanto as prioridades são definidas dentro dos objetivos organizacionais encontrados (PRITCHARD, 1990).

Behr (2004), num estudo sobre produtividade docente, afirma que no setor de serviço há uma dificuldade ainda maior na determinação da produtividade. Esta autora estabelece uma comparação com o processo de produção de bens, descrevendo inicialmente o conceito definido por Kotler (1998, p.412) onde serviço é “qualquer ato ou desempenho que uma

parte possa oferecer a outra e que seja essencialmente intangível e não resulte na

propriedade de nada. Sua produção pode estar ou não vinculada a um produto físico”.

Diante dessa conceituação, Behr (2004) relaciona algumas características que são inerentes ou específicas dos serviços. A primeira característica é intangibilidade, pois os serviços não podem ser tocados ou possuídos pelo cliente como os bens manufaturados o que por vezes dificulta a avaliação por parte do cliente. Uma outra característica diz respeito à produção e consumo simultâneos. Nos serviços, a produção ocorre no momento do consumo, o que implica que os serviços não podem ser estocados e o controle de qualidade ocorre durante o processo de produção. Uma outra característica é a participação do cliente, além da simultaneidade entre produção e consumo, o cliente participa do processo de produção, podendo não somente participar passivamente, mas também como co-produtor, ou até mesmo como insumo. O cliente é quem inicia o processo de produção, desta forma, só há prestação de serviço se houver demanda por ele.

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também chamada de interativa, ou de linha de frente. É nessa parte que ocorrem os contatos e interações entre cliente e empresa podendo ser esse contato pessoal ou não-pessoal se for considerado que, com a evolução da tecnologia, é possível a prestação de serviços apenas através de terminais de computador, como são os caixas automáticos dos bancos e os serviços colocados à disposição na Internet (BEHR, 2004).

A motivação é um importante fator, ou fator essencial para que se possa alcançar eficiência e eficácia que são elementos constitutivos da produtividade. Segundo Pritchard (1990), é através dela, que a organização conseguirá obter os resultados ou objetivos traçados ou até mesmo superá-los.

Oleias (2004), afirma ser necessário reconhecer a distinção entre motivação e satisfação. Enquanto a motivação pode ser definida como tendência para a ação, que tem origem num determinado motivo (ou necessidade), a satisfação é algo que supre uma necessidade, ou seja, é o atendimento de uma necessidade.

No século XX várias teorias e escolas administrativas estudaram a motivação, tendo como preocupação fundamental produzir mais, exatamente para responder às demandas do mercado, ou então, para criar novas demandas. Estas teorias foram surgindo na tentativa de responder determinadas questões como, tornar o trabalho mais aceitável, aumentar o grau de satisfação dos trabalhadores, elevar os níveis de produção e, fundamentalmente projetar um ambiente de trabalho que aumenta a produtividade individual e/ou organizacional (OLEIAS, 2004).

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o melhor rendimento possível dos seus recursos e fazer face à concorrência e à competição que se avolumava entre as empresas. Os administradores determinavam o modo mais eficiente de realizar tarefas repetitivas, e em seguida motivavam os empregados com um sistema de incentivos salariais, acreditando estar com isso garantindo a máxima eficiência e produtividade(BEHR, 2004).

A Escola de Relações Humanas surgiu a partir da fragilidade ou mesmo da visão estreita da Administração Científica em relação ao ser humano como um ser completamente desprovido de sentimentos. Elton Mayo e outros pesquisadores das relações humanas descobriram que o tédio e a repetitividade de muitas tarefas reduziam a motivação ao passo que os contatos sociais ajudavam a criá-la e mantê-la. Mayo na sua famosa experiência na fábrica da Western Eletric, em Hawthorne, Chicago, reuniu trabalhadoras sem qualificação, introduziu pausas e outros estímulos no trabalho, e observou que a produtividade aumentava em decorrência das providências tomadas. Em seguida, retirava todos esses estímulos, e a produtividade também aumentava. No fim, ele concluiu que os fatores que aumentavam a produtividade, diminuíam o absenteísmo e tornavam mais amistosas as relações humanas entre essas trabalhadoras, não eram a pausa e o chá, mas algo inteiramente diferente, a saber, o interesse naquilo que faziam (FROMM, 1972).

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Como exemplo destas teorias pode-se citar a “NPI” desenvolvidas por Nailor, Pritchard e Ilgen (1980), na qual a motivação é maximizada quando as pessoas conseguem ver claras conexões entre os seus esforços e os produtos comportamentais ou os resultados destes esforços, e quando as conexões percebidas entre os resultados alcançados pelas pessoas e suas avaliações são claras. Esta teoria deu origem ao método PROMES (Productivity Measurement and Enhancement System), descrito por Pritchard et al. (1998). O PROMES é um método formal para medir e melhorar a produtividade, que utiliza as medidas obtidas como feedback para as pessoas que executam o trabalho, de forma a ajudá-las a aumentar a produtividade por meio da maximização da motivação. A idéia é dar às pessoas, as ferramentas para fazer o trabalho de forma melhor, e ao mesmo tempo ajudá-las a se sentir parte integrante do sistema de resultados, possibilitando sua participação no processo e fortalecendo. O método PROMES tem sido aplicado por vários pesquisadores por causa dessa nova abordagem que vem ao encontro das necessidades de mudanças que vêm ocorrendo em diversas organizações, que procuram perceber o homem de forma holística e não mais Taylorista como no passado.

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ergonômico e 2) aplicação do método PROMES (Productivity Measurement And Enhancement System).

As conclusões advindas do estudo em relação aos objetivos da pesquisa foram assim apresentados:

“Como melhorar a produtividade de forma que se possa trabalhar mais

inteligentemente, e não apenas mais arduamente?” (SANTANA 2002, p.225). O modelo possibilitou aos trabalhadores analisar e reelaborar suas estratégias de trabalho, bem como, do próprio ambiente, buscando não só aliviar a carga física e mental do trabalho, mas ao mesmo tempo avaliar as condições de trabalho sob um amplo espectro, de forma a permitir que a melhoria das técnicas de trabalho pudessem contribuir para a preservação da capacidade inovativa desses operadores no seu ambiente de trabalho, bem como para o desenvolvimento pessoal dos mesmos.

“Que ferramentas são necessárias para ajudar o pessoal das organizações a

melhorar a produtividade destas organizações?” (SANTANA, 2002 p.226). O próprio desenvolvimento do estudo aponta em diversos momentos a necessidade de se medir a produtividade e usar estas medidas como feedback para o pessoal da organização de forma que este feedback possa funcionar como uma ferramenta capaz de contribuir para a melhoria da produtividade. Santana (2002) salienta que a metodologia utilizada no estudo apresenta o PROMES integrado com a Análise Ergonômica do Trabalho como uma ferramenta importante e necessária para ajudar o pessoal das organizações a melhorar a produtividade das mesmas.

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para o desenvolvimento pessoal e profissional dos trabalhadores, e desse modo influenciar positivamente na produtividade deles. O desenvolvimento pessoal e profissional dos trabalhadores tem implicações com o entendimento que eles têm a respeito do trabalho a ser realizado, o conhecimento dos riscos envolvidos em cada operação, a confiança e motivação para participar do dia a dia da companhia, tanto quanto de autoridade para realizar as mudanças necessárias para as melhorias almejadas (SANTANA, 2002).

Behr (2004), investigou aspectos relacionados à produtividade e motivação docente, bem como, verificou quais as principais dificuldades advindas da implantação do PROMES. O método utilizado no estudo de Behr (2004) foi de cunho qualitativo, seguindo a classificação da autora, tratando-se de uma pesquisa do tipo exploratória e descritiva, utilizando-se também a pesquisa bibliográfica para a contextualização do problema estudado além de proporcionar um embasamento da análise de dados.

Para identificação do que compõe a produtividade docente, bem como quais os fatores motivacionais estão a ela relacionados, esta pesquisadora utilizou entrevistas semi-estruturadas. Foram selecionados 10 (dez) docentes que ministram disciplinas no curso de administração de faculdades privadas localizadas na região da Grande Vitória. A amostra foi caracterizada por ser não probabilística selecionada pelo critério de acessibilidade e tipicidade. Do total de 10 entrevistados, 6 eram do sexo masculino e 4 do sexo feminino. A média de tempo de docência no curso de administração ficou em torno de sete anos.

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(estabilidade) do docente na instituição de ensino onde trabalha. Verificou-se que muitos dos fatores motivacionais têm relação direta com a dificuldade de se implantar o método PROMES e que o mesmo seria de grande utilidade para resolver e apontar questões deficientes não só para os docentes, mas principalmente para as instituições de ensino que desejam trabalhar com qualidade, de forma a obter um diferencial competitivo.

2.3 A INFLUÊNCIA DO ESTRESSE NA SAÚDE E NO TRABALHO

Estresse é uma palavra derivada do latim Stringere. Durante o século XVII ganhou conotação de "adversidade" ou "aflição". No final do século seguinte, seu uso evoluiu para expressar "força", "pressão" ou "esforço". O conceito de estresse não é novo, mas foi apenas no início do século XX que estudiosos das ciências biológicas e sociais iniciaram a investigação de seus efeitos na saúde física e mental das pessoas. Quem primeiro definiu o estresse sob este prisma foi o endocrinologista austríaco-canadense Hans Selye, conceituando-o cconceituando-omconceituando-o um desequilíbriconceituando-o entre conceituando-os recursconceituando-os dconceituando-o cconceituando-orpconceituando-o e as demandas sconceituando-obre ele. Esta definiçãconceituando-o apresenta o estresse como um agente neutro, capaz de tornar-se positivo ou negativo de acordo com a percepção e a interpretação de cada pessoa (ROSSI, 2005).

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do corpo denominado síndrome de adaptação geral (SAG) ou síndrome do estresse. Ela se desenvolve em três fases: reação de alarme; fase de resistência; fase de exaustão (LIPP,1996).

1. Fase de alerta: o primeiro sinal ocorre com a percepção do agente agressor no sistema nervoso, liberando hormônios que alteram nosso organismo. Os sintomas apresentados são: taquicardia, respiração rápida, tensão muscular (podendo gerar dores no corpo) mãos frias, suores, secura na boca e até dor no estômago. É comum ocorrer ansiedade e insegurança.

2. Fase da resistência: nesta fase, a pessoa tenta instintivamente se adaptar. Se não consegue, os sintomas e sinais de alerta da primeira fase tornam-se mais permanentes, dependendo da sensibilidade individual. Podem ocorrer queda na produtividade, tonturas, insônia, diarréia, dor no corpo, dificuldades sexuais e manifestações na pele, sintomas na área afetivo-emocional, como tédio, vontade de largar tudo e irritabilidade.

3. Fase de exaustão: nesta fase, já foi utilizada toda energia para o esforço adaptativo do indivíduo. O organismo fica mais debilitado e surgem sintomas psíquicos como: depressão, fobias, dúvidas e conflitos internos, irritabilidade excessiva e impossibilidade de trabalhar. Podem surgir outros fatores e desencadear doenças como úlceras, infarto ou hipertensão.

Lipp (2003) propõe um modelo quadrifásico, no qual acrescenta, entre a fase de resistência e a fase de exaustão, uma nova fase denominada de quase-exaustão. Esta fase é caracterizada por um enfraquecimento da pessoa que não mais consegue se adaptar ou resistir ao estressor. Há a presença de sintomas, mas a pessoa consegue realizar suas tarefas da vida diária e profissional com diferenças no rendimento. A fase de quase-exaustão diferencia-se da fase de exaustão (quebra total da resistência) pela quantidade e intensidade dos sintomas.

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BROADBRIDGE, 2002). O eustress é um saudável, positivo e construtivo resultado de um estressor, e conduz a uma otimização individual e organizacional, através do estímulo a produtividade e ao aumento de performance. O distress, contudo, não é saudável, é um resultado negativo e destrutivo do estressor, e tem conseqüências adversas para o indivíduo e para a organização. O estresse é também acumulativo, e se as pressões ocorrerem muito freqüentemente na vida pessoal, ou tornarem-se tão intensos, isto pode resultar em distress. Todos nós temos nossos próprios níveis de resistência em relação aos fatores estressantes, sendo que algumas pessoas adaptam seu comportamento para enfrentar as pressões da vida melhor do que outras. Isto leva a uma definição de estresse como sendo a resposta para a relação percebida entre as demandas sobre nós e a nossa habilidade em lidar com as mesmas (WARREN e TOLL, apud BROADBRIDGE, 2002).

2.3.1 Estresse, estilo de vida e saúde

A Organização Mundial da Saúde (1948, p. 100) conceitua saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doenças ou enfermidades”.

O conceito de saúde, não pode ser definido com precisão. O que se entende por saúde depende da concepção que se possui do organismo vivo e de suas relações com o meio ambiente. Como essa concepção muda de uma cultura para outra e de uma era para outra, as noções de saúde também mudam. Saúde é uma experiência subjetiva, algo que pode ser conhecido intuitivamente, mas nunca descrito ou qualificado (CAPRA 1992).

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programas de saúde só pode ser efetiva se baseada em conceitos de cada cultura, segundo a dinâmica da evolução social e cultural.

A preocupação que tem orientado as pesquisas sobre estresse é relacionada ao estresse negativo, com interesse na compreensão do impacto do estresse sobre a saúde, o organismo e a vida produtiva dos trabalhadores. O impacto do estresse sobre a saúde mental e física dos indivíduos tem sido muito documentado por vários pesquisadores em todo o mundo (BROADBRIDGE, 2002). Por conseqüência, isto pode exacerbar uma diminuição de performance no trabalho e levar a uma série de morbidades (Quadro 1).

Dores de cabeça a Câncer a,b

Alergias a Doenças Cardíacas a b Problemas de Coluna a Doenças Respiratórias a,b Gripes e Resfriados a Trombose a,b

Depressão a Artrite a,b Ansiedade c Úlcera a b Irritação c Hipertensão a,b Tensões c

Quadro 1 - Manifestações do estresse sobre a saúde humana.

Fonte: a Arroba and James, b Quick et al., c Cooper et al.

apud Broadbrige (2002).

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A atividade física e os hábitos alimentares são dois elementos do estilo de vida que desempenham um papel significativo na promoção da saúde e na prevenção de doenças (BLAIR et al. apud AÑEZ, 2003). Outros elementos do estilo de vida também são importantes para a saúde e o bem-estar, tais como evitar o uso de cigarros, possuir um bom relacionamento com a família e amigos, evitar o consumo de álcool, prática de sexo seguro, controle do estresse, além da necessidade de se ter uma visão otimista e positiva da vida (CSEF apud AÑEZ, 2003 ).

O estilo de vida é descrito na literatura como estilo de vida “sedentário” ou “ativo” (ANDRADE, 2001). Estilo de vida sedentário é o estilo de vida no qual o indivíduo não realiza nenhuma prática de atividade física regular, com uma intensidade mínima para resultar numa melhora de sua aptidão física relacionada à saúde. Pessoas com este estilo de vida comumente preocupam-se apenas com compromissos relativos ao trabalho e seu lazer não envolve prática de exercícios físicos ou esportes. É considerado sedentário o indivíduo que não faz atividade física e que gaste menos de 500 kcal. semanais no trabalho, lazer, locomoção e nas atividades domésticas (FEDERATION INTERNATIONALE DE MÉDECINE SPORTIVE, 1998).

As causas do sedentarismo na vida moderna para Alvarez (2002), estão relacionadas com as mudanças no estilo de vida, que dentre outras conseqüências, reduziu bastante o gasto energético da população, ocasionando as chamadas “Enfermidades da Civilização”. O baixo nível de atividade física é um fator importante no desenvolvimento de doenças degenerativas, como a diabetes, hipertensão, doença coronariana, osteoporose e outras doenças crônico-degenerativas.

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das sessões pode ser leve, como numa caminhada moderada ou com forte intensidade, como no caso das lutas marciais ou de uma partida disputada de basquetebol. Pessoas com este estilo de vida preocupam-se com a qualidade de sua alimentação, com a postura, buscam manter regularidade nas atividades físicas para manter uma boa aptidão física.

Para um indivíduo ser considerado moderadamente ativo, ele deveria realizar atividade física que resulte num gasto energético superior a 1.000 kcal., representado na prática, por exemplo, por uma pessoa que caminhe 30 minutos em passos acelerados, cinco vezes por semana. Os estudos têm demonstrado que um estilo de vida moderadamente ativo já pode influenciar de maneira importante na redução do risco de várias doenças, especialmente as cardiovasculares (NAHAS, 2001).

Embora hajam evidências positivas para a saúde com relação ao estilo de vida e à atividade física, tem-se observado que as pessoas não seguem um estilo de vida adequado, uma vez que os índices de inatividade física são elevados para a maioria da população produtiva.Os níveis de inatividade física no tempo de lazer na União Européia são de 26,9% (MARTINEZ-GONZALEZ et al. apud AÑEZ, 2003), nos Estados Unidos 29,9% (PRATT, MACERA e BLANTON, apud AÑEZ, 2003) e no Brasil são estimados em 60% (Folha de São Paulo apud AÑEZ, 2003). O perfil de quem é menos ativo no seu tempo livre no Brasil é apresentado no Quadro 2.

Perfil de quem mais se exercita. Perfil de quem menos se exercita.

Homem Mulher

Curso superior Baixo grau de instrução

Renda superior a 20 Sal. Mínimos Renda inferior a 10 Sal. Mínimos

Residente na Região Sul Residente na Região Nordeste

18 a 24 anos 45 a 60 anos

Quadro 2 - Perfil dos praticantes e não praticantes de atividade física no Brasil.

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Paffemberger e Lee apud Andrade (2001) levantam uma importante questão sobre qual quantidade de atividade física é ótima para a saúde. As recomendações do centro de prevenção e controle de doenças dos Estados Unidos e do Colégio Americano de Medicina do Esporte, enfatizam a importância da atividade física moderada, indicando 30 minutos ou mais de atividade física, preferencialmente todos os dias. O Colégio Americano de Medicina do Esporte recomendava, em 1985, exercícios mais vigorosos com 60 a 70 % da capacidade máxima do indivíduo, pelo menos com 30 minutos de duração, 3 vezes por semana. Estes autores concluem que, independente de alguns pontos ainda em discussão, pouco exercício físico é melhor que nada, enquanto mais atividade física é melhor que pouca atividade física, preferencialmente atividade física moderada.

A atividade física é cada vez mais, uma prática importante na promoção da saúde e da qualidade de vida do ser humano (SAMULSKY e LUSTOSA, 1996). Tratando-se da contribuição da atividade física para a saúde e qualidade de vida em geral, Nahas (2001), afirma que através da prática sistemática e prazerosa da atividade física ou esportiva, é possível administrar melhor o estresse. O estilo de vida da pessoa, influenciado por suas atitudes, decisões e contexto social, cultural e econômico irá influir significativamente na qualidade de vida (NAHAS, 2001). Estudos de Mcauley (1991) e Biddle (1991) indicam que a atividade física regular e o esporte atuam influenciando estados psicológicos positivos e podem agir como um fator de controle do stress e de suas conseqüências.

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flexibilidade, resistência aeróbica e capacidade neuromuscular para o trabalho, o grupo sedentário descreve comprometimento destas capacidades.

Rossi (1994) aponta que o bancário é freqüentemente atingido pelo estresse e apresenta vários problemas psicossomáticos e emocionais decorrentes das demandas de trabalho nos bancos. Esta autora também defende que a prática de atividade física de baixo impacto como a caminhada e a natação, caracteristicamente aeróbicos, podem contribuir para a saúde dos trabalhadores.

2.3.2. - O estresse no ambiente de trabalho

De acordo com a definição de estresse como um processo, o estresse no trabalho tem sido descrito como um desequilíbrio entre o indivíduo e o seu ambiente de trabalho. Uma definição mais específica, proveniente de NIOSH apud Kendall (2000), descreve o estresse no trabalho como sendo uma resposta nociva, física e emocionalmente, que ocorre quando as exigências do trabalho não são compatíveis com as capacidades, recursos e necessidades do trabalhador.

Independentemente da teoria ou modelo que se adote, é possível tentar resumir o estresse, como um conjunto de perturbações psicológicas ou sofrimento psíquico, associado, em geral, às experiências de trabalho (DEJOURS, 1998), que causam distúrbios emocionais, tais como ansiedade, depressão, angústia, sensação de fadiga e/ou tristeza crônica, hipersensibilidade a acontecimentos em geral, agressividade e/ ou irritabilidade aumentadas.

As causas do estresse ocupacional segundo Rossi (1994, p. 40), são principalmente, “pressão para satisfazer a outras pessoas, horas irregulares de trabalho, condições de

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e fatores ocupacionais. Os índices de estresse mais elevados estão associados aos trabalhadores de meia-idade de 30 a 50 anos, viúvos, divorciados ou separados, com grau de escolaridade elevado e que trabalham em tempo integral. A magnitude do nível de estresse pode surgir em função direta de se apresentar algumas destas características, embora deva ser considerado que o estresse ocupacional não é conseqüência automática das mesmas.

A relação entre o estresse e o gênero é bastante controvertida na literatura, Smith et al (2000) consideram que o gênero isoladamente não exerce diferença significativa sobre o nível de estresse ocupacional, mas sim quando combinados a outros fatores demográficos ou ocupacionais é que se verificam diferenças, tanto para o sexo masculino quanto para o feminino. Os pesquisadores Miyata, Tanaka e Tsuji (1997), citados por Areias e Guimarães (2004), consideram o estresse ocupacional resultado de fatores individuais, sociais e laborais. Estudo realizado por estes pesquisadores em pacientes de um ambulatório mostraram diferenças nos resultados envolvendo o gênero, sendo que a principal causa de doenças nos pacientes homens (56%) foi o estresse ocupacional e, nas mulheres, (42,4%) foram os fatores pessoais. No entanto, Stuart e Halverson (1997), citados por Areias e Guimarães (2004) realizaram um estudo comparativo entre soldados (homens e mulheres) das Forças Armadas dos Estados Unidos, cujas medidas dos sintomas de estresse foram mensuradas durante o desdobramento das operações militares no Golfo Pérsico, na Somália, no Kuwait, no Haiti e na Bósnia, indicaram que os sintomas de estresse foram significativamente maiores para as mulheres do que para os homens.

A resposta dos indivíduos ao estresse no trabalho podem ser psicológicas, físicas ou ambas (COOPER e CARTWRIGT; KRISTENSEN; SANTOS e COX apud KENDALL et al, 2000), e pode ser usualmente categorizada como: estresse agudo, pós-traumático e crônico.

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freqüentemente responderá positivamente a alguma forma de intervenção (GUYTON, 1981; SCHULER apud KENDALL et al, 2000). A resposta a uma situação de estresse agudo faz com que a pessoa apresente um estado elevado de ansiedade que em seguida irá diminuir. Por exemplo, uma pessoa pode experimentar um estresse agudo em resposta a uma situação negativa, tal como um conflito no local de trabalho (com a chefia, colega ou cliente), expectativa de promoção ao corte de pessoal, a introdução de novos processos mudança de rotinas, a espera de renovação de contrato etc. Nesta fase há um aumento do senso de excitação que pode produzir respostas fisiológicas tais como, boca seca, diarréia, palpitações no coração, ou problemas cognitivos (GUYTON apud KENDALL et al, 2000). Para a maioria das pessoas que experimentaram uma resposta ao estresse agudo, a recuperação não demorou muito.

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O estresse crônico é uma reação cumulativa construída gradualmente pela exposição a pressões durante um longo período de tempo. Estresse crônico é melhor definido como um processo de reação interna, à circunstâncias externas quando a habilidade de lidar com estas circunstâncias está prejudicada (EVOY apud KENDALL et al, 2000 ). Enquanto no estresse agudo é esperado o retorno à normalidade dentro de um pequeno período de tempo, o estresse crônico geralmente se manifesta em vários sintomas psicológicos e físicos como a hipertensão, distúrbios do sono, doenças coronárias, falta de concentração, depressão (COOPER e AYNE; MINTER apud KENDALL et al, 2000). Além do mais, o estresse crônico pode levar, na maior parte das vezes a uma diminuição da resistência do sistema imunológico. Atualmente, há o reconhecimento de que adversidades acumuladas podem ser tão importantes quanto os incidentes traumáticos no desenvolvimento das condições de estresse. O processo constante de irritação e frustração destrói a capacidade individual de lidar com o problema. Enquanto há pouca dúvida sobre o que constitui um estressor agudo, as características crônicas do estresse do trabalho são mais difíceis de definir, criando significativos problemas para administrá-las e pesquisá-las (ALONZO apud KENDALL et all, 2000).

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causada pelos efeitos que eles têm na família, desemprego, perda de perspectivas, e perda de qualidade de vida.

Há outros resultados (Quadro 3) que não são fáceis de medir, mais notadamente o presenteísmo, ou seja, as pessoas que fisicamente vão ao trabalho, mas são incapazes de contribuir, apresentando baixa produtividade devido aos problemas relacionados ao estresse (BROADBRIDGE, 2002).

Em algumas profissões específicas, a ocorrência e a intensidade do estresse são maiores do que em outras. Muitos autores e pesquisas indicam que alguns profissionais são muito mais atingidos pelo problema do estresse no trabalho tais como “policiais, professores,

executivos, bancários e psicólogos clínicos” (Lipp, 1996, p. 14). Também apontam para profissões que estão mais submetidas a condições adversas de estresse no trabalho, incluindo professores, policiais, executivos e também bancários (NAHAS 2001).

Ausência de sugestões para os empregadores a Perda de tempo b

Evitar tarefas de responsabilidade b Fácil irritação e rigidez de pontos de vista c Conflitos interpessoais d

Falta de tomada de decisão e Baixa moral e motivação f Alta insatisfação no trabalho f

Resistência a mudanças nos processos g Perda de produtividade h

Pouca qualidade e cuidado no atendimento a clientes h

Quadro 3 - Efeitos potenciais do presenteísmo em trabalhadores.

Fonte: a Margolis et al. (1974), bAdams (1980), c Cooper (1981), d Van Dijkhuizen (1981), e Quick e Quick (1984), f Cooper et al. (1988), g McHugh (1995), h Hirschkorn (1998)

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2.4 PESQUISAS SOBRE O ESTRESSE

O estudo do estresse ocupacional, quando comparado ao da produtividade, é bem mais recente, no entanto, os efeitos que o mesmo tem causado sobre a saúde física e mental dos trabalhadores e as implicações para as próprias organizações, tem chamado a atenção de muitos pesquisadores. Neste tópico, serão descritos algumas pesquisas recentes sobre o estresse.

Godin e Kittel (2004), realizaram uma pesquisa na Bélgica, iniciado em 1999, com duração de quatro anos, com o objetivo de investigar a relação entre o estresse, condições de trabalho e absenteísmo, auto-avaliação da saúde e problemas psicossomáticos.

O método utilizado por Godin e Kittel (2004) incluiu quatro etapas:

1ª) A categorização da firma com base no índice de estabilidade. Quatro firmas foram selecionadas de acordo com a estabilidade no emprego: uma considerada estável (hospital), duas apresentavam situação intermediária (companhias de seguro), e outra categorizada como muito instável (companhia de telecomunicações), definindo-se assim um gradiente de instabilidade indo do “ambiente estável” para o “muito instável”.

2ª) Foram realizadas 60 entrevistas semi-estruturadas, conduzidas no local de trabalho, com dez entrevistados para cada firma, englobando: gerentes, chefes de departamento, doutores, psicólogos, trabalhadores sociais e gerente de pessoal. Todas as entrevistas visaram avaliar o estresse “objetivo” global (em oposição ao estresse “subjetivo” individual), reportados pelos trabalhadores, definindo-se como estresse global a avaliação das condições de trabalho.

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psicossomáticos, absenteísmo e auto-avaliação da saúde.

4ª) Na última etapa, verificou-se o registro continuado de absenteísmo. Houve uma avaliação num período de quatro anos, sendo a primeira medição completada em 1999-2000 e repetida um ano depois, sendo os dados informados pelas firmas (GODIN e KITEL 2004).

Os resultados da pesquisa comprovaram a hipótese inicial de que a instabilidade no trabalho é um importante determinante que eleva o nível de estresse e prejudica a saúde do trabalhador. Para as pesquisadoras Godin e Kittel (2004), o contexto de dificuldades econômicas que prevalece na maior parte dos países europeus no momento, com aumento do desemprego e diminuição da estabilidade do emprego, leva os trabalhadores a aceitar trabalhos de baixa qualidade e pouca segurança. Quando combinados, instabilidade no trabalho e estressores recorrentes, os efeitos adversos sobre a saúde podem ser potencializados, principalmente entre os trabalhadores de mais baixo status dentro das organizações.

Chan et al. (2000), desenvolveram uma pesquisa, investigando a experiência de estresse no local de trabalho entre seis categorias em Singapura, e argumentam que as experiências dos trabalhadores no local de trabalho são influenciadas não somente pela personalidade e pela natureza do trabalho, mas também por forças estruturais que moldam as profissões, a organização social das organizações e o desenvolvimento da economia.

O estudo de Chan et al. (2000) foi conduzido em 1989 a 1990 e a amostra consistiu em 2570 profissionais: médicos, advogados, engenheiros, professores enfermeiras e vendedores de seguro pessoal.

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trabalham em organizações burocráticas. Professores e enfermeiras são exemplos, no entanto,contrastam com a visão tradicional que estes profissionais têm o controle de seu próprio trabalho. A predominância da pressão por performance também suporta o argumento de que esta é resultado do crescimento econômico. A tendência da globalização e burocratização na economia de Singapura tem conduzido os trabalhadores a níveis crescentes de competitividade, a qual acarreta o a aumento da incidência do estresse.

Outra importante fonte de estresse identificada por Chan et al. (2000) foi os conflitos família/trabalho. A influência do conflito família/trabalho sugere que os profissionais de Singapura estão com excesso de responsabilidades, uma vez que a ênfase social sobre os valores na família e no trabalho são muito forte naquela sociedade. Uma vez internalizado o senso de comprometimento dos dois papéis sociais, estes podem gerar um dilema psicológico quando há uma sobrecarga de demanda. O estudo mostrou que a sobrecarga de trabalho como fonte de estresse não está sozinha. Concomitantemente há um tipo de conflito ou interrupção que faz com que as demandas do trabalho sejam muitas vezes intoleráveis.

No Reino Unido, Broadbridge (2002), pesquisou as causas do estresse nos administradores de pequenas distribuidoras de varejo e as suas estratégias de controle.

O método utilizado por Broadbridge (2002) foi de grupos de discussão selecionados e a abordagem foi a discussão-orientada, buscando-se um ambiente adequado para a pesquisa. A população compreendeu os gerentes das organizações de varejo de todo o Reino Unido, compreendendo gerentes de escritório, e gerente operacionais. O critério da amostra foi de que todos tivessem pelo menos dois anos de experiência no local de trabalho.

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anterior se manifestavam nos participantes. Os participantes foram então questionados a respeito das estratégias adotadas individualmente para o controle do estresse. Finalmente na última etapa considerou as sugestões de soluções práticas que poderiam ser adotadas pelas organizações, para reduzir as principais causas do estresse no setor. Após a análise de todo o material levantado, Broadbridge (2002) fez a comparação com pesquisas prévias no setor, a fim de, juntamente com os resultados poder estabelecer comparações.

Enquanto alguns resultados de Broadbridge (2002) corroboram com as pesquisas anteriores sobre estresse em gerentes, outras descobertas foram particularmente relevantes dentro do setor em análise, mais notadamente foram a natureza e a rapidez das mudanças do setor, desenvolvimento de novas tecnologias, excesso de horas trabalhadas, demanda e atitude dos consumidores, ameaça de violência, a estrutura e o clima organizacional.

Segundo Broadbridge (2002), geralmente estratégias paliativas de se lidar com a questão são adotadas pelos indivíduos e pela organização. Há a necessidade de um reexame das formas tradicionais de trabalho, estímulo a políticas sobre o estresse e sobre os cuidados relacionados à saúde ocupacional dos empregados.

No Brasil, Andrade (2001), investigou a ocorrência e controle subjetivo do estresse na percepção de bancários ativos e sedentários. O objetivo da pesquisa foi o de verificar como os bancários de um banco estatal em Florianópolis, sedentários e ativos, percebem seu estilo de vida, sua aptidão física e capacidade motora, seu ambiente de trabalho e familiar, a ocorrência e o controle subjetivo do estresse.

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categorias foram selecionadas também em função da fundamentação teórica explorada, utilizando a análise de conteúdo e a técnica do espelho, desenvolvida por ele, para análise das categorias e as unidades de análise. A abordagem quantitativa do estudo, foi por meio de um questionário de auto-avaliação do estilo de vida, ocorrência e controle do estresse. O questionário foi elaborado principalmente com base nas respostas dadas pelos bancários participantes da primeira etapa da pesquisa, sendo resultado da análise da realidade e das percepções dos bancários ativos e sedentários. O questionário foi aplicado em 50 bancários (20 ativos e 30 sedentários), objetivando quantificar as variáveis estruturadas na primeira etapa (ANDRADE, 2001).

Os resultados encontrados mostram diferenças importantes nos grupos investigados. O nível de ansiedade, tensão, competitividade e perfeccionismo dos bancários é alto, significativamente maior nos sedentários;. contrariamente, o nível de ambição é baixo. O ambiente de trabalho é estressante, trabalhando até 3 horas extras por dia sem remuneração, por medo e insegurança, sendo que os sedentários sofrem mais significativamente o impacto do estresse comparativamente aos ativos (ANDRADE, 2001).

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Areias e Guimarães (2004), realizaram um estudo comparativo, no qual se buscou identificar os índices de saúde mental, os fatores psicossociais de risco, os estressores e fatores de apoio (nas dimensões social, pessoal e trabalho), segundo o gênero, em trabalhadores de uma universidade pública.

Os pesquisadores Areias e Guimarães (2004), utilizaram-se o questionário SWS (Self, Work and Social), criado por Ostermann e Gutièrrez (1992), com validação brasileira feita por Guimarães e MacFadden (1999).O questionário foi aplicado em sua forma completa, a qual é composta de 200 questões, sendo 25 para cada uma das 8 escalas representando 8 fatores: fatores psicossociais de risco, saúde mental, estresse social, apoio social, estresse no trabalho, apoio no trabalho, estresse pessoal e apoio pessoal

A amostra da pesquisa de Areias e Guimarães (2004), foi de 400 trabalhadores de diferentes unidades de um campus universitário estadual, situada na cidade de Campinas (SP). De uma população de 8027 pessoas, excluíram-se os servidores contratados por convênios, bolsistas, inativos e docentes, tomando-se como amostra 253 pessoas do sexo feminino e 147 do masculino.

O perfil demográfico e sócio-econômico predominante dos trabalhadores pesquisados foram: sexo feminino (63%), entre 30 a 49 anos (76%), casados (49%), categoria ocupacional de nível médio (47%), escolaridade superior completa (36%),com 0 a 3 dependentes (55%), trabalho em tempo integral (80%) com 40 horas de jornada (99%), nível econômico médio (67%), gastos médios por família/mês de 1 a 12 salários-mínimos (57%) e rendimento médio família/mês de 7 a 18 salários mínimos (52%).

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Neste capítulo é descrito o método utilizado para o desenvolvimento da pesquisa. Serão apresentados: a abordagem da pesquisa, a caracterização do banco investigado, população e amostra, instrumento da pesquisa, coleta de dados e tratamento estatístico.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Esta pesquisa é um estudo de campo, de natureza descritiva de opinião e auto-avaliação (RUDIO, 1986), sendo caracterizada por uma abordagem quantitativa, pois trabalha com valores e intensidades (PESTANA e GAGEIRO, 1998).

3.2 CARACTERIZAÇÃO DO BANCO INVESTIGADO

Imagem

Figura 1 -   Representação gráfica do estilo de vida dos bancários investigados.
Tabela  2 -   Nível de escolaridade dos bancários sedentários, pouco ativos e ativos.
Figura 2 -   Representação gráfica dos cargos ocupados pelos bancários participantes da pesquisa
Figura 3 -   Ocorrência de doenças nos bancários dos grupos sedentários, pouco ativos e ativos
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Referências

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