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Imperfeições
em Sólidos
Prof. Flávio Magno
Ciência dos Materiais
Imperfeições
em Sólidos
▪ Sólidos não são perfeitos em sua microestrutura:
▪ muitas propriedades estão relacionadas com estes defeitos;
▪ frequentemente defeitos são induzidos propositalmente nos
materiais.
▪ Defeito cristalino:
▪ Uma irregularidade na rede cristalina da ordem de um
diâmetro atômico em uma ou mais de suas dimensões.
▪ Classificação dos defeitos cristalinos em função da dimensão em
que ocorrem:
Defeitos Pontuais
Vazios e Intersticiais
Vazios
Intersticiais
▪ Vazios: sítios atômicos vagos na estrutura cristalina
▪ Intersticiais: átomos extras ocupando posições entre os sítios atômicos
▪ Substitucionais: átomos de elementos “estranhos” inseridos na
rede cristalina
−
=
kT
Q
N
N
vexp
vDefeito de Frenkel
Auto-intersticial (átomo ou íon) criando uma vacância na rede.
Átomo/íon em uma posição intersticial
Vacância
O número de equilíbrio de vazios no sistema é função da temperatura:
Nv= Número de vazios
N = Número de posições atômicas
Qv= Energia de ativação
T= Temperatura absoluta em kelvins
k = Constante de Boltzman
1,38x10-23J/átomo.K 8,62x10-5ev/átomo.K
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O número total de sítios atômicos, é calculado com aseguinte equação:
Onde
NA=número de Avogadro =6,023x1023átomos/mol ρ= densidade
A = peso atômico
A
N
N
=
A
Exemplo
Calcule o número de lacunas em equilíbrio por metro cúbico de cobre nas temperaturas de 100 e 1000ºC. A energia para a formação de uma lacuna é 0,9 eV/átomo; massa molar 63,5g/mol, considere que a densidade nestas duas temperaturas seja 8,4g/cm3.
A
N
N
=
A
N1000ºC = 8,0.1028átomos/m3 −
=
kTQ v v
e
N
N
Cristal covalente: vacância Cristal iônico: par de vacâncias
Ns= Número de vazios
N = Número de posições atômicas
Qs= Energia de ativação
T= Temperatura absoluta em kelvins
k = Constante de Boltzman 1,38x10-23J/átomo.K
8,62x10-5ev/átomo.K
Defeitos Pontuais em cristais iônicos
FRENKEL
Ocorre em sólidos iônicos
Ocorre quando um íon
sai de
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▪
Impurezas poderão assumir dois tipos de posição
na rede cristalina de outro material
▪ Interstícios - espaços vazios na rede
▪ Substituindo um átomo do material
Impureza intersticial - um exemplo fundamental Carbono no Ferro (aço)
Impurezas
Há sempre impurezas em cristais metálicos e que podem ser vistos como defeitos pontuais.
▪ Ligas:
▪ Átomos de impurezas são adicionados intencionalmente a uma estrutura cristalina formada por outro átomo para gerar as propriedades específicas aos materiais.
▪ Adição de impurezas :
▪ solução sólida
▪ formação de 2afase
▪ Elementos em uma liga:
▪ Solvente : elemento ou composto presente em maior quantidade
▪ Soluto: elemento ou composto presente em menor quantidade
▪ Fase: porção homogênea de um material com características físicas e químicas uniformes.
Defeitos Pontuais
Impurezas em Sólidos
Dois ou mais elementos dispersos em uma única fase. substitucional intersticial
▪ Substitucional:
▪ átomos do solvente substituídos por átomos do soluto no reticulado; ▪ a estrutura do solvente não muda, mas se deforma;
▪ Intersticial:
▪ os átomos do soluto “espremem-se” nos vazios (interstícios) da rede cristalina do solvente;
▪ ocorre quando a diferença de tamanho entre soluto e solvente é grande; ▪ a máxima solubilidade é menor que 10 %
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S o l u ç ã o S ó l i d a S u b s t i t u c i o n a l
A s r e g r a s d e H u m e - R o t h e r y
Para que haja total miscibilidade entre dois metais, é preciso que eles satisfaçam as seguintes condições
▪ Seus raios atômicos não difiram de mais de 15%
▪ Tenham a mesma estrutura cristalina
▪ Tenham eletronegatividades similares
▪ Tenham a mesma valência
TIPOS DE SOLUÇÕES SÓLIDAS SUBSTITUCIONAIS
SUBSTITUCIONAL
ORDENADA
SUBSTITUCIONAL
EXEMPLO DE SOLUÇÃO SÓLIDA SUBSTICIONAL
Cu + Ni:
são solúveis em todas as proporções
Cu
Ni
Raio atômico 0,128nm=1,28 A 0,125 nm=1,25A
Estrutura CFC CFC
Eletronegatividade 1,9 1,8
Valência +1 (as vezes +2) +2
SOLUÇÕES SÓLIDAS INTERSTICIAIS
▪ Os átomos de impurezas ou os elementos de liga ocupam os espaços dos interstícios
▪ Ocorre quando a impureza apresenta raio atômico bem menor que o hospedeiro
▪ Como os materiais metálicos tem geralmente fator de empacotamento alto as posições intersticiais são relativamente pequenas
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EXEMPLO DE SOLUÇÃO SÓLIDAINTERSTICIAL
Fe + C
solubilidade máxima do C no
Fe é 2,1% a 910 C (Fe CFC)
O C tem raio atômico bastante pequeno se
comparado com o Fe
Raio C= 0,071 nm= 0,71 A
Raio Fe= 0,124 nm= 1,24 A
▪ % Peso: útil quando se trabalha com soluções
▪ % Atômica: útil quando se estuda o material no nível atômico
▪ m1: massa do elemento 1
▪ A1: massa atômica do elemento 1
▪ n1: número de moles do elemento 1
100
2 1
1 1= +
m m m C
100
2 1 1 '1
=
+
m m mn
n
n
C
1 1 1A
m
n
m=
Concentrações - Composição
Exemplo
Determine a composição, em percentual atômico, de uma liga que consiste de 97% de alumínio e 3% de cobre.
'
98, 7%
Al
C
=
'
1, 30%
Cu
C
=
Defeitos em Linha
Discordâncias
•
Definição
▪ Defeito em uma dimensão ao redor do qual alguns átomos encontram-se desalinhados;
▪ Translação incompleta de uma das partes da rede em relação às outras.
•
Classificação
▪ Discordância em aresta
▪ Discordância em espiral
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Discordância de aresta:
o movimentoda linha de discordância é paralelo ao da força de cisalhamento
Discordância em espiral:
o movimentoda linha de discordância é perpendicular ao da força de cisalhamento
Defeitos em Linha
Discordâncias
(a) (b)
a) Um cristal perfeito;
b) Um plano extra é inserido no cristal (a);
c) O vetor deburgersbequivale à distância necessária para fechar o contorno formado pelo mesmo número de átomos ao redor da discordância de aresta.
(c)
Discordância de aresta
Defeitos em Linha
Discordâncias em Aresta
Linha da discordância de aresta
▪ O vetor de Burgers b é perpendicular à linha de discordância em uma discordância de aresta
▪ Dá a magnitude e a direção de distorção da rede ▪ Corresponde à distância de deslocamento dos átomos
ao redor da discordância Defeitos em Linha
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(a) (b) (c)
Linha de discordância
Vetor de Burgers b
a) Um cristal perfeito;
b) ec) Deslocamento de uma secção transversal da ordem de um espaçamento atômico.
▪ O vetor de Burgersb é paralelo à linha de discordância em uma discordância em espiral.
Defeitos em Linha
Discordâncias em Espiral
▪ Discordância em espiral como resultado de um cisalhamento parcial
Defeitos em Linha
▪ Discordâncias de aresta ou em espiral raramente ocorrem separadamente.
Defeitos em Linha
Discordâncias Combinadas
Movimento de Discordâncias
Tensão de cisalhamento Plano extra de átomos
Linha de discordância Plano de deslizamento
Vetor de Burgers
▪ O movimento de discordâncias provocam deslizamentos, que resultam em deformações
permanentes (plásticas) no material.
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Defeitos Interfaciais
Superfícies Externas:
▪ Átomos na superfície não têm todas suas ligações satisfeitas e possuem maior energia livre que os átomos sob a superfícies;
▪ Área da superfície tende a minimizar;
▪ A superfície dos sólidos podem se “reconstruir” para satisfazer as ligações atômicas dos seus átomos.
Átomos insaturados
Superfície com energia livre
Formação dos Grãos
A forma do grão é controlada pela presença dos grãos circunvizinhos
Defeitos Interfaciais
Contornos de Grão
•Contornos de Grão:
▪ Materiais policristalinos são formados por muitos cristais ou grãos, que têm diferentes direções cristalográficas;
▪ Nas regiões onde estes grãos se encontram ocorre um desordenamento atômico. Elas são chamadas de contorno de grão;
Os átomos próximos à fronteira dos 3 grãos não têm um espaçamento uniforme ou
ordenamento. Microestrutura do Pd (100x)
Ângulos de desalinhamento:
Em função do desalinhamento dos planos atômicos entre os grãos adjacentes, pode-se distinguir os contornos de grão de baixo e alto ângulo.
Ângulo de desalinhamento
Alto ângulo
Baixo ângulo
Defeitos Interfaciais
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Considerações Gerais sobre Contorno de Grão
▪ Há um empacotamento ATÔMICO menos eficiente
▪ Há uma energia mais elevada
▪ Favorece a nucleação de novas fases (segregação)
▪ Favorece a difusão
▪ O contorno de grão ancora o movimento das discordâncias
Uma macla separa duas regiões cristalinas que são, estruturalmente, imagens espelhadas uma da outra.
Defeitos Interfaciais
Maclas
(twin boundaries)Defeitos Interfaciais: Maclas (twin boundaries)
•Maclas podem ser causadas por deformações do material, causadas por tensões térmicas ou mecânicas;•Ligas com memória de forma:
✓Esse defeito é observado em materiais com memória de forma, que podem recuperar sua forma original quando expostos a uma fonte de calor;
✓As maclas desaparecem quando estes materiais são deformados e ressurgem quando são aquecidos a altas temperaturas, recuperando sua forma original.
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Corresponde a interrupção de uma sequência regular de empacotamento de planos em uma rede cristalina
Defeitos Interfaciais
Falha de empacotamento
Podem ser classificados como poros, fraturas ou inclusões:
•Poros: podem modificar substancialmente as propriedades ópticas, mecânicas e térmicas de um material;
•Fraturas: podem afetar as propriedades mecânicas do material;
•Inclusões: podem modificar substancialmente as propriedades elétricas, mecânicas e ópticas de um material;
poros
Fases secundárias Inclusões
Exercícios
❖ O que são defeitos pontuais?
❖ Explique o que são lacunas.
❖ O que é uma solução sólida? Quais os tipos?
❖ Quais os tipos de defeitos pontuais possíveis em uma solução
sólida? Explique-os.
❖ Calcule a fração dos sítios atômicos que estão vagos para o
chumbo na sua temperatura de fusão (327ºC). Suponha uma energia para a formação de lacunas equivalente a 0,55eV/átomo.
❖ Calcule o número de lacunas por metro cúbico no ferro a 850ºC. A
energia para a formação de lacunas é de 1,08eV/átomo.
Adicionalmente, a densidade e o peso molar do Fe são 7,65g/cm3 e 55,85g/mol, respectivamente.