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Observa-se, em termos de variação homóloga 15,09 % no Distrito para uma variação de 6,65 % no Continente.

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1 – DESEMPREGO REGISTADO EM DEZEMBRO 2008

De acordo com os dados do IEFP, em Dezembro de 2008, o número de desempregados registados no distrito era de 28.937, ou seja, 7,19 % do Continente (402.545). (Mapa 1 + Gráfico 1)

Observa-se, em termos de variação homóloga 15,09 % no Distrito para uma variação de 6,65 % no Continente.

O número de desempregados registados representa 7,9 % da população activa do distrito.

O desemprego homólogo subiu em todos os concelhos do distrito de Aveiro, com excepção do concelho de Murtosa (-0,88%).

As mulheres continuam a ser mais afectadas: são 17.577 em Dezembro 2008, 61 % dos desempregados registados no distrito. (Gráfico 2)

Os desempregados de longa duração atingem 10.997 trabalhadores, 38 % do desemprego do distrito.

O desemprego registado dos jovens com idade inferior a 35 anos, é de 10.716, ou seja 37 % do desemprego registado no distrito.

O desemprego registado na faixa etária dos 35 aos 54 anos, é de 12.574, ou seja 43

% do desemprego registado no distrito.

Aveiro, continua a ser o quinto distrito com mais desemprego registado.

Evolução anual do desemprego registado no Distrito em 2008 (Mapa 2).

A protecção social diminui enquanto o desemprego aumenta. Na verdade os desempregados inscritos nos centros de emprego do distrito que tinham subsídios de desemprego em Dezembro de 2008, (16856) era de 58,3% contra 61,3% em Dezembro de 2007. ( dados da S. Social).

Tratando-se à partida de um elevado e muito preocupante número de desempregados registados a verdade, é que estes dados do IEFP não reflectem a efectiva realidade do desemprego no distrito, porque se referem apenas a dois indicadores: inscritos para o primeiro emprego e para novo emprego.

Com efeito se aplicarmos ao distrito a chamada taxa de desemprego corrigido do INE (10,1% terceiro trimestre de 2008) que é mais próxima da realidade, concluímos que o número desempregado no distrito é superior a 40.000.

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Por outro lado estes indicadores não podem ser separados do crescente trabalho precário que atinge hoje 23% da população activa do país (+- 92000 no distrito) sem incluir o falso trabalho independente.

Juntando o número de desempregados ao dos trabalhadores precários concluímos que a situação do emprego no distrito é muito preocupante, na medida em que cerca de 33% da população activa, está hoje desempregada e ou com trabalho precário.

2 - AS PERSPECTIVAS DO “FUTURO” IMEDIATO.

Diversos indicadores confirmam que o desemprego no distrito tende a aumentar de forma galopante, com consequências sociais dramáticas e por isso a exigir medidas fortes de acompanhamento e responsabilização quer do patronato quer do governo.

O Primeiro factor, as centenas de despedimentos já anunciados por diversas empresas designadamente: nos grupos Amorim e Subarus??, Philips; a Ecco/Let e a Aerosoles entre muitas outras do sector do calçado, que tendo encerrado nos final de 2008 não estão contabilizados nos dados de desemprego de Dezembro; a Simar, Percolor e Isocar no sector metalúrgico; a Erospuma no sector químico envolvida num despedimento colectivo de 29 trabalhadores; António Marques de Almeida, Fabrica de Papel do Serrado e CKP/Cacia, do Sector gráfico e papel; a incerteza e instabilidade em empresas do sector Têxtil como é o caso da Isabel Ramalho e A.S.Duarte, entre tantas outras, .

Entretanto não param os despedimentos “por mútuo acordo” que não tendo eco na comunicação social, se traduzem mensalmente em várias centenas de despedidos.

O segundo factor, é o do cenário macro económico para o ano em curso, em que o governo na alteração ao OGE prevê uma redução de 08% e a Comissão Europeia de 1,6%.

Trata-se de um péssimo indicador se tivermos em conta que a opinião dos especialistas, que afirmam que para manter e criar emprego é necessário que o PIB cresça entre os 2,5% a 3%,

O terceiro factor, são os problemas reais da economia que estão a criar problemas efectivos em muitas empresas, em virtude das politicas do governo e /ou de gestão inadequada, aos quais os trabalhadores são completamente alheios a não ser nas consequências.

O quarto factor, o aproveitamento e invocação da “crise” por parte de patrões sem escrúpulos e sem qualquer assunção de responsabilidades sociais, que se manifesta na pressão e na completa ilegalidade para despedir, suspender contratos, aplicar a Lay Off,(

mesmo antes do deferimento pela Segurança Social) retirar direitos, criar bancos de horas, reduzir o tempo de trabalho sem o respectivo pagamento etc.

O quinto factor, a entrada em vigor das alterações ao código do Trabalho bem como das leis na Administração Pública, que vêm facilitar ainda mais os despedimentos e a precariedade, antecâmara do desemprego.

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O sexto factor, a continuação da aposta num modelo de desenvolvimento sem futuro, que comprovadamente está a levar à destruição do aparelho produtivo, quando o que se exige é a ruptura com estas políticas.

3 – O DESEMPREGO E A PRECARIEDADE COMO NEGÓCIO.

Milhares de postos foram e continuam a ser destruídos, não por dificuldades objectivas na generalidade das empresas, mas enquanto negócio altamente rentável para essas empresas.

Na realidade milhares de trabalhadores efectivos, muitos dos quais com dezenas de anos de permanência são despedidos com “ mútuos acordos” com indemnizações abaixo da lei e/ou apenas com o impresso para o subsidio de desemprego.

Na generalidade das situações estes trabalhadores quando substituídos, são por trabalhadores precários, com salários muito inferiores e nalguns casos com benefícios da segurança social.

Para se ter uma ideia dessa diferença, refere-se que segundo dados do INE, calculando o salário médio ponderado dos trabalhadores a prazo e a tempo parcial (469 euros).

concluiu-se que ele representava apenas 63% do salário médio de um trabalhador com contrato sem termo, ou seja menos 37%. (dados estatísticos do INE do emprego do segundo trimestre de 2007, tendo como base os dados dos salários líquidos de 2006).

.4- OUTROS ELEMENTOS DA SITUAÇÃO SOCIAL.

Por outro lado existe já um número muito elevado de empresas com salários e subsídios de férias e de natal atraso, que representam milhares de euros, número que não para de crescer.

De igual modo são muitas as empresas que estão a reduzir ilegalmente o tempo de trabalho sem o respectivo pagamento do salário devido; as paragens de produção na base do chamado banco de horas e/ ou por conta das férias de 2009.

5 - REIVINDICAÇÕES E PROPOSTAS.

Nestas condições a União dos Sindicatos Aveiro/CGTP-IN, entende ser necessário:

Medidas destinadas a facilitar o acesso às prestações de desemprego, através da redução dos prazos de garantia para a atribuição do subsídio de desemprego e do subsídio social de desemprego. A medida tomada pelo Governo de prolongamento do subsídio social do desemprego durante seis meses, sendo positiva e há muito reclamada pela CGTP-IN, não é suficiente na actual situação.

Medidas destinadas a aumentar o investimento público e apoiar a procura interna por via dos salários, das prestações sociais e de outros apoios aos rendimentos, particular para as pessoas com menos rendimentos.

Estudo, controle efectivo, conhecimento pelos trabalhadores através dos Sindicatos, responsabilização das empresas quanto à utilização de apoios do Estado.

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Maior intervenção, responsabilização e coordenação dos organismos do Estado, com vista a por fim a ignóbeis aproveitamentos da situação por parte das empresas, que paulatinamente estão a destruir o frágil estado de direito nas empresas e a impor um clima de relações de trabalho baseado na divisa quero, posso e mando, na chantagem e no medo.

Medidas concretas que não se esgotam em propostas de aumento de despesas, mas também sobre as receitas, incluindo receitas fiscais provenientes de uma tributação mais progressiva e da tributação da riqueza, com vista a preservar o futuro.

A União dos Sindicatos é particularmente critica a reduções de receitas públicas e, em particular de contribuições sociais, porque isso significa o enfraquecimento do Estado Social e a desprotecção social de uma parte significativa da população.

A revogação dos aspectos negativos do Código do Trabalho e a defesa do trabalho com direitos.

A revogação das leis laborais da administração pública que promovem o despedimento encapotado.

A implementação de medidas de fiscalização e combate à precariedade, no sentido do cumprimento do principio constitucional de que a um posto de trabalho permanente corresponda a um contrato efectivo.

Medidas que parem o processo de descapitalização da Segurança Social, que passa pelas transferências para o fundo de estabilização financeira e pela transferência do orçamento do Estado das verbas necessárias para custear as medidas de resposta à crise.

Que a Segurança Social tenha de facto em conta os pareceres e os argumentos dos trabalhadores e das suas organizações nos casos da aceitação de processos de Lay Off e/

ou atribuição do fundo de garantia salarial., bem como tenha um controle apertado sobre o não envio das contribuições para a Segurança Social incluindo a dos trabalhadores.

A implementação de um observatório da situação social do distrito sob a égide do Governo Civil, constituído pelos parceiros sociais designadamente: a União dos Sindicatos de Aveiro, Associação patronal representativa da industria no distrito;

Associação representativa do Comércio, organismos do Estado como a Segurança Social, o IEFP e a ACT ( autoridade para as condições do trabalho).

Este observatório deveria ter como objectivos fundamentais, o cruzamento e tratamento de informação sobre a evolução da situação social global no distrito bem como a apresentação de sugestões e propostas para a resolução dos problemas.

Como reivindicação estrutural e mais de longo prazo, exigimos a concretização de uma estratégia de desenvolvimento económico e social para o distrito, que seja orientada para a defesa do aparelho produtivo, privilegie o apoio ao investimento mais exigente de modo a alterar o modelo prevalecente dos baixos salários, poucos direitos, também responsável pelos fracos indicadores de desenvolvimento humano no distrito.

Aveiro, 5 de Fevereiro, de 2009.

A Direcção da União dos Sindicatos de Aveiro/CGTP-IN.

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Mapa 1 - DESEMPREGO REGISTADO DISTRITO AVEIRO - DEZEMBRO.08

DEZ NOV DEZ VARIAÇÃO

HOMOLOGA

VARIAÇÃO MENSAL

2007 2008

CONTINENTE 377.436 395.926 402.545 6,65 1,67

DISTRITO AVEIRO 25.142 27.969 28.937 15,09 3,46

ÁGUEDA 1.401 1.528 1.633 16,56 6,87

ALBERGARIA-A-

VELHA 783 925 958 22,35 3,57

ANADIA 750 832 902 20,27 8,41

AROUCA 542 558 578 6,64 3,58

AVEIRO 2.790 3.060 3.104 11,25 1,44

CASTELO PAIVA 1.095 1.170 1.115 1,83 -4,70

ESPINHO 2.293 2.524 2.553 11,34 1,15

ESTARREJA 950 1.066 1.104 16,21 3,56

FEIRA 5.438 6.022 6.283 15,54 4,33

ILHAVO 1.288 1.495 1.536 19,25 2,74

MEALHADA 625 601 628 0,48 4,49

MURTOSA 340 310 337 -0,88 8,71

OLIVEIRA AZEMEIS 1.670 1.975 2.096 25,51 6,13

OLIVEIRA BAIRRO 598 677 683 14,21 0,89

OVAR 2.471 2.882 2.956 19,63 2,57

S.JOÃO MADEIRA 773 893 916 18,50 2,58

SEVER VOUGA 355 317 391 10,14 23,34

VAGOS 543 612 607 11,79 -0,82

VALE DE CAMBRA 437 522 557 27,46 6,70

Gráfico 1 - DESEMPREGO REGISTADO DISTRITO DE AVEIRO – DEZEMBRO DE 2008

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Gráfico 2 - DESEMPREGO REGISTADO DIST.AVEIRO - POR SEXO – DEZEMBRO DE 2008

Abrir mapa 2 - DESEMPREGO REGISTADO DISTRITO AVEIRO

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Referências

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