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Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Estremoz, Monforte e Arronches, CRL

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Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Estremoz, Monforte e

Arronches, CRL

RELATÓRIO E CONTAS

2016

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Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Estremoz, Monforte e Arronches, CRL

Índice

Pág.

1. CONVOCATÓRIA DA ASSEMBLEIA GERAL _______________________________________ 4 2. ESTRUTURA E PRÁTICA DE GOVERNO SOCIETÁRIO DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE ESTREMOZ, MONFORTE E ARRONCHES ________________________ 5 2.1. ESTRUTURA DE GOVERNO SOCIETÁRIO ____________________________________________ 5 2.2. ORGANOGRAMA GERAL DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA _______________________________ 5 2.3. ASSEMBLEIA GERAL _________________________________________________________ 6 2.4. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO _________________________________________________ 7 2.5. ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO ____________________________________________________ 9 2.6. POLITICA DE REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO_ 10 2.7. REMUNERAÇÕES AUFERIDAS PELOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO___________ 14 2.8. POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DE COLABORADORES ___________________________________ 15 2.9. REMUNERAÇÕES AUFERIDAS PELOS COLABORADORES _________________________________ 16 3. RELATÓRIO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO ______________________________ 17 3.1. INTRODUÇÃO _____________________________________________________________ 17 3.2. ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO ___________________________________________ 19 3.3. MERCADO BANCÁRIO NACIONAL ________________________________________________ 26 3.4. MERCADOS FINANCEIROS ____________________________________________________ 30 3.5. PRINCIPAIS RISCOS E INCERTEZAS ______________________________________________ 34 3.6. ANÁLISE FINANCEIRA _______________________________________________________ 36 3.6.1. Quadro de indicadores ____________________________________________________ 36 3.6.1.1. Indicadores de balanço __________________________________________________ 36 3.6.1.2. Indicadores de resultados ________________________________________________ 36 3.6.2. Estrutura Patrimonial ______________________________________________________ 37 3.6.3. Aplicações em Instituições de Crédito _______________________________________ 40 3.6.4. Crédito a Clientes _________________________________________________________ 41 3.6.5. Crédito vencido __________________________________________________________ 42 3.6.6. Ativos não correntes detidos para venda _____________________________________ 44 3.6.7. Ativos Tangíveis e intangíveis ______________________________________________ 44 3.6.8. Investimentos em associadas ______________________________________________ 44 3.6.9. Outros Ativos ____________________________________________________________ 44 3.6.10. Recursos de Clientes ____________________________________________________ 45 3.6.11. Crédito / Recursos por balcão ____________________________________________ 46 3.6.12. Capitais Próprios ________________________________________________________ 49 3.6.13. Resultado Líquido _______________________________________________________ 50 3.6.14. Margem Financeira ______________________________________________________ 51 3.6.15. Produto Bancário _______________________________________________________ 52 3.6.16. Custos de funcionamento ________________________________________________ 53

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5. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ______________________________________________ 60 5.1. BALANÇO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2016 _________________________________________ 60 5.2. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2016 ________________________ 61 5.3. DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA EM 31 DE DEZEMBRO DE 2016 _____________________ 62 5.4. DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES DE CAPITAL PRÓPRIO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2016 _________ 63 5.5. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS INTEGRAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2016 _________________ 64 5.6. NOTAS ANEXAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2016 ____________ 65 6. PARECER DO CONSELHO FISCAL _______________________________________________ 98 7. CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS ____________________________________________ 100

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1. CONVOCATÓRIA DA ASSEMBLEIA GERAL

Nos termos do nº 2 do artigo 22º e dos artigos 23º e 24º dos estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Estremoz, Monforte e Arronches, C.R.L., pessoa colectiva nº 500989680, com sede no Largo da República, nº. 1 e 2, em Estremoz, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Estremoz sob o mesmo número, com o capital social realizado de € 9.060 860,00 (variável), convoco todos os Associados no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se, em Assembleia Geral Ordinária, no dia 30 de Março de 2017, pelas 10:00 horas, na sede da Instituição, para discutir e votar as matérias da seguinte:

ORDEM DE TRABALHOS

1. Discussão e votação do Relatório de Gestão e das Contas da Caixa Agrícola relativo ao exercício de 2016 e do Relatório Anual do Conselho fiscal.

2. Deliberação sobre a Proposta de Aplicação de Resultados.

3. Apreciação geral sobre a Administração e Fiscalização da Caixa Agrícola

4. Apresentação e apreciação do relatório com os resultados da avaliação anual das políticas de remuneração praticadas na Caixa Agrícola.

5. Aprovação de pedidos de exoneração e exclusão de Associados.

6. Apreciação de outros assuntos de interesse para a Caixa Agrícola

Se, à hora marcada, não se encontrar presente mais de metade dos Associados, a Assembleia Geral reunirá, em segunda convocatória, uma hora depois, com qualquer número.

Nota: Não será admitido nesta Assembleia Geral o voto por correspondência, nem o voto por representação, por força do disposto no nº 1 do Artigo 42º e do nº 1 do Artigo 43º do Novo Código Cooperativo, aprovado pela Lei nº 119/2015, de 31 de Agosto, que entrou em vigor no passado dia 30 de Setembro.

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2. ESTRUTURA E PRÁTICA DE GOVERNO SOCIETÁRIO DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE

ESTREMOZ, MONFORTE E ARRONCHES

2.1. Estrutura de Governo Societário

A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Estremoz, Monforte e Arronches, CRL adopta o modelo de governação vulgarmente conhecido como “latino reforçado”, constituído pelo Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Revisor Oficial de Contas.

Os membros dos órgãos sociais e da Mesa da Assembleia Geral são eleitos pela Assembleia Geral, para um mandato de três anos. Em 21/12/2015 foram eleitos novos órgãos sociais para o triénio 2016/2018, tendo o Banco de Portugal concedido autorização para o exercício de funções em 27/01/2016

2.2. Organograma Geral da Caixa de Crédito Agrícola

AUDITORIA e CONTROLO INTERNO

Área Comercial Área de Crédito Área Administrativa e

Financeira ASSEMBLEIA GERAL

ROC CONSELHO FISCAL

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

ADJUNTO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

COMPLIANCE GESTÃO DE RISCOS

APOIO AGRONOMICO e AVALIAÇÕES

6 Agências Contabilidade, Reporting

e Fiscalidade

Gestão de Avaliação e Acompanhamento

Recepção de Propostas

Recuperação de Credito (inclui apoio Juridico e contencioso)

Recursos Humanos

Apoio Técnico Processamento, Contratação Gestão Financeira

(seguros e campanhas) e Arquivo e Administrativa

Clientes de Risco de Credito

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2.3. Assembleia Geral

A Mesa da Assembleia Geral é constituída por um Presidente, um Vice-Presidente e um Secretário.

No exercício de 2016 evidenciou a seguinte composição:

Composição da Mesa da Assembleia Geral Presidente: Henrique Champalimaud Jardim

Vice-Presidente: Duarte Jaime Romão Palmeiro Secretário: Maria João Moura Romão Valentim

Competência da Assembleia Geral

A Assembleia Geral delibera sobre todos os assuntos para os quais a Lei e os Estatutos lhe atribuam competências, competindo-lhe, em especial:

 Eleger, suspender e destituir os titulares dos cargos sociais, incluindo os seus Presidentes;

 Votar a proposta de plano de atividades e de orçamento da Caixa Agrícola para o exercício seguinte;

 Votar o relatório, o balanço e as contas do exercício anterior;

 Aprovar a fusão, a cisão e a dissolução da Caixa Agrícola;

 Aprovar a associação e a exoneração da Caixa Agrícola da CAIXA CENTRAL e de organismos cooperativos de grau superior;

 Fixar a remuneração dos titulares dos órgãos sociais da Caixa Agrícola;

 Decidir do exercício do direito de ação cível ou penal contra o revisor oficial de contas, administradores, gerentes, outros mandatários ou membros do Conselho Fiscal e da Mesa da Assembleia Geral;

 Decidir da alteração dos Estatutos.

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2.4. Conselho de Administração

O Conselho de Administração é composto por um número ímpar de membros efetivos, no mínimo de três e de um suplente.

O Conselho de Administração é composto por 3 membros. No mandato para o triénio 2016/2018, evidenciou a seguinte composição:

Composição do Conselho de Administração Efetivos:

Presidente do Conselho de Administração: Normando António Gil Xarepe Administrador: João José Correia Margalho

Administrador: Carlos Alberto Paliotes Veiga Suplentes:

Iva de Jesus Carvalho Russo

Competências do Conselho de Administração

As competências do Conselho de Administração decorrem da Lei, competindo-lhe, em especial e de acordo com os Estatutos:

 Administrar e representar a Caixa Agrícola;

 Elaborar, para votação pela Assembleia Geral, uma proposta de plano de atividades e de orçamento para o exercício seguinte;

 Elaborar, para votação pela Assembleia Geral, o relatório e as contas relativos ao exercício anterior;

 Adotar as medidas necessárias à garantia da solvabilidade e liquidez da Caixa Agrícola;

 Decidir das operações de crédito da Caixa Agrícola.

 Fiscalizar a aplicação dos capitais mutuados;

 Promover a cobrança coerciva dos créditos da Caixa Agrícola, vencidos e não pagos;

 Organizar, dirigir e disciplinar os serviços.

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Reuniões do Conselho de Administração

O Conselho de Administração reúne, pelo menos, uma vez por semana, tendo realizado um total de 45 reuniões em 2016.

Distribuição de Pelouros pelos Membros do Conselho de Administração No mandato para o triénio 2016/2018, o Conselho de Administração deliberou a distribuição de pelouros entre os seus membros da seguinte forma:

Sr. Normando António Gil Xarepe (Presidente):

 Representação institucional e gestão de recursos humanos;

Sr. João José Correia Margalho (Vogal):

 Área comercial;

Sr. Dr. Carlos Alberto Paliotes Veiga (Vogal):

 Áreas de crédito e administrativo-financeira;

 Auditoria e controlo interno, gestão de riscos e compliance;

 Apoio agronómico.

A gestão corrente da CCAM foi confiada ao Sr. Dr. Carlos Veiga e ao Presidente do Conselho de Administração é atribuído voto de qualidade nas deliberações.

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2.5. Órgãos de Fiscalização

A fiscalização da Caixa de Crédito Agrícola compete a um Conselho Fiscal e a um Revisor Oficial de Contas ou uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas.

As competências dos órgãos de fiscalização são as que decorrem da lei, competindo, ainda, ao Conselho Fiscal, de acordo com os Estatutos, emitir parecer sobre a proposta de plano de atividade e de orçamento.

Conselho Fiscal

O Conselho Fiscal é composto por três membros efetivos e, pelo menos, um suplente. No mandato para o triénio 2016/2018, evidenciou a seguinte composição:

Composição do Conselho Fiscal Efetivos:

Presidente: Paulo Jorge Camões Fernandes Secretário: Alexandra Maria Rento Massano Secretário: Nelson Joaquim Gomes Gato Suplentes:

Guilherme Romão Venâncio de Oliveira

Reuniões do Conselho Fiscal

O Conselho Fiscal reúne, por regra, uma vez por mês, tendo realizado, em 2016, um total de 12 reuniões.

Revisor Oficial de Contas

O mandato atual do Revisor Oficial de Contas é de 2016 a 2018, encontrando-se designados para o cargo:

Efetivo: Tocha, Chaves & Associados, SROC Suplente: MGR – Roberto, Graça e Associados

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2.6. Politica de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização

Em 21 de Dezembro de 2015, na Assembleia Geral Ordinária da CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE ESTREMOZ, MONFORTE E ARRONCHES, CRL (doravante CAIXA AGRÍCOLA), foi apreciada e aprovada a Política de Remuneração da CAIXA AGRÍCOLA para o ano de 2016 nos seguintes termos:

1. INTRODUÇÃO

Em cumprimento do normativo aplicável, a Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da CAIXA AGRÍCOLA foi definida e elaborada de modo a refletir adequada e proporcionalmente a dimensão, a organização interna e a natureza da Instituição, o âmbito e a complexidade da atividade por si desenvolvida, a natureza e a magnitude dos riscos assumidos e a assumir e o grau de centralização e delegação de poderes estabelecido no seio da mesma Instituição.

A mesma Política de Remuneração, atento o facto do Banco de Portugal não ter ainda aprovado qualquer instrumento regulamentar que revogue, altere ou substitua o Aviso nº 10/2011, sendo que as Instruções nºs 4/2015 e 5/2015, publicadas em 15 de Junho de 2015, referem-se à matéria das Políticas de Remuneração, mas somente quanto a divulgação de informação quantitativa a ela atinente, teve em consideração os seguintes instrumentos:

a) O RGICSF;

b) O Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, quanto às normas neste contidas que não sejam incompatíveis com a atual redação do RGICSF, atentas as alterações neste introduzidas pelo Decreto-Lei nº 157/2014 e por diplomas subsequentes, e que não devam, por isso, considerar-se revogadas em função de tais alterações;

c) A Lei nº 28/2009, de 19 de Junho, na redação que lhe foi dada pelo Decreto-Lei nº 157/2014;

d) A Diretiva n.º 2013/36/EU, do Parlamento Europeu e do Conselho (IV Diretiva de Requisitos de Capital);

e) O Regulamento nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho (Regulamento de Requisitos de Capital).

2. PRINCÍPIOS GERAIS

O novo regime legal e regulamentar ora em vigor preserva a aplicação do princípio da proporcionalidade na definição das políticas de remuneração, pelo que se mantem a relevância dada até aqui a elementos como a natureza jurídica de cooperativa da Instituição e a imposição de restrições de natureza geográfica à atuação da dita Instituição, fatores que determinam que a tais funções correspondam muitas vezes remunerações de valor senão simbólico, pelo menos inferior ao

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das demais normas, sempre por referência ao princípio da proporcionalidade ínsito no corpo do nº 3 do art. 115º-C do RGICSF.

Consequentemente, o referido princípio da proporcionalidade presidiu à elaboração da presente Política de Remuneração que, nos termos do RGICSF, prossegue ainda os seguintes objectivos:

a) Promover e ser coerente com uma gestão de riscos sã e prudente e não incentivar a assunção de riscos superiores ao nível de risco tolerado pela Instituição;

b) Ser compatível com a estratégia empresarial da Instituição, os seus objetivos, valores e interesses de longo prazo e incluir medidas destinadas a evitar conflitos de interesses;

c) Distinguir de forma clara os critérios para a fixação da componente fixa da remuneração, fundamentados principalmente na experiência profissional relevante e na responsabilidade organizacional de cada Membro de Órgão de Administração ou de Fiscalização.

3. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Nos termos e para os efeitos do nº 1 do art. 16º do Aviso nº 10/2011, declara-se que:

a) A Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e de Fiscalização é definida pela Assembleia Geral, sem a intervenção de quaisquer consultores externos, cabendo à mesma revê-la periodicamente, pelo menos uma vez por ano, em sede da sua aprovação nos termos do nº 4 do art. 115º-C do RGICSF;

b) A presente política não contempla a atribuição de remunerações variáveis;

c) Vistas a natureza e dimensões da Instituição, a inexistência de remunerações variáveis, o valor das remunerações pagas aos Membros dos respetivos Órgãos de Administração e de Fiscalização e o facto de, não sendo a Instituição uma sociedade anónima, lhe ser impossível pagar qualquer remuneração sob a forma de ações ou instrumentos nos termos do nº 3 do art. 115º-E do RGICSF, não será diferido o pagamento de qualquer parte da remuneração;

d) A Política de Remuneração é propícia ao alinhamento dos interesses dos Membros do Órgão de Administração com os interesses de longo prazo da Instituição e é igualmente consentânea com o desincentivo de uma assunção excessiva de riscos, na medida em que preconiza a atribuição de uma remuneração de valor moderado, compatível com as tradições e com a natureza específica do Crédito Agrícola;

e) Atenta a natureza cooperativa da CAIXA AGRÍCOLA, o desempenho dos Órgãos de Administração e de Fiscalização é, em primeira linha, avaliado pelos Associados em sede de Assembleia Geral, refletindo tal avaliação não só o desempenho económico da Instituição, mas também outros critérios diretamente relacionados com a sobredita natureza cooperativa, incluindo a qualidade da relação estabelecida entre Administração e Cooperadores e da informação prestada aos membros sobre o andamento dos negócios sociais.

4. REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DO ORGÃO DE FISCALIZAÇÃO:

(CONSELHO FISCAL)

A remuneração dos Membros do Conselho Fiscal consiste exclusivamente numa componente fixa, paga através de senhas de presença de valor fixado pela Assembleia-Geral.

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5. REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DO ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO:

5.1. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

A remuneração dos Membros do Conselho de Administração consiste em remuneração de montante fixo mensal, definida pela Assembleia-Geral, a pagar 14 vezes por ano. Verificando-se que os titulares efetivos faziam parte do quadro de trabalhadores da Caixa Agrícola e que nos termos da legislação em vigor foram obrigados a suspender o seu contrato de trabalho com a CCAM de Estremoz, Monforte e Arronches CRL, enquanto exercerem tais funções, mantêm-se um estatuto de antiguidade, prémio, descontos, encargos patronais, cobertura de acidentes pessoais idêntico ao que detinham enquanto trabalhadores, nos termos do Acordo Coletivo de Trabalho das Instituições do Crédito Agrícola Mútuo (ACT). Mantêm-se ainda o beneficio do Serviço de Assistência Médico- Social (SAMS) e o pagamento do Fundo de Pensões e sua inclusão no respetivo mapa anual, de forma a que o tempo prestado na função de Administrador executivo seja considerado para todos os efeitos em sede de contrato de trabalho, conservando assim inalterada a sua perspetiva de reforma.

Acresce a esta remuneração a possibilidade de:

I) Reembolso de despesas com deslocações e de representação, devidamente documentadas e ocorridas no exercício das funções de Membro do Órgão de Administração, contra entrega das respetivas faturas;

II) Atribuição de telemóvel ou viatura de serviço para uso no exercício das mesmas funções;

III) Acesso a financiamento de carácter ou finalidade social ou decorrente da política de pessoal, conquanto verificados os pressupostos legal, regulamentar ou convencionalmente exigíveis;

Nos termos e para os efeitos dos arts. 115º-E e 115º-F do RGICSF e do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011, mais se declara que:

5.1.1 Quanto à avaliação do desempenho

a) O órgão competente para a avaliação do desempenho individual dos Administradores é o órgão de Fiscalização, sem prejuízo da competência da Assembleia Geral, nos termos acima descritos;

b) A remuneração dos Administradores não inclui uma componente variável, pelo que são inaplicáveis os arts. 115º-E e 115º-F do RGICSF e as alíneas b), c), d), e), f), g), h) e i) do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011.

5.1.2 Quanto aos mecanismos de malus e clawback

Conforme referido acima, a remuneração dos Administradores não inclui uma componente variável, pelo que são inaplicáveis as regras constantes do RGICSF quanto à aquisição do direito à mesma e aos mecanismos de redução (“malus”) ou reversão (“clawback”).

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incluindo pagamentos relacionados com a duração de um período de pré-aviso ou cláusula de não concorrência, pelo que o direito a tais compensações ou indemnizações se rege exclusivamente pelas normas legais aplicáveis, sendo desnecessários os instrumentos jurídicos a que alude o art. 10º do Aviso nº 10/2011; de igual modo, não vigora na Instituição qualquer regime especial relativo a pagamentos relacionados com a cessação antecipada de funções, pelo que é igualmente inaplicável o nº 11 do art. 115º-E do RGICSF;

d) Foram pagas ao Presidente do Órgão de Administração da Instituição remunerações pela Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, com a qual a Instituição se encontra em relação de domínio ou de grupo;

e) Não vigoram na Instituição quaisquer regimes complementares de pensões ou de reforma antecipada, nem são concedidos benefícios discricionários de pensão;

f) Inexistem outros benefícios não pecuniários relevantes que possam ser considerados como remuneração;

g) Os Membros do Órgão de Administração não utilizam quaisquer seguros de remuneração ou responsabilidade, ou quaisquer outros mecanismos de cobertura de risco tendentes a atenuar os efeitos de alinhamento pelo risco inerentes às suas modalidades de remuneração.

6. REVISOR OFICIAL DE CONTAS

A remuneração do Revisor Oficial de Contas é estabelecida com base nas práticas de mercado e definida no âmbito de contrato de prestação de serviços de revisão de contas.

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2.7. Remunerações auferidas pelos Órgãos de Administração e de Fiscalização

As remunerações para os órgãos sociais da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Estremoz, Monforte e Arronches no exercício de 2016 foram as seguintes:

Fixa Variável Total

Conselho Fiscal 6.629,31 0,00 6.629,31

Presidente do Conselho Fiscal 2.209,77 2.209,77

Secretário do Conselho Fiscal 2.209,77 2.209,77

Secretário do Conselho Fiscal 2.209,77 2.209,77

Fixa Variável Total Conselho de Administração 207.255,96 0,00 207.255,96 Presidente do Conselho de Administração 71.621,32 71.621,32

Administrador 71.621,32 71.621,32

Administrador 60.500,00 60.500,00

Administrador * 3.513,32 3.513,32

213.885,27

* Mandato anterior

Revisor Oficial de Contas 7.712,10

Remuneração

Total

- Não foi deferido o pagamento de qualquer remuneração para o ano de 2016;

- Não é devida, nem foi paga, qualquer remuneração por ajustamentos introduzidos em função do desempenho individual;

- Não houve qualquer alteração da composição;

- Não são devidos nem foram efectuados quaisquer pagamentos em virtude da cessação antecipada de funções.

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2.8. Política de Remuneração de Colaboradores

Dando cumprimento ao disposto no nº 3 do artigo 16º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, é prestada a seguinte informação, atinente à política de remuneração de colaboradores:

1. Os colaboradores abrangidos pelo nº 2 do artigo 1º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011 auferem uma remuneração fixa paga 14 vezes por ano, de acordo com as condições dispostas no ACT do Crédito Agrícola, a qual pode ainda integrar um complemento remunerativo mensal fixo, estabelecido contratualmente ou na sequência de reajustamento remunerativo casuístico.

2. Também se atribui 1 ou 2 horas de Isenção de horário de trabalho às funções cujo nível de responsabilidade e exigência de disponibilidade assim o justifique.

3. Pode ser atribuída anualmente uma remuneração variável, definida com base num processo de avaliação de um conjunto de competências críticas para a função, a qual corresponde apenas a um prémio de desempenho. Pretende-se, deste modo, promover a sustentabilidade da instituição e a criação de valor a longo prazo.

4. A remuneração variável quando atribuída é sempre paga em numerário tendo por base o desempenho do ano transato.

5. Não é diferida qualquer parte da componente variável da remuneração, porquanto o valor desta não tem expressividade para que o seu pagamento imediato e de uma só vez possa impedir que se atinja qualquer um dos objetivos que o diferimento visaria prosseguir.

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2.9. Remunerações auferidas pelos Colaboradores

Atento o disposto no nº 3 do artigo 17º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, em 2016 os colaboradores abrangidos pelo nº 2 do artigo 1º do mesmo Aviso auferiram as seguintes remunerações:

Fixa Variável Total

Adjunto do Conselho de Administração, Auditoria Interna, Compliance e Risco

88.884,85 5.214,00 94.098,85 Remuneração

- Não foi deferido o pagamento de qualquer remuneração;

- Não é devida, nem foi paga, qualquer remuneração por ajustamentos introduzidos em função do desempenho individual;

- Não houve qualquer alteração relativa a contratação;

- Não são devidos nem foram efetuados quaisquer pagamentos em virtude da cessação antecipada de funções;

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3. RELATÓRIO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

3.1. Introdução

A profissionalização da gestão referenciada na apresentação do Relatório e Contas referentes ao exercíco de 2015, originou mudanças muito positivas na actividade global da Caixa Agrícola e nos resultados verificados no ano de 2016, o que nos leva a pensar que as alterações introduzidas nos órgãos de gestão eram não só necessárias como imprescindíveis para a consolidação, crescimento e sustentabilidade da Insituição.

Apesar de as normas impostas pelos reguladores serem cada vez mais exigentes em termos de reporte e de controlo da actividade bancária, estando em constante mudança e actualização, os serviços da Caixa Agrícola têm correspondido com eficácia e eficiência às exigências impostas.

Continua no entanto por fazer a revisão do Regime Jurídico do Crédito Agrícola, documento que reportamos de essencial para a clarificação do papel da banca cooperativa no universo do sector bancário nacional, situação que esperamos ver resolvida no corrente ano de acordo com os interesses do Grupo e dos nossos clientes.

Como resultado do trabalho desenvolvido por toda a equipa apresentamos no Relatório e Contas referentes ao exercício de 2016 números verdadeiramente excepcionais, conforme resulta da leitura dos seguintes rácios e indicadores:

Rácios Normativo Caixa Central

Rácio Orientação CCAM

2015-12-31 CCAM 2016-12-31

SICAM (Caixas Agrícolas) Crédito Vencido Líquido/Crédito Total Líquido <= 3% 1,06 % 0,17 % 1,14 % Crédito Vencido Bruto há + 90 dias/Crédito Total <=5% 6,51 % 4,99 % 6,35 %

Rácio de Eficiência < 60% 65,13 % 63,16 % 67,69 %

Activo Líquido/Nº Empregados > € 3.000.000 3.916.540 4.536.912 4.556.021 Produto Bancário/Nº Empregados > € 110.000 123.066 142.040 129.727 Comissões Líquidas/Produto Bancário > 20% 23,47 % 23,40 % 29,74 % Garantias obtidas para o crédito concedido Reais > 65% 80,77 % 81,49 % 75,13 %

Rácio de Transformação < 85% 83,81 % 84,29 % 67,37 %

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Indicadores de Rendibilidade e de Estrutura

Rácio CCAM

2015-12-31 CCAM 2016-12-31

Ren Méd.

Caixas Agrícolas Rent. Mg Financeira = Mg. Financeira / Activo Líquido 2,40 % 2,35 % 1,95 % Rent. Mg Complementar = Mg. Complementar / Activo Líquido 0,78 % 0,80 % 0,89 % Rent. Produto Bancário = Prod. Bancário / Activo Líquido Médio 3,33 % 3,44 % 3,01 %

Custos com Pessoal / Activo Líquido 0,98 % 0,93 % 0,97 %

F.S.Terceiros / Activo Líquido 0,84 % 0,73 % 0,76 %

Rent. do Activo = Res. Exercício / Activo Líquido Médio (ROA) 0,24 % 1,41 % 0,61 %

Rácio de Crédito em Risco 11,37% 7,17 % 9,03 %

Rácio de Crédito com Incumprimento 6,63% 4,97 % 6,64 %

Ao nível da estrutura verificou-se um aumento dos custos de funcionamento, essencialmente da rubrica de custos com o pessoal - órgãos de gestão, essencialmente derivados da necessidade de responder às exigências impostas pelo regulador.

No ano de 2016, a Caixa Agrícola está representada no Conselho Consultivo da Caixa Central e o Conselho de Administração fez-se representar em todas as Assembleias da Caixa Central, e das Empresas do Grupo, bem como em todas as acções e iniciativas desenvolvidas no seio do Crédito Agrícola.

Um agradecimento muito especial aos membros da Mesa da Assembleia Geral, aos membros do Conselho Fiscal e aos membros da Comissão de Avaliação, que nos acompanharam e apoiaram activamente com grande disponibilidade durante o ano de 2016.

Um agradecimento aos nossos colaboradores pela dedicação, empenho e disponibilidade que colocam ao serviço da Caixa Agrícola e dos clientes. Sem este trabalho de equipa teria sido impossível atingir estes resultados e solidificar o prestígio desta Instituição.

Um agradecimento aos nossos sócios e clientes por continuarem a trabalhar connosco, por confiarem em nós, por acreditarem que em conjunto continuaremos a fazer da nossa Caixa Agrícola uma Instituição cada vez maior e melhor ao serviço do desenvolvimento económico e social da nossa região.

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3.2. Enquadramento macroeconómico

Economia Internacional

A estimativa mais recente aponta para que se tenha verificado um crescimento do PIB mundial de 3,1% em 2016, valor inferior aos 3,2% alcançados em 2015. A confirmar-se esta expectativa, este será o ritmo de crescimento económico mais fraco desde o ano da recessão mundial de 2009.

Antes da crise financeira (2008), as economias emergentes vinham apresentando ritmos de crescimento superiores a 7,0%, tendo nos anos mais recentes (2008-2016) apresentado um crescimento em torno dos 4,0%. Efectivamente, para 2016, o FMI antecipa um crescimento no conjunto dos países emergentes de 4,2%, valor aquém dos 4,4% registados em 2015. Parte deste abrandamento perspectivado para a economia global em 2016 é explicado pela evolução da segunda maior economia do mundo – a China que, com uma variação estimada de 6,7% no PIB deste ano, regista o mais baixo crescimento desde 1990 (3,9%).

Este valor contrasta, ainda assim, com o ritmo de crescimento dos países desenvolvidos, que se estima ter sofrido uma desaceleração de 2,1%, em 2015, para 1,6%, em 2016. A quebra no desempenho dos EUA, cujo crescimento anual reduziu de 2,6% em 2015 para 1,6% em 2016, encontra explicação na componente das exportações (que foram prejudicadas, entre outros, pelo fortalecimento do dólar americano) e na componente do investimento (condicionado pelo comportamento dos preços do petróleo que durante o ano de 2016 se mantiveram baixos).

A economia da Zona Euro acelerou ligeiramente no final de 2016 (1,6%), mas o crescimento que se perspectiva é tímido e inferior ao registado em 2015 (2,0%), o que deverá contribuir para a

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017

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divergência de posições entre os responsáveis monetários quanto ao fim dos estímulos na região da moeda única.

Os ataques terroristas tiveram um forte impacto negativo no desempenho do sector do turismo da França (a 2ª maior economia da Zona Euro). Por outro lado, o FMI assinala que, apesar dos avanços registados na Grécia, com o PIB a progredir de -0,2% em 2015 para +0,3% em 2016, as dívidas da Grécia continuam “insustentáveis” a longo prazo (180% do PIB). No médio prazo, os riscos para o crescimento económico na Zona Euro são legados da crise recente1, o voto do Reino Unido para deixar a União Europeia, potenciais disrupções ao comércio internacional e um aperto mais forte da política monetária nos Estados Unidos que poderá ter consequências negativas nas economias emergentes (algumas das quais com fortes relações comerciais com a Europa).

A taxa de desemprego na Zona Euro foi diminuindo paulatinamente ao longo do ano, atingindo no final de 2016 uma taxa prevista de 10,5%, valor mais baixo desde 2011 e que compara com os 11,0% registados no final de 2015. Não obstante a redução do nível de desemprego nos últimos anos, esta continua ainda em níveis historicamente elevados.

Nos EUA, 2016 foi um bom ano para o mercado de trabalho, com o desemprego americano a situar-se nos 4,8%, apresentando níveis mínimos semelhantes aos registados em 2007. No que

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017

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Em termos agregados da Zona Euro, a inflação perspectivada para 2016 foi de 0,2%, que compara com os 0,0% registados em 2015. Esta recuperação, ainda assim para um nível inferior ao objectivo de 2,0% definido pelo BCE, muito contribuiu a combinação dos aumentos no preço da energia e uma modesta recuperação económica.

A autoridade monetária europeia estendeu até final do ano o plano de compra de activos no sector público como forma de dar força à inflação através de incentivos à economia. Mas com a subida dos preços a encaminhar-se progressivamente para um ritmo que o BCE considera adequado para assegurar a estabilidade económica, alguns responsáveis avaliam a hipótese de antecipar o fim do programa de quantitative easing.

O ano de 2016 ficou ainda marcado pela ocorrência de diversos eventos políticos de consequências potencialmente muito disruptivas.

Na Europa, o ano de 2016 ficou decisivamente marcado pela vitória do Brexit no Reino Unido, evento que poderá condicionar a situação económica e a evolução dos mercados em função dos recuos e avanços que se venham a verificar no desenrolar do processo negocial de saída do Reino Unido da União Europeia. Theresa May, a chefe do governo britânico, prometeu activar o Artigo 50 antes do final de Março de 2017, pelo que esta questão será um tema importante no debate político associado à realização de eleições em França e na Alemanha e condicionará o futuro da União Europeia nos próximos anos.

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017

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Economia Nacional

A economia portuguesa, penalizada por um crescimento fraco do investimento e por fragilidades ao nível das exportações, no primeiro semestre de 2016, manteve a tendência de desaceleração iniciada no último trimestre de 2015, tendo crescido apenas 0,9% em termos homólogos. A aceleração registada no segundo semestre de 2016, muito por conta da evolução da actividade turística e do consumo privado, permitiu que o crescimento anual se situasse nos 1,3% em 20162, valor 3 p.p. abaixo do crescimento registado em 2015 (1,6%).

O comportamento das exportações nacionais foi condicionado pela ocorrência de diversos factores, de entre os quais se destacam a persistente precariedade da situação económica em Angola (em termos homólogos, entre Janeiro e Outubro, as exportações de bens para Angola diminuíram 41,9%), muito afectada pelo baixo preço de petróleo e pelo facto de uma refinaria ter estado temporariamente parada no início do ano (o que fez com que as exportações de combustíveis diminuíssem 29,1% até Outubro).

Em sentido inverso, o sector do turismo mostrou um crescimento nas exportações de serviços de 9,2%.

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017

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Indicadores macroeconómicos (2014-2016)

2014 2015 2016

Procura Externa tav 4,6 3,8 2,0

EUR/USD Taxa de Câmbio (%) tav -11,97 -10,22 -3,18

Preço do Petróleo (%) tav -41,0 -27,6 57,0

Produto Interno Bruto tav 0,9 1,6 1,3

Consumo Privado tav 2,1 2,6 2,1

Consumo Público tav -0,7 0,8 1,0

Formação Bruta de Capital Fixo tav 2,3 4,5 -1,7

Exportações tav 3,4 6,1 3,7

Importações tav 6,2 8,2 3,5

Índice Harmonizado de Preços no Consumidor tav 0,7 0,5 0,8

Taxa de Poupança (%) vma 6,9 7,0 5,0

Taxa de Emprego % 50,7 51,3 52,0

Taxa de Desemprego % 13,9 12,4 11,0

Remunerações por Trabalhador (sector privado) tav -1,3 0,0 1,5

Balança Corrente e de Capital (%PIB) tav 2,1 1,7 1,1

Balança de Bens e Serviços (%PIB) tav 1,1 1,8 2,2

Taxa de referência do BCE (média) % 0,16 0,05 0,00

Euribor 3 meses (média) % 0,21 0,00 -0,30

Yield das OT Alemãs 10 anos (média) % 0,54 0,63 0,20

Yield das OT Portuguesas 10 anos (média) % 2,69 2,52 3,76

Fonte: Banco de Portugal (Dezembro 2016), Banco Central Europeu (Dezembro 2016) e Bloomberg (Janeiro 2017) tav: Taxa anual de variação; vma: variação média anual

O consumo privado cresceu 2,1% em 2016 i.e. 5 p.p. abaixo do verificado em 2015. Por seu lado, o investimento interrompeu em 2016 uma tendência de recuperação gradual, mas constante, iniciada no final de 2013. A formação bruta de capital fixo registou ainda assim decréscimos homólogos sucessivamente menores nos 3 primeiros trimestres (-2,7%, -2,4% e -1,5%). Os factores que mais contribuíram para este cenário foram as incertezas externas (volatilidade dos mercados no início do ano e incertezas políticas) e incertezas internas (viabilidade da solução política e problemas na banca portuguesa) que afastaram os investidores. Para além disso, observou-se também uma descida do investimento público para níveis historicamente baixos (até Setembro registou-se uma quebra de 27,6% na formação bruta de capital fixo por parte das administrações públicas).

No mercado laboral, depois de um período entre Junho de 2015 e Março de 2016 em que a taxa de desemprego aumentou de 11,9% para 12,4%, o 2º e 3º trimestres de 2016 mostraram uma tendência de melhoria, com a taxa a descer para os 10,5% entre Julho e Setembro, o valor mais baixo desde o final de 2009, o que permitiu fechar o ano com uma taxa de desemprego de 11,0%.

Em termos da evolução dos preços, em 2016 verificou-se praticamente uma manutenção do nível registado no ano anterior já que a inflação média para 2016 deverá rondar os 0,8%, ligeiramente acima dos 0,5% registados em 2015.

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Em 2016, a dívida pública portuguesa somou 241,1 mil M€, o que representa um aumento de 9,5 mil M€ face a 2015. Para o aumento de 4,1% contribuíram as emissões líquidas de títulos, com destaque para as emissões de Tesouro de rendimento variável (um novo instrumento que permitiu captar cerca de 3,3 mil M€ de aplicações das famílias) e para as emissões de certificados do Tesouro (que aumentaram 3,4 mil M€). Por seu lado, os empréstimos caíram 5,6 mil M€, com o contributo do reembolso antecipado de 4,5 mil M€ concedidos pelo FMI no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima que a dívida pública tenha subido para 130,2% do PIB no conjunto de 2016. Esta estimativa, a confirmar-se, significa um decréscimo face ao valor registado no final do terceiro trimestre de 2016, de 133,4% do PIB, mas significa igualmente um aumento em relação a 2015 e um desvio face ao previsto para o final do ano pelo Ministério das Finanças no âmbito do Orçamento do Estado para 2017 (129,7%). Para este desvio terá contribuído o acréscimo de depósitos da administração central de 13,3 mil M€ no final de 2015 para 17,3 mil M€, quando se encontrava prevista no OE2017 uma estabilização.

Fonte: Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, Janeiro 2017

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A Comissão Europeia, nas previsões económicas de Inverno, estima ainda que o défice orçamental português tenha descido para 2,3% do PIB em 2016, ficando abaixo da meta definida para o fim do processo de sanções (2,5%) mas ainda revelando a fragilidade das finanças públicas nacionais. A arrecadação de receita foi inferior ao orçamentado em 2016, tendo esse efeito sido parcialmente compensado por receitas adicionais (que valeram 0,25% do PIB, através do Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado) e pela contenção de despesa, estimando-se que, sem as medidas extraordinárias, o défice orçamental português ficaria nos 2,6% do PIB.

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3.3. Mercado bancário nacional

O ano de 2016 e o início de 2017 foram marcados por uma reestruturação significativa dos principais bancos portugueses e, em alguns casos, com mudanças na gestão e nas estruturas de controlo accionista. Em termos sucintos, temos: o plano de recapitalização e a nomeação de uma nova equipa de gestão para a CGD (o banco de capitais públicos); a entrada e reforço de um novo accionista (fundo chinês Fosun) no BCP e o pagamento da última fatia de 700M€ do empréstimo obrigacionista de acções convertíveis (que chegou a totalizar 3.000M€); a oferta pública de aquisição lançada pelo grupo catalão CaixaBank sobre o capital do BPI que lhe permitiu adquirir uma posição de 84,52% (participação que compara com os anteriores 45,5%); o veto do Parlamento às propostas PCP/BE de nacionalização do Novo Banco, a entrada do BES em processo de liquidação e o reforço das negociações entre Banco de Portugal e o Fundo de Resolução e os candidatos à aquisição do Novo Banco (ex. fundo Lone Star) para conclusão deste processo.

Evolução do mercado nacional de depósitos (Dezembro 2011 – Dezembro 2016)

Segundo a informação mais recente disponibilizada pelo Banco de Portugal referente a Dezembro de 2016, o volume de depósitos aumentou 2,3% em Dezembro de 2016 face ao período homólogo de 2015. Para essa evolução contribuíram o acentuado crescimento dos depósitos de empresas em 8,4% (+8,2 p.p. que em 2015) e um ligeiro crescimento nos depósitos de particulares em 1,0% (- 2,8 p.p. que em 2015).

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Evolução do mercado nacional de crédito (Dezembro 2011 – Dezembro 2016)

Ao invés, o crédito bruto total concedido a clientes registou um decréscimo de 3,2% em Dezembro de 2016 face ao registado no final de 2015. A quebra mais significativa verificou-se no crédito a empresas (-5,5%), mas também foi assinalada uma redução no crédito a particulares (-1,6%), ambos face a Dezembro de 2015.

De acordo com a informação divulgada pelo Banco de Portugal, entre Dez.2015 e Dez.2016, o crédito total reduziu 3,2% com uma quebra percentual mais expressiva (de dois dígitos) no segmento das empresas nas regiões autónomas e nos distritos de Viana do Castelo, Setúbal e Portalegre. Em Lisboa, o crédito a empresas caiu 2,6 mil milhões de euros, o que explica mais de 55% da quebra registada no país.

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Valores em milhares de euros

Evolução do crédito total por região - Dez.2016

Particulares Empresas Total Particulares Empresas Total

Aveiro 5.598 2.834 8.432 4,3% -3,9% -5,1% -4,3%

Beja 1.290 442 1.732 0,9% -2,5% -0,7% -2,0%

Braga 6.293 3.467 9.760 5,0% -2,8% -8,9% -5,1%

Bragança 903 264 1.167 0,6% -2,3% 10,9% 0,4%

Castelo Branco 1.437 404 1.841 0,9% -3,7% -1,5% -3,2%

Coimbra 3.833 1.291 5.124 2,6% -3,6% 1,2% -2,4%

Évora 1.676 897 2.573 1,3% -4,1% 26,7% 4,8%

Faro 4.661 1.747 6.408 3,3% -6,9% 1,5% -4,7%

Guarda 879 272 1.151 0,6% -2,9% -5,2% -3,4%

Leiria 4.121 2.489 6.610 3,4% -4,4% -1,5% -3,3%

Lisboa 44.162 43.090 87.252 44,9% 1,7% -5,8% -2,1%

Portalegre 869 276 1.145 0,6% -3,8% -16,1% -7,1%

Porto 17.168 12.246 29.414 15,1% -3,0% -4,1% -3,4%

Santarém 4.024 1.507 5.531 2,8% -3,7% -0,4% -2,8%

Setúbal 9.337 1.769 11.106 5,7% -2,9% -15,2% -5,1%

Viana do Castelo 1.641 488 2.129 1,1% -3,3% -24,2% -9,1%

Vila Real 1.337 346 1.683 0,9% -2,5% 4,2% -1,2%

Viseu 2.531 1.084 3.615 1,9% -1,7% 6,3% 0,5%

Reg. Autónoma Açores 2.607 796 3.403 1,8% -4,4% -31,4% -12,5%

Reg. Autónoma Madeira 2.931 1.328 4.259 2,2% -3,8% -14,4% -7,4%

Total 117.296 77.037 194.335 100% -1,6% -5,5% -3,2%

Fonte: Banco de Portugal

Crédito Peso total

%

Var. Homóloga

Analisando detalhadamente o crédito a particulares, verifica-se que o decréscimo deveu-se essencialmente à diminuição do crédito à habitação (-3,0% em Dezembro de 2016 face ao período homólogo de 2015) que representa 80,8% do total do crédito a particulares. Relativamente ao crédito vencido de clientes particulares, esse situou-se nos 3,9%, agravado, principalmente, pelo crédito a outros fins que, ainda assim, tem vindo a perder peso no agregado de crédito.

Evolução do mercado de crédito a particulares por tipologia - Dez.2016

Tipologia Volume de crédito (M€) Var. Homóloga Peso total % Crédito vencido %

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No caso do crédito a empresas, o decréscimo de 5,5% deveu-se principalmente à redução do crédito a empresas do sector da construção, actividades imobiliárias e água e saneamento. Apenas nos sectores da agricultura e pescas, alojamento e restauração, saúde e apoio social e indústrias extractivas foi possível verificar um aumento do crédito concedido (5,0%, 2,7%, 1,4% e 0,8%, respectivamente).

Relativamente ao crédito vencido a empresas, este situou-se nos 15,7%, sendo que os sectores com maior incumprimento continuam a ser o da construção, do comércio, das actividades imobiliárias e das indústrias extractivas, que mantêm elevada representatividade no total do crédito a empresas.

Actividade económica Var. Homóloga Total Crédito Peso % % Crédito Vencido

Agricultura e Pescas 5,0% 2.294 3,0% 5,9%

Indústrias Extractivas 0,8% 256 0,3% 10,5%

Indústrias Transformadoras -0,3% 12.844 16,7% 10,1%

Energia -8,1% 2.313 3,0% 0,7%

Água e Saneamento -12,3% 1.358 1,8% 2,0%

Construção -11,8% 11.343 14,7% 35,8%

Comércio -0,9% 12.127 15,7% 14,6%

Transporte e Armazenagem -5,3% 6.837 8,9% 7,5%

Alojamento e Restauração 2,7% 4.567 5,9% 10,4%

Actividades Imobiliárias -15,2% 9.508 12,3% 25,6%

Saúde e Apoio Social 1,4% 1.291 1,7% 4,7%

Outros -4,7% 12.298 16,0% 10,4%

Total -5,5% 77.037 100% 15,7%

Fonte: Banco de Portugal

Valores em milhões de euros

Evolução do mercado de crédito a empresas por CAE - Dez.2016

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3.4. Mercados Financeiros Mercados accionistas

No final do primeiro trimestre de 2016, o sentimento global de aversão ao risco perdeu força. O BCE reforçou a sua política monetária acomodatícia. A China apresentou uma nova série de medidas de estímulos e controlo do valor da sua moeda. Os EUA divulgaram dados económicos prometedores e a Reserva Federal Americana indicou que iria adiar uma subida das taxas de juro.

Ainda assim, excluindo os índices americanos e britânicos, a quase totalidade dos principais índices accionistas registou perdas superiores a 10%, particularmente relevantes nos mercados asiáticos.

Com desvalorizações desta magnitude, este acabou por ser o pior arranque de ano para as bolsas desde 2008.

0,62 0,95 1,28 1,78 1,66 1,87

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80 2,00

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Índices Accionistas (base 2010)

PSI 20 IBEX 35 CAC 40 SP 500 DAX NIKKEI

A finalizar a primeira metade do ano, o resultado do referendo realizado no Reino Unido retirou um valor recorde de $3 biliões dos mercados globais em apenas dois dias, levando a uma queda abrupta dos índices accionistas. Em contraposição, as perspectivas de políticas mais expansionistas nos EUA com a vitória de Trump nas eleições americanas, a recuperação dos preços do petróleo e uma actividade económica resiliente levaram os índices americanos a atingirem novos máximos históricos no final de 2016, com o Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq a registarem valorizações anuais de 15%, 12% e 9%, respectivamente.

Os factores que foram afectando a Europa ao longo do ano, combinados com os dados económicos

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017

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Mercados monetários - Taxas de câmbio e taxas de juro de referência

Em 2016, foram registadas quedas do euro (EUR) face ao dólar (USD), pelo terceiro ano consecutivo, algo que não acontecia desde finais de 2001. Num período marcado pela disparidade entre as políticas monetárias do BCE e da FED, o Euro recuou 2,9% para os 1,0539 USD no final do ano, tendo chegado a negociar em mínimos de Dezembro de 2002.

O resultado do Brexit afectou significativamente a libra esterlina, tendo esta tido um dos piores desempenhos em 2016, tendo-se fixado a cotação nos 1,2340 USD. Num contexto de elevada incerteza, o Iene continuou a representar o seu papel de moeda refúgio e, em 2016, o USD perdeu terreno face ao Iene, caindo 2,97% e com cada USD a valer 116,96 Ienes no final do ano. Não obstante a desvalorização face ao Iene, o USD, em relação ao índice de referência das principais moedas mundiais (DXY), ultrapassou os 103 pontos em Dezembro, valor que não era registado desde final de 2002 (dando a 2016 a denominação de “o ano da nota verde”).

-0,32 0,00 0,75

0,25

-0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Taxas de referência nos Mercados Monetários

Euribor 3M Taxa BCE Taxa FED Taxa BOE

No que se refere ao mercado monetário na Zona Euro, verificou-se ao longo de todo o ano a progressiva descida das taxas Euribor. No final do ano, a taxa Euribor a um mês estava a -0,368%

e a Euribor a 1 ano apresentava o valor de -0,082%. Nos EUA, as taxas LIBOR do USD até um ano acabaram por subir ao longo do ano, tendo apresentado o valor de 1,686% no final do ano de 2016.

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017

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Matérias-primas

Os primeiros seis meses do ano foram marcados por uma subida dos preços à vista (“spot”) nos mercados das matérias-primas (commodities) que reacenderam o interesse dos investidores. O ouro, em particular, liderou o caminho, a ganhar quase 20% nos primeiros 6 meses do ano. Os preços do petróleo subiram de US$39 por barril no final de Março para quase US$50 por barril no final de Junho. Os produtos agrícolas, como a soja, o açúcar, o milho e o algodão, também apresentaram ganhos no segundo trimestre.

Na segunda metade de 2016 verificou-se uma evolução mais moderada dos preços das matérias primas. O Brexit enviou ondas de choque para todos os mercados do mundo, tendo os investidores convergido para o ouro, como activo de refúgio, o que permitiu uma valorização de 8,2% nas semanas seguintes à votação. Após as eleições presidenciais americanas o ouro acabou por perder parte do seu valor, tendo encerrado o ano a valorizar 9,33% em 2016.

No final do 3º trimestre, a OPEP decidiu que a produção de crude seria cortada a partir de Janeiro de 2017, conduzindo a uma subida dos preços do petróleo. O Brent do Mar do Norte registou um ganho de 52% nos 12 meses do ano, fechando com uma cotação de US$56,82 por barril. Já o West Texas Intermediate observou um rendimento anual de 45%, encerrando o ano a US$53,72 por barril.

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017

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Mercado obrigacionista

A dívida portuguesa teve um dos piores desempenhos na Zona Euro. Em 2016, a taxa da dívida soberana a dez anos aumentou 1,25 p.p., de 2,516% para 3,764%. A subida do prémio de risco foi ainda mais acentuada, exigindo o mercado um prémio de 356 pontos base face à dívida alemã, referência na Zona Euro.

As obrigações italianas sofreram também uma subida anual das suas yields, a primeira desde a crise da dívida em 2011. No prazo de 10 anos a dívida soberana italiana subiu de 1,592% no início do ano para os 1,812% no final do ano (+ 22 pontos base), ao contrário da dívida espanhola que, para a mesma maturidade, registou uma descida de 1,766% no início do ano para os 1,380% no final do ano (-38,6 p.b.).

A dívida alemã foi um dos activos com melhor desempenho em 2016, pois, para uma maturidade a 10 anos, os títulos começaram o ano com uma yield de 0,629% e acabaram o ano com uma yield de 0,208%, registando uma variação de -42,1 pontos base. A meio do ano, o rendimento da dívida alemã entrou mesmo em terreno negativo, chegando a yield a 10 anos a atingir o valor de - 0,190%. Do outro lado do Atlântico, nos EUA, a yield das obrigações da dívida soberana americana a 10 anos iniciou o ano com uma yield de 2,273% e encerrou o ano com os 2,446% (+17,3 pontos base).

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017

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Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Estremoz, Monforte e Arronches, CRL

3.5. Principais riscos e incertezas

A evolução das economias europeias e a instabilidade política e económica, fruto das futuras eleições em França e na Holanda e da implementação do Brexit, constituem os grandes focos de preocupação para 2017. A eleição de governos extremistas e antieuropeístas nos países referidos juntamente com a concretização da saída do Reino Unido da União Europeia podem significar, segundo analistas internacionais, o fim da União Europeia, com riscos incalculáveis nas economias dos países que dela fazem parte. A este factor externo, junta-se outro relacionado com a eleição de Donald Trump como Presidente dos EUA, que criou uma tensão internacional e instabilidade geopolítica que poderá trazer maior incerteza quanto à evolução económica mundial para os próximos anos.

O ano de 2017 será mais um ano marcado pela regulamentação e diversas exigências impostas ao sector financeiro, tanto para a banca europeia, através do Banco Central Europeu (BCE), como para a banca nacional por intermédio do Banco de Portugal (BdP).

No início de 2017, o Banco de Portugal apontou quatro grandes desafios com que o sistema bancário nacional se defronta actualmente, são eles:

 melhorar de forma sustentada a sua rendibilidade;

 adaptar-se às novas exigências regulatórias e assegurar a sua observância;

 introduzir alterações no modelo de governo e na cultura organizacional que permitam recuperar a confiança dos stakeholders; e

 investir em inovação em termos operacionais e ao nível da prestação de serviços aos clientes.

No imediato, o reforço da rendibilidade dos bancos é o desafio primordial para gerar capital interno e para atrair capital externo e, desse modo, criar as condições que permitam pôr em prática estratégias de:

 redução do peso dos activos improdutivos (crédito e imóveis) nos balanços;

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Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Estremoz, Monforte e Arronches, CRL

Para além dos dois reguladores acima mencionados, as instituições de crédito e as sociedades financeiras estão também abrangidas pela regulamentação emitida pelas autoridades reguladoras do mercado de capitais e das actividades de investimento (e.g. ESMA3, CMVM), estando neste âmbito abrangidas por novos requisitos e regulamentos, em implementação nacional e em consulta, o que naturalmente inclui o Grupo Crédito Agrícola.

3European Securities and Markets Authority

Referências

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