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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIAS, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E SECRETARIADO - FEAACS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

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Academic year: 2018

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CONTÁBEIS E SECRETARIADO - FEAACS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

MARIA ADÉLIA VASCONCELOS FERREIRA

O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL EM EMPRESAS

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O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL EM EMPRESAS

Monografia apresentada ao Curso de Administração, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. José Carlos Lázaro da Silva Filho

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O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL EM EMPRESAS

Monografia apresentada ao Curso de Administração, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. José Carlos Lázaro da Silva Filho

Aprovada em: __/__/____.

BANCA EXAMINADORA:

____________________________________________ Prof. Dr. José Carlos Lázaro da Silva Filho (orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

____________________________________________ Prof. Me. Laudemiro Rabelo de Souza e Moraes

Universidade Federal do Ceará (UFC)

____________________________________________ Profª. Me. Andrea Moura da Costa Souza

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A Deus.

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A Deus, por todos que coloca em meu caminho, pessoas que em todas as formas me ensinam a viver;

A minha mãe, que com seus erros e acertos me fez a pessoa persistente que sou, me ajudando a trilhar um caminho digno;

Ao Tiago, pelo apoio em minha vida;

Aos amigos, por acreditam e torcerem por mim. A minha irmã por acreditar em mim.

A família do Tiago, companheiros na minha vida.

A Elizabeth Madeira por ter me dado a oportunidade de estagiar na Coelce e proporcionar o meu conhecimento em ISO 14001, agradeço por todas as sua compreensões e por ser amiga em todos os momentos.

Ao meu orientador Prof. Dr. José Carlos Lázaro da Silva Filho por sua ajuda fundamental e compreensão ao me orientar, por toda sua contribuição para o término deste trabalho;

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“Sei que meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele o oceano seria menor”.

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O presente trabalho tem por objetivo avaliar a importância do gerenciamento de resíduos sólidos em uma empresa com certificação ABNT NBR ISO 14001 e traz como objeto de estudo a sede administrativa da Coelce. Para isso, utilizou-se de metodologia qualitativa e exploratória, no sentido de compreender o processo da gestão de resíduos sólidos lá desenvolvido, verificar a percepção dos colaboradores a respeito da gestão de resíduos sólidos realizada na empresa e visualizar as práticas adotadas para manutenção dessa gestão. Os resultados nos faz perceber que, apesar de uma gestão de resíduos sólidos estruturada, com um monitoramento de resíduos que atende a todos os requisitos legais, a citada empresa encaminha resíduos orgânicos a aterro sanitário, o que aponta a necessidade de uma destinação que demande uma mínima disposição de resíduos ao meio. Pode-se perceber também, através da aplicação de questionários e entrevistas informais, que os funcionários da empresa estudada têm conhecimento dos procedimentos e das práticas necessárias à gestão de resíduos sólidos adotados pela empresa por parte dos funcionários, mas a maioria não o põe em prática por displicência, fazendo-se necessária a adoção de medidas para reverter esta situação. Para finalizar, conclui-se que a participação e o interesse dos funcionários e da própria organização são fundamentais para o sucesso de uma gestão de resíduos como instrumento que assegure a efetividade de um sistema de gestão ambiental.

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This study aims to assess the importance of managing solid waste in a company with ISO 14001 certification and has Coelce’s administrative headquarters as object of study. It was, used a qualitative exploratory and methodology in order to understand the solid waste management process developed to assess the perceptions of employees regarding the management of solid waste held in the company and view the practices adopted to maintain such management. The results makes us understand that, despite a solid waste management structured, with close monitoring of waste which meets all legal requirements, the company said forwards organic waste to landfill, which indicates the need for a destination that requires a minimum waste disposal to the environment. You can also see, through questionnaires and informal interviews, which company officials have studied knowledge of procedures and practices necessary for solid waste management adopted by the Company by employees, but most do not put it into practice by indifference, making it necessary to adopt measures to reverse this situation. Finally, we conclude that the participation and interest of employees and the organization itself are critical to the success of a waste management as a tool to ensure the effectiveness of an environmental management system.

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1 INTRODUÇÃO ... 9

2 A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ... 13

2.1 Sistema de Gestão Ambiental ... 14

2.2 Definição de resíduos sólidos ... 16

2.3 A Política Nacional dos Resíduos Sólidos ... 17

2.4 Gerenciamento de resíduos sólidos ... 19

2.4.1 Caracterização e classificação dos Resíduos ... 20

2.4.2 Identificação e segregação ... 21

2.4.3 Coleta, transporte e armazenamento.... 22

2.4.4 Tratamento e disposição final ... 24

3 A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA SEDE ADMINISTRATIVA DA COELCE 26 3.1 Perfil da empresa ... 26

3.2 A implantação do Sistema de Gestão Ambiental ... 28

3.4 Estrutura: a gestão dos resíduos sólidos na empresa ... 31

3.5 Análise e discussão ... 37

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 46

REFERÊNCIAS ... 48

APÊNDICES ... 50

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1 INTRODUÇÃO

As questões ambientais passaram a ter mais evidência no Brasil a partir das três últimas décadas do século XX. Com a redemocratização do país, cresceu o número de Organizações Não Governamentais (ONGs) com a proposta de preservação do meio ambiente. Alinhado a exigências internacionais, algumas dessas propostas se transformaram em políticas públicas, e, a partir daí, o Brasil entrou em um processo mais intenso de aprimoramento da sua legislação focado nas questões ambientais. Desde então, as organizações empresariais passaram a ver esta questão com outra ótica. Até esta época, as empresas não consideravam relevantes os gastos com a preservação/conservação do meio ambiente.

A necessidade de se tratar estas questões socioambientais vinculadas ao crescimento econômico levou a concepção do conceito de desenvolvimento sustentável, que ganhou notoriedade a partir do relatório “Nosso Futuro Comum”, produzido em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente (FUNASA, 2006).

Junto a esse contexto, as pressões e influências de stakeholders1, como o governo e os

próprios consumidores, têm impulsionado as empresas na busca por novas estratégias empresariais alinhadas com a tendência mundial de preservação do meio ambiente para atender a essas novas exigências do mercado, seguindo requisitos de proteção e uso ecologicamente correto do meio natural na orientação de seus investimentos e na gestão de processos produtivos.

Dentre os fatores decorrentes da atividade empresarial que mais impactam o meio ambiente, pode-se mencionar a geração de resíduos sólidos, como agente gerador do aumento da poluição, impactando, sob diversos aspectos, em diferentes vias do meio produtivo.

Desta forma, é uma necessidade premente das empresas, elaborar estratégias para a redução da geração desses resíduos, tomando por base a conscientização dos funcionários de forma aderente às normas e protocolos mundiais de gestão ambiental que pretendem satisfazer as perspectivas dos seus stakeholders e, em particular, dos seus consumidores.

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Entre essas normas, destaca-se a ABNT NBR ISO 14001, focada na estruturação e gestão de sistemas da gestão ambiental, como uma importante ferramenta de melhoria contínua no estabelecimento de um sistema de gestão ambiental (SGA), com objetivos, metas e programas de gestão ambiental com base na política ambiental da empresa. É essa norma que fornece a ordem e a consistência necessária para uma organização trabalhar suas preocupações ambientais, através da alocação de recursos, controlando custos e reduzindo riscos, melhorando o desempenho ambiental..

Ante ao exposto, a gestão ambiental tende estar cada vez mais presente na gestão das organizações, deixando de ser vista como estratégia preventiva para ser utilizada como ferramenta competitiva. No cenário atual, em que cada vez mais se acirram as exigências para a aceitação de produtos nos mercados internos e externos, a principal forma das empresas se adaptarem a essa realidade é implantando um SGA.

Através de um SGA, é possível realizar o controle dos resíduos gerados nas atividades de uma organização, como forma de reduzir e destiná-los corretamente. Esse processo deve envolver todos os setores da empresa, acompanhando desde o controle operacional até o desenvolvimento da consciência ambiental de todos os envolvidos.

É nesse contexto que essa pesquisa se insere. Partindo da problemática em questão e do conhecimento mais aprofundado do desempenho da gestão de resíduos sólidos em uma empresa, pretende-se inferir qual a importância da gestão de resíduos sólidos para o funcionamento do SGA da Companhia Energética do Ceará - Coelce, empresa que possui um sistema de gestão ambiental com certificação ABNT NBR ISO 14001.

1.1 Objetivos

Ante ao exposto, o objetivo principal da pesquisa consiste em avaliar a importância do gerenciamento de resíduos sólidos em uma empresa com certificação ABNT NBR ISO 14001.

Utilizando como objeto de estudo a unidade administrativa da Coelce, o objetivo geral se desmembra nos seguintes objetivos específicos:

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- verificar a percepção dos colaboradores a respeito da gestão de resíduos sólidos realizada na empresa e as práticas adotadas para manutenção dessa gestão.

1. 2. Metodologia

Este estuda se classifica como um estudo de caso exploratório sobre a questão de gestão de resíduos em uma empresa (GIL, 2008).

Os procedimentos metodológicos adotados para a realização do trabalho compõem-se do estudo bibliográfico que resulta da busca apurada em sites da própria empresa e livros, foram analisados também informações constantes nos relatórios de sustentabilidade lançado anualmente pela empresa e documentos do sistema de gestão existentes, utilizando-se da técnica de pesquisa documental. Inclui ainda a pesquisa de campo, observando os processos ocorridos no gerenciamento dos resíduos. Também foram utilizadas, como instrumento de pesquisa, entrevistas informais realizadas junto aos funcionários da empresa estudada, especialmente em relação ao processo da coleta seletiva, aos treinamentos realizados e demais processos com o intuito de disseminação da gestão de resíduos sólidos da empresa.

Além disso, foram aplicados setenta e um questionários com os funcionários da empresa em estudo objetivando avaliar a percepção dos colaboradores a respeito da gestão de resíduos sólidos realizada na empresa. Trata-se de um estudo descritivo com análise qualitativa.

1.3 Estrutura do Trabaho

O trabalho apresenta-se estruturado em quatro seções. Na parte introdutória, foram abordados os aspectos gerais do trabalho, especificando os seus objetivos, a metodologia adotada, o problema e sua estrutura.

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No capítulo seguinte apresenta-se o processo de gerenciamento de resíduos sólidos, onde é feita análise e discussões sobre a gestão ocorrida no prédio da Administração Central da Companhia Energética do Ceará – Coelce verificando como esse gerenciamento está sendo conduzido e de que forma estão se dando os benefícios voltados ao seu Sistema de Gestão Ambiental (SGA).

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2 A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A preocupação com os resíduos sólidos envolve três aspectos fundamentais. O primeiro corresponde à preocupação ambiental, que decorre de sua geração em larga escala e sua inadequada destinação final podendo chegar a lagos, rios, galerias e lixões das cidades ocasionando impactos ao meio ambiente e desperdício de recursos naturais e energéticos. (ASSUMPÇÃO, 2009)

O segundo diz respeito ao aspecto social, visto que os resíduos geram condições de vida subumanas a alguns indivíduos afetados pela poluição do solo, água e ar, o que ocasiona transmissão de inúmeras doenças. Nessa questão, insere-se o fato de que muitas pessoas buscam nos lixões restos de alimentos e de objetos que ainda poderão utilizar como roupas e agasalhos, tornando-se vulneráveis a contaminação decorrente de produtos tóxicos existentes em razão da ausência de destinação adequada. É importante ressaltar que o acúmulo de resíduos no solo traz problemas para a sociedade; a proliferação de insetos e ratos, por exemplo, constitui um deles, sendo conveniente ressaltar que estes animais são transmissores de várias doenças. (ASSUMPÇÃO, 2009)

Por fim, a questão econômica apresenta-se sob dois aspectos: à geração de renda de famílias com a comercialização desses resíduos e pela necessidade de aplicação de significativos valores financeiros, por parte de empresas que pretendam proceder o correto gerenciamento de resíduos e rejeitos. Um exemplo de impacto econômico pode ser visto na realidade do município de Fortaleza, onde para a realização da coleta domiciliar e a destinação correta dos resíduos são gastos a cada mês, aproximadamente R$ 1,4 milhão dos cofres do município. (TONIATTI, 2009).

Diante da complexidade da problemática ambiental, cuja geração e destinação de resíduos e rejeitos advindos das atividades humanas é parte indissociável, Seiffert (2005, p.17) lembra que

a relação do homem com o seu meio ambiente apresenta imediatamente a questão de como ele constrói as suas condições de vida, as quais são reflexos das opções econômicas formadas. Cabe salientar aqui que a qualidade de vida do homem é uma conseqüência direta da qualidade ambiental. Ambas são interdependentes e relacionam-se diretamente com a questão econômica.

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a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais - Abrelpe, em 2011, a quantidade de resíduos urbanos coletados que recebeu destinação final adequada no Brasil foi de 58,06%, um número ainda longe do ideal, mas que melhorou em relação a 2010, onde a destinação adequada dos resíduos sólidos gerados foi de 57,56% (ABRELPE, 2011).

Logo se percebe que as questões sobre os resíduos sólidos estão além das questões ambientais, e, através de sua adequada gestão, podem-se conseguir importantes ganhos socioambientais e econômicos.

2.1 Sistema de Gestão Ambiental

Para que as empresas gerenciem os aspectos e impactos ambientais decorrentes de suas atividades e processos, é adequada a implantação de um sistema de gestão ambiental.

Para Braga (2007, p. 20), a gestão ambiental significa inserir na gestão estratégica da empresa princípios e valores, com intuito de alcançar um modelo de negócios focado no desenvolvimento sustentável.

A implantação de um SGA proporciona vantagens econômicas e estratégicas à empresa através da redução e até eliminação, em algumas atividades, dos resíduos sólidos gerados. Através da avaliação e monitoramento dos impactos ambientais de suas atividades, o SGA promove alternativas de reciclagem, reutilização ou manejo adequado dos resíduos gerados, prevenindo a poluição e o esgotamento dos aterros sanitários, podendo resultar em economia, com redução de custos e controle dos aspectos ambientais.

Para que se possa obter sucesso neste modelo e, consequentemente, no gerenciamento dos resíduos sólidos, é essencial alinhar a este o desenvolvimento de um trabalho voltado à conscientização da importância da conservação ambiental na organização como um todo, bem como das ações das pessoas que fazem parte dela. Dessa forma, a empresa contaria com uma maior conscientização ambiental por parte dos funcionários, que ficariam cientes do que a entidade se propõe em relação ao meio ambiente.

Braga (2007, p.20), ressalta essa importância afirmando que

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normativos, reguladores, de ações estratégicas e de mercado para a proteção do meio ambiente.

A partir dessas ações, decorrentes de um adequado gerenciamento ambiental, as empresas tendem a conseguir uma posição mais vantajosa num mercado que está cada vez mais criterioso, em que as escolhas dos clientes são definidas a partir dessas pequenas diferenças.

Nesse contexto observa-se que a partir da década de 1990, o mundo dos negócios passou a valorizar as questões do meio ambiente a ponto do mercado internacional exigir cada vez mais das empresas a demonstração de sua atuação responsável. Em um mercado econômico cada vez mais competitivo, as empresas têm que se adaptar às novas exigências, sejam estas feitas por requisitos legais, por fornecedores ou por clientes (Moreira, 2005).

Assim, insere-se a afirmação de Assumpção de que alguns mercados estão impondo condições para que somente empresas com pré-requisitos determinados possam deles participar (ASSUMPÇÃO, 2009).

Desta forma tem-se três abordagens que as empresas podem adotar referente à Gestão Ambiental: controle da poluição, prevenção da poluição e estratégica, a partir de sua consciência, tipo e tempo de atuação e tamanho (BARBIERI, 2004).

Com a finalidade de padronização das Ferramentas e dos Sistemas de Gestão Ambiental das organizações, a International Organization for Standardization (ISO) desenvolveu a série ISO 14000 de normas de gestão ambiental, onde somente a ABNT NBR ISO 14001 é auditável para fins de certificação (ABNT NBR ISO 14004, 2005).

A ABNT NBR ISO 14004 ressalta que a efetividade de um SGA inicia com o entendimento de como a organização pode interagir com o meio ambiente, onde a mesma deve conhecer os aspectos ambientais de suas atividades, afim de que possa controlá-las.

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A primeira norma ISO 14.001 foi homologada em 1996, com o intuito de que os sistemas de gestão desenvolvidos a partir da mesma, fossem estruturados e integrados às demais atividades da organização e regularmente avaliados através de auditorias ambientais (ASSUMPÇÃO, 2007).

Braga esclarece que as empresas com visão no futuro, e que fazem da implantação do desenvolvimento sustentável um objetivo estratégico, são as que mais se beneficiam com as normas da série 14000 (BRAGA, 2007).

Nesse sentido, as organizações que possuem um sistema de gestão ambiental conseguem identificar com maior facilidade as oportunidades para reduzir desperdícios e custos em suas operações e seus impactos ambientais.

2.2 Definição de resíduos sólidos

A ABNT NBR 10.004 (2004, p. 1)define Resíduos Sólidos como:

resíduos no estado sólido ou semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.

A geração de resíduos está relacionada intrinsecamente com a existência do homem; Constantemente geramos resíduos sólidos, desde que nascemos até a nossa morte. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), no ano 2011, o Brasil produziu aproximadamente 198.514 toneladas por dia, onde se calculou aproximadamente 1,223 Kg de resíduos sólidos gerados por habitante em um dia. (ABRELPE, 2011)

A cada dia, a população mundial cresce. Segundo Assumpção, no início do século, havia em torno de 1,6 bilhões de indivíduos e no último ano desse período, a cifra dos seis bilhões de seres humanos foi atingida (ASSUMPÇÃO, 2009).

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As fábricas começaram a produzir objetos de consumo em grande escala e houve o surgimento de novos produtos e embalagens. O que aumentou em grande escala o volume total de resíduo gerado por pessoa, e, junto com estes acontecimentos, os impactos ambientais passaram a crescer em ritmo acelerado. (MOREIRA, 2005)

Inicialmente, os objetos tinham maior durabilidade e os resíduos que por ventura fossem gerados eram de fácil assimilação pelo meio ambiente, visto que eram de fácil decomposição. Gerava-se, portanto, pouca quantidade de resíduos, e os resíduos que existiam eram em grande parte de origem orgânica, oriundos principalmente de restos de alimentos. (COELCE, 2010)

Atualmente, passou-se a usar embalagens descartáveis e os materiais são cada vez mais duráveis, devendo-se aumentar a atenção em dois focos principais, gerados em decorrência do acumulo destes resíduos: o esgotamento da capacidade dos aterros e a sua disposição inadequada (MOREIRA, 2005).

Nem sempre isso gerou degradação ambiental, porém o aumento da escala de produção tem estimulado a exploração dos recursos naturais e elevado à quantidade gerada de resíduos (BARBIERI, 2004).

Na indústria, a geração de resíduos representa uma dupla perda: desperdícios de matéria-prima, energia e outros insumos e, por outro lado, gastos com armazenagem, tratamento e/ou disposição final adequada (MOREIRA, 2005).

A partir desta idéia podemos ver a importância do gerenciamento de resíduos para a empresa e para a economia organizacional, conforme citado por Moreira, para que a mesma possa estar em conforme com as legislações pertinentes ao assunto, e para sua imagem com seus stakeholders (MOREIRA, 2005).

2.3 A Política Nacional dos Resíduos Sólidos

Diante do cenário que se encontra o país, com auto fluxo de geração de resíduos, é aprovada em agosto de 2010 a lei 12.305 que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos(BRASIL, 2010 p. 01), a qual dispõe sobre

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responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.

Para que se possam solucionar os problemas ambientais, ou minimizá-los, exige-se uma nova atitude dos empresários e administradores, que devem passar a considerar o meio ambiente em suas decisões e adotar concepções administrativas e tecnológicas que contribuam para ampliar a capacidade de suporte do planeta (BARBIERI, 2004).

Desta forma a Política Nacional dos Resíduos Sólidos vem para tentar sanar alguns desses problemas, através dos seus princípios, objetivos e instrumentos, dentre eles a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos através da coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. (BRASIL, 2010)

O Art. 25 Brasil, (2010 p. 17) dispõe que “o poder público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis pela efetividade das ações voltadas para assegurar a observância da Política Nacional de Resíduos Sólidos e das diretrizes e demais determinações estabelecidas nesta Lei e em seu regulamento”.

Cada vez mais os produtos são acondicionados em embalagem mais difíceis de serem decompostas pelo meio ambiente, em decorrência da intensa atividade industrial no mundo (BARBIERI, 2004).

Assim, tem-se uma maior demanda de ações que minimizem a geração de resíduos sólidos, a fim de respeitar a capacidade de suporte do meio ambiente.

O Art. 30 Brasil, (2010 p. 17), regulamenta a responsabilidade compartilhada das empresas pelo ciclo de vida dos produtos

é instituída a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, consoante as atribuições e procedimentos previstos nesta Seção.

Através dessa atitude as empresas tendem a aplicar medidas que visem menores impactos ao meio ambiente onde os mesmos terão responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida desses produtos.

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“São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de:

I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas;

II - pilhas e baterias; III - pneus;

IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;

V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes”.

Desta forma podemos vislumbrar melhor o futuro, através de medidas disciplinadoras, com fiscalização e consciência de nossas atitudes.

2.4 Gerenciamento de resíduos sólidos

De acordo com a Resolução CONAMA 307/02, Brasil, (2002 p. 01), art. 2° o gerenciamento de resíduos corresponde a um

sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos.

É interessante para a organização que irá implantar ou que está em processo de implantação de uma gestão de resíduos sólidos que se pense na adoção da política dos “3Rs”, que visa à redução, reutilização e reciclagem dos resíduos gerados, pois a mesma é uma importante ferramenta a ser utilizada no sistema.

Ao se gerenciar os resíduos sólidos, deve-se considerar não só o tratamento e/ou disposição de um determinado tipo de resíduo, e sim, avaliar e monitorar todo o seu sistema de forma integrada, deste sua coleta até o seu destino final para que se tenha um adequado gerenciamento e para que o mesmo esteja em conformidade com as legislações específicas. (BRASIL, 2002)

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2.4.1 Caracterização e classificação dos Resíduos

A caracterização dos resíduos gerados ou acumulados em um estabelecimento tem papel importante na escolha da melhor solução para tratamento ou disposição dos mesmos (VALLE, 1995).

É importante que as pessoas envolvidas no manuseio dos resíduos gerados conheçam a classificação dos mesmos antes de realizarem o manejo de qualquer resíduo, a fim de possuir orientações quanto às características e riscos à saúde e ao meio ambiente, assim como a forma de se proceder em casos de emergências, e para que se possa escolher a melhor solução para tratamento ou disposição final desses resíduos.

Segundo Valle (1995, p.54)

a base para uma caracterização correta é a coleta de amostras representativas. Essas amostras, submetidas às análises químicas e físico-químicas, fornecerão as informações necessárias para que sejam realizados os estudos de tratabilidade do resíduo, os quais vão indicar sua melhor destinação.

A ABNT NBR 10.004 (2004, p. 3), por sua vez, classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ter manuseio e destinação adequados, sendo divididos nas seguintes classes:

a) Resíduo Sólido Classe I (Perigosos): São aqueles que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, ou que tenham alguma das seguintes características: inflamabilidade, toxicidade, patogenicidade, corrosividade e reatividade.

b) Resíduo Sólido Classe II-A (Não Inertes): São aqueles que podem apresentar propriedades como solubilidade em água, biodegradabilidade e combustibilidade e que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I – perigosos ou de resíduos classe II B – inertes. Como exemplo destes materiais, podemos citar restos de alimentos, papel, madeira, sucata metálica, escória.

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água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme teste de solubilização, segundo (ABNT NBR 10.006) – solubilização de resíduos, não tiveram nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, conforme listagem número 8, excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor. Como exemplo destes materiais, podemos citar rochas, tijolos, concreto, caliça e vidros que não são decompostos prontamente.

A classificação dos resíduos é importante para enquadrá-los corretamente na legislação relativa ao seu transporte e a sua destinação final (VALLE, 1995).

Ante ao exposto, percebe-se que esta etapa referente à caracterização e classificação é de extrema importância, visto que impactará no processo como um todo.

2.4.2 Identificação e segregação

A identificação é uma etapa de suma importância no gerenciamento dos resíduos sólidos. É através da correta identificação dos resíduos que se possibilita o reconhecimento do seu tipo, facilitando assim, a sua segregação e destinação.

Segundo c N° 275 (2001, p. 1) considera que os órgãos da administração pública federal, estadual, municipal e entidades paraestatais que mantiverem em programa de coleta seletiva em seu âmbito devem seguir o padrão de cores estabelecido, conforme demonstra o quadro 01.

Já em relação à iniciativa privada, cooperativas, escolas, igrejas, organizações não-governamentais e demais entidades interessadas, Brasil N° 275 (2001, p. 1) apenas recomenda a adoção de referido código de cores para programas de coleta seletiva.

Quadro 01 – Padrão de cores

CORES IDENTIFICAÇÃO NA ETIQUETA

AZUL PAPEL/PAPELÃO;

VERMELHO PLÁSTICO

VERDE VIDRO

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CORES IDENTIFICAÇÃO NA ETIQUETA

PRETO MADEIRA

LARANJA RESÍDUOS PERIGOSOS

BRANCO RESÍDUOS SERVIÇOS DE SAÚDE AMBULATORIAIS E DE

ROXO RESÍDUOS RADIOATIVOS

MARROM RESÍDUOS ORGÂNICOS

CINZA

RESÍDUO GERAL NÃO RECICLÁVEL OU MISTURADO, OU CONTAMINADO NÃO PASSÍVEL DE SEPARAÇÃO.

Fonte: CONAMA 275, (BRASIL, 2001). Elaborado pela autora.

A segregação dos resíduos sólidos tem o objetivo de evitar a mistura de resíduos líquidos com sólidos e resíduos incompatíveis, viabilizando o seu tratamento. A separação deve ser realizada preferencialmente no local de origem, de modo a facilitar a triagem e reciclagem dos mesmos, separando resíduos que possam gerar condições perigosas quando combinados, gerando a mínima quantidade possível de resíduos a serem dispostos no meio ambiente.

Strauch e Albuquerque (2008) referenciam vantagens obtidas com a segregação de resíduos no local de origem:

a) Destinação diferenciada do resíduo de acordo com sua classificação;

b) Facilidade de reciclagem por não estarem misturados e/ou contaminados com outros resíduos;

c) Melhora na qualidade dos resíduos por suas características estarem preservadas;

d) Redução no volume de resíduos perigosos pela não mistura e contaminação dos resíduos sem essa característica.

2.4.3 Coleta, transporte e armazenamento.

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As pessoas envolvidas com manuseio de resíduos devem ter conhecimento dos aspectos ambientais de suas atividades para que minimizem ao máximo os possíveis impactos negativos.

È importante ressaltar o cuidado das pessoas que trabalham diretamente com os resíduos sólidos, pois muitas vezes os resíduos não apresentam efeitos imediatos, como intoxicação aguda ou queimaduras, porém ao longo do tempo podem ser observados efeitos crônicos ou distúrbios irreversíveis no organismo.

A par do exposto, é importante a realização de treinamentos com as pessoas designadas a exercer essas atividades, onde o mesmo deverá abordar os seguintes aspectos de acordo com a ABNT NBR 11.174(ABNT NBR ISO 11.174, 1990):

a) Informações quanto às características e os riscos inerentes ao trato de cada tipo de resíduo;

b) Orientação quanto à execução das tarefas de coleta; c) Transporte e armazenamento;

d) Utilização adequada de EPI´s2 necessários as suas atividades;

e) Procedimentos de emergência em caso de contato ou contaminação com o resíduo, tanto individual, quanto ambiental.

Os resíduos devem ser transportados obedecendo aos critérios, conforme estabelece ABNT NBR 13.221. (ABNT NBR ISO 13.221,1997)

Os resíduos perigosos devem ser transportados obedecendo aos critérios de compatibilidade, conforme a ABNT NBR 14.619. (ABNT NBR ISO 14.619, 2009)

O armazenamento temporário deve ser adequado a cada tipo de resíduo, devendo o mesmo estar devidamente identificado, constando sua classificação em local visível a para que possa evitar acidentes e que se possa proceder de maneira adequada, caso estes venham a ocorrer (ABNT NBR ISO 11.174,1990).

Devem ser observados critérios mínimos para o acondicionamento como: compatibilidade com resíduos vizinhos, estanqueidade, compatibilidade com os equipamentos

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de transporte, riscos de contaminação ao meio ambiente, contenção de líquidos e acessos para veículos de carga e descarga, afim de que não se comprometa a classificação do resíduo e se minimize os riscos de danos ambientais (ABNT NBR 11.174, 1990).

Segundo a ABNT NBR 11.174 o armazenamento de resíduos classes II-A e II-B pode ser realizado em contêineres e/ou tambores, em tanques e a granel, devendo-se considerar os fatores abaixo(ABNT NBR ISO 11.174, 1990):

a) Uso do solo; b) Topografia; c) Geologia;

d) Recursos hídricos; e) Acesso;

f) Área disponível; g) Meteorologia.

No que se refere à dinâmica do transporte dos resíduos, Assumpção (2009) sugere:

a) Ser realizado por empresa que atenda os requisitos legais para transporte de resíduos;

b) Habilidade e treinamento dos motoristas;

c) Adequação do equipamento de transporte ao peso, volume, forma e estado físico da carga;

d) Estado de conservação do veículo;

e) Reatividade do resíduo e compatibilidade com o compartimento de carga; f) “KITS” de emergência específico para a carga a ser transportada.

2.4.4 Tratamento e disposição final

O tratamento de resíduos são processos que alteram as características, composição ou propriedades do resíduo de forma a torná-lo menos tóxico, reduzir seu volume, destruí-lo totalmente ou depositá-lo de forma segura (VALLE, 1995).

(26)

ambientais, as tecnologias disponíveis, a classe do resíduo, a quantidade gerada e os aspectos econômicos (ASSUMPÇÃO, 2009).

Tratar um resíduo significa transformá-lo a ponto de poder reutilizá-lo novamente ou dispô-lo em condições mais seguras e ambientalmente aceitáveis (VALLE, 1995).

Entre as formas de destinação dos resíduos sólidos Strauch e Albuquerque (2008) citam:

a) Recuperação/Reciclagem:

- reutilização de Embalagens;

- recuperação de Solvente, re-refino de óleo;

- recuperação de materiais em forma de energia (co-processamento); - reciclagem de papel, vidro, plástico, metal.

b) Tratamento:

- destruição Térmica – Incineração; - estabilização;

- tratamento Biológico.

c) Disposição Final:

- Aterros.

(27)

3 A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA SEDE ADMINISTRATIVA DA COELCE Para que se possa perceber de forma mais clara como acontece, na prática, o gerenciamento de resíduos sólidos em ambientes empresariais, adotou-se a técnica de estudo de caso. Desta forma, conforme esclarecido anteriormente, será analisada a experiência desenvolvida em uma empresa que realiza a gestão de seus resíduos sólidos de acordo com a ABNT NBR ISO 14001.

A empresa escolhida para o estudo de caso foi a Companhia Energética do Ceará – Coelce. A referida empresa implantou o sistema de gestão ambiental no ano de 2004 tendo adotado como modelo a norma ISO 14001. A obtenção da certificação ocorreu no ano de 2006 (COELCE, 2007).

Por se tratar de uma empresa certificada pela ABNT NBR ISO 14001:2004, estando o prédio da Administração Central em seu escopo, considera-se oportuno este estudo para verificar como o gerenciamento dos resíduos sólidos está sendo conduzido e de que forma os funcionários estão sendo inseridos para a colaboração dessa gestão.

3.1 Perfil da empresa

A Coelce foi criada em 1971 por meio da Lei Estadual nº. 9.477 de 05/07/1971, com a unificação das quatro Empresas distribuidoras de energia elétrica então existente no Estado do Ceará até aquela data. A autorização para a Coelce prestar o serviço público foi concedida pelo Decreto Federal nº 69.469 de 05/11/1971 (COELCE, 2006).

Alguns anos depois, em 1995, a Coelce torna-se uma companhia de capital aberto, passando a negociar suas ações ordinárias e preferenciais nas bolsas de valores brasileiras – Bovespa. Em 1998, ocorre a privatização da empresa através de leilão público realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (COELCE, 2007).

(28)

Em 1999, a Coelce conclui o processo de reestruturação societária, mediante o qual incorpora sua controladora Distriluz Energia Elétrica S.A., passando, então, a ser controlada pela Investluz S.A, que por sua vez é controlada pela Endesa Brasil, com participação direta de 63,6% no seu capital total. Simplificando, a Coelce é controlada pela Endesa, por meio da holding Investluz S.A., que detém 56,6% do capital total e 91,66% do capital votante. O restante do capital pertence a pessoas físicas, investidores institucionais nacionais e estrangeiros, como fundos de pensão, clubes e fundos de investimentos e outras pessoas jurídicas (COELCE, 2007).

A Endesa Brasil é uma holding de empresas, que envolve a Coelce, Endesa Cachoeira, Endesa Fortaleza e Endesa Cien (COELCE, 2008).

A Endesa, no Brasil, com seu crescimento, já tendo comprado o controle da Ampla (antiga Companhia Eletricidade do Rio de Janeiro - Cerj), adquirido a maior parte do capital da “Centrais Elétricas Cachoeira Dourada” (hoje Endesa Cachoeira) e fundado a Companhia de Interconexão Energética (hoje Endesa Cien), em 1998, comprou a Coelce, distribuidora de energia do Estado do Ceará. Em 2002, começaram as obras da Endesa Fortaleza, que iniciou sua operação comercial em dezembro de 2003. Apenas em 2005, todas as empresas foram reunidas na holding Endesa Brasil (COELCE, 2007).

Em outubro de 2007, ocorreu uma reorganização societária da Endesa S.A. Desde então, as empresas Enel e Acciona assumiram o controle acionário da Endesa S.A (COELCE, 2007).

No final de 2008, a composição acionária da Endesa S.A. estava dividida entre a Enel S.P.A., com 67%; a Acciona S.A. (5% diretamente e 20% indiretamente). Os 8% restantes pertenciam a outros acionistas (COELCE, 2008).

Em 20 de fevereiro de 2009, a Enel e a Acciona assinaram um acordo por meio do qual a Enel adquiriria a participação da Acciona na Endesa, passando a deter 92% do controle. A Enel é a maior companhia elétrica da Itália e a segunda maior de energia da Europa, com operações de distribuição de energia e gás. A empresa atua também nas Américas do Norte e Latina (COELCE, 2009).

(29)

possuem uma população de mais de 8 milhões de habitantes, em um território de 149 mil quilômetros quadrados (COELCE, 2009).

Sua sede está localizada na capital, Fortaleza, com oito unidades principais, entre centros de serviços e de manutenção, e 201 lojas de atendimento em todo o Estado. É a terceira maior distribuidora do Nordeste em volume comercializado de energia, com fornecimento para mais de 2,9 milhões de clientes, dos quais 2,1 milhões são da classe residencial, 5,9 mil da categoria industrial, 151,3 mil comerciais e 35,7 mil institucionais (COELCE, 2008).

Segundo consta no encerramento de 2009, empregava mais de 8 mil pessoas, sendo 1.298 colaboradores próprios, 7.042 de empresas parceiras, 184 estagiários e 36 jovens-aprendizes. A extensão das linhas de distribuição e transmissão de energia era de 114.975 quilômetros, segmentada em alta-tensão (4.244 km), média-tensão (68.439 km) e baixa-tensão (42.291 km). Uma nova subestação foi construída, totalizando 95 no encerramento do ano, com capacidade instalada de 2.143 MVA (COELCE, 2009).

3.2 A implantação do Sistema de Gestão Ambiental

A Coelce mantém o foco na sustentabilidade como um dos importantes pilares do seu plano estratégico, e seguindo um dos compromissos de engajamento de mais esforços, juntamente com uma forte política ambiental, vem investindo de forma crescente em ações que protagonizam responsabilidade ambiental.

Em 2004, a empresa iniciou a implantação do seu SGA através de realizações de atividades de educação ambiental para colaboradores e empregados de fornecedores, bem como para a comunidade, abordando a temática do consumo consciente dos recursos naturais, com enfoque para o uso eficiente da energia e coleta seletiva.

Como refinamento das práticas, em 2006, sob a coordenação da então Área de Sustentabilidade, a Coelce implementou e certificou pela norma ISO14001 seu SGA, cujos procedimentos são adotados em todas as atividades da empresa onde os princípios de sua política ambiental são:

(30)

ambientais, bem como disponibilizando um amplo acervo técnico sobre a gestão ambiental, contribuindo para o Desenvolvimento Sustentável.

b) Educação Ambiental: Promover, em todos os níveis hierárquicos, a educação ambiental enfocando o senso de responsabilidade individual e o sentido de prevenção com relação ao meio ambiente, através de capacitação e conscientização, incluindo terceiros que atuem em seu nome e fornecedores. c) Compromisso com a Legalidade: Cumprir os requisitos legais aplicáveis e

outros requisitos subscritos pela empresa, visando melhorar continuamente o desempenho ambiental do planeta e do entorno, através da prevenção da poluição, monitoramento e recuperação de eventuais impactos ambientais. d) Gestão de Resíduos: Promover alternativas para prevenir a poluição através da

redução, da reutilização e da reciclagem de resíduos gerados na atividade operacional.

A Política Ambiental da Coelce é disseminada constantemente por meio de campanhas de divulgação interna, e todos os seus colaboradores assumem compromisso com 100% das diretrizes (COELCE, 2008).

A responsabilidade por desenvolver ações que atendam e promovam essa política é da Área de Responsabilidade Social Corporativa e Meio Ambiente, que além de ajudar na fiscalização para combater possíveis irregularidades, assegurando que seus colaboradores e parceiros estejam bem informados e capacitados para assumir uma postura adequada que possa evitar e agir potenciais impactos ambientais decorrentes de suas atividades (COELCE, 2007).

Todos os potenciais impactos ambientais das atividades executadas pela Coelce foram analisados e foram elaboradas planilhas onde constam os aspectos e impactos ambientais levantados a partir do Procedimento Ambiental 07 (PA-07), que apresenta a metodologia para identificar, caracterizar, avaliar e gerenciar os aspectos, possíveis geradores de impactos ambientais, cumprindo assim o requisito 4.3.1 (aspectos ambientais) da ABNT NBR ISO 14001.

(31)

a) Resíduos sólidos; b) Poda de árvores; c) Emissão de ruídos.

Para monitorar e tratar todos os possíveis impactos ambientais, é estabelecido o Controle Operacional, onde são adotados procedimentos documentados para gerenciar de forma correta estes aspectos ambientais, de acordo com a norma ISO14001.

Os documentos do Sistema de Gestão Ambiental da Coelce organizam-se conforme figura a seguir:

Figura 01 – Documentos do Sistema de Gestão Ambiental da Coelce

Fonte: Coelce, disponível em http://www.coelcesites.com.br/sustentabilidade/sistemadegestao. Acesso em: 02 abr. 2012.

d) Manual do Sistema de Gestão Ambiental – Tem por objetivo descrever os elementos centrais do SGA;

e) Procedimentos Ambientais – Atividades gerais e multidepartamentais;

f) Instruções de Controle Ambiental – Diretrizes gerais e para os aspectos significativos (ditam o que fazer);

g) Normas Técnicas Ambientais, procedimento operacional e procedimento de execução – Atividades específicas/ rotinas/ regras de trabalho (ditam como fazer);

(32)

No total a empresa utiliza-se de 17 Procedimentos Ambientais, 04 Instruções de Controle Ambiental, 16 Normas Técnicas Ambientais e o seu Manual do Sistema de Gestão Ambiental, abrangendo todas as atividades pertinentes a Coelce.

É a partir desta documentação, acessível a todos os colaboradores, que as pessoas que trabalham para a empresa ou em seu nome conseguem controlar os aspectos e impactos causados por suas atividades.

Para obter e manter a certificação ISO 14001, a companhia precisa garantir o cumprimento de vários requisitos, tais como o cumprimento de sua política ambiental, a avaliação de situações de emergência, o compromisso com a legislação, o gerenciamento de resíduos e de efluentes líquidos, e a qualificação de prestadores de serviços, dentre outros (ABNT NBR ISO 14001).

3.4 Estrutura: a gestão dos resíduos sólidos na empresa

Devido a importância decorrente da potencialidade de mitigar os possíveis impactos que possam causar ao meio ambiente, a gestão dos resíduos faz parte dos princípios da política ambiental da empresa. Em suas ações, a mesma busca desenvolver e por em prática alternativas para prevenir a poluição através da redução, da reutilização e da reciclagem de resíduos gerados.

A par de exposto, iremos utilizar como objeto de pesquisa os impactos ambientais relacionados aos resíduos sólidos, decorrentes do processo administrativo realizado na sede da empresa, localizada na Rua Padre Valdevino, na cidade de Fortaleza-CE.

(33)

A ABNT NBR ISO 14001 (2004, p. 15) determina que as organizações estabeleçam, implementem e mantenham procedimentos para

identificar aspectos ambientais de suas atividade, produtos e serviços, dentro do escopo definido de seu SGA, que a organização possa controlar e aqueles que ela possa influenciar, levando em consideração os desenvolvimentos novos ou planejados, as atividades, produtos e serviços novos ou modificados.

As atividades exercidas nesta sede devem atender a todos os requisitos desta norma, que orienta que seus aspectos ambientais devem ser conhecidos, bem como atenta a melhor forma de proceder.

O mecanismo de resposta adotado pela Coelce para assegurar que seus colaboradores e parceiros estejam bem informados e capacitados para assumir uma postura adequada que possa evitar potenciais impactos ambientais decorrentes de suas atividades é o treinamento de formação ambiental, realizado com os novos contratados em até 90 dias contados a partir da contratação.

A empresa também utiliza como ferramenta de informação as abordagens ambientais, realizadas de forma individual com os colaboradores, com intuito de disseminar às praticas necessárias para o funcionamento do SGA.

O controle dos aspectos e impactos ambientais significativos da Coelce, de acordo com Procedimento Ambiental 08 (PA-08), compreende:

a) O controle operacional propriamente dito, que pretende conseguir que as atividades que estão associadas com os aspectos ambientais significativos se desenvolvam em condições controladas;

b) O controle operacional sobre os prestadores de serviço e fornecedores, aos quais a Coelce possui controle ou influência;

c) Os métodos de verificação, medição e ensaio que permitam controlar e medir as características chave de suas operações e atividades que possam ter um impacto ambiental significativo.

(34)

decorrentes dessa atividade com sua especificação e os possíveis impactos ambientais decorrentes.

Quadro 01 – Aspectos ambientais significativos das atividades administrativas

Fonte: Coelce, disponível em http://www.coelcesites.com.br/sustentabilidade/sistemadegestao Acesso em: Acesso em: 02 abr 2012.

Para que o SGA seja compreendido e operado de forma eficaz, é recomendado que a organização desenvolva e mantenha uma documentação adequada (ABNT NBR ISO 14004).

Através do quadro 02, observa-se que todos os controles e práticas existentes são documentados e acessíveis a todos os funcionários, e cada um deve ter conhecimento das planilhas de acordo com suas atividades exercidas, bem como de todos os conhecimentos inerentes a estas atividades.

Uma das formas das empresas gerenciarem esses aspectos ambientais, de acordo com a ABNT NBR ISO 14004 (2005, p. 4), é a realização do controle operacional, que deve ser conduzida de maneira tal a controlar ou reduzir os impactos adversos ao meio ambiente.

(35)

(Classe I - perigosos; Classe II A - não-inertes; e Classe II B - inertes), para em seguida dar a destinação final adequada. A gestão desses resíduos sólidos é orientada pela Instrução de Controle Ambiental – 01 (ICA-01), e a prática é controlada por meio do Registro de Instrução de Controle Ambiental-01 (RICA-01).

Conforme especificado em seu SGA, todos os resíduos perigosos gerados contêm procedimentos específicos para o seu descarte, além de rigorosas formas de armazenamento (ABNT NBR 11174, 1990).

Figura 02 – Ilustração do controle operacional dos resíduos sólidos da Coelce

Fonte: Coelce, apresentações SGA 2011. Adaptado pela autora.

Como foi dito, todos os resíduos contêm procedimentos específicos para o seu descarte, que estão detalhados no SGA onde consta o levantamento dos aspectos e possíveis impactos ambientais gerados.

Gerador

Centro logístico

Intermediário RICA-01/02

RICA-01/02

Aterro

(36)

Através da RICA-01/02 (Anexo A), a empresa realiza o monitoramento de todos os resíduos sólidos gerados, constando o tipo de resíduo gerado de acordo com sua classificação, a área geradora, a data da geração, a quantidade, o transportador e o endereço e a destinação realizada.

Os resíduos gerados a partir das atividades administrativas e sua destinação encontram-se resumidos no quadro a seguir:

Quadro 02 – Gerenciamento de resíduos

Resíduos Destinação

Resíduos Orgânicos Transportados por empresa licenciada e destinados a aterro sanitário.

Cartuchos, cilindros e tonners para impressoras Recolhidos pelo fornecedor, que providencia reutilização. Caso não seja possível o reuso, os resíduos são incinerados. Baterias para celulares e pilhas Armazenados e identificados em

recipientes de acrílico, para posterior destinação final.

Papel Reciclagem

Papelão Reciclagem

Papel misto Reciclagem

Plástico – filme Reciclagem Plástico – gerais Reciclagem Plástico – garrafa Reciclagem

Vidro Reciclagem

Resíduo metálico – aço Reciclagem Resíduo metálico – chumbo Reciclagem

PVC Reciclagem

Ferro Reciclagem

Jornal Reciclagem

Inox Reciclagem

Cobre Reciclagem

Alumínio Reciclagem

Fonte: Coelce (2009).

(37)

final), onde a área para resíduos Classe I é restrita. O depósito temporário que armazena os resíduos da sede administrativa fica localizado em suas dependências, onde os critérios de construção seguiram as especificações técnicas da ABNT NBR 11.174 e ABNT NBR 12.235.

A destinação e o transporte dos resíduos orgânicos são realizados por empresa contratada que atenda a todos os requisitos legais e requisitos do SGA da Coelce, onde a mesma destina a aterro licenciado por órgão competente.

Todos os serviços gráficos que ocorrem na sede da Coelce são terceirizados, e a destinação adequada dos resíduos classe I gerados faz parte do contrato de prestação de serviços, sendo tais resíduos reutilizados ou incinerados, dependendo de seu estado.

Todos os resíduos recicláveis gerados na sede são encaminhados por empresa intermediária com destinação para a reciclagem ao Programa Coelce de Desenvolvimento Social pela Energia Consumida - Ecoelce. Os bônus referentes à comercialização destes resíduos são doados para ONG’s cadastradas no programa.

O Ecoelce é fruto de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento -P&D, regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel. O referido projeto consiste na troca do lixo reciclável por descontos na conta de energia. Por meio da coleta seletiva, o material levado até os locais credenciados é automaticamente transformado em pontos creditados em um cartão eletrônico, que é usado para calcular o desconto na conta, que pode chegar inclusive ao valor zero (COELCE, 2009).

Os benefícios do Ecoelce são muitos: geração de renda; educação ambiental; incentivo ao fornecimento seguro de energia elétrica, uma vez que as pessoas têm condições de pagar a conta de luz e não precisam instalar os tradicionais “gatos” para furtar energia, redução dos custos dos municípios no tratamento desses resíduos e do volume enviado para os aterros sanitários e, principalmente, fortes ganhos ambientais.

(38)

3.5 Análise e discussão

Com o intuito de avaliar a percepção da gestão de resíduos sólidos entre os colaboradores, foram aplicados 71 questionários, abrangendo aproximadamente 10% das pessoas que trabalham na sede administrativa da Coelce.

Os referidos questionários foram divididos em três partes. A primeira corresponde à identificação do perfil dos entrevistados através das variáveis idade, sexo, grau de escolaridade e tempo de serviço na empresa. A segunda parte foi realizada com o intuito de verificar o grau de conscientização dos funcionários em relação ao gerenciamento de resíduos sólidos. A terceira e última parte analisa a disseminação da gestão de resíduos sólidos realizada na empresa.

Conforme ilustra o gráfico 1, a pesquisa realizada contemplou em sua maioria, pessoas com idade de 18 a 25 anos, correspondendo a aproximadamente 62% dos participantes.

Gráfico 01 – Percentual dos entrevistados por idade

Fonte: dados da pesquisa

Em relação a variável correspondente ao sexo, os dados se mostraram semelhantes entre si conforme gráfico a seguir.

1,41%

61,97%

26,76%

5,63%

4,23%

0%

25%

50%

75%

(39)

Gráfico 02 – Percentual dos entrevistados por sexo

Fonte: dados da pesquisa

O nível de escolaridade apresentado foi, em sua maioria, superior incompleto. Pode-se relacionar esse dado com a variável idade, onde aproximadamente 62% dos participantes relata ter idade entre 18 a 25 anos.

Gráfico 03 – Percentual dos entrevistados por grau de instrução

Fonte: dados da pesquisa

As pessoas entrevistadas foram em sua maioria as que trabalhavam a menos de 1 ano na empresa, conforme demonstra o gráfico abaixo. Isso pode ser decorrente da rotatividade de funcionários em razão de seu quadro ser composto, em sua maioria, por terceirizados; também deve ser levado em consideração um estruturado programa de estágio desenvolvido pela empresa, o que explicaria a variável da idade obtida em sua maioria por pessoas de 18 a 25 anos.

56,34%

43,66%

Feminino

Masculino

16,90%

53,52%

21,13%

8,45%

0%

25%

50%

75%

Ensino

médio

Superior

incompleto

Superior

completo

(40)

Gráfico 04 – Percentual dos entrevistados por tempo de trabalho na empresa

Fonte: dados da pesquisa

A partir desses dados pode-se compor o perfil dos entrevistados, que é formado em uma maior proporção por pessoas de 18 a 25 anos, de sexo feminino e masculino em proporções semelhantes, onde 53,52% possuem grau de escolaridade superior incompleto e 49,3% trabalham a menos de um ano na empresa. Assim podemos compreender melhor os dados obtidos na segunda e terceira parte do questionário.

Na segunda parte do questionário verificamos o grau de conscientização dos funcionários em relação ao gerenciamento de resíduos sólidos.

De acordo com o Gráfico 05, constatamos que a maioria dos entrevistados tem conhecimentos sobre coleta seletiva, no entanto, conforme pode ser visualizado no gráfico 06, 33,80% não praticam a coleta seletiva, o que nos remete a acreditar que este dado obtido se deve a não conscientização da relevância desta prática.

Pode-se verificar na empresa a disposição de coletores de resíduos corretamente identificados e disponíveis às pessoas, no entanto, deve-se levar em consideração a localização destes coletores de forma a incentivar a segregação dos resíduos gerados.

49,30%

22,54%

12,68%

4,23%

11,27%

0%

25%

50%

75%

menos

de 1 ano

1 a 3

anos

4 a 6

anos

7 a 9

anos

(41)

Gráfico 05 – Percentual dos entrevistados em relação ao conhecimento sobre coleta seletiva

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 06 – Percentual dos entrevistados que praticam a coleta seletiva

Fonte: dados da pesquisa

Quando questionados em relação a prática da coleta seletiva realizada pelos companheiros de trabalho, mais da metade (53,52%) acham que somente 20% a 50% das pessoas realizam coleta seletiva na empresa, 23,94% acham que menos de 20% das pessoas realizam a coleta seletiva, 16,90% acham que 51 a 80% das pessoas realizam a coleta seletiva e apenas 5,63% acham que os praticantes de coleta seletiva na empresa correspondem a 81% a 100% conforme gráficoa seguir.

97,18%

0,00%

2,82%

Sim Não Tenho uma pequena noção

66,20%

33,80%

(42)

Gráfico 07 – Percentual dos entrevistados em relação a sua opinião da quantidade de pessoas que realizam a coleta seletiva na empresa

Fonte: dados da pesquisa

De acordo com os dados acima, percebe-se que a prática da coleta seletiva não é realizada por todos na empresa, o que vai de encontro com as diretrizes da política ambiental da empresa, as quais todos os funcionários deveriam estar 100% comprometido conforme relatado em seu relatório anual de sustentabilidade do ano de 2008.

Em relação à importância do gerenciamento de resíduos em uma empresa constatou-se que 92,96% das pessoas questionadas acham fundamental sua realização, 5,63% acham básica e apenas 1,41% acham pouco importante. A partir dessa questão, vemos que ainda é relevante o número de pessoas que se posicionam de forma contraria ao que se propõe a empresa em relação às questões ambientais conforme gráfico a seguir.

Gráfico 08 – Percentual dos entrevistados em relação a sua opinião sobre a importância do gerenciamento de resíduos sólidos

Fonte: dados da pesquisa

23,94%

53,52%

16,90%

5,63%

0%

25%

50%

75%

Menos

de 20%

20% a

50%

51% a

80%

81% a

100%

92,96%

1,41% 5,63%

(43)

Ao serem questionados se a empresa possui sistemática de monitoramento de resíduos sólidos gerados na empresa desde sua geração até sua destinação 71,83% informaram que sim, demonstrando a prática já discorrida no item 4 deste capítulo, 26,76% informaram que a empresa não possui tal sistemática e 1,41% disseram não saber informar conforme gráfico abaixo.

Gráfico 09 – Percentual dos entrevistados em relação ao conhecimento sobre a gestão de resíduos sólidos na empresa

Fonte: dados da pesquisa

Esse percentual de pessoas com conhecimento sobre a gestão de resíduos sólidos realizada na empresa, matematicamente, é um número adequado, mas quando consideramos que a empresa possui um SGA bem estruturado e certificação ISO 14001, os números se tornam preocupantes.

Em relação aos treinamentos realizados com o intuito de minimizar a geração de resíduos, constatou-se que a prática é realizada na empresa, onde 90,14% dos entrevistados tem conhecimento da realização dos treinamentos na empresa, 2,82% relataram não existir tais treinamentos e 7,04% dos entrevistados não sabe informar se existiam tais práticas de acordo com o gráfico 10.

71,83%

1,41%

26,76%

(44)

Gráfico 10 – Percentual dos entrevistados que conhecem os treinamentos realizados para minimização da geração de resíduos

Fonte: dados da pesquisa

Em relação ao programa de coleta seletiva realizada na empresa, percebeu-se que a maioria (92,96%) tem conhecimento da realização, em contrapartida, 1,41% ainda relatam que não existe e 5,63% não souberam opinar (Gráfico 11).

Gráfico 11 – Percentual dos entrevistados em relação ao conhecimento sobre coleta seletiva na empresa

Fonte: dados da pesquisa

Para os entrevistados, 94,37% têm a opinião que a empresa se interessa que os funcionários tenham uma boa compreensão sobre assuntos como Coleta Seletiva, Consumo Consciente e Sustentabilidade e 5,63% não souberam responder e nenhuma pessoa acha que a empresa não tenha esse interesse conforme Gráfico 12.

90,14%

2,82%

7,04%

Conhece

Não conhece

Desconhece

92,96%

1,41%

5,63%

(45)

Gráfico 12 – Percentual da opinião dos entrevistados em relação ao interesse da Empresa em conscientizar os funcionários sobre Coleta Seletiva, Consumo Consciente e Sustentabilidade

Fonte: dados da pesquisa

Sobre o conhecimento da destinação final dos resíduos sólidos gerados pela empresa, os resultados foram bem similares, onde 50,70% relataram conhecer a destinação realizada e 49,30% relataram não saber das destinações, demonstrando que a prática de disseminação da gestão de resíduos sólidos ainda não atinge a todos os funcionários, conforme apresentado no Gráfico 13.

Gráfico 13 – Percentual dos entrevistados em relação ao conhecimento sobre a destinação dos resíduos sólidos gerados pela empresa

Fonte: dados da pesquisa

Por último, foi pedido aos entrevistados que avaliassem a gestão de resíduos sólidos realizada na empresa, onde se obteve que 50,70% acham a gestão adequada, enquanto 35,21% acham que tem que ocorrer melhoras e 14,08% relataram não conhecer a gestão realizada.

94,37%

5,63% 0,00%

Tem interesse

50,70%

49,30%

(46)

Este resultado aponta para medidas necessárias a serem realizadas na gestão de resíduos sólidos da empresa, onde conforme visualizado anteriormente, não conta com a participação de todos na empresa.

Gráfico 14 – Avaliação dos entrevistados a gestão de resíduos sólidos realizados na empresa

Fonte: dados da pesquisa

Deve-se ressaltar finalmente, a falta de sanções administrativas que venham a punir àqueles que, sem um motivo justificado, deixam de realizar a coleta seletiva. Em suma, a Coelce, comprometida com o correto manuseio e descarte dos resíduos sólidos, desenvolve atividades que evidenciam a importância desta prática; alguns colaboradores, entretanto, apesar de “conscientizados”, optam pela não realização dos procedimentos do SGA. Considerando correta esta premissa, pode-se inferir que uma postura mais incisiva da Companhia Energética do Ceará possivelmente resultaria em resultados mais promissores em relação à adequada destinação dos resíduos sólidos e, de maneira mais ampla, à uma maior aproximação de uma eficaz política ambiental.

50,70%

35,21%

14,08%

(47)

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gestão dos resíduos sólidos é uma ferramenta que possibilita a empresa monitorar e controlar custos através da redução de desperdícios em sua produção. Mesmo em empresas cujo foco principal é a prestação de serviços, ramo em que se tem um menor consumo de recursos naturais, a gestão desses resíduos se faz necessária para cumprimento de requisitos legais, redução de custos ou como estratégia de mercado.

A empresa aqui estudada possui um processo de gestão de resíduos sólidos estruturado e documentado, onde a mesma monitora seus resíduos sólidos desde sua geração até destinação final.

Através do estudo, pode-se verificar que, apesar de a empresa destinar seus resíduos atendendo a todos os requisitos ambientais, a mesma encaminha seus resíduos orgânicos a aterro sanitário. Pode-se inferir, como um processo de melhoria ao sistema, o encaminhamento dos resíduos orgânicos à compostagem, com o intuito da mínima geração de resíduos ao meio.

O mecanismo utilizado pela empresa para disseminar as práticas do SGA é utilização de treinamentos de formação ambiental, realizado com os contratados em até 90 dias contados a partir da contratação. Consta também como prática de disseminação, a realização de campanhas educativas com palestras de consumo consciente e a elaboração de dicas ambientais enviadas aos outlook’s dos colaboradores. Além disso, podem-se destacar as

abordagens ambientais, que são mecanismos de transmissão de informações referentes ao SGA aos colaboradores da empresa; essa abordagem, salienta-se, é feito individualmente.

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Cabe à empresa aprimorar este ponto, relacionado a sua gestão de resíduos sólidos, através de um maior apoio da alta administração, agindo de forma mais incisiva, no sentido de cobrar tais ações de seus colaboradores. Ressalta-se que tal atitude é de fundamental importância para o sucesso dessa gestão.

Desta forma, verifica-se que, sem uma adequada gestão dos resíduos sólidos, relacionando todos os pontos inerentes, desde a conscientização de colaboradores e treinamento especializado para pessoas que trabalham direto com os resíduos, até o cumprimento de todos os requisitos legais, não se consegue manter um SGA certificado pela ABNT NBR ISO 14001, visto que a mesma estabelece o monitoramento e controle de todos os possíveis aspectos ambientais das atividades organizacionais e a realização do controle operacional para atendimento à política ambiental da empresa.

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Figura 01 – Documentos do Sistema de Gestão Ambiental da Coelce
Figura 02 – Ilustração do controle operacional dos resíduos sólidos da Coelce
Gráfico 01 – Percentual dos entrevistados por idade
Gráfico 03 – Percentual dos entrevistados por grau de instrução
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Referências

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