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SUMÁRIO AULA 01 - DEMO. Finanças Públicas e Orçamento p/icms-go 2018 Teoria e Questões Comentadas Prof. Manuel Piñon Aula 01

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AULA 01 - DEMO

SUMÁRIO

1– Teoria das Finanças Públicas e Funções do Estado

2 – Dívida Pública e Financiamento do Setor Público 3 – Reformas Administrativa e Previdenciária

4 – Resumo

5 – Questões que foram comentadas em aula 6 – Gabarito

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Aula 01

Olá, amigo(a) concurseiro(a)!

Seja bem-vindo ao Curso Finanças Públicas voltado especificamente para o cargo de AUDITOR do concurso do ICMS-GO 2018!

Estudar para um concurso como esse, com elevado grau de dificuldade em suas provas, além do alto nível dos candidatos, não é missão fácil. Por isso, torna-se necessária uma preparação com planejamento e muita disciplina.

O nível de preparação dos concorrentes não permite mais que você seja aprovado em algum certame apenas livrando a nota de corte. É necessário fazer a diferença em todas as matérias.

E, sem dúvida, a disciplina Finanças Públicas, tendo em vista o nível elevado de complexidade, representa um dos diferenciais da prova. Nessa linha, buscaremos aqui detalhar todo o conteúdo programático da matéria, numa linguagem simples e objetiva, sem, contudo, ser superficial.

Nosso curso atenderá tanto aos concurseiros do nível mais básico, ou seja, aqueles que estão vendo a matéria pela primeira vez, como àqueles mais avançados, que desejam fazer uma revisão completa e detalhada da matéria.

Além disso, resolveremos aqui muitas questões de Provas de concursos anteriores elaboradas pelas principais bancas potenciais do nosso certame: CESPE, FCC, ESAF e FGV, de tal forma que você ficará bastante afiado na matéria, ao ponto de chegar à prova com bastante segurança.

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Antes de iniciar os comentários sobre o funcionamento do nosso curso, gostaria de fazer uma breve apresentação pessoal.

Sou Administrador de Empresas com especialização em Finanças pela Fundação Getúlio Vargas-FGV e Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, aprovado no concurso nacional de 2009/2010.

Atuei inicialmente na Área de Arrecadação e Administração Tributária, passando pelo setor de Planejamento e Controle da Atividade Fiscal até chegar à atividade de Fiscalização propriamente dita.

Porém, antes de tomar posse no meu atual cargo, eu já o havia exercido anteriormente entre 1999 e 2001. É que fui aprovado no concurso de para Auditor Fiscal da Receita Federal (na época AFTN) de 1998, e, após 2 anos de exercício na atividade de fiscalização de empresas da Região Norte do país, recebi e aceitei um convite para voltar a trabalhar na iniciativa privada em minha cidade: Salvador.

Após alguns anos na área privada, vivendo momentos de alta satisfação alternados com momentos de insatisfação, resolvi voltar a estudar para concursos públicos em 2006.

Essa fase foi muito difícil. Eu tinha uma jornada dura, mas tinha que ser discreto, já que trabalhava e estudava muito, mas sem “poder dar muita bandeira” dessa dupla jornada.

Sei que muitos de vocês vivem situações parecidas, mas acreditem que essa situação é transitória.

No meu caso, fui recompensado com a aprovação para o cargo de Analista de Finanças e Controle – AFC da Controladoria Geral da União – CGU no ano de 2008.

Entretanto, mesmo já trabalhando em bom cargo e com um excelente ambiente de trabalho na CGU, eu não me acomodei.

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Continuei com meus estudos rumo ao sonho de voltar a ser Auditor Fiscal da Receita Federal, que, como já dito, pode ser realizado com a aprovação no concurso de 2009/2010.

É isso meu amigo!

Espero dividir com você a experiência adquirida ao longo da minha preparação, pois sei exatamente o que se passa “do outro lado”: as angústias, as expectativas, as dificuldades, mas também os sonhos. Não se esqueça que são os sonhos que nos movem!

Acredite e se esforce ao máximo. Esse é o segredo!

Feitas as apresentações iniciais, passemos à proposta do nosso curso, que será de 6 aulas, divididas da seguinte forma:

01

Introdução às Finanças Públicas

FINANÇAS PÚBLICAS – Objetivos, metas, abrangência e definição. Funções do Estado; evolução das funções do Governo; o financiamento dos gastos públicos: tributação e equidade. A função do bem-estar; políticas alocativas, distributivas e de estabilização. Conceito de déficit público; financiamento do déficit; sustentabilidade da política fiscal. Crédito público: fonte alternativa de financiamento das despesas públicas; pressão do crédito público sobre o mercado financeiro e monetário; limites do crédito público. Reforma Administrativa e Reforma Previdenciária.

02

Tributação e Política Econômica

Tributação: tipos de tributos; progressividade, regressividade e neutralidade; teoria da tributação ótima. Política fiscal: equilíbrio orçamentário; estabilização da moeda; pleno emprego; desenvolvimento econômico; redistribuição da renda. Instrumentos e recursos da economia pública (política fiscal, regulatória e monetária). Bens públicos e falhas no sistema de mercado. O setor governo e a política fiscal; déficits e dívida pública; políticas de estabilização.

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03

Orçamento Público

Orçamento público: conceitos e princípios orçamentários, tipos de orçamento, técnicas de elaboração orçamentária. Ciclo orçamentário. Créditos adicionais: conceitos, tipos, requisitos para abertura, fontes de recursos, incorporação ao orçamento.

04

Receita Pública

Receita orçamentária: classificação, estágios (etapas) da receita, regime de execução orçamentária, recursos orçamentários, deduções da receita orçamentária.

05

Despesa Pública

Despesa orçamentária: classificação da despesa orçamentária sob seus diversos enfoques, estágios (fases) da despesa orçamentária. Ordenador de despesa: conceito; ordenador primário; delegação de competência.

06 Lei de

Responsabilidade Fiscal

Tópicos da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar federal 101/00): princípios, objetivos; limites para dívida; “regra de ouro” (Constituição Federal, art. 167, III); renúncia de receita; geração de despesas; transferências voluntárias: conceito, requisitos; destinação de recursos para o setor privado: requisitos, vedações.

Analisados todos os itens que nortearão o nosso curso, vamos ao que interessa!!!

Ao final dessa aula quero ver tanto eu quanto você com uma sensação boa, de que estamos no caminho certo.

Como diria Mahatma Gandhi:

“Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados”.

Então, vamos nessa!

Prof. Manuel Piñon

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1. Teoria das Finanças Públicas e Funções do Estado

Podemos dizer que as finanças públicas são o ramo do estudo econômico em que se situa o Governo, responsável pela aplicação de políticas que visem o contínuo aumento do bem-estar da população.

Para que o Governo possa realizar políticas de alocação e de realocação de recursos escassos, torna-se imprescindível a existência de fontes de arrecadação de recursos, necessárias ao pagamento do que chamamos de estrutura pública, responsável pelos estudos e aplicações de políticas econômicas objetivadas na equidade e no crescimento e distribuição da renda no país.

De acordo com “Musgrave”, “Finanças Públicas é a terminologia que tem sido tradicionalmente aplicada ao conjunto de problemas da política econômica que envolvem o uso de medidas de tributação e de dispêndios públicos”. Esta definição baseia-se no fato de que a necessidade de atuação econômica do setor público prende-se na constatação de que a simples existência do sistema de mercado, empresas e consumidores somente, não conseguem cumprir adequadamente algumas tarefas e funções que visam o bem-estar de toda uma população.

Podemos dizer que a teoria das Finanças Públicas tem como objeto de estudo a Atividade Financeira do Estado - AFE, que, por sua vez, ENGLOBA 4 elementos que estão intimamente ligados:

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1 – Obter Receita Pública (orçamentária);

2 – Criar o Crédito Público (empréstimo público);

3 – Gerenciar ou Gerir o Orçamento Público (LOA – Lei Orçamentária Anual);

4 – Despender Recursos (Gastar) – Executar a Despesa Pública (orçamentária).

Para melhor visualização da Atividade Financeira do Estado, veja:

01) (CESPE/MPU/ANALISTA/2015) Julgue:

A atividade financeira do Estado, caracterizada pela presença constante de uma pessoa jurídica de direito público, tem como principal finalidade a arrecadação de recursos.

Comentários

Amigo(a), na verdade a atividade financeira do Estado engloba obter receita, criar crédito público, gerir recursos e gastá-los para promover desenvolvimento econômico e social e o bem comum de sua sociedade.

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Logo, é errado dizer que a atividade financeira do Estado tem como principal finalidade a arrecadação de recursos. Volto a lembrar que a principal finalidade do Estado é promover desenvolvimento econômico e social e o bem comum de sua sociedade.

02) (FCC/TCE-AP/TÉCNICO/2012) A atividade financeira do Estado compreende

a) apenas a obtenção de receitas originárias.

b) apenas a obtenção de receitas, tanto originárias como derivadas. c) a obtenção de receitas e a realização de despesas.

d) a prestação de serviços públicos e a realização de obras públicas. e) apenas a geração das despesas.

Comentários

A Atividade Financeira do Estado – AFE abrange 4 elementos que estão intimamente ligados: obter Receita Pública, criar o Crédito Público, gerir o Orçamento Público e despender Recursos.Nessa toada, embora não esteja completa, a melhor alternativa é a C.

--- A maneira pela qual o Estado intervém no processo econômico é dependente da série de instrumentos que este dispõe, de forma a financiar as suas atividades.

Tenha em mente, portanto, que a atividade financeira do Estado consiste em obter, criar, gerir e despender o dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu ou cometeu a outras pessoas de direito público.

Assim, podemos “destrinchar” essa ideia em 3 partes:

1 - O Estado, na realização da atividade financeira, tem como objetivo obter recursos (RECEITA PÚBLICA) para poder despendê-los (DESPESA PÚBLICA) na aplicação de seus fins.

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2 - Além disso, nem sempre os recursos obtidos são suficientes, por isso o Estado precisa criá-los (CRÉDITO PÚBLICO) para que os mesmos sejam capazes de atender todos os dispêndios.

3 - Por fim, toda essa atividade deve ser gerenciada (ORÇAMENTO PÚBLICO).

03) (FCC/TCE-PR/ANALISTA/2012) Quanto à definição de Finanças Públicas, considere:

I. É ciência que estuda as atividades fiscais e não fiscais dos poderes públicos na sua aplicação a empreendimentos de caráter público e privado.

II. É atividade desempenhada pelos poderes públicos na obtenção de recursos para o cumprimento de suas finalidades.

III. É atividade desempenhada pelos poderes públicos na aplicação de recursos para o cumprimento de suas finalidades.

Está correto o que se afirma APENAS em A) I. B) II. C) III. D) I e III. E) II e III. Comentários

Questão fácil, mas com uma pegadinha mortal para os desatentos. Alguém já viu a pegadinha?

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A pegadinha está no item I, já que Finanças Públicas é ciência que estuda as atividades fiscais e não fiscais dos poderes públicos na sua aplicação a empreendimentos de caráter público ( e não privado). Os demais itens (II e III) estão corretos!

04) (CESPE/PGE-AL/Procurador/2008) O direito financeiro cuida a) da despesa feita pela administração pública, sendo que a receita arrecadada fica a cargo do direito tributário.

b) da receita, da despesa e do orçamento público e privado. c) de regulamentar a instituição de tributos.

d) do orçamento, do crédito, da receita e da despesa no âmbito da administração pública.

e) tão somente da receita e da despesa públicas. Comentários

Essa questão exigiu que o candidato soubesse apenas o objeto de estudo do direito financeiro, que, como sabemos é orçamento, o crédito, a receita e a despesa no âmbito da administração pública, como dito na alternativa D.

As demais alternativas estão erradas, veja:

a) A receita arrecadada fica a cargo do Direito Financeiro, enquanto cabe ao Direito tributário regulamentar a instituição dos tributos. b) Aqui acertou ao falar da receita, da despesa e do orçamento público, mas esqueceu do crédito público e colocou indevidamente a palavra” privado”, transformando a alternativa de incompleta em errada.

c) Quem regulamenta a instituição de tributos é o Direito Tributário. e) O erro é falar em somente da receita e da despesa públicas, já que temos crédito público e orçamento também.

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A ideia é que, na presença de uma falha de mercado, não há alternativa senão a intervenção governamental, no sentido de evitar ou minimizar a perda de eficiência decorrente dessa situação.

Já sabemos que, tecnicamente falando, as falhas de mercado relacionadas pela Teoria Econômica são as seguintes:

1) Imperfeições na Concorrência; 2) Mercados Incompletos;

3) Assimetria de Informações; 4) Externalidades;

5) Existência de Bens Públicos.

Segundo a classificação de Richard Musgrave sobre as funções do setor público (Estado), em economias de mercado, existem 3 funções precípuas exercidas pelo Estado comentadas a seguir.

A função alocativa do setor público está relacionada às ações empreendidas no fornecimento de bens e serviços não disponibilizados pela economia de mercado.

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Neste sentido, o setor público disponibiliza bens e serviços para consumo coletivo e não exclusivo a esta ou aquela faixa da população. Em referência, cita-se como exemplo de bens públicos a segurança. A ideia básica da função alocativa é de o setor público atuar onde a iniciativa privada sozinha não consegue ou não tem interesse de atuar. 05) (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017) Os Jogos Olímpicos transformaram o Rio de Janeiro, avalia o jornalista suíço Jean-Jacques Fontaine, que lançou recentemente o livro Rio de Janeiro e os Jogos Olímpicos, uma cidade reinventada. Para o jornalista suíço, foram os Jogos que permitiram investimentos importantes na mobilidade urbana, na segurança, na saúde e na educação. Entre os projetos alavancados incluem-se a construção de quatro corredores de BRT e a expansão do metrô, embora tais projetos existissem desde a década de 60 do século XX; o crescimento das unidades de polícia pacificadora (UPPs), apesar de agora a política de segurança estar em declínio; e a ampla reforma urbana na região portuária, que, no entanto, ainda não conseguiu decolar a maior parte dos investimentos imobiliários previstos no Porto Maravilha. Valor Econômico, 26/7/16. Internet:

<http://www.valor.com.br> (com adaptações).

Considerando as informações apresentadas, julgue o item a seguir, acerca das funções econômicas do Estado e de suas formas de atuação.

Por meio da implantação de UPPs em comunidades carentes dominadas pelo crime organizado, o Estado atuou no âmbito de sua função alocativa, garantindo a oferta do bem público segurança.

Comentários

Verdade! Via sua função alocativa o Estado realizou a oferta do bem público segurança que, no caso das UPPs, foca nas comunidades carentes dominadas pelo crime organizado.

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06) (CESPE/FUB/ADMINISTRADOR/2015) Acerca do orçamento público, julgue os itens subsecutivos.

O bem público resultante da função alocativa do orçamento caracteriza-se pela rivalidade em caracteriza-seu consumo e pela não exclusão do consumidor no caso de não pagamento.

Comentários

Os bens públicos são oferecidos pelo e não estão sujeitos ao Princípio da Exclusão, já que quem não paga também consome. Podemos dizer também que um bem público tem como característica ter um consumo dito “não rival”, ou seja, o consumo de um cidadão não impede o consumo do mesmo bem por outras pessoas. Na verdade, todo mundo aproveita a produção de bens públicos, mas em escalas diferentes.

07) (FCC/TCM-RJ/AUDITOR/2015) A função desenvolvida pelo Estado com o objetivo de assegurar o ajustamento necessário na apropriação de recursos na economia, visando a correção das imperfeições inerentes à própria lógica de mercado, denomina-se função a) normativa. b) distributiva. c) estabilizadora. d) administrativa. e) alocativa. Comentários

Bela descrição da função alocativa feita pela FCC.

--- Por sua vez, a função distributiva refere-se às ações de caráter redistributivo efetuadas por meio de medidas de transferência que o Estado executa em favor dos segmentos menos favorecidos na sociedade.

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Ressalta-se, como exemplo, a implementação de estrutura tributária progressiva cujos valores arrecadados de impostos dos possuidores de riqueza sejam transferidos para pessoas de baixa renda, através da oferta de educação e saúde de qualidade.

A alocação do gasto público voltado para atender segmentos da população de menor poder aquisitivo constitui uma forma indireta de distribuir renda. Nesse sentido, o programa bolsa família talvez seja o exemplo mais emblemático da função distributiva (estilo Robin Wood), uma vez que o governo transfere para os mais pobres os valores arrecadados de toda a sociedade de acordo com a capacidade contributiva de cada um.

08) (CESPE/TCE-PR/AUDITOR/2016) A função do orçamento público que visa melhorar a posição de algumas pessoas em detrimento de outras e, com isso, corrigir falhas do mercado é denominada função a) controladora. b) alocativa. c) distributiva. d) estabilizadora. e) econômica. Comentários

A função distributiva consiste em intervir na economia para tornar a sociedade menos desigual em todos os seus aspectos, tanto em relação à renda quanto no que diz respeito ao acesso a bens e serviços públicos e aos benefícios gerais da vida em sociedade.

---

A terceira ação econômica do setor público se dá no âmbito da função estabilizadora realizada pelo setor público, expressa por ações de intervenção na economia no intuito de contribuir para seu melhor funcionamento.

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Destacam-se, por exemplo, as intervenções voltadas à redução da inflação, bem como ações destinadas ao combate do desemprego em determinado setor produtivo.

09) (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Com relação à economia do setor público, julgue o item que se segue.

Entre as funções governamentais estabelecidas por meio da política fiscal inclui-se a função estabilizadora, a qual objetiva alterar o modo de distribuição da renda nacional.

Comentários

A assertiva está errada já que conceituou a função distributiva. A estabilizadora é aquela que foca em contribuir para o melhor funcionamento da economia.

10) (CESPE/FUB/ADMINISTRADOR/2015) Julgue:

O orçamento público possui três funções distintas que coexistem simultaneamente: alocativa, distributiva e estabilizadora.

Comentários

Para resolver esta questão, basta ter em mente, de modo bem resumido, as Funções Orçamentárias de Musgrave que são a Alocativa (aquela realizada por meio de ajustamentos na alocação de recursos), a Distributiva (que atua na redistribuição da renda) e a Estabilizadora (que visa garantir a estabilização econômica).

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11) (FGV/DPE-MT/ECONOMISTA/2015) Segundo muitos analistas, a economia brasileira apresentou um crescimento próximo de 0% em 2014. Aliado a uma taxa de inflação próxima de 6,5%, podemos dizer que a economia se encontra em um cenário de estagflação, mas ainda mantendo uma baixa taxa de desemprego. Nesse sentido, o governo não tem cumprido totalmente a sua função

a) alocativa, por meio da política fiscal.

b) distributiva, por meio da política monetária.

c) estabilizadora, por meio de uma combinação das políticas monetária e fiscal.

d) estabilizadora, por meio do melhor provimento de serviços públicos. e) alocativa, por meio da elevação das contribuições relativas a seguridade social.

Comentários

Numa lida do enunciado já podemos ver que estamos falando da função estabilizadora, aquela responsável manter a estabilidade do nível de preços, o que já elimina as alternativas, a, b e e.

Bem, a função estabilizadora normalmente é exercida pela combinação adequada das políticas monetária e fiscal.

--- Fora da mencionada classificação do velho Musgrave, há quem diga, e quem sabe não será o caso do seu examinador, que faz parte dos atributos sob responsabilidade do setor público, a função de crescimento econômico expressa pelas ações voltadas em fomentar investimentos, tanto públicos como privados, na economia.

Fala-se em exemplos, os investimentos públicos realizados em estradas e hidrelétricas sob sua responsabilidade, assim como a disponibilidade de financiamento subsidiado para o setor privado fazer investimentos em áreas consideradas prioritárias, mas que o velho Musgrave consideraria integrante da própria função alocativa.

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A política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a capacidade produtiva e despesas planejadas, com objetivo de permitir que a economia opere a pleno emprego, com baixas taxas de inflação e uma distribuição justa de renda.

12) (CESPE/ENAP/ADMINISTRADOR/2015) Julgue:

A função econômica do orçamento corresponde ao controle do fluxo financeiro gerado pelas entradas de recursos obtidos com a arrecadação da receita e pelos dispêndios gerados com as saídas de recursos para as despesas.

Comentários

Para resolver esta questão, basta ter em mente, de modo bem resumido, as Funções Orçamentárias de Musgrave que são a Alocativa (aquela realizada por meio de ajustamentos na alocação de recursos), a Distributiva (que atua na redistribuição da renda) e a Estabilizadora (que visa garantir a estabilização econômica).

Dito isso, quando o examinador fala em “função econômica” do orçamento, na verdade ele quis dizer que sob o aspecto econômico, o orçamento é um instrumento usado pelo governo para retirar recursos da sociedade, especialmente via tributação da renda, do patrimônio e do consumo, alocando-os em determinadas áreas da sociedade.

13) (FGV/DPE-RO/ANALISTA/2015) Em relação às funções do Estado, considere V para a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) ou F para a(s) falsa(s):

( ) Um candidato eleito que eleva os gastos com segurança pública, está exercendo a sua função alocativa.

( ) A implementação de um imposto sobre grandes fortunas e a redução daqueles cobrados sobre os extratos menores de renda estão relacionados à função distributiva.

( ) Políticas que reduzam os custos admissionais a fim de elevar o emprego estão relacionadas à função estabilizadora.

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a) V – V – V; b) V – V – F; c) F – V – V; d) F – F – V; e) F – F – F. Comentários

Vamos julgar, comentar e marcar a sequência correta.

I – Verdadeira. Segurança pública é um caso típico de função alocativa. II– Verdadeira. Sim. Belo exemplo de redistribuição de renda via tributação.

III – Verdadeira. Manter o nível de emprego faz parte da função estabilizadora.

14) (FCC/TCE-CE/ANALISTA/2015) Dentre as funções econômicas do governo, a função:

(A) alocativa prevê ajustamentos na alocação de recursos com vistas à maior eficiência na utilização dos recursos disponíveis na economia e refere-se à possibilidade de economias externas ou necessidades coletivas, como infraestrutura econômica.

(B) econômica moderadora do Estado atua por meio da expansiva criação de empresas estatais que substituem o setor privado quando o poder econômico deste último tende a violar os princípios de justiça social, no sentido de Pareto.

(C) distributiva do Estado, faz uso da política monetária para efetuar transferências de recursos entre contribuintes com diferentes níveis de conhecimento técnico e educacional, por serem estes os principais fatores condicionantes do sucesso econômico via mercado.

(D) estabilizadora faz uso das políticas fiscal e monetária para garantir o bom uso qualitativo dos recursos nacionais, direcionando o setor privado na produção de externalidades positivas e na mitigação daquelas de natureza danosa à eficiência econômica.

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(E) econômica normativa do governo, decorre diretamente da possibilidade de violação dos princípios da economia pública, como a desigualdade social e elevação da criminalidade, bem como o descontrole do gasto público em esferas subnacionais.

Comentários

De cara já vemos que as funções do Estado apresentadas pelas letras B e E não são as funções clássicas da Economia e, assim, não poderiam ser marcadas como certas.

Por sua vez, o erro da C guarda relação com o fato de que a função distributiva do estado faz uso da política fiscal (renúncia fiscal, tributos, transferências, subsídios, etc.) para garantir a distribuição equânime de recursos, e quem se preocupa com o bom uso qualitativo dos recursos, com as externalidades e a eficiência econômica é a função alocativa!

A D também é falsa pois a função estabilizadora usa as políticas fiscal e monetária para a manutenção da estabilidade econômica.

15) (ESAF/CGU/AFC) No tocante ao papel do Estado na atividade econômica, diz-se que o setor público deve cumprir, fundamentalmente, as três seguintes funções:

a) distributiva, fiscalizadora e alocativa b) distributiva, fiscalizadora e estabilizadora c) distributiva, alocativa e estabilizadora d) fiscalizadora, alocativa e estabilizadora e) fiscalizadora, normativa e estabilizadora

Comentários

Não admito que erre essa questão na sua prova! Embora o enunciado não tenha falado no velho Musgrave, estamos carecas de saber que essas funções são: distributiva, alocativa e estabilizadora.

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Agora vou lhe apresentar um assunto que é muito cobrado em prova que é a evolução das despesas públicas.

Então você me pergunta: o Estado sempre precisou administrar um grande vulto de recursos públicos?

Aí meu amigo, para lhe responder, tenho que entrar no debate histórico sobre a intervenção do Governo, uma vez que o gasto público representa a aplicação de recursos no atendimento das necessidades coletivas, interessa saber se tal despesa está crescendo ao longo do tempo.

O Governo é visto na teoria econômica como um “local” de disputa entre os diversos atores sociais pela distribuição dos recursos.

Ao mesmo tempo, porém, que um maior gasto pode indicar o atendimento de uma maior gama de necessidades coletivas, pode também repercutir num crescimento da carga tributária, necessária para financiar tais despesas.

O crescimento dos gastos público como percentual do PIB tem sido uma tendência mundial. Alguns autores identificaram um ritmo de crescimento mais acentuado nos períodos de guerra (1914/1918 e 1939/1945), bem como uma manutenção dos níveis de gasto, mesmo após cessarem os conflitos.

A seguir relacionamos as principais teorias, cobradas em provas de concursos, que explicam o crescimento dos gastos públicos ao longo do tempo:

Adolpho Wagner (1880) – Lei de Wagner

Após observar series históricas de vários países, este autor enunciou a chamada “Lei de Wagner” ou Lei dos dispêndios públicos crescentes:

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“À medida que cresce o nível de renda nos países industrializados, o setor público cresce sempre a taxas mais elevadas, de tal forma que a participação relativa do Governo na economia cresce com o próprio ritmo de crescimento econômico do país”.

Segundo Wagner, o desenvolvimento das modernas sociedades industriais gera, por si só, pressões crescentes em favor de aumentos do gasto público. O processo de urbanização demanda mais gastos com educação, saúde, segurança pública, infraestrutura, etc.

Os fundamentos da Lei de Wagner são os seguintes:

1) O processo de industrialização é acompanhado do crescimento das funções administrativas e de segurança por parte do Governo;

2) O crescimento econômico (renda per capita) gera uma maior demanda por serviços essenciais como educação e saúde;

3) As mudanças tecnológicas que demandam elevados investimentos fazem surgir monopólios em determinados setores econômicos.

Peacock & Wiseman (1967)

Para essa dupla de autores, o crescimento do gasto público é muito mais função das possibilidades de obtenção de recursos do que da expansão dos fatores que explicam o crescimento da demanda pelos serviços produzidos pelo Governo.

Na verdade, o que limita, de fato, o crescimento das atividades do Governo é a possibilidade de expansão de sua oferta e esta, por sua vez, é limitada pelas possibilidades de incremento na carga tributária. Os indivíduos demandam cada vez mais os bens produzidos pelo Governo, mas relutam em aceitar aumentos na tributação (para financiar uma oferta maior de serviços públicos).

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Assim, a resistência aos aumentos na tributação é o que limita o crescimento dos gastos, apesar das demandas sociais.

Grandes perturbações de natureza política ou econômica – como as guerras, por exemplo – reduzem essa resistência. Essas perturbações causariam o chamado “efeito-translação” ou “efeito-deslocamento: fatores exógenos podem diminuir a resistência da população aos aumentos da carga tributária, de modo que essa se eleva, permitindo o crescimento do gasto público.

O novo padrão de gastos normalmente se mantém ou se reduz muito pouco quando cessam as perturbações”.

Peacock e Wiseman falam também do chamado “efeito-concentração”, segundo o qual há uma tendência a progressiva concentração das decisões nos níveis mais elevados do Governo, concomitantemente com a própria expansão da participação do setor público na economia. Musgrave (1969), Rostow (1974) e Herber (1979):

Para estes autores, há um padrão de crescimento dos gastos públicos associado ao nível de desenvolvimento social e econômico do pais, de forma que é possível identificar três períodos marcantes:

a) Pré industrial: em que ocorre a formação de capital público, com fortes investimentos estatais em áreas estratégicas;

b) De industrialização: em que se nota um menor envolvimento do setor público no processo de desenvolvimento econômico;

c) Pós industrial: em que se verifica um aumento da demanda por serviços sociais, exigindo maior presença do Estado.

Uma síntese de todas hipóteses teóricas leva a conclusão de que o crescimento das despesas públicas pode ser atribuído a múltiplos fatores (macro ou microeconômicos), cada qual com maior ou menor peso a depender do contexto histórico:

• Crescimento da Renda Nacional; • Crescimento da renda per capita;

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• Demanda dos indivíduos pelos bens públicos; • Capacidade do Governo de obter mais receitas; • Limites para a expansão da oferta de bens públicos; • Problemas ou distúrbios sociais, guerras, etc;

• Mudanças políticas;

• Pressão de grupos sociais organizados; • Desenvolvimento tecnológico;

• Gastos públicos em períodos anteriores, etc.

16) (CESPE/TRT10/ANALISTA/2013) Tendo em vista que o crescimento dos gastos públicos e o consequente aumento do peso do governo na economia tornam o planejamento da ação governamental cada vez mais importante, julgue o item subsequente, relativo à evolução do orçamento público e ao papel do Estado na economia. A alteração das preferências da sociedade é uma possível explicação para a mudança na forma de atuação do Estado na economia e a consequente expansão de suas funções.

Comentários

Esse item está correto. De início podemos ver que o enunciado da questão se encontra compatível com o que estamos apresentando em aula.

Vimos, inicialmente, o conceito da atividade financeira estatal e depois as razões para o crescimento das despesas públicas. Observamos, neste sentido, o aumento da participação do estado na Economia. Indo para a questão, observamos que, conforme os motivos elencados pelo velho Musgrave, as mudanças populacionais são razões para o crescimento da participação do estado na Economia. Ou seja, para o crescimento das despesas públicas.

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2. Dívida e Financiamento do Setor Público

Amigo(a), a Atividade Financeira do Estado existe para atender às necessidades de sua sociedade organizada.

Assim, o Estado, seja ele a União, Estados, DF ou Municípios é na verdade o sujeito, ou seja, todos os entes da Federação são titulares do dever de garantir a manutenção da estrutura administrativa estatal, de modo satisfazer as necessidades públicas usando para isso o s recursos públicos.

O bem comum, por meio do atendimento das necessidades públicas, como por exemplo da educação, saúde, segurança, alimentação, habitação, transporte, lazer, etc., é obrigação do Estado atender, como cansa a nossa CF/88 de reforçar.

E como obter dinheiro para suprir essas necessidades? Se financiando. E uma das fontes é o crédito público

O financiamento das atividades públicas é obtido por diversas fontes, tais como:

A arrecadação de receitas públicas;

Os empréstimos tomados pelo governo (crédito público); Os recursos transferidos por outra entidade; e

A emissão de moeda (senhoriagem).

Dentre as receitas públicas destaca-se a receita tributária já que, sem dúvida, essa á principal financiadora do Estado.

Mas aqui vale registrar que o Governo “recebe” também outras receitas como, por exemplo, do aluguel dos seus imóveis ou dos dividendos de estatais como a Petrobrás ou ainda de leilões e concessões como os realizados pela ANP – Agência Nacional do Petróleo na camada pré-sal.

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Já a fonte oriunda de recursos transferidos por outra entidade, vale dizer que é mais usual para os Estados e Municípios que realizam convênios com a União para aplicarem recursos em determinada obra ou Programa de Governo.

Um dos princípios orçamentários mais significativos é o Princípio do equilíbrio, que visa dar transparência maior à obtenção de recursos, ou seja, o orçamento sempre deve estar equilibrado, uma vez que se trata de uma demonstração contábil.

Dispositivos constitucionais contidos no art. 166, § 3°, II, da Constituição Federal tratam da necessidade de se indicar os recursos disponíveis para o atendimento às emendas ao projeto de lei orçamentária ou aos projetos que a modifiquem, de forma a manter o equilíbrio entre receitas e despesas.

Apesar de equilibrado, o orçamento pode ser deficitário, o que significa que contém autorizações de despesas acima dos recursos previstos, estabelecendo modalidades de financiamento do déficit.

A Constituição Federal prevê a contratação de operações de crédito para a cobertura do excesso de gastos em relação à receita primária. Contudo, não há sentido em orçamento superavitário, uma vez que significaria exigência, à sociedade, de contribuição financeira sem justificativa.

A gestão fiscal visando o equilíbrio orçamentário apoia-se no seguinte:

Receita Pública: representa os ingressos de recursos que entrarão para os cofres públicos, servindo para financiar as atividades estatais; Despesa Pública: representa a aplicação desses recursos, ou seja, de que forma o Governo irá gastar os recursos arrecadados, obtidos junto a sociedade, quando estiver executando suas ações;

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A Dívida Pública: representa os compromissos assumidos pelo Governo no passado, perante a sociedade, e que deverão ser de alguma forma financiados pela obtenção de novos recursos no futuro.

E o Orçamento Público: que vai permitir ao Governo controlar seus fluxos de receita e de despesa, com impactos sobre o montante da dívida pública.

O Setor Público corresponde à presença o Governo nas três esferas: a União, os Estados e o Distrito Federal, e os Municípios, bem como os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

Já estamos carecas de saber que o Governo interfere na economia por meio da Tributação (T) e dos Gastos Públicos (G).

Vale destacar que não devem ser considerados aqui gastos com pagamento de juros ou correção monetária. Aqui somente os gastos “não-financeiros”, ou seja, gastos com a compra de bens e serviços são considerados.

Fazendo-se um encontro de contas, ou seja, considerando o que o Governo cobra da sociedade por meio da Tributação (T) em comparação com o seu retorno por meio dos Gastos Públicos (G), o Governo poderá apresentar, durante um determinado período de tempo, as seguintes situações:

1 - Se os Gastos Públicos forem superiores à Tributação (G > T) teremos o temido déficit fiscal;

2 – Por sua vez, se os Gastos Públicos forem no mesmo montante da Tributação (G = T) teremos o equilíbrio no orçamento público (é o famoso zero a zero);

3 – Mas se os Gastos Públicos forem inferiores à Tributação (G < T) teremos tão desejado superávit fiscal.

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Pois bem, vistos os conceitos acima que serão muito úteis na aula de hoje, vamos agora ao conceito do que vem a ser Déficit Público! Preciso dizer que Déficit Público é o nome que se dá para a situação em que o valor total das despesas públicas é maior que valor total das receitas públicas.

17) (CESPE/FUNPRESP/ANALISTA/2016) Conforme números divulgados pelo Banco Central, nos últimos dois anos o resultado fiscal do setor público foi deficitário, o que resultou no aumento da dívida pública em termos de percentual do PIB. Julgue o item a seguir, com relação à dívida pública e à necessidade de financiamento do governo.

O déficit do governo pode ser medido pela variação da dívida pública. Comentários

Verdade! Esse inclusive é o método oficial usado pelo BACEN para medir o resultado do Governo!

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Embora essa conceituação do déficit público em termo de diferença entre as receitas e despesas de setor público seja de definição simples e de fácil compreensão, ela também pode ser elaborada de modo mais aprofundado, por meio da inclusão de diversos componentes do processo orçamentário que são indispensáveis para a determinação das causas do déficit, permitindo uma avaliação mais apurada da política fiscal de um Governo.

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Desse modo, “embutidos” na definição de déficit, temos certos fatores que aparentemente estavam "escondidos":

1 - os métodos de financiamentos utilizados;

2 - a contribuição de déficits passados para o atual déficit; 3 - o impacto das dívidas interna e externa sobre o déficit; 4 - a necessidade de emissão de moeda;

5 - o efeito da inflação sobre a receita e os gastos do governo; 6 - o efeito de variações nas taxas de juros;

7 - a cobrança de imposto inflacionário;

8 - a existência de erros e omissões nas contas governamentais;

Como podemos ver, o déficit público (também chamado de governamental) engloba diversas características do processo orçamentário, cuja análise é fundamental para a determinação das causas do “rombo”.

18) (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) Com relação aos conceitos de contabilidade fiscal, julgue o próximo item.

O Tesouro Nacional aplica a metodologia “abaixo da linha” para obter o resultado fiscal decorrente das diferentes rubricas de despesas e receitas dos órgãos do governo.

Comentários

O chamado método “abaixo da linha” é aquele calcula o resultado fiscal por meio da variação da dívida.

O Tesouro Nacional usa o método “acima da linha” para calcular o resultado fiscal por meio das diferentes rubricas de receitas e despesas do setor público.

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Alguns desses fatores são: a contribuição do déficit passado para o atual, o efeito da inflação sobre a receita e despesa do governo e o efeito da variação das taxas de juros.

A partir dos fatores mencionados acima, é possível chegar aos outros conceitos de déficit, derivados do público, como por exemplo:

Resultado (Superávit ou Déficit) Primário: representa a origem e a fonte de realimentação do déficit público, e, consequentemente, da dívida pública, desconsiderando seus respectivos juros.

É o resultado das contas públicas que inclui o Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, além de constituir o melhor método de avaliação do impacto da política fiscal.

De modo simplificado, podemos dizer que o déficit primário (também chamado de déficit fiscal) ocorre quando os gastos do governo superam a arrecadação de tributos no período considerado. É muito comum ouvirmos nos noticiários a respeito da meta de superávit primário do Governo. É verdade, o Governo tenta de todo modo gerar o tal superávit primário, ou seja, ter um valor maior de arrecadação de tributos do que seus gastos (excetos juros) justamente para pagar os juros dos seus credores (aqueles que compraram seus títulos públicos tipo Tesouro Direto, por exemplo).

Podemos concluir, portanto, que uma situação de déficit primário é muito grave, é como se você tivesse uma dívida com um Banco X, mas gastasse todo o seu salário sem conseguir pagar nada ao Banco X. A consequência é o aumento da dívida, como uma bola de neve.

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19) (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017)

necessidade de financiamento

do setor público (%PIB)

Fonte: BCB. Elaboração: STN (com adaptações).

evolução recente do resultado primário e de juros nominais (%PIB)

Fonte: BCB. Elaboração: STN (com adaptações).

Os gráficos precedentes apresentam, como percentual do produto interno bruto (PIB), a evolução das necessidades de financiamento do setor público (NFSP), do resultado primário e da despesa com juros, conforme apuração do Banco Central do Brasil. A partir dessas informações e dos conceitos de contabilidade fiscal, julgue o item seguinte.

Os resultados primários, deficitários em 2014 e 2015, foram impactados pelo aumento da despesa com os juros incidentes sobre a dívida pública, que se elevaram por força de uma política monetária contracionista.

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Comentários

Guarde que o resultado primário EXCLUI do seu cálculo, os valores relativos às despesas e receitas financeiras, ou seja, não computa os valores incorridos a título de juros.

Desse modo, podemos ver que, na verdade, os resultados primários deficitários em 2014 e 2015 decorrem do fato de que o setor público acabou gastando mais do que arrecadou, mesmo sem contar com as despesas de juros que incidem sobre o saldo da dívida pública.

20) (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017) Com base nos dados da questão anterior, julgue a assertiva abaixo:

A evolução das NFSP mostra como o efeito combinado dos juros nominais e do resultado primário foram relevantes para explicar o aumento da dívida líquida do setor público verificado em 2015.

Comentários

Isso mesmo! Já que resultado primário EXCLUI do seu cálculo, os valores relativos às despesas e receitas financeiras, ou seja, não computa os valores incorridos a título de juros, quando somamos os juros, temos um déficit ainda maior e, consequentemente, aumentamos ainda mais o saldo da dívida líquida pública.

--- Vamos ver agora outra “modalidade” de déficit: o déficit nominal. Resultado (Superávit ou Déficit) Nominal: representa a diferença entre as receitas de despesas públicas, em especial a parcela referente aos juros nominais incidentes sobre a dívida interna e externa.

É também obtido por meio da soma dos incrementos da base monetária e do incremento da dívida interna e da dívida externa expressa em moeda nacional.

Quando se fala em déficit nominal ou total inclui-se mais uma despesa nas contas: o gasto do governo com as dívidas passadas. O Estado pode ter emitido dinheiro ou pegado empréstimo para pagá-las.

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No último caso, vendeu títulos da dívida pública a brasileiros ou estrangeiros, para quem precisa pagar juros.

Vale destacar que o déficit nominal é também chamado de Necessidades de Financiamento do Setor Público (NFSP), já que corresponde à quantidade de empréstimos a que o setor público precisa recorrer.

Resultado (Superávit ou Déficit) Operacional: consiste no deflacionamento dos valores monetários das variáveis orçamentárias e financeiras, bem como pelo cálculo dos juros por meio da taxa de juros real esperada para um determinado período.

Em outras palavras podemos dizer que o déficit operacional, do qual se ouve falar mais em tempos de inflação alta, inclui nos gastos o pagamento dos juros (juros reais, ou seja, descontada a inflação do período).

Isso porque, com o aumento de preços, a moeda nacional perde poder de compra. Em períodos de inflação elevada, pode ser que os juros pagos ao final do período sequer cubram essa perda.

Nesse caso limite, o governo sairá ganhando da transação, já que vai devolver menos poder de compra do que pegou emprestado. Sendo assim, os juros não podem entrar com sinal negativo nas suas contas. Por isso, o déficit operacional é, muitas vezes, considerado a medida mais adequada dos resultados do governo.

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21) (CESPE/FUNPRESP/ANALISTA/2016) Conforme números divulgados pelo Banco Central, nos últimos dois anos o resultado fiscal do setor público foi deficitário, o que resultou no aumento da dívida pública em termos de percentual do PIB. Julgue o item a seguir, com relação à dívida pública e à necessidade de financiamento do governo. O resultado operacional é o conceito fiscal mais amplo e representa a diferença, em determinado período, entre o fluxo agregado de receitas totais (inclusive de aplicações financeiras) e de despesas totais (inclusive despesas com juros).

Comentários

A assertiva está errada, já que conceituou o resultado nominal!

Repare que o resultado nominal é o mais amplo, já que apresenta a diferença entre as receitas e despesas TOTAIS, sem deduzir as despesas financeiras e correção monetária.

Guarde que o resultado operacional, por seu turno, é aquele que foca em eliminar o efeito inflacionário, retirando assim a correção monetária sobre o serviço da dívida.

--- O financiamento do déficit público

Para financiar o déficit, seja para qualquer conceito utilizado, o governo recorre a duas fontes de recursos: a emissão de moeda e a venda de títulos da dívida pública.

Emissão de moeda: ocorre através de criação de moeda pelo Banco Central para financiar dívida do Tesouro Nacional.

Este procedimento traz a vantagem de não gerar déficits futuros e não ter que elevar a taxa de juros. Porém, traz a desvantagem de gerar pressão inflacionária, em face da colocação de moeda em quantidade superior à necessidade da economia.

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Colocação de títulos da dívida pública: possibilita ao governo trocar título, ativo financeiro não-monetário, por moeda que está em circulação para financiar seu déficit. É O CRÉDITO PÚBLICO!

Este procedimento traz, também, vantagem e desvantagem.

Como vantagem, a venda de títulos públicos evita a ocorrência de pressões inflacionárias uma vez que não necessita recorrer à emissão de moeda.

Mas traz também desvantagem uma vez que a colocação de títulos públicos à disposição no mercado implica em oferecer taxas de juros atrativas, com impacto no total do endividamento e no custo do seu financiamento.

O importante é sabermos que tais procedimentos implicam em riscos e normalmente trazem consequências desastrosas para a economia. Vamos vê-las!

A persistente emissão de moeda como forma de enfrentar o déficit público estimula o processo inflacionário a perseguir trajetória ascendente, com riscos de ocorrência de hiperinflação.

Essa receita que o governo passa a obter com a emissão de moeda para pagar suas contas é chamada de receita de senhoriagem (vem de senhorio, ou melhor, de “signorage”). Se um desses 3 termos aparecer em sua prova não se assuste, é apenas o governo usando a sua maquininha de fabricar dinheiro.

22) (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017) No que se refere ao financiamento do déficit público no Brasil a partir da década de 80 do século passado e de sua relação com a inflação e o crescimento econômico, julgue o próximo item.

As receitas de senhoriagem, entre meados da década de 80 e da de 90 do século passado, contribuíram para o financiamento do déficit público, permitindo, em determinados períodos, a redução da dívida líquida como proporção do PIB.

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Comentários

A receita de senhoriagem é aquela que o governo consegue com a emissão de moeda para pagar suas contas. Na época da hiperinflação, essa receita foi decisiva para o financiamento do déficit público.

Acho que até aqui não temos dúvida.

A dificuldade da questão foi exigir o conhecimento de que em determinados períodos da década de 1980 tivemos redução da dívida líquida como proporção do PIB, também em decorrência do efeito provocado pela receita de senhoriagem que é verdadeiro.

--- Nesta situação, a taxa de inflação, chega a superar dois dígitos mensais, provoca sérios danos na estrutura produtiva, dentre os quais a perda do valor da moeda nacional, e sua consequente substituição como meio de troca.

O exemplo clássico é a inflação da Alemanha no ano de 1923, quando em janeiro 1 dólar valia 18 mil marcos e no final do ano, em novembro, a cotação passou a ser 1 dólar por 4,2 trilhões de marcos e as mercadorias passaram a ser trocadas por outras mercadorias, já que a moeda não valida mais nada.

Em menor escala, vivemos situação com alguma semelhança no Brasil até a implantação do Plano Real.

Por outro lado, o forte financiamento do déficit público, a partir da colocação de títulos, pode chegar numa situação em que o montante de títulos atinge um valor tão expressivo, que exige cada vez mais taxas de juros elevadas para atrair o credor privado, neste quadro, gerando dúvidas sobre a capacidade do governo honrar os seus compromissos e impulsionam cada vez mais a elevação da taxa de juros, com impacto sobre o serviço da dívida pública (amortização e juros). É um ciclo vicioso, pois a dívida cresce porque a taxa de juros sobre e esta taxa de juros sobe porque a dívida cresce.

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No Brasil temos como exemplo, o crescimento da dívida interna no final do ano 1989 sob governo José Sarney, cuja taxa de juros elevada era a única forma de manter os credores adquirindo títulos do governo, levando, posteriormente o governo Collor de Mello, no início de 1990, a bloquear os ativos financeiros por 18 meses.

Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP)

Mas o que vem a ser isso?

De modo bem simples, podemos dizer que a NFSP representa a necessidade do setor público em se financiar por meio de dívida. Importante deixar registrado que o crédito público é regulado na CF/88, especialmente no que tange à competência para legislar, fiscalizar, limite global e condições de operações de crédito público. Além da CF/88, alguns de seus aspectos são tratados em lei complementar, que traz definições precisas sobre vários aspectos envolvendo esse tipo de operação, e por Resolução do Senado Federal.

De modo bem simplório, podemos conceituar crédito público como sendo a operação de crédito em que o Estado toma emprestado ou empresta recursos, isto é, ocorre uma transferência de liquidez.

No artigo 21 da CF/88 é atribuída à União o papel de fiscalizadora das operações de crédito público, e o artigo 22 da CF/88 atribui à União a competência privativa para legislar sobre o assunto.

Na prática, a função de fiscalizar atribuída a União é exercida pelo Ministério da Fazenda, que tem essa competência amparada pelo artigo 32 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece que tal órgão verificará o cumprimento dos limites e condições relativos à realização de operações de crédito de cada ente da Federação.

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Nessa toada, os entes da Federação devem encaminhar seus pleitos fundamentados técnico e juridicamente, demonstrando o interesse social e econômico, a existência de autorização prévia em lei orçamentária, inclusão no orçamento recursos e observância dos limites e condições fixados pelo Senado.

A CF/88, em seu artigo 32, estabelece que compete privativamente ao Senado Federal:

“V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI – fixar por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII – dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal”;

Resta claro que o Senado deve dar o aval para serem realizados os contratos de créditos envolvendo entidades externas, e deve fixar até que ponto o Poder Executivo pode comprometer o orçamento com o pagamento de dívidas e juros e as condições sob as quais serão realizadas essas operações de crédito.

Atendendo essa demanda, nosso Senado Federal editou em 2007, a Resolução Nº 48 que estabelece os limites globais para operações de crédito e concessão de garantia nessas operações.

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O art. 6° dessa Resolução, refere ao limite estabelecido no art. 167, inciso III, da CF/88, de que as operações de créditos não devem exceder o montante das despesas de capital, com exceção dos créditos suplementares ou especiais.

Essa Resolução fixa como critério de verificação desse limite, o previsto no art. 32, § 3° da Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece que nas despesas de capital não serão computados os empréstimos e financiamentos com o intuito de promover incentivo fiscal para fins de fixação do limite das operações de crédito.

A Lei de Responsabilidade Fiscal, esclarece o que é dívida consolidada, de acordo com seu art. 29, inciso I:

“Dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumida em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados ou da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses”.

Vale destacar que a dívida consolidada ou fundada tem prazo de amortização superior a doze meses, com exceção das autorizações de operações de crédito feitas no orçamento e os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento que tiverem sido incluídos. A LRF também conceitua operação de crédito no art. 29, inciso III: “Operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros”.

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Assim, o legislador regulou amplamente às operações de créditos, incluindo toda a conceituação jurídica, visando dar o máximo de segurança, controle, transparência e limite nesse tipo de procedimento. Nota-se claramente a preocupação do legislador em impor limites aos governantes no uso desse meio de obter recursos para o financiamento dos serviços e obras públicas. Fixaram-se critérios legais que devem ser obrigatoriamente atendidos para que esses recursos sejam considerados regulares.

Também restou claro que a norma jurídica cuidou de estabelecer definições técnicas sobre o assunto para não deixar na discricionariedade dos administradores sua conceituação. Com isso deu-se segurança a operacionalização desse instituto.

23) (FCC/SEFAZ-PI/ANALISTA/2015) A fixação dos limites globais para o montante da dívida consolidada dos entes federativos, o que inclui o Estado do Piauí, compete

a) à Secretaria do Tesouro Nacional. b) aos Tribunais de Contas.

c) ao Congresso Nacional. d) ao Senado Federal.

e) à Câmara dos Deputados. Comentários

Trata-se de competência é privativa do Senado Federal e não do Congresso Nacional, como dispõe o inciso VI do artigo 52 da CF/88. Confira com grifos nossos:

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VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais

para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”;

24) (FCC/TCE-RO/AUDITOR-SUBST.-CONSELHEIRO/2010) Os Estados, Distrito Federal e Municípios podem adquirir empréstimos públicos mediante emissão de títulos. Dispor sobre os limites globais e condições para que estes empréstimos aconteçam é competência

a) comum dos entes federados envolvidos, mediante lei complementar. b) exclusiva da Assembleia Legislativa, Câmara Legislativa ou Câmara Municipal, mediante decreto legislativo.

c) exclusiva do Chefe do Poder Executivo, mediante decreto. d) exclusiva do Senado Federal, mediante resolução.

e) privativa do Congresso Nacional, mediante decreto legislativo. Comentários

Essa competência é privativa do Senado Federal e não do Congresso Nacional, como dispõe o inciso VII do artigo 52 da CF/88. Confira com grifos nossos:

“Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;

ATENÇÃO

Repare que a FCC considerou nesse caso a competência como sendo exclusiva embora expressamente na CF apareça como privativa. Lembrando que para a Doutrina essa competência é exclusiva e indelegável.

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Nessa toada, a NFSP também é chamada de déficit nominal ou resultado nominal, e corresponde à variação nominal dos saldos da dívida interna líquida, mais os fluxos externos efetivos, convertidos para reais pela taxa média de câmbio de compra.

De acordo com a definição oficial apresentada pelo Banco Central temos as seguintes conceituações:

NFSP – Conceito nominal: calculada a partir da variação mensal da Dívida Fiscal Líquida (DFL).

NFSP – Conceito operacional: conceito nominal excluída a atualização monetária incidente sobre a DLSP (para o cálculo da atualização monetária mensal, utiliza-se como deflator o IGP-DI centrado ao final do mês –média geométrica do IGP-DI do mês e do mês subsequente).

NFSP – Conceito primário: conceito nominal excluídas as despesas de juros nominais incidentes sobre a DLSP, calculadas pelo critério de competência, e incluídas as receitas de juros relativas às reservas internacionais (utiliza-se a taxa média de câmbio de compra para converter os valores expressos em dólares para reais).

NFSP – Juros reais: representa a diferença entre os encargos financeiros totais (juros nominais) e a parcela de atualização monetária no mês.

25) (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017) No que se refere ao financiamento do déficit público no Brasil a partir da década de 80 do século passado e de sua relação com a inflação e o crescimento econômico, julgue o próximo item.

No Brasil, a inflação elevada da década de 80 do século passado ampliou as necessidades operacionais de financiamento do setor público, uma vez que as receitas tributárias eram estabelecidas em termos nominais e as despesas possuíam sofisticada estrutura de indexação.

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Comentários

Na verdade, ocorria justamente o inverso do que diz a assertiva! O governo usava indexadores (como a UFIR – Unidade Fiscal de Referência) para fazer com que as receitas tributárias fossem atualizadas pela inflação, e, por outro lado, as despesas “possuíam certa rigidez nominal” de modo que certos atrasos de pagamento geravam ganhos reais para o Governo em virtude da não correção dessas despesas em muitas situações.

--- Conceitos de Dívida Pública do Brasil

Amigo(a), vamos ver agora uma síntese dos conceitos relevantes sobre dívida pública no Brasil a partir das definições adotadas pelo Banco Central do Brasil e Secretaria do Tesouro Nacional.

Dívida Pública Bruta: Dívida do setor público não-financeiro e do Banco Central com o sistema financeiro (público e privado), o setor privado não-financeiro e o resto do mundo.

Dívida Pública Líquida: Dívida Pública Bruta menos a soma dos créditos do setor público não-financeiro e do Banco Central. Deve-se mencionar ainda que, diferentemente de outros países, o conceito de dívida líquida utilizado no Brasil considera os ativos e passivos financeiros do Banco Central, incluindo, dessa forma, a base monetária. Dívida Pública Mobiliária do Governo Federal (DPMF): Total dos títulos públicos federais fora do Banco Central. Inclui, além dos títulos de emissão do Tesouro Nacional, os títulos de emissão do Banco Central. Como se trata de dívida consolidada, os títulos de emissão do Tesouro Nacional pertencentes à carteira do Banco Central não entram.

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Dívida Pública Mobiliária do Governo Federal Interna (DPMFi):Total dos títulos públicos federais fora do Banco Central em poder do público. Inclui, além dos títulos de emissão do Tesouro Nacional, os títulos de emissão do Banco Central.

Dívida Mobiliária dos Governos Estaduais e Municipais: Total dos títulos emitidos pelos tesouros desses entes da Federação.

Dívida Externa Bruta: Soma da dívida externa bruta do setor público não-financeiro, das 3 esferas de Governo, e do Banco Central.

Dívida Externa Líquida: Dívida Externa Bruta menos as aplicações em moeda estrangeira. Como o Banco Central está incluído, as reservas internacionais do Banco Central também são consideradas como aplicações e, portanto, deduzidas do total.

Dívida Mobiliária Externa: Dívida Reestruturada (Bradies) mais Dívida Soberana (Títulos de emissão Voluntária).

Dívida Contratual Externa: BID/BIRD, Clube de Paris e Agências Governamentais.

Dívida Pública Federal: DPMFi + Dívida Mobiliária Externa + Dívida Contratual Externa

Referências

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