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PNV 330. Família. As alternativas de Jesus e do evangelho de Marcos. Pe. Evaristo Villar Nancy Cardoso Pereira. São Leopoldo/RS

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PNV 330

Família

As alternativas de Jesus

e do evangelho de Marcos

Pe. Evaristo Villar

Nancy Cardoso Pereira

São Leopoldo/RS

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© Centro de Estudos Bíblicos

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Série: A Palavra na Vida – Nº 330 – 2015

Título: Família – As alternativas de Jesus e do evangelho de Marcos Capa: Artur Nunes

Revisão: Isaque Gomes Correa Editoração: Rafael Tarcísio Forneck ISBN: 978-85-7733-242-7

Evaristo villar é padre claretiano. Teólogo e porta-voz da Rede Cristiana,

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Sumário

Introdução ... 5

Jesus e sua família nos evangelhos: Uma relação conflituosa e de superação ... 8

1  O conflito na família de Jesus ... 8

2 Apontando diretamente às causas ... 11

3 A alternativa de Jesus ou a família Dei ... 13

Aproximação à Alternativa de Jesus segundo o Evangelho de Marcos 15 Novos modos de ser família no Evangelho de Marcos ... 22

1 “Primo” não é parente? ... 22

2 Pescadores que são irmãos? Irmãos que são pescadores? ... 24

3 A sogra de Pedro é mãe de quem?... 25

4  Discípulos: filhos de... irmãos de... (Marcos 3, 14-19) ... 26

5 A família de Jesus (Marcos 3, 31-35) ... 27

6  Não é este o filho de Maria? (Marcos 6, 1-6)... 28

7 Nenhum pai (Marcos 10, 23-31) ... 29

Sobre o Evangelho de Marcos: algumas informações ... 30

Data, local e comunidade onde surgiu ... 30

Marcos e os outros Evangelhos ... 31

Novos modos de ser gente, família e sociedade ... 32

A Boa Nova do Reino se encarna numa convivência humana ... 34

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Introdução

Pensar a família a partir da Páscoa! Pensar a sociedade a partir dos pés e das mãos!

Eis a proposta do Pe. Evaristo Villar, que vive na Espanha com as comunidades eclesiais de base e é ativo nos movimentos sociais por justiça e fraternidade.

Villar encontra nos relatos da paixão, morte e ressurreição de Jesus uma família também ressurgida e reinventada a partir do enfrentamento dos poderes que levaram para a cruz. A família ampliada na forma das comunidades que acolhem e se oferecem como núcleos amorosos de con-viver: ser igreja.

A família de antes da Páscoa não pode ser idealizada nem tomada como modelo porque vai ser apresentada em meio a conflitos e incompre-ensão sobre a proposta de Jesus e sua vivência da missão: o que mais pro-fundamente vincula os seres humanos não é a origem, mas a participação no mesmo projeto.

É o projeto de fraternidade e de radical solidariedade que cria as condições para a comunidade de iguais e, também, a família de Jesus vai fazer este caminho: superar a família patriarcal (fechada, excludente e possessiva) baseada na propriedade de bens e pessoas, e afirmar novas 

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subjetividades e modos de convivência de autonomia e igualdade (abertos, inclusivos e de gratuidade).

Não há um modelo de família nos evangelhos para ser seguido hoje, mas um desafio de fazer novas todas as coisas – incluindo as nossas rela-ções familiares. É um desafio de inclusão e amor. Este volume da série A

Palavra na Vida quer ser uma oportunidade de estudo e conversa sobre a

família que somos e a família que podemos ser.

O segundo texto amplia esta discussão para uma visão radical da proposta de Jesus: uma sociedade alternativa e possível que surge da vida, práxis e mensagem do Evangelho. Para isso, vamos nos dedicar aos

mo-vimentos dos pés e às práticas subversivas das mãos que anunciam,

antecipam e realizam o Reino de Deus. Estas duas questões – família e sociedade – estão articuladas e precisam ser enfrentadas nas formas de organizar o poder, o acesso aos bens e os modos de partilha.

A partir das reflexões feitas na primeira parte deste livro e dos desa-fios apresentados pelo Pe. Evaristo Villar, apresentamos alguns roteiros de  leitura bíblica em comunidade.

Vamos apontar alguns textos e fazer a pergunta por esta presença au-sente: De que maneira as relações familiares são apresentadas? Qual o pa-pel/lugar dessas relações no desenvolvimento das narrativas do Evangelho? Estes são desafios pra nós no Brasil e na Espanha. Obrigada, Pe.  Villar.

Perguntas que animam este caderno:

a)  Que desafios e problemas sobre “a família” estão presentes em  nossa realidade?

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c) Como a leitura popular da Bíblia pode iluminar aspectos impor-tantes sobre o tema que não são considerados?

d) O debate sobre família é também o debate sobre a sociedade que temos e a sociedade que queremos ser: Como a reflexão apresen-tada aqui pode nos ajudar a responder, de forma crítica e criativa, a estes desafios?

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Jesus e sua família nos evangelhos:

Uma relação conflituosa e de superação

Evaristo Villar

Em geral, na cultura e na espiritualidade cristã domina o monolitis-mo referente à família. Fala-se da “família cristã” comonolitis-mo instituição unívoca que prolonga a família modelo de Jesus. Mas, à luz da exegese, a família de Jesus foi realmente exemplar?

1 O conflito na família de Jesus

Entre a singularidade do trabalho que fez e a baixa estima de seus conterrâneos devido a sua origem humilde, os três evangelhos sinópticos revelam a família nuclear de Jesus: “não é esse o carpinteiro (Mt 13, 55 diz “o filho do carpinteiro, e Lc 4, 22 do “filho de José”), o filho de Maria  e irmão de Tiago e José, de Judas e Simão? E suas irmãs não moram aqui conosco?”, (Mc 6, 3)1.

1  Não vou tratar neste trabalho sobre o tema da filiação de Jesus, da qual seus amigos  não parecem duvidar, nem do significado preciso do termo “irmãos” nos evange-lhos canônicos. Para o propósito que quero seguir, basta o conceito genérico de

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Como testemunha Lucas, no livro de Atos 1,14, parte desta famí-lia se encontra na nascente Igreja pós-Páscoa. Tiago, a quem se conhece como “irmão do Senhor” (Gl 1,9), presidiu a Igreja mãe em Jerusalém (At 15,13) e conjuntamente a Pedro e João, “deu a mão” a Paulo e Barnabé quando tiveram que acudir a Jerusalém para dar conta da sua pregação dentre os pagãos (Gl 2,9). Esse dado permanece também durante o século II na tradição extracanônica2.

Mas, contrariamente a essa aparente “harmonia familiar”, os evan-gelhos sinópticos, mais próximos ao tempo real de Jesus, oferecem algu-mas notícias sobre o comportamento da família de Jesus antes da Páscoa. E não são precisamente apologéticas. Refletem grandes tensões entre Jesus  e seus familiares. Uma relação nada cúmplice que vai desde o ceticismo que reflete o evangelho de João (“na verdade, nem mesmo os irmãos de  Jesus acreditavam nele”, Jo 7,5) até o conflito, como será visto em seguida.  O modo estranho com que Jesus se comportava acaba por romper com a harmonia da família, a qual chega a pensar que ele padece de “transtorno mental”. E, para salvar perante o povo a sua reputação, a família se sente na obrigação de confiná-lo.

A passagem que conta Marcos (Mc 3,21-31), seguido de Mateus e Lucas, é paradigmática. Jesus está na casa de Pedro e uma multidão des-contente com o sistema (não podiam nem comer) se agrupa em volta dele. Mas, “quando souberam disso, os parentes de Jesus foram segurá-lo, por-que eles mesmos estavam dizendo que Jesus havia ficado louco.”

A fama da família, em especial de Maria, sua mãe, está subentendi-da. “O filho sensato, como rezava o refrão popular, é alegria do pai, mas  o filho insensato entristece a mãe” (Pr 10,1). Em uma sociedade agrária  como aquela, o reconhecimento da mãe está no número e no valor de seus

2 Cf. O evangelho segundo Tomás, chamado “o quinto evangelho” 12, no Aurelio de

Santos Otero, Los Evangelios Apocrifos, BAC, 1988, p. 691; e o fragmento 6 do Evangelho dos Hebreus sistematizado por Antonio Pinheiro em Todos los

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filhos varões. No entanto, o fracasso destes traz também o fracasso da mãe.  Por essa razão tem vindo a mãe de Jesus e seus irmãos para levar ele de volta à harmonia familiar.

Entre a multidão, sentada em semicírculos aos pés de Jesus, al-guém fala pra ele: “Tua mãe e teus irmãos estão-te procurando lá fora”. Nem mesmo entram para não serem cúmplices de seus delírios. Jesus reage com uma pergunta: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” Com isto, fica claro que não é a origem e sim a participação no mesmo  projeto o que mais profundamente vincula os seres humanos. “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que se põem a caminho para fazer o que Deus almeja”. A participação no Reino de Deus, ele aponta, não se fun-damenta tanto no sangue ou na carne, representados na figura da mãe,  quanto no projeto de fraternidade que constitui as pessoas por igual em irmãs e irmãos.

Reforçando a passagem emblemática da casa de Pedro – porém agora sem a presença dos familiares diretos – encontra-se a narrativa exclusiva em Lucas em 11, 27-28. Para o povo cristão é notório que a tra-dição judaica não suporta de bom grado a transformação física e mental do povo que segue e escuta os discursos de Jesus. O poder oficial acusa  Jesus de profano pelas curas que pratica e, ao mesmo tempo, exige dele sinais do céu para acreditar na origem divina de seus poderes. Uma mu-lher, que é sua seguidora e conhece perfeitamente o bem-estar e a espe-rança que ele espalha nas multidões, grita olhando a Jesus: “feliz o ventre que te carregou e os seios que te amamentaram”. Jesus não desmentiu essa mulher, mas deixa claro que a felicidade dessa mãe afortunada não provém da vinculação natural com ele e sim da fidelidade de ambos no  projeto global de Deus: “Mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática”.

Referências

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