• Nenhum resultado encontrado

Relatório de Estágio Profissional "Aprender a Ser Professor: Um Processo de Reflexão Continua"

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Relatório de Estágio Profissional "Aprender a Ser Professor: Um Processo de Reflexão Continua""

Copied!
74
0
0

Texto

(1)

Aprender a Ser Professor: Um Processo de

Re-flexão Continua

Relatório de Estágio Profissional

Relatório de Estágio Profissional apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Por-to, com vista à obtenção do 2º Ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundá-rio ao abrigo do Decreto-Lei nº 74/2006 de 24 de março e do Decreto-Lei nº 43/2007 de 22 de fe-vereiro.

Orientador: Doutora Paula Maria Leite Queirós

Vasco Filipe Abreu Barbosa Porto, setembro de 2018

(2)
(3)

Ficha de Catalogação

Barbosa, V. F. A. (2018). Aprender a Ser Professor: Um Processo de Reflexão Continua: Relatório de Estágio Profissional. Porto: V. Barbosa. Relatório de Es-tágio Profissionalizante para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Edu-cação Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA,

ES-TUDANTE-ESTAGIÁRIO, DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL, CONTRO-LO DA TURMA.

(4)
(5)

Agradecimentos

Agradeço aos meus pais e ao meu irmão, por todo o apoio que me de-ram durante todo este caminho, acreditando sempre nas minhas capacidades e vontade de aprender sempre mais.

Aos meus amigos, por toda ajuda prestada tanto nos bons como nos maus momentos.

À minha namorada Elsa, pela força e paciência que teve desde sempre e por acreditar sempre em mim.

Ao professor orientador da Faculdade Tiago Sousa, que numa primeira fase mostrou sempre uma grande disponibilidade e que através dos seus co-nhecimentos ajudou-me a ultrapassar algumas dificuldades do processo de en-sino-aprendizagem.

À professora Paula Queirós, que nesta fase final me ajudou e orientou o meu Relatório de Estágio, garantindo que nada falhasse.

Ao professor cooperante Avelino Azevedo, que desde sempre prontifi-cou-se a ajudar e que através da sua experiência deu-me outra visão sobre a Escola, os Alunos e o Ensino.

Aos meus colegas de estágio, André e Catarina, por todo o apoio e aju-da neste caminho, pelas partilhas e aprendizagens viviaju-das, que me fizeram crescer enquanto Professor.

À Escola Secundária de Oliveira do Douro, por me terem recebido de braços abertos, contribuindo para a minha fácil integração.

Aos meus alunos, que foram a razão deste estágio e que me permitiram crescer enquanto pessoa e profissional.

(6)
(7)

Índice

Agradecimentos……….V Resumo………..IX Abstract………..XI 1. Introdução………..1 2. Dimensão Pessoal………...5 2.1. Percurso Pessoal………7 2.2. Expectativas………8 2.2.1. Expectativas Iniciais……….9

2.2.2. Expectativas sobre o Orientador/Supervisor………..10

2.2.3. Expectativas sobre a Escola / Núcleo de Estágio / Colegas de Profissão / Alunos………..10

2.2.4 Considerações Finais………..11

3. Enquadramento da Prática Profissional……….13

3.1. Macro Contexto……….15

3.1.1. Educação……….15

3.1.2. Desporto………...15

3.1.3. O Corpo Humano e a Necessidade de Movimento………...16

3.1.4. A Educação Física como Potencial Formativo e o Fenómeno Integrador………..17 3.2. Micro Contexto………..19 3.2.1. Estágio Profissional………19 3.2.1.1. Natureza e Regulamentação………...19 3.2.1.1. Finalidade………..19 3.2.1.3. Atividades………20 3.2.1.4. Estruturação………...21

(8)

3.2.2.1. Caracterização dos Recursos Humanos………...24

4. Realização da Prática Profissional………..……..27

4.1. Área 1: Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem………29

4.1.1 - O que fazer?………...30

4.1.2 - Como Fazer?………..30

4.1.2.1. Uma Igualdade Desigual………..32

4.1.3. Finalmente Fazer………33

4.1.3.1. Controlo da Turma……….36

4.1.3.2. Heterogeneidade………...40

4.1.3.3. O Modelo de Educação Desportiva………42

4.1.3.4. Avaliar o que foi feito……….44

4.2. Área 2: Participação na Escola e Relações com a Comunidade………….49

4.2.1. Corta-Mato Escolar……….50

4.3. Área 3: Desenvolvimento Profissional………..52

5. Considerações Finais………55

6. Referências Bibliográficas………59

(9)

Resumo

A elaboração deste documento, Relatório de Estágio, assumiu uma importância enorme, uma vez que me permitiu relatar, sustentado por autores de renome, tudo aquilo que foi vivenciado ao longo deste ano letivo (2009/2010), tendo sido uma longa jornada de formação inicial enquanto professor de Educação Física. De referir, que a Prática de Ensino Supervisionada realizou-se na Esco-la Secundária de Oliveira do Douro, sendo acompanhado pelo professor coo-perante e pelo orientador pertencente à Faculdade de Desporto da Universida-de do Porto. Relativamente à estrutura Universida-deste documento, este encontra-se di-vidido em quatro capítulos: introdução – é mencionado aquilo que irá ser abor-dado; dimensão pessoal – é retratado o meu percurso de vida, o meu entendi-mento acerca do estágio profissional e as minhas expectativas iniciais; enqua-dramento da prática profissional – é caracterizada a escola, o meio envolvente, as condições materiais e os alunos em que realizei o estágio; realização da prática profissional – subdividida em três áreas de desempenho (Área 1 - “Or-ganização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem”; a Área 2 – “Participação na Escola e Relações com a Comunidade”; a Área 3 – “Desenvolvimento Pro-fissional”); considerações finais – são apresentadas as ilações retiradas deste estágio e de perspetivas para o futuro.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA,

ES-TUDANTE-ESTAGIÁRIO, DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL, CONTRO-LO DA TURMA.

(10)
(11)

Abstract

The elaboration of this document, Practicum Report, configured a great impor-tance, since it allowed me to report, supported by renowned authors, all that was experienced throughout this school year (2009/2010), a long journey of training as pre-service Physical Education teacher. The Supervised Teaching held at the Oliveira do Douro middle school, and it was monitored by the Coo-perating Teacher and the Supervisor belonging to the Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. The structure of this document is divided into four chapters: introduction - mention of what will be treated; personal dimension - is pictured my life journey, my understanding about the internship and my initial expectations; framework of professional practice – is characterized the school, the environment, the material conditions and the students were I realized my practicum; achievement of professional practice - subdivided in three perfor-mance areas (Area 1 - "Organization and Management of Teaching and Lear-ning” ; Area 2 - "Participation in School and Relations with the Community "; Area 3 - "Professional Development"); Final considerations – which includes the conclusions of the internship and future perspectives.

KEYWORDS: PRACTICUM TRAINING, PHYSICAL EDUCATION,

(12)
(13)
(14)
(15)

O Relatório de Estágio Profissional foi elaborado no âmbito da unidade curricular do Estágio Profissional I e II, do 1º e 2º semestres respetivamente, conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Bá-sico e Secundário da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

O Estágio Profissional decorreu na Escola Secundária de Oliveira do Douro, na freguesia de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto. Pude contar com a presença de 2 colegas de estágio, bem como a orientação do Professor Coo-perante e do Orientador de Estágio, que foram fundamentais durante todo este processo de aprendizagem.

Durante o estágio tive a oportunidade de trabalhar com uma turma do 7º ano e foi sobre ela que decorreu toda a minha prática profissional. Pude ainda contar com a supervisão permanente do Professor Cooperante e do Orientador de Estágio, tendo este o objetivo de guiar o estudante-estagiário, de forma que ele seja capaz de aplicar todos os conhecimentos adquiridos e consequente-mente desenvolver-se a nível profissional.

O documento apresentado tem como propósito relatar de forma o mais fiel possível toda a prática profissional vivenciada, realçando os momentos mais relevantes e decisivos para o desenvolvimento do professor-estagiário.

O Relatório de EP encontra-se organizado segundo cinco capítulos: (1) Introdução, com uma breve descrição do trabalho realizado; (2) Dimensão Pes-soal, onde é apresentado o meu percurso de vida, o entendimento acerca da definição de Estágio Profissional e as minhas expectativas iniciais confrontan-do-as com a realidade presenciada; (3) Enquadramento da Prática Profissional, através contextualização do estabelecimento de ensino; (4) Realização da Prá-tica Profissional, organizado mediante as três áreas de desempenho (área 1 – organização e gestão do ensino e da aprendizagem; área 2 – participação na escola e relações com a comunidade; área 3 – desenvolvimento profissional), com realização de uma reflexão acerca de tudo o que foi idealizado, planeado, vivenciado e avaliado ao longo deste ano letivo. (5) Considerações Finais, na qual são divulgados os momentos mais importantes deste Estágio Profissional e, consequentemente, as conclusões acerca deste período de estágio.

(16)
(17)
(18)
(19)

2.1 Percurso Pessoal

Desde pequeno que me vejo ligado à atividade física. Troquei os brin-quedos e a televisão pelas brincadeiras da rua, troquei o conforto de casa pelo suor e sujidade que essas brincadeiras causavam. Era bastante irrequieto, ne-cessitava constantemente de estar ocupado, entretido, de evoluir. Talvez tal facto me tenha feito enveredar pelo desporto, uma vez que era das poucas coi-sas que me fazia sentir realizado. Assim não é de admirar que desde bastante cedo tenha começado a minha prática desportiva. Iniciei com o Andebol, no Fu-tebol Clube de Gaia, mas rapidamente me apercebi que não iria ser algo que me fizesse continuar tendo resolvido desta maneira optar pela minha grande paixão, o futebol. Joguei em clubes como o Canelas, Foz e Gulpilhares. Será que foi a melhor opção? Às vezes questiono-me sobre a validade desta deci-são, se outra escolha não me permitiria ter alcançado maior sucesso do que apenas uma breve passagem por escalões secundários e de nível distrital. No entanto, nestas idades as preocupações não são muitas e eu como miúdo que era guiei-me apenas pelas emoções e como me sentia feliz com aquilo que fa-zia, decidi continuar até aos dias de hoje.

Com a entrada para a faculdade, a minha situação mudou considera-velmente. Senti-me diferente, adulto. Agora existe um objetivo, uma meta, es-tando consciente que o caminho para lá chegar seria bem mais exigente de o que tinha sido feito até agora. Especializei-me em futebol, tive a sorte de aprender com os melhores e essa aprendizagem teve os seus frutos. Troquei a camisola de jogador pela braçadeira de treinador e aí realidade mudou. Treinei equipas como o Candal, Valadares e Gulpilhares. Confesso que pensava sentir mais falta dos tempos em que jogava, no entanto, o contacto com os mais no-vos e a sua evolução bastou para suprimir essa ausência. Estava numa nova etapa e foi nesse período que comecei a desenvolver o gosto pelo trabalho com os outros.

Eu sentia necessidade de mais, de conhecer novas pessoas, novas cul-turas, de poder desenvolver o meu trabalho fora da minha “área de conforto”.

(20)

Assim o fiz, tive a sorte de terminar o meu curso em São Paulo, no Brasil, mais precisamente na UNESP de Rio Claro. Foi uma experiência única, como nunca antes tinha tido. Durante os 6 meses de intercâmbio tive a oportunidade de treinar Futsal e participar em estudos com os mais novos. O contacto com ou-tros povos fez-me desenvolver bastante tanto profissionalmente como pesso-almente e as amizades deixadas permanecerão eternas. Pretendo um dia lá voltar, quem sabe num futuro bem próximo.

Terminada a licenciatura cabia-me mais uma importante decisão. Desta vez mais importante que todas as outras, uma vez que teria o peso de mudar o meu futuro. Havia chegado a altura de escolher que mestrado iria frequen-tar e consequentemente a minha área de especialização. Confesso que a deci-são não foi fácil, mas o gosto pelo trabalho com os outros, aliado ao facto de ser a única solução para poder dar aulas, levou-me a optar por esta vertente.

O Estágio Profissional é uma realidade distinta e nunca como até agora tinha sido confrontado desta maneira com o contexto escolar. É certo que não é a primeira vez que estou a dar aulas, mas nunca o tinha feito sozinho e com esta responsabilidade depositada nos meus ombros. Tenho a noção que não é algo que seja fácil, não é algo de imediato, mas sim que se adquire com o tempo e com a ajuda dos outros, através das suas experiências e daquela que eu mesmo vou conquistando. Só desta forma terei a capacidade para evoluir e caminhar neste árduo processo de desenvolvimento que é o “Ser Professor”.

2.2 Expectativas

“Eles não sabem nem sonham que o sonho comanda a vida” (António Gedeão. Pedra Filosofal )

Mais importante do que o conhecimento teórico, das metodologias mais recentes e das formas de planificação ideais, será possuir um espírito crítico acerca da própria intervenção pedagógica, tendo sempre em mente que um bom professor não é aquele que executa sempre todas as tarefas na perfeição, mas sim aquele que procura refletir acerca dos problemas que surgem ao

(21)

lon-go da atividade, procurando solucioná-los da melhor forma. Será a partir desse pressuposto, que uma reflexão crítica acerca do processo vivido pelo professor estagiário ao longo do Estágio Pedagógico assume uma pertinência extrema e uma profunda importância, na medida em que vai permitir ao mesmo tempo uma consciencialização de todos os momentos, positivos e negativos, vivenci-ados ao longo desta “caminhada”. Só assim é possível determinar o que efeti-vamente foi aprendido, quais as principais questões a ter em conta, quais os principais erros que não podem ser novamente cometidos, quais as estratégias aplicadas que permitirão um desenvolvimento mais positivo da relação profes-sor/aluno nas suas diferentes facetas, bem como determinar quais as próprias lacunas do pensamento inicial.

2.2.1 Expectativas iniciais

Finalmente, Estágio. Ansiedade, preocupação, curiosidade, três adjeti-vos que caracterizam o que sinto, que caracterizam sobretudo um pouco do que sou. Um sentimento de responsabilidade imenso e um pensamento de “se-rei capaz?”. Quatro anos de formação e informação que ironicamente pareceu tanto e tão pouco.

Agora sim, o contacto com a realidade escolar, os alunos, os professo-res, os funcionários, pôr em prática tudo o que se aprendeu, mas essencial-mente ter uma mínima noção de tudo aquilo que ainda está por aprender. As-sustador? Também! Era chegado o momento de me assumir como docente, um papel tão novo mas tão esperado, de certa forma um pequeno sonho que foi crescendo ao longo do tempo, cheio de direitos e muitos deveres, que espera-va sinceramente ser capaz de cumprir. Na verdade, eu sei que nem sempre querer é poder, que muitas vezes se quer e não se pode, mas aprendi com o tempo que a grande diferença está entre querer e acreditar que se pode.

(22)

2.2.2 Expectativas sobre o Orientador/Supervisor

A importância de saber quem seria o orientador e o supervisor foi, de facto, uma das normais preocupações. Saber quem são, como agem, como será a sua forma de encarar os novos professores estagiários, se nos irão aju-dar, acompanhar ou estar presentes unicamente para avaliar e julgar o nosso desempenho. Tal como o nome indica, um orientador é uma pessoa com o de-ver de orientar, auxiliar nos problemas, que critique de forma construtiva o nosso desempenho e que incentive, transmitindo alguns dos seus conhecimen-tos e experiências, com o objetivo de nos ajudar a tornar bons profissionais na arte de ensinar.

Numa primeira impressão acerca do orientador Avelino Azevedo, pare-ceu-me haver uma empatia inicial bastante boa, demonstrando-se sobretudo bastante humano e acessível, pondo-nos à vontade para qualquer situação que surja, sendo boa ou menos boa, realçando a importância das relações huma-nas dentro da escola, o saber estar com os professores, alunos e funcionários, fazendo da escola sobretudo um agradável local de trabalho.


2.2.3 Expectativas sobre a escola / Núcleo de estágio / Colegas de profissão / Alunos

No que respeita à escola e dando a minha opinião com base no que co-nheço, digo sinceramente que tive boas referências de anteriores professores estagiários. Sabia que a escola tinha qualidade em termos de condições e am-biente de trabalho, sendo este último aspeto uma mais-valia de qualquer es-cola e para qualquer estagiário. Esperava sobretudo corresponder da melhor forma possível a estas expectativas, aproveitando-as no sentido de me tornar melhor profissional.

Relativamente ao meu núcleo de estágio, as expectativas não poderiam ser melhores. São pessoas que conheço bastante bem e que admiro o trabalho e empenho ao longo dos quatro anos transatos. Tinha a perceção que faríamos um ótimo trabalho juntos, de forma coesa e respeitadora apesar de ter a noção

(23)

que os conflitos podiam naturalmente surgir em situações de contacto diário com as mesmas pessoas. Nunca duvidei das suas capacidades, tendo a cons-ciência que todos nós ainda temos muito para dar e aprender. Na verdade, or-gulho-me por ter tido a oportunidade de fazer parte de um grupo como este.

Foi notório logo no primeiro dia, o exemplar ambiente que existe nesta escola, entre professores, alunos e funcionários. De forma geral, todos docen-tes e não docendocen-tes da escola nos receberam bastante bem, gerando-se uma empatia muito boa principalmente entre o grupo de educação física que se prontificou em ajudar no que fosse necessário.

Para o fim o mais importante. São os alunos os principais responsáveis por estes quatro anos de estudo e o motivo pelo qual nos levantamos cedo to-das as manhãs, pois está neles a razão de todo o processo de ensino/aprendi-zagem. Esperava sinceramente conseguir motivá-los para que tenham sempre vontade de fazer mais e melhor, mas mais do que tudo isso, que aprendam a ser pessoas responsáveis e felizes em qualquer coisa que façam ou se propo-nham fazer, sempre cientes dos seus deveres e essencialmente dos seus direi-tos, preparando-os para o futuro que aí vem e com a noção de que mais do que saber “correr” o importante é saber estar. Esperava e espero sobretudo que um dia se lembrem de mim.

2.2.4 Considerações Finais

São muitos os aspetos que o estágio abrange, não falando apenas da parte pedagógica, dos planeamentos, das aulas assistidas, mas onde também existe todo um desgaste emocional por quem lá passa. Trata-se essencialmen-te de momentos importanessencialmen-tes e únicos, de uma formação e valorização pessoal para a qual trabalhamos e não como meros obstáculos que surgem no nosso caminho sem qualquer tipo de objetivo futuro. Chegava o tempo de “pôr os pés bem assentes da terra” e lançarmo-nos ao trabalho, num ano que seria talvez, o mais longo das nossas vidas.

(24)

Tenho consciência de que ninguém nasce ensinado, no entanto consci-ente de que a aprendizagem é um processo contínuo e gradual que não estag-na no tempo. Não esperava, nem desejava aprender tudo, mas sim ganhar ba-gagem para todas as experiências que ainda possa adquirir ao longo do tempo. Esperava desta forma, que este último ano do ensino superior e o primeiro da minha vida profissional fosse uma agradável e enriquecedora experiência em todos os planos e que contribuísse sem dúvida nenhuma para a minha forma-ção académica/profissional, mas sobretudo para a minha formaforma-ção pessoal.

Encarei assim todo este meu percurso com motivação e entusiasmo, para que um dia possa ter um futuro mais seguro e otimista, tornando-me so-bretudo numa pessoa melhor.

(25)

3.

ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA

PROFISSIONAL


(26)
(27)

3.1 Macro Contexto

3.1.1 Educação

Deve-se analisar que a educação, mais que processo, mais que conjunto de influências, é uma atividade. Como toda a atividade tem orientação, po-dendo ser deste modo planeada. É um processo, uma vez que está constituída por ações e operações que devem ser executadas no tempo e no espaço con-creto. É um resultado que expressa ou manifesta uma cultura como facto só-cio-histórico. A educação é, portanto, uma atividade social, política e econó-mica, que se manifesta de diversas formas, em que o seu sistema de ações e operações exercem influências na formação de convicções para o desenvolvi-mento humano do ser social e do ser individual. Isto significa que a educação pode ser direcionada, considerando a expressão social que deve refletir na consciência de cada pessoa. Por outro lado, também se deve trabalhar nessas influências que exerce a sociedade e no estado da formação humana do ser individual.


Resumindo, a educação como fenómeno inerente à sociedade, é orien-tação, é processo e expressão de uma cultura sociopolítica, pois como ativi-dade está constituída por esses aspetos. Por outro lado, sabe-se que o ser hu-mano se realiza culturalmente no tempo e espaço e que a complexidade dos fenómenos sociais e a quantidade de cultura emanada de muitas gerações precisam ser otimizadas no tempo.

3.1.2 Desporto

O Conselho da Europa em 1992 definiu desporto como ”todas as formas de atividade física, formais ou informais, que visam a melhoria das capacida-des físicas e mentais, fomentam as relações sociais, ou visam obter resulta-dos na competição a toresulta-dos os níveis”

(28)

O Desporto é uma atividade física sujeita a determinados regulamentos e que geralmente visa a competição entre praticantes. Para ser desporto tem de haver envolvimento de habilidades e capacidades motoras, regras instituí-das por uma confederação regente e competitividade entre opostos. Também pode ser definido como um fenómeno sociocultural, que envolve a prática vo-luntária da atividade predominantemente física não competitiva com finalidade de lazer, contribuindo para formação desenvolvimento e/ou aprimoramento físi-co, intelectual e psíquico de seus praticantes e espectadores, além de ser uma forma de criar identidade desportiva para uma inclusão social.

Algumas modalidades desportivas praticam-se através de veículos ou outras máquinas que não requerem realização de esforço, sendo mais impor-tante a destreza e a concentração do que o exercício físico. Idealmente o des-porto diverte e entretêm, constituindo uma forma metódica e intensa de um jogo que tende à perfeição e à coordenação do esforço muscular tendo em vis-ta uma melhoria física e espiritual do ser humano. As modalidades desportivas podem ser coletivas, duplas ou individuais, mas sempre com um adversário.

A atividade desportiva pode ser aplicada ainda na promoção da saúde para o âmbito educacional, pela aplicação de conhecimento especializado como complemento a interesses voluntários de uma comunidade não especia-lizada.

3.1.3 O corpo humano e a necessidade de movimento

“O Desporto pode contribuir para a felicidade humana, considerando que na sua prática há a combinação perfeita de ética e estética, de técnica e tácti-ca, em que impulsos e sensações, o orgânico e o espiritual, o irracional e o ra-cional, o corpo, a intimidade e a pessoa se fundem, oferecendo-nos não ape-nas um pressentimento, mas até um índice substancial de concretização da fe-licidade” (Bento, 1987).

Existem muitas formas de comparar o corpo humano com uma máquina. A máquina converte uma forma de energia em outra na execução de um

(29)

traba-lho. Do mesmo modo, uma pessoa converte energia química em mecânica no processo de andar, correr, saltar dançar, jogar bola. Embora o corpo possa ser comparado com uma máquina, seria muito restrito, e até “desumano”, conside-rá-lo apenas isso. Ao contrário das máquinas, o corpo tem uma elevada capa-cidade de adaptação às diferentes adversidades e com isso melhorar suas fun-ções.

Na sociedade atual, as tendências modernas, a mecanização, as ocu-pações sedentárias e o uso generalizado de utensílios domésticos, levaram a uma menor exigência de atividade física, particularmente no trabalho. Ao mes-mo tempo que estas tendências se impõem, verifica-se um aumento espantoso de doenças metabólicas. Estudos têm mostrado que o risco de aparecimento dessas doenças diminui com o incremento de atividade física satisfatória. Esta diminuição deve-se a uma melhoria na eficiência funcional de todas as células do nosso corpo. Essa eficiência funcional, chamada de aptidão física, é geral-mente vista como um atributo desejável e positivo para a saúde.

A atividade física é parte integral e complexa do comportamento huma-no, envolvendo componentes culturais, sócio-econômicas, psicológicas e é de-pendente de vários fatores como o tipo de trabalho, fisionomia, personalidade, quantidade de tempo livre, possibilidade de acesso a locais e instalações des-portivas, etc.

O rendimento do nosso corpo é uma componente que muda de forma constante ao longo da vida.

3.1.4 A Educação Física como potencial formativo e o fenómeno integra-dor

Numa realidade cada vez mais heterogénea, tanto a nível étnico como cultural, a aposta na diferença é vantajosa para os alunos que provêm das maiorias. Esta permite que adquiram conhecimentos sobre as outras culturas, e criem atitudes de tolerância e respeito para com as diferenças. A educação multicultural é uma condição fulcral para garantir este direito. Deste modo, a

(30)

Educação pode adquirir o significado da promoção da igualdade de oportuni-dades e de justiça social. É necessário o desenvolvimento de Ações e valores que sejam sensíveis face aos diferentes preconceitos, estereótipos e à discri-minação. Este objetivo implica a adoção de atitudes que sejam favoráveis à criação de pontes entre culturas.

Segundo Bento (1987), “o desporto é uma fabricação de próteses para as insuficiências e deficiências do corpo do homem e para além dele. Faz parte da luta contra a ideologia da impotência que nos sussurra que na vida não há nada para fazer, que não podemos fazer nada por nós, que não somos os su-jeitos principais da nossa construção, que nos devemos omitir e entregar nos braços de um destino de derrotados e vencidos da existência. Por isso é edu-cativo, é um sal da educação.”

A Educação Física, como disciplina dotada de características distintas às demais matérias de ensino, possui uma enorme potencialidade face à necessi-dade de resposta a este grande desafio. O carácter “prático”, explicito na sua realização, promove relações que passam a barreira da comunicação verbal.

Está provado cientificamente que o desporto é uma ótima forma para procurar saúde e lazer. Contudo uma das suas maiores capacidades é a possi-bilidade de educar através da prática desportiva. Mesquita realça o papel do Desporto no que se reporta à aquisição e desenvolvimento de valores, salien-tando que “o seu valor formativo se expressa também pelo seu contributo ao nível do desenvolvimento de capacidades e habilidades motoras e do desen-volvimento harmonioso do indivíduo”. Através do desporto é possível ensinar jovens e crianças a ter um pensamento mais coletivo, respeitar os adversários, para além do compromisso e da disciplina.

O desporto é o conteúdo da Educação Física, que pela sua pluralidade de sentidos pode manifestar-se na escola, nos clubes, nas academias, nas ruas e em qualquer ambiente da sociedade, sendo reconhecido como promotor da saúde, da educação e da formação humana. A sua representatividade pode-se dar formalmente, como transmissão de conhecimentos sistematizados e

(31)

re-gras pré-definidas, ou ainda, informalmente, como bem cultural e de prazer para quem o pratica.

3.2 Micro Contexto

3.2.1 Estágio Profissional

3.2.1.1 Natureza e Regulamentação

A Iniciação à Prática Profissional do Ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) integra o Estágio Profissional – Prática de Ensino Supervisionada (PES) e o correspondente Relatório de Estágio (RE). Rege-se pelas normas da instituição universitária e pela legislação específica acerca da Habilitação Profissional para a Docência. A estrutura e funcionamen-to do Estágio Profissional (EP) consideram os princípios decorrentes das orien-tações legais nomeadamente as constantes do Decreto- lei no 74/2006 de 24 de Março e o Decreto-lei no 43/2007 de 22 de Fevereiro e têm em conta o Re-gulamento Geral dos segundos Ciclos da Universidade do Porto, o Regulamen-to geral dos segundos ciclos da FADEUP e o RegulamenRegulamen-to do Curso de Mes-trado em Ensino de Educação Física. O Estágio Profissional é uma unidade curricular do segundo ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Ensi-no de Educação Física da FADEUP e decorre Ensi-no 2o aEnsi-no do ciclo de estudos.

3.2.1.2 Finalidade

O Estágio Profissional visa a integração no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, através da prática de ensino supervisionada

(32)

em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão. Estas competências profissionais, as-sociadas a um ensino da Educação Física e Desporto de qualidade, reportam-se ao Perfil Geral de Dereportam-sempenho do Educador e do Professor (Decreto-lei no 240/2001 de 17 de agosto) e organizam-se mediante três áreas de desempe-nho: 1 - Organização e Gestão do Ensino de da Aprendizagem, 2 – Participa-ção na Escola e Relações com a Comunidade, 3 – Desenvolvimento Profissio-nal.

3.2.1.3 Atividades

As atividades do Estágio Profissional englobam a Prática de Ensino su-pervisionada, tarefas de observação e colaboração em situações de educação e ensino nas áreas de desempenho anteriormente referidas.

As atividades letivas e não-letivas realizadas na Escola respeitam as orientações da Escola cooperante, nomeadamente o Projeto Educativo de Es-cola, o Projeto Curricular de EsEs-cola, o Projeto do Departamento em que se in-sere o Grupo de Educação Física, o Projeto Curricular de Educação Física e Projeto do Desporto Escolar e o Projeto Curricular de Turma.

As atividades de ensino-aprendizagem consistem na regência de aulas pelo estudante estagiário com as respetivas atividades de planeamento, reali-zação e avaliação; na observação de aulas ministradas pelo professor coope-rante, colegas estagiários ou outros professores e realização ou colaboração em tarefas definidas pelos orientadores como fundamentais para a formação profissional do estudante estagiário. Surgem ainda atividades incluídas nos ci-clos de formação realizados na FADEUP, bem como o próprio relatório de es-tágio.

(33)

3.2.1.4 Estruturação

O Estágio Profissional é uma unidade curricular superiormente enqua-drada pela Comissão Científica do Curso de Segundo Ciclo de Estudos condu-cente ao grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, presidida pelo Director do Curso.

A organização da unidade curricular do Estágio Profissional é da res-ponsabilidade do professor regente, em estreita relação com a Comissão Cien-tífica e a Comissão de Acompanhamento do Curso de Mestrado em Ensino.

A orientação da Prática de Ensino Supervisionada é realizada por um docente da FADEUP. Conta ainda com a ajuda do Professor Cooperante que é escolhido pela Comissão Científica.

A orientação do Relatório de Estágio é realizada pelo orientador da FA-DEUP designado para supervisionar a Prática de Ensino Supervisionada.

As atividades do Estágio Profissional decorrem na Escola cooperante e na FADEUP e podem ter carácter individual ou de grupo.

O número de estagiários por escola depende da especificidade desta e do professor cooperante, conforme o estabelecido no Protocolo celebrado en-tre a Escola e a FADEUP.

Cada estagiário pertence a um núcleo de estágio de uma Escola coope-rante, podendo estas ser organizadas em Agrupamentos a partir de critérios de funcionalidade.

3.2.2 Caracterização do contexto do Estágio Profissional

"O aprender contínuo é essencial e concentra-se em dois pilares: a própria Pessoa, como agente, e a Escola, como lugar de crescimento profissi-onal permanente."

(34)

A Escola Secundária de Oliveira do Douro, ao contrário de outras esco-las, possui três núcleos de estágio, dois da FADEUP e um do ISMAI, contando assim com a presença de nove Professores Estagiários.

A Escola Secundária de Oliveira do Douro iniciou a sua atividade no ano letivo de 1976/1977, nas instalações do Colégio do Sardão. A mudança para as atuais instalações ocorreu em 1982. Fica situada na zona do Freixieiro, em Oli-veira do Douro, no concelho de Vila Nova de Gaia, e conta com cerca de 30 mil habitantes. Esta freguesia tem sido centro de fixação de gentes oriundas de várias partes do país. A proximidade com a cidade do Porto explica o fenómeno da construção de habitações que aqui se está a registar presentemente, fazen-do dela uma das maiores Freguesias da Área Metropolitana fazen-do Porto. Como pontos de visita pode-se registar os Arcos do Sardão (monumento nacional), o Monte da Virgem, o Areinho, o Lugar de Registo, e as Quintas junto ao rio. Atu-almente, a indústria dos candeeiros, calçado e metalúrgica são as principais atividades económicas. A mais recente estrutura é o Parque da Lavandeira, um espaço verde que veio corrigir uma das lacunas do concelho.

A Escola Secundária de Oliveira do Douro caracteriza-se através de um bom ambiente escolar, apostando nas relações humanas entre os seus mem-bros. Apresenta disponibilidade para toda a comunidade, facilitando o acesso e a comunicação entre todos. A estrutura da escola compreende espaços de en-sino e de apoio ao enen-sino, espaços de circulação e lazer, campo de jogos, ins-talações gimnodesportivas, recreios cobertos, recreios ao ar livre e jardins. Ao nível da oferta educativa esta Escola possui um vasto leque de opções, que vão de acordo com as necessidades e interesses dos alunos. Assim destacam-se cursos como “Ciências e Tecnologia”, “Línguas e Humanidades”, “Ciências Sócio – Económicas”, e ainda Cursos Tecnológicos e Profissionais, como é o caso do “Curso Tecnológico de Desporto”, “Técnico de Multimédia”, e “Técnico de Apoio Psicossocial.”

Referindo-me concretamente á disciplina de Educação Física, estão montadas todas as condições para um ensino de qualidade e voltado para as necessidades de todos os alunos. O seu departamento é dinâmico e sempre disposto a encontrar as melhores soluções, bem como o material colocado á

(35)

disposição que de forma geral é abrangente e cumpre todos os requisitos mí-nimos.

De acordo com o último relatório da avaliação externa da Escola:

Pontos fortes da Escola Secundária de Oliveira do Douro:


- A motivação e empenho do corpo docente, reconhecidos pela comunidade educativa em geral;

- Os resultados dos exames de 12º ano, em Português, Matemática e História, superiores à média nacional e com diferença pouco significativa entre a classi-ficação de exame e a classiclassi-ficação interna final;

- A boa organização e dinamização da Biblioteca/Centro de Recursos; - A ação da Direção na conservação e manutenção das instalações;

- O trabalho desenvolvido pelos Diretores de Turma no acompanhamento e ori-entação dos alunos e respetivas famílias.

Pontos fracos da Escola Secundária de Oliveira do Douro:


- A fragilidade e falta de consistência na articulação horizontal dos departamen-tos e na sequencialidade entre os diferentes ciclos de aprendizagem, em parti-cular entre o 2º e 3º ciclos;

- A débil participação dos pais/encarregados de educação na vida da Escola e no acompanhamento dos seus educandos;

- A reduzida adesão e pouco envolvimento dos alunos nas atividades extracur-riculares, excetuando o caso das atividades desportivas;

(36)

Oportunidades da Escola Secundária de Oliveira do Douro:


- O alargamento da oferta curricular que poderá proporcionar aprendizagens e saberes que facilitem a integração dos jovens no mercado de trabalho.

Constrangimentos da Escola Secundária de Oliveira do Douro:


- O orçamento poderá não permitir fazer face às necessidades de manutenção da Escola, tendo em consideração a sua antiguidade e a dimensão do espaço envolvente.

3.2.2.1 Caracterização dos Recursos Humanos

Alunos:

A Escola Secundária de Oliveira do Douro é composta por alunos de di-ferentes classes sociais, realidade que contribui para a necessidade de uma atuação do professor diferenciada, de acordo com diferentes carências apre-sentadas. Deste modo, a escola dispõem de uma rede alargada de oferta edu-cativa, tendo em atenção o interesse dos mesmos. Para além dos cursos orien-tados para o prosseguimento de estudos, são várias as possibilidades de frequência de cursos orientados também para o mundo do trabalho.

De forma generalista, os alunos desta escola apresentam um compor-tamento positivo. Como consequência, o ambiente escolar é agradável, possi-bilitando aos professores um correto desempenho das suas tarefas docentes. Contudo, a escola tem recebido nos últimos anos alunos excedentários e ex-cluídos das escolas vizinhas que trazem consigo problemas acrescidos a que é preciso dar urgentemente resposta.

Em suma, os alunos da ESOD, contribuem para o bom clima escolar, ainda que existam casos particulares de alunos com pouca orientação, o que por vezes implica a atuação dos professores, no sentido de um equilíbrio entre o que é e o que não é aceite, dentro do contexto escolar. Programas de de-senvolvimento individual são constantemente lançados no sentido de combate a estas irregularidades.

(37)

Situação / Ambiente Familiar:

O Ambiente Familiar, como meio de influência, assuse fulcral na me-dida em que apresenta capacidade para refletir-se nas atitudes dos alunos. Deste modo torna-se evidente o papel de destaque que possuí no processo de ensino-aprendizagem.

Na realidade desta Escola, a maioria dos pais dos alunos tem como ha-bilitação a escolaridade básica. A ajuda direta que os pais podem fornecer aos filhos, nomeadamente nos trabalhos escolares, será desta forma diminuta, uma vez que estes se encontram menos habilitados, não tendo a capacidade para responder às exigências com que são confrontados atualmente.

A nível da Estabilidade Familiar, poucos são aqueles que afirmam ter di-ficuldades de integração no ambiente familiar. Contudo, é elevada a expressão dos alunos que vivem só com um progenitor. Alguns vivem ainda fora do con-texto familiar clássico.

São diversas situações/problemas detetados nesta escola, justificando- se nestes casos o trabalho de uma assistente social/segurança, social em arti-culação com a escola.

Professores:

A Escola Secundária/3 de Oliveira do Douro possui um corpo docente estável em que a maioria dos professores tem formação académica com licen-ciaturas em cursos do ramo educacional.

As áreas mais frequentadas são as Ciências de Educação e as Tecnolo-gias de Informação e Comunicação, embora as das Ciências da especialidade também sejam bastante requisitadas.

Os professores relevam a necessidade de ser reforçada a oferta de ações de formação ao nível das didáticas específicas, as quais devem ser pro-postas pelos grupos disciplinares.

(38)

Falando um pouco sobre a minha experiência, desde o início que o gru-po de Educação Física demonstrou ser bastante coeso. Demonstraram sempre disponibilidade para me ajudar nas principais dúvidas e dificuldades, o que permitiu enriquecer o meu estágio através dos seus diferentes conhecimentos e opiniões.

Funcionários:

A nível dos funcionários, a Escola Secundária de Oliveira do Douro tem um quadro fixo, socorrendo-se dos programas ocupacionais do IEFP.

No que toca à formação académica, a maioria dos funcionários não tem formação para além do Ciclo Preparatório. O nível académico médio/superior revela-se sobretudo nos funcionários administrativos.

Perante as exigências colocadas no meu estágio e face a toda a colabo-ração necessária com este sector, devo salientar a extrema simpatia e disponi-bilidade com que todos, sem exceção, se apresentaram. Desde a montagem do material, fornecimento de salas, ou na impressão de testes e fichas formati-vas, todos tiveram um papel importante para o sucesso desta longa caminhada denominada de Estágio.

(39)

4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA

PROFIS-SIONAL

(40)
(41)

“Ser Professor” foi um processo mais complexo do que aquele que por vezes aparentava ser. Foi um caminho longo, baseado na experiência, que ne-cessitou de constante evolução para acompanhar as mudanças verificadas no contexto escolar. Segundo Lima (2004, p. 95), “a fase inicial da docência confi-gura-se como um período de aprendizagens intensas e de grandes dificulda-des, de modo que superá-las e conseguir permanecer na profissão implica mesmo um verdadeiro processo de sobrevivência”

Durante o Estágio procurei intervir todo o processo de ensino-aprendi-zagem, relacionando investigação, reflexão e ação num processo dinâmico que me permitisse atingir uma maior competência no desempenho do papel de Pro-fessor. Em função deste objetivo surgiram lacunas a que me propus a aprender a atenuar e se possível eliminar.

4.1 Área 1: Organização e Gestão do Ensino e da

Aprendiza-gem

Esta área engloba as tarefas de Conceção, Planeamento, Realização e Avaliação. Foi através destas quatro fases que procurei guiar todo o meu Pro-cesso Educativo. Pretendi caminhar sobre bases sólidas que me fornecessem segurança para agir em conformidade e que me dessem capacidade suficiente para responder com sucesso às diferentes exigências. Foram assim, o ponto de partida para este complexo trajeto que é o estágio profissional.

O processo de ensino-aprendizagem não foi feito exclusivamente na sala de aula. Revelou-se caminho longo, ponderado com coerência e objetivi-dade, no sentido de garantir o sucesso. Foi preciso analisar, compreender o que se tem e o que faz falta, para poder pretender algo mais. Precisei de co-nhecer para saber o que fazer e como fazer.

(42)

4.1.1 O que fazer?

Esta foi a pergunta que fiz a mim mesmo no início de todo este cami-nho. As dúvidas eram muitas e o ser confrontado com tamanha exigência dei-xou-me inseguro.

Deste modo, pensar, estudar, analisar, foram recursos utilizados tendo em conta o mesmo objetivo: familiarizar e guiar neste novo desafio.

Depois de ter conhecimento do ano de escolaridade que me foi atribuí-do, surgiu a análise dos programas de Educação Física, tendo em conta os seus objetivos, conteúdos e indicações metodológicas para os alunos do ano em questão: 7º Ano. Tinha a consciência que os programas possuem diretrizes que devem ser cumpridas, contudo não vi estes como um valor absoluto. Elaborei uma caracterização dos diferentes recursos existentes bem como uma análise profunda dos elementos desta turma. O meu objetivo era garantir um ensino justo e coerente, que tenha em conta as necessidades de todos e que permita ao mesmo tempo ser adequado e desafiante, desencadeando evolução.

4.1.2 Como Fazer?

Ultrapassada a primeira fase, chegava a altura de caminhar em frente. Na minha cabeça estava já concebida uma ideia, uma teoria, já tinha noção do que pretendia fazer e a quem o dirigir. Contudo esta “ideia” tinha de sair do papel e estava na altura de pensar como fazer, ou seja de planear todo este processo. Mas o que é planear no Ensino? Quais são os seus procedimen-tos, recursos, métodos, finalidades? O que se pretende desenvolver?

Segundo Mascarenhas (1995), o planeamento em Educação Física é de extrema importância, pelo facto de:

(43)

▪ Ter utilidade, sobretudo em professores principiantes e/ou em início de carreira e em professores estagiários, pois permite dissipar algumas das dificuldades. Por essa razão, pensam previamente quais as etapas, os momentos e qual a organização da aula, aumentando assim, a sua se-gurança na aula;

▪ Permitir uma estruturação e visualização prévia da intervenção, que, por sua vez, permitirá ao professor estar mais apoiado, organizado e seguro na aula. Assim, os professores ficam mais capazes face aos alunos, às suas capacidades e reações, pelo facto de já terem previsto determina-dos acontecimentos no planeamento;

▪ Permitir simular a ação e corrigir eventuais erros no decurso desta; ▪ Prever os limites de atuação de alguns fatores, tais como a disposição

momentânea dos alunos e outros acontecimentos (por exemplo: as con-dições climatéricas);

▪ Ser a intencionalidade da ação docente, isto é, ser o processo mental que liga o pensamento e a ação, permitindo desse modo ligar ou adap-tar o programa virtual às características do cenário em que estão pre-sentes;

▪ Facilitar a comunicação e o trabalho de grupo entre professores, pelo facto do plano ser explícito (aparece escrito);

▪ Permitir a participação dos alunos.

O meu planeamento, guiado pelas normas orientadoras do estágio, foi realizado mediante 3 níveis. O plano Anual tem em conta a distribuição de to-das as atividades ao longo do ano. O plano de Unidade Temática apresenta o momento e quais os conteúdos a abordar para cada modalidade. O plano de Aula surge como a mera concretização de todo este planeamento atrás referi-do. Todos eles têm em conta os objetivos traçados, adequados às necessida-des e diversidade dos alunos e contexto de ensino, os recursos disponíveis, os conteúdos de ensino, tarefas e estratégias adequadas ao processo de

(44)

ensino-aprendizagem, a previsão de formas de avaliar este processo e a contempla-ção de decisões. Segundo Bento (2004), “planear significa que o Professor, à luz de princípios pedagógicos, psicológicos e didáctico-metodológicos, planifica as indicações contidas nos programas, tendo em atenção as condições pesso-ais, socipesso-ais, materiais e locpesso-ais, a fim de guiar o processo de desenvolvimento dos diferentes domínios da personalidade dos alunos.”

As Avaliações Diagnósticas foram o instrumento e o alicerce que funda-mentaram grande parte do meu planeamento. Realizadas numa fase inicial do ano letivo, estes foram concebidas com o intuito de analisar e classificar o de-sempenho de cada aluno numa modalidade específica. Identificar o nível da turma tornou-se naturalmente imperativo, pois só desta forma tive a capacidade para perceber o estado em que os alunos se encontravam e projetar o nível que poderiam atingir.

Desta forma todos os exercícios selecionados possuíam uma estrutu-ra com a finalidade de fornecer dados relativos às capacidades dos alunos que pretendia analisar.

(Relatório de Aula - 16/09/2010)

4.1.2.1 - Uma igualdade desigual

Segundo Bento (1998), “A formação de profissionais de Educação Física e Desporto deve prestar atenção à capacidade de entender os motivos, as conceções e objetivos de ação dos educandos e deve agir em conformidade.” Neste seguimento e de acordo com o que fui confrontado na minha turma, a análise inicial fornecida pelas avaliações diagnósticas permitiu-me concluir que esta apresentava uma elevada heterogeneidade. Os níveis de desempenho eram bastante diferenciados, tal e qual como as suas principais carências. Face a este resultado e mediante o que foi dito anteriormente, senti a necessi-dade de criar uma adaptação às aprendizagens pretendidas.

(45)

A ajuste do que estava previsto pelo Programa Nacional de Educação Física e consequentes conteúdos selecionados foram a principal dificuldade nesta fase inicial. Planeei separar a turma em grupos, tendo em conta diversos fatores que considerei serem pertinentes. As minhas preocupações em torno dum planeamento que visa a igualdade não se resumiram a uma mera separa-ção da aptidão mas sim a uma junsepara-ção desta com o equilíbrio emocional e rela-cional dos alunos. Será que as escolhas para os grupos seriam bem feitas? Será que após esta divisão o sentimento de discriminação poderia surgir? Es-tas foram meras consequências de um planeamento que visou a procura da igualdade a partir da diferença. São dúvidas que me acompanharam durante toda a planificação e que só foram esclarecidas pela etapa seguinte em que se situa a “prática”.

…após uma breve analise das capacidades destes alunos, é conside-rável a heterogeneidade verificada nos níveis de desempenho apre-sentados por estes alunos.

(Relatório de aula - 16/09/2010)

…ter a preocupação de selecionar grupos mais homogéneos de forma a garantir uma maior igualdade de oportunidades

(Relatório de Aula - 21/09/2010)

4.1.3 Finalmente Fazer

Com a chegada desta fase, estava na altura de pôr em prática tudo aquilo que tinha analisado e projetado. Era o momento da concretização do processo de ensino. Confesso que estava receoso com tudo aquilo que poderia acontecer, se as atividades eram as mais adequadas, se os alunos respeita-vam as indicações dadas, se o ambiente promovido era positivo, se viam em mim alguém capaz de lhes transmitir a confiança necessária para evoluírem.

(46)

Para mim eram aspetos que ditavam a diferença entre um ensino eficaz e um ensino que falha para com o seu compromisso.

Estava incutida a necessidade de seguir linhas orientadoras face a ob-tenção do resultado pretendido. Rink (1996) apresenta um conjunto de princí-pios gerais revertidos para o ensino da Educação Física, comentando-os com base na evidência da investigação no âmbito do ensino geral e da Educação Física e extraindo ilações para a prática:

Aprende mais quem se dedica mais tempo a uma boa exercitação

Este princípio indica que quem adquire um maior nível de aprendizagem é o aluno que mais tempo dedica a uma exercitação de qualidade. Deste modo, nem só o tempo que o professor despende à exercitação é relevante, contando sobretudo com o tempo que cada aluno se exercita a um nível ade-quado, ou o número de vezes que exercita as habilidades.

A exercitação deve ser ajustada aos objetivos de aprendizagem e a cada um dos alunos

O tempo despendido e as oportunidades de exercitação, por si só, de forma isolada, não são suficientes. Torna-se necessário descobrir em torno de quê este tempo é ocupado e de que forma as oportunidades deverão ser apro-veitadas. Pressupõem-se desta forma, o estabelecimento prévio de forma deli-berada dos objetivos de aprendizagem. Através da análise do que se pretende que o aluno faça na aula, é possível avaliar em que medida este trabalho se adequa para a concretização dos objetivos pretendidos, pois só quando a natu-reza das tarefas é congruente com aqueles objetivos é que os efeitos de aprendizagem podem evoluir no sentido esperado. Se definirmos como objetivo de aprendizagem melhorar a capacidade de jogo dos alunos, e se as tarefas de aprendizagem visarem predominantemente a reprodução de habilidades em contextos, sem exigências de adaptação motora ou estratégica a situações

(47)

ba-seadas no jogo, a incongruência parece evidente, e no entanto esse é aponta-do como o panorama mais comum na realidade aponta-do ensino aponta-dos jogos nas esco-las.

Aprende mais quem obtém uma taxa razoavelmente elevada de sucesso na realização das tarefas

A adequação das tarefas aos alunos assume uma importância basilar neste princípio. Para tal, recomenda-se uma taxa de sucesso em torno dos 80%, dependendo dos atributos pessoais dos alunos, mais precisamente a persistência, a concentração na tarefa, a auto-competência, bem como as ca-racterísticas específicas de cada atividade. As tarefas demasiadamente difíceis são desajustadas porque o insucesso repetido e sistemático gera frustração, é desmotivador e perigoso para os sentimentos de confiança e competência ne-cessários para um confronto positivo com as tarefas de aprendizagem. Por ou-tro lado, as tarefas demasiado fáceis, com desafio reduzido ou nulo, são insufi-cientes para estimular a aprendizagem.

Os professores eficazes criam um ambiente para a aprendizagem

Siedentop (1986), afirma uma aula bem organizada, com os alunos en-volvidos nas atividades tal qual o professor solicitou, satisfeitos com o que es-tão a fazer e bem comportados, embora reúna ingredientes de uma “boa aula”, não o é necessariamente, principalmente se não tiver como objetivo deliberado o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. Para Ennis (1995), muitos professores de Educação Física suspendem o aligeiram em demasia as exi-gências das tarefas como medida de sobrevivência destinada a salvaguardar a participação dos alunos nas atividades das aulas.

Adequar as tarefas aos alunos é uma tarefa tanto da gestão da aula como da competência do professor para trazer os alunos para o frente a frente com conteúdos curriculares significativos. Para lidar com a ambiguidade

(48)

impli-cada na natureza das tarefas mais complexas e o risco de insucesso no início da aprendizagem, é necessário criar um clima de confiança e de desdramatiza-ção do erro e do insucesso.

Tendo em conta estes princípios e face à necessidade de reger a minha “prática” segundo linhas orientadoras, procurei que todas as minhas aulas res-peitassem as seguintes normas: recurso a mecanismos de diferenciação peda-gógica de acordo com a diversidade dos alunos, desenvolvimento de compe-tências mas também de responsabilidades, otimização do tempo potencial de aprendizagem, qualidade de instrução e Feedback constante, bom ambiente e controlo da turma, utilização de terminologia específica da disciplina.

4.1.3.1 Controlo da Turma

Foi dos principais e talvez o primeiro grande ponto de preocupação nes-te momento tão importannes-te que é o Estágio. Estava ciennes-te que ao mannes-ter a turma controlada a aula em si tinha mais probabilidade de atingir o sucesso pretendido. Que os alunos ao estarem empenhados e a cumprir as tarefas pro-postas a dinâmica da aula seria elevada e a consequente aprendizagem tinha tudo para ser maior. Até mesmo pelo facto de que uma turma controlada transmite outra imagem do professor, elemento com um peso relevante no momento da avaliação. Por todos estes motivos, é natural que a minha primeira preocupação fosse garantir que a turma caminhasse toda para o mesmo senti-do, contribuindo de igual forma para o sucesso dos alunos e obviamente do professor.

Ao chegar a esta fase, obrigatoriamente já tinha um breve conhecimento das características da turma o que me permitiu traçar com mais alguma segu-rança, apesar de ainda pouca, determinadas estratégias face a esta situação. Lembro-me perfeitamente das sinalizações feitas pelos apitos, as contagens decrescentes, bem como as numerações e as formações em meio circulo para captar a atenção de todos os alunos e aumentar a probabilidade da realização do que era pretendido. Contudo, as estratégias utilizadas diretamente sobre a ação dos alunos, apesar de apresentarem alguns resultados, por si só

(49)

revela-ram ser insuficientes uma vez que estas não erevela-ram capazes de chegar com o mesmo significado a todos.

Uma das maiores dificuldades com que me tenho deparado é a evidente falta de empenho de alguns alunos mediante atividades que requeiram algum tipo de esforço.

(Relatório de aula - 07/10/2010)

Por diversas vezes, deparei-me com a dificuldade dos alunos em compreender bem as atividades propostas, o que levava a incorretas realizações dos exercí-cios. Este facto, origina várias paragens e correções, contribuindo assim para a diminuição do tempo potencial de aprendizagem.

(Relatório de aula - 19/10/2010)

Havia uma necessidade de poder controlar e verificar com mais precisão se estas estratégias estavam a ser cumpridas para posteriormente as corrigir. Necessitava de fazer transparecer aos alunos a minha presença e de que tinha capacidade para identificar quando algo não estava a correr como o previsto. Deste modo, também foram efetuadas alterações no meu comportamento. Comecei a preocupar-me com a minha forma de agir, de reagir, de confrontar os alunos e até mesmo a forma de me deslocar e posicionar sempre com o maior rigor possível, no sentido de conseguir observar todos e de não deixar “escapar nada”. Era difícil estar concentrado em todas as incidências que ocor-riam durante a aula, no entanto estava disposto a utilizar os mecanismos dis-poníveis para que infalibilidade inerente fosse a mais reduzida possível.

Perante tais acontecimentos devo urgentemente tentar perceber quais os factos que originaram tais comportamentos e em agir em sua conformidade, com o ob-jetivo de corrigir estes aspetos e levar os alunos a um elevado tempo de empe-nhamento motor, que se reflita numa boa e abrangente aprendizagem focada nas necessidades de cada um.

(50)

(Relatório de aula 26/10/2010)

Apesar de não ter sido tarefa fácil, o que me levou a recorrer a certas estratégi-as, como o estabelecer de regras e vozes/sons de comando, os alunos come-çam de forma geral a compreender que comportamentos haveriam de tomar mediante cada situação. Assim, cada vez que mandava parar um exercício e ouvirem uma explicação o tempo despendido para pararem as bolas e dirigirem a sua atenção para mim diminuiu consideravelmente.

(Relatório de aula - 02/11/2010

No início da aula, pretendi com a visualização de um vídeo sobre esta modali-dade que os alunos prestassem atenção a determinados aspetos técnicos já abordados, bem como que servisse como um fator de motivação extra para a aula.

(Relatório de aula - 11/11/2010)

Quando trabalhamos com alunos distintos devemos estar preparados para diferentes reações, atitudes, personalidades. Tenho esta convicção uma vez que as diferenças individuais também foram um fator influenciador da mi-nha ação pedagógica. Nem todos funcionavam com o mesmo castigo, incenti-vo, ou até com a mesma rotina de organização, obrigando a uma adaptação constante mediante estas circunstâncias.

Verificaram-se deste modo picardias entre alguns alunos, o que me fez perceber que a criação prévia das equipas não foi a mais correta. É certo que garantir um equilíbrio das capacidades dos alunos é essencial para uma aprendizagem que vá de encontro às necessidades de cada um. No entanto, as relações pessoais nunca podem ser esquecidas, uma vez que são elas que possibilitam uma práti-ca motivante e práti-capaz de criar o empenho fundamental para o desenvolvimento.

(51)

A finalidade do exercício era motivar e despertar o espírito competitivo destes alunos, aumentando a sua predisposição para as práticas mais analíticas que teriam lugar a seguir. Contudo, esse espírito competitivo foi para além do espe-rado, resultando numa briga entre dois alunos da turma.

(Relatório de Aula - 17/02/2011)

Precisei de conhecer melhor os meus alunos e procurar ver qual o cami-nho ideal para que todos se sentissem motivados e orientados para o mesmo objetivo. A busca individual foi assim a principal arma utilizada para conseguir ultrapassar este obstáculo. As conversas, os desabafos, os momentos passa-dos nos períopassa-dos que antecedem e sucedem a aula, deram-me dapassa-dos impor-tantes para o conhecimento de um lado do ser humano que muitas vezes não transparece. Foi nestes pequenos detalhes que conquistei alguns alunos con-tudo, não foi uma tarefa fácil, sobretudo pela razão de que é necessário tempo e investimento da parte do professor para chegar a este nível.

Não tenho dúvidas, pela experiência que este ano me proporcionou, que uma turma controlada facilita em parte a tarefa de “Ser Professor”. No entanto, por essa mesma experiência, posso afirmar que ter os alunos sempre com um comportamento adequado não significa que também seja sempre uma boa aula. Sim, também caí na tentação de realizar as atividades que os alunos mais gostam mesmo sabendo que talvez não fossem as mais indicadas ou necessá-rias naquela altura. O que me apercebi, é que é necessário encontrar alternati-vas que tenham significado para os alunos e ao mesmo tempo tenham a capa-cidade para os manter empenhados e motivados durante a sua prática. Quan-do isto acontecia, o comportamento era algo que vinha por acréscimo, deixan-do de ser assim o foco de maior atenção na aula.

Tendo em conta que a modalidade abordada era a ginástica e o facto de os alu-nos se sentirem pouco motivados com esta unidade temática, decidi começar com atividades diferentes aquelas que até ao momento tinham sido realizadas neste tipo de aulas. Utilizando diversos materiais de carácter gímnico e sem nunca deixar de dar importância à transferência que estas têm para os elemen-tos definidos, decidi construir um circuito de obstáculos. (…) Esta opção resultou

(52)

na predisposição e motivação dos alunos, garantido um elevado empenhamento motor e a promoção de um espírito competitivo saudável, fundamental para es-tas faixas etárias.

(Relatório de aula - 08/02/2011)

4.1.3.2 Heterogeneidade

Heterogeneidade pressupõe diferenças. Essas diferenças em contexto de aula poderiam ser do âmbito motor, cognitivo ou mesmo social, cabendo-me adequar o contexto de aprendizagem face à realidade observada.

Como já referi anteriormente, desde a fase do planeamento que as ava-liações iniciais, destinadas a determinar o nível da turma, me permitiram prever que o ensino não podia ser o mesmo para todos e que em alguns casos as adaptações teriam de ser consideráveis. Já nesta fase tive a preocupação de idealizar as minhas aulas por grupos de trabalho, tendo cada grupo um nível diferenciado de desempenho. Os alunos mais evoluídos não deveriam ter opo-sição direta com aqueles que são menos aptos, uma vez que os melhores não teriam algo desafiante para evoluir, nem os mais fracos deveriam ter alguém acima do seu nível para conseguir realizar as tarefas com êxito.

Com o início das atividades, a turma já se encontrava distribuída por grupos. Tinha começado deste modo a trabalhar da forma que considerei ser a mais adequada e sobretudo a mais justa para todos eles. No entanto, tive a oportunidade de verificar alguns aspetos que me deram bastante que pensar. O que pude constatar foi a desmotivação presente em vários dos meus alunos pelo facto de saberem que o seu grupo não era o mais capaz. Apesar de serem ainda muito novos, eles já têm a perfeita consciência das suas capacidades e o receio de discriminação está bem presente para eles. A imagem marca muito e uma imagem ao lado dos menos capazes por vezes não era bem aceite.

(53)

Outro aspeto que tive preocupação, foi a divisão dos grupos de forma o mais homogénea possível, agrupando-os por nível de competência.

(Relatório de aula- 28/10/2010)

No que refere aos comportamentos e atitudes dos alunos, a divisão dos grupos é um dos pontos que requer maior cuidado da minha parte. Apesar de o nível ser essencial, aspetos como relações e personalidades devem ser considera-das. Para além do seu desenvolvimento, pretendo que os alunos exercitem num ambiente saudável e sobretudo que sintam que têm utilidade, evitando episódios de discriminação e desconforto. Com isto pretendo impedir situações como as que ocorreram na aula de hoje, tendo alguns alunos do nível mais elementar sido alvo de várias críticas por parte dos restantes elementos desta turma.

(Relatório de aula - 25/11/2010)

Comecei a dar mais importância, apesar de já a considerar, a outros fa-tores. Não bastava estarem organizados por níveis, era preciso empenho e mo-tivação porque sem isso a aprendizagem não ocorria. Dava agora outro valor ao lado emocional e a formar os grupos também tendo em conta as relações pessoais, uma vez que queria os meus alunos alegres e com disposição para trabalhar por um objetivo. Com a junção destes critérios consegui uma dinâmi-ca muito maior para a minha aula, os alunos trabalhavam mais, evoluíam mais e sobretudo viam o nível a seguir como algo a alcançar e não como uma etapa única e exclusiva para aqueles que são mais desenvolvidos. Concluí sobretu-do, que para ocorrer desenvolvimento é necessário estar num contexto ade-quado, logo não basta estar apenas no local certo se o ambiente não é o mais favorável.

Um acompanhamento desta complexidade não é algo que é feito de um momento para o outro. Foi necessário tempo para a sua realização e sobretudo tempo para avaliar os efeitos ocorridos. No final do ano não posso infelizmente afirmar que as transformações verificadas sejam na totalidade aquilo que pre-tendia. Contudo, a exigência de uma participação constante sobretudo para os alunos com menor aptidão, veio a atribuir-lhes uma maior auto estima, o que os

(54)

fez empenhar-se mais nas aulas e a levar a que os restantes colegas acredi-tassem nas suas capacidades, solicitando-os em maior número de ocasiões. Isto para mim já foi uma conquista, pois já foi mais do que aquilo que tinham no início.

Os alunos cumpriram com as regras inicialmente estabelecidas e ouviram com atenção os feedbacks transmitidos, o que resultou na sua evolução (…).

Mesmo aqueles alunos com maiores dificuldades obtiveram com o tempo melho-rias na execução, o que contribui para a sua auto estima e confiança para poste-riores desafios motores.

(Relatório de Aula - 25/02/2011)

4.1.3.3 O Modelo de Educação Desportiva

Com a chegada da Unidade Didática de Badminton deu-se a introdução do Modelo de Educação Desportiva. Estava um pouco reticente relativamente à sua utilização uma vez que é um Modelo distinto dos demais, quer ao nível da operacionalização e sobretudo ao nível da autonomia que é entregue aos alu-nos.

(…) eles ainda se encontram numa fase de bastante irresponsabilidade, não possuindo autonomia suficiente para a realização de tarefas sem o controlo total do professor.

(Relatório de Aula- 25/01/2011)

Segundo Mesquita e Graça (2011), o MED define-se como uma forma de educação lúdica e crítica das abordagens descontextualizadas, procurando estabelecer um ambiente propiciador de uma experiência desportiva autêntica, conseguida pela criação de um contexto desportivo significativo para os alunos,

Referências

Documentos relacionados

In this work, we focus on the measurement of the oscillatory shear rheology of healthy human whole blood samples in large amplitude oscillatory shear (LAOS), which was used to

Las reuniones, que en algunos hospitales existen – Hospital de Día del Trias y Pujol – con personal sanitario que trata directamente a afectados de VIH/sida, tiene como

Desde o início deste meu projecto, considerei o papel médico um papel privilegiado para promover a mudança de comportamentos que visem um maior bem-estar e

de uma capacidade de deslocamento crítico do ser entre modelos de produção de conhecimento que se relacionam conflituosamente; 4 Oferecer um adensamento do quadro teórico que

Sendo que seria necessário o lado profissional entendendo o sofrimento do outro, porém sem perder a objetividade para prestar-lhe a ajuda necessária.Portanto o objetivo

Decorreu entre 10 de Setembro de 2018 e 17 de Maio de 2019, sob a regência do Professor Doutor Rui Maio, englobando os estágios parcelares de Medicina Geral e Familiar,

Durante este ano, no âmbito do estágio de Cirurgia Geral, completei o curso TEAM (Anexo VII); ainda no decorrer deste estágio, participei no congresso Game of Thrones in

Ao fazer a correlação entre o recebimento ou não de tratamento odontológico antes e durante a RT e os fatores associados à qualidade de vida, obteve-se uma correlação positiva com