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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Nova Medical School I Faculdade de Ciências Médicas

2019 I 2020

ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE I 6º ANO I MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA

REGENTE: PROFESSOR DOUTOR RUI MAIO

ORIENTADORA:

DRA. RITA MACHADO

CAROLINA COIMBRA FERNANDES

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO

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RELATÓRIO FINAL I CAROLINA COIMBRA FERNANDES 2 ÍNDICE

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS ... 3

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ... 4

E

STÁGIO PARCELAR DE

C

IRURGIA

G

ERAL

... 4

E

STÁGIO PARCELAR DE

M

EDICINA

I

NTERNA

... 4

E

STÁGIO PARCELAR DE

G

INECOLOGIA E

O

BSTETRÍCIA

... 5

E

STÁGIO PARCELAR DE

S

AÚDE

M

ENTAL

... 6

E

STÁGIO PARCELAR DE

M

EDICINA

G

ERAL E

F

AMILIAR

... 6

E

STÁGIO PARCELAR DE

P

EDIATRIA

... 7

REFLEXÃO CRÍTICA ... 8

ANEXOS ... 12

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RELATÓRIO FINAL I CAROLINA COIMBRA FERNANDES 3 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

O Estágio Profissionalizante integra o plano curricular do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina da Nova Medical School I Faculdade de Ciências Médicas (NMS I UNL), assumindo um papel fulcral neste último ano de ensino pré-graduado. São destacadas seis unidades curriculares, basilares na formação de um futuro médico, nomeadamente, Cirurgia Geral, Medicina Interna, Ginecologia e Obstetrícia, Psiquiatria, Medicina Geral e Familiar e Pediatria.

Os objetivos são sobreponíveis às diversas áreas incidindo, essencialmente, na tentativa de profissionalização do estudante de medicina para a futura prática clínica. Através de um método de ensino tutelado, pretende-se um desenvolvimento progressivo e responsável de autonomia, competências práticas e respetiva integração com conteúdos teóricos. Neste sentido, constitui-se numa oportunidade essencial, uma ponte entre o percurso académico e profissional.

De acordo com os meus objetivos pessoais, expectativas e principais fragilidades identificadas ao longo do meu percurso académico, defini, para este último ano, alguns objetivos referentes às diversas áreas, que considero essenciais na formação de um estudante de medicina.

Deste modo, estabeleci como prioridades, não só o desenvolvimento de competências práticas, como também de capacidades transversais de responsabilidade, autonomia, trabalho em equipa, relações interpessoais e comunicativas. Propus-me, concomitantemente, sistematizar alguns conteúdos teórico-práticos, estimulando a minha capacidade de raciocínio clínico e diagnóstico diferencial. Relativamente ao ensino prático, privilegiei a aquisição e treino de métodos adequados à correta realização de anamnese e exame objetivo concernentes às múltiplas áreas e a participação ativa nas diversas equipas que integrei. Priorizei, ainda, a aquisição de aptidões conducentes à triagem eficaz e hierarquização de problemas e respetiva abordagem. Devido às contingências do COVID-19, os estágios de Medicina Geral e Familiar e Pediatria foram, este ano, realizados em moldes distintos do habitual. Neste contexto, o ensino destas duas unidades curriculares efetuou-se através de ensino a distância.

O presente relatório descreve e sumariza as atividades desenvolvidas ao longo deste ano no âmbito das diversas unidades curriculares. Inclui, por último, uma reflexão crítica retrospetiva global de todos os estágios e, também, uma referência a atividades extracurriculares que considero terem sido estruturantes para a minha formação.

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DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

Estágio parcelar de Cirurgia Geral: 9 de setembro de 2019 a 31 de outubro de 2019

O estágio de Cirurgia Geral decorreu durante oito semanas, no Hospital Beatriz Ângelo, sob regência do Professor Doutor Rui Maio. Ao longo deste período, contactei com vários domínios: uma semana de sessões teóricas e teórico-práticas e sete semanas de componente prática. Estas últimas incluíram quatro semanas no Serviço de Cirurgia Geral, duas na opcional de Anestesiologia e uma no Serviço de Urgência Geral (SU). As sessões teórico-práticas revelaram-se muito interessantes e proveitosas. Embora os respetivos temas não estivessem diretamente relacionados com a prática médica em si, percebi que assumem um papel fundamental na formação holística do estudante de medicina, nomeadamente na área de gestão hospitalar. Durante esta semana participei, também, no curso “Trauma Evaluation and Management – TEAM” (Anexo III.1). No serviço de Cirurgia Geral, sob tutela do Dr. Paulo Oliveira, acompanhei doentes durante todo o seu internamento, tendo observado autonomamente alguns deles, com posterior discussão com o tutor, realização do diário clínico e respetivo plano. Na vertente de vivência no bloco operatório, observei de perto algumas técnicas cirúrgicas, maioritariamente do foro hepato-biliar e pancreático e relembrei alguns procedimentos, nomeadamente de técnicas de assepsia e preparação do material cirúrgico. Sempre que possível, participava, de forma rotativa com os meus colegas, nas cirurgias. Assisti, ainda, a várias consultas, onde contactei com patologias de índole cirúrgica bastante comuns. Neste contexto, treinei algumas técnicas de realização de exame objetivo dirigido. A rotação pelas diversas valências do SU foi uma mais valia pelo contacto com patologia aguda, aprendizagem de critérios de triagem e priorização de diferentes casos. No estágio de Anestesiologia, acompanhei cirurgias de diversas especialidades, onde observei diferentes procedimentos associados à prática desta especialidade, tendo a oportunidade de realizar alguns deles, nomeadamente a colocação de máscaras laríngeas. Assisti, também, a várias consultas desta área. Na última semana, participei no Mini-Congresso, onde realizei uma apresentação intitulada “Mayday, Mayday, We have a leak!”, que abordava, tendo por base um caso clínico, as possíveis complicações associadas à realização de Colonoscopia.

Estágio parcelar de Medicina Interna: 4 de novembro de 2019 a 10 de janeiro de 2020

O estágio de Medicina Interna, regido pelo Prof. Doutor Fernando Nolasco, decorreu na Unidade Funcional 2.3 do Hospital Santo António dos Capuchos, sob tutela da Dra. Sofia Pinheiro e do Dr. João Oliveira. A maioria do período de estágio efetivou-se em ambiente de enfermaria, onde integrei ativamente as atividades desenvolvidas pela equipa médica. Diariamente, foram-me sendo atribuídos entre 2 a 3 doentes, ficando encarregue da sua observação, verificação de vigilâncias, resultados de exames, requisição de meios

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complementares de diagnóstico e realização do diário clínico. No final da manhã, discutia os casos com o médico assistente responsável, com o objetivo de decidir o plano definitivo. Paralelamente, realizei várias notas de entrada, notas de alta e pedidos de colaboração. Houve oportunidade de treinar vários procedimentos, como gasimetrias e punções venosas e observar toracocenteses e a colocação de cateteres venosos centrais. A apresentação dos doentes nas visitas médicas contribuiu para o treino de capacidades comunicativas e seleção de informação pertinente. O Serviço de Urgência constituiu outra valência com a qual contactei uma vez por semana, que se destacou pelo indubitável carácter didático que assumiu. Neste contexto, foi-me dada a oportunidade de realizar a abordagem inicial autónoma a doentes com patologia aguda de diversas índoles, realizando a anamnese, exame objetivo e respetivo registo, com posterior discussão dos achados e abordagem a adotar com o médico assistente. Semanalmente, assisti a várias sessões clínicas e aulas teóricas, lecionadas pelos médicos do serviço onde decorreu o estágio. Houve, ainda, momentos de discussão em equipa de algumas histórias clínicas realizadas por mim, pelos restantes alunos do 6º ano e por médicos internos de formação específica. Além das atividades desenvolvidas no hospital, participei em dois seminários na NMS I FCM. Na última semana de estágio, apresentei, em conjunto com as colegas de 6º ano, um trabalho intitulado “Emergências Oncológicas”. A escolha do tema baseou-se no contacto constante com doentes com patologia oncológica na enfermaria e no facto de se tratar de situações que carecem de uma intervenção imediata.

Estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia: 20 de janeiro a 14 de fevereiro de 2020

Realizei o estágio de Ginecologia e Obstetrícia na Maternidade Alfredo da Costa (MAC), durante quatro semanas. Contactei com a vertente de Obstetrícia, sob orientação da Dra. Sofia Rodrigues, nas duas primeiras semanas, e de Ginecologia, sob tutela da Dra. Carla Leitão, no restante período. No âmbito de Obstetrícia, assisti a consultas de gravidez gemelar e de alto risco. Neste contexto, tive oportunidade de realizar a pesquisa de foco fetal, medição da altura uterina e perímetro abdominal e interpretar vários cardiotocogramas. Adicionalmente, contactei com o Bloco de Partos e também com o Serviço de Medicina Materno-fetal e Puerpério, onde pude observar doentes autonomamente. No que concerne à área de Ginecologia, acompanhei a minha tutora na consulta de Ginecologia, onde a Hemorragia Uterina Anómala e Endometriose representaram a maioria dos casos observados. Realizei exames com espéculo, toque vaginal, palpação bimanual e colheita de exudados e citologias. Assisti, ainda, à realização de várias Histeroscopias. O bloco operatório de Ginecologia era uma das valências com a qual menos tinha contactado no estágio do 4º ano e relativamente à qual tinha mais curiosidade. Ao longo deste estágio, pude colmatar essa falha, tendo assistido a várias cirurgias. Passei, também, pela enfermaria de Ginecologia e dediquei uma manhã à observação de Ecografias Ginecológicas. De destacar a oportunidade de assistir a consultas do ensaio clínico

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SPIRIT 1. Trata-se de um ensaio internacional de fase II, que se encontrava a decorrer na MAC e pretendia avaliar a eficácia de um Antagonista GnRH no controlo da dor em mulheres com Endometriose. Ao longo do estágio, integrei semanalmente a equipa de urgência das minhas tutoras, acompanhando-as tanto nas admissões, como no Bloco de Partos e Bloco Operatório. Assisti a várias sessões clínicas e participei numa delas com a apresentação do tema “Hemorragias Uterinas Anómalas - A propósito de um caso clínico”.

Estágio parcelar de Saúde Mental: 17 de fevereiro de 2020 a 13 de março de 2020

O estágio de Saúde Mental decorreu no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, sob regência do Prof. Doutor Miguel Talina. Integrei a equipa do Serviço de Psicogeriatria, orientada pelo Dr. Pedro Branco. Os primeiros dois dias de estágio decorreram na NMS I FCM, onde foram lecionadas duas sessões teórico-práticas, com o objetivo de relembrar alguns dos conceitos basilares na abordagem de patologias comuns do foro psiquiátrico. Em contexto de internamento, dada a faixa etária dos doentes internados e seguidos no serviço, contactei principalmente com casos de síndromes demenciais, a maioria deles complicados por quadros psicóticos ou depressivos. Um dia por semana era dedicado à consulta de Psicogeriatria. Aí assisti a várias consultas, não só de seguimento, mas também primeiras consultas, que implicavam a realização de uma entrevista e história detalhadas. Nesta valência, apercebi-me da estreita relação entre a especialidade de Neurologia e a Psicogeriatria, já que cerca de 42% dos doentes observados eram seguidos em ambas as áreas. Durante o período de estágio, tive a oportunidade de acompanhar o meu tutor à USF de Rio de Mouro, no âmbito de Psiquiatria de Ligação, onde pude presenciar a discussão de vários casos com a especialidade de Medicina Geral e Familiar. Assisti a várias sessões formativas, nomeadamente Journal Clubs semanais que decorriam no serviço. Realizei uma história clínica que retratava um Episódio Maníaco no contexto de Perturbação Bipolar. A colheita e realização da história representou um desafio, considero, contudo, ter sido essencial para melhorar as minhas capacidades comunicativas e de realização do exame do estado mental.

Estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar: 16 março de 2020 a 17 de abril de 2020

Dada a atual situação de pandemia, o estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar foi realizado, na sua totalidade, através de ensino a distância. Na impossibilidade de realização de componente prática, as atividades foram adaptadas ao contexto. A avaliação foi baseada na realização de um Portfólio, que incluiu

a execução e descrição de várias atividades. Assim, assisti a vários cursos online, disponíveis no site da Organização Mundial de Saúde, intitulados: “Prevenção e Controlo de Infeções (PCI) para o novo Corona Vírus”, “eProtect Infecções Respiratórias Agudas”, “Vírus respiratórios emergentes, incluindo COVID-19”, “Seasonal Influenza: clinical management of seasonal Influenza” e “Antimicrobial Stewardship - A competency-based approach”. Adicionalmente, assisti a vídeos de simulações de consultas que retratavam

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possíveis cenários com que nos deparamos com frequência nos cuidados de saúde primários. De forma complementar, foi-me atribuído um caso modelo. Descrevi a anamnese e exame objetivo dirigidos que realizaria, identifiquei a lista de problemas e propus um plano terapêutico, tendo por base uma abordagem global do caso. Relativamente a atividades extra que desenvolvi, optei por visualizar maioritariamente vídeos de exemplos de consultas modelo. Como não foi possível realizar o estágio prático, considero estes vídeos uma ferramenta pedagógica bastante útil, que permite uma maior aproximação, bastante visual, da abordagem prática do doente. Procedi, ainda, à leitura de algumas Normas da Direção Geral de Saúde, acerca de patologias mais comuns. Nos últimos dois dias de estágio, participei no Mini-Congresso, onde fiz uma apresentação individual sobre a vigilância da gravidez de baixo risco, intitulada “Estou grávida e agora o que devo fazer?”. Estágio parcelar de Pediatria: 24 de abril de 2020 a 15 de maio de 2020 Também o estágio de Pediatria não se realizou nos moldes habituais. Neste contexto, foi-nos proposta a realização de um artigo de revisão, tendo por base, pelo menos 10 artigos. Elaborei um artigo intitulado “Doença Meningocócica Invasiva (DMI): Sépsis Meningocócica – Importância de um reconhecimento precoce”, baseando-me em 16 artigos. Comecei por fazer uma breve introdução epidemiológica e respetiva contextualização em Portugal. Seguidamente, descrevi as diversas manifestações clínicas, fisiopatologia, abordagem e tratamento da DMI. Complementarmente, participei no Seminário onde apresentei, em conjunto com os meus colegas de grupo, um trabalho sobre Meningite em idade pediátrica. Assisti, ainda, a várias aulas lecionadas por médicos assistentes, e que incidiram, essencialmente, na abordagem prática de vários temas, através da discussão de casos clínicos. Nesta componente, foram debatidos os seguintes temas: 1) Atraso no desenvolvimento pubertário, 2) Complicações de anemia falciforme, 3) Exantemas, 4) Patologia respiratória, 5) Meningite e 6) Icterícia.

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REFLEXÃO CRÍTICA

“A função da educação médica pré-graduada é preparar licenciados médicos com atributos profissionais adequados e com um núcleo de conhecimentos e competências que lhes permita aprender autonomamente ao longo da carreira média” O Licenciado Médico em Portugal, 2005 Tendo a perfeita noção de que o Estágio Profissionalizante representava, à partida, o elo de ligação essencial entre os 6 anos de ensino académico e a futura prática médica, a minha motivação foi desde início elevada, no sentido de retirar o máximo partido de cada experiência. Para tal, adotei uma postura proactiva, procurando integrar ao máximo as atividades práticas de cada serviço, com o intuito de poder colmatar eventuais lacunas, melhorar as minhas competências clínicas, comunicacionais e interpessoais e adquirir as aptidões necessárias para uma futura atividade profissional autónoma e responsável. O estágio de Cirurgia Geral constituiu-se num excelente veículo de aquisição e treino de competências para a abordagem do doente cirúrgico, numa vertente mais prática. O acompanhamento integral e observação autónoma de doentes durante o internamento e o contacto em contexto de consulta, facilitou-me ter uma visão global da especialidade. A semana no Serviço de Urgência possibilitou-me observar a abordagem inicial, tanto de patologia de índole cirúrgica, como também médica e reforçar a minha capacitação de reconhecimento e hierarquização de prioridades. Por seu lado, o estágio opcional de Anestesiologia, representou uma ótima oportunidade para relembrar alguns dos conceitos aprendidos no 4º ano. Apesar de verificar que os objetivos a que me propus foram globalmente cumpridos, considero, no entanto, que os mesmos poderiam ser otimizados se nos fosse permitida a execução de mais procedimentos práticos, nomeadamente a realização de suturas, tal como constatei no meu estágio de 3º ano.

Destaco os estágios de Medicina Interna e Ginecologia e Obstetrícia, onde foi notória a criação de um equilíbrio adequado entre a integração de conhecimentos previamente adquiridos e o desenvolvimento de maior autonomia, necessária nesta fase de preparação para a prática clínica.

O estágio de Medicina Interna afigurou-se marcante no meu percurso, como futura médica e como pessoa. No que concerne à parte académica, ser integrada ativamente na dinâmica da equipa, com sentido de autonomia, responsabilidade crescente e estímulo do raciocínio clínico, constituiu, indubitavelmente, uma mais valia para a minha formação. Adicionalmente, pude testemunhar uma realidade que me marcou a nível pessoal, através do acompanhamento diário de doentes paliativos, principalmente com patologia oncológica

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e respetiva articulação com os Cuidados Paliativos, uma área que considero essencial, mas parcamente abordada ao longo do curso. Em Ginecologia e Obstetrícia quero destacar a ótima organização do estágio, que possibilitou o contacto equilibrado entre as duas subespecialidades. No meu caso, constituiu uma mais valia, uma vez que, na minha experiência anterior nesta área, tinha contactado quase exclusivamente com Obstetrícia. Assim, este ano, pude descobrir uma variedade imensa de valências ligadas à Ginecologia. Apesar de ter sido sobretudo observacional, o estágio de Saúde Mental realçou o papel fundamental que a comunicação médico-doente assume, não só do ponto de vista relacional, mas também, não raras vezes, como ferramenta terapêutica. O facto de ter realizado o estágio no Serviço de Psicogeriatria, diminuiu a abrangência de casos observados. No entanto, penso que me alertou para a importância de uma abordagem holística e seu o impacto no tratamento e recuperação dos doentes, principalmente nesta faixa etária. Os dois últimos estágios do ano letivo, o de Medicina Geral e Familiar e o de Pediatria decorreram em moldes pouco usuais, tendo em conta a conjetura pandémica atual. Neste sentido, não foi possível realizar o estágio prático. Identifico como a maior lacuna deste modelo de ensino, a ausência de contacto diário com a prática clínica e impossibilidade de “observar, aprender e executar” o que realmente se realiza no dia a dia destas especialidades, e que acredito, frequentemente, vai além da teoria. No entanto, penso que surgirão oportunidades que futuramente permitam colmatar essa falha, por exemplo, através da realização de estágios opcionais. Apesar desta componente ser insubstituível, realço a pronta disponibilidade demonstrada pelos docentes responsáveis para arranjar alternativas para esta situação. A Medicina Geral e Familiar, a proposta de resolução do caso foi bastante útil, permitindo fazer uma revisão global e procurar ativamente informação acerca de algumas patologias bastante comuns nos cuidados de saúde primários. Também o Mini-Congresso se revelou bastante didático, primando pela ótima organização. Nesta atividade, foram abordados e discutidos temas muito úteis sobre situações sobejamente encontradas na prática clínica desta especialidade. No caso de Pediatria, o meu contacto prévio com esta especialidade decorreu em contexto de mobilidade na Universidade de São Paulo, no 5º ano. Reconheço essa experiência sobremaneira enriquecedora. Estou, contudo, consciente de que esta decorria numa realidade diferente daquela que é a nossa em Portugal. Neste sentido, esperava que o estágio parcelar de Pediatria do 6º ano representasse uma oportunidade que me permitisse aferir eventuais diferenças e pontos comuns com a prática que já tinha experienciado no Brasil. É, portanto, o estágio que mais lamento não ter sido possível concretizar nos moldes habituais. Porém, quero destacar a relevância e utilidade das temáticas e discussões de casos abordados nas aulas síncronas. Porque sempre considerei relevante o desenvolvimento de competências interpessoais, comunicacionais e de gestão de tempo, que, embora ultrapassem os fundamentos teóricos da Medicina, são fundamentais para

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a sua prática, reconheço, nesta etapa final do meu percurso, alguns marcos estruturantes que me moldaram enquanto estudante, pessoa e futura profissional. Assim, integrei a Comissão Organizadora do Hospital da Bonecada em dois anos consecutivos, onde desempenhei funções de colaboradora, na edição de 2017 (Anexo V.1), e coordenadora, em 2018 (Anexo V.2), do Departamento Espaços. A organização da logística e trabalho em equipa, mas sobretudo a relação com os mais pequenos, representou um momento excecional. Mas foi, indubitavelmente, o programa de mobilidade que realizei, durante 8 meses na Universidade de São Paulo (FMUSP) (Anexo IV), no ano 2018-2019, que me proporcionou uma formação mais integral. O facto de me ter sido permitido exercer as mesmas atividades, com igual grau de responsabilidade dos estudantes locais, garantiu-me uma aprendizagem mais efetiva, com maior carga horária dedicada à prática clínica em meio hospitalar. Neste contexto, reconheço que a ausência de barreira linguística foi, por si, facilitadora de um melhor aproveitamento. Por ter realizado disciplinas que correspondiam ao currículo do 6º ano na FMUSP, foi-me atribuído um grau de autonomia ímpar, que ainda não tinha experienciado até então, e que me exigiu a aquisição de aptidões respeitantes à resolução de problemas, desenvolvimento de espírito crítico, raciocínio clínico e capacidade decisão. A oportunidade de conhecer internamente uma organização de cuidados de saúde totalmente diferente revelou-se enriquecedora, permitindo-me valorizar a nossa realidade. O contacto com estudantes, médicos e doentes de inúmeras nacionalidades, diferentes culturas e histórias de vida, contribuiu largamente para a expansão dos meus horizontes, tanto a nível pessoal como médico.

Concluída esta etapa de formação pré-graduada, reconheço ter trabalhado no sentido de uma maior capacitação em vários domínios, sentindo-me mais preparada para práticas futuras. Reconhecendo, embora, que muitos são os conhecimentos e práticas que importa ainda concretizar, tenho consciência plena de que me encontro motivada e entusiasmada para novas aprendizagens ao longo da minha carreira médica. Resta-me, por último, agradecer a todos quantos se cruzaram no meu percurso e contribuíram para o meu crescimento e formação, especialmente, tutores, professores, doentes e a todos os amigos e família pelo incansável apoio, motivação e acompanhamento imprescindíveis.

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Anexos

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RELATÓRIO FINAL I CAROLINA COIMBRA FERNANDES 12

ANEXOS

I. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

II. TRABALHOS REALIZADOS AO LONGO DOS ESTÁGIOS PARCELARES

III. FORMAÇÕES E CONFERÊNCIAS

1. Curso TEAM - Trauma Evaluation and Management (2019) 2. XI Curso de Antibioterapia – Hospital da Luz (2019) 3. iMed Conference 11.0 (2019) IV. PROGRAMA DE MOBILIDADE FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, BRASIL

V. ATIVIDADE ASSOCIATIVA

1. Comissão Organizadora Hospital da Bonecada – Colaboração do Departamento Espaços (2017)

2. Comissão Organizadora Hospital da Bonecada – Coordenação do Departamento de Espaços (2018)

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RELATÓRIO FINAL I CAROLINA COIMBRA FERNANDES 13 ANEXO I

Estágio Parcelar Regente Período de

estágio Local de estágio Tutor

Cirurgia Geral Prof. Doutor Rui Maio 09/09/19 a 31/10/19 H. Beatriz Ângelo Dr. Paulo Oliveira

Medicina Interna Fernando Nolasco Prof. Doutor 04/11/19 a 19/01/20 H. Santo António dos Capuchos, CHULC Dra. Sofia Pinheiro

Dr. João Oliveira

Ginecologia e

Obstetrícia Teresinha Simões Prof. Doutora

20/01/20 a

14/02/20 Maternidade Alfredo da Costa Dra. Carla Leitão

Dra. Sofia Rodrigues

Saúde Mental Miguel Talina Prof. Doutor 17/02/20 a 13/03/20 H. Júlio de Matos, CHPL Dr. Pedro Branco

Medicina Geral e

Familiar Prof. Doutora Isabel Santos 16/03/20 a 17/04/20

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RELATÓRIO FINAL I CAROLINA COIMBRA FERNANDES 14 ANEXO II

Estágio Parcelar Tema Restantes elementos

Cirurgia Geral

“Mayday, mayday, we have a leak” – Caso clínico de retropneumoperitoneu e pneumomediastino e abordagem das possíveis complicações associadas a realização de Colonoscopias

Rafael Curto Pedro Moules

Medicina Interna “Emergências Oncológicas” Ana Rita Oliveira Catarina Custódio Ginecologia e

Obstetrícia “Hemorragias uterinas anómalas” – A propósito de um caso clínico

João Gabriel Santos Marta Pinto

Medicina Geral e

Familiar “Estou grávida e agora o que devo fazer?” – Vigilância de uma gravidez de baixo risco

Pediatria “Meningite” Inês Marques Sousa Joana Guincho João Gabriel Santos “Doença Meningocócica Invasiva: Sépsis Meningocócica – Importância de um reconhecimento precoce”

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RELATÓRIO FINAL I CAROLINA COIMBRA FERNANDES 15 ANEXO III.1

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RELATÓRIO FINAL I CAROLINA COIMBRA FERNANDES 16 ANEXO III.2

11º Curso de Antibioterapia

— Certificado de Participação EMITIDO POR:

Hospital da Luz Learning Health Avenida Marechal Teixeira Rebelo, 20 1500-427 Lisboa

NOME

Carolina Coimbra Fernandes DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO 14469545 CÓDIGO DE CERTIFICADO C-5dc1b772f2235 Evento 11º Curso de Antibioterapia 20-11-2019 08:30 ® 21-11-2019 16:00 - Duração: 11 horas

Nos dias 20 e 21 de novembro realiza-se no auditório do Hospital da Luz a 11ª Edição do Curso de Antibioterapia, um evento clínico que justifica a sua tradição pela qualidade clínica demonstrada ao longo dos anos. Um Curso creditado pela Ordem dos Farmacêuticos com 1,65 CDP.

DESTINATÁRIOS

learninghealth.up.events

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RELATÓRIO FINAL I CAROLINA COIMBRA FERNANDES 17

ANEXO III.3

iMed Conference® 11.0 Lisbon 2019

— Certificado de Participação

EMITIDO POR:

AEFCM - Associação de Estudantes da NOVA Medical School Campo Mártires da Pátria, 130

1169-056 Lisboa NOME

Carolina Coimbra Fernandes DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO

14469545

CÓDIGO DE CERTIFICADO C-5d6c003023448

Evento

iMed Conference® 11.0 Lisbon 2019 16-10-2019 13:30 ® 20-10-2019 14:00

The iMed Conference® 11.0 | Lisbon 2019 will take place between the 16th and 20th of October at Teatro Camões and NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas.

Prepare for groundbreaking lectures, practical workshops, challenging competitions and an immersive social programme.

aefcm.up.events

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RELATÓRIO FINAL I CAROLINA COIMBRA FERNANDES 18

ANEXO IV

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RELATÓRIO FINAL I CAROLINA COIMBRA FERNANDES 19 ANEXO V.1 !

CAROLINA COIMBRA FERNANDES ESPAÇOS E LOGÍSTICA

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RELATÓRIO FINAL I CAROLINA COIMBRA FERNANDES 20 ANEXO V.2

Referências

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