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NOVO TESTE DE COORDENAÇÃO MOTORA

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Academic year: 2021

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NOVO TESTE DE COORDENAÇÃO MOTORA

Tomando por base os testes de coordenação motora já com vali-dade científica comprovada, ten-tou-se pesquisar esta qualidade entre os empregados que dela ne-cessitavam para o exercício de função em escritório. A primei-ra seleção que se teve em vista foi a dos mecanógrafos, cujo traba-lho envolve uma série de movi-mentos digitais, acompanhados por uma atividade mental consi-derada complexa, se comparada com outros trabalhos mais sim-ples.

Nas funções existentes nas fá-bricas de tecelagem, por exemplo, encontram-se atividades simples demais, em .que o operário só emenda fios. De outro lado, os pagadores ou recebedores de ban-co executam um trabalho seme-lhante e a coordenação motora deve estar presente.

Nas experimentações que se efetuaram com o grupo de ope-radores-mecanógrafos, usou-se o teste Tapping, Pontilhagem e uma prova-trabalho. Esta última con-sistia em um bloco de 100 papéis grampeados. O candidato era so-licitado a contar o maior número de papéis dentro de um tempo cronometrado. Os índices de cor-relação entre estas três provas

Professor JOÃo CARV ALHAES

São Paulo

foram positivos e considerados bons. Contudo, verificou-se que a coordenação motora exigida pela função de operador-mecanógrafo não apresentava tanta simplicida-de como a do tecelão e do pagador e recebedor de bancos, e, neste caso, os referidos testes não esta-vam atingindo o fim almejado.

Tudo isto ficou comprovado -quando se estudou a eficiência dos elementos selecionados e a classi-ficação dos resultados alcançados na produção individual.

Com a preocupação de estudar os fatôres que estavam prejudi-cando os resultados da seleção, procurou-se definir novamente a natureza da coordenação motora exigida pela referida função e, depois de vários estudos, concluiu-se que, apesar dessa atividade exi-gir coordenação motora, as inter-rupções do próprio trabalho e ou-tras aptidões específicas reclama-das como complemento funcional da atividade davam uma forma diferente na distribuição dos mo-vimentos ritmados.

Nasceu, em consequencia, a idéia de se organizar um teste que viesse não só resolver aquêle pro-blema em vista, como também ou-tras dificuldades que hoje se

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apre-sentam na seleção de candidatos para funções semelhantes.

Tendo em mira o ponto funda-mental dessas considerações, qual seja o de exigir através de um tes-te movimentos mais completos que os pesquisados pelos testes Tap-ping e Pontilhagem, criou-se o Teste Sinal.

O Teste Sinal poderá satisfazer plenamente os objetivos de seleção de pessoal para qualquer trabalho que exija movimentação e coorde-nação não só do antebraço mas também de todos os dedos, caracte-rísticas do presente quadro.

Os estudos prosseguiram e, de-pois de algum tempo, a idéia to-mou forma e o teste foi experi-mentado, sem que a sua validade fôsse comprovada.

Passados 10 anos, nova tenta-tiva foi feita em outra organiza-ção. N esta última, o grupo de profissionais que viria contribuir para que o referido teste fôsse "testado" também era pequeno, o que ainda não permitiu que se le-vasse ao fim o trabalho iniciado.

Dadas essas dificuldades de or-dem quase funcional, pensou-se agora, numa última tentativa, em apresentar o Teste Sinal aos psi-cotécnicos, leitores desta revista, a fim de que os estudos sôbre o mesmo possam ser terminados e a sua validade determinada. Não há a menor dúvida de que,. caso essa validade se defina, considerando as características do teste, a sele-ção psicotécnica terá um outro instrumento de pesquisa.

Os índices de correlações foram os seguintes:

Teste sinal X Pontilhagem = 0.66 Teste sinal X Tapping = 0.45 Com relação à prova de traba-lho introduzida nas diversas

expe-rimentações, os resultados indica-ram que o índice de correlação en-tre a prova de trabalho, com uma só atividade, portanto, simples, e os referidos testes é alto com o Tapping e Pontilhagem e ainda maior em relação ao Teste Sinal. Incluiu-se nessa mesma atividade um outro movimento, isto é, além da contagem simples de papéis, o candidato deveria contar 10 fôlhas de cada vez e fazer êste registro numa fôlha à parte. O índice de correlação baixou com os resulta-dos do Tapping e Pontilhagem e aumentou ainda mais com o Teste Sinal. Tentou-se incluir nesta úl-tima prova mais uma atividade motora e os índices de correlação agora baixaram de uma maneira geral; ainda assim, o Teste Sinal apresentou um melhor resultado. Além das vantagens apontadas neste comentário, é fácil verificar as facilidades que o Teste Sinal também apresenta para a conta-gem e determinação do resultado obtido pelos examinandos.

Durante as experimentações já feitas, percebeu-se também que, no momento da execução da prova, o lápis escapava das mãos do exa-minando. Analisou-se o fato em si, junto aos candidatos, e conclui-se também que a resistência à fa-diga muscular de uns era menor que a de outros e o teste poderia pesquisar o grau de fadiga mus-cular de acôrdo com o número de quedas. Procurou-se explorar mais êste aspecto do teste durante o trabalho experimental. Neste par-ticular, os estudos foram ainda mais artificiais, sendo necessário que especialistas neste assunto prossigam com as observações.

O Teste Sinal compõe-se de duas partes. A primeira (em anexo) tem a finalidade de eliminar a

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sigualdade de certas diferenças individuais que poderão influir no resultado final da pesquisa da co-ordenação motora, tais como grau de automatismo, compreensão, etc. A segunda parte, (em anexo) a mais importante para o assunto em vista, pesquisa a coordenação motora.

Terminada esta primeira fase do estudo, aplicou-se o teste em aprêço a candidatos a diversas funções de escritório. Essa expe-rimentação, entretanto, não foi suficiente para determinar a sua validade e o trabalho foi inter-rompido.

São Paulo, 9 de maio de 1955. OBJETIVO E TÉCNICA DE APLICAÇÃO DO TESTE SINAL . 1. Objetivo. - Pesquisa da co-ordenação motora e da fadiga pmscular.

2. Duração do teste. - A apli-cação do teste dura 20 minutos, mais ou menos, e só a segunda parte é cronometrada (10 minu-tos) .

3. Material usado. - Além do teste (três fôlhas impressas -uma da 1.a e duas da 2.a parte), lápis, bicolor, cujo tamanho não pode ser menor que 10 cm.

·4. Aplicação. - Entregar ao examinando uma fôlha de

exercÍ-cio e duas do teste propriamente dito.

- Solicitar ao examinando que preencha a primeira fôlha de acôr-do com as instruções impressas e com os esclarecimentos do aplica-dor. Não há exigência de tempo nesse preenchimento.

- Mostrar que o movimento a ser empregado deve ser rotativo . da esquerda para a direita,

posan-do a outra mão sôbre o teste. - Acrescentar às instruções impressas que o examinando terá que marcar uma CRUZ em lugar do traço, tôda vez que ouvir a pa-lavra CRUZ. Para isso, o aplica-dor deve mencioná-la de minuto em minuto até terminar o tempo total, qual seja: 10 minutos.

- Registrar o número de vê-zes que o examinando deixa cair o lápis.

- Agrupar 6 examinandos pa-ra cada examinador.

5. Avaliação. - Avaliar a co-ordenação motora, verificando-se o último número da linha· comple-tamente preenchida da segunda ou terceira fôlha e multiplicá-lo por 10 e somar os traços feitos na úl-tima linha incompleta.

- Registrar o número de que-das e estabelecer a escala da nor-malidade do índice de fadiga mus-cular, assim como contar o núme-ro de traços feitos no primeinúme-ro e último minuto cronometrados.

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Preencha horizontalmente os quadros em branco na mesma disposição das côres do modêlo abaixo. Sem se preocupar com a quantidade de linhas que porventura poderão ser preenchidas. vá fazendo sinal por sinal, até o ponto em que se julgar suficientemente capaz de executar êste mesmo trabalho em uma outra fôlha, sem olhar para o modêlo. Terminado êste trabalho, você deve virar esta fôlha para baixo e esperar até ser atendido.

IMPORTANTE

O BOM SUCESSO DESTA PROVA DEPENDERÁ DA SUA RAPIDEZ NÃo É PERMlTIDO - Decorar êste exercício antes de praticá-lo; interromper o me:;mo para qualquer fim; fazer sinais de uma só côr para depois usar a outra cÔr.

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

.'.

~

15 O 16 Z 17 18 19 20 MODE:LO

1-1-1---1-1 .. ---.-1---.. 1-1 ... --.--1-1-1

ATESÇÁO: Você não deverá fazer um sinal a mais

sequer daquele já julgado suficiente.

Convenção: traço em cor azul traço em côr vermelha SEJA BEM RÁPIDO

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t.:l ~ O Z 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 10 1 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

NOVO TESTE DE COORDENAÇÃO MOTORA

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2.& Parte

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2.a Parte

SEJA BEM RÁPIDQ

1~--+---4---~---+--~--~r---r---T---~--~

2~~--~---4---4---+---+---+---+---r--~

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61--~~~~~--~---4---+---+--~---r---1

7~~--~---4---4---+---+---+---+---r---1

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14~--~--+---+---1---~--~---r---T---T--~

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17~--+---+---+---~--~--~---+---T--~--~ 18~--~--~--~--+---+---+---+---T---T---1 19~--~--+---+---1---4---~---r---T---T~-j 20~~--~---+--~---r--~--T---r---r--j 21~--~--~--~--~--r---r---r---r---r---j

22~~---4---+--~--~--1---+---r---r-~

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NOVO TESTE DE COORDENAÇÃO MOTORA 21

SUMMARY

A new motor-coordination test

This study is based on a series of inve.r;tigations on the motor-coordination of machine opera-tors. These investigations indicat-ed that the motor aspect of this 7Vork was -not so simple as those involved in other tasks like some performed in factories or in banks ..

The A uthor tried to construct a new test for selection of machine operators - the Signal Test-using more complex movements than the Tapping and Dotting. The Signal Test is devised to measure performance in tasks in wich the fore - arm and fingers are involved. Muscular fatigue is also measured. The Author 1"eports correlations with Dotting -.-:.. .66,

and with Tapping

=

.45. H

ow-ever, validity coefficients were not calculated.

In the appendixes, test mate-rials and administration and scor-ing procedures are described.

RESUMÉ " I ; ~ I.

Un nouveau, test de coordination motrice

Gette étude se base sur une sé-rie de 1'echerches sur la coordina-tion motrice des machinistes. Les résultats indiquent que l'aspect moteur de ce travail n'est pas aussi simple que celui qui se réali-se dans les fabrique,s ou dans les banques.

L'Auteur a essayé de construire un nouveau test pour la sélection de machinistes, appellé le Signal Test, qui emploie des mouvements plus complexes qu'avec le Tapping et le Dotting. Le Signal Test est idealisé pour mésurer l' éxécution de travaux dans lesquels inter-viennent l'avant-bms et les doigts. La fatigue musculaire est aussi mesurée. L' A uteur présente une c01'rélation de 0.66 avec le Dotting et de 0.45 avec le Tapping, mais les coéflicients des validités n'ont pas été calculés.

Dans l'annexe se trouve la des-cription du 1natériel du test, son administration et les procedés de tabulation.

Referências

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