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ALEX FLEMMING. colagens & desenhos

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Academic year: 2021

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ALEX FLEMMING

colagens & desenhos

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ALEX FLEMMING:

o oráculo de um alquimista

Com DNA brasileiro e apurada técnica associada à excelência de um projeto artístico – ora vinculado a questões urbanas, à territorialidade e à cartografia, ora a questões da figuração, volta-do para o homem e a sua inserção no cotidiano, sugerinvolta-do uma referência à ocupação volta-do espaço como uma espécie de resgate da memória na qual por vezes se insere – Flemming fundamenta as raízes de uma produção contínua e consistente, de poderoso calibre estético e conceitual.

Natural da cidade de São Paulo, nascido em 1954 e frequentador costumaz desde os anos 1980 da cidade de Berlin, na Alemanha, onde logo passou a residir, o artista é autor de uma das mais coerentes obras da sua geração. Cunhada a partir de um olhar atento e reflexivo da realidade, Flemming desenvolve uma obra biográfica estruturada por metáforas e analogias que dizem respei-to a reflexões sobre o tempo e espaço, em constante articulação com a memória afetiva.

Nesse sentido, a obra de Flemming se insere no caminho da construção de um diálogo mar-cante e significativo entre memórias individuais e coletivas e recortes ou fragmentos da realidade. O artista se configura como um “bunker”, no sentido de reunir em torno de si uma rede articulada de informações, um verdadeiro “banco de dados”, do qual se apropria e o qual centrifuga, dando-lhe outras dimensões simbólicas e a legibilidade de documento artístico e cultural.

Com origem ligada ao cinema (ele é autor de vários curtas em Super-8), Flemming fes sua primeira exposição em 1978. Nela, apresentou uma série de nove fotogravuras de conteúdo violen-to e dramático, em que pontuavam figuras amputadas e violen-torturadas, um espelho do então regime militar brasileiro. Posteriormente, apresentou a série “Alturas”, em que utilizava animais empalha-dos e móveis pintaempalha-dos. Nessa fase, passou a incluir letras e textos diversos de notícias de jornais, assinaturas e poesias, entre elas trechos da obra dos poetas Torquato Neto e Haroldo de Campos.

Já em 1980, tanto na série “Atletas” (1980), como á série “Body-Buiders” (1987), exposta em 2004, no CCBB-Brasília, o artista mesclou sedução e desejo ao corpo e ao belo, com a violência e os conflitos de guerra, ao mesmo tempo em que fez menção a passagens bíblicas do Novo Tes-tamento. Ao transitar pela linguagem de instalação, a obra “Sacrifício” (XXI Bienal Internacional de São Paulo), utiliza matéria-prima resultante de pesquisas científicas, época em que dá início a uma série de trabalhos com animais empalhados.

A série “Flying Carpets” foi uma reação imediata à ação terrorista de 11 de setembro, em Nova York. Nela, tapetes orientais foram recortados ganhando a forma de aviões, numa alusão também à revanche aérea militar norte-americana ao Iraque e ao Afeganistão.

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Com obras e projetos públicos realizados no Brasil e no exterior, como o da Estação Paulista de Metrô Sumaré e a instalação “Sistema Uniplanetário in memorian Galileu Galilei”, exposta em 2008 nas ruínas da igreja St. Johannes Evangelist, em Berlin, Flemming é detentor de uma vasta produção articulada por diversas linguagens – gravura, desenho, colagem, fotomontagem, objeto, instalação e essencialmente pintura – em um repertório bastante variado. As obras presentes em inúmeras ex-posições ao longo de mais de quatro décadas integram o contexto de importantes coleções públicas e privadas; além disso, compõem dezenas de publicações que situam a obra de Flemming entre as mais representativas da produção contemporânea no cenário internacional.

Atendendo ao convite para integrar a representação contemporânea brasileira na exposição “Brasília – meio século da capital do Brasil”, o artista apresentou “Catedral de Brasília”, obra foto-gráfica impressa em lona de plástico PVC, com intervenção de cor e elementos gráficos do icônico projeto de Oscar Niemeyer. O trabalho “Unikat”, realizado com câmera Leica e estruturado na pes-quisa de cor e superexposição de pigmentos, simboliza uma atividade da vida cotidiana que, por meio da projeção da imagem da chama do gás de fogão de cozinha, sobreposta à arquitetura do monumento, nos remete ao preparo do alimento, fundamental à nossa sobrevivência, evocando, num certo sentido, uma memória ancestral, comum a toda história da humanidade.

Protagonista de uma obra alicerçada e permeada pela pintura em suas relações com variadas linguagens das quais se apropria, Flemming, ao reivindicar para si a reconstrução de uma realidade, de um mundo, conjugado a uma liberdade inventiva e transformadora, incorpora à sua obra uma espécie de alquimia do seu tempo. Como um oráculo, o artista contribui para escrever a história das artes visuais no mundo contemporâneo.

Cláudio Pereira

Historiador e curador atuante nos segmentos das Artes Visuais, do Design e do Patrimônio Histórico no país e no exterior. Exerceu as funções de Direção do Museu de Arte de Brasília e do Núcleo de Imagem e Som do Arquivo Público do Distrito Federal. Integra os Conselhos dos Institutos Presidente João Goulart e Anita Malfatti.

*Texto original publicado em alemão (Berlim, 2013), para a edição do livro da exposição “Bra-sília – meio século da capital do Brasil”.

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Alex Flemming

1954 – São Paulo – Mora e trabalha em Berlim.

PRINCIPAIS EXPOSIÇOES INDIVIDUAIS 1981 - Galeria Paulo Figueiredo, São Paulo. 1983 – Galeria Metronom, Barcelona.

1988 – Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. 1990 – Museu de Arte Latinoamericana, Washington. 1991 – Grande Galeria do Palácio das Artes, Belo Horizonte. 1992 – Galeria Tammen & Busch, Berlim.

1993 – Fundação Ursula Blickle, Kraichtal. 1994 – Galeria Tabea Langenkamp, Dusseldorf. 1996 – Galeria Lutz Teutloff, Colonia.

1997 – Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro. 1999 – Galeria Blickensdorff, Berlim.

2000 – Galeria Celma Albuquerque, Belo Horizonte. 2001 – Galeria Conny Dietschold, Sydney.

2003 – Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo. 2004 – Galeria Ibakatu, Curitiba.

2005 – Galeria 111, Lisboa. 2007 – MASP, São Paulo.

2008 – Galeria Referência, Brasília. 2009 – Galeria Amparo 60, Recife.

2010 – Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. 2011 – Museu Nacional de Belas Artes , Santiago do Chile. 2011 – Galeria Penteado, Campinas.

2011 – Galeria Quadrum, Belo Horizonte. 2014 – Galeria Paralelo, São Paulo.

2014 – Biblioteca Mario de Andrade, São Paulo. 2014 – Galeria Almeida Prado, Brasília.

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PRINCIPAIS EXPOSIÇOES COLETIVAS

1980, 1984, 1986, 1989 – Panorama da Arte Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo. 1981, 1983, 1991 – Bienal Internacional de São Paulo.

1986, 1997 – Bienal de Havana.

1993 – Network, Kunstnernes Hus, Oslo.

1994 – Art on the map, Chicago Cultural Center, Chicago. 1996 – Container 96: Art Across Oceans, Copenhagen.

1998 – Der Brasilianische Blick, Haus der Kulturen der Welt, Berlim. 1999 – Os anos 60 – 90, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. 2000 – Arte -Identidade, Stadtmuseum, Siegburg.

2001 – Bienal do MERCOSUL, Porto Alegre. 2007 – Bienal do Fim do Mundo, Ushuaya.

2014 – 140 Caracteres, Museu de Arte Moderna de São Paulo. 2014 – A Arte que permanece, no Museu dos Correios, Brasília. 2014 – O artista e a bola, na OCA, em São Paulo.

2014 – ENTRECOPAS, Museu Nacional da República, Brasília. 2014 – Novas aquisições, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. OBRAS EM COLEÇÕES PÚBLICAS

Art Museum of Latin America, Washington. Berlinische Galerie, Berlin.

Birmingham Museum of Art, Birmingham. Casa de Las Americas, Havana.

Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.

Fundação José e Paulina Nemirovsky, São Paulo. Ibero-Amerikanisches Institut, Berlim.

Instituto de estudos Brasileiros, São Paulo. Museu de Arte Americano, Maldonado. Museu da Fotografia, Curitiba.

MAB - Museu de Arte Brasileira da FAAP, São Paulo. MAC - Museu de Arte Contemporânea da USP, São Paulo. MAM - Museu de Arte Moderna, São Paulo.

MAM - Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. MASP - Museu de Arte de São Paulo, São Paulo. Museo Nacional de Bellas Artes de Chile, Santiago. Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba. Museu de Arte de Santa Catarina, Florianópolis. Museu de Arte Aloísio Magalhães, Recife. Museu de Arte de Brasília, Brasília.

Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo.

University of Essex Collection of Latin American Art, Colchester. Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte.

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Curadoria

Fábio Miranda de Almeida Prado

Fotografias Bernd Borchardt Murillo Medina Raquel Cândida Projeto Editorial Anne Design

Fábio Miranda de Almeida Prado

Agradecimento

Regina e Francisco Chagas Freitas André Bergamo

Cláudio Pereira

Coquetel

Sorbê

Preparação técnica das obras

BsB Molduras

Assessoria de Imprensa

Agência Tales Rocha

Impressão

Gráfica Athalaia

www.alexflemming.com

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Referências

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