Hamiltonianas pseudo-hermitianas e a deforma¸c˜
ao
jordaniana de sl (2)
P. G. Castro
Departamento de Matem´atica – UFJF
Baseado em trabalho conjunto com
Ricardo Kullock Francesco Toppan
J. Math. Phys. 52, 062105 (2011), arXiv:1104.3852 [hep-th]
´
Algebras de Hopf
Uma bi´algebra com ant´ıpoda (coinversa): um espa¸co vetorial H sobre um corpo k estruturas µ : H ⊗ H → H e η : k → H. coestruturas ∆ : H → H ⊗ H e ε : H → k
ant´ıpoda S : H → H que ´e a inversa do mapa identidade com respeito `a opera¸c˜ao de convolu¸c˜ao
´
Algebras de Hopf
sujeitos `a comutatividade do diagrama
H ⊗ H S⊗id //H ⊗ H µ ##G G G G G G G G G H ∆xxxx;;x x x x x // ∆FFF##F F F F F F k η //H. H ⊗ H id ⊗S //H ⊗ H µ ;;w w w w w w w w w
Drinfel’d Twist
Seja H cocomutativa e tome um elemento F ∈ H ⊗ H que seja invert´ıvel e um 2-cociclo, i.e.,
(F ⊗ 1)(∆ ⊗ id )F = (1 ⊗ F )(id ⊗ ∆)F .
Nota¸c˜ao: F = fα⊗ fα e F−1 = ¯fα⊗ ¯fα, com α um multi-´ındice.
Drinfel’d Twist
Definindo (com χ = fαS (fα) ∈ H)
∆F(a) = F ∆(a)F−1 SF(a) = χS (a)χ−1,
(H, µ, η, ∆F, ε, SF) ´e uma ´algebra de Hopf triangular com matriz-R universal dada por R = F21F−1. Chamamos HF.
´
Algebra Universal Envelopante
Tome uma ´algebra de Lie g (com geradores τi). Sua ´algebra universal
envelopante
U (g) = T (g)/I , com T (g) =L
n≥0g⊗n a ´algebra tensorial de g e I o ideal gerado pelos
elementos da forma (x ⊗ y − y ⊗ x − [x , y ]), ´e uma ´algebra de Hopf com
∆(τi) = τi⊗ 1 + 1 ⊗ τi
ε(τi) = 0
Drinfel’d Twist da ´
Algebra Universal Envelopante
U (g) pode ser deformada em UF(g).
Pode-se perguntar qual ´e o subespa¸co linear gF ⊂ UF(g), an´alogo a g⊂ U (g).
Condi¸c˜oes dos geradores de gF: {τF
i } geram gF
deforma¸c˜ao m´ınima da regra de Leibniz: ∆F(τiF) = τiF⊗ 1 + fij⊗ τF j
sob a¸c˜ao adjunta deformada [τiF, τjF]F = (τiF)1τjFSF((τiF)2),
as constantes de estrutura de g s˜ao reproduzidas.1
1
nota¸c˜ao de Sweedler
Drinfel’d Twist da ´
Algebra Universal Envelopante
Tome como geradores deformados
τiF = ¯fα(τi)¯fα,
com coproduto
A ´
algebra de Lie dinˆ
amica
Iniciamos com a ´algebra de Heisenberg hd = {xi, pi, ~} satisfazendo
[xi, pj] = i ~δij, [~, xi] = [~, pi] = 0 e introduzimos os elementos H = 1 2~(pipi) , K = 1 2~(xixi) , D = 1 4~(xipi + pixi) .
Elementos Primitivos vs. Compostos
Estados de duas part´ıculas |ψ1i ⊗ |ψ2i:
∆(~P2) = ~P2⊗ 1 + 1 ⊗ ~P2, (~P2
tot= ~P12+ ~P22)
∆(~L2) = ~L2⊗ 1 + 2~L ⊗ ~L + 1 ⊗ ~L2, (~L2
tot = ~L21+ 2~L1· ~L2+ ~L22)
A ´
algebra de Lie dinˆ
amica
Os elementos H, K , D s˜ao declarados elementos primitivos da ´algebra de Lie aumentada
Gd = {~, xi, pi, H, K , D}, i = 1, ..., d .
A ´
algebra de Lie dinˆ
amica
As rela¸c˜oes de comuta¸c˜ao n˜ao triviais de Gd s˜ao:
[xi, pj] = i ~δij, [D, H] = iH, [D, K ] = −iK , [K , H] = 2iD, [xi, H] = ipi, [xi, D] = i 2xi, [pi, K ] = −ixi, [pi, D] = − i 2pi.
A ´
algebra de Lie dinˆ
amica
Como sl (2) ´e uma sub´algebra de Gd, U (Gd) pode ser deformada em
UF(Gd) pelo twist jordaniano
F = exp(iD ⊗ σ),
onde σ = ln(1 + ξH) e ξ ∈ R+.
A ´
algebra de Lie dinˆ
amica
Os geradores deformados s˜ao xiF = xie σ 2 piF = pie− σ 2 HF = He−σ KF = Keσ,e a deforma¸c˜ao (no formalismo h´ıbrido) produz a n˜ao comutatividade de Snyder: [xiF, xjF] = −i ξ 2(x F i p F j − x F j p F i ) [xiF, pFj ] = i ~δij + i ξ 2p F i pjF
O oscilador harmˆ
onico
Como vimos, Gd ´e a ´algebra de Lie dinˆamica para o oscilador harmˆonico,
cuja hamiltoniana ´e dada por H = H + K .
Portanto, podemos escrever sua deforma¸c˜ao como
HF = HF + KF = He−σ+ Keσ.
Vˆe-se que HF n˜ao ´e hermitiano.
Operadores η-pseudo-hermitianos
Temos um espa¸co de Hilbert H (dotado de produto interno h·, ·i) com uma hamiltoniana H que n˜ao ´e hermitiana.
Por´em
HF †= ηHFη−1, onde
Operadores η-pseudo-hermitianos
O tratamento para este tipo de hamiltoniana ´e definir um novo espa¸co de Hilbert ˜H dotado de produto interno hh·, ·ii sob o qual HF seja
autoadjunta.
O novo produto interno se relaciona ao original por
hh·, ·ii = h·, η·i.
De fato, sob hh·, ·ii HF torna-se autoadjunta:
hhψ, HFφii = hψ, eσHFφi
= heσHFe−σeσψ, φi = hHFψ, eσφi = hhHFψ, φii.
Operadores η-pseudo-hermitianos
Note que
H e ˜H, como espa¸cos vetoriais, s˜ao o mesmo. ˜
H ´e um espa¸co de Sobolev.
Resta mostrar que o espectro de H ´e real. Isto acontece porque a raiz quadrada de η, ρ tal que ρ2 = η, ´e uma transforma¸c˜ao unit´aria ρ : ˜H → H.
Prova: Para ρ = e12σ, usando a defini¸c˜ao de hh·, ·ii, encontramos que
Operadores η-pseudo-hermitianos
Por outro lado, denotando por ‡ a transforma¸c˜ao adjunta entre espa¸cos vetoriais (T : W → V ; T‡: V∗ → W∗), temos que
hh ˜ψ, ρ−1φii = hρ−1‡ψ, φi.˜
Portanto ρ−1‡= ρ, de modo que ρ ´e unit´aria se encarada como transforma¸c˜ao ρ : ˜H → H.
Assim, podemos mapear as observ´aveis em ˜H de volta para H, onde o produto interno ´e o usual:
HF 7→ HFρ = ρHFρ−1.
Operadores η-pseudo-hermitianos
A nova hamiltoniana ´e dada por
HFρ = 1 −ξ 2 4 HF + KF + i ξD,
que ´e manifestamente hermitiana pois KF † = KF + 2i ξD.
Assim, HF relaciona-se unitariamente a um operador hermitiano e
portanto tem espectro real. A transforma¸c˜ao ρ ´e chamada pseudocanˆonica e os sistemas descritos por HF em ˜H e HFρ em H s˜ao fisicamente
Conclus˜
oes
Pode-se aplicar a deforma¸c˜ao jordaniana `a ´algebra de Lie dinˆamica do oscilador harmˆonico, que cont´em como sub´algebras a ´algebra de Heisenberg e a ´algebra sl (2)
Esta deforma¸c˜ao induz uma n˜ao comutatividade do tipo Snyder A hamiltoniana deformada n˜ao ´e hermitiana, mas
η-pseudo-hermitiana, i.e. autoadjunta sob um produto interno
modificado, podendo ser mapeada numa hamiltoniana hermitiana que possui o mesmo espectro