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Perícia contábil no processo cível

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Academic year: 2021

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UNIJUI – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO

DO RIO GRANDE DO SUL

DECon – DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE

CURSO DE CIENCIAS CONTÁBEIS

PERÍCIA CONTÁBIL NO PROCESSO CÍVEL

(Trabalho de conclusão de curso)

RAFAEL KAPP

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UNIJUI – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO

DO RIO GRANDE DO SUL

DECon – DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE CURSO DE CIENCIAS CONTÁBEIS

PERÍCIA CONTÁBIL NO PROCESSO CÍVEL

Trabalho de conclusão de curso apresentado como componente curricular obrigatório para obtenção do titulo de bacharel em ciências contábeis junto a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

RAFAEL KAPP

Orientador: Prof. Irani Paulo Basso

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 7

1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 9

1.1. Área do Conhecimento Contemplada ... 9

1.2. Caracterização do Processo ... 10 1.3. Problematização do Tema ... 10 1.4. Objetivos ... 11 1.4.1. Objetivo geral ... 11 1.4.2. Objetivos Específicos ... 12 1.5. Justificativa... 12 1.6. Metodologia do Trabalho ... 13 1.6.1. Classificação da Pesquisa ... 13

1.6.1.1. Do Ponto de Vista de sua Natureza ... 14

1.6.1.2. Quanto à Forma de Abordagem do Problema ... 14

1.6.1.3. Do Ponto de Vista de seus Objetivos ... 14

1.6.1.4. Do Ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos ... 15

1.6.2. Plano de Coleta de Dados ... 15

1.6.3. Análise e Interpretação dos Dados ... 15

2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA ... 16

2.1. Evolução Histórica da Contabilidade ... 16

2.1.1. Contabilidade: Conceitos e Caracterização Geral ... 18

2.1.2. Princípios de Contabilidade ... 19

2.1.3. Finalidade, Objetivos e Técnicas Básicas da Contabilidade ... 21

2.1.4. Código de Ética e Normas Brasileiras de Contabilidade ... 22

2.1.5. O Exercício Profissional: Contadores e Técnicos em Contabilidade ... 23

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2.2.1. Conceituação de Auditoria ... 24

2.2.2. Objetivos e Objeto da Auditoria ... 26

2.2.3. Divisões da Auditoria ... 27

2.2.3.1. Auditoria Interna ... 27

2.2.3.2. Auditoria Externa ... 28

2.2.4. Regulamentação da Auditoria ... 29

2.3. Perícia Contábil ... 30

2.3.1. Conceituação de Perícia Contábil e Disposições no Código de Processo Civil .. 31

2.3.2. Regulamentação da Perícia ... 32

2.3.2.1. Conforme as Normas Técnicas de Perícia... 33

2.3.2.2. Conforme as Normas Profissionais de Perícia ... 36

2.3.3. Objeto da Perícia Contábil ... 38

2.3.3.1. Objetivo da Perícia Contábil ... 39

2.3.4. Espécies de Perícias ... 40

2.3.4.1. Perícia Judicial ... 41

2.3.4.2. Perícia Semijudicial ... 45

2.3.4.3. Perícia extrajudicial ... 45

2.3.4.4. Perícia Arbitral ... 47

2.3.5. O Perito Contábil e o Assistente Técnico ... 47

2.3.6. Deveres e Direitos do Perito Contábil ... 49

2.3.7. Erros, Fraudes, Indícios e Riscos na Perícia ... 50

2.3.8. Penalidades ... 51

2.3.9. Quesitos Necessários Para ser Perito-contador ... 52

2.3.10. A Prova Pericial ... 53

2.3.10.1. Prova Pericial Contábil ... 53

2.3.10.2. Ônus da Prova ... 55

2.3.11. Laudo Pericial Contábil ... 56

2.3.11.1. Disposições Gerais Sobre Laudo Pericial Contábil ... 57

2.3.11.2. Parecer Técnico... 59

2.3.12. Ética no Trabalho Pericial ... 60

2.4. Direito... 61

2.4.1. Quanto as Fontes ... 61

2.4.1.1. Lei ... 62

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2.4.1.3. Doutrina ... 64

2.4.2. O Direito e o Código Civil ... 64

3. PARTE PRÁTICA ... 66

3.1. Quanto a Escolha do Processo ... 66

3.2. Descrição do Processo ... 66

3.3. Análise dos Procedimentos Técnicos Praticados pelo Perito ... 69

3.3.1. Quanto a Estrutura do Laudo Desenvolvido pelo Perito ... 69

3.3.2. Análise do Laudo ... 69

3.4. Reelaboração do Laudo Pericial ... 71

3.4.1. Estrutura do Laudo ... 71

CONCLUSÃO ... 79

(6)

A jornada de mil quilômetros começa sempre com um primeiro passo

(7)

INTRODUÇÃO

Após um período de estudos contínuo e aprofundado na área da Contabilidade, somos desafiados a elaborar um trabalho de conclusão de curso, não apenas para atender os requisitos necessários para aprovação em um curso de ensino superior, mas também se encontra neste, a oportunidade para especializar-se e aprofundar ainda mais nossos conhecimentos em uma determinada área de maior interesse, ou seja, temos a honrosa oportunidade de sair da universidade e poder atuar diretamente na área desejada com o maior comprometimento e responsabilidade, principalmente desenvolvendo as atividades propostas, com eficiência e eficácia.

Para tanto, neste trabalho é abordado o tema perícia, oriundo do latim peritia, que em poucas palavras pode ser definida como: conhecimento adquirido pela experiência, contudo pode-se dizer que apenas a experiência não basta, pois vale ressaltar que a perícia contábil se constitui de procedimentos técnicos e científicos, regida por normas e leis as quais devem ser observadas sempre na elaboração dessa prática, ou seja, se os procedimentos vigentes não forem observados quando da sua elaboração, de nada adianta ter a experiência.

A perícia pode ser desenvolvida em qualquer área de trabalho, ou seja, pode ser elaborada por médicos, engenheiros, químicos, economistas, administradores, contadores, entre outras áreas de especificidades existentes, contudo, nesta obra é abordado o tema perícia contábil, prerrogativa exclusiva do bacharel em Ciências Contábeis, ou seja, aquele indivíduo que tenha sido aprovado em curso de nível superior em Ciências Contábeis e tenha obtido seu registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC) como Contador.

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Contudo, a presente monografia, aborda em seu primeiro capítulo, a contextualização do estudo, bem como as normas de trabalhos de conclusão de curso, sua classificação, entre outras. Já para a segunda parte é evidenciado o produto da revisão bibliográfica que gira em torno do referido tema, levando em conta os principais autores da área; e por fim em sua parte prática, é abordado o processo pericial no seu todo, bem como os cálculos realizados, e ainda o laudo pericial em sua maior amplitude possível.

A perícia contábil deve ainda ser elaborada por profissional qualificado, com amplo domínio na área em que será executada a tarefa, e principalmente, deve ter conhecimento da legislação vigente. Portanto o perito-contador além de, investigar os fatos, realizar os exames, vistorias, avaliações, verificar o processo, emitir o laudo ou parecer, no caso de perito auxiliar de uma das partes, deve primeiramente, conhecer suas atribuições e prerrogativas, pois somente assim poderá ele desempenhar sua honrosa missão com eficiência e eficácia.

Face ao exposto, o presente trabalho, aborda dentro do grande tema, que é a perícia contábil, o subitem, perícia contábil no processo cível, que consiste numa análise minuciosa de um processo de reclamatória patrimonial na denominada Justiça Comum, onde foram refeitos todos os procedimentos periciais do processo envolvendo cálculos e demais procedimentos em final de sentença determinado pelo juiz encarregado do processo, verificando assim se os mesmos foram elaborados corretamente, e principalmente se as normas vigentes quanto a elaboração da referida perícia foram cuidadosamente observadas, a fim de emitir uma avaliação, com as conclusões do estudo. Finalmente a obra apresenta a bibliografia consultada.

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1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Diante do desafio que se encontra no mercado de trabalho, o qual está muito competitivo, cabe a cada um definir e especializar-se em uma determinada área, dominando a mesma, e estando sempre um passo a frente para então não sucumbir diante as dificuldades que forem impostas pela profissão.

Face ao exposto, o presente trabalho aborda o tema perícia contábil, prerrogativa exclusiva do Contador, devidamente habilitado no Conselho Regional de Contabilidade (CRC), não sendo possível a sua realização por técnicos contábeis.

Primeiramente, foi caracterizado o processo a ser estudado, evidentemente sem dar nomes às partes e local onde o mesmo tramitou, simplesmente para evitar complicações judiciais futuras que possam vir a ocorrer; observando ainda, para elaboração do mesmo, as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC’s) vigentes, e todas as leis específicas que regem esta nobre área de conhecimento chamada perícia contábil.

1.1. Área do Conhecimento Contemplada

Como dito, o presente estudo aborda o tema perícia contábil, sendo esta um instrumento de prova para efeitos judiciais, ou seja, com base no laudo ou parecer elaborado pelo perito-contador, é que o magistrado se norteará para tomar sua decisão sobre a lide.

Aproveitando essa imensa oportunidade de atuar auxiliando o Ex. Sr. Dr. Juiz de direito, vê-se nesta área um grande campo de atuação. Para tanto, foi abordado, dentro do grande campo que é a técnica contábil da Auditoria aplicada na área patrimonial, à Perícia contábil no processo cível.

Analisaram-se, nesta fase do trabalho, todos os conhecimentos técnicos ligados à Perícia e ao Processo Judicial, com vistas à instrumentalização do Perito para a posterior fase de aplicação dos procedimentos de revisão técnica dos caminhos realizados pelo perito-contador no processo objeto de estudo, de acordo com as normasvigentes.

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1.2. Caracterização do Processo

O procedimento de escolha do processo analisado no presente trabalho ocorreu gradativamente, acontecendo então um envolvimento por parte do leitor com o processo em si, o que conseqüentemente resultou na sua escolha.

O processo foi retirado em uma das comarcas do judiciário da região, a qual não será identificada por questões éticas, como já mencionado anteriormente, porém, o mesmo contém todos os requisitos necessários para o desenvolvimento desta obra, contendo ainda em seu interior os procedimentos que o perito-contador utilizou para elaborar seu laudo e/ou parecer pericial.

Evidentemente, não serão identificadas as partes que estão envolvidas no referido processo, chamando apenas de “Réu”, a parte que foi processada, e “Autor” a parte que moveu o processo, simplesmente para evitar conflitos ligados ao sigilo profissional e ainda processos futuros que possam ser movidos contra o autor da presente obra.

1.3. Problematização do Tema

Com o intuito indelével de auxiliar o magistrado de direito em sua tomada de decisão, cabe ao perito-contador auxiliar o mesmo, esclarecendo questões patrimoniais e/ou contábeis que para ele é de total desconhecimento, como a perícia contábil.

Percebe-se então um grande campo de atuação para os contadores nesta área, e quando se fala em contadores, que fique claro que não se inclui a estes os técnicos contábeis, ou seja, a perícia, seja ela cível ou trabalhista, é uma grande oportunidade de trabalho para aqueles que a desejarem, contudo deve ser feita por profissionais devidamente qualificados e habilitados.

Sendo assim, a perícia consiste em um instrumento de esclarecimento para o juiz, devendo a mesma ser elabora dentro dos devidos padrões e acima de tudo seguindo as normas que a regulam, pois, com base nela; o Judiciário busca uma solução justa para o litígio em questão.

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Como já visto, a área de atuação do perito contábil está na esfera Judicial, seja ela na área cível ou trabalhista, na primeira o objeto da perícia gira em torno de revisão de contratos bancário, lucros cessantes, dissoluções de sociedades, entre outras, e na segunda tem-se principalmente a revisão no setor pessoal das empresas, calculando folha de pagamento, INSS, FGTS, aviso prévio (em caso de rescisão de contrato), etc., ou seja, diretos que possam ter o trabalhador.

Contudo esta obra aborda, a perícia contábil no processo cível, buscando nesse contexto, verificar os procedimentos praticados pelo perito-contador, a fim de verificar se o mesmo, quando nomeado pelo juiz, elaborou seus trabalhos de pericia contábil dentro da legislação e das normas periciais vigentes, e se as mesmas foram aplicadas adequadamente, bem como se seus procedimentos de fato produziram elementos importantes para embasar as decisões do juiz, seja respondendo quesitos e/ou elaborando cálculos de forma correta.

Nesse contexto, o problema a que o trabalho da resposta pode ser assim formulado: Os procedimentos adotados pelo Perito do Juiz no desenvolvimento dos seus trabalhos técnicos seguiram as normas técnicas, profissionais e éticas, bem como a legislação aplicável?

1.4. Objetivos

Os objetivos determinam os resultados almejados com a implementação das ações programadas para a realização do trabalho de conclusão de curso. Nesse sentido, o autor realizou um amplo estudo teórico, técnico e prático sobre a perícia contábil, tendo por base um processo litigioso que tramitou em julgado numa das Comarcas da Região, na Vara Cível.

1.4.1. Objetivo geral

Efetuou-se um estudo aprofundado em um processo judicial, enfocando os procedimentos periciais implementados pelo Perito do Juiz, avaliando a adequação e correção de suas ações, de acordo com as normas técnicas, profissionais e éticas estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade e a legislação pertinente, mediante estudo e reelaboração dos respectivos laudos periciais.

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1.4.2. Objetivos Específicos

• Elaborar uma revisão aprofundada, a fim de analisar a bibliografia utilizada no presente trabalho, evidenciando se a mesma atendeu aos requisitos propostos, abordando os temas: Contabilidade, Auditoria, Perícia Contábil e leis pertinentes; • Analisar o processo em estudo, com o intuito de conhecer as partes que a compõem; • Revisar todos os cálculos e caminhos que o perito contador realizou;

• Realizar eventuais ajustes caso sejam necessários e reelaborar o laudo pericial do processo;

• Apresentar sugestões (caso necessárias) sobre o presente trabalho.

1.5. Justificativa

Oculto nas “entranhas” de cada contador recém formado, esta o desejo da independência financeira, e a vontade de sair mostrando para tudo e todos o que aprendeu e batalhou para conseguir em sua graduação. Partindo dessa explanação, é que o autor vem através desta obra manifestar o porquê da escolha do tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso na área da perícia contábil.

Primeiramente, pois, encontra-se nesta área uma vasta oportunidade de trabalho e por ultimo por ser uma área de interesse pessoal, a fim de aprimorar conhecimentos, e utilizar este como um instrumento de partida para o mercado de trabalho.

Como se pode perceber a perícia efetuada em matéria contábil somente é executada por contador, em nivel superior, habilitado e devidamente registrado em Conselho Regional de Contabilidade, com isso tecnicos na área da contabilidade não poderão fazê-la, deixando assim mais oportunidades para contadores recentemente formados, já que estes são os que muitas vezes encontram dificuldades de se inserir no mercado de trabalho, não por incapacidade, mas sim por falta de experiencia.

Não se deve esquecer ainda que o perito-contador é uma presença fundamental que está inserida dentro da sociedade e muitas vezes não tem o merecido reconhecimento por

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parte da mesma, contudo espera-se que cada indivíduo que ler esta obra possa entender um pouco do trabalho do perito e descobrir que ele é muito importante e acima de tudo é um facilitador da justiça, através de seus trabalhos de pericias.

Fica ainda o intuito de um dia este poder ser instrumento de pesquisa para futuros acadêmicos, que também manifestem interesse por esta área.

1.6. Metodologia do Trabalho

A metodologia do trabalho, evidentemente, por ser um processo formal e sistemático onde visa desenvolver um método científico, evidencia os métodos utilizados para a elaboração das etapas propostas à realização do trabalho, com o objetivo principal de caracterizar elementos sobre a classificação da pesquisa, sua natureza, seus objetivos e ainda sobre a análise e coleta dos dados, bem como as abordagens da atividade prática.

1.6.1. Classificação da Pesquisa

O Trabalho é construído, seguindo o que rege o Regulamento do Trabalho de Conclusão de Curso, sendo que o mesmo caracteriza-se como trabalho técnico-científico, ou seja:

Um processo permanente de busca da verdade, de sinalização sintética de erros e correções, predominantemente racional. Não que intuição, sentimento e sensações nao estejam presentes. Eles estao. Afinal eles são nossas funções psíquicas básicas. Mas o que predomina é a busca da racionalidade (VERGARA, 2009, p.2).

Para tanto a pesquisa passou por uma análise a fim de adequar-se dentro das normas dos trabalhos cientificos.

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1.6.1.1. Do Ponto de Vista de sua Natureza

A presente exposição do trabalho de conclusão de curso do ponto de vista de sua natureza classifica-se como aplicada, que segundo Kollis e Hussey (2005), “[...] sendo aquela que foi projetada para aplicar suas descobertas a um problema específico existente”, ou seja, aprofundar os conhecimentos a respeito de um tema pré-definido.

Portanto, a referida pesquisa classifica-se como tal por se tratar de estudar um processo cível seguindo por base uma reclamatória já existente, esclarecendo e aprofundando conhecimentos na referida área.

1.6.1.2. Quanto à Forma de Abordagem do Problema

Quanto à forma de abordagem do problema evidenciado entende-se sendo ela qualitativa, ou seja, eles revelam abertamente os fins do estudo.

1.6.1.3. Do Ponto de Vista de seus Objetivos

Quanto aos objetivos, a presente obra se classifica como exploratória, que segundo Vergara (1998, p. 45), “[...] é uma pesquisa realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado e por sua natureza de sondagem não comporta hipóteses, ou seja, é tido como certo”.

Contudo se entende como pesquisa exploratória aquela que parte de uma base bibliográfica conforme segue:

A pesquisa exploratória visa proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explicito ou a constituir hipóteses. De modo geral utilizam o levantamento bibliográfico; entrevista; e analise de exemplos que estimulem a compreensão (GILL apud BOAVENTURA, 2004, p. 57l).

Partindo desse ponto, conclui-se que a pesquisa em si tem seu caráter esclarecedor, ou seja, é realizada a partir de um assunto específico em que haja um maior interesse, avaliando

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as teorias e conceitos existentes a fim de esclarecer conceitos e idéias visando formular novos problemas para o assunto, os quais são obrigatoriamente respondidos no decorrer do trabalho.

1.6.1.4. Do Ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos

Torna-se necessário, para elaboração de uma pesquisa aplicada e exploratória, procedimentos técnicos adequados ao estudo sobre um processo já existente retirado de uma das comarcas da região, e ainda baseada na pesquisa bibliografia aplicada, bem como artigos e pesquisas realizadas na internet, para esclarecer questões que eventualmente ficam pendentes; tudo para tornar técnico–científico o referido trabalho.

1.6.2. Plano de Coleta de Dados

Primeiramente foi obtido junto a uma das comarcas da região um processo de uma reclamatória cível, transitado em julgado, o qual servirá como base dos estudos realizados.

1.6.3. Análise e Interpretação dos Dados

Analisou-se então o referido processo, bem como sua metodologia de desenvolvimento, fundamentação teórica aplicada, legislação pertinente, para assim, por conseguinte, poder refazer todos os cálculos realizados pelo perito contador, com o objetivo único de identificar se os mesmos foram elaborados corretamente.

Para tal tarefa, foram estudados vários autores da área, os quais estão devidamente citados na bibliografia, sendo muitos deles considerados grandes pensadores da teoria contábil e afins, com o intuído de tornar a monografia do TCC clara, objetiva e científica o suficiente para aprovação perante a banca julgadora.

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2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA

Partindo da contextualização do estudo, reporta-se a revisão bibliografia, a qual leva em conta aspectos introdutórios a respeito da Ciência Contábil, bem como Normas e Princípios que a regulamenta, abordando ainda a parte inicial que compreende a auditoria contábil, levando em conta algumas diferenças entre auditoria interna e externa, para a seguir, entrar na definição de perícia, suas Normas, Resoluções, regulamentação perante o Código de Processo Civil, seu objeto e objetivo de estudo, laudo, etc.

Ainda foram discutidas as formas de pericias existentes, a ética acerca dos trabalhos do perito, a prova pericial, os quesitos que são necessários para exercer essa nobre atividade, entre outros tópicos tão importantes quanto os citados. Sendo que para tal tarefa será pesquisado inúmeros pensadores da área da Contabilidade, tais como Antonio Lopes de Sá, Wilson Alberto Zappa Hoog, Remo Dalla Zanna, Silvio Aparecido Crepaldi, Ernesto Marra, Hilário Franco, Irani Paulo Basso, entre outros tantos tão importantes quanto estes, alem de muitas vezes remeter-se ao Conselho Regional e Federal de Contabilidade, a Constituição Federal do Brasil, Código Civil e ainda ao Código de Processo Civil, na busca de normatização sobre alguns assuntos.

2.1. Evolução Histórica da Contabilidade

Muito se fala em contabilidade, porém, pouco se conhece sobre sua história; a partir dessa frase que tanto vem sendo falada nos dias atuais é que será principiada essa parte do estudo.

Sabe-se que a contabilidade é uma ciência muito antiga, e que ao longo do tempo vem evoluído para acompanhar as necessidades da humanidade, porem deve-se questionar: o quão antiga ela é? A partir de quando existem registros Contábeis? Como eram feito tais registros? Entre muitas outras perguntas que certamente todo estudante dessa área deve ter.

Seguindo por esse caminho descobre-se que a contabilidade segundo Basso (2005), dividi-se em períodos, compreendendo o primeiro período desde a pré historia ate o ano de

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1202 D.C., tendo esse o nome de Contabilidade do Mundo Antigo; o segundo período encontra-se entre o ano de 1202 ao ano de 1494 denominando-se Período da Sistematização Contábil; e por ultimo o terceiro período fica entre os anos de 1494 até 1840, denominado este de Literatura Contábil.

Tem-se então a partir desse momento, o seguinte:

Ate o inicio do século XX predominava o cenário mundial da Contabilidade a escola Européia, especialmente a italiana, berço da Contabilidade Moderna. A escola Americana se destaca mais tarde especialmente quanto aos aspectos da aplicação da Contabilidade no campo operacional na era da Cibernética, que tem marcado muito a contabilidade no Brasil (BASSO, 2005, p. 20).

Porem o mais intrigante é que os primeiro registros contábeis encontrados vinham do tempo das cavernas muito antes do nascimento de Jesus, que é considerado um marco divisor histórico, e segundo Iudícibus e Marion (2002, p. 32),

“[...] eles simplesmente eram gravuras, ou riscos nas paredes, ou seja, como nossos ancestrais não dominavam ainda a escrita, encontravam nesta uma maneira de efetuar seus registros, sendo cada risco ou desenho a representação do seu patrimônio, seja ele, cabeças de gado, ovelhas, cabritos, entre outros; sendo essa a forma encontrada na época para efetuar o controle e a variação de seu patrimônio [...]”.

Vale destacar ainda que:

Conclui-se que desde os povos mais primitivos, a Contabilidade já existia em função da necessidade de controlar, medir e preservar o patrimônio familiar e, ate mesmo, em função de trocar bens para maior satisfação das pessoas (IUDÍCIBUS e MARION, 2002, p.32).

Não deve ser esquecido que hoje em dia discute-se ainda dizendo ate que a contabilidade surgiu muito antes da escrita, pois evidentemente que os riscos e desenhos que foram encontrados nas cavernas dos períodos antigos serviram de base para a evolução do que conhecemos hoje por escrita.

Nota-se então que numa época onde jamais poderia se imaginar que nasceria a Contabilidade; ela assim surgiu; simples e robusta, evidentemente que passou por muitas evoluções para chegar aos dias de hoje, e certamente que o surgimento da escrita contribuiu

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para que isso acontecesse de forma ordenada, e de antemão arrisca-se a dizer que com o passar dos anos a mesma evoluirá mais.

2.1.1. Contabilidade: Conceitos e Caracterização Geral

Contudo só após anos de evolução foi que descobriu a conta, como forma e meio de efetuar os registros, e então por base nisso muito tempo depois foi que estudiosos definiram que o objeto da Contabilidade seria então o Patrimônio, a partir daí que surgiram os primeiros conceitos referentes a esta arte tão antiga. Tem-se então:

A Contabilidade é uma arte. É a arte de registrar todas as transformações de uma companhia que possam ser expressas em termos monetários. E é também a arte de informar os reflexos dessas transformações na situação econômico-financeira dessa companhia. (GOUVEIA, 1984, p.1)

Já para Barros:

A contabilidade é uma ciência que estuda e pratica as funções de controle e de registro relativo aos atos e fatos da Administração e da Economia. É, desse modo, a ciência que trata do controle do patrimônio das entidades (empresas) (BARROS, 2005, p. 17).

Verifica-se, no entanto que este primeiro é um tanto antigo, por se tratar da década de oitenta, porem não menos importante. Em função disso o segundo atualiza um pouco esse conceito.

Não se pode deixar de citar ainda que:

Contabilidade é a ciência que tem por objetivo o estudo do patrimônio partir da utilização de métodos especialmente desenvolvidos para coletar, registrar, acumular, resumir e analisar todos os fatos que afetam a situação patrimonial de uma pessoa (GONÇALVES e BAPTISTA, 2004, p. 23).

Nota-se uma diferença entre os conceitos, referente ha quem se aplica esta ciência que é a Contabilidade, pois, para Gouveia e Barros esta estuda o patrimônio das companhias e entidades, entendendo assim estas como as empresas; já para Baptista e Gonçalves o mesmo

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se aplica as pessoas, entendendo assim estes como o conjunto entre pessoas físicas e jurídicas como afirma o primeiro.

Para então não restar duvidas segue-se a linha de pensamento do Conselho Regional de Contabilidade (2007), que em poucas palavras estabelece: “[...] que o referido objeto de estudo da contabilidade é de fato o patrimônio, constituído por bens direitos e obrigações, pertencentes a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, ou a uma sociedade ou ainda uma instituição de qualquer natureza, independentemente de sua finalidade, podendo, ou não, incluir lucro.

Face ao exposto fica claro que a Contabilidade não se aplica somente a Pessoas Jurídicas e sim a pessoas Físicas também, concluindo então que a Contabilidade em sua magnitude é uma ciência que estuda e interpreta, não só o patrimônio das entidades, mas também as suas variações, a fim de auxiliar na tomada das decisões.

2.1.2. Princípios de Contabilidade

Evidentemente que com o aprimoramento da técnica da Contabilidade e a evolução da civilização, e já tendo um conceito que defina esta ciência, bem como o seu objeto de estudo fez-se necessário o surgimento de normas e princípios que regulamentassem esta área. Para tanto se tem órgãos que definem tais normas e princípios, que são eles o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), seguido dos respectivos Conselhos Regionais de Contabilidade, (CRC’s) o qual estabelece:

Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científicos e profissionais de nosso país. Concernem, pois, a Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência, cujo objeto é o patrimônio (CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE, 2007, p. 24).

Face esta explanação; tem-se conforme a Resolução do CFC 1.282/10, o que segue:

“[...] Os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC), citados na Resolução CFC n.º 750/93, passam a denominar-se Princípios de Contabilidade (PC), visto ser suficiente para o perfeito entendimento dos usuários das demonstrações contábeis e

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dos profissionais da Contabilidade (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2010, p. 3).

Sendo assim se tem os Princípios de Contabilidade, como segue:

I – o da Entidade; II – o da Continuidade; III – o da Oportunidade;

IV – o do Registro Pelo Valor Original; V – o da Competência;

VI – o da Prudência.

Principio da Entidade: reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, não confundindo o patrimônio pessoal com o empresarial.

Principio da Continuidade: define a vida e a continuidade da empresa, ou seja, é o responsável pela real vivencia da empresa comprovando sua evolução ao passar do tempo.

Principio da Oportunidade: refere-se à tempestividade e a integridade do registro do patrimônio e suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independente das causas.

Principio do Registro pelo Valor Original: determina que os componentes do patrimônio sejam registrados pelo seu valor real do documento expressos em moeda corrente do país, que posteriormente serão mantidos nas avaliações patrimoniais.

Principio da Competência: determina que as receitas e as despesas devem ser reconhecidas na apuração do resultado em que ocorreram sempre, simultaneamente quando se correlacionam independente de recebimento ou pagamento.

Principio da Prudência: determina a adoção do menos valor para os componentes do Ativo, e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentarem alternativas igualmente valida para a quantificação das mudanças no patrimônio.

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Assim pode-se perceber o quão demorado pode ser um processo de implantação de regras a serem seguidas, pois, assim como não se pode ir contra as Normas Brasileiras de Contabilidade, também não se pode infringir qualquer destes Princípios que seja.

2.1.3. Finalidade, Objetivos e Técnicas Básicas da Contabilidade

Enquanto que os Administradores se preocupam em tomar decisões da melhor maneira possível, afim de não prejudicar seu patrimônio, fazendo assim que o mesmo cresça e multiplique-se, cabe ao Contador por meio de seus demonstrativos, e relatórios trilhar o melhor caminho pelo qual o gestor deve prosseguir. Vale destacar que ninguém dentro de uma organização conhece melhor a entidade do que o Contador, pois, como já visto anteriormente, o referido objeto de estudo do contador é de fato o patrimônio.

Partindo disso define-se como finalidade e objetivo principal da contabilidade:

A contabilidade tem por fim registrar os fatos e produzir informações que possibilitem o titular do patrimônio o planejamento e o controle de sua ação; sendo o planejar, decidir entre diversas alternativas que se apresentam, qual curso deve tomar para atingir com mais eficiência e eficácia o objetivo almejado; e controlar, significa-se certificar-se de que a organização esta atuando de acordo com os planos e políticas traçados pela administração (GONÇALVES e BAPTISTA, 2004, p. 16).

Vale ainda destacar que alem dos usuários internos, que são os gestores das empresas, como já dito, existem os usuários externos, constituído esses por aquelas pessoas que olham as demonstrações produzidas pelos contadores, e que são publicadas, muitas vezes com o intuito de decidir se irão investir seus recursos nessas empresas ou não.

Face ao exposto vale ressaltar que a contabilidade além de prestar informações aos seus usuários internos, tem como objetivo e finalidade ainda prestar informações para os usuários externos, ainda que de um modo mais amplo e sintético.

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2.1.4. Código de Ética e Normas Brasileiras de Contabilidade

Assim como em tantas outras áreas de trabalho faz-se necessário um regulamento a ser seguido, não poderia ser diferente com a Contabilidade. Como já se sabe Alem dos Princípios de Contabilidade, tem-se as Normas Brasileiras de Contabilidade, sendo elas Técnicas ou Profissionais, as quais o Contador no exercício de sua profissão não pode infringir, para tanto se constituiu um Código de Ética Profissional (CEPC), através da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade nº. 803 de 10 de Outubro de 1996 (publicada no Diário Oficial da União em 20 de Novembro de 1996), reformulado recentemente pela Resolução CFC 1.307/10 em decorrência de alterações havidas no DL 9.195/46, nada mais é que um manual ao qual todo contador deve seguir, e caso assim não o faça estará sujeito as penalidades na forma que prevê o referido CEPC.

Para tanto esta resolução estabelece que os Contabilistas tenham seus Deveres a observar como segue:

Art. 2º São deveres do Contabilista: Exercer a profissão com zelo; guardar sigilo; zelar pela sua competência; inteirar-se de todas as circunstâncias; renunciar as funções que exerce quando há falta de confiança; quando substituído informar seu sucessor sobre fatos relevantes; manifestar a existência de impedimento para o exercício da profissão; ser solidário (CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE, 2008).

Caso algum profissional desta área seja pego praticando alguma ação que não esteja em conformidade com as Normas e os Princípios de Contabilidade, ou ainda não siga o referido Código de Ética Profissional, o mesmo prevê algumas penalidades conforme segue:

Art. 12. A transgressão de preceito deste código constitui infração, sancionada, segundo a gravidade, com a aplicação de uma das seguintes penalidades:

I – Advertência reservada; II – Censura reservada; III – Censura publica.

Parágrafo único: Na aplicação das sanções éticas são consideradas como atenuantes: I – Falta cometida em defesa de prerrogativa profissional;

II – Ausência de punição ética anterior;

III – Prestação de relevantes serviços a Contabilidade (CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE, 2008).

Como se nota aquele que não seguir de acordo o que diz o Código de Ética Contábil fica sujeito a tais penalidades, e evidentemente que estas acontecendo, cada vez mais o

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Contabilista ira perdendo seu prestigio e com ele também perdera seus clientes, ficando assim sem o que de mais importante ele tem, que é o seu trabalho, e respeito perante os demais profissionais.

2.1.5. O Exercício Profissional: Contadores e Técnicos em Contabilidade

Sabe-se que todos os profissionais da área da Contabilidade são conhecidos como Contabilistas, ou seja, engloba-se a este grande grupo os Técnicos em Contabilidade e os Bacharéis em Ciências Contábeis, sendo os primeiros aqueles que têm formação a nível médio, já os segundos, possuem formação acadêmica de nível superior; vale destacar que ambos possuem registro no órgão competente (Conselho Regional de Contabilidade).

Partindo disso, o Conselho Federal de Contabilidade e seus respectivos Conselhos Regionais, bem como determinou que o referido fosse o órgão regulamentador da categoria; instituiu ainda em seu capitulo IV, o que segue:

Art. 25 São considerados trabalhos técnicos de contabilidade:

a) organização e execução de serviços de contabilidade em geral;

b) escrituração dos livros de contabilidade obrigatórios, bem como de todos os necessários no conjunto da organização contábil e levantamento dos respectivos balanços e demonstrações;

c) perícias judiciais ou extra-judiciais, revisão de balanços e de contas em geral, verificação de haveres, revisão permanente ou periódica de escritas, regulações judiciais ou extra-judiciais de avarias grossas ou comuns, assistência aos Conselhos Fiscais das sociedades anônimas e quaisquer outras atribuições de natureza técnica conferidas por lei aos profissionais de contabilidade (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2010).

A partir daí começa e se fazer uma diferenciação entre os referidos Técnicos Contábeis e os Bacharéis em Ciências Contábeis, ou seja, a prerrogativa “c” do Decreto Lei citado anteriormente constitui-se como prerrogativa exclusiva dos Bacharéis em Ciências Contábeis, de modo que esta não pode ser realizada por Técnicos. Tense então uma diferenciação notável entre esses dois grandes grupos, pois se evidencia que os Técnicos Contábeis estão privados, por exemplo, de realizar trabalhos periciais, revisão de balanços, auditorias entre outras tarefas, as quais representam um grande campo de atuação dos Contadores; porem deve-se destacar que é muito justo que se tenha essa diferença. Injusto seria um Bacharel em Ciências Contábeis ter as mesmas atribuições que os Técnicos Contábeis.

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Deve-se destacar ainda que, a Resolução 560/83 a qual dispõe sobre as prerrogativas profissionais de que trata o artigo 25, do Decreto-lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946, define em quarenta e oito atribuições (tarefas) que são exclusivas dos Contabilistas, destas, vinte e seis são exclusivas dos Bacharéis em Ciências Contábeis, ou seja, esta referida resolução veio exclusivamente para não deixar dúvidas sobre as atribuições de cada habilitação profissional.

2.2. Auditoria

Assim como as demais áreas do conhecimento possuem suas subdivisões, com a Contabilidade não poderia ser diferente, pois, impossível seria tratar da contabilidade como um todo, sem mencionar suas divisões. Com isso se pode dividir a contabilidade em dois grandes grupos, ou se preferir, em duas grandes áreas de atuações, além daquelas habitualmente praticadas; nesse sentido denominam-se essas áreas como Perícia Contábil e Auditoria Contábil, porem antes de aprofundar os conhecimentos na Pericia Contábil que é de fato o verdadeiro objeto da presente obra, faz-se necessário adquirir um pouco de conhecimento sobre Auditoria.

Como bem se sabe uma empresa usa como forma de comunicação entre seus usuários, sejam eles internos ou externos, suas demonstrações Contábeis. Com isso pode-se dizer que a partir do momento em que uma demonstração é elaborada se tem necessidade de que sua veracidade seja testada, desse modo surge o auditor, (seja ele interno ou externo como será visto a seguir), a fim de identificar irregularidades que possam ter ocorrido na elaboração da Contabilidade.

2.2.1. Conceituação de Auditoria

Para compreender este ramo da Contabilidade denominado auditoria, e que possuiu uma vasta área trabalho, servindo ainda como ferramenta importante para os administradores, pois se usada internamente, a mesma será capaz de evidenciar, por exemplo, se alguém dentro de determinada organização esta trabalhando de acordo com as normas vigentes ou ainda se esta realizando alguma ação ilícita a qual possa prejudicar a empresa, e que venha a passar

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despercebida diante dos olhos do administrador, nesse sentido, faz-se necessário começar pelo seu conceito, que segundo Crepaldi define esta:

De forma bastante simples, pode-se definir auditoria, como o levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras da entidade. A auditoria compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenções de informações e confirmações, internas ou externa, relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes. Consiste em controlar as áreas chaves nas empresas afim de evitar situações que proporcionem fraudes, desfalques ou subornos, por meio de testes regulares nos controles internos específicos de cada organização (CREPALDI, 2002, p. 23).

Face este conceito tão abrangente e que define exatamente o que é, e compreende a auditoria, deve-se levar em conta ainda, segundo, ALMEIDA (2003), que“[...] o auditor não poderia ser engenheiro, arquiteto ou advogado, já que seu trabalho seria o exame da contabilidade em si, e evidentemente que o profissional que entende de Contabilidade é o Contador, portanto, se faz necessário que o auditor seja de fato um contador”.

Seguindo por este pensamento se tem ainda que:

Define-se a auditoria como um processo sistemático de obtenção e avaliação objetivas de evidencias sobre afirmações a respeito de ações e eventos econômicos, para aquilatação do grau de correspondência entre as afirmações e critérios estabelecidos, e de comunicação dos resultados a usuários interessados (BOYNTON, JOHNSON e KELL, 2002, p. 31).

Evidencia-se uma pequena diferença entre a maneira de escrever do primeiro para o segundo pensador, e esse fato, nesse caso é absolutamente normal, devido que este segundo conceito é elaborado nos EUA (Estados Unidos da America), e traduzido para o português, e devido às adaptações ganha um ar de superioridade, porem deve-se deixar claro que o mesmo quer dizer exatamente a mesma coisa, ou seja, a auditoria é um meio de evidenciar através de seus levantamentos e apontamentos quaisquer irregularidades que possam estar acontecendo dentro ou fora de uma organização, seja ela através de seus processos internos ou externos.

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2.2.2. Objetivos e Objeto da Auditoria

Após conhecer um pouco sobre a auditoria, e de posse de seu conceito, deve-se no mínimo esclarecer a respeito de seus objetivos, e qual de fato é o objeto de seu estudo, pois assim como a Contabilidade tem por objeto de estudo o patrimônio das entidades, para a auditoria segundo Crepaldi o referido objeto de estudo é:

O conjunto de todos os elementos de controle do patrimônio administrativo, os quais compreendem registros contábeis, papeis, documentos, fichas, arquivos e anotações que comprovem a legitimidade dos atos da administração, bem como sua sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais (CREPALDI, 2002, p. 24).

Acrescenta ainda ele que estes podem ser fatos não registrados documentalmente, mas sim relatados por aqueles que exercem as atividades. Dessa forma pode-se dizer que a auditoria como um todo se distingue um pouco da Contabilidade em si, ainda que ela seja uma derivação da mesma, simplesmente por ela ser responsável por verificar a veracidade dos atos e fatos que ali foram registrados, e não por efetuar os registros Contábeis.

Segundo a afirmação de Franco e Marra que diz que o principal objetivo da auditoria é:

A confirmação dos registros contábeis e conseqüentemente as demonstrações contábeis. Na consecução de seus objetivos ela contribui para confirmar os próprios fins da Contabilidade, pois avalia a adequação dos registros dando a administração, ao fisco e aos proprietários e financiadores do patrimônio a convicção de que as demonstrações contábeis refletem, ou não, a situação do patrimônio em determinada data (FRANCO & MARRA, 2000, p. 28).

A partir dessa brilhante colocação, pode-se acrescentar ao primeiro autor que alem de evidenciar, se os registros e seus controles estão sendo elaborados adequadamente, a auditoria a partir desse ponto acaba que se remetendo obrigatoriamente as demonstrações contábeis, já que estas partem dos registros. Partindo desse pressuposto determina-se então que o objeto e o objetivo da auditoria em si, são realmente revisar a contabilidade já elaborada, com o único intuito de evidenciar se realmente ela representa adequadamente a situação da organização em determinada data.

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2.2.3. Divisões da Auditoria

Viu-se que dentro da Contabilidade existe esse grande campo de atuação denominado auditoria, contudo a mesma ainda possui uma subdivisão em dois grandes grupos. Grupos esses Conhecidos Como:

• Auditoria Interna;

• Auditoria Externa ou Independente.

Compreendendo como auditoria interna aquela realizada dentro das organizações, a qual pode ser feita em qualquer empresa simplesmente em caráter de gerenciamento; já a auditoria externa é imposta, ou seja, determinadas empresas estão obrigadas a contratarem esses serviços para atender as normas vigentes.

A seguir será abordado um pouco sobre estas duas áreas que derivam da Auditoria Contábil.

2.2.3.1. Auditoria Interna

Nada mais é, que uma atividade de avaliação dos controles que a empresa possui internamente, para a realização dos registros contábeis, deixando claro ainda que estes podem ser até mesmo informais, o simples fato deles estarem envolvidos com a Contabilidade constitui-se fato para que seja realizada a auditoria.

Partindo disso, Attie, define a auditoria interna como:

Uma função independente de avaliação criada dentro da empresa para examinar e avaliar suas atividades, como um serviço a essa mesma organização. A auditoria interna deve auxiliar os membros da administração a desincumbirem eficazmente suas responsabilidades, sendo necessário assim que lhe forneçam analise, avaliações, recomendações, assessoria e informações relativas as atividades examinadas (ATTIE, 1992, p. 28).

É oportuno dizer que para estas avaliações serem realizadas com sucesso e possam de fato ter total confiabilidade dentro de uma determinada organização, é no mínimo necessário

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que o(s) auditor(es), interno não se submeta a obedecer à ordem que não sejam do efetivo diretor geral de tal empresa, pois caso contrario os auditores podem ficar com receio em apontar algumas questões, simplesmente pelo fato de que possam ser repreendidos em um momento posterior, ou ainda podem encontrar dificuldade de acesso a documentos que precisem ser auditados.

Contudo Pode-se concluir que auditoria interna consiste em um grupo de pessoas (ou apenas um individuo), designado pela direção para efetuar verificações e avaliações dos sistemas e procedimentos da entidade, sendo os principais objetivos; verificar a existência ou a suficiência da aplicação dos controles internos, bem como se as normas internas propostas pela empresa estão sendo seguidas, ou ainda, verificar a necessidade de melhoramento das mesmas, ou até avaliar a necessidade de introduzir novas, tudo com o intuito de levar ao administrador a certeza da elaboração do trabalho com eficiencia e eficacia, para assim poder ele se nortear nas suas decisões.

2.2.3.2. Auditoria Externa

Diferentemente da auditoria interna, a externa ou independente é realizada por um profissional totalmente independente da empresa auditada, ou seja, este não tem qualquer vinculo com a referida empresa, senão o contratual para a realização dos seus trabalhos. Segundo Franco & Marra (1992), “[...] a independência do auditor externo deve ser absoluta e jamais poderá aceitar imposições da empresa auditada”.

Afirma-se que:

Atendendo ao fim que se destina a auditoria, o auditor independente poderá realizá-la com seus próprios métodos e conveniências, desde que simplesmente obedeçam as normas usuais de auditoria e obtenha os elementos de convicção com os quais possa dar parecer sobre a matéria examinada (FRANCO & MARRA, 1992, p 174).

Nota-se então que além do auditor independente não poder possuir nem um vinculo com a empresa auditada, o mesmo é responsável por emitir um parecer ao final de seu trabalho, parecer este positivo, negativo, ou positivo porem com ressalvas. Contudo para

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emissão de tal parecer o mesmo deve munir-se um programa para a realização da auditoria e de “papeis de trabalho” os quais servirão de provas sobre o que ele auditou.

Diferentemente do Auditor interno, o externo ou independente, tem características distintas, que segundo Crepaldi são quanto:

a) A extensão dos trabalhos: pois para o auditor interno os trabalhos são determinados pela gerencia, já para o externo é determinado pelas normas usuais reconhecidas pelo país, ou legislação especifica.

b) Direção: o interno dirige seus trabalhos a fim de garantir que os controles internos funcionem eficientemente, já o externo são determinados por seu dever de fazer que as demonstrações contábeis reflitam a situação contábil real da empresa.

c) Responsabilidade: do interno é para com a gerencia, já do externo é amplamente maior.

d) Métodos: o auditor interno segue as rotinas, já o externo observa mais o cumprimento das normas associadas as leis de forma bem ampla (CREPALDI, 2002, p. 46).

Evidencia-se assim o grau de responsabilidade que possui o auditor independente em relação ao interno, contudo os objetivos são parecidos, ambos têm, a necessidade de evitar que fraudes aconteça, assegurando que os registros contábeis estejam de acordo seja com as normas propostas pela organização, ou ainda cumprindo as leis vigentes. Assim fica claro que o auditor constitui um elemento importantíssimo perante as organizações.

2.2.4. Regulamentação da Auditoria

Do mesmo modo que a Contabilidade tem suas normas e princípios a serem seguidos a auditoria tem sua regulamentação especifica a ser observada no momento de sua elaboração, seja elas por normas geralmente aceitas na realização de seus trabalhos, ou ainda normas relativas à pessoa do auditor .

Desse modo tem-se que:

As normas de auditoria são entendidas como regras estabelecidas pelos órgãos regulamentadores da própria profissão contábil, em todos os países, com o objetivo de regulamentar o exercício da função de auditor, estabelecendo orientação e diretrizes a serem seguidas por esses profissionais no exercício de suas funções (CREPALDI, 2002, p. 113).

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Viu-se então que as referidas normas estabelecem conceitos básicos sobre o que deve o auditor cumprir em relação a sua pessoa, a execução de seus trabalhos e seu parecer. Deve-se ainda deixar esclarecido que as normas de auditoria geralmente aceitas são meros guias, ou seja, elas fixam as limitações quando as responsabilidades desse profissional.

Partindo dessa conceituação principal nos reportamos ao Instituto Brasileiro de Contadores (Ibracon), que estabelece:

As normas usuais de auditoria reconhecidas e aprovadas pelos membros do Instituto de Auditores Independentes do Brasil (IAIB), hoje, Instituto Brasileiro de Contadores (Ibracon), Conforme Resolução CFC nº. 700/91 de 24 de Abril de 1991 são:

• Normas relativas à pessoa do auditor;

• Normas relativas à execução do seu trabalho;

• Normas relativas ao parecer (IBRACON, 1998, p. 12).

Desse modo cabe ao auditor observar todos esses quesitos, seja quando a sua pessoa, ou ainda quanto às normas relativas à execução de seus trabalhos ficando a cargo desse profissional identificar a validade de qualquer afirmação, aplicando as técnicas e as normas de auditorias adequadas a cada caso.

2.3. Perícia Contábil

Sendo a contabilidade uma ciência tão antiga e que vem desde os povos antigos evoluindo de tal maneira a se tornar instrumento de prática obrigatória para todas as empresas constituídas de forma legal; sendo assim, outra ramificação que parte desta ciência é a Perícia Contábil. Sendo esta desenvolvida apenas por Bacharéis em Ciências Contábeis, ou seja, não podendo ser praticada pelos técnicos de Contabilidade nem por leigos.

Para tanto, a figura do Perito pode estar presentes em varias áreas, ou seja, pode ser um Arquiteto, um Engenheiro, um Médico, um Matemático, um Contador, um Filósofo – dependendo da matéria a ser periciada.

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2.3.1. Conceituação de Perícia Contábil e Disposições no Código de Processo Civil

Quando se necessita levantar mais provas sobre o litigio em questão, ou quando as provas citadas nos autos do processo são insuficientes para o esclarecimento do assunto, torna-se necessário a opinião de uma pessoa especializada. Nesse contexto, denomina-se essa pessoa, como perito.

A expressão Perícia originou-se do Latim Peritia, que em poucas palavras significa conhecimento adquirido pela experiência. Dessa forma se pode definir a Perícia Contábil como segue:

Perícia Contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião realizam-se exames, vistoria, indagações, investigações, avaliações, arbitramentos, em suma todo e qualquer procedimento necessário a opinião (SÁ, 1994, p. 14).

Partindo desse magnífico conceito deixado pelo Professor Dr. Antônio Lopes de Sá, fica claro que quando se necessita de esclarecimentos sobre aspectos patrimoniais, faz-se necessário a opinião de um Perito Contábil, pois como já evidenciado anteriormente o objeto de estudo da Contabilidade é o patrimônio das entidades, portanto não poderia tal perícia ser feita por outro profissional. Ainda para SÁ (1994), “[...] uma perícia pode ser integral ou parcial dos fatos patrimoniais para detectar realidades ou existências, valores, forças de provas ou configurações de situações de riqueza aziendal”.

Contudo quando realizados exames em apenas uma área especifica do patrimônio, acontecera em muitos casos de ter que deslocarem-se os trabalhos a outras partes, e isto acontece porque para a Contabilidade os fatos não podem ser tidos como isolados, pois, o patrimônio vive em constante integração. Por exemplo, isso significa dize que para elaborar um trabalho pericial sobre lucros cessantes, por exemplo, no mínimo o perito deverá remeter-se aos períodos anteriores, para poder ter uma baremeter-se para remeter-seus trabalhos, e assim poderá de fato evidenciar o quanto o resultado variou, se a variação foi relevante, determinando suas causas.

Já a pericia contábil na área cível que é o principal objetivo deste, parte do art. 139 do Código de Processo Civil (CPC), que diz: “São auxiliares do juízo, além de outros, cujas

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atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o intérprete”.

Face ao exposto e de acordo com o art. 145, § 1°, 2° e 3° do Código de Processo Civil (2007), acrescentados pela Lei 7270/1984, estabelece: “§ 1° - os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscrito nos órgãos de classe competente. § 2° - os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos”. Já o § 3° diz que, “Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz”.

2.3.2. Regulamentação da Perícia

Assim como a Contabilidade de um modo geral obedece a seus princípios e suas normas; não é diferente para a Perícia Contábil. Sendo assim, constituiu-se regulamento para a atividade de Perícia Contábil e ainda para o perito; atendendo aos padrões estabelecidos pelo Conselho Federal de Contabilidade; padrões estes estabelecidos pelas Normas de Perícia Técnicas e Profissionais, observando ainda a ética profissional acerca de suas atividades. Para tanto há muitas Resoluções especificas referentes à perícia contábil, como se vê no quadro a seguir:

Resolução CFC n° 857, de 21.10.1999 Reformula a NBC P 2, denominando-a Normas Profissionais do Perito

Resolução CFC n° 858, de 21.10. 1999 Reformula a NBC T 13 – Da Perícia Contábil

Resolução CFC n° 938, de 24.05.2002 Aprova a NBC T 13 – IT – 01 – Termo de Diligência

Resolução CFC n° 939, de 24.05.2002 Aprova a NBC T 13 – IT- 02 – Laudo e Parecer de Leigos

Resolução CFC n° 940, de 24.05.2002 Aprova a NBC T 13 – IT – 03 – Assinatura em Conjunto

Resolução CFC n° 985, de 21.11.2003 Aprova a NBC T 13.7 – Parecer Pericial Contábil

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Resolução CFC n° 1.041, de 26.08.2005 Aprova a NBC T 13.6 – Laudo Pericial Contábil

Resolução CFC n° 1.050, de 07.10.2005 Aprova a NBC P 2.3 – Impedimento e Suspeição

Resolução CFC n° 1.051, de 07.10.2005 Aprova a NBC P 2.6 – Responsabilidade e Zelo

Resolução CFC n° 1.057, de 25.11.2005 Aprova a NBC P 2.4 – Honorários

Fonte: CLEBSCH, (2009, p. 18).

Nesse sentido destaca-se a NBC-T – 13, que aborda sobre a Perícia Contábil como atividade, que mais tarde teve nova redação dada pela Resolução CFC nº 858/99, de 21 de outubro de 1999 e a NBC-P – 2, que também teve nova redação segundo a Resolução 857/99 de 21 de outubro de 1999, a qual aborda sobre as Normas Profissionais do Perito Contábil, sendo estas duas normas originalmente fixadas pela Resolução 731/92, de 22 de outubro de 1992. Normas estas que serão tratadas separadamente a seguir, por se tratar de caráter relevante acerca da atividade de Perícia Contábil, o qual é o principal objetivo do trabalho desenvolvido.

2.3.2.1. Conforme as Normas Técnicas de Perícia

Segundo a Norma NBC-T – 13, com nova redação dada pela Resolução do CFC nº 858/99 de 21 de outubro de 1999, a regulamentação da Perícia Contábil, como atividade desenvolvida pelo perito, encontrando nesta, elementos que dizem respeito quanto ao objeto da perícia, seu planejamento, quando a sua execução, seus procedimentos e laudo pericial Contábil, ou seja, está contida nessa Resolução um conjunto de elementos que devem no mínimo ser observados quando da elaboração desta atividade.

No entanto, o conteúdo todo não será transcrito, devido sua extensão, porém, o assunto principal será descrito, como por exemplo, o que segue sobre a conceituação e objetivos:

13.1. Conceituação e Objetivos

13.1.1. A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a levar a instancia decisória elementos da prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio, mediante laudo pericial Contábil, ou parecer

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pericial Contábil em conformidade com as normas jurídicas e a legislação especifica no que for pertinente.

13.1.1.1. O laudo pericial Contábil ou parecer pericial Contábil tem por limite os próprios objetos da pericia deferida ou contratada.

13.1.2. A perícia Contábil, tanto a judicial, extrajudicial e a arbitral, é de competência exclusiva do Contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade (ZANNA, 2005, p. 30).

Em face se nota dois pontos principais relativos à conceituação e objetivos da perícia Contábil, ou seja, quanto ao objeto fica claro que o perito não poderá ir alem do que lhe for solicitado, mesmo que seja esquecido algum ponto importante por parte do Magistrado (ou contratante), o perito não devera conduzir seus trabalhos por outro caminho que não seja exclusivamente o que lhe foi determinado. E ainda fica dito que o único capaz de realizar uma pericia Contábil é o Contador, logo não se enquadram os Técnicos em Contabilidade para a realização de tal tarefa.

Quanto ao planejamento dos seus trabalhos deve o Perito Contábil observar o seguinte:

13.2. Planejamento [...]

13.2.1.2. A pericia deve ser planejada cuidadosamente, com vista ao cumprimento do prazo, inclusive o da legislação relativa ao laudo ou ao parecer.

13.2.1.2.1. Na impossibilidade do cumprimento do prazo, deve o Contador, antes de vencido aquele, requerer prazo suplementar, sempre por escrito.

[...]

13.2.1.5. Quando do planejamento dos trabalhos deve ser realizada a estimativa dos honorários de forma fundamentada, considerando os custos e a justa remuneração do Contador (ZANNA, 2005, p. 30-31).

Observa-se que se o perito achar que não irá conseguir cumprir o prazo estipulado deverá ele pedir prorrogação do mesmo, evidente que por escrito. Fica claro também que devera este profissional estabelecer seus honorários previamente, podendo ainda pedir depósitos judiciais dos mesmos.

Para a execução de seus trabalhos o Perito Contador observará o seguinte:

13.3. A execução

13.3.1 O perito contador assistente pode, tão logo tenha conhecimento da pericia, manter contato com o perito contador, pondo-se a disposição para o planejamento e a execução conjunta da perícia. Uma vez aceita a participação, o perito contador deve permitir seu acesso aos trabalhos.

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13.3.10. O perito contador assistente que assessorar o contratante na elaboração das estratégias a serem adotadas na proposição de solução por acordo ou demanda cumprira, no que couber, os requisitos dessa Norma (ZANNA, 2005, p. 31).

Evidencia-se que poderá o Perito Contador contar com o auxílio de um perito assistente, porém se assim achar melhor o mesmo poderá recusar-se; Contudo, caso seja aceita sua participação, deverá o Perito Contador disponibilizar todo o seu trabalho para o assistente, e este último deverá então cumprir as mesmas normas do primeiro.

Quanto aos procedimentos a serem observados se destacam os que sequem:

13.4. Procedimentos [...]

13.4.1.1. O exame e a analise dos livros, registros e documentos.

13.4.1.2. A vistoria e a diligência que objetiva a verificação e a constatação da situação, coisa ou fato, de forma circunstancial.

13.4.1.3. A indagação e a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto da pericia.

13.4.1.4. A investigação e a pesquisa que busca trazer ao laudo o que esta oculto por quaisquer circunstancias.

13.4.1.5. O arbitramento e a determinação de valores ou a solução de controvérsias por critério técnico.

13.4.1.6. A mensuração é o ato de quantificação físicas das coisas bens, direitos e obrigações.

13.4.1.7. A avaliação é o ato de estabelecer o valor das coisas (ZANNA, 2005, p. 32-33).

Os procedimentos acima descritos nada mais são do que caminhos ao qual o Perito Contador poderá percorrer no ato da realização de sua perícia.

Sobre o laudo Pericial Contábil fica explanado o que segue:

13.5. Laudo Pericial Contábil

13.5.1. O laudo pericial contábil é a peça escrita na qual o perito contador expressa, de forma circunstanciada, clara e objetiva, as sínteses do objeto da pericia, os estudos e as observações que realizou, as diligências realizadas, os critérios adotados e os resultados fundamentados, e suas conclusões.

[...]

13.5.1.2. As respostas aos quesitos serão circunstanciadas, não sendo aceitas como “sim” ou “não”, ressalvando-se os que contemplam especificamente este tipo de resposta (ZANNA, 2005, p. 33).

Face ao exposto, se pode concluir que no laudo pericial o Perito-contador deverá colocar apenas um resumo de seu trabalho, evidentemente que deixando entender todas as informações que ele quis passar, usando, porém o “sim” e o “não” apenas quando for o caso;

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deverá ainda o mesmo datar e rubricar o laudo, dispondo nele de seu número de registro perante o Conselho Regional de Contabilidade e ainda sua qualificação na categoria de Contador.

2.3.2.2. As Normas Profissionais do Perito

Já de posse da regulamentação da atividade de Perícia Contábil, nesse contexto parte-se para a NBC-P – 2, que estabelece as Normas Profissionais por parte do perito, tendo esta nova redação dada pela Resolução 857/99 de 21 de outubro de 1999, a qual estabelece o que segue quanto ao conceito e competência técnico profissional:

2.1. Conceito:

2.1.1. Perito Contador regulamente registrado em Conselho Regional de Contabilidade, que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo ser profundo conhecedor, por suas qualidades e experiências, da matéria periciada. 2.2. Competência Técnico-Profissional:

2.2.1. O Contador na função de perito contador ou perito contador assistente deve manter adequado nível de competência profissional, pelo conhecimento atualizado de Contabilidade, das Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis especialmente as aplicáveis a perícia, da legislação relativa a profissão Contábil e das Normas Jurídicas, atualizando-se permanentemente, mediante programas de capacitação, educação continuada e especialização, realizando seus trabalhos com observância da equidade.

2..2.1.1. O perito contador e o perito contador assistente devem comprovar sua habilitação mediante apresentação de certidão especifica, emitida pelo Conselho Regional de Contabilidade na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade (ZANNA, 2005, p. 26).

Nesse sentido, observa-se que sempre o perito-contador e o perito assistente deverão apresentar sua documentação de maneira a comprovar que são hábeis para a realização de tal tarefa, e quando for o caso deve considerar sua nomeação como honrosa, pois isso significa dizer que ambos têm a confiança do Magistrado (ou contratante), porém, poderá ainda o perito negar-se a realizar tal tarefa, e quando este for o caso deverá apresentar os motivos para tal; seja por incapacidade, motivo de saúde, etc. O que não pode ocorrer é o perito tendo motivos que o impossibilitem de realizar tal perícia se omitir, ou seja, sua incapacidade deve ser informada em um prazo máximo de cinco dias.

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2.3. Independência

2.3.1. O perito contador e o perito contador assistente devem evitar e denunciar qualquer interferência que possam constrangê-los em seu trabalho, não admitindo, em nem uma hipótese, subordinar sua apreciação a qualquer fato, pessoa, situação ou efeito que possam comprometer sua independência.

2.4. Impedimento

2.4.1. O perito contador esta impedido de executar perícia contábil, devendo assim declarar-se, ao ser nomeado, escolhido ou contratado para o encargo quando: a. for parte do processo;

b. houve atuação como perito assistente ou prestado depoimento como testemunha no processo;

c. seu cônjuge ou qualquer parente seu estiver postulado no processo;

d. tiver interesse, direto ou indireto, imediato ou mediato, por si ou qualquer de seu parentes, no resultado dos trabalhos periciais;

e. exercer função ou cargo incompatíveis com a atividade de perito contador; f. a matéria em litígio não for de sua especialidade (ZANNA, 2005, p. 27).

Fica claro o grau de independência que deve assumir o perito-contador no desempenho de sua função, não podendo por hipótese que seja participar de uma perícia reprimido, e ainda deve este profissional, quando for nomeado pelo Juiz, dirigir-lhe petição justificando sua decisão, ou seja, se aceita a honrosa incumbência ou se não aceita, seja pelos motivos anteriormente descritos ou ainda motivos de força maior.

Realizar seus trabalhos de forma eficiente e eficaz é o que todo perito busca, contudo o mesmo não fará isso gratuitamente, para tanto segue o que diz a referida resolução sobre este aspecto.

2.5. Honorários

2.5.1. O perito contador e o perito contador assistente devem estabelecer previamente seus honorários, mediante avaliação dos serviços.

[...]

2.5.2.2. Requer por escrito o deposito dos honorários conforme orçamento. [...]

2.2.5. Quando se tratar de indicação pelas partes, escolha arbitral ou contratação extrajudicial devem o perito contador e o perito contador assistente formular carta proposta ou contrato, antes do inicio da execução dos trabalhos (ZANNA, 2005, p. 28).

Face ao exposto é lógico concluir que o perito-contador não realiza suas atividades de forma gratuita, para tanto fica estabelecido o enunciado acima que deve ser observado antes do início das atividades do perito, poderá ainda o perito requer custeio para as despesas com deslocamento que venham a ser necessárias no decorrer da perícia.

Referências

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