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A Arte de Tocar Saxofone

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Academic year: 2021

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A ARTE DE TOCAR SAXOFONE

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO... O INSTRUMENTO... A FAMÍLIADOSAX... ESCOLHADO INSTRUMENTO... 1 - ESTRUTURA DO INSTRUMENTO... a) O metal... b) A sapatilha... c) Ruídos... d) O funcionamento... e) Pressão das molas... f) Roliços... g) Dobradiça das chaves... 2 - O TESTE AO TOCAR... Teste... Entonação... Expressão... Controle do volume... O local... Afinação... Instrumentos usados ou reformados... O sax perfeito... CUIDADOSCOMOINSTRUMENTO... A BOQUILHA... O MATERIAL... O DESENHO... 1) A face... 2) Defletor... 3) A grade da ponta... 4) A câmara... MISCELÂNEA... A PALHETA... ESCOLHADAPALHETA... A CANADAPALHETA... AJUSTANDOAPALHETA... PALHETAMUITOMOLE (MACIA)... PALHETAMUITORÍGIDA (DURA)... TABELA DE AJUSTE DA PALHETA... POSIÇÃO DE TOCAR... TÉCNICA DE RESPIRAÇÃO... O MECANISMODARESPIRAÇÃO... DESENVOLVENDOATÉCNICADERESPIRAÇÃO... EXALAÇÃO...

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A INALAÇÃO... O CORTENOSOM... RESUMO... QUALIDADE DO SOM... A NATUREZADOSOMNOSINSTRUMENTOSDESOPRO... O CONCEITODASONORIDADE... O CORPOCOMOPARTEDOINSTRUMENTO... FATORESINFLUENTESNAPRODUÇÃODO SOMNO SAXOFONE... TERMINOLOGIASONORA... A RELAÇÃOCOM AVOZ... O PROBLEMAFÍSICO... CONCENTRANDOOSOM... COMBINAÇÃO SONORA... RESUMO... A SURDINANOSAX... O VIBRATO... A NATUREZADOBOMVIBRATO... ASVARIAÇÕESDOVIBRATO... ADQUIRINDO OCONCEITOCORRETO... TIPOSDEVIBRATONOSAX... PASSOSPRELIMINARES... TRANSFERÊNCIADOMOVIMENTO... EXERCÍCIOSMODELO... DEZPONTOSIMPORTANTES... ENTONAÇÃO... ESCUTANDOOTOMCORRETAMENTE... TENSÃONAEMBOCADURA... POSIÇÃODOQUEIXO... POSICIONAMENTODABOQUILHA... BOQUILHAAPROPRIADA... AJUSTECORRETODASCHAVES... EFEITOSPORMUDANÇADETEMPERATURA... ESCALATEMPERADAENÃOTEMPERADA... AJUSTETONAL (AFINAÇÃO) PORDEDILHADOESPECIAL... DESENVOLVENDO A TÉCNICA... RITMOETÉCNICA... AUMENTANDOAVELOCIDADE... VARIEDADEDEPOSIÇÃONO DEDILHADO... O DEDILHADOALTERNATIVO... OPÇÕESDEDEDILHADO... RESUMO... ATAQUE E CORTE DO SOM... POSIÇÃODALÍNGUA... O CORTE DO SOM... ESTACATO...

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SILABASNO GOLPEDELÍNGUA... DESENVOLVENDOAVELOCIDADE... O DUPLOGOLPEDELÍNGUA... ARTICULAÇÃO... RITMONAARTICULAÇÃO... LEGATO... SINAISDEARTICULAÇÃO... ADAPTANDO-SEAOCONJUNTO... FRASEADO E INTERPRETAÇÃO... NOTAÇÃOMUSICAL... EXPRESSÃO... ASFERRAMENTASDO FRASEADO... DINÂMICA... MOVIMENTOERESPIRAÇÃO... COLORIDOSONORO... ARTICULAÇÃO... VIBRATO... VERSATILIDADE... ADAPTAÇÃOAOSVÁRIOSSAXOFONES... SAXECLARINETA... SAXEFLAUTA... SAXEOBOÉ... FAGOTE... ESCOLHADOSINSTRUMENTOS... COMPARAÇÃODASINFORMAÇÕESTÉCNICAS... REGISTRO AGUDÍSSIMO... LITERATURA SELECIONADA...

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INTRODUÇÃO

O saxofone tem sido, por muitos anos, vítima de uma popular concepção errônea de que é “fácil de tocar”. Esta concepção poderia ser corrigida com o acréscimo de uma única palavra - “fácil de tocar mal”. A produção de um som pseudo-musical mais o controle dos problemas de técnica, envolvendo a execução de uma simples melodia, pode ser realizado no sax com menor esforço do que se feito com a maioria dos instrumentos de sopro. O amador curioso, disposto com uma tabela de dedilhado e um livro de instrução elementar, pode num período relativamente curto de tempo, obter um rápido progresso. O avanço desse tipo é decepcionante, porque cria a impressão que estudo sério é desnecessário e que o esforço de concentração não é requerido. Um relacionamento de desprezo ao segurar o instrumento, muitos dos quais é justificado, pode ser atribuído diretamente à falta de esforço de aprendizagem dos saxofonistas em tratar seus instrumentos com a mesma escolaridade necessária para com os instrumentos relativos.

Embora a estrutura do saxofone tenha sido aperfeiçoada constantemente, existe campo abundante para avanços, antes que ele se torne estandarte da família instrumental. Crédito deve ser dado aos dedicados e talentosos solistas, os quais, pela devoção de suas vidas na exploração de suas possibilidades, tem convencido o informado público, que quando se toca artisticamente, não é simplesmente ter o sax pendido sob seu pescoço. Através da performance desses artistas, muitos compositores tem se interessado em escrever para este instrumento e a literatura do saxofone, quando não abundante, é estimulada numa corrida corajosa por livros em qualidade e quantidade.

Estudantes, freqüentemente, perguntam porque o sax não é incluído na orquestra sinfônica. Há várias razões:

1- Quando a escrita de sinfonias foi desenvolvida, o instrumento não existia; 2- esforços em incluí-lo, com freqüência foram insatisfatórios, por causa da imaturidade do som, sua dificuldade de combinar com outros instrumentos;

3- compositores evitam o instrumento desde que na estabilidade da orquestra não há saxofonistas regulares e hesitam em adicionar instrumentos que vão requerer despesas extras;

4- tocar sax ainda não alcançou o ponto, quando o compositor ou o regente pode ser assegurado de uma performance competente na orquestra.

Este último ponto é o mais importante e põe a responsabilidade por esta negligência diretamente nos ombros do saxofonista. Enquanto corajosos passos na melhoria dos níveis de performance são evidentes, tocar sax como uma arte ainda está na infância. A situação ideal de aprendizagem, a qual a

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prática de tocar o instrumento não pode ser substituída é estudar com um professor competente. Todavia habitualmente é impossível para jovens estudantes ter a vantagem de aulas regulares com um especialista no seu instrumento ou para o educador adquirir conhecimento especializado em todo instrumento no qual ele é requerido ensinar. O objetivo deste livro é fazer avaliações de convicções que tenho adquirido através da experiência em performance e dando aulas, especialmente nos procedimentos básicos. A adaptação dos princípios básicos de ensino individual pode requerer poucas alterações por parte do professor ou aluno, isso quando não estivermos de acordo. Enquanto um instrumento é um aventureiro numa arte a verdadeira performance artística tem que ser apoiada pelo talento. Para o desenvolvimento dessa talento ou mestria no instrumento é o que o verdadeiro estudante deve se direcionar. Expressão musical não nos levará a nenhum lugar, a menos que o executante tenha a necessária facilidade para reproduzir suas idéias. O autor espera dedicar este livro para os estudantes interessados, curiosos e sérios de propósito, que tenham força para continuar explorando: “A arte de tocar saxofone”.

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O INSTRUMENTO

O saxofone é um dos poucos instrumentos dos quais foi “inventado”. Ao passo que, muitos dos instrumentos de hoje têm uma longa história de evolução gradual e seus começos são difíceis de tratar. Historiadores estão de acordo que Adolph Sax, um fabricante de instrumentos, projetou e construiu o saxofone por volta de 1840. Este homem famoso pela construção de instrumentos de metais tão bem quanto os instrumentos de madeira, decidiu cruzar as duas famílias adaptando uma palheta no orifício de um cone de metal. O esboço básico deste instrumento nunca mudou, embora muitos aperfeiçoamentos têm sido feitos. Algumas mudanças têm dado ao sax mais flexibilidade e potência e, o aperfeiçoamento no mecanismo das chaves, introduziu-se a chave automática de oitava, a articulação do G# e outras vantagens técnicas. O registro normal do sax tem se expandido ligeiramente, do B abaixo do bordão ao F, quarto acima. O sax moderno expandiu-se para Bb e F acima e com a adição de chaves alcançou o F# (no alto) e o A (no barítono). Adolph Sax considerou sua invenção completa em 1846, então ele foi para Paris e obteve uma patente para ela. Concebido como um instrumento que combinaria os instrumentos de madeira com os de metal pela produção de um som que descreveria propriedade de ambos. Seu primeiro teste em conjunto foi submete-lo às bandas militares francesas. A aceitação foi imediata. Um ano após a patente ser registrada, autoridades tiveram permissão para sua adaptação na instrumentação de bandas militares. Embora a aceitação do sax seja pouca na orquestra sinfônica, seu uso na banda como instrumento solista está agora bem estável e seu horizonte parece estar expandindo para o uso em todas as formas dos tão falados “conjuntos legítimos”. A recente tendência de incluir o sax no currículo de muitas escolas de música e conservatórios é uma excelente porta de entrada. Isto proporciona a oportunidade para um estudo formal e rigoroso no nível de outros instrumentos e elimina o “faz-se como pode”, tipo de estudo que tem sido o destino de muitos estudantes sérios. A estrutura do sax será definitivamente determinada tendo por base sua performance.

A família do sax

A família dos saxofones é: Soprano em Bb, Alto em Eb, Tenor em Bb, Barítono em Eb e Baixo em Bb. Outros primos da família, não considerados estandartes, mas os quais de tempos em tempos têm muita popularidade são: Sopranino em F, Soprano em C, Mezzo Soprano em F, Melódico em C, Contrabaixo em Eb. É interessante notar que Ravel fez a instrumentação da famosa passagem para sax soprano no seu “Bolero” para dois saxofones: o Sopranino em F e o Soprano em Bb. Este compositor sabia que o Sopranino em F não existia, mas é lógico presumir que havia um disponível quando

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Ravel escreveu em 1928. Todos os membros da família do sax tem o mesmo dedilhado. A diferença estrutural é principalmente o de tamanho. Não são requeridas grandes alterações de técnica de um para o outro. Embora a embocadura requeira alguns ajustes o conceito básico de som é o mesmo. A mudança é principalmente no tocante a diferentes palhetas e boquilhas. É comum se escrever a música para sax em clave de sol, até para o Barítono e Baixo. Saxofones são instrumentos transpositores, a partitura é escrita preferencialmente para o sax do que para o concerto ou piano. Para ilustrar isto o Do central do piano poderia ser escrito da seguinte maneira :

TESSITURA:

Escolha do instrumento

O necessário para se ter um excelente instrumento, num bom estado, não é enfatizado com a devida importância. De começo, é difícil obter um excelente instrumento barato, tem-se que tolerar a frustração de aprender num sax inferior. A freqüente expressão “o suficiente para se aprender” deveria ser banida. O estudante é encaminhado para um instrumento que é “bom o suficiente para se tocar razoavelmente”.

Freqüentemente, um professor competente se confronta com um instrumento em pobres condições, que mal toca uma escala. O estudante pode ter se deparado com esta situação por muitos meses ou mais, e no seu entusiasmo de tocar, o efeito na embocadura não é difícil de se imaginar. Se isto é possível, siga o conselho de um expert: a compra de um instrumento é

Bb soprano Eb alto tenorBb Eb barítono Bb baixo

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a maior despesa e não deveria ser tratada precipitadamente. O músico profissional; professor particular ou de escola pública ficará feliz em aconselhar você sobre esta questão. Marcas sólidas (como o Selmer, Leblanc, Conn, Martin, Buescher, King, SML, Buffet, Bundy, Pan-American ou Vito) são industrializadas por firmas respeitadas que tem uma boa reputação de reavaliar seus produtos.

Quando for comprar seu instrumento, alguns detalhes importantes a serem examinados são:

1 - ESTRUTURA DO INSTRUMENTO

a) O metal

Tem o metal, dureza e espessura suficientes para não se danificar facilmente? (alguns instrumentos tem sido construídos com um metal tão frágil, que uma pessoa pode danificá-lo com a pressão do dedo.

O construtor revisou com minúcia o mecanismo? (chaves não deveriam se danificar com a pressão comum).

b) A sapatilha

Foi a almofada da sapatilha corretamente colocada? Estão as impressões circulares (nas quais a almofada da sapatilha se conecta), bem centradas? Se a sapatilha tem ressonadores, estão eles ajustados e leves?

c) Ruídos

Você escuta ruídos de metal? Algum tipo de barulho que normalmente não seria correto?

d) O funcionamento

Cada chave tem a mesma pressão? No geral, esta pressão está forte ou fraca? Estão as chaves na mesma distância sobre os orifícios? Estão elas muito abertas ou fechadas? A medida exata varia de acordo com a marca do sax, mas uma boa observação pode aconselhá-lo a respeito disto. A distância da sapatilha até o orifício tem uma relação direta com a entonação e a qualidade sonora. Um som abafado, indica que as chaves estão muito fechadas, enquanto um som aberto, indica que as chaves estão altas.

e) Pressão das molas

Algumas chaves tendem a segurar? Isto pode ser devido a uma fraca pressão ou a um problema na dobradiça. Algumas chaves se enroscam

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quando uma chave é relaxada? Pressione o dedo na chave e teste isto. Nenhuma outra chave pode mover-se enquanto ela não alcance o movimento completo. Alguma ação de ligadura ou enrosco entre chaves, pode ser devido a uma fraca pressão ou a uma mola preguiçosa. Se a pressão é fraca, insista na repetição. Pelo menos, assim é melhor do que se danificar por muita pressão.

f) Roliços

Os roliços se movimentam com facilidade, com nenhuma ação contrária?

g) Dobradiça das chaves

Existe algum tipo de jogo entre o suporte da chave e a haste? cheque em ambas as direções. Este é um ponto muito importante, e qualquer jogo que haja irá preveni-lo de um assentamento das sapatilhas.

Se existe um jogo longitudinal, trabalho cuidadoso na construção do instrumento deve ser indicado. Isto seria o suficiente para a rejeição do instrumento. O seguinte diagrama ilustra este ponto:

2 - O TESTE AO TOCAR

Teste

O sax responde com facilidade, as notas abaixo do Bb? Segure o G# e toque F-E-D-C (fá, mi, ré, dó) no registro grave. Não deve haver diferença na resposta dessas notas. Repita este procedimento tocando em piano (p). Tente os 1 e 4 dedos do registro central de Bb.

haste das chaves

suporte das chaves

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Entonação

É sensato testar o sax por entonação. Se você está convencido que as sapatilhas vedam bem o som, faça o seguinte teste: afine o instrumento para o Lá (440 Hz) cuidadosamente. Um instrumento eletrônico como o Stroboconn (Korg) é um auxilio incalculável. Para uma discussão detalhada da entonação, oriente-se pelo capítulo referente a este assunto (pág. 35). Lembre-se que nada é perfeito, e que a consulta a um outro saxofonista é possível. A maioria dos saxofones de marcas de renome, são bem feitos e podem tocar afinados, assim sendo, tenha cautela na entonação até que tenha julgado com acerto.

Expressão

No tocante à expressão, novamente, requer-se um critério judicioso: é o tom uniforme em todos os registros. Existe uma diferença de qualidade entre o C# (3o espaço) e o D (4a linha). Isto é mais destacado em alguns instrumentos do que em outros, sendo assim, deve ser levado em conta. Toque, cromaticamente do E (4o espaço) até C# agudo.

Sem alterar a embocadura ou coluna de ar, escute cuidadosamente cada nota. A qualidade é uniforme? Pegue um outro instrumento e faça o mesmo. Distancie-se um pouco e julgue isto, uma vez que o verdadeiro som de um instrumento é melhor determinado desta maneira. A consulta de várias opiniões deve ser solicitada nesta questão de entonação e expressão.

Controle do volume

O volume do som é uniforme, ou um som é forte enquanto o outro é fraco? Teste sem forçar a coluna de ar. Teste em todos os graus de dinâmica, mais especialmente em piano e pianíssimo.

O local

Teste os instrumentos no mesmo local, se possível teste num local com espaço para a ressonância. Um sax que soa abafado numa sala pequena, pode ser muito ressonante numa sala de estar.

Afinação

Quando escolher um novo sax, lembre-se que você ainda é influenciado pelo anterior, e pode ter aprendido a destacar certas notas. Estas notas foram entoadas de uma tal maneira, por tanto tempo que você pode não realizá-las no novo. Então, teste o instrumento com sua boquilha. O novo deve ser melhor em entoação e expressão uniforme.

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Instrumentos usados ou reformados

Um bom instrumento usado é freqüentemente melhor do que um novo de 2a ou 3a classe. Aqui, novamente, o conselho de uma pessoa informada deve ser seguido. Ele pode parecer novo, mas um exame completo revelaria defeitos atrás do aparente conserto.

O sax perfeito

Ainda não foi construído, e existem razões acústicas que explicam porque ele não o é. Todavia, uma escolha cuidadosa e um bom critério musical o levará num bom caminho para obter o melhor instrumento possível. Existem boas marcas no mercado. Instrumentos da mesma marca e modelo tem leves diferenças, mas pesquise o melhor possível, antes de tomar a decisão final. O bom instrumento pode passar por todos os testes indicados aqui.

Cuidados com o instrumento

O sax não requer grande número de cuidados, mas o cultivo de alguns hábitos diários: protegê-lo e mantê-lo limpo, isto deve ser rigoroso. Quando não está sendo usado, o instrumento deve ser mantido no estojo. A boquilha deve ser envolta em um pano de tamanho tal, que se encaixe no compartimento do estojo. É desnecessário dizer que o instrumento deve ser segurado com cautela. Ele pode ser seriamente danificado, até dentro do seu estojo, se sofrer uma queda ou batida.

Desde que a maioria dos sax são laqueados, não existe não existe problema de polimento. Limpando-se com um pano limpo, é o necessário. Tirar o pó de baixo das chaves e das hastes (varas) pode ser feito com uma pena comum ou um limpador usado na clarineta. Manter o instrumento livre de sujeiras, prolongará a vida útil do sapatilhamento e irá manter as sapatilhas vedando corretamente. Para limpar o interior do tubo, um limpador de sax é recomendado.

Uma revisão e inspeção anual deve ser feita, até mesmo quando não apresenta problemas aparentes. O especialista detectará qualquer desgaste do sapatilhamento e fará os reparos, antes que ele desgaste totalmente. O estudante não deve reparar ou consertar seu instrumento, isto requer perícia de um profissional. Freqüentemente, fazê-lo sozinho, resulta em levá-lo para a loja, com mais defeitos.

Algumas vezes uma sapatilha fica suja, por causa de misturas e sujeiras que se formam no vínculo da sapatilha. Quando isto acontecer, arrume um pedaço de pano fino ou lenço e coloque debaixo da sapatilha. Mantenha a chave fechada com pouca pressão. Tire o pano e repita este

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procedimento algumas vezes. A chave G# é a líder das problemáticas, porque não é aberta pela pressão dos dedos. Muitos instrumentistas tem o hábito de elevar a chave do G# antes de tocarem, para estarem seguros que ela não se lacre.

Algumas pessoas tem ácido na transpiração que irá destruir o laqueado do instrumento. Embora isto seja indesejável, não tem nenhum efeito nas qualidades de execução do instrumento. Limpando as chaves e o corpo do instrumento, depois de usá-lo irá retardar esta ação.

Uma pequeníssima gota de óleo num palito deve ser aplicado nos pontos de fricção a cada seis meses. O excesso deve ser limpado imediatamente, após cada ponto ser pingado, pois o óleo se espalha rapidamente.

Extremo cuidado deve ser tomado para prevenir qualquer tipo de óleo no sapatilhamento, pois irá estragá-lo.

O saxofone é constituído de peças de fina precisão, por isto deve ser tratado como tal. O senso comum de cuidado manterá seu instrumento em ótimas condições de se tocar, prolongará sua vida útil e contribuirá para uma satisfação futura.

A BOQUILHA

A procura por uma boquilha ideal continuará enquanto os instrumentos de sopro forem usados, e isto subentende-se, que a cura para todos os problemas pode não ser encontrada. Nosso objetivo é começar na direção certa. Por outro lado, nós temos a “boquilha sofrimento”, na qual se gasta mais tempo trocando do que praticando. No outro extremo, nós temos a pessoa medrosa que tem medo de tentar qualquer coisa nova ou diferente. Entre estes dois extremos, está a raiz do problema.

Apenas alguns fatores, os quais previnem o uso de boquilhas idênticas por saxofonistas, são diferentes:

 a forma e a musculatura da face,

 a estrutura óssea,

 os dentes e

 tamanho e finura dos lábios.

Adicionando-se a isto, a variedade particular de conceitos de som e a variedade de estilos de se tocar há mais demanda para diferentes tipos. Apesar desta confusão aparente, certos princípios físicos, os quais devem ser considerados na escolha de uma boquilha para cada um, em individual, estão envolvidos na construção de boquilhas.

A boquilha, associada a um bom instrumento deve ser suficiente para se começar até que você afirme sua individualidade. Essas boquilhas são habitualmente de câmara e face média, os quais são aconselháveis para o

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estudante novo. Se existir qualquer razão para a troca, o professor ou um saxofonista experiente está capacitado para descobrir isto. Os estudantes não devem correr para a uma loja de música e comprar uma nova, a menos que tenham a instrução necessária. Muito dinheiro é gasto pelo desinformado na escolha de uma boquilha, pela sua cor, material, formato externo, aparência externa ou alguma venda precipitadamente. Habitualmente, esta compra é a errada e fará mais mal do que bem. Outro engano a se evitar é comprar uma boquilha porque alguém famoso a usa: “face X42D da Shotgun especial”. Imaginemos, por exemplo se toda pequena associação saísse do país, para comprar um morcego que Babe Ruth usa ! A boquilha é uma das coisas mais importantes na feitura da embocadura e não deve ser tratada casualmente. Não a considere presente se sua tia comprar para você no Natal, a menos que ela tenha obtido informações específicas com um perito que conheça a categoria musical do respectivo usuário.

O material

As boquilhas do sax são feitas de ligas duras de plástico (ebonite), acrílico e metal. Cada uma tem propriedades um pouco diferentes em relação a manufatura e resultados. A preferência pelo material depende da pessoa e as vantagens são motivos de controvérsia. Boquilhas de vários materiais que tem exatamente as mesmas medidas, incluindo a câmara e as medidas externas, tocam quase da mesma maneira. O contato com vários materiais, sem dúvida, tem um efeito psicológico no instrumentista, mas é difícil para o ouvinte notar diferenças entre elas se as medidas são as mesmas.

A boquilha de acrílico é quase rara atualmente, embora ela tenha muita aceitação entre os clarinetistas. Ela é totalmente frágil, e uma leve batida na ponta, pode quebrá-la. Sua vantagem estrutural é a permanência da face.

Boquilhas de metal têm a vantagem da dureza e são aceitas por delicadas tolerâncias. As medidas externas podem ser um pouco menores desde que o metal não precise ficar muito denso para ter a robustez desejada. Esta é uma vantagem para os saxofonistas dos sax Tenor e Barítono que têm uma pequena embocadura e preferem uma boquilha menor.

O plástico tem provado ser um bom material e está em largo uso. Suas qualidades têm sido testadas e não têm tendência para quebrar. O plástico tem uma alta resistência e força, é popular entre as boquilhas pelos estudantes, onde resistência e precisão são requeridas a preço baixo.

A boquilha de ebonite, a qual está em voga há muitos anos é ainda a de preferência universal. Não quebra sob circunstâncias comuns e segura constantemente a face quando não usada erroneamente. A ponta e a face serão danificadas se sofrerem uma batida e devem sempre ser manuseadas com muito cuidado

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Todas as boquilhas devem ser limpas após o uso tanto dentro como fora. Elas podem ser lavadas com água morna e sabão, nunca em água quente com constância. A lavagem regular é importante não somente pelo fato que boquilha suja é um excelente meio para proliferação de germes, mas também por causa de uma crosta sedimentada que é quase impossível de remover, ela adere dentro da câmara e muda suas medidas por dentro.

O desenho

O desenho de uma boquilha é um assunto para sérias considerações, uma vez que suas dimensões e formato têm um efeito definitivo na qualidade sonora, tom, volume, igualdade de registros, flexibilidade e facilidade ao tocar. O conhecimento destes fatores que controlam a emissão do som ajudam na escolha de uma boquilha. A qualidade do som começa no final da câmara com a palheta, boquilha e mecanismo geral. Isto organiza a relação do som fundamental com suas partes, as quais afetam a qualidade sonora. Seria bom explicar sobre a face média antes de prosseguir. O uso adotado deste termo define as medidas com as quais a maioria dos saxofonistas obtêm os melhores resultados. Isto foi determinado por acertos e erros, o que não implica que este seja o melhor desenho (esboço) mas um ponto inicial do discernimento musical que pode prosseguir. Com isto em mente nós podemos discutir fatores que controlam a performance da boquilha.

1) A face

Curva inferior que sai da extremidade da boquilha. A distância entre a extremidade da palheta e a da boquilha é conhecida como “boca” do instrumento por onde sopramos. A medida da curva que sai da extremidade da boquilha é o comprimento da face.

A de longa face exige maior pressão ao morder para deixar a palheta no ponto de vibrar. Ela requer uma pequena mordida e uma palheta leve, às quais enfraquecem as notas altas.

A de face curta diminui o controle da embocadura e flexibilidade. O som é fraco e as notas graves tendem a não sair. É fácil para a embocadura mas perde em dinâmica. Uma longa boca (abertura de entrada) torna difícil tocar “piano”, o som se torna áspero e dá um falso sentido de volume. Uma palheta macia vai ser requerida a menos que os músculos da embocadura sejam potentes. Uma estreita boca de entrada requer uma palheta rígida, produz um som fraco e, no registro agudo, notas estridentes. O consenso geral mostra que a curvatura da face deve ser um arco de um círculo perfeito. Este ponto de vista é apoiado por descobertas científicas, o que indica que a palheta fecha a boca de entrada.

O seguinte diagrama ilustra este princípio: um infinito número de faces pode ser produzido pelo movimento do eixo do arco.

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2) Defletor

Parte da boquilha que recebe o primeiro impacto das vibrações produzidas pela palheta. Um defletor alto deixa um pequeno espaço entre a palheta e a boquilha dando um zumbido no som. Esta é provavelmente a causa de chiados. A projeção do som é boa, mas quase áspera. Um defletor baixo produz um som escuro, morto, em que falta potência. Ele cria resistência na extremidade da palheta e é duro de se tocar.

3) A grade da ponta

Uma grade larga poderia ser descrita como um mecanismo de defesa. É excelente para se tocar macio (piano) mas incapaz de projeção. Não tem vantagem em qualidade, mas tem em flexibilidade.

A grade estreita é perigosa e é provavelmente a causa de zumbidos. A palheta tem que ser encaixada justa, a menos que a grade ofereça uma tal resistência que seja difícil controlar. Algumas vezes há pessoas que desejam produzir um som com zumbido (alterando o timbre). Isso só deve ser usado por instrumentista experiente.

4) A câmara

Aqui se dá a primeira ressonância do som. Enquanto a face é de grande importância é axiomático que uma câmara bem desenhada produzirá bons efeitos com qualquer tipo de face. Uma câmara pequena dará maior volume e mais vantagens no som do que uma maior. Paredes laterais lisas vão propiciar sons agudos, um tanto estridentes, paredes laterais curvas vão propiciar um som mais macio. Existe tanta matéria sobre o interior da câmara que é impossível avaliar generalidades.

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A escolha de uma boquilha ideal é difícil e lento processo. A melhor maneira de começar é com a boquilha média e padrão. A medida que sua habilidade no instrumento se desenvolve seu estilo e inclinação definirá o caminho. Moderação e cautela são necessárias para você não refazer este caminho. Maus hábitos e condicionamentos resultantes de procedimentos incorretos, podem levar um longo e custoso tempo para serem corrigidos. Imagine uma pessoa que nos primeiros estágios de aprendizagem compra uma boquilha de face aberta e longa. O único jeito dele tirar as notas agudas é mordendo e para tirar as notas graves tem que abaixar o queixo consideravelmente. Assim isso se torna um hábito que se leva anos para corrigir, até mesmo se ele mudou para um tipo mais moderado de boquilha. Esta situação não é incomum e um professor experiente confirmará isto. Alguém que estude sozinho está propenso a maus hábitos, mas alguns deles podem ser eliminados com o uso de uma boquilha média ou moderada.

Miscelânea

Mexer na face de uma boquilha não mudará a qualidade do som. Fará tocar mais fácil e isto trará uma ajuda psicológica no instrumentista A qualidade do som depende muito da câmara e do defletor. Um bom reparo na face irá repercutir também na grade do ponto e no defletor.

* * *

Se a boquilha está muito alta você pode cortar cuidadosamente e depois repolir. Cuidado deve ser tomado para você não ir além do necessário. O melhor é você levar num especialista.

Tem sido a expectativa de muitos saxofonistas que, na fabricação de boquilhas, se padronize o sistema de faces de maneira que se tenha o mesmo significado aparente. Isso eliminaria muita confusão.

No presente seria impossível classificar os significados de alguns hieróglifos pertinentes à face e a boca de entrada (bocal da boquilha).

* * *

Se você está comparando boquilhas, tenha a certeza de examiná-las em separado. Algumas boquilhas são maiores que outras e requerem uma colocação diferente na cortiça.

* * *

O princípio básico da construção da boquilha é o mesmo para toda a família do sax. Todavia, por causa dos diferentes tipos de boquilha, você não precisa usar sempre a mesma face.

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* * *

Lembre-se: uma boquilha fará muito por você mas ela não compensará com uma embocadura pobre ou insuficiente suporte de ar.

A PALHETA

A principal função da palheta é como válvula de ar que abre e fecha na boquilha com variada rapidez. O índice de velocidade ou freqüência desta operação controla a entonação do som e é governado pelo tipo e forma da coluna de ar da pessoa posto em vibração. Uma câmara de ar larga irá vibrar menos que uma câmara mais estreita, visto que cria um peso maior na palheta. Uma pressão constante da coluna de ar sobre a palheta se converte numa série de jatos curtos de ar que passam através da boquilha da seguinte maneira:

Considerando esta formidável função desta pequena peça de madeira (cana) não é surpresa medir-se esforços na escolha da palheta, visto que é a única peça móvel dos aparatos gerais do sax.

A palheta muda seu ritmo de vibração com toda nova nota, vibrando na mesma freqüência. Se o A (440 Hz) é tocado por um segundo, a palheta vibra nesta mesma freqüência (440 ciclos /segundo). Em adição a isto a palheta deve ser versátil para alterar rápida e eficientemente em cada nova nota, variar de amplitude em cada mudança de volume, iniciar e parar em cada articulação e ter as características necessárias para produzir o melhor som possível. Seria interessante, com a ajuda de um computador eletrônico, calcular o número de movimentos que uma palheta simples faz durante 1/90 (um nonagésimo de segundo), o mesmo que foi feito no “O vôo do Abelhão” (mamangaba).

Em abril de 1941 o jornal Sociedade Acústica da América publicou um artigo de dois físicos: C.S. Mc Ginnis e C. Gallagher que tiveram sucesso ao fotografar o movimento de uma palheta no processo de produção do som. O resultado deste experimento mostrou que a palheta funciona como uma válvula que emite pulsos de ar dentro do instrumento e também forma um lacre de ar durante a metade do tempo de cada ciclo de vibração.

Uma citação deste jornal:

“O movimento de uma palheta durante um ciclo é interessante. Quando a abertura está fechada a palheta aparenta estar sem movimento para a visão na metade de um ciclo completo. Isto deixa a boquilha com uma velocidade relativamente alta e alcança a posição de máximo

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deslocamento numa série de jatos (pulsos) curtos. O tempo gasto da imobilidade ao máximo deslocamento é aproximadamente ¼ de um ciclo. A extremidade da palheta agora retorna para a boquilha numa série de pulsos curtos e o ciclo fundamental se completa. Portanto o movimento da palheta dura ¼ de período de um ciclo.

Esta evidência científica do movimento da palheta é uma contribuição para nossos conhecimentos gerais e métodos dos procedimentos para com a palheta. A importância desta descoberta reside no fato que a palheta deve ajustar-se ao longo da face tão bem quanto a extremidade da boquilha e, ambos os lados, devem lacrar simultaneamente. Isto esclarece a necessidade de regular a palheta ao longo da curva da face, de uma tal maneira que a palheta irá circundar a face com um efeito de lacre.

Praticamente toda palheta de sax é feita de cana. Enquanto outros materiais são testados a que sobrevive, no momento, é a de plástico que tem uso limitado. O valor da palheta de plástico é sua durabilidade, mas ela não tem a qualidade sonora nem a flexibilidade da palheta de cana. Experimentos contínuos podem um dia produzir um material que tenha as qualidades musicais da palheta de cana. Este fato poderá ser um evento histórico para todos instrumentos de palheta simples e dupla. Até que isso não aconteça nós temos que nos contentar em tratar o assunto da palheta da melhor maneira possível.

Esta cana madura utilizada como palheta vem de uma área conhecida como “Região Var”, a qual se situa ao longo da Costa Mediterrânea, ao sul da França. Plantações na Espanha, Itália, México e Califórnia têm sido desencorajadas apenas por falta de explicações, conhecimentos necessários. Requer-se quinze a vinte anos no seu plantio para que se torne madura. Plantas transplantadas da França para outras áreas não têm a mesma qualidade, então muitos esforços nesta direção tem sido abandonados. A cana, como o vinho, tem bons e maus anos, dependendo do clima e não existe certeza de sua uniformidade.

Escolha da palheta

A maioria dos saxofonistas usam palhetas comerciais. Alguns poucos encomendam as suas próprias, mas isto é particular. Para aqueles interessados em possuir a sua própria eu recomendo o livro: “O Livro de Bolso para ajustar palhetas simples”, por Kalmen Opperman (Nova Iorque; Chapel e Cia.).

As palhetas são empacotadas em pacote de 12 ou 15 unidades, nos quais a resistência da palheta é marcada. Uma vez que sua resistência é determinada é preferível comprá-las por pacote do que examinar uma de cada vez. Muitos comerciantes não permitem que os jovens estudantes examinem as palhetas, apenas deixarão que eles vejam a caixa de cima a baixo. Isto é uma situação lastimável. Estudantes e pais deveriam perceber que uma porcentagem de palhetas não trabalham, do mesmo modo que, no

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inicio tocam bem mas têm vida curta. Algumas sugestões podem melhorar sua iniciativa em escolher palhetas:

1- Compre somente marcas padrão como a Vandoren, La Voz, Roy Maur, Vibrator, Selmer ou Ciccone.

2- Escolha uma média ou uma relativa resistência até que você defina qual a melhor. Marcas de categoria não são todas uniformes, por isso busque conselhos nesta questão.

3- Uma palheta de pouca resistência corriqueiramente se torna fraca depois de um curto período de uso, assim seja cauteloso com as palhetas que tocam com facilidade no começo.

4- Se você tiver o privilégio de escolher uma palheta na caixa, procure por uma com fibras resistentes. Tome cuidado com listas escuras na parte talhada. Isto pode ser visto segurando a palheta sob a luz.

5- Pontos escuros na parte macia da cana indicam que a palheta não é ruim. Estes pontos são comuns nesta parte da cana e é uma condição preferida por muitos, mas se existem manchas escuras na base (mesa) da palheta rejeite-a.

6- Uma cor levemente dourada na palheta é um bom sinal. Tome cuidado com um tom esverdeado ou marrom.

7- Se você encontrar uma palheta sem cor não a jogue fora de imediato. Ela poderia até trabalhar e você não teria nada a perder.

8- Procure por uma delgada em ambos os lados, com bastante densidade no centro.

9- O ombro da palheta deve separar-se do suporte uniformemente em ambos os lados. Um corte fora do centro indica um modelo errado ou uma cana fora da curvatura que deveria ser rejeitada pelo fabricante. 10- Examine o formato do arco na extremidade da palheta. Isto indica o tipo

de haste na qual a palheta é cortada. Nem um arco alto ou achatado produzirá resultados satisfatórios.

A cana da palheta

A cana é composta de uma série de filetes, conhecidos como fibras, as quais se estendem e são fixadas juntas por uma substância macia, a qual absorve umidade e forma o fundo, no qual as fibras vibram. Produtos químicos da saliva humana reagem na estrutura da fibra e prejudicam a inter

Arco médio (correto) Arco chato (cana muito larga) Arco alto

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relação entre componentes macios e rígidos (duros). Este problema desgasta a palheta mas pode ser evitado com o polimento, que forma uma camada que protege contra a umidade excessiva. Massageie essa área até ficar lisa e macia, este é um excelente método. Alguns saxofonistas seguram a palheta pela ponta. Nunca faça isso. Esta é a causa comum de lesar a palheta e, geralmente ocorre quando se coloca a palheta na boquilha.

Afrouxe a ligadura (parte da boquilha que segura a palheta) e coloque-a. Em seguida ajuste a boquilha. Segure a boquilha com a mão esquerda e empurre a palheta com o polegar. A palheta deve estar centrada na boquilha, com a ponta ajustada de tal maneira que, quando na posição fechada, ela alcance o ponto na qual a boquilha trava a face.

A ligadura (ajustes da boquilha) deve ser apertada o suficiente para segurar a palheta. Muito apertada tende a segurar a vibração. Quando tirar a palheta afrouxe a ligadura primeiro e tire a palheta, na direção da extremidade.

Algumas vezes a palheta tremula na extremidade quando está umedecida pelo uso, mas se normaliza em dois ou três minutos. Esta é a causa do material (elemento) suave existente nas fibras absorver umidade e não há nada que se possa fazer com a qualidade da palheta. Por isso é uma boa ter de 3 a 4 palhetas em uso e fazer uso alternado delas. Existem várias marcas boas no mercado como a Maier, Reed Guard.

Uma boquilha deteriorada pode ser restaurada sendo mergulhada numa solução de 3% de peróxido de hidrogênio, que há disponível em qualquer farmácia. Então, deve ser enxaguada com água e posta para secar antes de ser usada novamente. Uma leve raspada com uma faca irá remover o excesso de sedimentos, mas deve ser feito com cuidado para prevenir mudanças no seu equilíbrio..

A capa da boquilha deve sempre estar guardada quando não se está tocando, até ser usada novamente. Este hábito deve ser cultivado desde o primeiro dia de estudo.

Ajustando a palheta

Não se gasta tempo ajustando palhetas quando a cana não amadureceu apropriadamente. O seguinte teste poderia evitar o esforço nesta questão: pressione o dedo na base da palheta. Se ela oferecer resistência a cana está velha. Se está mole e fica com marcas ainda está verde. Uma marca clara indica uma cana de muito uso.

Um outro excelente método é o reconhecimento da maturidade do arco: uma cana conservada terá uma mancha escura atrás da base quando mergulhada num pouco de água. Esta mancha é marrom alaranjada. Se tem uma camada verde ou amarela e não há manchas de nenhuma espécie, não está apta para ser usada e deve ser posta de lado por um ano ou mais, antes de ser testada de novo.

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Não devemos nos desfazer destas palhetas, pois elas podem vir a ser nossas favoritas, depois de serem envelhecidas convenientemente.

Se depois de molhar a extremidade da base da palheta, como descrito acima, você soprar por cima pequenas bolhas vão aparecer. As bolhas não devem ser nem largas, nem profundas, pois indicam que a palheta é porosa.

Uma coisa deve ser lembrada: uma palheta larga tem filetes (veias) da cana maiores que uma palheta menor. Por isso é bom escolher uma palheta que oferece resistência à passagem do ar nesses filetes, mas completamente para barrá-lo. Uma pequena experiência nesse sentido servirá de ajuda. Estes só funcionam com uma cana (palheta) nova.

Uma lista mínima dos instrumentos necessários para o ajuste da palheta do sax inclui:

1 - Um pedaço de barra de vidro de umas 6 polegadas. As extremidades devem ser lisas (polidas) para se evitar cortar as mãos.

2 - Aparador de palhetas - deve ser escolhido com cuidado. É mais econômico comprar o que for disponível. O formato do corte deve igualar-se à extremidade da boquilha. Se existir qualquer sinal de desigualdade, o aparador deve ser rejeitado. Seria uma boa idéia você levar apenas algumas palhetas usadas e sua boquilha para uma loja para determinar o formato do corte.

3 - Raspador ou estilete - você pode obtê-lo numa joalheria: é um pedaço de aço temperado, com pontas finas para raspar. O formato de sua extremidade previne que se arranque a cana. Um substituto satisfatório pode ser feito em casa, com um filete de pedra com cabo de madeira. 4 - Pino (suporte de apoio para alterações delicadas) - pode ser achado ao

longo de riachos e terras pantanosas de certas partes do país. É barato e sua qualidade uniforme é assegurada, se comprada em loja de instrumentos de sopro.

5 - Lixa número 8-0 - umas poucas folhas vão durar muito. 6 - Lâmina.

7 - Esmeril de bordas.

Se uma palheta toca razoavelmente seu ajuste deve ser adiado, até que a cana passe por um período de amadurecimento. A cana muda suas características rapidamente quando usada pela primeira vez e, num ajuste feito antes disso, ela está propensa a quebrar e pode ser difícil corrigir depois. A sugestão é usá-la só um pouco pela primeira vez e ser posta de lado por um dia. Tente tocar mais um pouco no segundo dia e, assim sucessivamente até que a cana afirme suas características. Habitualmente a palheta vai se tornando macia após as primeiras tocadas, mas nem sempre isso se segue (algumas vezes ela fica rígida). É de se presumir a direção a ser tomada nos problemas da palheta, visto que é uma questão de erros e experiências por cada indivíduo. Muito pode ser aprendido num período longo de tempo, todavia se alguém considerar seus primeiros esforços como parte de aprendizagem será recompensado.

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Um teste preliminar de flexibilidade e equilíbrio pode ser feito pressionando levemente com o polegar a palheta e apalpando a sua extremidade. Cheque o equilíbrio dos dois lados com o dedo.

Palheta muito mole (macia)

A primeira coisa a fazer é aparar a palheta, tirando um pouquinho de cada vez e checando após cada corte. Umedeça a palheta antes de cortá-la e certifique-se que ela está centrada corretamente. A maioria dos aparadores têm um dispositivo que segura a palheta, mas em alguns ela deve ser segura pela mão. Se é segura pela mão certifique-se de estar presa firmemente, relativo ao quanto você regulou o nível do corte. A pressa nesse caso arruina a palheta e é mais fácil tirar um pouco da palheta, pois adicionar é impossível. Deve-se ter em mente que cada aparada encurta a palheta. Habitualmente, cerca de 1/6 de polegada é o limite da palheta ser aparada eficientemente.

Depois do apoio as quinas devem ser arredondadas e a curva ajustada à boquilha. O formato apropriado nesta área irá propiciar um provável equilíbrio perfeito. Se a palheta é dura o suficiente, que não permite aparar nessa área é aconselhável se igualar a extremidade (ponta) da palheta antes de iniciar o ajuste do equilíbrio.

Depois de uma palheta ser usada muito tempo e começar a ficar úmida, ela pode ser melhorada aparando-se, mas normalmente a cana perde muito de sua resistência e qualquer alteração irá encurtar sua vida. A compra de uma palheta de resistência apropriada irá evitar a necessidade de um ajuste radical e economizará muito tempo.

Palheta muito rígida (dura)

Uma palheta aparentemente rígida (dura) pode ser mais rígida de um lado que do outro, de modo que é possível ter uma palheta com a resistência apropriada somente de um lado. Isto pode ser demonstrado virando-se a boquilha na embocadura, de tal maneira que um lado da cana vibre, então alterne com o outro lado. Quando ambos os lados são aproximadamente o mesmo, mas rígidos, um ajuste geral deve ser dado. Se um lado da palheta sopra mas, com muita resistência, isto deve ser equilibrado antes de um novo ajuste. Uma olhada debaixo de uma luz forte mostrará o problema. O pino é o melhor para equilibrar (balancear) a extremidade e lados da palheta..

Antes de usar ensaboe (lave) as partes extremas do pino. Use a parte plana do pino sobre o dedo indicador, certificando-se que as fibras estejam num ângulo reto com a palheta, como na seguinte ilustração:

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Sempre bata na direção da extremidade. Em balanceamento de palhetas, a parte da palheta a afinar é de 5/8 a 1/8 de polegada. Dirija o corte do centro para os lados, de tal modo que o centro da palheta não se mova. O centro é o ponto de início da área de resistência da palheta e deve ser cuidadosamente manuseado.

Se a palheta ainda está dura (rígida) depois de ser balanceada (equilibrada) raspe levemente com um formão (estilete) ao longo dos lados. Ela deve ser regulada do centro para os lados em direção à ponta. Se uma mancha luminosa aparecer no centro da palheta a melhor coisa a fazer é jogá-la fora, pois esse problema no centro é fatal.

TABELA DE AJUSTE DA PALHETA

DEFEITOS ÁREA FERRAMENT

A REPAROS

Muito macio Ponta Aparador Apoie um pouco.

Teste depois de cada aparo.

Zumbido Ponta Aparador Idêntico acima

Falta de ressonância 1 e 2 Pino Equilibrar (balancear).

Sonoridade apagada quando se toca “piano”

1 e 2 Pino Afine ambos os lados

se ainda estiverem duros. Balanceie

Resistência (dureza) ao

tocar 2 Pino Afine ambos lados ebalanceie

Registro agudo,

perdendo ressonância 2 Pino Balanceie e afine onecessário Ponta muito espessa

depois do aparo Debaixoda ponta Lixa Lixe livremente sobrea “mesa” da palheta cerca de 3/8 de pol. abaixo da ponta

Assobios na palheta 2 Pino Balancear

Som forte e alto 2 e 1 Pino Afine gradualmente

Dedo indicador direção

Área de raspar

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quando toca “piano” com um risco leve

Registro agudo fraco 3 Pino Teste após uns poucos

riscos

Falta de projeção 3 Pino Mova 3 para trás da

ponta (isto pode encurtar a vida da palheta) Falta de ressonância no registro médio 4 Pino Levemente no 3 também

Registro baixo pesado 6 Formão

(estilete)

Termine com o pino

Falta geral de ressonância

7 e 8 Lixa lixamento da palheta

se está larga p/ boquilha

Depois de balancear a palheta toca bem, mas com dureza

6-5-4-3 Raspador Afine (raspe)

levemente nas áreas indicadas

Mesa não plana Mesa Lâmina Risque (raspe)

levemente

Mesa não lisa (áspera) Mesa Lixa Friccione levemente

para trás e para frente, sempre na direção do veio da madeira (cana)

Obs.: Números que aparecem na área - vide figura ilustrativa da página 100.

POSIÇÃO DE TOCAR

Postura e posição do instrumento sempre são aspectos ignorados e desempenham um papel importante. O sax deve ser considerado como uma parte do músico e, uma associação íntima com o instrumento cria um sentimento descontraído ao tocar. Quando uma pessoa assume uma atitude tensa ao tocar o resultado é um atraso nos aspectos físico e mental do progresso musical. Um relaxamento e uma posição eficiente deixam o saxofonista livre para se concentrar nos problemas técnicos e artísticos.

Peso e equilíbrio ditam a maneira de segurar o instrumento, o qual é determinado por :

1- tipo de instrumento; 2- o tipo do executante.

Quando em consideração aos vários tipos de sax o soprano é sempre seguro de frente, ao centro da pessoa (da mesma maneira que a clarineta ou oboé) exceto que a campana do instrumento situa-se um pouco mais longe. Isto é regulado pela posição mais horizontal da boquilha, a qual é de

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aproximadamente 45 graus se comparado com os 30 graus na clarineta. O sax tenor é o mais seguro (preso) junto à pessoa no lado direito. Se o saxofonista for uma pessoa pequena a mão direita pode estar mais longe do quadril, mas a medida que ele cresce e seus braços também o sax deve ser puxado para a frente gradualmente. Esta situação também requer uma alteração da cabeça de maneira a manter o mesmo ângulo da boquilha. O

barítono, embora às vezes é segurado com uma correia no pescoço é mais

confortável quando apoiado pelo suporte do sax, o qual suporta o peso todo e deixa-o no ângulo certo. O sax baixo deve ser tocado apoiando-se no suporte, pois é o mais pesado e incômodo para um executante tocar. O alto parece ser, em geral, o tipo mais irregular e a posição de ser segurada deve ser controlada pela pessoa em particular. Um adulto segura freqüentemente o sax de frente, enquanto uma pessoa menor usa-o de lado. O peso dos braços é um fator determinante quando alguém decide por sua posição particular. Se os braços estão confortáveis e o ângulo da boquilha está correto não há razão para preocupação.

Boa postura, tanto em pé quanto sentado não deve ser negligenciada. A cabeça deve estar ereta assim como as costas, mas evite uma rígida aparência militar. Mantenha os pés planos na sala onde sentar. Quando em pé, distribua o peso uniformemente entre ambos os pés, os quais devem estar estendidos levemente, para equilíbrio e balanço. A correia do pescoço deve estar ajustada ao suporte para suportar o peso do instrumento, eliminando qualquer possibilidade de fadiga nos braços e mãos. As mãos devem firmar o sax mas não suportar o seu peso.

O ângulo da cabeça em relação à estante deve ser considerado. Um grande número de estudantes cria o hábito de olhar na parte com uma vista só, somando-se condições que evitam ficar em pé, diretamente na frente da parte. Quando duas (algumas vezes três) pessoas são obrigadas a usar a mesma partitura e ao mesmo tempo prestar atenção no regente e ainda, sentar em cadeiras desalinhadas não é surpresa que isso resulte numa posição incorreta e uma pobre postura.

Pontos que se deve ter em mente para a estabilidade de uma boa posição são:

1- sentado ou em pé eretamente (linha reta), mas relaxado; 2- mantenha ambos os pés planos no chão;;

3- mova a estante de tal modo que, quando olhar para a frente a parte possa ser lida com clareza e com qualquer dos olhos;

4- ajuste a correia de maneira que ela suporte todo o peso do instrumento; 5- segure o sax do lado ou em frente dependendo do tipo do instrumento e

sua relação (ajuste) com a pessoa.

Qualidade sonora, entonação, técnica e interpretação são afetadas se a posição ao tocar é incômoda. Entretanto tocar confortavelmente não resolverá todos os problemas, mas proporcionará uma condição a qual

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encorajará a concentração e um aspecto psicológico contribuirá para o desenvolvimento do estudante.

TÉCNICA DE RESPIRAÇÃO

A respiração é uma função tão natural que é propensa a dar-se por esquecida. Sob circunstâncias normais os órgãos respiratórios ajustam suas atividades de acordo com as necessidades da pessoa, de uma maneira simples e eficiente. O uso consciente dos aparatos da respiração é uma situação não comum. Se não repararmos o ano em que a criança tenta apagar a vela no seu primeiro bolo de aniversario, notaremos que não há um conceito (consciência) de sopro e ela deveria ser ensinada sobre essa sua habilidade, assim como ser ensinada a andar e falar. Qualquer uso dos aparatos (mecanismos) de respiração para atividades, como prover a coluna de ar com o volume correto de oxigênio, requer um esforço consciente. Isto é o elemento mais importante no domínio dos instrumentos de sopro.

A natureza de um som musical envolve ondas de vibração de ar uniformes, as quais exercem pressão no ouvido humano. Criar essas ondas requer uma técnica a qual, de alguma maneira, porá o ar em movimento no grau de velocidade desejado. No caso do piano a vibração média na corda é produzida por um martelo. Instrumentos de corda são dedilhados ou friccionados. O uso do arco permite a nota ser sustentada, desde que mantida a vibração da corda numa amplitude uniforme, assim como a corda que é percutida terá seu máximo volume no impacto inicial, seguido por um gradual diminuindo. Os instrumentistas dos instrumentos de metal conseguem uma vibração dos lábios, tocando a coluna de ar através de uma pequena abertura nos lábios. Instrumentos de palheta são divididos em duas categorias: de palheta dupla, como o oboé, tem duas palhetas pequenas vibrando uma contra a outra. Os de palheta simples: clarineta e sax, têm somente uma palheta vibrando contra a face da boquilha. A coluna de ar que põe a palheta em movimento é tão essencial para se tocar correto quanto um carburador de automóvel para o motor.

Ninguém que tenha observado os métodos dos estudantes de violino está bem informado quanto à ênfase e tempo gasto na aquisição (desenvolvimento) de suas próprias técnicas do golpe de arco. A importância dessa fase de se tocar violino continua através de toda a vida do violinista sério. Um violinista talentoso passa o arco lentamente com a tensão apropriada e produz um belíssimo som, enquanto um novato usa mais tensão obtendo um resultado não musical. Isto aplica-se diretamente ao saxofone, com a coluna de ar sendo o arco do saxofonista. Freqüentemente jovens músicos que vão tocar por muitos anos, sem dar atenção ao método de controle da coluna de ar e esta lacuna no seu aprendizado pode ser a causa de muitas frustrações musicais. O saxofonista critica a boquilha, a palheta e

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a maioria critica a embocadura. Tudo isso é importante, mas dependem diretamente da coluna de ar para obterem resultados satisfatórios.

Eles não terão uma função apropriada se o sopro não é capaz de ativar uma vibração média, de maneira controlada.

Se questiona se o Criador (Deus) tinha em mente, quando criou o homem (esta máquina complexa) o sopro de um saxofone. Felizmente Ele deixou um excesso de habilidades, tal que um ser humano pode treinar as várias partes do corpo para operar numa maneira tremendamente versátil. Do ponto de vista dos instrumentistas de sopro, a respiração não pode ser vista como uma função normal. Exercícios árduos exigem uma respiração rápida e profunda, mas isto adere ao conceito original do suprimento de oxigênio na corrente sangüínea. Uma boa performance num instrumento de sopro requer um lento mas não uniforme ritmo respiratório, profunda respiração e aumento de pressão na cavidade do peito e uma correta relação entre oxigênio e corrente sangüínea. Se há um excesso de oxigênio no sangue ficaremos com vertigens. Isto pode ser demonstrado facilmente tendo rápidas e profundas respirações continuadamente. Dois ou três minutos fazendo isso nos convencerá, mas não é aconselhável como um passatempo.

O mecanismo da respiração

O tórax ou cavidade peitoral contém o coração, pulmões, esôfago e traquéia. Ele é circundado pela estrutura óssea, que consiste na espinha, parapeito e costelas. Entre as costelas existem muitos músculos conhecidos como intercostais, os quais funcionam contraindo e expandindo as costelas. A parede da cavidade peitoral é uma membrana muscular conhecida como diafragma, que funciona involuntariamente e é controlado pelos músculos que o rodeiam. O diafragma separa completamente a cavidade peitoral do abdome. Ele tem a forma de um zimbório (parte mais alta da cúpula de um edifício (em Arquitetura)), o qual tende a achatar-se na inalação mas retorna ao seu estado normal. Uma vez que ele assumiu essa posição achatada na respiração, ele forçará a saída do ar naturalmente pelo relaxamento.

Os músculos intercostais funcionam de maneira diferente, já que eles são voluntários e controlados diretamente pela expansão e contração das costelas. A traquéia é uma membrana cartilaginosa, através da qual o ar passa e sai dos pulmões. Na sua extremidade superior está a laringe, contendo os órgãos que controlam a passagem de ar através da traquéia. A parte mais superior destes órgãos é a epiglote, uma válvula que dirige os alimentos para o estômago e o ar para os pulmões. A traquéia se divide em dois ramos, saindo dos pulmões esquerdo e direito. O esôfago se localiza atras da traquéia e passa através da cavidade peitoral para o estômago.

Embora o uso dos músculos peitorais e intercostais seja evidente, o diafragma requer mais esclarecimentos adicionais. A maneira mais natural de mover o diafragma é puxando o abdome para cima. Este é o movimento que

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ocorre naturalmente quando respiramos. Qualquer um que assista o sono de uma pessoa notará mais os movimentos do estômago que o peito. Uma pessoa comum todavia se acordado e fizer uma aspiração profunda, fará exatamente o contrário. Ela expandirá seu peito na inalação e empurrará o estômago na exalação. Isto é equivalente a apertarmos um tubo de pasta de dentes no meio, o final do tubo irá estufar (aumentar) e uma parte da pasta é ejetada, mas metade da energia foi gasta no final do tubo.

Nossa primeira tarefa é encher ao máximo os pulmões de ar. Existe um princípio fundamental na Física, que o ar vai da região de maior pressão para a região de menor pressão. Quando a cavidade peitoral é alargada, a pressão é baixa e o ar de fora entra para dentro. Quando sopramos nós aumentamos a pressão no interior da cavidade peitoral, então se reverte o processo. Este é o mesmo princípio no qual um fole ou uma granada (bomba) funciona. A postura ocupa uma parte importante numa respiração eficiente. Uma posição desleixada (negligenciada) não permitirá que a cavidade peitoral se expanda na sua plena capacidade. Isto pode ser demonstrado se alguém puxa os ombros para trás. Sentirá que o peito se alargou e que ele tinha respirado pouco ar. A primeira coisa a ser considerada é criar o hábito de estar sentado ou em pé com a coluna ereta. O peito deve ser mantido alto . Então comece o movimento do diafragma, expandindo os músculos que o circundam. Empurre as paredes da cavidade abdominal para a frente e para os lados, de uma maneira bem natural, de tal maneira que um círculo imaginário se expanda na linha da cintura.

Esta expansão tem mais um propósito: aplainar (nivelar) o formato do diafragma. Isto é feito simultaneamente com a expansão da parte inferior do peito numa rápida inalação profunda.

Desenvolvendo a técnica de respiração

Mudar a respiração habitual de alguém é freqüentemente um processo lento e requer muita paciência e contínua atenção. No seu estágio de desenvolvimento a respiração não deve ser praticada no instrumento, pelo menos até que ela esteja sob controle. Um dos métodos que estabelece o movimento dos músculos apropriados requer que se deite no chão, de uma maneira confortável e relaxada. Inale, segure a respiração por alguns segundos, então exale. Vai parecer que a área em volta do estômago está se movendo e não o peito. Um peso, em cima do estômago, como um dicionário por exemplo, irá enfatizar isso. Se outra pessoa pressionar o livro, enquanto você está inalando, isso demonstrará a tremenda força desses músculos. Quando esse movimento estiver sob controle, comece a encher gradualmente de baixo para cima. Este procedimento funciona bem desde o início e confirma o fato de que uma respiração completa envolve a área total do tronco, preferencialmente, que apenas a parte superior do peito.

Quando alguém se adapta a esta técnica de respiração deve também praticá-la em pé, primeiramente com uma respiração leve e gradualmente ir

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praticando até chegar na inspiração profunda e completa. Um pouco de descanso entre as inalações é aconselhável, de maneira que o sangue não seja sobrecarregado de oxigênio. Se sentir qualquer tontura pare para descansar. Um outro exercício auxiliar para se obter o controle da respiração e alternar a área de inalação é a seguinte: coloque as mãos sobre o abdome e inale com a parte superior do peito, mantendo o abdome imóvel. Depois faça o inverso com as mãos em cima do peito. Expanda (encha) a parte inferior do peito sem mover a parte de cima e o abdome; é um exercício difícil, mas uma excelente prática e vem confirmar a necessidade de se ter um controle completo de todos os fatores que influem numa respiração correta.

Essas observações feitas pelo autor tem sido seguidas por músicos de talento. O seguinte exercício é saudável para o relaxamento e para a praticar a técnica de respiração ao mesmo tempo:

1. ande lentamente, mantendo o corpo solto. Não carregue nenhum tipo de peso;

2. quando estiver de pé fique ereto, mas confortavelmente, ombros e braços devem estar relaxados. Balance os braços enquanto caminha;

3. em cada passo faça uma respiração rápida e profunda; 4. segure essa respiração por 2 segundos;

5. exale pela boca lentamente durante 8 ou 10 passos; 6. ande mais 2 passos antes da próxima inalação.

Você notará no exercício acima que a inalação é rápida e que o restante do ciclo é mais lento.

Este estímulo no processo de respiração, tão usado nos instrumentos, tem uma exceção: você não tem a oportunidade de respirar em espaços regulares. Manter o equilíbrio entre as necessidades respiratórias da pessoa e as imposições da parte musical é uma tarefa complicada para o sistema respiratório.

O diagrama abaixo compara o tempo do processo respiratório normal com o usado nos instrumentos de sopro. Nota-se que na respiração normal gasta-se muito tempo na inalação mas gasta-se menos na exalação. Este contraste é evidenciado quando tocamos num instrumento de sopro. Outros fatores a se considerar são:

1. a respiração normal é rítmica, num ciclo de 15 a 17 vezes por minuto. A respiração no instrumento não é rítmica, mas governada pela extensão da frase musical;

2. o ritmo da respiração pode ser reduzido consideravelmente pelas exigências da música, de tal modo que nós devemos respirar mais profundamente que o normal para suprir a corrente sangüínea com o oxigênio suficiente.

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RESPIRAÇÃO EM UM INSTRUMENTO DE SOPRO

Um dos problemas na respiração é a queda da pressão, tal como acontece no escape de ar de um balão (Quando o ar é liberado existe uma alta concentração de pressão, velocidade e volume, a qual diminui rapidamente até a pressão do ar ser a mesma dentro e fora do balão. Mas o balão ainda tem um pouco de ar residual. Este ar residual é necessário para o próximo enchimento do balão e mantém suas paredes numa forma receptiva para o enchimento de novo). O mesmo acontece com os pulmões. Quando eles esvaziam além de um certo ponto torna-se difícil a inalação, devido à perda do ar residual. Isto acontece quando um atleta alcança seu limite, ele tem grande dificuldade em recuperar sua respiração. O instrumentista que tem que usar sua última reserva de ar para terminar uma frase, se encontrará na mesma condição. Ele terá dificuldade de iniciar sua próxima inalação em adição à fadiga e perda do controle da respiração. A maioria destes problemas podem ser evitados se o instrumentista adquirir o hábito de tocar com uma respiração completa e profunda. Em outras palavras, manter os pulmões o mais cheios possível, de tal modo que a elasticidade natural dos músculos peitorais trabalhem para você. Uma vez que esse ponto é alcançado é necessário que se empurre o ar com os músculos abdominais, para que se mantenha a pressão do ar.

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O quadro acima mostra que na ponta da exalação inicial nós temos uma velocidade da coluna do ar maior que a necessária. Assim o problema no inicio é reduzir uniformemente a pressão, até que se alcance o ponto de equilíbrio. Após isto um suporte adicional (apoio) deve ser dado pelo diafragma e músculos peitorais. Isto é necessário para alguém que adquiriu uma respiração correta, afim de usar o ar residual.

A inalação

A posição da boca e garganta durante a inalação é um assunto para ser considerado. Uma grande quantidade de ar deve entrar rapidamente na cavidade peitoral, sem atrapalhar a embocadura. Nós temos nos incomodado, uma vez ou outra, quando notamos ruídos (barulhos) na inalação do solistas, de tal modo que o valor musical da composição é esquecido. Isto acontece devido a se respirar muito ar num pouco espaço (devido a uma garganta estreita ou um relaxamento errado na embocadura). Para assegurar a passagem de uma grande quantidade de ar em direção aos pulmões é necessário que os lábios e a garganta tenham uma boa abertura. A respiração através da boca restringe o tamanho dessa abertura e também tende a restringir a garganta. Este tipo de respiração é acompanhada por um barulho (chiado) e requer muito tempo para uma respiração completa. Se alguém abaixa o queixo, mantendo os dentes apoiados, a garganta se abre completamente como se estivesse dilatada. Isto pode ser feito de tal maneira que quando a embocadura retorna a sua posição ela não muda seu formato original. O uso de certos músculos podem ajudar o diafragma. O controle desses músculos, que estão abaixo das costelas, deve ser desenvolvido. Tente empurrá-los para fora, assim como você empurra o abdome. Resumindo, expanda os músculos da cintura em todas as direções. Então para termos uma respiração completa devemos:

1. sentar ou estar de pé com a coluna ereta, mantendo o peito posicionado (alto); Pressão do ar Ponto de equilíbrio Ar residual Suporte muscular Exalação uniforme Exalação inicial Curva de pressão do ar

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2. abra a boca abaixando o queixo;

3. mantenha a garganta na posição assumida quando abaixou o queixo; 4. expanda os músculos da altura da cintura simultaneamente.

O resultado é uma ação composta de vários músculos e deve ser praticada de tal modo que, o acompanhamento dos músculos seja no tempo mais rápido possível. Muito pode-se ganhar com estes exercícios, se feitos diariamente.

O corte no som

O corte (interrupção) dado na coluna de ar pode ser observado soprando-se nas costas das mãos com os lábios cerrados. Mantenha a coluna de ar constante e apoie mais o diafragma se necessário (obs.: Um treinamento regular deste exercício é válido). O controle do corte de ar pode ser auxiliado se estendermos a duração da exalação, enquanto se mantém a pressão estável. Uma pressão estável permite tocar-se longas frases e contribui para uma melhor qualidade e controle do som.

Exercícios respiratórios devem ser praticados em pé e sentado. Se a postura é correta, não trará alterações no resultado, mas uma posição desleixada reduzirá a capacidade peitoral e inibirá a ação dos músculos abdominais. As pessoas que sempre praticam estes exercícios em pé devem notar que, quando sentados, o arranjo muscular é um pouco diferente. Como na maioria das execuções musicais toca-se sentado é lógico se presumir a adoção desta posição na prática de exercícios (no estudo). Mas alguém pode respirar eficientemente em outra posição.

É benéfico aprender-se a iniciar e interromper a coluna de ar sem respirar novamente. Este procedimento é muito comum e a ação muscular é de valiosa observação. Existem dois modos em que o corte na coluna de ar pode ser conseguido. Um pelo fechamento da garganta, o outro é uma mudança de pressão no peito. Esses dois modos são importantes pois têm seu lugar na arte do fraseado musical. Um exercício rudimentar para o desenvolvimento dessas atividades pode ser facilmente inventado pelo estudante e ser usados nesses dois métodos de interrupção e corte na coluna de ar.

Este exercício seguinte deve ser praticado sem o instrumento no início:

1. mantenha os lábios abertos e tente cortar a coluna de ar, soltando os músculos do peito e abdome. Exercite estes músculos a interromper a coluna de ar com a mesma pressão. A garganta deve permanecer aberta todo o tempo;

2. faça o contrário do exposto acima. A pressão do ar permanece constante mas a coluna de ar é cortada pelo fechamento da garganta. Os lábios devem permanecer abertos;

Referências

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