• Nenhum resultado encontrado

O vibrato do diafragma é predominantemente um vibrato intensivo (enérgico) É produzido pela mudança de velocidade (ritmo) da pressão

No documento A Arte de Tocar Saxofone (páginas 49-60)

QUALIDADE DO SOM

4- O vibrato do diafragma é predominantemente um vibrato intensivo (enérgico) É produzido pela mudança de velocidade (ritmo) da pressão

de ar na palheta e, é acompanhado pelo movimento dos músculos abdominais, que pressionam o diafragma. Deve-se pronunciar: “huh-huh-

huh”. Este vibrato tem provado ser satisfatório em poucos casos, mas seu uso é restrito, visto que dificulta o controle da velocidade e da amplitude. O vibrato de diafragma é mais usado na flauta, oboé e nos metais do que no saxofone.

Considerando todos os aspectos desta situação, parece que o vibrato de queixo é o que mais se adapta ao sax. Ele resulta num grande controle da velocidade, amplitude e formato da oscilação. No começo ele se desenvolve como um técnica mecânica, mas depois se obtém um maior controle e nível artístico.

Passos preliminares

Depois da embocadura ter sido formada, como explicado em capítulos anteriores, somente então devemos estudar o vibrato. O sucesso desta técnica depende da posição do queixo, relaxamento da garganta e apoio dos lábios.

O primeiro passo é obtermos um movimento controlado e equilibrado do queixo, que deve estar relaxado. Deve-se fazer isto sem atrapalhar a embocadura. Uma leve mudança de pressão no lábio inferior irá ocorrer, mas não deverá haver uma mudança na posição dos lábios. Nesta prática deve-se formar a embocadura correta com os lábios separados de ½ polegada, de tal modo que permita a entrada da boquilha na boca. Comece pronunciando “oh-oh-ah-ah” em grupos de quatro, movendo o queixo para cima e para baixo (nem para a frente, nem para trás), numa amplitude de 3 a 4 polegadas.

Isto deve ser praticado ritmicamente (com um metrônomo, se possível), com 4 pulsações por segundo. Existe dificuldade em fazer-se movimentos macios (com leveza) nesse tempo lento. A dobradiça desse movimento é a junta que une a arcada do queixo ao crânio. Freqüentemente não é um movimento tão fácil, como se poderia pensar. Algumas vezes um problema na junta faz o queixo saltar e uma prática extensa pode resultar numa fadiga ou dor na junta. Esta situação é uma conseqüência de não usar certos músculos pequenos, por muitos anos. É importante fazer exercícios várias vezes, todos os dias, até lubrificar-se a junta da seguinte maneira:

Dobradiça do movimento

Isto deve ser praticado no ritmo de 4, 3, 6 e 5 pulsações para cada batida (pulsação) do metrônomo. O tempo deve ser ajustado ao ritmo particular envolvido. Depois o tempo é gradualmente aumentado entre 60 a 90 (andamento do metrônomo). Isto é feito num tempo razoável para que não cause fadiga. Estes exercícios devem ser praticados fora do instrumento. O objetivo é ter um movimento livre do queixo e obter um perfeito controle.

Clarinetistas podem achar estes exercícios difíceis, visto que depois de tocarem por muitos anos, o queixo estabiliza-se numa posição. Todavia, não existe evidência em contrário, que a elasticidade do movimento do queixo afete a embocadura do clarinetista.

Transferência do movimento

A transferência deste movimento para azar pode ser desapontante no início e, é comum dizer: “Meu Deus, não dá!” No sopro comum o queixo move-se somente 1/32 de polegada, mas é melhor começar com ¼ de polegada. Os primeiros resultados são: rouquidão, rudeza musical e frustração. Nós nos atentamos somente em obter mecanismos de técnica e não considerarmos os objetivos artísticos. O seguinte exercício ou simples escala, servirá como procedimento inicial:

(número de pulsações do vibrato)

Toque o exercício acima sem vibrato, em cada frase usando 4 pulsações (para cada batida (pulsação) do metrônomo) como indicado. A posição dos lábios deve permanecer a mesma, usando ou não o vibrato, somente deve haver movimento no queixo. Este movimento não deve ser interrompido na passagem de uma nota à outra, mas deve ter uma pulsação uniforme. Tão logo a pulsação se torne rítmica e uniforme, a velocidade pode ser aumentada, de tal maneira que um sentido musical começa a se formar. Devemos iniciar estes exercícios gradualmente, poucas vezes. ( “A medida que algo torna-se belo, a atitude é sempre de desejar um contínuo progresso.”). Todo músico autêntico sente que, qualquer fase de sua arte pode ser aperfeiçoada.

O ritmo de pulsação da nota - 4 pulsações por batida do metrônomo (

U

= 60) deve ser aumentada até a indicação metronômica (U

= 90). É importante que o músico saiba variar a velocidade entre estes dois extremos. A velocidade do vibrato, numa execução musical, deve ser ditada, preferencialmente pelo músico, do que pela agilidade da velocidade do instrumentista. A velocidade do vibrato varia de um músico para outro. Testes foram feitos, ouvindo a gravação de solistas de sax, então diminui-se a rotação para a medida do vibrato. Descobriu-se que a velocidade do vibrato dos diferentes solistas varia de 6,5 a 5,2 ciclos por segundo. Além de cada solista possuir sua velocidade de vibrato, tem no vibrato sua sonoridade particular. Em termos de metrônomo o resultado foi da mais rápida pulsação - 4 pulsações (U

= 96) até a mais lenta: 4 pulsações para (U = 78). A média foi de 4 para 82. A tendência do vibrato, nesses vários anos, no concerto e na música popular, têm sido em direção a um vibrato curto e lento. Assim a tendência atual é um vibrato de 4 pulsações para (U

= 80 a 84) ou 3 pulsações (U

= 120-126).

 IMPORTANTE: o autor deseja deixar bem claro que a discussão acima refere-se somente à velocidade do vibrato e o tipo de estudo para o seu controle. O vibrato deve ter uma velocidade regular, independentemente do tempo da música. A prática do vibrato com um metrônomo é somente para obter mais controle e estabilidade (não podemos padronizar a velocidade do vibrato, com x pulsações - somente para o efeito dos exercícios).

Exercícios modelo

Estes exercícios são apenas modelo para a prática. Estudantes tem a tendência de inventar ou usar materiais disponíveis. Tenha em mente, que o vibrato além de ser um embelezamento do som, deve ser uma parte do som e não somente um benefício.

Estes exercícios devem ser tocados com um volume uniforme, cheio e uma particular atenção com a entonação. Tão logo as pulsações tornem-se regulares, a amplitude deve ser diminuída, diminuindo-se o movimento do queixo. O resultado final é um som transparente, sem o vibrato sobressalente (o vibrato funde-se com o som).

EXERCÍCIO 02 - Melodia simples, com ênfase no fraseado e alinhamento sonoro. Primeiro pratique, numa pulsação de 04 pulsações de vibrato para cada pulsação do metrônomo. Depois tente tocá-la numa pulsação uniforme, esquecendo-se das pulsações para cada batida do metrônomo.

Dez pontos importantes

1. O vibrato deve combinar-se (fundir-se) com uma boa sonoridade. Ele não é um fim em si mesmo.

2. A mecânica do vibrato é essencial, antes de ter um resultado satisfatório.

3. No começo, as dificuldades são desencorajadoras.

4. Depois de conseguir um controle razoável, pense na expressividade musical e siga suas aptidões, instinto musical.

5. Para estudo, observe os melhores artistas ( não somente saxofonistas, mas outros instrumentistas e vocalistas).

6. Evite padronizar a velocidade do vibrato (com pulsações numéricas em relação ao metrônomo ). O vibrato deve ser uma pulsação uniforme, mas independente do tempo.

7. Quando o vibrato estiver perfeito (correto), ele deve ser fundido com o som, produzindo uma sonoridade rica e transparente.

8. Numa frase lírica passe de uma nota a outra sem alterar a pulsação do vibrato.

9. O som, do qual o vibrato é uma parte importante, deve ser aperfeiçoado através de um estudo sério e inteligente.

10. Não se esqueça da definição original: “pulsação de intensidade, timbre,, de tal extensão e velocidade para dar uma flexibilidade agradável, delicadeza e riqueza de sonoridade”.

“Se você quer manter um amigo não critique sua família, religião, política ou entonação“. Este ditado, freqüentemente feito nos velhos tempos, enfatiza o ponto de que a entonação é um assunto de orgulho pessoal e uma amizade pode desintegrar-se quando há divergências de opinião .

Durante uma execução musical, não existe maneira de criticar-se a entonação, exceto executando-se, o que torna-se um problema de julgamento. Visto que a maioria das músicas possuem o seu próprio critério de sonoridade, a observação de níveis tonais requer cooperação e tolerância, além de uma percepção tonal aguçada.

Num estudo feito por este autor em 1943, foram examinadas as tendências de entonação de saxofonistas (todos profissionais e estudantes avançados) 26 sax altos e 17 sax tenores de várias marcas foram gravados. O estudo foi direcionado às tendências de entonação dos músicos e não à marca do instrumento. O resultado demonstrou a tendência dos músicos tocarem muito alto no registro agudo (em relação à vários dos saxofonistas, deve-se mencionar que alguns tocaram excepcionalmente afinados e que as interpretações estiveram em média).

Enquanto a experiência mostrou a semelhança entre os desvios de sax alto e tenor, isto não afetou de nenhuma maneira, o som uníssono e apurado entre os dois. Estão soando sons diferentes, quando eles tocam a mesma nota. O C# acima no sax tenor mostra 20 centímetros a mais no tom, enquanto o G# no sax alto, indicou um centésimo a mais, a diferença foi de 19 centésimos. Isto está além, (acima) da tolerância tonal.

Algumas razões para esta situação são: 1- Escutar o tom incorretamente. 2- Embocadura incorreta.

3- Mudança da posição do queixo nos diferentes registros 4- Colocação incorreta da boquilha.

5- Boquilha imprópria para o instrumento ou embocadura. 6- Instrumento não ajustado.

Todo músico verdadeiro empenha-se em tocar bem afinado, mas é limitado pelas imperfeições de seu instrumento, a dificuldade da escala temperada e a adaptação ao conjunto. Os problemas de entonação do sax , que são complexos, é um assunto de adaptação inteligente às mudanças de situação. Isto permite o estabelecimento de uma escala básica, que é uma relação correta consigo mesmo. Uma vez que esta escala é assimilada, os ajustes necessários são feitos com mais estabilidade e com melhor senso de proporcionalidade.

A entonação moderna é baseada numa escola imperfeita. Esta escala é conhecida como temperada e sua oitava divide-se em 12 partes. O aperfeiçoamento dessa escala, da qual Bach era um advogado ,era necessário para simplificar o relacionamento tonal, quando muda-se uma

chave para outra. O uso da escala não temperada, baseado na série harmônica, envolve muitos valores tonais numa oitava, que é impraticável quando constrói-se um instrumento. Instrumentos de sopro são construídos, aproximadamente na escala temperada mas visto que a série harmônica é usada como um meio na produção do som, é impossível resolver-se a disparidade entre as duas escalas. Esta situação não deve servir como desculpa para não se tocar afinado. O sax pode ser tocado bem afinado e o saxofonista deve assumir esta responsabilidade. O fato do instrumento ter grande flexibilidade é uma vantagem quando se precisa fazer um ajuste tonal (afinar), e o problema principal é o saxofonista dar o melhor de si, antes de condenar o instrumento.

A tendência do ouvido humano em tolerar o agudíssimo numa melodia, até o limite de ser quase intolerante, é bem conhecido. Porque isto é verdade é um assunto para o psicólogo explicar. Também acontece de muitos instrumentistas tocarem agudo, somente para estarem por cima e sobressaírem-se ao conjunto. Esta é uma prática desprezível que leva ao caos musical. Um bom instrumentista de conjunto toca tão bem que seu som torna-se parte de um todo, sem nenhum sinal de predominância na estrutura musical.

Escutando o tom corretamente

A sensibilidade tonal varia muito de indivíduo para indivíduo, desde uns poucos que têm o dom (capacidade) de reconhecimento da afinação tonal, aos tão chamados “surdos tonais” que não tem nenhuma reação (não reconhecem) a desafinação. O estudo de música deveria ser limitado àquelas poucas pessoas que têm uma mediana ou melhor sensibilidade no reconhecimento do tom. Neste ponto, o treinamento auditivo pode fazer maravilhas se corretamente estudado. O desenvolvimento de um ouvido sensível é uma tarefa muito difícil pois escutar um exercício mentalmente, tão bem quanto auditivamente, implica em disciplina e treinamento. Solfejo melódico ou qualquer outro treinamento auditivo são recomendados.

O ouvido humano é um órgão volúvel e, se não foi instruído pela mente, pode facilmente acostumar-se a tocar desafinado. Uma maneira independente de reconhecimento tonal (ouvido absoluto) é uma grande ajuda no estabelecimento do tom e intervalos relativos. O estroboscópio, que mede as vibrações eletronicamente, é um valioso acessório neste aspecto pois dá ao instrumento uma resposta aos seus problemas de entonação. Quando usar este instrumento procure guardar na memória o som da leitura registrada. Um piano bem afinado pode também servir como ajuda, procurando ouvir a entonação e checando os intervalos relativos. Quando escutar o tom, retenha-o na mente. Isto se desenvolverá apenas depois de práticas e treinamentos. O hábito de escutar criteriosamente, se cultivado corretamente é uma ajuda indispensável no desenvolvimento de um senso de

afinação total. A sensibilidade é melhor adquirida através de constante atenção

Tensão na embocadura

Uma das maneiras de se testar a afinação pela posição da embocadura é possível usando a chave de oitava. Se a mudança de registro é feita pelo uso desta chave, sem alteração na pressão dos lábios, isto indica que a embocadura está correta.

Um simples exercício como o que se segue, servirá para determinar a pressão correta:

Use o dedo indicador da mão direita para abrir a chave de oitava, visto que isto permite uma melhor concentração na uniformidade da tensão de embocadura. Muita pressão produzirá somente o A oitavado, enquanto pouca pressão produzirá somente o A grave. Em outras palavras, deixe a chave de oitava trabalhar. Se a embocadura é correta, resultará numa oitava perfeita e se terá um sentido de estabilidade no registro. Depois disso ser estabelecido, toque um arpejo de A maior usando a mesma pressão de embocadura. Muita atenção deve ser dada à afinação nas notas, o que pode ser testado com um Estroboscópio (Korg), se for possível. Vários estudos de escala seguem este procedimento, de manter-se a mesma pressão na embocadura.

Posição do queixo

Pessoas que estudam sozinhas (auto-metódicas), habitualmente adquirem o costume de mover o queixo para frente e para trás nas escalas ascendentes e descendentes e nos intervalos. Isto resulta numa embocadura diferente para cada nota, que tem um efeito desastroso na afinação e qualidade sonora. Fica tremendamente difícil passar de uma nota para outra, num intervalo, sem desafinar. Uma vez que se adquiriu esse hábito sua eliminação requer determinação e paciência. Isso envolve um problema físico e mental visto que, o subconsciente do instrumentista aprendeu que os intervalos não responderão sem o movimento do queixo. Uma das soluções para este problema requer um professor ou outro saxofonista, que fique atrás da pessoa e dedilhe o instrumento sem revelar a música - uma demonstração que pode ser o início para sanar este problema. Depois desta experiência, a pessoa descobrirá que pode tocar em ambos registros, com a

mesma embocadura. Qualquer progresso na eliminação do movimento do queixo requer uma reexaminação dos princípios fundamentais da posição e musculatura da embocadura. A tarefa não é fácil, mas o esforço é válido.

Posicionamento da boquilha

Os instrumentos de sopro são construídos com medidas exatas e, se elas são mudadas, o instrumento desafina. Embora algumas mudanças delicadas sejam necessárias, nós sempre encontramos alguém que empurra sua boquilha na cortiça ou vice-versa, afim de alcançar a afinação. O defeito pode ser uma embocadura incorreta. O saxofonista que tira sua boquilha da posição normal provavelmente está tocando fora da afinação do sax. Isto é devido a um insuficiente desenvolvimento dos músculos. Deve-se mover a boquilha de tal maneira que o instrumentista não perca a relação apropriada (afinada) entre os intervalos.

Um exemplo do caso acima: se nós movermos (empurrarmos) a boquilha em ¼ de polegada de sua posição normal e a distância até a chave de oitava é de 12 polegadas, então o corpo (tubo) do instrumento foi encurtado para 1/80 do seu comprimento. Isto muda a afinação para este grau e a distância de 10 polegadas mudará o corpo do instrumento para 1/40. Embora o instrumento permita mudanças na posição da boquilha, o estudante deve checar sua embocadura, quando uma pequena mudança na boquilha foi necessária para conseguir o A = 440. Uma marca de lápis nesta posição para A = 440 estabelecerá uma base para afinação.

Boquilha apropriada

A maioria dos fabricantes de saxofone fazem uma boquilha apropriada à entonação e qualidade sonora do instrumento. Isso é baseado num desenho específico para o instrumento. Freqüentemente, quando uma boquilha tem uma longa face e é muito aberta, ao ser usada a afinação perde-se em favor de um grande volume de som. Embora o estudante se entusiasme no inicio, ele descobrirá que há problemas no controle da entonação (afinação). Existem muitos casos em que uma boquilha diferente (sem ser a do instrumento) serve para o saxofonista, mas a escolha deve ser feita com cuidado e checando principalmente as características de afinação.

Ajuste correto das chaves

Os saxofones devem ser checados em períodos regulares, não somente por vazamento, mas também para determinar se as chaves levantam, distando e qual é, proporcionalmente dos encaixes da abertura. Se levantarmos ( abrirmos) muito as chaves a afinação sobe. Assim, qualquer

mudança nessas medidas irá desafinar o sax. Os saxofonistas que abrem as chaves, para terem mais volume de som, terão problemas a com a afinação no agudo e, com as chaves meio fechadas, com a afinação no grave. Os harmônicos (do D agudo ao F) são sensíveis em relação ao ajuste das chaves, por isso devem ser sempre checados. Este ajuste deve ser feito por um especialista, visto que a mudança no nível de abertura de uma chave afeta todo o mecanismo e afinação das demais chaves. O ajuste por intervalo das chaves deve ser considerado preferencialmente ao ajuste de apenas uma.

Efeitos por mudança de temperatura

As ondas sonoras viajam mais rápido em altas temperaturas e produzem uma afinação mais alta.

Os saxofones que são construídos para serem tocados numa temperatura média de 72o F, terão uma distorção na afinação, sob qualquer outra temperatura. Todavia todos os instrumentos têm esse mesmo problema, mas os efeitos são diferentes. Nos instrumentos de teclado uma mudança de temperatura dilata ou diminui a espessura da corda, de tal modo que desafina o instrumento. Nos instrumentos de sopro a desafinação tem vários níveis.

Sob condições extremas, num campo de futebol glacial (gelado, como ocorre nos E.U.A.), ou como num local escaldante (muito quente) onde a temperatura atinge 90o ou mais, é quase impossível tocar-se um instrumento afinado, independentemente de mexer-se na boquilha ou na embocadura. Embora estas condições extremas sejam raras uma condição ideal também é difícil, visto que numa sala a temperatura muda. Um instrumento levado para uma sala quente, durante um clima frio, não deve ser tocado imediatamente, ele deve adaptar-se à temperatura da sala.

O melhor método de esquentar o sax é abri-lo por alguns minutos. Sendo ele de metal, absorverá a temperatura rapidamente. Soprar na extremidade fria do instrumento não é recomendado, visto que isso acumula substâncias no seu interior. Uma outra consideração é que, visto a temperatura da respiração ser mais quente que a do local, o instrumento será mais frio em direção à campana, enquanto a boquilha será a parte mais quente do instrumento. Em temperaturas anormais existe uma diferença entre as notas próximas da boquilha e as notas produzidas perto da campana. Uma mudança na posição da boquilha só compensa parcialmente esta situação, então é preferível afinar também por duas outras notas: C e D (bordão) além do A. Escolhe-se estas notas porque elas têm uma longa vibração. Se é necessário esquentar o instrumento com a respiração, coloque um pano tampando a campana e sopre lentamente, mesmo com o dedilhado fechado em Bb, assim o calor da respiração se espalhará rapidamente no interior do instrumento.

Problemas de afinação sempre acontecem numa execução, pois as temperaturas do instrumento, do tempo (clima) sempre estão propensas a mudar. Visto que a afinação geral de um conjunto sobe durante um concerto, ajustes constantes são necessários para afinar o tom dos instrumentos.

Escala temperada e não temperada

Usar procedimentos corretos para alterar a escala temperada, para ela tornar-se na escala real e não temperada, é a providência de todo músico maduro. O instrumentista de sopro encontra este problema quando toca com instrumentistas de corda que preferem a escala não temperada. Muitos livros de acústica musical têm excelentes explanações sobre este aspecto, as quais são valiosas para o musico sério. “Musical Acustics” de Charles Culver (New York) é um livro recomendado para estudantes interessados neste aspecto de tocar.

Os problemas de tocar-se o sax na escala temperada, para a qual foi construído, ficam fáceis quando se atenta para as complicações da escala real (não temperada). Aprender a tocar na escala não temperada, como demonstrado pelos melhores quartetos de corda, requer um conhecimento avançado, mais uma sensibilidade musical por parte de todos os músicos do

No documento A Arte de Tocar Saxofone (páginas 49-60)

Documentos relacionados