O ENSINO E TREINO DA UROLOGIA
EM PORTUGAL
Ensino pré-graduado (licenciatura e mestrado)
alunos
Ensino pós-graduado (internato)
internos
O termo pós-graduação só deve ser aplicado a esta fase de formação.
Questões de
Nomenclatura
Educação médica contínua
desenvolvimento profissional contínuo
educação médica contínua
Especialistas
TODAS AS hierarquiaS
Toda vida profissional ativA
ESTUDO – ESTÁGIOS – CURSOS – CONGRESSOS
OUTRAS FORMAS DE TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTOS
MANTER-SE A PAR DOS últimos avanços da ciência
perceber, diagnosticar, tratar e prevenir as doenças,
desenvolvimento profissional contínuo
Especialistas
TODAS AS hierarquiaS
Toda vida profissional ativA
Manutenção e expansão dos conhecimentos e aptidões
Desenvolvimento de técnicas para execução dos atos profissionais.
Curso de Medicina
Licenciatura - MestradoInternato
Ano Comum – Internato da Especialidade
Especialização
Mestrados e Doutoramento
O Ensino e Treino da Urologia
em Portugal
- Etapas -
Processo de Bolonha
Adoção de um sistema de graus comparável e legível;
Adoção de um sistema de Ensino Superior fundamentalmente baseado em dois ciclos;
Estabelecimento de um sistema de créditos;
Promoção da mobilidade;
Promoção da cooperação europeia no domínio da avaliação da qualidade;
Promoção da dimensão europeia no Ensino Superior.
A mobilidade de docentes e de estudantes terá que atingir níveis que permitam a visibilidade deste processo a nível europeu e mundial.
A mobilidade constitui, por si só, uma fonte de aprendizagem; o contacto com regiões diversas e com as diferentes realidades linguísticas, culturais, sociais e religiosas representa um contributo decisivo para a dimensão europeia, para a educação para a cidadania e para o desenvolvimento.
Processo de Bolonha
O Processo de Bolonha corresponde ao propósito da construção do Espaço Europeu do
Ensino Superior, coeso, competitivo e atrativo para docentes e alunos europeus e de países terceiros.
O Processo de Bolonha visa a construção de um Espaço Europeu do Ensino Superior que
promova a mobilidade de docentes, de estudantes e a empregabilidade de diplomados.
E ainda:
Promoção da aprendizagem ao longo da vida;
Maior envolvimento dos estudantes na gestão das instituições de Ensino Superior;
O Ensino e Treino da Urologia
em Portugal
Créditos Universitários:
ECTS - European Credit Transfer System.
Créditos Profissionais:
Créditos atribuídos à Educação Médica Contínua e ao Desenvolvimento Profissional Contínuo.
CRÉDITOS
Para o cálculo do número de ECTS contam as horas de presença no curso (Horas de contacto) e as de estudo preparatório, trabalhos relacionados etc. (Horas de não-contacto) que não podem ultrapassar em mais de 150% as horas de contacto.
- Disciplina leccionada em blocos de 2 semanas.
Cada turma divide-se por 2 hospitais: Hospital de Curry Cabral e Hospital de São José.
- Estágio com a duração de 2 semanas com exame na 6ª feira da última semana.
- Aulas (um exemplo de calendário duma turma):
23/3: Infeção Urinária
24/3: Incontinência Urinária/Bexiga Neurogénica
25/3: Trauma e Emergência/ Tumor do Pénis e do Testículo 28/3: Hipertrofia Benigna e Carcinoma da Próstata
29/3: Carcinoma Vesical 30/3: Urolitíase
31/3: Tumores do Rim 1/4: Exame
Outros temas: Disfunção eréctil e Hematúria - Horário:
Manhã - aulas teóricas (algumas bastante interativas, puxando pelo raciocínio clínico) e consultas/exames urológicos/bloco operatório Tarde - uma ou outra tarde ocupada no bloco operatório
Serviço de Urgência (Banco) - optativo
- Avaliação:
1º hospital – apresentação de 2 trabalhos e exame final oral 2º hospital – apresentação de1 trabalho e exame final oral
Ensino Pré-graduado
Ensino e treino dos conhecimentos teóricos e das técnicas necessárias para que um médico se torne um especialista em Urologia
Aprendizagem das ciências básicas, medicina e cirurgia
Bases da metodologia da investigação
Qualidades humanas apropriadas
Boa capacidade de comunicação
Informação sobre como apresentar e escrever artigos científicos
Noções gerais de administração hospitalar
Conhecimentos de informática
Educação em humanidades, cultura geral e ética
Ensino Pós-Graduado
Serviços Idóneos
- Requisitos Mínimos -
Trabalho clínico electivo e em serviço de urgência
Arquivos corretos e atualizados dos processos dos doentes Acesso fácil a informação bibliográfica; biblioteca, internet Bases éticas sólidas
Investigação em curso
Reuniões clínicas regulares no serviço e noutros serviços
Seviço equipado com material para cirurgia aberta, percutânea, laparoscópica e endoscópica. Laser. Urodinâmica e Ecografia
Acesso fácil a transplantação renal, litotrícia extracorporal, imagiologia, medicina nuclear, patologia clínica, anatomia patológica, ginecologia, nefrologia, cirurgia vascular e cirurgia pediátrica
Ensino Pós-graduado
- Internato -
Internato da especialidade (Internato Complementar) - 6 anos -
Cirurgia geral
(1.º ano)
12 meses
Urologia
(2.º ano e seguintes)
51 meses
Nefrologia
(2.º ano)
3 meses
Cirurgia vascular
(3.º ano ou seguintes)
2 meses
Cirurgia plástica
(3.º ano ou seguintes)
2 meses
Cirurgia pediátrica
(3.º ano ou seguintes)
2 meses
72 meses
Ano Comum 1 ano
-1. Conhecimentos básicos, relacionados com a prática urológica
2. Estudo da patologia geral do aparelho génito-urinário e anexos
3. Actividades na enfermaria, consulta externa e urgência
4. Estudo da patologia e da técnica cirúrgicas geral e especial
5. Atividade no bloco operatório
6. Colaboração nas atividades científico-pedagógicas do serviço
Anatomia Fisiologia Embriologia Psicologia Patologia geral
(incluindo bacteriologia, imunologia e genética) Anatomia patológica
Fisiopatologia Farmacologia
Semiologia, clínica, terapêutica Ciências afins
(por exemplo: biofísica, bioquímica, bio-matemática, estatística, informática,
organização de arquivos e ficheiros, metodologia bibliográfica,meios audiovisuais). 1. Conhecimentos básicos, relacionados com a prática urológica
Anomalias congénitas e de desenvolvimento Traumatismos
Hipertrofia Benigna da Próstata
Infeção e inflamação inespecífica e específica, incluindo doenças venéreas Litíase urinária
Uropatia obstrutiva, refluxo, uropatia neurogénica e anomalias da micção Oncologia urológica
Hipertensão renovascular
Sexualidade e infertilidade masculinas
Patologia da supra-renal e do retroperitoneu
Doenças psicosomáticas do aparelho génito-urinário
Biologia das feridas e da cicatrização Controlo da dor e anestesia
Infeção Choque
Equilíbrio ácido-base e hidroelectrolítico Nutrição
Coagulopatias
Preparação pré-operatória
Aspetos psicológicos e emocionais da cirurgia
Influência de outras doenças e estados na cirurgia (insuficiência respiratória, doenças cardiovasculares, insuficiência renal e hepática, doenças endócrinas, anemia,
desidratação, malnutrição, gravidez)
Influência de fármacos na cirurgia (analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos,
anticoagulantes cardiotónicos e digitálicos, diuréticos, anti-hipertensores, drogas de ação neurovegetativa, antidiabéticos)
Técnicas cirúrgicas: instrumental cirúrgico, material de sutura e penso, drenagens, etc. Cuidados e complicações pós-operatórias
Patologia cirúrgica abdominal e do aparelho digestivo e anexos Patologia cirúrgica do retroperitoneu
Patologia cirúrgica ginecológica Patologia cirúrgica vascular
Colheita de histórias clínicas, incluindo exame físico Discussão de casos clínicos
Estudo do pré e pós-operatório e da evolução pós-operatória com resolução de complicações
Técnicas de assepsia geral e especial
Profilaxia e tratamento das infecções em meio hospitalar
Pensos, seguindo a evolução da ferida operatória e das drenagens e retirar pontos
Aplicação de técnicas de reanimação
Desinfeção e esterilização;
Técnicas gerais e especiais de assepsia no bloco operatório; Comportamento no bloco operatório;
Instrumentação cirúrgica, mesas para cirurgia geral e cirurgia especial; Técnicas cirúrgicas básicas em pequena cirurgia: pensos, drenagem de
abcessos, algaliações, tratamento de feridas,queimaduras, fracturas, etc.; Técnicas complementares: desbridamentos venosos, punções de veias
profundas, punções arteriais, medições de pressão venosa central, shunts e fístulas arteriovenosas; intubações nasogástricas e endotraqueais, etc.; Reanimação no bloco operatório;
Cirurgia geral, principalmente cirurgia abdominal e ginecológica: terapêutica cirúrgica e técnicas operatórias.
Manuseamento do arquivo e biblioteca Reuniões clínicas ou conferências Investigação clínica ou laboratorial
Exames endoscópicos – 100 Exames uro-radiológicos – 50 Exames uro-ecográficos – 150 Exames urodinâmicos/urofluxográficos – 50 Instrumentação da uretra – 50 Biopsias urológicas – 50
Litotrícia extracorporal por ondas de choque – 20
Níveis mínimos de desempenho global no final do internato
Exames e técnicas de diagnóstico e terapêutica urológicas – 450 a 500
Níveis mínimos de desempenho global no final do internato
Cirurgia da parede abdominal, incl. herniorrafia – 20 Cirurgia intestinal, incluindo apendicectomia –20 Cirurgia ginecológica – 5
Nefrectomia (das quais 3 radicais) – 10 Nefro-ureterectomia total – 1
Nefrectomia parcial – 2 Pieloplastia – 3
Uretero-neocistostomia – 2 Cirurgia uro-intestinal – 2
Cistectomia (das Quais 2 radicais) – 4 Diverticulectomia vesical – 2
Encerramento de fístulas vesicais – 2
Tratamento cirúrgico de incontinência ao esforço – 10 Prostatectomia aberta por hipertrofia benigna – 30
Uretroplastia – 5
Amputação do pénis – 1 Circuncisão – 30
Orquidopexia (criptorquídea) – 5 Orquidectomia radical – 2
Tratamento cirúrgico de hidrocele – 10 Tratamento cirúrgico de varicocele – 10 Uretrotomia interna – 15
RTUP – 50 RTUV – 30
Cateterismos ureterais terapêuticos – 10 Uretero-litoextracção – 5
Nefrostomia percutânea – 15
Intervenções cirúrgicas – 300 a 350
Níveis mínimos de desempenho global no final do internato
Atividades de Valorização Curricular
Participação em reuniões, estágios, cursos, simpósios e congressos.
Apresentação de casos clínicos, revisões, comunicações, etc.
Avaliação
Registo das atividades na Caderneta de Estágio para análise da preparação e correção de desvios no treino.
avaliação contínua, de acordo com o regulamento do internato • Capacidade de execução técnica
• Interesse pela valorização profissional • Responsabilidade profissional;
• Relações humanas no trabalho Exame final –
Júri constituído por elementos do serviço, urologistas de outros serviços e representantes do Colégio de Urologia da Ordem dos Médicos
• Análise do Curriculum vitae
• Avaliação dos conhecimentos teóricos • Colheita de história clínica e discussão
Exame do European Board of Urology . Recertificação aos cinco anos.
A capa, contra-capa e algumas páginas da Caderneta de Estágio
O tempo dedicado ao Ensino Pré-graduado é demasiado curto
o que impede o amadurecimento E a sedimentação do conhecimento.
Comentários e Propostas I
Comentários e Propostas II
A atribuição da idoneidade dos serviços é ditada, basicamente, pela capacidade assistencial. A capacidade pedagógica dos docentes, assim como a relação capacidade dos serviços/número de internos e em meios de ensino e treino não são avaliadas.
A colocação dos internos é, muitas vezes, ditada pelas vagas nos serviços e não pela sua vocação.
Tarefas assistenciais são, incorretamente, desempenhadas por internos.
Não há programas de ensino em muitos serviços.
Os internos não aprendem ciências básicas, não frequentam laboratórios de patologia clínica ou anatomia patológica e não são familiarizados com investigação e com a organização de arquivos e princípios de administração.
Deviam fazer parte dos conhecimentos exigidos aos internos Noções gerais da História da Urologia
O internato devia incluir um estágio em ginecologia, indispensável dada a estreita ligação desta especialidade com a urologia.
Os níveis mínimos de desempenho exigidos no final do internato são totalmente irrealistas e irrealizáveis.
O número e tipo de exames e de intervenções é superior à capacidade dos serviços para os proporcionar.
Técnicas modernas, como a cirurgia laparoscópica, não são sequer mencionadas. As listas estão totalmente
desatualizadas e a quantidade e qualidade das técnicas exigidas precisam de ser revistas agora e periodicamente.
A Caderneta de Estágio não é preenchida e avalizada pelos tutores e não é, periodicamente, analisada para corrigir insuficiências da formação dos internos que, se necessário, deverão estagiar noutro serviço para CUMPRIR todos os requisitos do treino. Deve conter a avaliação e comentários sobre todos os aspetos enunciados no índice.
A Caderneta deve, a curto prazo, passar a ser online (Caderneta electrónica – eCaderneta), como está a ser preparada pelo EBU e por uma firma belga – MedBook. Existem outros exemplos como o
Pan-Surgical Electronic Logbook for the United Kingdom & Ireland.
O EBU in-service assessment devia ser obrigatório, anualmente.
O Exame Final devia ser mais estandardizado.
A integração do componente escrito do exame do EBU contribuiria para atingir esse fim. a sua substituição pelo exame do EBU, como já foi adotado por vários países, seria uma boa solução.
A Educação Médica Contínua e o Desenvolvimento Profissional Contínuo não são controlados qualitativa e quantitativamente.
Portugal é praticamente o único país da Europa onde não há um sistema de créditos nacional. Os serviços, as atividades e os especialistas, recorrem ao Sistema de Créditos do EBU, aliás de autoria portuguesa.
O modelo tradicional deve ser substituído por novas tecnologias de comunicação, nomeadamente, telemedicina, vídeoconferências, seminários (Webinar e Teleseminar).
Em suma: ensino não-presencial (e-learning)
ou misto (blended) com componentes não-presencial e presencial
(b-learning: blended learning).
Comentários e Propostas VII
Devem ser adotadas
Num mundo em transformação,permanente e vertiginosa, tudo tem que ser actualizado “ao minuto”.
Programas e listas de procedimentos estáticos Estão condenados.