• Nenhum resultado encontrado

IZABELA DA SILVA ZANFRILLI FARMÁCIA CLÍNICA E O SERVIÇO DE ACOMPANHAMENTO DO TRATAMENTO DE SAÚDE EM FARMÁCIAS E DROGARIAS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "IZABELA DA SILVA ZANFRILLI FARMÁCIA CLÍNICA E O SERVIÇO DE ACOMPANHAMENTO DO TRATAMENTO DE SAÚDE EM FARMÁCIAS E DROGARIAS"

Copied!
30
0
0

Texto

(1)

Londrina 2017

IZABELA DA SILVA ZANFRILLI

FARMÁCIA CLÍNICA E O SERVIÇO DE

ACOMPANHAMENTO DO TRATAMENTO DE SAÚDE EM

FARMÁCIAS E DROGARIAS

(2)

Londrina 2017

NOME DO(S) AUTOR(ES) EM ORDEM ALFABÉTICA

FARMÁCIA CLÍNICA E O SERVIÇO DE

ACOMPANHAMENTO DO TRATAMENTO DE SAÚDE EM

FARMÁCIAS E DROGARIAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Instituição de Ensino Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia Orientadora/Tutora: Profa. Thamara Silva

(3)

IZABELA DA SILVA ZANFRILLI

FARMÁCIA CLÍNICA E O SERVIÇO DE

ACOMPANHAMENTO DO TRATAMENTO DE SAÚDE EM

FARMÁCIAS E DROGARIAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia.

Aprovado em: __/__/____

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª).

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

(4)

Dedico este trabalho ao meu marido e filho, por compreenderem minhas ausências e acreditarem em meus sonhos, agora realidade.

(5)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado tantas oportunidades e me ensinado que nem tudo é fácil, mas, que tudo é possível pela Sua graça;

Agradeço ao meu marido e filho, por serem eles as razões para eu acreditar num futuro melhor;

Agradeço a esta instituição de ensino que me acolheu e me ofereceu os melhores coletores de sonhos do mundo que foram meus professores.

(6)

ZANFRILLI, Izabela da Silva. Farmácia Clínica e o serviço de acompanhamento

do tratamento de saúde. 2017. 30f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação

em Farmácia). Universidade do Norte do Paraná, UNOPAR. Londrina, 2017.

RESUMO

A farmácia clínica serve ao acompanhamento do tratamento de saúde de muitos pacientes que buscam do profissional de farmácia a complementação daquilo que ouviram no atendimento médico. O objetivo deste trabalho foi o de apresentar o conceito de farmácia clínica e as atribuições necessárias para o farmacêutico fazer o acompanhamento do tratamento dos pacientes em farmácias e drogarias, identificando os desafios e obstáculos enfrentados por este profissional para atuar em consonância com Lei Federal 13.021/2014. Como metodologia optou-se por um levantamento teórico dos resultados de estudos já publicados, de onde se concluiu a farmácia clínica tem beneficiado muito o atendimento ao público, pois, é a partir dela e do respaldo da Lei que o farmacêutico pode intervir colaborando com o atendimento e acompanhamento à saúde dos pacientes. Desta forma evidenciou-se que os estabelecimentos farmacêuticos são locais de saúde, e o profissional de Farmácia pode e deve fazer o acompanhamento dos tratamentos médicos prescritos, prestando assim a assistência farmacêutica de forma humanizada.

Palavras-chave: Farmácia Clínica; Assistência Farmacêutica; Lei Federal

(7)

ZANFRILLI, Izabela da Silva. Farmácia Clínica e o serviço de acompanhamento

do tratamento de saúde. 2017. 30f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação

em Farmácia). Universidade do Norte do Paraná, UNOPAR. Londrina, 2017.

ABSTRACT

The clinical pharmacy serves the monitoring of the health treatment of many patients who seek from the pharmacy professional the complementation of what they heard in the medical care. The objective of this work was to present the concept of clinical pharmacy and the attributions necessary for the pharmacist to follow the treatment of patients in pharmacies and drugstores, identifying the challenges and obstacles faced by this professional to act in accordance with Federal Law 13.021 / 2014. As a methodology, it was decided to present a theoretical survey of the results of studies already published, from which it was concluded that the clinical pharmacy has greatly benefited the public, since it is from this and from the support of the Law that the pharmacist can intervene collaborating with the care and monitoring of patients' health. In this way it was evidenced that the pharmaceutical establishments are health places, and the Pharmacy professional can and should follow the prescribed medical treatments, thus providing the pharmaceutical assistance in a humanized way.

(8)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 8

1 A FARMÁCIA CLÍNICA ... 10

1.1AASSISTÊNCIAFARMACÊUTICA ... 13

2 O FARMACÊUTICO E A LEI QUE O AMPARA ... 16

3 O FARMACÊUTICO CLÍNICO E O ATENDIMENTO NAS FARMÁCIAS E DROGARIAS ... 21

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 27

(9)

8

INTRODUÇÃO

Existe um consenso brasileiro a respeito da Atenção Farmacêutica que, considerando as características do povo brasileiro, contextualiza os fatores necessários para esta prática profissional e o exercício da Farmácia Clínica, relacionada com a farmacovigilância.

A área da Farmácia Clínica está diretamente ligada à área de Assistência à saúde, especialmente no que diz respeito a presença do farmacêutico, exigindo dele a compreensão de que o medicamento deverá sempre ser visto como um meio para se alcançar a saúde bem como, a necessária ética e conhecimentos técnicos para acompanhar o tratamento de saúde do cidadão.

Este trabalho trata de discutir a respeito da promoção da Atenção Farmacêutica no Brasil e sobre as políticas que a reforça, bem como, sobre suas diretrizes técnicas, com o objetivo de conceituar Farmácia Clínica e esclarecer quais são as atribuições necessárias para que o farmacêutico faça o devido acompanhamento do tratamento dos pacientes em farmácias e drogarias.

Para tanto, direcionou-se a pesquisa a responder a seguinte questão problematizadora: sendo o farmacêutico um profissional formado capaz de tomar decisões e interagir com os pacientes, quais são as atribuições necessárias para que ele desenvolva serviços clínicos farmacêuticos de acompanhamento de saúde em farmácias e drogarias?

Para tanto objetivou-se apresentar o conceito de farmácia clínica e quais as atribuições necessárias para que o farmacêutico faça o devido acompanhamento do tratamento dos pacientes nestes estabelecimentos. Sendo que, para tanto, foi necessário conceituar Farmácia Clínica e estabelecer as atribuições do farmacêutico nesta área; identificar os desafios e obstáculos enfrentados pelo farmacêutico para atuar em consonância com Lei Federal 13.021/2014 e discutir a relação do perfil do farmacêutico clínico no atendimento em farmácias e drogarias.

A metodologia utilizada para realização desse estudo foi a pesquisa bibliográfica para construção do conhecimento. A realização do levantamento bibliográfico ocorreu a partir de artigos da literatura, encontrado na base de dados do: Scielo, BIREME, Lilacs, Pubmed e Google Acadêmico, em materiais impressos como livros, revistas e manuais, estabelecendo que as datas de tais publicações deveriam

(10)

9

ter sido produzidas a partir do ano de 2000, utilizando como descritores: Assistência Farmacêutica; Desafios Farmacêutico; Lei Federal 13.021/2014; Farmacêutico Clínico e o Atendimento nas Farmácias e Drogarias.

(11)

10

1 A FARMÁCIA CLÍNICA

Segundo a Cartilha Farmácia Clínica do Estado de São Paulo (CRF/SP-2015) Farmácia Clínica é uma das áreas da farmácia que pratica a racionalidade no uso dos medicamentos. A partir dessa especialidade o farmacêutico aprende como cuidar do paciente e acompanhar seu tratamento, otimizando o uso dos fármacos e promovendo saúde e bem-estar. Esta forma de agir pode ser encontrada e desenvolvida nos hospitais, nos ambulatórios, as Unidades de Saúde ou em farmácias e drogarias. (CRF/SP, 2015)

Segundo estudos de Faus (2000), é muito relevante frisar que a prática profissional de uma categoria da área de saúde sofre influência direta do processo educacional, das diretrizes das políticas sanitárias e de trabalho, da estrutura do sistema de saúde e do modelo assistencial.

É importante destacar que para o farmacêutico realizar um bom trabalho é necessário ter conhecimentos técnicos em: “Farmacoterapia, Farmacotécnica, Farmacocinética e Farmacodinâmica, Fisiologia e também Interpretação de Exames Laboratoriais. E em concordância com a Cartilha Farmácia Clínica do Estado de São Paulo” (CRF/SP-2015, p. 9).

Dentre tantas áreas que a profissão abrange e exerce, a maior responsabilidade do que trabalha com Farmácia Clínica é a de olhar para a saúde do paciente, para os medos, receios e dúvidas da família, os questionamentos dos cuidadores e a saúde da comunidade em geral. Neste contexto o farmacêutico tem a responsabilidade de aplicar conhecimentos que promovam saúde e bem-estar a todos os envolvidos, atribuições estas que foram definidas pela Resolução do CFF n° 585, de 29 de agosto de 2013 (CFF, 2013).

Deste modo, através da Farmácia Clínica o farmacêutico estará exercendo uma ciência da saúde e terá a obrigação de utilizar seus conhecimentos para cuidador das pacientes que utilizam medicamentos, da maneira mais segura possível. Para isso sua formação o possibilitará coletar e interpretar dados corretamente (FAUS, 2000).

A Farmácia Clínica é uma área da saúde, que tem o intuito de assegurar, frente a aplicação de conhecimentos e funções ligadas com o cuidado dos pacientes, que o uso dos medicamentos seja seguro e ideal, e que necessita de educação especializada e/ou treinamento estruturado. Esta prática prioriza a orientação e o

(12)

11

acompanhamento farmacoterapêutico e a relação do farmacêutico com o paciente, usuário de medicamentos (PEREIRA; FREITAS, 2008).

A Farmácia Clínica teve início em ambiente hospitalar, mas, com o decorrer dos anos, sua atuação aumentou e expandiu para a atenção à saúde e pode ser realizada em diferentes locais como ambientes hospitalares, ambulatórios, unidades de saúde, farmácias comunitárias e até nas residências de pacientes, entre outros (CFF, 2013).

Com esta evolução houve a ocorrência de uma busca de redefinição do papel do farmacêutico, haja vista que, antes, a farmácia clínica estava restrita a ambientes hospitalares, voltada somente para análise da farmacoterapia dos pacientes e muito mais próxima da equipe de saúde (PEREIRA; FREITAS, 2008).

Nota-se que o conceito de Farmácia Clínica alia-se ao conceito de Atenção Farmacêutica ou Assistência Farmacêutica pois, de acordo com Cipolle et al.(2000), trata-se de um processo de atendimento ao paciente, que precisa ser desenvolvido em três etapas: a) verificação das necessidades de saúde e dos medicamentos; b) a planejamento que inclua os objetivos do tratamento medicamentoso e as intervenções apropriadas; e c) a avaliação do segmento para examinar os resultados reais no paciente.

O intuito da Atenção Farmacêutica e da Farmácia Clínica é promover a saúde, fazendo com que o paciente seja o alvo principal das ações do farmacêutico, ou seja, exigindo dele o acompanhamento farmacoterapêutico do sujeito, de modo a preveni-lo ao fazer detecção de resultados negativos da farmacoterapia, apresentando-lhe possíveis soluções (NASCIMENTO, 2004).

A Farmácia Clínica, introduziu a orientação da prática farmacêutica ao paciente, entre o final da década de 1980 e o início de 1990, e com ela estabeleceu-se o conceito de Atenção Farmacêutica, levando o farmacêutico clínico à prestação de serviços para a assistência de cada paciente (BARROS; SANTOS, 2008).

É preciso considerar o previsto pelo Código de Ética da Profissão Farmacêutica (CFF, 2004, p.306) que normatiza que ao farmacêutico cumpre: “executar todas as atividades inerente são âmbito profissional farmacêutico de modo a contribuir para a salvaguarda da saúde pública e de educação da comunidade na promoção da saúde”.

(13)

12

É importante frisar que o processo de globalização mostra que o farmacêutico ainda é o único profissional de saúde que possui contato direto e continuo com a população (BARROS; SANTOS, 2008).

O uso de medicamentos é um processo muito complexo que envolve diversos fatores determinantes. As diretrizes farmacoterápicas adequadas para a condição clínica de cada pessoa são elementos essenciais para a determinação do emprego dos medicamentos. Mas, é relevante frisar que a prescrição e o uso de medicamentos são influenciados por fatores de natureza cultural, social, econômica e política (FAUS, 2000).

Com o passar dos anos e as novas propostas de atividades para o profissional farmacêutico aumentaram, e isso aconteceu devido ao movimento demográfico e epidemiológico que vem ocorrendo, fazendo com que a farmacoterapia repercutisse no atendimento à saúde e desse um novo perfil ao farmacêutico (CFF, 2013).

Assim, o farmacêutico da atualidade, atua no atendimento e assistência direta ao paciente, pensando no uso cuidadoso dos medicamentos e de outras tecnologias em saúde, e sua prática acontece a partir de cada caso de saúde dos pacientes e da sociedade (BARROS; SANTOS, 2008).

As novas obrigações do farmacêutico estão fortalecendo a Farmácia Clínica, servindo como base para prescrição farmacêutica e como alternativa de fortalecer a autoridade técnica do profissional do farmacêutico (CFF, 2013).

Segundo o Código de Ética da Profissão Farmacêutica (CFF, 2004,) o farmacêutico é um profissional de saúde que realiza todas as atividades referentes ao âmbito profissional farmacêutico de modo a contribuir para a salvaguarda da saúde pública e, ainda, todas as ações de educação dirigidas à comunidade na promoção da saúde.

No Brasil, a atividade do farmacêutico está dividida em atividades privativas, ou seja, funções desenvolvidas exclusivamente por farmacêutico, que são voltadas a profissionais desta área; e a atividades não privativas, ou seja, funções desempenhadas por outros profissionais além do farmacêutico, que não são exclusivas (BARROS; SANTOS, 2008).

Segundo Vieira (2007), o farmacêutico possui contato direto com a população, sendo geralmente bem relacionado devido aos cuidados prestados, assim pode ajudar em uma infinidade de cuidados e necessidades que muitas vezes passam

(14)

13

despercebidas. Deste modo, esse profissional deve buscar realizar mudanças no comportamento das pessoas, aproveitando-se de sua posição, orientando e atuando como agente de saúde e sempre acessível à população, podendo desenvolver seu conhecimento especializado, enquanto orienta as mudanças e hábitos, e propõe novo estilo de vida.

Outras atividades relevantes são a identificação de suspeita de reações adversas e de intoxicações por medicamentos, orientação ao paciente, comunicar ao responsável pela prescrição e notificar o evento (VIDOTTI; SILVA, 2006).

1.1 A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

A Assistência Farmacêutica tem dado muita segurança ao paciente, pois, com seu novo papel, o profissional de farmácia vem prevenindo e orientando as pessoas ao uso correto e racional de medicamentos. São atribuições clínicas que até pouco tempo não eram levadas em consideração, mas, que por força de Lei e pela própria formação profissional, tem melhorado muito o atendimento de saúde das pessoas (NASCIMENTO, 2004).

Para efetivar esse tipo de assistência, são várias as ações envolvidas, e elas têm como objetivos: promover, proteger e recuperar a saúde do indivíduo ou da sociedade, pensando no medicamento como necessário insumo para tal conquista, mas, sempre usando corretamente (BARROS; SANTOS, 2008).

O medicamento é o componente básico e estratégico da Assistência farmacêutica, e este atendimento é que vai dar acesso a ele de acordo com as normas específicas e a partir da garantia do tratamento que o paciente deve receber (VIDOTTI; SILVA, 2006).

Na Assistência Farmacêutica o profissional trabalha num movimento clínico junto ao paciente e à equipe de saúde, transformando aquela visão antiga de que a farmácia seria apenas um dispensário de medicamentos, mas, agora, considerando que o farmacêutico pode e deve acompanhar o tratamento de saúde do paciente que lhe procura (CORRER; OTUKI, 2011).

Trata-se de um novo modelo de prática profissional que visa a efetividade do tratamento através do uso de medicamentos, buscando detectar os problemas relacionados a esse uso e realizar uma prática mais humanizada e contextualizada,

(15)

14

de modo que o farmacêutico intervenha, em especial focando em zelar pela qualidade de vida do paciente (BOVO et al., 2009).

Importante também é que este novo modelo de atendimento farmacêutico e de assistência, envolve outros pontos, e um deles, o mais importante, é a Educação em Saúde, ou seja, a orientação que o farmacêutico transmite ao paciente sobre a dispensação dos medicamentos e a sequência dada ao tratamento farmacoterapêutico, fazendo registros das atividades realizadas, mensurando e avaliando os resultados (BOVO et al., 2009).

Deste modo, o farmacêutico estará buscando como resultados: a cura de uma doença, a eliminação ou minimização dos sintomas; diminuição do progresso da doença e a prevenção de outras doenças ou sintomas (BLANK; BOVO, 2008).

Para efetivar essa Assistência Farmacêutica, atingindo os resultados esperados, será necessário observar alguns passos para sua realização, identificando os reais Problemas Relacionados aos Medicamentos –PRM; depois de resolvidos os PRM, buscará a prevenção para que tais problemas não apareçam novamente (CORRER; OTUKI, 2011).

A Assistência Farmacêutica será prestada no local onde o farmacêutico estiver trabalhando, mas, ele precisa se identificar em sua consulta aqueles problemas mais comuns ao seu meio e às reclamações que os pacientes trazem até o balcão, como também ao perfil epidemiológico da região. Estes serão os fatores a serem respeitados para a construção de seu serviço clínico, e deverá incluir o atendimento a outros problemas menores, como atendimento às mulheres que buscam métodos contraceptivos, uso de medicamentos por gestantes, problemas dermatológicos ou cosméticos, pacientes idosos e outros que fazem uso contínuo de medicamentos continuamente (CORRER; OTUKI, 2011).

É importante destacar que a Atenção Farmacêutica trabalha com uma nova metodologia, que é muito abrangente, deste modo engloba a prestação de assistência individualizada destinada a avaliação da terapia farmacológica, as reações adversas, focando no uso correto de fármacos, eficácia do tratamento, entre outros (BOVO et al., 2009).

O farmacêutico deverá manter sua atenção à sua prática diária, voltada ao atendimento individualizado dos pacientes, coletando e organizando os dados de cada um, a partir da pesquisa clínica, da ficha de registro onde haverá de encontrar todas

(16)

15

as informações que são necessárias para que ele possa proceder uma abordagem clínica e identificar os problemas relacionados aos medicamentos e de onde poderá elaborar o plano ideal de Assistência Farmacêutica, fazendo ou não o encaminhamento para outros profissionais de saúde (BLANK; BOVO, 2008).

Deste modo é importante frisar que o farmacêutico possui um papel muito relevante na formação de um novo modelo de atenção à saúde, no qual seja possível atuar como profissional do medicamento, sendo a pessoa de referência na orientação do paciente, assistindo, acompanhando e monitorando a terapia medicamentosa (BARROS; SANTOS, 2008).

(17)

16

2 O FARMACÊUTICO E A LEI Nº 13.021/2014

A Assistência Farmacêutica é vista como várias ações destinadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, seja ela tanto no âmbito individual ou geral, sendo que os fármacos são o insumo primordial e objetivando fornecer acesso e promover o uso racional. Sendo que esses medicamentos visam proporcionar melhor qualidade de vida a partir da minimização de riscos do uso de maneira errônea das medicações (BRASIL, 2006).

Dentre as diversas finalidades do farmacêutico, existe uma ainda que é extremamente relevante, mas que gera uma infinidade de questionamentos, pois se por um lado este profissional deve pregar o uso racional de medicamentos e a prevenção de doenças, por outro lado, existe a necessidade de vender medicamentos para que assim o negócio tenha sucesso. Então os dois lados devem estar compatíveis e igualados para que assim se obtenha sucesso (BOVO et al., 2009).

A falta de equilíbrio que ocorre entre os interesses de saúde e os econômicos pode fazer com que a empresa passe por mal desempenho, não atingindo metas, indo à falência ou comprometer a qualidade da saúde. Deste modo, a medida que é realizada a análise dos donos de farmácia que não são farmacêuticos, é possível perceber que em sua totalidade, são pessoas sem informação em relação a questões de saúde, que são motivados exclusivamente pelo lado mercantilista, visando sempre o ganho financeiro não a promoção da saúde. Este fato faz com que o proprietário deste estabelecimento não se preocupe com questões relacionadas a saúde e faz com que não ocorra a devida atenção no atendimento à população (BLANK; BOVO, 2008).

Um problema que foi muito relatado é que devido à alta demanda dos clientes fazem com que o tempo deste profissional seja cada vez mais limitado, uma vez que o atendimento não pode ser realizado apressadamente, pois muitas informações são obtidas através da execução de uma boa entrevista. Mas quando ocorre o contrário, ou seja, quando o dono da farmácia é um profissional farmacêutico, na maioria dos casos com pouca experiência com questões comerciais, como por exemplo empreendedorismo, marketing, gestão empresarial, etc. Deste modo, esse proprietário faz que ocorra somente o uso baseado na dispensação, que deve ser

(18)

17

realizada impreterivelmente pelo farmacêutico, fato que pode levar esse empreendimento a falência (PEREIRA; FREITAS, 2008).

Deste modo, esse é um dos grandes enfrentamentos que esses profissionais encontram no seu dia a dia, pois é preciso praticar o uso de medicamentos de modo racional, embora também é preciso pensar em sua subsistência e de seu negócio. Assim, membros da diretoria do CFF acreditam que a saída para este problema está nas mãos do próprio farmacêutico, que precisa focar no equilíbrio (BOVO et al., 2009). Outros fatores relatados como fator limitante para implementação da atenção farmacêutica, foi a escassez de recursos e espaço, e também devido ao fato de muitos farmacêuticos estarem envolvidos no gerenciamento do estabelecimento (MARQUES et al., 2015).

É importante ressaltar que a implantação da Atenção Farmacêutica nem sempre ocorre da melhor maneira possível, pois diversas dificuldades são encontradas como: falta de interesse pelos donos de farmácias e até mesmo dos próprios farmacêuticos, falta de infraestrutura necessária e a falta da disponibilidade do farmacêutico em dedicação integral a essa finalidade (ALVAREZ-RISCO, 2007).

Utilizando o equilíbrio o mesmo deve estar preparado para fazer a prescrição farmacêutica, baseado em suas novas atribuições buscando sempre se atualizar, aprimorando seus conhecimentos, para utilizá-los da melhor maneira possível, realizando a indicação de fármacos corretamente, assim criará uma relação saudável entre paciente e farmacêutico, baseado no respeito e confiança, fato que leva a fidelização dos clientes. Deste modo, esses fatores fazem com que seja criado uma relação e o lucro do proprietário será contínuo. Pois, se caso um cliente perceber que estão enfiando algo, o mesmo não irá retornar ao local, pois com prescrição de medicamentos sem necessidade o cliente se sentirá enganado (BLANK; BOVO, 2008).

É necessário que seja promovido uma nova maneira de realizar assistência farmacêutica, fazendo com que seja possível abranger todas as ações de promoção, prevenção a saúde, como também medidas curativas que são muito relevantes, especialmente por se tratar de um país onde existe tantos problemas como o Brasil (ALVAREZ-RISCO, 2007).

Várias são as responsabilidades do farmacêutico em relação às necessidades assistenciais do paciente e da população que atende e diversos são os fatores que

(19)

18

influenciam são eles: demográficos, econômicos, tecnológicos, sociológicos, políticos, profissionais e de prestação de assistência sanitária. Assim, dentre diversas finalidades, existem algumas que não são tradicionais como: atenção e promoção da saúde, prevenção de doenças, referência da atenção, educação em saúde, informação farmacológica, terapêutica e toxicológica, farmacovigilância, administração dos serviços de saúde, formulação de políticas e planejamento em saúde (BOVO et al., 2009).

A atenção farmacêutica é ocorre unindo a somatória das atitudes, dos comportamentos, compromissos, preocupação, anseios, valores éticos, funções, conhecimentos, responsabilidades e habilidades do farmacêutico na prestação da farmacoterapia, visando encontrar resultados terapêuticos definidos na saúde e benefícios no dia a dia do paciente. Deste modo, embora aumente o benefício da prestação da farmacoterapia ao público, o seu conjunto não incorpora as ações de promoção da saúde, dando um caráter individual, direcionando a atenção farmacêutica, individualmente a cada paciente (PEREIRA; FREITAS, 2008).

Esta área da saúde realiza diversas atividades, por isso o farmacêutico deve garantir o acesso da população a saúde e medicamentos; promover racionalmente o uso de fármacos; levar informação de qualidade e promover ações direcionadas a educação da comunidade para praticarem hábitos de vida saudáveis, abandonando o sedentarismo; promover os tratamentos não-farmacológicos; conscientizar a todos a relevância de se conservar os recursos naturais; promover ações direcionadas a comunidade, seja em grupo ou individualmente visando acabar ou minimizar danos e riscos peculiares do ambiente em que o indivíduo está inserido. Deste modo, as ações voltadas à população objetivando o desenvolvimento de melhores condições de saúde individual e coletiva, assim desenvolver medidas visando o controle preventivo ou curativo de problemas de saúde (ALVAREZ-RISCO, 2007).

Embora tudo na teoria seja mais fácil, sabe-se que na prática não é bem assim que acontece, pois, muitos desafios ocorrem mas também muitas oportunidades. Dentre os diversos desafios é possível frisar: culto ao individualismo, que compromete a ação interdisciplinar e por consequência a participação da comunidade; divisão do conhecimento que são compartilhados entre as áreas de atuação; enquanto que os problemas os problemas que são cada vez mais complexos exigem que os conhecimentos sejam divididos e compartilhados para encontrar assim melhor

(20)

19

solução; impulso de consumir remédios e serviços de saúde, sendo que são estimulados pelos meios sociais de consumo de massa (BOVO et al., 2009).

Para que os farmacêuticos estejam sempre bem preparados para lidar com adversidades do dia a dia, é preciso que as universidades foquem em formar profissionais que estejam aptos para atender a toda demanda que o mercado exige, sem se preocupar apenas com a sociedade capitalista em que se vive. Pois, é evidente que formação profissional farmacêutica está defasada, pois muitas pessoas saem para o mercado de trabalho inaptos a atuarem em suas funções devido à falta de preparo, pois ocorre pouca realização de atividades (PEREIRA; FREITAS, 2008).

Outro fator que contribui muito para essa defasagem é o afastamento do farmacêutico da equipe composta por diversos profissionais de saúde, devido a nova divisão social do trabalho em saúde; pela ausência de visão social; menor quantidade de competência, falta de identidade do farmacêutico; falta de recursos em saúde; má remuneração, entre outros (MARQUES et al., 2015).

A Lei 13.021/2014 criou inovações na atuação do profissional farmacêutico que atua como responsável técnico de farmácias de qualquer natureza, dentre as quais merece destaque aquela definida no art. 13, inciso IV, qual seja: “estabelecer protocolos de vigilância farmacológica de medicamentos, produtos farmacêuticos e correlatos [...]” (BRASIL, 2014, p.3).

Baseado nesta nova lei, é possível constatar que ficou determinado que, a farmácia de qualquer natureza apenas pode conter manipulação e/ou dispensação de medicamentos magistrais, oficinais, farmacopeicos ou industrializados, cosméticos, insumos farmacêuticos, produtos farmacêuticos e correlatos (MARQUES et al., 2015). De acordo com o Art. 2º da Lei nº 13.021/2014, entende-se por assistência farmacêutica: “o conjunto de ações e de serviços que visem a assegurar a assistência terapêutica integral e a promoção, a proteção e a recuperação da saúde nos estabelecimentos públicos e privados que desempenhem atividades farmacêuticas” (BRASIL, 2014).

Baseado nisso, é possível concluir que a assistência farmacêutica participa desde o momento da pesquisa e desenvolvimento de medicamentos até a dispensação, acompanhamento e avaliação do uso do medicamento pela população, assim, precisa obter garantia do local adequado de armazenamento e transporte desses fármacos. Assim, este profissional não deve ter apenas como objetivo

(21)

20

intermediar o acesso do paciente ao tratamento ideal, este profissional é primordial para fazer com que o paciente faça o uso racional de medicamentos. Deste modo, o farmacêutico precisa e deve orientar a respeito das possíveis interações entre medicamentos e/ou alimentos ou outros produtos, assim como realizar o acompanhamento em relação a adesão ao tratamento (MARQUES et al., 2015).

No art. 3º desta mesma Lei nº 13.021/2014 o qual afirma que a: “Farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva [...]”.

Assim, fica evidente que esta lei nº 13.021/14 afirmou a farmácia como um estabelecimento de saúde e permitiu que no local sejam prestados serviços realizados pelo farmacêutico. Mas é preciso lembrar que antes desta lei, já eram permitidos na farmácia os seguintes serviços farmacêuticos: atenção farmacêutica seja ela domiciliar, para a aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímico e a administração de medicamentos) e perfuração de lóbulo auricular para colocação de brincos. Mas, após esta normativa, seus afazeres e atribuições foram aumentados, fazendo que este profissional trabalhe também com vacinas e soros de acordo o perfil epidemiológico da região (MARQUES et al., 2015).

Segunda Blank e Bovo, (2008), é importante frisar que para realizar a prática da atenção farmacêutica é necessário que ocorra muitas mudanças, para que assim os profissionais estejam aptos e os estabelecimentos tenha as instalações necessárias. Pois dentre as diversas dificuldades encontradas essas são as que mais possuem destaque, pois muitos profissionais entram em crise de identidade, devido à falta de reconhecimento que seu trabalho merece, o mesmo sente-se desmotivado a trabalhar, caindo assim o nível de seu atendimento, sendo que a falta de instalação necessária faz com que não se tenha um local adequado para desenvolvimento do trabalho.

As mudanças necessárias virão de acordo com a capacitação profissional que conseguirá compreender seus direitos e deveres e exigir as alterações de acordo com a Lei em vigor.

(22)

21

3 O FARMACÊUTICO CLÍNICO E O ATENDIMENTO NAS FARMÁCIAS E DROGARIAS

Nas últimas décadas foi desenvolvido uma prática em todo o mundo denominada Atenção Farmacêutica, sendo que tal prática tem o intuito de proporcionar a população um atendimento diferenciado por parte do profissional farmacêutico para com a população seja no âmbito geral ou individualizado, focando na monitoração da farmacoterapia e o uso racional de medicamentos, entre outras atribuições (BOVO et al., 2009).

Segundo estudos Peretta e Ciccia, (1998), a atenção farmacêutica faz parte da prática profissional na qual o farmacêutico se relaciona diretamente com o paciente visando atender e sanar todas suas dúvidas, especificidades e necessidades em relação aos fármacos que o mesmo precisa utilizar.

O farmacêutico possui a finalidade de realizar atividades para prevenção de doenças e o uso racional de medicamentos. Portanto, desde o momento em que o paciente chega à farmácia, o mesmo precisa ser acolhido, encontrando compreensão, empatia, acolhimento e grande conhecimento técnico do profissional para explicá-lo e orientá-lo. Devido a este fato, o profissional precisa estar totalmente atualizado em seus conhecimentos, buscando sempre novos estudos para aprimorar seus conhecimentos ainda mais. Portanto, é fundamental realizar um bom cadastro de seus clientes/pacientes, enviando para eles informativos e e-mails frequentemente, pois estar em contato é fundamental para o sucesso (ALVAREZ-RISCO, 2007).

Já para Cipolle et al., (2000), a atenção farmacêutica engloba diversos processos de assistência ao paciente, trabalhando de modo racional, lógico, sistemático e generalizado, envolvendo três etapas relevantes: analisar a situação das necessidades do paciente em relação aos medicamentos; elaboração de um plano de ação, englobando os objetivos do tratamento farmacológico e as intervenções que são necessárias; e por fim realizar a avaliação e evolução do quadro para identificar os verdadeiros resultados que foram proporcionados pelo tratamento no paciente.

É importante frisar que para que ocorre corretamente a atividade da atenção farmacêutica é preciso que estes profissionais estejam totalmente capacitados e aptos para realizar. Deste modo, é necessário que ocorra sempre atualização de desses profissionais, buscando estar em constante aprendizado, estudando e procurando

(23)

22

melhorar. Sendo que é muito relevante que os proprietários de farmácias comunitárias, em especial, vejam como é importante que em seu estabelecimento essa prática seja implantada, através de profissional capacitado e infraestrutura adequada (ALVAREZ-RISCO, 2007).

Lembrando que geralmente a farmácia comunitária é entendida e visualizada apenas como um comércio, sendo que a única coisa que é buscada é competitividade de preços. Deste modo, grande parte dos farmacêuticos que trabalham nesses estabelecimentos atuam como gerente, resolvendo questões burocráticas e administrativas, deste modo pouco tempo sobra para que a atenção farmacêutica seja prestada a população (BOVO et al., 2009).

Por volta do fim do ano 2000 no Brasil, um grupo formado por diversas entidades com o intuito de fornecer atenção farmacêutica, sendo que foi levado em conta as especificidades da prática profissional local. Em decorrência disso, foi elaborado um conceito que foi utilizado nacionalmente para o tema (OPAS, 2002).

Deste modo, a Organização Panamericana de Saúde (2002) desenvolveu um conceito que leva em conta a promoção da saúde e englobado a ela, à educação em saúde, fatores que fazem parte da atenção farmacêutica. Assim, este Consenso também determinou os fatores que fazem parte da prática farmacêutica que são relevantes são elas: educação em saúde; orientação farmacêutica; dispensação; atendimento farmacêutico, acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico; registro sistemático das atividades, tabulação e avaliação dos resultados.

Geralmente no Brasil, o farmacêutico não possui destaque em sua atuação, sendo que o mesmo realiza acompanhamento no uso de fármacos, na prevenção e promoção da saúde, entre outros (OPAS, 2002).

Em geral, o serviço mais relevante que é realizado em farmácias e drogarias é a dispensação de medicamentos, sendo que embora seja procurado realizar essa prática com excelência, a mesma muitas vezes é considerada de baixa qualidade, pois na maioria das vezes os farmacêuticos responsáveis estão ausentes (CASTRO; CORRER, 2007). Por isso, busca-se melhorar o conceito de atenção farmacêutica, focando na atuação profissional predominante.

Muitas pessoas veem a farmácia como apenas um local onde é vendido e comercializado os medicamentos, produtos de beleza, dieta, entre outros. Por isso é muito importante que novas atitudes sejam desenvolvidas visando modificar esta

(24)

23

ideia. No qual deve ficar claro que a farmácia onde um profissional da área de saúde atende a população diretamente, fazendo-o entender as especificidades de cada um, visto que o bom atendimento leva a fidelização do cliente, fazendo com que seja possível que o farmacêutico acompanhe o tratamento da patologia, indicando sempre o melhor fármaco. Só que é preciso lembrar que no dia a dia não é bem assim que acontece, pois muitas vezes ocorre a distorção das finalidades da mesma e ainda existem muitas farmácias nas quais não tem farmacêutico responsável (BOVO et al., 2009).

É possível constatar que embora seja respaldado por lei que as farmácias precisam ter assistência de técnico responsável e que esse profissional precisa estar presente durante todo o horário de funcionamento da mesma (BRASIL, 1973), isso não acontece. Deste modo, isso deixa claro que é necessário que ocorra maior fiscalização para que sempre esteja alguém da área farmacêutica, que esteja pronto para atender a população quando a mesma procura as farmácias e drogarias visando encontrar alguém capacitado para entender todo o quadro e evolução da doença e prescrever assim o melhor tratamento para este paciente (PEREIRA; FREITAS, 2008).

Silva e Vieira (2004), relatam que apesar da existência de estabelecimentos irregulares em relação à assistência técnica, a situação atual parece ter melhorado quando a mesma é comparada com anos anteriores, na qual as farmácias possuíam farmacêutico apenas para se apresentar como responsável técnico, embora o mesmo nunca estava presente no horário de funcionamento da drogaria.

Em estudos de Farina & Romano-Lieber (2009), os quais realizaram pesquisas com a população atendidas por algumas farmácias especificas, os mesmos relataram que na ação denominada acompanhamento, as práticas realizadas são: telefonar, implementar fichas com informações a respeito da medicação dos pacientes ou implantar atenção farmacêutica. Já na categoria educação em saúde as práticas são associadas a temáticas são: diabetes, hipertensão, doenças sexualmente transmissíveis, campanhas de vacinação, medidas para conscientizar a respeito do tabagismo, saúde da mulher como prevenção de câncer de mama, colo de útero, entre outros e formação de grupos de usuários divididos por doença.

Dentro de cada farmácia é preciso que se tenha um local reservado para que as entrevistas e acompanhamentos sejam realizados, fato que não ocorre na maioria,

(25)

24

pois é muito comum encontrar profissionais que realizam as consultas e atendimento no próprio balcão. Sendo que a única sala reservada em grande parte das drogarias é a sala de medicamento e vacina, que geralmente estão sempre ocupadas, fazendo com que o acompanhamento desse paciente nunca ocorra da maneira correta, individualizada, na qual é possível estreitar laços com o mesmo para melhorar ainda mais sua condição de saúde, frisando que a população sempre presa pelo bom atendimento, para se sentir acolhida e confiar ainda mais neste profissional. É muito relevante que exista esse local reservado para realizar entrevistas pois envolve, dentre suas etapas, a coleta de dados de usuários e atividades de aconselhamento e discussão (CIPOLLE et al., 2000).

Segundo estudos realizados por Farina e Romano-Lieber (2009), quase todos profissionais entrevistados relataram que é fundamental e necessário que ocorra contato mais direto com os pacientes, melhorando as formas de encontrar soluções e acompanhar diretamente a evolução do quadro e tratamento da doença. Sendo que dentre as diversas dificuldades que são relatadas destaca-se a falta de apoio dos proprietários de farmácias, que geralmente visam na geração de lucros, não no bom atendimento que leva a fidelização de clientes. Muitos proprietários estão mais preocupados em vender medicamentos, comercializando de maneira errônea e desorientada do que em prestar e realizar boa assistência, faltando assim materiais necessários para realizar o acompanhamento do quadro dos clientes. Assim esses proprietários estimulam a venda errada focando na geração de lucros, e não em proporcionar para os profissionais farmacêuticos cursos de atualizações, que visam aprimorar seus conhecimentos e melhorar o atendimento aos clientes, fazendo com que a relação entre cliente-farmacêutico seja bem limitada, sem estreitamento de laços.

Para que ocorrer a reversão desse quadro, é preciso que os farmacêuticos apresentem as vantagens comerciais geradas pela atenção farmacêutica, no qual seu comércio passará a contar com um diferencial em comparação com as outras drogarias, aumentando e fidelizando assim a clientela, desde que seja realizado uma boa execução de acompanhamento (PEREIRA; FREITAS, 2008).

Dentre outros problemas enfrentados pelos medicamentos destaca-se o valor dos medicamentos, no qual a partir de criação da Farmácia Popular, o preço se tornou cada vez mais competitivo, sendo que na maioria das vezes as farmácias que não

(26)

25

participam do programa possuem grande desvantagem em relação a competitividade do valor. Assim, muitos clientes optam pela busca do local com preço mais em conta, sendo que quando a diferença não é tão grande, o que prevalece a o atendimento que o mesmo recebe. Então é preciso focar no atendimento e conseguir o máximo de desconto possível, pois é evidente que com o mercado cada vez mais competitivo é preciso encontrar maneiras de driblar, para que assim o estabelecimento não tenha prejuízo (CIPOLLE et al., 2000).

Visando melhorar o atendimento farmacêutico, alguns estabelecimentos já utilizam o método de cobrar uma taxa de consulta, para que o paciente seja atendido da melhor forma possível, sem correria, propiciando assim melhor atendimento. Muitas pessoas não concordam com essa prática, embora a mesma já esteja sendo vista com bons olhos, visando lucros, e melhor atendimento. Considerando que muitos farmacêuticos buscam cada vez mais estarem bem capacitados, se atualizando e através da vivência do seu dia a dia é possível obter ainda mais conhecimento, então esse atendimento vale a pena, em casos em que não é necessário recorrer a atendimento médico que é bem mais difícil e caro (ALVAREZ-RISCO, 2007).

Então é preciso frisar que o farmacêutico não deve se limitar apenas em praticar a dispensação de medicamentos, pois através de seus conhecimentos é possível fornecer muita informação, acompanhamento e atendimento aos pacientes, fazendo com que o mesmo se sinta bem assistido, confiando ainda mais no tratamento acompanhado por este profissional (BLANK; BOVO, 2008).

É possível constatar que este é um processo lento, mas que seus benefícios são tantos a longo prazo, que vale a pena focar no bom desenvolvimento da atuação farmacêutica, fazendo com que esse atendimento seja de qualidade, melhorando assim os lucros da farmácia e por consequência gera maior conhecimento ao profissional e melhor acompanhamento do quadro. Lembrando que a melhor propaganda é o ‘’ boca a boca’’ (grifo meu) assim quando este cliente gosta do atendimento recebido, o mesmo indica a farmácia e atendimento farmacêutico, aumentando a clientela, sendo que a competitividade de preço também é muito relevante, à medida que a troca de informação e pesquisa ocorre normalmente no dia a dia da população (FARINA; ROMANO-LIEBER, 2009)

As farmácias são locais onde ocorre grande fluxo de clientes, assim é necessário que se identifique o público consumidor para que estratégias de

(27)

26

atendimento sejam oferecidas focando e cada tipo de consumidor, pois existe os consumidores que focam no valor, enquanto que existem consumidores que focam no bom atendimento, confiabilidade e assistência farmacêutica (CIPOLLE et al., 2000).

Por fim é importante destacar que os estabelecimentos farmacêuticos são os locais de saúde que possuem diversas vantagens, são elas: fácil acesso a um profissional de saúde; boas condições para participação em campanhas sanitárias; minimização de custos com tratamentos, devido ao fato de tornar possível a ocorrência da intervenção primária e direcionamento à assistência médica; aumento do acompanhamento ao tratamento farmacológico prescrita.

(28)

27

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir deste estudo foi possível compreender o conceito de Farmácia Clínica e a forma como o farmacêutico pode prestar atendimento à saúde dos pacientes em tratamento amparados pela Lei Federal 13.021 / 2014, onde estão dispostas todas as atribuições direcionadas a este profissional.

Foi possível observar que os estudiosos que já publicaram sobre este tema, enfatizaram que os estabelecimentos farmacêuticos são locais de saúde, onde o profissional de Farmácia tem fácil acesso aos pacientes, o que viabiliza o acompanhamento dos tratamentos médicos prescritos, prestando assim a assistência farmacêutica de forma humanizada.

Assim, cabe ao farmacêutico clínico encontrar soluções para acompanhar diretamente a evolução do quadro e tratamento da doença, praticando o bom atendimento fortalecendo a relação cliente-farmacêutico, considerando que este estreitamento de laços proporciona acolhida e confiança no estabelecimento e no profissional que presta o atendimento.

Evidente também que não se pode dispensar estudos mais aprofundados sobre Farmácia Clínica e outras especialidades dos farmacêuticos, visto que, dentre tantas áreas que esta profissão abrange, pode-se aferir que a de maior responsabilidade é a do profissional que trabalha com Farmácia Clínica, pois a ele cabe olhar para a saúde do paciente e utilizar seus conhecimentos para a promoção da saúde e do bem-estar daquele que o procura.

Conclui-se assim que, nos dias atuais, a Lei 13.021 / 2014 colaborou com o esclarecimento das atribuições e permissões de atuação do farmacêutico em farmácias e drogarias, sejam em estabelecimentos particulares ou dentro das instituições de saúde, de forma que eles podem tomar parte do acompanhamento de saúde do paciente, indo além da simples dispensação de medicamentos.

(29)

28

REFERÊNCIAS

ALVAREZ-RISCO, A.; VAN MILL, J. W. F. Pharmaceutical care in community pharmacies: practice and research in Peru. The Annals of Pharmacotherapy, Cincinatti, v. 41, n. 12, p. 2032- 2037, 2007.

BARROS, J.; SANTOS, T.O. Atenção Farmacêutica: Conceito e desafios. Rev

Racine. São Paulo, SP: Grupo Racine, n.103, mar./abr., p.8-22, 2008.

BOVO, Fernanda; WISNIEWSKI, Patrícia; MORSKEI, Maria Luiza Martins. Atenção Farmacêutica: papel do farmacêutico na promoção da saúde. Biosaúde, Londrina, v. 11, n. 1, p. 43-56, jan./jun. 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos

Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos.

Assistência Farmacêutica na atenção básica: Instruções técnicas para sua

organização. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). 2.ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 100p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução CNS nº. 338, de 06 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 20 maio 2004.

BRASIL. Congresso Nacional. Lei 13.021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas. Disponível em:<

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13021.htm> Acesso em: 13 marc. 2017.

BLANK, A.S.; BOVO, F. Perfil dos profissionais farmacêuticos frente à Atenção Farmacêutica: obstáculos e elementos para mudança. Monografia (Graduação em Farmácia) – Universidade Estadual do Centro-Oeste. Guarapuava-PR: 2008.

CIPOLLE, R. J.; STRAND, L. M.; MORLEY, P. C. El ejercicio de la atención

farmacéutica. Madrid: McGraw-Hill - Interamericana, 2000.

CFF. Conselho Federal De Farmácia. Resolução nº 417 de 29 de setembro de

2004. Código de ética da profissão farmacêutica. Brasília, DF; 17 nov. 2004, Seção

1, pp. 306/307. Disponível em <http://www.cff.org.br/cff/mostraPagina.asp? codServico=51>. Acesso em: 26 de abr. 2017.

CFF. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução 585, de 29 de agosto de

2013. Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências.

Disponível em:< http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf> Acesso em 13 mar. 2017.

CFF. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Secretaria de Saúde do DF institui serviços de Farmácia Clínica em sua rede. Notícias do CFF [on line]. 27/08/2015. Disponível em:< http://www.cff.org.br/noticia.php?id=3064> Acesso em 13 ab. 2017.

(30)

29

CORRER, Cassyano J.; OTUKI, Michel F. Método Clínico de Atenção

Farmacêutica. Março/2011. Disponível em:<

http://www.saude.sp.gov.br/resources/ipgg/assistencia-farmaceutica/otuki-metodoclinicoparaatencaofarmaceutica.pdf> Acesso em 17 set. 2017.

CRF/SP. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Cartilha. 2000. Disponível em

http://portal.crfsp.org.br/publicacoes-2/cartilhas-porarea.html?download=199:cartilha-farmacia-clinica> Acesso em 13 ab. 2017. FARINA, S.S.; ROMANO-LIEBER, N.S. Atenção Farmacêutica em Farmácias e Drogarias: existe um processo de mudança? Saúde Soc. São Paulo, v.18, n.1, p.7-18, 2009.

FAUS, M.J. Atención farmacéutica como respuesta a uma necesidad social Ars

Pharmaceutica v.41, n. 1 p. 137-143, 2000.

MARQUES, Luciene Alves Moreira; VALE, Flávia Vanessa Vieira Ribeiro do; NOGUEIRA, Valéria Aparecida Dos Santos. Atenção farmacêutica e práticas

integrativas e complementares no SUS: conhecimento e aceitação por parte da

população sãojoanense. Physis, Rio de Janeiro, v. 21, n. 2, Jan. 2015. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-73312011000200017&script=sci_arttext>. Acesso em: 08 OUT. 2017.

NASCIMENTO, Yone Almeida. Avaliação de resultados de um serviço de atenção farmacêutica em Belo Horizonte. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Farmácia. 2004. 130 f. Belo Horizonte: UFMG, 2004. OPAS - ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Consenso Brasileiro de

Atenção Farmacêutica: proposta. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

PEREIRA, Leonardo Regis Leira. FREITAS, Oswaldo de. A evolução da Atenção Farmacêutica e a perspectiva para o Brasil. Rev. Bras. Cienc. Farm. vol.44 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2008.

SILVA, L. R.; VIEIRA, E. M. Conhecimento dos farmacêuticos sobre legislação sanitária e regulamentação da profissão. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 38, n. 3, p. 429-437, 2004.

VIEIRA, F.S. Possibilidades de contribuição do farmacêutico para a promoção da saúde. Ciência e Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, RJ., jan./mar. 2007. Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232007000100024&lng =pt>. Acesso em: 01 de maio 2017.

VIDOTTI, C.C.F.; SILVA, E.V., Elementos para apoiar a prática farmacêutica na

farmácia comunitária Ano XI Número 03 mai-jun/2006 Conselho Federal de

Farmácia Centro Brasileiro de informação sobre Medicamentos CEBRIM/CFF Farmacoterapêutica. Disponível em:

<http://www.cff.org.br/Cebrim/mednovos/Boletim%20032006.pdf> Acesso em 01 de maio 2017

Referências

Documentos relacionados

QUANDO TIVER BANHEIRA LIGADA À CAIXA SIFONADA É CONVENIENTE ADOTAR A SAÍDA DA CAIXA SIFONADA COM DIÂMTRO DE 75 mm, PARA EVITAR O TRANSBORDAMENTO DA ESPUMA FORMADA DENTRO DA

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

Frondes fasciculadas, não adpressas ao substrato, levemente dimórficas; as estéreis com 16-27 cm de comprimento e 9,0-12 cm de largura; pecíolo com 6,0-10,0 cm de

1 - Específicos: conforme orientação da Vigilância Epidemiológica (isolamento viral ou sorologia).. 2 - Inespecífico: Hemograma com contagem de plaquetas (auxiliar

Conforme a classificação de risco, diante de um caso suspeito de febre de Chikungunya, o hemograma deve ser solicitado à critério médico para as formas brandas da doença e

- Sugestiva de estar relacionada à infecção congênita por STORCH: caso notificado como microcefalia E que apresente diagnóstico laboratorial específico e conclusivo para

-Não utilizar AINH (Anti-inflamatório não hormonal) ou Aspirina (acido acetilsalicílico) na fase aguda, pelo risco de complicações associados às formas graves de

Protocolo de atendimento a pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) no Estado do Ceará/ Coordenadoria de Políticas de Atenção à Saúde/ Núcleo