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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 5ª VARA DA JUSTIÇA DO TRABALHO EM CAMPINA GRANDE – PB – TRT 13ª REGIÃO,

PROCESSO N. 01326.2013.024.13.00-6 RECLAMANTE: SUENIA ARAÚJO DA SILVA

RECLAMADO: TATIANE MÁXIMO DE OLIVEIRA ME

TATIANE MÁXIMO DE OLIVEIRA ME, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 12.457.311/0001-63, situada na Rua das Juremas 288-1ª, Malvinas, representada por Tatiane Máximo de Oliveira, vem, nos autos do processo em epígrafe, por meio de sua advogada in fine subscrita, conforme instrumento procuratório em anexo, com endereço profissional para as comunicações de estilo localizado a Rua Elias Asfora, 241-A, Centro, Campina Grande – PB, perante Vossa Excelência, apresentar CONTESTAÇÃO, aos termos da exordial formulada pelo Reclamante, o que faz em conformidade com os elementos fáticos e jurídicos doravante elencados:

I – DA SÍNTESE DOS FATOS

Alega a Reclamante ter iniciado a laborar para a Reclamada em 08.01.2011, embora sua CTPS somente tenha sido assinada em 02.05.11, exercendo a função de auxiliar de serviços gerais, percebendo como maior remuneração a de R$ 820,00 (oitocentos e vinte reais), tendo sido demitida em 28.04.2013, após voltar das férias.

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Os fatos alegados na exordial não são verdadeiros. Como demonstra a cópia anexa da CTPS da empregada, foi admitida na data consignada nesse documento para exercer a função de empregada doméstica, tendo em conta que sua carteira de trabalho sempre foi assinada pela Srª Nilza Máximo de Oliveira, que é pessoa física. Nunca trabalhou em outra função que não fosse a de empregada doméstica. Alega, outrossim, que cumpria jornada de trabalho das 06:00h às 18:00h. Jamais trabalhou nesse horário, já que chegava para trabalhar às 06:00h e às 14:00h já havia findado o seu labor. Nunca fez regime de hora extra, como se demonstrará durante a instrução, nem tampouco laborava em feriados como alegado.

Aduz, ainda, que exercia também a função de cozinheira, em desvio de função (Nesse ponto, é importante inquirir: desvio de que função?!!!!), visto que fazia as refeições dos empregados da empresa TATIANE MÁXIMO DE OLIVEIRA ME, o que não é verdade, vez que a empresa comprava e compra quentinhas para seus empregados, consoante demonstram as notas de compra em anexo, não tendo, portanto, direito a nenhuma diferença de salarial relativa à função de cozinheira.

Também não é verdade a alegação de que as verbas rescisórias não lhe foram pagas. A Srª. Nilza Máximo de Oliveira, em razão da quebra de confiança, já que a empregada durante as suas férias viajou com o marido da citada senhora, que é pai da representante legal da ora contestante, notificou a empregada de sua demissão, tendo convocado a mesma para receber o que lhe era devido. Todavia, a empregada não compareceu.

Nesse ponto, Excelência, cabe trazer a baila o fato de que a Reclamante, embora comprovadamente fosse empregada doméstica da Srª. Nilza Máximo de Oliveira, mãe da representante legal da ora Contestante, quer fazer crer a suposta existência de uma relação de emprego de natureza não

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doméstica como forma de, indevidamente, auferir determinados direitos que não possui, tendo em conta que a sua admissão e demissão se deu antes da entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 72, de 02 de abril de 2013.

Como demonstra cabalmente a prova documental em anexo, a Reclamante mantinha uma relação de natureza doméstica, jamais tendo trabalhado para a ora contestante.

Ademais, convém esclarecer, outrossim, que a Reclamante faz uma grande confusão, não deixando claro na sua petição inicial quem é o seu real empregador e como se dava o trabalho que realizava. Isso, porque, vejamos:

1.Demanda contra a empresa TATIANE MÁXIMO DE OLIVEIRA ME com número de CNPJ 12.457.311/0001-63, que é uma empresa cuja sede está localizada na Rua das Juremas, 288-1ª, Malvinas, e que jamais teve em seus quadros de funcionários, nenhum empregado que exercesse a função de auxiliar de serviços gerais;

2.Demanda contra a Srª. NILZA MÁXIMO DE OLIVEIRA, para quem realmente trabalhava na condição de empregada doméstica.

Ora, Excelência, para quem a Reclamante trabalhava realmente? E qual a natureza jurídica do trabalho realizado? Eis, algumas questões que merecem ser esclarecida no presente feito.

II – PRELIMINARMENTE

Da ilegitimidade passiva ad causam e da incongruência de pedidos

Entende-se que legitimidade das partes é, consoante o disposto no art. 267, VI, do CPC, uma

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das condições da ação, sem a qual é inviável a análise do mérito da demanda.

A legitimidade passiva, segundo a valiosa lição de Wambier, consiste na “relação de sujeição diante da pretensão do autor” (Wambier (coord.). Curso Avançado de Processo Civil, Volume 1. 8 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p. 131). Destarte, se não há nexo de causalidade entre o direito invocado pelo autor e a conduta do réu, verifica-se a ocorrência de ilegitimidade passiva.

É de se observar que a empresa ora ré jamais teve em seu quadro de empregados a Reclamada, motivo pelo qual não possui nenhuma responsabilidade trabalhista de pagar as verbas requeridas na peça vestibular. Trata-se, como dito, de uma empresa que jamais teve qualquer auxiliar de serviços gerais, já que a limpeza da loja era feita pelos próprios vendedores.

A CTPS da empregada, bem como os demais documentos anexados à presente, demonstram que a Reclamante era empregada doméstica da Srª. Nilza Máximo de Oliveira, não tendo mantido com a Reclamada, ora contestante, nenhum tipo de relação jurídica, quer seja de emprego, quer seja de trabalho.

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É importante perceber que o réu será parte legítima para sofrer a ação se ele tiver de fazer ou prestar o que lhe é pedido, pelo menos em tese (legitimidade passiva) (FÜHRER, 1999, p. 55), o que não ocorre no presente caso, vez que a empregada tinha como empregador outra pessoa física e prestava serviços de natureza doméstica.

Por esse motivo, a presente reclamatória deve ser extinta sem julgamento de mérito, por lhe faltar uma das condições da ação, qual seja, a legitimidade da parte ex adversa.

III – DA FALSIDADE DAS ALEGAÇÕES

As alegações contidas na petição inicial são totalmente falsas, porque a Autora tenta simular a existência de uma relação de emprego não doméstica, a fim de, indevidamente, receber verbas que a natureza jurídica da relação de emprego, realmente, existente não lhe conferem.

Alega que trabalhava como auxiliar de serviços gerais para a ora Reclamada, quando na verdade trabalhava como doméstica para a Srª. Nilza Máximo de Oliveira (docs. CTPS.

Assevera que realizava a limpeza do estabelecimento comercial onde está situada a PARA MADEIRAS e não junta nenhum comprovação de tal fato. Aduz, outrossim, que cozinhava para os empregados dessa empresa, quando, na verdade, a empresa comprava quentinhas para seus empregados (doc. Recibos de quentinhas anexos).

Conclui-se que nenhum dos fatos trazidos à tona na peça vestibular desse processo são verdadeiros e

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que a Autora, maldosamente, altera a verdade dos fatos, motivo pelo qual deve ser aplicada a Reclamante a pena da LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ, com fundamento no art. 17, II e III, do CPC.

IV – DA IMPUGNAÇÃO DAS VERBAS PLEITEADAS

Nenhum dos pedidos deduzidos pela Reclamante, merecem prosperar:

A.Férias do período de 2012/2013, consoante demonstra documento anexo (doc. Comprovante de pagamento de férias), tais férias já foram devidamente calculadas pelo empregador, não havendo a empregada comparecido para receber;

B.Horas extras, o pagamento de hora extra é indevido, tendo em conta que a Reclamante é empregada doméstica, admitida e demitida antes da entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 72, de 02 de abril de 2013. Ademais disso, trabalhava em uma jornada que se iniciava às 06 horas da manhã e se encerrava às 14 horas;

C.Reflexo de horas extras sobre férias + 1/3, FGTS + 40%, aviso prévio e 13º salário, são indevidas tais verbas, porque a Reclamante é empregada doméstica, admitida e demitida antes da entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 72, de 02 de abril de 2013, quando os domésticos passaram a ter tais direitos; D.Feriados laborados com percentual de 100%

e reflexo dos feriados sobre férias + 1/3, FGTS + 40%, aviso prévio e 13º salário, é indevido o pagamento dessas verbas, porque a Reclamante nunca trabalhou durante os feriados;

E.Diferença de função pelo desvio de função para o exercício da função de cozinheira e reflexos do desvio de função sobre férias + 1/3, FGTS + 40%, aviso prévio e 13º salário, descabe o pagamento do

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pleiteado, vez que a empregada nunca trabalhou como cozinheira da empresa TATIANE MÁXIMO DE OLIVEIRA ME na produção de alimentação para os seus empregados, visto que a empresa comprava quentinhas para os seus empregados, conforme demonstra a documentação anexa (doc. Recibos de quentinhas pagas pela empresa);

F.Salário família é indevido, uma vez que a Reclamante é empregada doméstica, admitida e demitida antes da entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 72, de 02 de abril de 2013, quando os domésticos passaram a ter tal direito e além disso jamais apresentou qualquer comprovação relativo aos seus filhos, a fim de auferir o benefício pleiteado;

G. Multa relativa ao pagamento das férias gozadas em 03/2013 e pagas fora prazo, conforme art. 145, da CLT, não cabe o pagamento do requerido, porque, como demonstra o recibo de férias em anexo (doc. 03), tais férias foram devidamente pagas em época própria;

H.Multa por tempo de retenção da CTPS, tal multa é indevida, tendo em vista que a carteira da Reclamante não foi retida, não tendo a mesma apresentado nenhum documento comprovando esse fato;

I. Multa do art. 467, da CLT, não é devido o pagamento, tendo em consideração a existência de controvérsia sobre as verbas pleiteadas;

J.Multa do art. 477, da CLT, o pagamento não cabe, haja vista que a empregada não compareceu para recebimento de suas verbas rescisórias;

K.Retificação da data de anotação da CTPS e reflexos do tempo trabalhado não anotado na CTPS sobre férias + 1/3, FGTS + 40%, aviso prévio e 13º salário, não cabem tais postulações, porque a empregada,

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efetivamente, começou a trabalhar na data anotada na sua CTPS;

V – DA INEXISTÊNCIA DE DANO MORAL

A Reclamante alega que sofreu dano moral no ato de sua demissão por parte da Srª. Nilza Máximo de Oliveira, que a acusou de estar tendo um caso amoroso com o seu esposo, sendo alvo de comentários maldosos pelos empregados da madeireira. A acusada do cometimento do dano moral é mãe da representante legal da empresa, ora contestante.

Tal fato não aconteceu. O que sucedeu foi o seguinte: A Reclamante, ao sair de férias, viajou com o pai da representante legal da Reclamada, que é camionheiro, tendo, a própria Reclamante admitido tal fato para a sua patroa, a Srª. Nilza, quando voltou das férias, o que fez com que a empregadora perdesse a confiança na empregada, já que os empregados da empresa passaram a achincalhar a patroa, dizendo que a mesma agora tinha uma sócia. Tal fato, indubitavelmente, caracteriza a figura do mau procedimento e justifica a demissão por justa causa.

A confiança é um elemento marcante da relação de emprego e quando este deixa de existir, nitidamente, não há mais razão para subsistir o pacto laboral.

Ademais, mister asseverar que a Reclamante alegou a existência de dano moral, sem contudo haver provado a existência do mesmo, o que se faz absolutamente necessário para que haja a sua reparação, consoante já decidido pelos Tribunais brasileiros. Nesse sentido, verbis:

“INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Compete à parte que postula indenização por danos morais comprovar a sua ocorrência. Mesmo

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levando-se em consideração a dificuldade de produção de prova no caso, em que a relação de trabalho se deu no âmbito doméstico, não se pode concluir que a autora tenha se desincumbido de seu ônus probatório.” (TRT da 4ª Região, Processo nº 0000022-50.2011.5.04.0741 RO, Rela. Ana Luiza Heineck Kruse, julgado em 16.11.2011,

pesquisado em http://gsa3.trt4.jus.br/search? q=cache:ta_dbykaza8J:iframe.trt4.jus.br/gsa /gsa.jurisp_sdcpssp.baixar%3Fc %3D40388730+dano+moral+a+dom %C3%A9stico+inmeta:DATA_DOCUMENTO:2010-07-28..2013-07-28+ +&client=jurisp&site=jurisp_sp&output=xml_n o_dtd&proxystylesheet=jurisp&ie=UTF- 8&lr=lang_pt&proxyreload=1&access=p&oe=UTF-8, às 13:00h, do dia 28.07.2013).

Cabe, ainda, salientar que, em nenhum momento, a Autora demonstrou existirem os elementos caracterizadores do dano moral, quais sejam, a ação ou omissão ilícita do empregador e o nexo causal entre esta e a lesão, sem o que inexiste dano moral.

RELAÇÃO DE EMPREGO. TRABALHO DOMÉSTICO. Impõe-se reconhecer a natureza doméstica do contrato de trabalho quando desenvolvidas atividades nos termos da Lei 5.859/72. INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. O direito a ressarcimento por dano moral exige a prova do dano, a prática de conduta irregular pelo empregador e o nexo causal com o dano sofrido pelo empregado. Não comprovados

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estes pressupostos, não subsiste o direito à indenização. (TRT da 4ª Região, Processo nº 0000550-95.2011.5.04.0026 RO, Rel. Ricardo Tavares Gehling, julgado em

12.06.2013, pesquisado em http://www.trt4.jus.br/portal/portal/trt4/c onsultas/jurisprudencia/gsaAcordaos/Consult aHomePortletWindow_12;jsessionid=E7EF400251 052F1DDF49E3375A53F099.jbportal-101? action=2, dia 28.07.2013, às 13:15 h).

No caso em comento, nem a Reclamada, nem a Srª. Nilza Máximo de Oliveira, cometeram qualquer ato ilícito, já que esta, quando tomou conhecimento de que sua empregada havia viajado, durante as férias, com seu marido, em privado, chamou a Autora, informou que havia perdido a confiança e a demitiu. Se houve comentários maldosos por parte de alguém, estes se deram, porque a própria Reclamante fez questão de alardear para todos que havia viajado com seu patrão.

Se alguém sofreu dano moral, essa pessoa foi a empregadora que teve desrespeitado, por empregado de sua própria casa, o seu matrimônio de mais de _____ anos, sendo esse fato culminante para o fim da união conjugal da Reclamada.

Logo, descabe todo e qualquer pedido de pagamento de indenização por dano moral, mormente quando se analisa que a demissão da empregada aconteceu em uma conversa isolada entre a empregadora e a empregada, ora Reclamante.

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Face ao exposto, requer:

a) O recebimento da presente contestação e o acolhimento da preliminar de ilegitimidade passiva ad causam;

b) Somente por hipótese, caso Vossa Excelência, não acolha a preliminar suscitada, o reconhecimento da improcedência de todos os os pleitos iniciais;

c)A aplicação da pena da litigância de MÁ-FÉ; d)A produção de todos os meios de prova em

direito admitidas, especialmente as testemunhais e documentais;

Nestes termos, Pede deferimento

Campina Grande, 28 de julho de 2013.

Flávia de Paiva Medeiros de Oliveira OAB/PB 10432

Daniela Paiva OAB/PB 15612

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