Institutode Matemáti a, Estatísti ae ComputaçãoCientí a
Departamentode Matemáti a
Equações Diferen iais, Separação
de Variáveis e o Problema de
Forças Centrais
Már ia MayumiNakamura
Equações Difere
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Separa~ão
de
Variáveis c o
Problema de Forças
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Não bastaensinar ao homemuma espe ialidade, porque se tornará assim
uma máquina utilizável e não uma personalidade. É ne essário que adquira
um sentimento, senso práti o daquilo que vale a pena ser empreendido,
da-quilo que é belo. - Albert Einstein.
Nummundo impessoal, omo o que vivemos, arrisquei, nestes três anos,
a me aperfeiçoar omo que artesanalmente pelo mundo dos números.
Não ontava omtantasprovações,mas oresultadoaquiseen ontra. Quero,
aqui, registrarminha gratidãoa todos que fazem parte deste momento.
Começo agrade endo àqueles que são minha referên ia, minha base de
respeito, de arinho e de integridade, minha mãe Katiae meu paiAmaro.
Em seguida, à minha família que soube entender minha ausên ia e me
apoiar mesmo de longe: Alessandra Nakamura, Ana, Leila, Sílvia, Paloma,
Solange eEduardo Taque ita,Fran o, Vanessa,Angela eKioshi Yamakawa,
Eduardo, André, Ri ardo, Elizae Jorge Horai, Yomiko e Chuji Horai, Sato
e GisaburoNakamura.
Aomeuqueridoorientador,EdmundoCapelas, omquemtiveoprivilégio
de estudar. Sempremuito ompreensivo, pa iente esolí ito.
A minha famíliade oração: Luiz Krempel, Teresinha Ron hetti, Bruno
Gia ominieBrunoHonórioporseremminhadosediáriade ompanheirismo.
Ao CláudioMu elin, meu professor,amigo, padrinho, olegade trabalho
pare ia não mais existir.
À JulianaLopes, por sempremeajudar om as palavras.
Ao JoãoPereirade SáNeto, porter parti ipadoativamentenessa
disser-tação.
Ainda pude ontar om o arinho de Ronaldo Luggli, Ri ardo Orlando,
Marina Pi olo, Lu iana Galo, Daniel Perez, Mar elo Alves, Luiz Massoni,
Celso A iolli, Mar elo Jerry, Davi Rissetti, Mar elo Dias, Marli Curioni e
Aldair Falavigna. Obrigada por fazerem meus dias mais divertidos e me
provarem que ainda existe amizadena nossa área.
Agradeço ainda aos amigos: Giseli Mu elin, Mi helle Kuroda, Heloísa
Fas ina, Daniela Martins, Pedro, Natália, Nan y e Viní ius Avan i, Ester
Rosa,RobertoLimberger,RobertaSalomão,DanielMorienteeGustavo
Mar-tins. Vo ês são espe iais!
Aosmeusalunos, oordenadoresediretores,quesempremein entivaram.
Por m, agradeço a Deus, a essên ia absoluta, por não ter me deixado
Efetuamos um estudo sistemáti o envolvendo o aso geral de uma equação
diferen ialpar ial,linear,de segunda ordem, om
n
variáveisindependentes. Parti ularizamospara o aso bidimensional,n = 2
, duas variáveis indepen-dentes. Utilizamos o método de separação de variáveis para onduzir estaequação diferen ial par ial a um onjunto de duas equações diferen iais
or-dinárias. Introduzimos o método de Frobenius a partir de uma parti ular
equação diferen ial ordinária, a hamada equação de Bessel. Como
apli a-ção, apresentamos e dis utimos o hamado problema de forças entrais, em
parti ular, estudamos o problema de Kepler de onde emerge naturalmente
o problema de lassi açãode uma ni a, onde aelipse mere e tratamento
We develop a systemati study involvingthe general ase of a se ond order
linearpartialdierentialequationwith
n
independentvariables. We parti u-larize tothe bidimensional ase,n = 2
,involvingtwoindependentvariables. In this ase, we present the method of separating variables to develop thepartial dierential equationintoa set of two dierentialordinaryequations.
We introdu e the Frobenius method using a parti ular ordinary dierential
equation, the so- alled Bessel equation. As an appli ation, we present and
dis uss the so- alled entral for es and as parti ular ase, we study the
Ke-pler problem fromwhi hnaturally emerges the problemof the lassi ation
Introdução 1
1 Equações diferen iais 5
1.1 Um brevehistóri o . . . 5
1.2 EDPs deniçõese notações. . . 7
1.3 Equação transformada . . . 8
1.4 Classi ação . . . 11
2 EDPs om duas variáveis independentes 13 2.1 Classi ação . . . 14
2.2 A forma anni a . . . 17
2.2.1 Tipo hiperbóli o
∆ > 0
. . . 182.2.2 Tipo parabóli o
∆ = 0
. . . 193 Separação de variáveis 22
3.1 Métodode Fourier . . . 22
3.2 Métodode separação de variáveis . . . 23
3.3 Condiçõesde ontorno . . . 25
3.4 Soluçãodo problema de partida . . . 26
4 Método de Frobenius 27 4.1 Denição. . . 28
4.2 O métodode Frobenius . . . 29
5 O problema de forças entrais 35 5.1 Equaçõesdiferen iais esuas integrais . . . 37
5.1.1 Equação daórbita . . . 41
5.2 O problema de Kepler . . . 42
5.2.1 A ter eira leide Kepler . . . 44
Apêndi e 49
Con lusão 53
Émuitofrequente, natentativademodelarumfenmenoouumexperimento
qualquer, obterequaçõesqueenvolvamvariações das quantidadespresentes.
Assim, as leis que regem esses fenmenos são traduzidas por equações de
variações. Quandoessa variaçõessãoinstantâneas,ofenmenosedesenvolve
ontinuamenteeasequaçõesmatemáti assãodenominadasdeequações
dife-ren iais,poroutrolado,seasvariáveisenvolvidas foremdis retizadas,então
temos as equações de diferenças.
Neste texto, nos fo amos nas Equações Diferen iais (EDs), as quais têm
extrema importân ia não só omo teoria matemáti a, mas também omo
ferramenta de análise indispensável no exer í io da atividade prossional e
ientí a em diversas áreas, apenas para men ionar, dentre outras, Físi a,
Quími a,Biologia,E onomiae Te nologia ontemporânea.
Devido a esta vasta área de apli ação, o estudo de uma ED, em geral,
passapordiversasdivisõese/ou lassi açõesnosentidodeparti ularizartal
estudo. Primeiramente,divide-seesteestudoemduasgrandes lasses:
Equa-ção Diferen ial Ordinária (EDO), om apenas uma variável independente e
envolvendo alinearidade, istoé, EDOe EDP lineares enão-lineares.
Aorigem,osobjetivoseosmétodosmatemáti osenvolvendoasequações
diferen iaispar iais(EDPs)estãoligadostradi ionalmenteaosproblemas da
Físi a-Matemáti a. Por exemplo, a elasti idade e a dinâmi a dos uidos,
que tratam de fenmenos on retos, tiveram o seu desenvolvimento
alavan- ado a partirda teoriamatemáti a destas equações. Alémdisto, asmesmas
equações que estudamos em elasti idade e dinâmi a dos uidos reapare em
seguidasvezes, nas maisvariadasáreas daFísi aedaMatemáti aApli ada,
em geral, demonstrando, assim, o poder de síntese e a admirável e iên ia
da Matemáti a no estudo dos fenmenos da natureza. Com isso, diversos
problemas matemáti os abstratos e de signi ado, às vezes, obs uro na sua
on epção físi aoriginal,adquiremumainterpretação on reta quando
fo a-dos doponto de vista dame âni a, por exemplo.
A m de justi ar a importân iadas EDs, men ionamos algumasdestas
equações. São três as lássi as EDPs lineares e de segunda ordem
apre-sentadas, em geral, através de seus protótipos: equação de onda, equação
de difusão e equação de Lapla e. A equação de onda, equação do tipo
hi-perbóli o, des reve movimentos os ilatórios dentre eles, os ilações de uma
membrana ir ular e a hamada equação do telégrafo. A equação de
difu-são, dentre elas a equação do alor, equação dotipoparabóli o, estuda,por
exemplo, o uxo magnetohidrodinâmi oem um meio poroso. A equação de
Lapla e, equação dotipo elípti o, estuda, dentre outras, a determinação de
ionamos a equação de Tri omi, asso iada aproblemas advindos da
aerodi-nâmi a ea equação de Lapla e generalizadano universo de de Sitter [13℄.
Enm, apenas para men ionar, desta amos a hamada equação de
Ri - ati, uma ED não-linear de primeira ordem; a equação de S hrödinger,
ad-vinda da Me âni a Quânti a, que ontém um oe iente não real; as
equa-ções de Maxwell, um onjunto de equações diferen iais lineares, dentre
ou-tras. Mais re ente emergem as hamadas ED fra ionárias onde é admitida
a derivada de ordem não inteira e que des revem, dentre outros, problemas
envolvendo sub esuper difusão.
Oobjetivodopresentetrabalhoéefetuarumestudosistemáti odasEDPs
lineares e de segunda ordem om
n
variáveis independentes, a m de parti- ularizarmos para o ason = 2
, istoé, duas variáveisindependentes.Opresentetrabalhoestádispostonaseguinteforma: Noprimeiro apítulo
apresentam-se as EDPs lineares e de segunda ordem, om
n
variáveis inde-pendentes e a respe tiva equação transformada, que permite a lassi açãoquanto ao tipo, importante para dis ernirmos omo afrontar orretamente
um parti ular problema envolvendo ondições sejam elas ini iais e/ou de
ontorno. No segundo apítulo, introduzimos as EDPs lineares de segunda
ordem om duas variáveis independentes e a respe tiva lassi ação quanto
ao tipo. No apítulo três, dis ute-se o método de Fourier, onsistindo da
metodologia dos três passos, a saber: separação de variáveis, ondições de
ontornoesoluçãodaEDPdepartida. Maisumavez,aqui,dis utimoso aso
umaEDP linearde segundaordeme om duasvariáveisindependentes aum
onjunto de duas EDOs lineares de segunda ordem onde, no aso geral, os
oe ientespodemdependerdavariávelindependente,istoé, oe ientesnão
onstantes. Neste aso emque os oe ientes não são onstantes
apresenta-mos o método de Frobenius, que pode ser interpretado omo uma
generali-zação do método de Taylor, envolvendo uma série de potên ias. O método
de Frobenius é bastante geral e potente pois forne e, em geral, pelo menos
uma solução da EDO. O aso em que os oe ientes são onstantes será
importante para dis utir a EDO que emerge quando do estudo das órbitas
de uma ni a.
Comoumaapli ação,dedi amoso apítulo in oaoestudodas hamadas
forças entrais onde dis utimos, omo aso parti ular, o hamado problema
de Kepler, ujas órbitaselípti as emergem de formanatural. Este problema
é abordado através das oordenadas polares noplano de onde se re uperam
as três leis de Kepler, asso iadas ao movimento planetário, em parti ular a
lei das áreas. A importân ia desta apli ação reside no fato de que
ne essi-tamos al ular a área de uma elipse. Este tópi o, área da elipse, pode ser
entendido omo uma generalização da área de um ír ulo, esta apresentada
de forma direta no Ensino Médio. Finalmente, apresentamos as on lusões.
Umapêndi e ompletaotrabalho, ondedis utimosoproblemadaintegração
explí itadaequaçãodas órbitasbem omoexpli itamoso ál ulodaárea de
Equações diferen iais
Neste apítuloapresentamosumbrevehistóri odasEDsenfatizandoasEDPs
para asquaisapresentamos aequaçãotransformadaquepermitedis utir,de
forma quase que imediata,otipo dareferida EDP.
1.1 Um breve históri o
O ál ulodiferen ial eintegrale asEDs nas eram juntose os dois teoremas
bási os do ál ulo (teorema fundamental do ál ulo e o teorema do valor
médio) estão intimamente rela ionados à solução daED mais simples e
im-portante, a saber:
x
′
(t) = f (t).
Entretanto, não há dúvidas de que a inspiração ini ial para o estudo das
EDs veiodaMe âni a. Diversosproblemas omoomovimentodos planetas,
empiri amentepor homens omo J. Kepler (1571 - 1630),L. da Vin i(1452
- 1519),G. Galilei(1564- 1642) eC. Huygens (1629 -1695). Porém, faltava
a estes, teoria matemáti a apaz de modelar os fenmenos.
Com o apare imento do ál ulo, no nal do sé ulo XVII, por obra de I.
Newton (1642 - 1727) e G. W. Leibniz (1646 - 1716), inúmeros problemas
me âni os, in luindoestes três,puderam ser, então, modelados
matemati a-mente naformade EDs.
Emerge a questão: omo resolver tais problemas? Vários deles foram
resolvidosexpli itamenteede maneiraelegantepormatemáti osde
extraor-dinária habilidade opera ional, omo Ja ques Bernoulli (1655 - 1705), Jean
Bernoulli ( 1667 -1748), Ni holas Bernoulli ( 1695- 1726), DanielBernoulli
(1700 - 1782)e, prin ipalmente, porum de seus alunos,o brilhanteL. Euler
(1707 - 1783) ujaobra (in ompleta)preen he 74 grandesvolumes[1℄.
Apesar disso, om otempodes obriu-se quenão seria possívelobter
mé-todosgerais de resoluçãoexplí ita (emtermos de funçõeselementarese suas
integrais) para as EDs. A base rigorosa do ál ulo ainda não havia sido
lançada no sé ulo XVIII, mas os resultados surpreendentes até então não
deixavamdúvidasde que estateoria matemáti aestava no aminho orreto.
Por outro lado, não havia omo esque er a tradição matemáti a grega, tal
omorepresentadapelopadrãodeperfeiçãoerigordosElementosdeEu lides
(300a.C.). Essatradiçãoforçavauma omparaçãodesfavorávelàsituaçãodo
ál ulo que inquietava e desaava uma boa parte dos matemáti os no nal
rios surgiam e as disputas es apavam invariavelmente para o ampo
meta-físi o, onde os ritérios matemáti os perdem sua jurisdição. Era inevitável,
portanto,que uma partedo esforço matemáti ofosse dedi adopara
es lare- er osfundamentos teóri osdo ál ulo e pro uraroutros métodos de estudo
das EDs quenão asua solução explí ita.
É neste período que se desta a A. L. Cau hy (1789 - 1925), o qual
de-monstrou rigorosamente, pelaprimeira vez, e por três métodos diferentes, a
existên iadesoluçõesparaumavasta lassedeEDsquein luiessen ialmente
todos osmodelos onhe idos.
Apóso iní io dosé ulo XIXosmétodos gerais de resolução explí ita das
EDs perderam a sua proeminên ia e nenhum método de maior relevân ia
foi desenvolvido até o apare imento do ál ulo opera ional de O. Heaviside
(1850 - 1925) ea transformada de Lapla e nonal do sé uloXIX.
Ini iou-seassimateoriaqualitativageométri arepresentadaporH.
Poin a-ré (1854 - 1912) e A. M. Liapunov (1857 - 1918), bem omo a teoria de
aproximação analíti a(expansão emséries) e de aproximaçãonuméri a.
1.2 EDPs denições e notações
Uma EDP é aquela que envolve derivadas par iais de uma função om, no
mínimo, duas variáveis independentes.
A ordem de uma EDP é denida omo a mais altaordem da derivada
pendente,
u
,eemtodas assuas derivadas. Caso ontrário,elaé hamadade não linear.Neste trabalho denotamos por
∂u
∂x
≡ u
x
a derivada par ial da variá-vel dependente u em relação à variável independente x. Da mesma forma,∂
2
u
∂x∂y
≡ u
xy
e∂
2
u
∂x
2
≡ u
xx
.1.3 Equação transformada
Nestaseçãovamosapresentaro asogeraldeumaEDPlinear om
n
variáveis independentes. Então, uma EDP linear de segunda ordem omn
variáveis independentes é dada porn
X
j=1
n
X
k=1
A
(x)
kj
∂
2
u
∂x
j
∂x
k
+
n
X
j=1
B
j
(x)
∂u
∂x
j
+ C
(x)
u + G
(x)
= 0
(1.1) ondeB
(x)
j
, C
(x)
, G
(x)
e u são funçõesdex
1
, ..., x
n
eA
(x)
kj
,
é uma matrizreal e simétri a (ou seja,A
t
= A
)em
k
,j
.Nota-se que a equação a ima possui termos envolvendo derivadas
mis-tas. Podemos, através de uma onveniente mudança de variável, es rever a
mesmaequaçãosemesses termos. Estepro edimentoseráne essárioquando
estudarmos o método de separação de variáveis, que será apresentado no
Capítulo 3.
Começamosporintroduziraseguintetransformação:
y
k
=
n
P
l=1
R
kl
x
l
,onde
∂y
k
∂x
l
= R
kl
∂
2
y
k
∂x
m
∂x
l
= 0.
Denindoas matrizes:U
mn
(x)
≡
∂
2
u
∂x
m
∂x
n
eU
(y)
kj
≡
∂
2
u
∂y
k
∂y
j
(1.2)e utilizandoaregra da adeia,podemos es rever
U
mn
(x)
= U
kj
(y)
∂y
k
∂x
m
∂y
j
∂x
n
= U
kj
(y)
R
km
R
jn
= ( ˜
RU
(y)
R)
mn
(1.3)onde
R
˜
é a matriz transposta asso iada à matriz R. Considerando somente o termo quadráti odaequação (1.1), temosQ =
n
X
j=1
n
X
k=1
A
(x)
kj
U
jk
(x)
=
n
X
k=1
(A
(x)
U
(x)
)
kk
= tr[A
(x)
U
(x)
]
(1.4)onde
tr[A]
denota o traço da matriz A. Podemos es rever a equação a imana seguinteforma
Q = tr[A
(x)
RU
˜
(y)
R] = tr[RA
(x)
RU
˜
(y)
].
(1.5)
Note que, em um ponto xo,
x
0
≡ (x
01
, x
02
, ..., x
0n
)
, a matrizA
(x)
tem
Se
A
éuma matrizreal esimétri a,então elapode ser diagonalizadapor uma matriz ortogonal. Seja R, até então arbitrária, uma matriz ortogonal,isto é,
RA
(x)
R
˜
é diagonal,ouainda, amatriz dos autovalores. Logo:
[RA
(x0)
R]
˜
jk
≡ b
(x0)
j
δ
jk
= a
(y0)
j
δ
jk
(1.6)onde
x
0
foisubstituídopory
0
,usandoatransformaçãopreviamente introdu-zida, isto é:y
k
=
n
X
l=1
R
kl
x
l
eb
j
éoj
-ésimo autovalordeA
.Então emum ponto
x
0
, equivalentea um pontoy
0
,temos:Q = tr[RA
(x0)
RU
˜
(y0
)
] =
n
X
j,k=1
[RA
(x0
)
R]U
˜
kj
=
n
X
j,k=1
a
(y
0
)
j
δ
jk
U
kj
=
n
X
j=1
a
(y
0
)
j
U
(y
0
)
jj
(1.7) ou ainda,na formaQ =
n
X
j=1
a
(y
0
)
j
∂
2
u
∂y
2
j
.
(1.8)Comisso,podemostransformaraequação(1.1),aqual ontémotermoda
derivada mista, naseguinte EDP sem o termoda derivada mista, aequação
transformada
n
X
j=1
a
(y
0
)
j
∂
2
u
∂y
2
j
y=y
0
+ F
"
y
0
, u,
∂u
∂y
y=y0
#
= 0
(1.9)onde introduzimosanotação
y
0
= (y
01
, y
02
, y
03
, ..., y
0n
)
e∂u
∂y
y=y
0
≡
∂u
∂y
1
,
∂u
∂y
2
, ...,
∂u
∂y
n
y=y
0
.
A lassi ação quanto ao tipo de uma EDP depende apenas dos termos
quadráti os. Assim, lassi amos a equação (1.9) de a ordo om os tipos
listados a seguir emum domínioD, seem todos os pontos deste domínioos
oe ientes
a
(y0
)
i
satiszerem as seguintes ondições:•
Se todos os oe ientesa
(y
0
)
i
foremnão nulos e tiverem o mesmo sinal a EDP é dotipo elípti o.•
Se os oe ientesa
(y
0
)
i
forem todos não nulos e não tiverem o mesmo sinal, a EDP é dotipo ultra hiperbóli o.1
•
Se pelo menos um dos oe ientesa
(y
0
)
i
for nulo, a EDP é do tipo parabóli o.Observe quese os oe ientes
a
(y
0
)
i
de umaEDP foremtodos onstantes, ela será invariante quanto ao tipo. Neste aso dizemos que ela é do tipoelípti o, parabóli o ou ultra hiperbóli o em todo o seu domínio. Por outro
lado, se os oe ientes tiverem dependên ia nas variáveis independentes, as
equações poderão mudar de tipo de um ponto para outro, e são hamadas
equações de tipo misto. Neste aso, podemos estender a lassi ação
intro-duzindo osseguintes tipos:
•
Se emtodoseu domínio, os oe ientesa
(y0)
i
tiverem apenas duas pos-sibilidades: todos não nulos e de mesmo sinal ou pelo menos um deles sejanulo,sendoarbitrárioosinaldos demais,aEDPédotipoelípti o-parabóli o.
1
Otipohiperbóli oéum asoespe í onoqualapenasumdos oe ientestemsinal
•
Se em todo o seu domínio, os oe ientesa
(y
0
)
i
tiverem apenas duas possibilidades: todos não nulos, não sendo de mesmo sinal ou pelo menosum deles seja nulo sendo arbitrário o sinal dos demais, a EDP é do tipo
hiperbóli o-parabóli o.
•
Se emtodoseu domínio, os oe ientesa
(y
0
)
i
tiverem apenas duas pos-sibilidades: todos nãonulos ede mesmosinal,outodosnão nulos, nãosendoEDPs om duas variáveis
independentes
Neste apítulo dis utimos, primeiramente, as EDPs, lineares, de segunda
ordem, om duasvariáveisindependentes bem omo sua lassi açãoquanto
ao tipo. Tais equações são estudadas om mais ênfase devido à sua grande
importân iaemdiversos problemas daFísi a, omoporexemplo,problemas
asso iados à equação de onda e alor, a equação de Lapla e e a equação de
Poisson, estas duas últimas usadas para determinar o poten ial elétri o de
uma onguração eletrostáti a.
Vamos omeçar dis utindo a forma mais geral de uma EDP linear de
segunda ordem om duas variáveis independentes:
A
∂
2
u
∂x
2
+ 2B
∂
2
u
∂x∂y
+ C
∂
2
u
∂y
2
+ D
∂u
∂x
+ E
∂u
∂y
+ F u = G
(2.1)onde os oe ientes
A, B, C, D, E, F
eG
são funçõesdas variáveis indepen-dentes x e y, eu = u(x, y)
é a variável dependente. Suponha, que tanto u(x, y) quantoos oe ientes presentes naequaçãoa imasão ontinuamentediferen iáveisequeos oe ientes A,B eC nãosãosimultaneamentenulos. 1
2.1 Classi ação
A lassi açãodeumaEDPdesegundaordemébaseadanareduçãoda
equa-ção (2.1) para aforma anni a atravésde uma transformaçãode
oordena-das onforme apresentado noCapítulo1. Aqui, neste aso,esta lassi ação
é análogaà lassi ação de uma quádri a.
O hamado dis riminanteasso iado a equação (2.1) édado por
∆ = B
2
− AC.
(2.2)Note que se os oe ientes são onstantes,
∆
também será onstante. As-sim, a equação a ima pode ser lassi ada omo hiperbóli a, parabóli a ouelípti a em um domínio dado, se para todos os pontos deste domínio, seu
dis riminanteforrespe tivamentepositivo,nuloounegativo. Ainda mais,se
o mesmo depende das variáveis independentes
x
ey
,dizemos que aequação é de tipomisto.No asoespe í ode duasvariáveisindependentes, sempreháuma
trans-formação de oordenadas que deixa a equação (2.1) invariante quanto a
1
Onúmero2nafrentedotermodederivadamistaestápresente onvenientementepara
transformação seja inversível. Vamos veri ar este fato.
Primeiramente vamos onsiderar a forma anni a. Para transformar a
equação (2.1) na forma anni a podemosusar uma transformação de
oor-denadas geral dadapor:
ξ = ξ(x, y)
eη = η(x, y),
(2.3)onde
ξ
eη
são, pelo menos duas vezes ontinuamente diferen iáveis e, além disso, admitimosque o Ja obiano(J)
desta transformação seja diferente de zero, aso ontrárionão temos arespe tiva inversa, nodomínio onsiderado,J =
∂(ξ, η)
∂(x, y)
=
∂ξ
∂x
∂ξ
∂y
∂η
∂x
∂η
∂y
= ξ
x
η
y
− η
x
ξ
y
.
Introduzindo estas transformações na equação (2.1), obtemos uma nova
equação dada por:
A
∂
2
u
∂ξ
2
+ 2B
∂
2
u
∂ξ∂η
+ C
∂
2
u
∂η
2
+ D
∂u
∂ξ
+ E
∂u
∂η
+ F u = G
(2.4)onde os oe ientes são taisque
A = A
∂ξ
∂x
2
+ 2B
∂ξ
∂x
∂ξ
∂y
+ C
∂ξ
∂y
2
B = A
∂ξ
∂x
∂η
∂x
+ B
∂ξ
∂x
∂η
∂y
+
∂η
∂x
∂ξ
∂y
+ C
∂ξ
∂y
∂η
∂y
(2.5)C = A
∂η
∂x
2
+ 2B
∂η
∂x
∂η
∂y
+ C
∂η
∂y
2
D = A
∂
2
ξ
∂x
2
+ 2B
∂
2
ξ
∂x∂y
+ C
∂
2
ξ
∂y
2
+ D
∂ξ
∂x
+ E
∂ξ
∂y
E = A
∂
2
η
∂x
2
+ 2B
∂
2
η
∂x∂y
+ C
∂
2
η
∂y
2
+ D
∂η
∂x
+ E
∂η
∂y
F = F
eG = G
sendou = u(ξ, η)
.Como o dis riminante, equação (2.2), depende apenas dos oe ientes
A, B
eC
, a lassi ação da EDP também depende somente destes oe i-entes, logo podemos rees rever as equações (2.1) e (2.4), respe tivamente,omo:
A
∂
2
u
∂x
2
+ 2B
∂
2
u
∂x∂y
+ C
∂
2
u
∂y
2
= H ≡ H
x, y, u,
∂u
∂x
,
∂u
∂y
(2.6) eA
∂
2
u
∂x
2
+ 2B
∂
2
u
∂x∂y
+ C
∂
2
u
∂y
2
= H ≡ H
ξ, η, u,
∂u
∂ξ
,
∂u
∂η
(2.7)onde as funções
H
eH
são, respe tivamente, funções dex
,y
,u
,∂u
∂x
,∂u
∂y
eξ
,η
,u
,∂u
∂ξ
,∂u
∂η
.Suponha agora que os oe ientes
A
,B
eC
são não nulos. Podemos então es olherξ
eη
demodoqueos oe ientesA
eC
seanulem. ComoasequaçõesA = 0
eC = 0
são idênti as ex eto pelatro a deξ
porη
:A = A
∂ξ
∂x
2
+ 2B
∂ξ
∂x
∂ξ
∂y
+ C
∂ξ
∂y
2
≡ 0,
C = A
∂η
∂x
2
+ 2B
∂η
∂x
∂η
∂y
+ C
∂η
∂y
2
≡ 0,
vamos estudar, então, a equação:
A
∂τ
∂x
2
+ 2B
∂τ
∂x
∂τ
∂y
+ C
∂τ
∂y
2
= 0
(2.8)onde
τ
ora éξ
, ora éη
.Dividindoaequação (2.8) por
∂τ
∂y
2
, temos:A
∂τ /∂x
∂τ /∂y
2
+ 2B
∂τ /∂x
∂τ /∂y
+ C = 0.
(2.9)Aolongo deuma urva ara terísti a[2℄daequação(2.8), onde
τ
é ons-tante, temosdτ =
∂τ
∂x
dx +
∂τ
∂y
dy = 0.
(2.10)Rearranjando aequação anterior, podemos es rever
∂τ /∂x
∂τ /∂y
A
dy
dx
2
− 2B
dy
dx
+ C = 0
(2.12)a qualé uma equação algébri a ujas raízessão dadaspor:
dy
dx
=
B +
√
∆
A
edy
dx
=
B −
√
∆
A
(2.13) onde∆ = B
2
− AC
.As equações (2.13), são hamadasde equações ara terísti as esuas
res-pe tivas integrais de urvas ara terísti as. Dis utamos, separadamente,
ada uma das três possibilidades dodis riminante, asaber:
2.2.1 Tipo hiperbóli o
∆ > 0
Se
∆ > 0
háduasequações ara terísti as,logotemosduasfamíliasde urvas distintas.A primeira forma anni a da equação hiperbóli a é a equação original
reduzida à:
∂
2
u
∂ξ∂η
= H
1
ξ, η, u,
∂u
∂ξ
,
∂u
∂η
(2.14) ondeH
1
=
H
B
, omB 6= 0
.A segunda forma anni a, obtida através de uma mudança de variáveis
independentes do tipo,
α = ξ + η
β = ξ − η
∂
2
u
∂α
2
−
∂
2
u
∂β
2
= H
2
α, β, u,
∂u
∂α
,
∂u
∂β
.
(2.15)Este tipo de equação pode ser exempli ada poruma equação de
propa-gação de onda, também hamadade equaçãode d'Alembert [3℄.
2.2.2 Tipo parabóli o
∆ = 0
No aso em que
∆
é nulo, as equações ara terísti as são idênti as, logo, temos somenteuma urva ara terísti aξ
onstante(ouη
onstante) sendo a forma anni a dada por:∂
2
u
∂ξ
2
= H
3
ξ, η, u,
∂u
∂ξ
,
∂u
∂η
omη =
onstante, ou∂
2
u
∂η
2
= H
4
ξ, η, u,
∂u
∂ξ
,
∂u
∂η
omξ =
onstante.As equações parabóli as podem ser exempli adas porequações
asso ia-das aos problemas de difusão, também hamadade equaçãodo alor [3℄.
2.2.3 Tipo elípti o
∆ < 0
Observe que quando
∆
é negativo, as urvas ara terísti as são omplexas. Entretanto, se os oe ientesA
,B
eC
são funções analíti as, teríamos aprimeiraforma anni aelípti a. Desde que
ξ
eη
são omplexos onjugados, podemos deniruma nova mudança de variáveis:α =
1
2
(ξ + η)
eβ =
1
2i
(ξ − η)
oquenos onduzasvariáveisindependentes
α
eβ
reais. Efetuandoas trans-formações, obtemos:∂
2
u
∂α
2
+
∂
2
u
∂β
2
= H
5
ξ, η, u,
∂u
∂ξ
,
∂u
∂η
.
(2.16)Este tipo de equação está asso iado aos problemas advindos da
eletros-táti a, isto é, asso iados a um poten ial. Quando
H
5
= 0
, temos a equação de Lapla e. No aso em queH
5
é onstante ou possui dependên ia apenas emξ
eη
, temosa equação de Poisson [3℄.2.3 EDP do tipo misto
Na seção anterior, tratamos da lassi ação de uma EDP de segunda
or-dem, dependendo do valordo
∆
, onde o mesmo não muda seu sinal em um determinado domínio onsiderado. Agora, vamos trabalhar o aso em queestedis riminantemudadesinaldependendododomínioem onsideração,ou
ainda,quandoumaEDPpodeserde diferentestiposemdiferentes domínios.
F.Tri omi(1897-1978) foioprimeiroafazerum estudo ompleto sobre
a lassi ação de uma EDP linear de segunda ordem. Tri omi mostrouque
as hamadas partes prin ipais (termosdas derivadas de segunda ordem,
podem ser reduzidas na forma anni a.
Existem seis possíveis tipos para uma EDP dotipo misto,são eles:
•
EDPs Hiperbóli o -Elípti o de primeiro esegundo tipos•
EDPs Hiperbóli o -Parabóli o de primeiroe segundo tipos•
EDPs Elípti o- Parabóli o de primeiro esegundo tiposAsEDPshiperbóli o-elípti odoprimeiroesegundotipossão onhe idas
hoje omo equações de Tri omi [7℄. No aso, a equação do primeiro tipo é
importantenoestudodasdinâmi assubatmi asetransni asdosgases,jáa
equação dosegundo tipo, ujas ara terísti asenvolvemasretas parabóli as
Separação de variáveis
Vamos, neste apítulo, apresentar o método de separação de variáveis
as-so iado a uma EDP linear de segunda ordem onduzindo-a a duas EDOs,
bem omo o hamadométodode Fourier,quelevaem ontaas ondições de
ontorno e/ou ini iais.
3.1 Método de Fourier
Este método é um dos mais utilizados para a resolução de um problema
envolvendo uma EDP linear junto om ondições ini iais e/ou ondições de
ontorno por sua simpli idade. Para resolvermos um parti ular problema,
usamos a hamadaregra dos três passos,a saber:
(i)Apli amoso métodode separação de variáveisoumétodo produto,
(iii) Estas soluções serão ompostas ( ombinadas)de modoque o
resul-tado satisfaça a EDP, assim omo as ondiçõesdadas.
A sequên ia a ima, onstitui o hamado método de Fourier, para a
resolução de uma EDP linear ehomogênea.
3.2 Método de separação de variáveis
Para apli armos o método de separação de variáveis vamos supor
primeira-mente, que a equação esteja na forma anni a. Consideremos a seguinte
EDP linear, de segunda ordem ehomogênea, onforme 1 Capítulo 2
A
∂
2
u
∂ξ
2
+ 2B
∂
2
u
∂ξ∂η
+ C
∂
2
u
∂η
2
+ D
∂u
∂η
+ E
∂u
∂ξ
+ F u = 0
(3.1)onde os oe ientes
A
,B
,C
,D
,E
eF
são funções das variáveis inde-pendentesξ
eη
, assim omo a variável dependenteu = u(ξ, η)
. Como já vimos, é sempre possível en ontrar uma transformação de oordenadas dotipo
x = x(ξ, η)
ey = y(ξ, η)
, om o ja obiano diferente de zero, apaz de reduzir esta equação àforma anni a dotipo:a(x, y)
∂
2
u
∂x
2
+ c(x, y)
∂
2
u
∂y
2
+ d(x, y)
∂u
∂x
+ e(x, y)
∂u
∂y
+ f (x, y)u = 0
(3.2)onde
a = −c 6= 0
paraas equações hiperbóli as,a = 0
(ouc = 0
) paraasequações parabóli as e
a = c 6= 0
no aso das equações elípti as. 1No asodeumaEDP om
n
variáveisindependentesreduzimos,atravésdestemétodo,Vamos, então, supor que a solução
u(x, y)
da equação a ima possa ser es rita naforma doprodutou(x, y) = R(x)T (y),
onde a função
R(x)
depende somente davariávelx
eT (y)
depende somente da variávely
. Substituindo a funçãou(x, y)
es rita dessa formana equação (3.2), obtemosuma novaEDO envolvendo asfunçõesR
eT
:aT
d
2
R
dx
2
+ cR
d
2
T
dy
2
+ dT
dR
dx
+ eR
dT
dy
+ f RT = 0
(3.3)onde omitimos, dos oe ientes e das variáveis dependentes, a dependên ia
fun ional em
x
ey
.Suponhamosagoraquesejapossívelen ontrarumafunção
p(x, y)
talque, ao dividirmos a equação (3.3) por esta função, obtenhamos uma expressãoda forma:
T a
1
(x)
d
2
R
dx
2
+ Rb
1
(y)
d
2
T
dy
2
+ T a
2
(x)
dR
dx
+ Rb
2
dT
dy
+ [a
3
(x) + b
3
(y)]RT = 0.
(3.4)Dividindoesta equaçãopor
RT
temos, então, já rearranjado:a
1
R
d
2
R
dx
2
+
a
2
R
dR
dx
+ a
3
= −
b
1
T
d
2
T
dy
2
+
b
2
T
dT
dy
+ b
3
.
(3.5)Observe aquique, nestaigualdade, o ladoesquerdo ontém somente
fun-ções da variável
x
, enquanto que o lado direito envolve apenas a variávely
. Assim, podemos diferen iar ambos os lados da equação em relação ax
obtendo 2 :d
dx
a
1
R
d
2
R
dx
2
+
a
2
R
dR
dx
+ a
3
= 0.
(3.6) 2a
1
R
d
2
R
dx
2
+
a
2
R
dR
dx
+ a
3
= λ.
(3.7)onde a onstante
λ
é hamada de onstante de separação. Substituindo a equação (3.7) naequação (3.5) podemos, então, es rever:a
1
d
2
R
dx
2
+ a
2
dR
dx
+ (a
3
− λ)R = 0
(3.8)b
1
d
2
T
dy
2
+ b
2
dT
dy
+ (b
3
+ λ)T = 0
(3.9)quese onstituinumsistemadeduasEDOs,ambasdependendode
λ
. Assim,u(x, y)
ésolução daequação diferen ialpar ial seR(x)
eT (y)
são, respe ti-vamente, soluçõesdas equações (3.8) e (3.9).Até agora, onduzimos a EDP, de segunda ordem, linear e homogênea,
através do método de separação de variáveis, num onjunto de duas EDOs.
Porém,note queas equações a ima arregam, emsuas soluçõesgerais, duas
onstantes deintegração arbitrárias. Para determiná-lasdevemosre orrer ao
segundo passo dométodo, a apli açãodas ondições.
3.3 Condições de ontorno
Nosso problemaagora,resume-seemdeterminarassoluçõesdasduasEDOs,
obtidaspelaseparaçãodevariáveis,impondo-lhesquesatisfaçamas ondições
de ontorno do problema original. Vamos apresentar aqui apenas três tipos
de ondiçõesde ontorno,são elas:
(i)Condiçõesde Diri hlet[1805- Peter Gustav LejeuneDiri hlet-1859℄,
u(x, y)|
x=x0
= α(y),
onde
α
é onhe ida.(ii)Condiçõesde Neumann[1832 -CarlNeumann-1925℄, emqueédado
o valorda derivada da função para um erto valor
x = x
0
, istoé,∂
∂x
u(x, y)|
x=x0
= β(y),
onde
β
é dada.(iii)Condiçõesmistas, asquais forne em ovalor, para
h 6= 0
, de∂
∂x
u(x, y) + hu(x, y)|
x=x
0
= γ(y),
onde
γ
é onhe ida.Devemos notar que a es olha orreta do sistema de oordenadas é de
suma importân ia para que tenhamos ondições separadas. Além disso, as
ondições de ontorno dadas em
x = x
0
devem onter somente derivadas deu(x, y)
emrelação ax
, e seus oe ientes devemdepender apenas dex
.3.4 Solução do problema de partida
Finalmente, o ter eiro passo do método de Fourier onsiste em resolver o
sistema de EDOs orrespondentes e fazer om que as soluções satisfaçamas
Método de Frobenius
No Capítulo 3, introduzimos o método de separação de variáveis, o qual,
onsistebasi amenteemresolverumaEDP,linear,de segundaordem,
trans-formando-aemum sistemade duasEDOs. Assim,pre isamosentão,estudar
um método de omo resolveressas EDOs. Ométodode Frobenius 1
onsiste
fundamentalmente em onstruir uma solução da EDO de segunda ordem,
linear e homogênea, no aso de os oe ientes não serem onstantes, na
forma de série, em torno do ponto
x = x
0
, om um parâmetro livre, istoé, na seguinteforma:y(x) =
∞
X
n=0
a
n
(x − x
0
)
n+s
(4.1) 1FerdinandGeorgFrobenius,nas eunodia26deOutubrode1846,emCharlottenburg,
subúrbiodeBerlim. Fezgrandes ontribuiçõesparaateoriadasEquaçõesDiferen iaisea
TeoriadeGrupos. EstudougrandepartedasuavidaemBerlim,mastrabalhouemZüri h
onde
a
0
6= 0
es
é o parâmetro e, visto que, é sempre possível deslo ar a singularidade sem mudar essen ialmente a ED, é su iente onsiderar quex = x
0
+ z
erestringirmos,sem perda de generalidade,nosso estudo ao aso do pontoz = 0
.Então, vamos onsiderar somente a seguinte série, voltando em
x
,y(x) =
∞
X
n=0
a
n
x
n+s
oma
0
6= 0
es
oparâmetro.Antes de ontinuar om o desenvolvimento dométodode Frobenius,
va-mos introduziro on eito de pontosingular regular.
Vistoqueseum pontonão éum pontoordinário 2
,asso iadoaumaEDO,
ele deve ser um ponto singular, vamos denir o on eito de ponto singular.
E no aso emquetemosum pontosingulardevemos lassi á-lo omosendo
um pontosingular regularou um pontosingular irregular.
4.1 Denição
Um ponto
x = x
0
asso iado a EDOp(x)
d
2
dx
2
y(x) + q(x)
d
dx
y(x) + r(x)y(x) = 0
(4.2)onde
p(x)
,q(x)
er(x)
são funçõespolinomiaisé dito ponto singular regular se oslimites:lim
x→x
0
(x − x
0
)
q(x)
p(x)
2lim
x→x
0
(x − x
0
)
2
r(x)
p(x)
são nitos. Caso ontrário opontoé hamadopontosingular irregular[6℄.
4.2 O método de Frobenius
Porrazõespedagógi asvamosintroduzirométododeFrobenius onsiderando
a EDO hamadaequação de Bessel(1784 - 1846) de ordem
µ
, dada por:x
2
d
2
dx
2
y(x) + x
d
dx
y(x) + (x
2
− µ
2
)y(x) = 0
(4.3)onde
µ
éum parâmetro, emprin ípioarbitrário. O aso geralé dis utido na referên ia [8℄.Para obtermos uma solução válida emuma vizinhança da origem,
onsi-deramos uma série doseguinte tipo:
y(x) =
∞
X
n=0
a
n
x
n+s
,
om
a
0
6= 0
es
um parâmetro, emprin ípio,arbitrário.Cal ulandoa primeirae segunda derivadas, temos,respe tivamente,
d
dx
y(x) =
∞
X
n=0
(n + s)a
n
x
n+s−1
ed
2
dx
2
y(x) =
∞
X
n=0
(n + s)(n + s − 1)a
n
x
n+s−2
.
jando obtemos:
∞
X
n=0
[(n + s)(n + s − 1) + (n + s) − µ
2
]a
n
x
n+s
+
∞
X
n=0
a
n
x
n+s+2
= 0.
Podemos notar laramente, que existem duas diferenças fundamentais
relativamente aodesenvolvimentoemsérie de Taylor, a saber:
(i) Os índi es do somatório da primeira derivada e da segunda derivada
não mudaram;
(ii)somentese
s
éigual azeroobtemosexatamenteasérie de Ma laurin.Mudandoo índi edo segundo somatório,
n = k − 2
podemos es rever:∞
X
k=0
[(k + s)(k + s − 1) + (k + s) − µ
2
]a
k
x
k+s
+
∞
X
k=2
a
k−2
x
k+s
= 0.
Paratermososíndi esdepartidaiguaisdevemosexpli itarosdois
primei-rostermosnoprimeirosomatório,emseparado,paraquepossamosrearranjar
os demaisem um úni o somatório, já efetuandoa volta para oíndi e
n
:[s(s − 1) + s − µ
2
]a
0
x
s
+ [s(s + 1) + (s + 1) − µ
2
]a
1
x
s+1
+
∞
X
n=2
{[(n + s)
2
− µ
2
]a
n
+ a
n−2
}x
n+s
= 0.
Desta igualdade, podemos es rever
s
2
− µ
2
= 0
(4.4)[(s + 1)
2
− µ
2
]a
1
= 0
[(n + s)
2
− µ
2
]a
n
+ a
n−2
= 0,
n ≥ 2.
auxiliar, enquanto que a ter eira delas para um valor de
s
, é a hamada fórmula de re orrên ia que, neste aso, rela iona o enésimo termo omo termo de ordem
n − 2
. A segunda das equações, aquela que envolve o oe ientea
1
não tem um nome espe í o.A partirda equação indi ial,equação (4.4),podemos es rever
s = ±µ
isto é,os hamados expoentes.
Substituindoos valores de
s
na segunda equação, temos:[(±µ + 1)
2
− µ
2
]a
1
= 0.
Expli itandootrinmio quadradoperfeito temos:
(1 ± 2µ)a
1
= 0,
de onde podemos on luirque:
µ = ∓
1
2
⇒ ∀a
1
6= 0
eµ 6= ∓
1
2
⇒ a
1
= 0.
Substituindo esses dois resultados na fórmula de re orrên ia, obtemos
nalmente:
[(n ± µ)
2
− µ
2
]a
n
+ a
n−2
= 0
ou ainda,na formaa
n
= −
a
n−2
n(n ± 2µ)
,
om
n ≥ 2
. Noteque, seµ
é um númerointeiroou um número semi-inteiro, o denominadorpode tornar-se nulo.Daquiemdiante, éne essáriofazeraes olharelativamenteaoparâmetro
µ
, até então arbitrário. Es olhamosµ
de maneiradidáti ae onveniente: (i)Paraµ =
1
4
, temos que as raízes daequação auxiliarsão distintas, ou seja,s
1
=
1
4
es
2
= −
1
4
. E, vistoque,µ 6= ±
1
2
,temos quea
1
= 0
eda relação de re orrên iaobtemosa
n
= 0
paran
ímpar. Por issopodemos es rever:a
n
= −
a
n−2
n(n ±
1
2
)
om
n = 2, 4, 6, . . .
Paran
ímpar temos:a
2n
= −
a
2n−2
n(4n ± 1)
om
n = 1, 2, 3, . . .
Com isso, obtemosduas soluções linearmente independentes da equação
diferen ial, umaasso iada à raiz
s
1
=
1
4
eoutra asso iada à raizs
2
= −
1
4
.(ii) Consideremos agora,
µ = 0
. A equação indi ial admite raiz dupla,isto é,
s = 0
. Mais uma vezµ 6= ±
1
2
e entãoa
1
= 0
bem omo os demais ímpares. A relaçãode re orrên ia agora nos forne erá:a
2n
= −
a
2n−2
4n
2
om
n = 1, 2, 3,
...De onde obtemos uma úni a solução da equação diferen ial. Uma outra
solução linearmenteindependente pode ser pro urada atravésdo método de
(iii)Consideremos agora
µ =
1
2
. As raízesda equaçãoindi ial sãos
1
=
1
2
es
2
= −
1
2
. No aso emques
1
=
1
2
temosa
1
= 0
o que impli aem todos os termos de índi es ímparesserem nulos, eda relaçãode re orrên ia temos:a
n
= −
a
n−2
n(n + 1)
om
n = 2, 3, 4,
....Aqui obtemossomenteuma solução. Em relaçãoao aso emque
s = −
1
2
temos
a
1
arbitrárioe afórmulade re orrên ia é dada por:a
n
= −
a
n−2
n(n − 1)
om
n = 2, 3, 4,
....Vistoque temos duas onstantes arbitrárias
a
0
ea
1
, ambas diferentes de zero, esta raiz, a menorraiz, nos forne e uma solução geral daED ouaindaduas soluçõeslinearmenteindependentes obtidas omo desenvolvimento em
série. Pode-se ainda mostrar que a solução obtida om a maior raiz, é um
aso parti ular daquela obtida om amenor raiz.
(iv) Consideremos
µ = 1
. As raízes da equação indi ial sãos
1
= 1
es
2
= −1
. No aso em ques = 1
temosa
1
= a
3
= · · · = 0
logodafórmula de re orrên ia temos:a
n
= −
a
n−2
n(n + 2)
om
n = 2, 3, 4, . . .
Aqui, também, obtemos somente uma solução. Por outro lado,
relativa-mente ao aso em que
s = −1
temos aindaa
1
= a
3
= a
5
= · · · = 0
e da fórmulade re orrên ia temos:que para
n = 2
impli a ema
0
= 0
, ontrariando a hipótesea
0
6= 0
e assim, tal expoente não forne e uma solução.Comojá foi men ionadono omeçodeste trabalho, hámuitos problemas
físi os que podem ser dis utidos através de uma EDO, linear e de segunda
ordem. Em relação às equações om oe ientes onstantes, temos omo
exemplos,oestudo devibraçõesme âni as,osistemamassa-mola, o ir uito
elétri o RLC, dentre outros.
Por outro lado, quando tratamos de oe ientes não onstantes, surge
uma outra lasse de funções, as hamadas Funções Espe iais, dentre as
quais podemos itar as funções ilíndri as, mais espe i amente, as funções
de Bessel, que apare em em problemas que apresentam simetria ilíndri a,
porexemplo, ondução de orrente num o, bem omo as funções esféri as,
mais espe i amente asfunções de Legendre, que se apresentam em
proble-mas omsimetriaesféri a omoporexemplo,oestudodopoten ialemtorno
de uma superfí ieesféri a [5,9, 10℄.
AsfunçõesdeBesselrepresentamum asoparti ularda hamadaequação
hipergeométri a onuente enquanto que as funções de Legendre se
onsti-tuem num aso parti ular da hamada equaçãohipergeométri a,uma EDO,
linear,de segundaordeme oe ientes variáveis. Aequaçãohipergeométri a
pode ser onsiderada o aso geral de uma equação diferen ial de segunda
ordem om três pontossingulares regulares etrês parâmetros, in luindoum
pontosingularnoinnito,enquantoqueda onuên iadedoisdestespontos,
O problema de forças entrais
Este apítulotem omo objetivo re uperar asleis de Kepler 1
, asso iadas ao
movimentoplanetário,emparti ular,obteraleidasáreasedis utirtambém
as possíveis órbitas.
O movimento de um sistema om dois orpos sofrendo uma força
di-re ionada sobre uma reta ontendo os entros desses dois orpos, isto é, a
1
Johannes Kepler (Figura5.1), nas ido nodia27 deDezembrode1571, em Weilder
Stadt,pertodeStuttgart,Alemanha, foiumastrnomo,matemáti oeastrólogoalemão.
Umadassuasmaiores ontribuiçõessãoastrêsleisfundamentaisdame âni a eleste-Leis
de Kepler. Keplerviveunuma épo aonde nãohavianenhuma distinção entre astrologia
e astronomia, mas havia uma forte distinção entre astronomia e a físi a. Seus estudos
ini iaistinham omoobjetivoseguira arreirateológi a,porém,porserprotestante,sofreu
pressõesdaigreja atóli aea abousendoexilado. FoientãoparaPragaondetrabalhou
omoastrnomojunto omTy hoBrahe,ein orporouargumentosreligiososeora io ínio
emseutrabalho,motivadopela onvi çãoreligiosadequeDeus havia riadoomundode
a ordo omumplanointeligível,queéa essívelatravésdaluz naturaldarazão. Morreu
força entral éumproblemafísi oextremamenteimportante. Oproblemade
Kepler apresenta-se em muitos ontextos, entre eles, desempenha um papel
importanteno ampodame âni a eleste. Comoexemplostemosumsatélite
que move-se sobre um planeta, um planeta sobre seu sol, ou duas estrelas
bináriassobresi. OproblemadeKeplerétambémimportantenomovimento
de duaspartí ulas arregadas,ouainda,oátomode hidrogêneo,oqualpode
ser des ritoemtermos da lássi a força entral entre dois orpos.
O problema de Kepler e o problema do os iladorharmni o simples são
os dois problemas fundamentais dentro do me anismo lássi o. O problema
de Kepler é usado frequentemente para desenvolver métodos novos nessa
área, omo lagrangeanos, hamiltonianos e equação de Hamilton-Ja obi. O
problema de Kepler onserva também o vetor de Lapla e-Runge-Lenz, que
planetáriopoderiaserexpli adointeiramenteporme anismos lássi osepela
lei dagravitação de Newton.
Emastronomia, o matemáti oe astrnomo alemão,Johannes Kepler
es-tudou asobservaçõesdoastrnomo dinamarquêsTy hoBrahe. Porvoltade
1605, Kepler des obriu que asobservações de Brahe seguiamtrês leis
mate-máti as relativamente simples. As leis de Kepler do movimento planetário
são as três leis matemáti as que des revem o movimento dos planetas no
sistema solar.
As leis de Kepler desaaram a Astronomia e a Físi a de Aristóteles e
de Ptolomeu. Sua primeira armação de que a Terra se movia, em órbitas
elípti as esua prova de que asvelo idades dos planetasvariavam,mudaram
a AstronomiaeFísi a. Nãoobstante, aexplanação físi ado omportamento
dos planetasveioquase um sé ulomaistarde,quando Isaa Newton deduziu
as leisde Keplera partir das própriasleisda gravitação universal, usandoa
geometria Eu lideana lássi a.
5.1 Equações diferen iais e suas integrais
Nesta seção vamos utilizar o formalismo lagrangeano a m de estudar o
problema de forças entrais. Vamos nos limitar aoproblema onde aenergia
poten ial depende apenas da distân ia radial,
r
, o que impli a que a força tem a direção do vetor~r
. Visto que este sistema possui simetria esféri a, temos a onservação dovetormomentoangulartotal,L = ~r × ~p
~
, onformeaMe âni aVetorial,oqueimpli aque
~r
ésempreperpendi ular àdireçãoxa deL
~
noespaço, istoé,~r
perten e a um plano uja normalésempre paralela aL
~
.O movimentode uma partí ulano espaço pode ser des rito por três
o-ordenadas, por exemplo, neste aso, as oordenadas polares esféri as são
as mais onvenientes. Sejam
r
, a distân ia radial;θ
, o ângulo azimutal eΨ
, o ângulo zenital. Por simetria tomamos o eixo polar na direção deL
~
a m de que o movimento o orra no plano perpendi ular ao eixo polar. Comesta imposiçãoa oordenada
Ψ
é onstante e igual aπ/2
o que nos permite eliminá-la.Diante do a ima exposto, a lagrangeana, denotada por
L
, es rita em termos das oordenadas polares,é dada porL
= T − V
=
m
2
˙r
2
+ r
2
˙θ
2
− V (r)
onde
m
é a massa eV (r)
é a energia poten ial, dependendo apenas da dis-tân ia radial.2
Sabemos que a oordenada
θ
é í li a (ou ignorável) uma vez que não apare e expli itamentenalagrangeana,deonde on luímosqueoorrespon-dente momento anni o é o momentoangulardo sistema
p
θ
=
∂L
∂ ˙θ
= mr
2
˙θ.
2
A ompanhamosanotaçãoempregada,emgeral,pelos físi os,istoé,
˙r
denotaaderi-vada temporalde
r
. Note queestassão todasvariáveises alares, advindasdaMe âni a˙p
θ
=
d
dt
(mr
2
˙θ) = 0
uja integração forne e (integral primeira)a onservação domomento
mr
2
˙θ = ℓ
(5.1)onde
ℓ
é o módulo ( onstante) domomentoangular.Ainda mais, apartir desta equação de movimentopodemos es rever
d
dt
1
2
r
2
˙θ
= 0
ou seja,1
2
r
2
˙θ
é a hamada velo idadeareolar,istoé, aárea varridapeloraio
vetor na unidade de tempo. Então, a onservação do momento angular
im-pli a na onstân ia davelo idadeareolarevi e-versa. Como aso parti ular
de forças inversamente propor ionais ao quadrado da distân ia, esta é uma
prova dasegunda leide Kepler,a saber:
Oraiovetor varre áreasiguais em tempos iguais
Enm, a outra equação de Lagrange (uma para ada oordenada)
asso- iada à oordenada radial,
r
, éd
dt
(m ˙r) − mr ˙θ
2
+
∂V
∂r
= 0
ou ainda,após aderivada ser efetuada,na forma