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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA

NOVA MEDICAL SCHOOL | FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

Estágio Profissionalizante – 6º ano

Mestrado Integrado em Medicina

Ano Letivo 2018/2019

Relatório Final de Estágio

© Nelson Santos

Sandra Romão Évora

Turma 3 Nº2005156

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Índice

Introdução e Objetivos ... 3

Descrição Geral de Atividades ………... 4

1. Cirurgia Geral ………...….………...………... 4

2. Medicina Interna ... 5

3. Saúde Mental …... 6

4. Medicina Geral e Familiar ….……….…………... 7

5. Pediatria ………..…... 7

6. Obstetrícia e Ginecologia ……….…... 8

Elementos Valorativos ………..………..………. 8

Reflexão Crítica ... 9

Anexos ... 11

I. Organização dos Estágios Parcelares ………...……..………….……... 11

II. Listagem Tutores, Regentes e Sessões Apresentadas ... 11

III. Certificado Curso TEAM …... 12

IV. Certificado XVIII Encontro de Saúde Militar da CPLP ….……….……... 13

V. Comprovativo de presença e Programa da Convenção Nacional de Saúde ... 14

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Introdução e Objetivos

O Estágio Profissionalizante do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da Faculdade de Ciências Médicas/Nova Medical School (FCM/NMS) tem como principal objetivo a preparação para a prática clínica, sendo essencial ao estudante de Medicina e ao seu futuro. Deste modo foram organizados estágios práticos parcelares em especialidades nucleares, nomeadamente Cirurgia Geral, Medicina Interna, Saúde Mental, Medicina Geral e Familiar (MGF), Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia (anexo I). Durante os estágios práticos parcelares, fui envolvida na prática clínica do hospital ou Unidade de Saúde Familiar (USF), num modelo de medicina tutelada, ou seja, complementada com um acompanhamento assegurado, permitindo-me aplicar os conhecimentos teóricos e práticos adquiridos em anos anteriores, tendo um papel mais ativo e recompensador. A realização destes estágios deu-me uma visão global de várias vertentes da Medicina, o que se torna fundamental para a escolha da orientação profissional futura. Outro ponto muito relevante é a comunicação, sobretudo com os doentes, familiares, mas também a comunicação interpares e com outros profissionais de saúde.

Sendo este o último ano de estágio em Medicina, antes da prática clínica do futuro médico, existem vários objetivos gerais e de aprendizagem que devem ser atingidos. Tendo sempre uma perspetiva biopsicossocial, devo alcançar transversalmente a todas as especialidades supramencionadas, as seguintes competências: conhecer as principais patologias da criança e do adulto em Portugal; saber os princípios gerais de atuação em cada uma; efetuar a colheita de dados anamnésicos e de exame físico; reconhecer critérios de gravidade, situações de urgência e de emergência; interpretar meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT’s); discutir diagnósticos; propor orientações terapêuticas; estabelecer uma boa comunicação e relação com os doentes; manter um comportamento adequado em ambiente hospitalar demonstrando assiduidade, pontualidade, rigor científico, integridade e confidencialidade.

Para além destes objetivos, cada especialidade propôs objetivos específicos. Em Cirurgia Geral devo: conhecer e saber aplicar a linguagem e a terminologia cirúrgicas; conhecer as principais síndromes cirúrgicas; saber executar as técnicas de pequena cirurgia mais comuns e conhecer as técnicas de anestesia e de assepsia necessárias para o efeito. Em Medicina Interna foi-me pedido para: referenciar apropriadamente as situações clínicas que o requeiram; elaborar notas de alta e diários clínicos dos doentes; e desenvolver capacidade de exposição pública de situações clínicas. No estágio de Saúde Mental é fundamental: identificar sintomas de perturbação psiquiátrica e diferenciá-los do funcionamento psicológico normal do indivíduo; situar o doente no seu contexto social, laboral e familiar; identificar situações individuais e sociais de risco. Em MGF é importante: utilizar o tempo como recurso; e identificar riscos de saúde e efetuar medidas preventivas. Na Pediatria devo ainda: saber os princípios gerais da atuação nas doenças mais comuns do adolescente; e saber comunicar com a família. Por fim em

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Ginecologia e Obstetrícia: observação e realização de vários procedimentos na área (como exame ginecológico, auscultação fetal, citologia, entre outros).

A título pessoal, acrescento ainda diversos objetivos pessoais como: sedimentar os conhecimentos adquiridos ao longo dos seis anos de curso; esclarecer todas as possíveis dúvidas; desenvolver o meu raciocínio clínico; aprofundar conhecimento sobre terapêutica, nomeadamente quais os fármacos mais usados, cálculos e dosagens; realizar o máximo de procedimentos práticos possível; desenvolver capacidades de autonomia; desenvolver capacidades de preletora; aprender a gerir o tempo de consulta; e ganhar experiência no uso de softwares clínicos.

Com o presente relatório, pretendo assim apresentar a importância do estágio profissionalizante e seus objetivos gerais e específicos, assim como os meus objetivos pessoais (já mencionados nesta introdução). Apresento uma breve descrição das atividades clínicas e formativas decorrentes nos vários estágios parcelares, e ainda dos elementos valorativos para a minha formação, concluindo com uma reflexão crítica aos estágios parcelares onde faço uma análise sobre o atingimento ou não dos objetivos a que me propus, mencionando aspetos a desenvolver no futuro. Por fim, reservo espaço para os anexos e glossário.

Descrição Geral de Atividades

O estágio profissionalizante, composto por 6 estágios parcelares, regido pelo Professor Doutor Rui Maio decorreu em diversos hospitais e USF, sendo cada um orientado sob um tutor diferente (ver anexo I e II). Na grande maioria enquadrei-me em ambiente de internamento, consulta externa e serviço de urgência, com a finalidade de contactar com uma maior diversidade de patologias e abordagens.

1. Cirurgia Geral

O estágio de Cirurgia decorreu na primeira semana no Hospital Beatriz Ângelo, onde tive a oportunidade de assistir às aulas teóricas e teórico-práticas, com temas essenciais e muito enriquecedores da área cirúrgica, mas também de nutrição, gestão, psicologia, comunicação, entre outros. Frequentei o curso TEAM (Trauma Evaluation and Management). Nas restantes 7 semanas decorreu no Hospital CUF Infante Santo, período onde fui orientada pelo Dr. Nelson Silva, acompanhando-o na sua atividade clínica.

Relativamente às consultas externas a que assisti, dividiam-se em 1ª vez ou de seguimento, e ainda em cirurgia geral, gastroenterologia ou proctologia. Além da simples observação, participei no exame objetivo e tratamentos em sala de enfermagem, onde retirava suturas/agrafos e ajudava noutros procedimentos.

No bloco operatório, contactei com uma diversidade de patologias e procedimentos cirúrgicos, sendo a maioria das cirurgias por via laparoscópica, no entanto também se realizaram cirurgias por laparotomia e

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por robótica. As hernioplastias, colecistectomias e apendicectomias foram as mais frequentes. Das 62 cirurgias assistidas, tive o privilégio de participar como 1ª ou 2ª ajudante em 7.

Diariamente fazíamos visita ao internamento, onde observámos os doentes internados no pós-operatório, os doentes propostos para cirurgia eletiva e ainda doentes de outra especialidade que necessitavam de avaliação cirúrgica. Participei assim na observação, recolha de alguns dados de anamnese, exame objetivo, requisição e interpretação de MCDT’s e ainda no tratamento na cama dos doentes, como realização de pensos e de algumas técnicas de tratamento como drenagem de abcessos. Tive ainda oportunidade de realizar diários clínicos, notas de alta, e informar alguns cuidados pós-alta ao doente.

Deslocámo-nos algumas vezes ao Serviço de Urgência (SU), sobretudo por casos de abcessos, hérnias inguinais e hemorragia de colostomia.

Apresentei em trabalho de grupo uma sessão teórica sobre “Tumores do intestino delgado”; uma história clínica; e ainda em mini-congresso de Cirurgia, um caso clínico de título: “Um pâncreas… dois tumores”.

2. Medicina Interna

Realizei o estágio parcelar de Medicina Interna, sob a tutela da Dra. Ascension López, no serviço de Medicina Interna do Hospital das Forças Armadas de Lisboa. Neste estágio fui enquadrada sobretudo em ambiente de enfermaria. Aqui fui assumindo autonomia e responsabilidade progressivas, fazendo acompanhamento de dois ou três doentes diariamente. Observei os doentes internados, recolhi dados de anamnese, procedi a exames objetivos, observei registos de vigilâncias, interpretei MCDT’s, realizei diários clínicos, requisitei novos exames complementares de diagnóstico quando necessário, discuti cada caso com a minha tutora e iniciei ou otimizei terapêutica. Relativamente a procedimentos médicos, realizei por inúmeras vezes gasimetrias arteriais, realizei punções venosas, retirei cateteres venosos centrais, colhi amostras para culturas, observei ecocardiogramas transtorácicos, entre outros. Tive ainda oportunidade de realizar notas de entrada, notas de alta, e ao entregá-las, revelar também alguns cuidados pós-alta ao doente. Quantitativamente, estive encarregue de 18 doentes (11 homens e 7 mulheres), com uma idade média de 69 anos, alguns destes com patologia incomum, mas maioritariamente com patologias comuns (sobretudo respiratórias ou cardiovasculares).

Apresentei ainda doentes em visitas médicas, participei no em sessões formativas, conferência (XVIII Encontro de Saúde Militar da CPLP) e no “Journal Club”, onde apresentei o artigo “Vitamin D Supplements and Prevention of Cancer and Cardiovascular Disease”. Recolhi e apresentei uma história clínica sobre pneumonia de aspiração. No final do estágio apresentei um caso clínico com revisão teórica sobre “Colite Ulcerosa com Citomegalovírus positivo”.

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Uma vez semanalmente, apresentei-me no SU do Hospital São José tendo sido orientada pela Dra. Ruth Correia ou pela Dra. Teresa Fevereiro. Observei e abordei 23 doentes (15 mulheres e 8 homens), com uma idade média de 61 anos. Saliento que houve vários casos de doentes idosos, com síncope, lipotímia ou prostração com multipatologias de base, polimedicados, frequentemente desnutridos ou desidratados, sem o acompanhamento devido em ambulatório. Realizei ainda alguns procedimentos invasivos como zaragatoas da gripe, diversas gasimetrias arteriais e colheita de sangue da artéria femoral.

Tive também a hipótese de lidar e comunicar com outros profissionais de saúde como enfermeiros, mas também com auxiliares, técnicos de cinesoterapia respiratória, familiares dos doentes, entre outros.

3. Saúde Mental

Nos primeiros dois dias do estágio o ensino foi baseado em aulas teóricas (de conteúdo prático), e nos restantes dias enquadrei-me no ambiente hospitalar do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, sob a tutela da Dra. Luísa Gil, em contexto de doença aguda, sobretudo em internamento. Ao longo do estágio, observei a realização de entrevistas clínicas aos doentes, tendo a oportunidade de acrescentar algumas questões no final de cada uma. Posteriormente discutia cada caso com a minha tutora, sobretudo sobre o exame de estado mental, hipóteses diagnósticas e terapêutica. Observei a realização de diários clínicos, pedidos de exames, notas de entrada e de alta. Tive a oportunidade também de assistir a entrevistas com os familiares, fundamentais para conseguirmos compreender o estado basal do doente e suas alterações no momento, assim como para avaliar a sua inter-relação, e ainda obtermos outros dados, sobretudo em casos em que o doente não colabora. Foi fundamental a comunicação com outros profissionais de saúde como enfermeiros, mas também com a psicóloga e assistentes sociais, de modo a visualizar o doente numa perspetiva biopsicossocial e auxiliar a gestão do doente, sobretudo no pós-alta.

No internamento, observei um total de 15 doentes (7 homens e 8 mulheres), com uma idade média de 40 anos, sendo os diagnósticos mais prevalentes: depressão psicótica, esquizofrenia e perturbação bipolar. Em consulta externa, observei patologia psiquiátrica variada, mas maioritariamente controlada.

Uma vez semanalmente, apresentei-me no SU do Hospital São José, onde observei casos em eventos agudos, alguns com necessidade de contenção, e ajudei na recolha dados de anamnese, na requisição de MCDT’s quando necessário, opções terapêuticas e observei a instituição de terapêutica. Saliento que houve vários casos de doentes do sexo masculino, na 5ª década de vida com esquizofrenia sintomática por terem cessado a medicação, e diversos casos com poucos ou nenhuns dados fornecidos pelos doentes.

Assisti ainda às aulas de internato e às reuniões de serviço. Durante o estágio, realizei também uma entrevista clínica e apresentei a respetiva história clínica sobre perturbação depressiva major.

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4. Medicina Geral e Familiar

O estágio decorreu na USF Feijó, sob a tutela da Dra. Cátia Cerqueira. Assisti a uma diversidade de tipos de consultas de MGF: saúde do adulto, saúde materna, saúde infantil e juvenil, planeamento familiar e consultas de intersubstituição (ou consulta aberta), revelando uma grande amplitude de faixas etárias, patologias e vigilâncias. Na sua maioria, as consultas a que assisti eram consultas programadas de adultos, sobretudo direcionadas ao programa de vigilância da Hipertensão Arterial e/ou da Diabetes mellitus.

As consultas de intersubstituição realçaram a importância da anamnese e exame objetivo dirigido, terapêutica aguda e os cuidados não farmacológicos a ter. Realizei o exame objetivo em todas as consultas e conduzi de forma autónoma algumas consultas (cerca de 20), o que foi bastante didático. Observei ainda a consultas com procedimentos administrativos como: Certificados de Incapacidade Temporária para o trabalho, atestados médicos para renovação da Carta de Condução, referenciação, entre outras. Assisti também a consultas médicas no domicílio, assim como de enfermagem.

Elaborei um folheto informativo sobre “Cuidados a ter na Gastrite” sendo destinado em particular aos utentes que manifestem sintomatologia sugestiva, de modo a esclarecer medidas não farmacológicas para o alívio dos sintomas.

5. Pediatria

O estágio parcelar de Pediatria decorreu no Hospital D. Estefânia, sendo orientada pela Dra. Raquel Santos, onde me enquadrei em ambiente de internamento (unidade de nefrologia), consulta externa e serviço de urgência, tendo por vezes assistido a consultas externas de outros médicos de outras áreas da Pediatria como endocrinologia, pedopsiquiatria, pediatria geral, entre outras, com a finalidade de contactar com uma maior panóplia de patologias e abordagens.

Ao longo do estágio, observei e realizei colheita de dados de anamnese, exame objetivo, discutia cada caso, sobretudo sobre MCDT’s e seus resultados, assim como alterações da terapêutica. Observei e ajudei na realização de diários clínicos, pedidos de exames, notas de entrada e de alta, sendo a maior parte dos casos de Síndrome Nefrótico ou Doença Renal Crónica. No SU tive oportunidade de observar maior diversidade de patologias e maior riqueza semiológica, sobretudo para as mais prevalentes em idade pediátrica, relembrando as terapêuticas mais usadas, cálculos e dosagens. Assisti ainda a reuniões clínicas, reuniões de serviço, aulas SOFIA, aula teórico-prática de imunoalergologia, assisti ao workshop de urgência e participei no seminário final com o trabalho de grupo “Comunicação com a criança e a família”.

Durante o estágio, realizei também uma entrevista clínica aos pais de um doente e apresentei a respetiva história clínica.

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6. Ginecologia e Obstetrícia

O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia decorreu no Hospital São Francisco Xavier, sob orientação do Dr. Fernando Cirurgião. Frequentei cada uma destas áreas durante duas semanas, pelo que consegui observar uma variedade de vertentes como: SU, bloco operatório, ecografia ginecológica e obstétrica, enfermaria ginecológica e obstétrica, consulta de ginecologia, de obstetrícia, de diagnóstico pré-natal e de patologia do colo.

No SU observei cerca de 17 partos (7 distócicos - 4 cesarianas e 3 instrumentais - e restantes eutócitos), realização de anestesia epidural, indução de trabalho de parto, episiotomias, gravidez ectópica, interpretação de CTG, exame ginecológico, ecografias por aborto retido e metrorragias, entre muitos outros casos e/ou procedimentos. No bloco operatório observei laqueação tubária bilateral via laparoscópica, extração de implante, histeroscopias com remoção de pólipos, histerectomias, anexectomias, entre outras, tendo participado em 2 cirurgias. Realço o facto de ter realizado consultas obstétricas de 3º trimestre de forma autónoma e de ter realizado procedimentos como exames ginecológicos, remoção de algália e mudança de pensos de ferida cirúrgica.

Assisti semanalmente a reuniões de serviço com sessões formativas, onde apresentei um trabalho de grupo com o tema “Varicela na Gravidez”.

Elementos Valorativos

A 13 e 14 de Setembro de 2018, realizou-se o curso TEAM (Trauma Evaluation and Management), organizado pela ATLS Portugal e pela Sociedade Portuguesa de Cirurgia, segundo o formato educativo proposto pelo American College of Surgeons para estudantes de Medicina. Neste último dia, estive presente na componente prática do curso TEAM, realizada no edifício da Biblioteca da FCM/NMS-UNL, onde fui certificada. (ver anexo III)

Tive também o privilégio de assistir a uma conferência na Fundação Champalimaud – XVIII Encontro de Saúde Militar da CPLP, assistindo a diversas palestras interessantes desde “O ensino de técnicas de emergência em combate na Marinha Portuguesa”, “Diarreia do viajante: revisão de evidência de apoio a um protocolo de atuação das Forças Armadas Portuguesas”, a “Malária: a problemática da quimioprofilaxia e tratamento em contexto militar”, entre muitas outras. Foram todos, de uma maneira geral, bastante interessantes e didáticos. (ver anexo IV)

Assisti ainda à Convenção Nacional de Saúde no Centro de Congressos de Lisboa, no dia 18 de Junho de 2019, onde foi discutida a situação da saúde nacional e se demonstrou algumas das suas fragilidades e tentativas de combate às mesmas. (ver anexo V – aguardo certificado)

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Reflexão Crítica

Quando entrei em Medicina, tinha como único objetivo curar os doentes. Depois de todo este processo formativo, aprendi que nem sempre esse objetivo é cumprido. No entanto, muito se pode fazer para prevenir, abordar, tratar ou confortar os doentes. Como referido no livro O licenciado médico em Portugal: “A definição e a explicitação clara do que o médico deve saber, saber fazer e como comportar-se perante o doente e a comunidade, constitui um passo essencial (…)”. Deste modo, dei início a este ano letivo com bastante entusiasmo, uma vez que o estágio profissionalizante tem como principal objetivo a preparação para a prática clínica, com crescente autonomia, através da aquisição de conhecimentos e aplicação dos mesmos em contexto clínico, permitindo-me ter um papel mais ativo e recompensador.

Assim sendo, foi-me permitido observar e efetuar de forma autónoma a abordagem a diversas patologias, procedimentos e interpretações da anamnese, exame objetivo e MCDT’s, sobretudo nas patologias mais frequentes da realidade da população portuguesa.

A passagem pelas várias vertentes das especialidades como internamento, consultas externas, bloco operatório e SU, deram-me oportunidade de ver os doentes em diferentes contextos, e qual a melhor abordagem em cada uma delas, aprendendo não só a gerir o tempo mas também a estabelecer relação médico-doente. Sucintamente passo a expor algumas valências que adquiri nos estágios parcelares:

No estágio de Cirurgia, o tempo passado no bloco operatório foi bastante enriquecedor para a minha formação. Para além do reforço da prática da desinfeção cirúrgica, pude ainda sedimentar os meus conhecimentos sobre todo o processo de preparação pré-operatório, nomeadamente através da familiarização com os procedimentos anestésicos, cuidados de enfermagem e comportamentos a adotar no bloco operatório. No internamento aprendi a observar a evolução de uma ferida cirúrgica, avaliar o conteúdo e funcionalidade dos drenos, e estar atenta ao restabelecimento do trânsito intestinal e despiste de complicações. Das consultas externas destaco a oportunidade de realizar colheita de dados de anamnese, exame objetivo, levantar hipóteses diagnósticas, interpretar MCDT’s e propor terapêutica.

A Medicina Interna é uma especialidade basilar dos cuidados de saúde, representando um espectro muito alargado de patologias, diagnósticos e abordagens terapêuticas. Nesta especialidade, todo o raciocínio é multissistémico e deve ter em mente uma visão global e integradora do doente. Aprendi a acompanhar diariamente a evolução do estado clínico de um doente, a estar atenta a alterações e a adaptar a terapêutica às mesmas, melhorando o meu raciocínio clínico diagnóstico. Todos os casos do SU foram extremamente relevantes para a minha aprendizagem, no contexto de importância do raciocínio clínico rápido, MCDT’s, terapêutica, reavaliação constante dos doentes e necessidade de ação rápida. Outro ponto muito positivo foi a crescente autonomia e sensação de utilidade.

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como os abordar, e possivelmente em alguns casos identificar sintomatologia do foro psiquiátrico, perturbações psiquiátricas e ainda qual a abordagem terapêutica e/ou referenciar. Aprendi a acompanhar diariamente a evolução do estado mental de um doente, a fazer raciocínio clínico diagnóstico, a estar atenta a alterações e a adaptar a terapêutica às mesmas. Neste contexto, é fundamental haver uma boa relação médico-doente, e sinto que consegui atingir esse objetivo com os doentes que mais contactei. Uma limitação que encontrei neste estágio foi a difícil recolha de dados anamnésicos em doentes em fase aguda. Em MGF, a oportunidade de observar e efetuar de forma autónoma, mas supervisionada, a abordagem a diversas patologias, procedimentos e interpretações da anamnese e exames, enriqueceu os meus conhecimentos numa população diversificada e de todas as faixas etárias, muitas vezes com co-morbilidades e polimedicação. As consultas de vigilância foram particularmente úteis para observar a evolução de um utente a longo prazo, algo que nem sempre observamos em contexto hospitalar. As competências em que mais evolui foram efetuar o exame clínico adequado e dirigido e ponderar MCDT’s e terapêutica para cada um dos casos, admitindo que ainda os posso aperfeiçoar mais. No entanto aprendi imenso sobre as patologias crónicas e agudas mais prevalentes.

Em Pediatria aprendi a acompanhar diariamente a evolução de um doente pediátrico, a fazer raciocínio clínico diagnóstico, a estar atenta a alterações e a adaptar a terapêutica às mesmas. Treinei bastante a comunicação não só com as crianças como também com os seus familiares. No SU tive oportunidade de observar maior diversidade de patologias e maior riqueza semiológica, sobretudo para as mais prevalentes em idade pediátrica, relembrando as terapêuticas mais usadas, cálculos e dosagens.

No estágio de Ginecologia e Obstetrícia, observei patologia variada, mas sobretudo as mais prevalentes, destacando a realização de exames ginecológicos, citologias e interpretação de MCDT’s.

Refletindo, faço um balanço bastante positivo de todos os estágios, não só pela disponibilidade dos tutores em me passar conhecimentos e competências, mas também pelo atingimento de todos os objetivos gerais e transversais (vide Introdução e objetivos). Relativamente aos objetivos específicos e aos pessoais, penso que de uma maneira geral também os consegui cumprir à exceção da doença do adolescente por ter observado poucos casos. Admito que a gestão de tempo e a realização de procedimentos possa vir a ser melhorada. Sinto ainda alguma falta de confiança na instituição de terapêutica, algo que espero ir ganhando com o tempo e a prática.

Em tom de conclusão, sinto que tive um bom desempenho durante o ano letivo, que vi os doentes como um todo, muito mais do que um órgão que deva ser reparado, sempre com rigor clínico. Tive o privilégio de observar casos inesquecíveis que com certeza trarei na memória para um dia me ajudarem a aplicar esses mesmos conhecimentos. Foi um ano de muito trabalho e empenho mas recompensador e sobretudo de grande aprendizagem. Tentei ganhar o máximo de conhecimentos fundamentais, para que um dia os possa pôr em prática, independentemente da especialidade que escolha futuramente.

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Anexos

Anexo I

– Organização dos Estágios Parcelares.

Estágio Parcelar Período de Estágio Duração Local

Cirurgia Geral 10 de Setembro a 02 de

Novembro de 2018 8 semanas

Hospital CUF Infante Santo Medicina Interna 05 de Novembro de 2018 a

11 de Janeiro de 2019 8 semanas Hospital Forças Armadas Saúde Mental 21 de Janeiro a 15 de

Fevereiro de 2019 4 semanas

Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa Medicina Geral e Familiar 18 de Fevereiro a 15 de

Março de 2019 4 semanas USF Feijó

Pediatria 18 de Março a 12 de Abril de

2019 4 semanas Hospital Dona Estefânia Ginecologia e Obstetrícia 22 de Abril a 17 de Maio de

2019 4 semanas

Hospital São Francisco Xavier

Anexo II

– Listagem Tutores, Regentes e Sessões Apresentadas.

Estágio Parcelar Tutor(a) Regente Sessões apresentadas

Cirurgia Geral Dr. Nelson Silva Professor Doutor Rui Maio

“Um pâncreas… dois tumores” “Neoplasias do intestino delgado”

Medicina Interna Dra. Ascension López

Professor Doutor Fernando Nolasco

“Vitamin D supplements and prevention of cancer and

cardiovascular disease” “Colite Ulcerosa com Citomegalovírus positivo” Saúde Mental Dra. Luísa Gil Professor Doutor

Miguel Talina Medicina Geral e Familiar Dra. Cátia

Cerqueira

Professora Doutora Isabel

Santos

“Cuidados a ter na Gastrite”

Pediatria Dra. Raquel

Santos

Professor Doutor Luís Varandas

“Comunicação com a criança e a família”

Ginecologia e Obstetrícia Dr. Fernando Cirurgião

Professora Doutora Teresinha Simões

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Anexo V

– Comprovativo de presença e Programa da Convenção Nacional de Saúde.

(Aguardo Certificado)

Glossário

FCM/NMS: Faculdade de Ciências Médicas/Nova Medical School MCDT’s: Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica MGF: Medicina Geral e Familiar

MIM: Mestrado Integrado em Medicina SU: Serviço de Urgência

TEAM: Trauma Evaluation and Management USF: Unidade de Saúde Familiar

Referências

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