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COMPOSTAGEM

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Academic year: 2021

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(1)COMPOSTAGEM INTRODUÇÃO O processo de compostagem pode ser definido como sendo a decomposição bilógica de resíduos orgânicos sob condições controladas. Essas condições referem-se principalmente ao equilíbrio da relação C/N dos resíduos orgânicos em decomposição e às condições de umidade, aeração e temperatura da pilha de compostagem. Os materiais compostáveis podem ser de origens mais diversas possíveis, agrícola, domiciliar ou industrial. O requisito essencial é que sejam resíduos orgânicos e com relação C/N da mistura inicial de aproximadamente, 33/1. A atividade decompositora dos microrganismos atuando sobre estes materiais, quando misturados e sob boas condições de aeração e umidade, gera calor, aumentando assim, a temperatura da massa em decomposição. O produto final é o composto, constituído de uma matéria orgânica estabilizada ou humificada, com a característica cor castanho-escuro, normalmente utilizado como adubo orgânico. O material em compostagem decompõe-se devido à atividade de uma microbiota ativa, constituída por fungos, bactérias e presentes no resíduo orgânico. O processo é obrigatoriamente aeróbio, necessitando de aeração ou revolvimentos, para permitir a geração de calor endógeno com conseqüente elevação da temperatura. O processo de compostagem é essencialmente microbiano. As taxas de compostagem são controladas por quaisquer fatores que afetem os microrganismos envolvidos no processo. A falta de substratos adequados, o conteúdo de umidade ou a temperatura do composto, a difusão de oxigênio são os fatores que mais limitam o processo. As variações de temperatura do material em decomposição caracterizam duas fases do processo: biodegração ativa, em que a atividade de microrganismos termofílicos é intensa e a temperatura superior a 45 ºC e a fase de maturação onde a temperatura é inferior a 45 ºC e a microbiota com atividade é a mesofílica. A temperatura é, assim um fator crítico na compostagem. No início da decomposição, na fase termofílica, a microbiota dominante será essencialmente de actinomicetos e alguns fungos termofílicos. Essa elevação de temperatura e alteração da microbiota é influenciada, em grande parte, pelo aumento da disponibilidade de oxigênio. As pilhas de compostagem mais intensamente revolvidas no início do processo devem alcançar temperaturas mais elevadas (até 75ºC), enquanto aquelas menos arejadas não ultrapassam valores de 55 a 60ºC. Passada a fase termofílica, a massa em decomposição vai perdendo calor entrando na fase mesófila, porém, já com outra composição química, pois as moléculas mais facilmente assimiláveis já foram consumidas. Fungos e bactérias tipicamente mesofílicos reaparecem, gerando uma fase mais longa. O processo se estabiliza quando a temperatura do composto se torna próxima ou igual à temperatura ambiente. Nessa fase final podem ser encontrados protozoários, nematóides, insetos e anelídeos. Assim do ponto de vista microbiológico, sucessão de populações microbianas, juntamente com a meso e macrofauna. O pH é um fator secundário no processo de compostagem, mas é também responsável pela seleção de microrganismos durante as fases do processo. A matéria orgânica crua de origem vegetal ou animal é naturalmente ácida. A compostagem aeróbia provoca uma elevação do pH. Nos primeiros dias de compostagem o material pode, no entanto, tornar-se mais ácido, devido à formação de pequenas quantidades de ácidos orgânicos. Esses ácidos, à medida que vão se formando reagem com as bases.

(2) liberadas da matéria orgânica sendo assim neutralizados. Na base da pilha, onde há tendência para encharcamento e anaerobiose, os valores de pH podem ser mais baixos do que o restante da massa. A compostagem de resíduos vegetais conduz a formação de matéria orgânica humificada com reação alcalina. Assim, a adição de calcário é questionável, apesar de produzir uma ligeira aceleração da velocidade inicial de decomposição. Além disso, essa adição pode provocar maior perda de nitrogênio, pois as condições alcalinas artificialmente geradas no início da compostagem favorecem a volatização da amônia que se forma durante o processo. A adição de fosfato de cálcio pode aumentar a velociadade de decomposição e a conservação do nitrogênio, entretanto, quantidades acima de 2% em relação ao peso seco podem retardar ou inibir o processo de compostagem. A maturidade do composto pode ser determinada pelo consumo de oxigênio das pilhas ou pela liberação de CO2. Quanto mais maduro estiver o composto, menos oxigênio será consumido ou menor será a quantidade de CO2 liberada. Outro importante teste é a produção de calor latente. Uma amostra do composto é colocada em um frasco termicamente isolado e a temperatura é monitorada ao longo do tempo. Composto nãomaduro sofre aquecimento até atingir temperaturas de 60 a 70ºC em dois ou três dias, enquanto o composto maduro atinge temperaturas não superiores a 30ºC. Testes biológicos incluem a análise de fitotoxinas ou de compostos inibitórios à germinação de sementes. O composto pronto pode ser avaliado também em relação ao teor de nutrientes, para as culturas, contendo quantidades consideráveis de nitrogênio, fósforo e enxofre. A diferença entre o composto e fertilizantes inorgânicos é que o primeiro requer ataque microbiano adicional para mineralização de nutrientes. Considerando-se que o composto pode melhorar as condições físicas e químicas do solo, os testes do produto frequentemente envolvem a determinação das taxas de mineralização. Os fatores determinantes da eficiência do processo são: - A relação C/N; - Temperatura; - Tamanho das partículas; - Reação pH; - Umidade/aeração. O planejamento de uma compostagem: - Simplicidade de instalação; - Disponibilidade de água; - Fonte e tipo de materiais; - Área; - Transporte do composto. Na construção das pilhas, medas ou leiras, observar: - Comprimento variável; - Disposição dos resíduos em camadas; - Umidade; - Temperatura; - Reviramento (dependente da temperatura); - Maturação..

(3) Aplicação do composto (15 a 20 dias antes do plantio): - Cobertura; - Incorporado; - Covas; - Quantidade: depende do solo e cultura. OBJETIVO - Montar uma pilha de compostagem com material de origem orgânica. PROCEDIMENTO 1º- Escolha do local - O local escolhido deve ser de preferência levemente inclinado, para não empoçar água da chuva. - A pilha deve ser feita preverencialmente diretamnete sobre o solo, não é preciso cimentar. Deve-se fazer caneletas em volta da pilha para que a água de enxurrada não atinja a pilha. - Se possível, é interessante fazer as pilhas sempre nos mesmos locais, pois abaixo delas terá populações cada vez maiores de microrganismos, minhocas, pequenos insetos, etc., facilitando portanto, a entrada desses organismos nas pilhas recém-construídas. 2º- Resíduos a serem decompostos - Escolhido o local, deve-se arranjar o material para começar a montar a pilha. - Se for usar esterco quanto mais recente melhor. - Os restos vegetais palhas capins, galhos finos, devem ser picados de preferência com tamanho de 1 a 5 cm. - Podem ter vários vegetais juntos, restos de lixo orgânico, cascas de fruta, folhas secas, capins, frutas sadias ou podres, etc. - Se tiver sementes no capim, ou plantas doentes não tem problema, pois no processo de compostagem elas irão decompor. - Quanto mais variados os materiais utilizados, mais rico será o composto. Deve-se evitar excesso de restos de comida preparada, pois os temperos, sal e alho por exemplo, prejudicam os microrganismos. 3º - Montagem da pilha - Reunido o material, deve-se começar a montar a pilha com uma camada de palha (restos culturais secos) e, acima desta, uma camada de esterco ou outro resíduo orgânico. - Sendo que a camada de palha deve ter por volta de 15 cm e a de esterco 5 cm. - Normalmente se usa uma proporção em volume 2 partes de material vegetal para 1 parte de esterco animal. - Se for material com a relação C/N muito alta colocar mais quantidade de esterco do que de palha..

(4) - A pilha deve ser construída intercalando as camadas até a altura de preferência entre 1,50 a 1,80 m. - Deve-se molhar cada camada que for montando, sem porém, escorrer água. - Não se deve compactar a pilha que seja com água, com os pés ou com pá. - O ideal é que a pilha de compostagem tenha de 1,50 a 2,00 m na sua base, indo estreitando em direção ao topo. 4º - Enriquecimento - Ao construir a pilha, pode se polvilhar por cima de cada camada, fosfato de rocha ou termofosfato na seguinte proporção: para cada 18 L de mistura para compostar acrescente aproximadamente 200 g. - Este procedimento enriquece o composto e acelera a decomposição de algumas substâncias vegetais como a celulose e hemicelulose. - Pode-se também utilizar cinzas e calcário em pequenas quantidades, nas mesmas proporções citadas antes para o fósforo, o que contribuirá com minerais, principalmente potássio, cálcio e magnésio. - Este enriquecimento não é fundamental, porém melhora significativamente a qualidade do composto. 5º - Início da decomposição - Feita a montagem da pilha, conforme explicado, deve-se aguardar de 3 a 5 dias, e verificar o aumento da temperatura dentro da pilha. - O processo de decomposição, é realizado principalmente pelos microrganismos, que vão se alimentando dos resíduos orgânicos, e decompondo-os, em materiais muito menores. - E para que este processo ocorra é necessário monitorar três aspectos importantes, que são: areação, temperatura e a umidade. 6º- Monitorando o processo: temperatura, aeração e umidade - A temperatura alta indica que a decomposição começou, assim é necessário apenas manter as condições para que o processo continue. - Deve-se evitar que a temperatura se eleve demais. - O ideal é que a temperatura fique por volta de 60ºC, no centro da pilha, pois acima de 65ºC, os microrganismos começam a morrer. - A temperatura pode ser medida com um termômetro ou introduzindo um vergalhão de ferro no meio da pilha e deixando-o por 10 minutos, depois retirá-lo e encostar no braço, se a temperatura estiver insuportável, queimando, é porque está muito alta provavelmente acima de 60ºC. - Deve-se então revirar o material e molhá-lo com água , sem encharcar e sem deixar escorrer muito . - Em seguida remonta-se a pilha. - A compactação impede a aeração e assim a decomposição acontece lentamente, pois e é necessário haver ar para que os microrganismos possam respirar. - A umidade é outro aspecto que pode impedir que haja a decomposição continua da pilha, é necessário que a umidade esteja em torno de 50%..

(5) - Para testar o grau de umidade, basta pegar o material com a mão dentro da pilha e apertá-lo com força, se o material verter água apenas entre os dedos sem escorrer, é porque o material está com o teor de umidade em torno de 50%. - O ideal é verificar pelo menos três vezes por semana se o material está mantendo a temperatura alta, e a umidade correta, e caso haja necessidade, revirar e molhar. 7º - Estabilização - Em um prazo de cerca de dois meses é possível que a temperatura comece a baixar naturalmente, e no prazo de duas a três semanas a temperatura esteja igual à temperatura ambiente. - A manutenção da temperatura baixa significa que acabou o processo de compostagem, ou seja, os microrganismos decomporam praticamente todo o material. - É necessário aguardar de quatro a seis semanas para que o material passe pela cura e se torne mais estável, e de melhor qualidade. - Porém, não se deve armazená-lo por mais do que seis meses, pos começará a perder qualidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORGES, A.C. et al. Microbiologia do Solo Praticas de Laboratório. Viçosa. 48p. COYNE, M, Soil microbiology: na exploratory approach. Albany: Delmar Publishers, 1999. 462p. CORREIA, C. R. M. A; MORAIS, O. M. Manual de compostagem: processo simplificado. UNB, Departamento de engenharia Florestal, 2006. 36p. INFORME TÉCNICO nº 17 : Produção de composto no meio rural. 3º edição. Conselho de Extensão. UFV. SYLVIA, D. M.; FUHRMANN; HARTEL, P.G; ZUBERER, D.A. (eds.). Principles and applications of soil microbiology. Upper Saddle river: Prentice Hall, 1999. 550p..

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