Por que planejamento é importante?
• Eliminação de problemas relacionados à incidência de perdas e
baixa produtividade
• Aumento da transparência dos processos (possibilidade de
visualização)
• Melhoria da comunicação entre níveis gerenciais e diferentes
intervenientes
• Proteção da produção contra a incerteza e a variabilidade
Por que planejamento é importante?
“Planejar significa promover condições suficientes dentro da
minha empresa de forma a garantir uma determinada
qualidade de vida para meus funcionários”.
Diretor de uma empresa de pequeno porte
Por que o planejamento costuma ser ineficaz?
• Planejamento não é encarado como um processo
– Excessiva ênfase na aplicação de técnicas para geração de planos
– Pouco esforço na coleta de dados e na disseminação de informações
– Atividades envolvidas: a coleta e o processamento de dados, o envio de informações, a realização de reuniões, a elaboração de planos e a tomada de decisão.
Por que o planejamento costuma ser ineficaz?
• Incerteza é negligenciada
– Variabilidade é inerente ao processo de construção
• Condições locais, ritmo dado pelo homem, caráter único do produto etc.
– Elaboração antecipada de planos excessivamente detalhados
• Atualização demanda muito esforço
• Maior prazo entre elaboração do plano e execução, maiores as incertezas
Exemplo de plano de obra
Por que o planejamento costuma ser ineficaz?
• Planejamento operacional tende a ser excessivamente informal
• Reduzido impacto do uso de programas computacionais
– Casos de informatização de processos ineficientes – Programas isolados (orçamento x planejamento)
• Necessidade de mudanças comportamentais
– Falta de percepção dos benefícios do planejamento – Depende de trabalho em equipe
O que é planejamento?
“O planejamento é um processo de tomada de decisão que
envolve o estabelecimento de metas e dos meios
necessários para atingi-las, sendo efetivo apenas quando
seguido de um controle”.
Preparação do Processo Coleta de Informações Difusão da Informação Avaliação do Processo Preparação dos Planos
Ação
Contínuo – Ciclo de Planejamento e Controle
Hierarquização do Sistema de PCP
Diretoria
Diretoria EngenhariaEngenharia ProduçãoProdução
Plano de Curto Prazo Plano de Curto Prazo Plano de Médio Prazo
Plano de Médio Prazo Plano de Longo Prazo
Plano de Longo Prazo
Projeto do Sistema de Produção Projeto do Sistema de Produção
(Plano Mestre)
(Look ahead plan)
(Plano de comprometimento) (Decisões estratégicas)
Quem deve realizar o planejamento?
• Planejamento e controle devem ser a essência da atividade de
gerenciamento
• Gerente de produção deve mudar sua forma de atuação e
envolver-se diretamente no PCP
• Principais intervenientes (executores) devem participar
diretamente: mestre de obras, sub-empreiteiros, encarregados,
Quem deve realizar o planejamento?
• Pode haver a necessidade de apoio para algumas atividades
– Por exemplo, coleta e processamento de dados
• Em alguns casos é mais eficaz manter o PCP tão simples quanto possível
Gestão da Produção
• Visão Tradicional
X
• Lean Construction
Qual visão
adotar?
Lean Production (produção enxuta)
• Originou-se no Japão nos anos 50, principalmente na indústria
automotiva
– Total Quality Management e Just in time
– Aplicação mais importante: Sistema Toyota de Produção
– Impacto do livro “A máquina que mudou o mundo” de J. Womack
• Diferentes nomes: produção enxuta, world class manufacturing,
produção sem perdas etc.
• Eficiência x Flexibilidade
Lean Construction (construção enxuta)
• Publicação do trabalho Application of the new production philosophy
in the construction industry por Lauri Koskela (1992) do Technical
Research Center (VTT) da Finlândia.
• Criação do Grupo Internacional pela Lean Construction (IGLC),
engajado na adaptação e disseminação do novo paradigma no setor em diversos países.
Processo de produção
Sub Processo A
Sub Processo B
Matérias primas
Produtos
O modelo convencional de produção
O modelo convencional de produção
Construir uma edificação
Estrutura
Alvenaria
Operações:
1) Aplicar argamassa
2) Posicionar bloco
3) Aplicar argamassa entre
os blocos
Processo de conversão
• Processo de conversão pode ser subdividido em subprocessos, que
também são processos de conversão
– Ex.: Execução da estrutura
– Subdivisão: formas, corte, dobragem e montagem de armaduras e lançamento de concreto
• Redução de custo focado na redução de cada subprocesso
• Valor do produto é melhorado através de utilização de materiais de
melhor qualidade ou mão-de-obra mais qualificada
• Produção é um fluxo de materiais e/ou informações das matérias-primas até o produto final
• Melhoria de processo pode ser alcançada através de:
– aumento de eficiência de atividades de fluxo e de conversão – eliminação de certas atividades de fluxo
Estoque Transporte Processamento (conversão) Inspeção F
C
F
FRejeito
Retrabalho
Estoques
Produção como fluxo
Transporte
Inspeção
Produção como fluxo
Produção como uma rede de processos e operações
Blocos
Cimento
Areia
Cal
1 2 3 7 4 1 2 2 2 1 1 3 3 3 4 4 4 1 2 4 1 Argamassa Alvenaria 6 5 3
Inspeção
Transporte
Estoque
pessoas
(operações)
Fluxo de
materiais
(processo)
Princípios da Construção Enxuta
1) Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor;
2) Aumentar o valor do produto através da consideração das necessidades dos clientes;
3) Reduzir a variabilidade; 4) Reduzir tempo de ciclo;
5) Simplificar através da redução do número de passos ou partes;
6) Aumentar a flexibilidade de saída;
7) Aumentar a transparência do processo; 8) Focar o controle no processo global;
9) Introduzir melhoria contínua no processo;
10) Manter um equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas conversões; 11) Fazer benchmarking.
Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor
Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor
• Pode-se melhorar a eficiência das atividades de transporte de
materiais, mas principalmente através da eliminação de algumas dessas atividades.
• Diversas atividades que não agregam valor ao cliente final de forma
direta são essenciais à eficiência global dos processos
– controle dimensional, treinamento de mão-de-obra, instalação de dispositivos de segurança.
• Importante explicitar as atividades de fluxo.
Redução do tempo de ciclo
• Entrega mais rápida ao cliente (lotes menores).
• A gestão dos processos torna-se mais fácil (redução do work in progress).
• O efeito aprendizagem tende a aumentar.
• A estimativa de futuras demandas são mais precisas (menores lotes x
prazos reduzidos).
• O sistema de produção torna-se menos vulnerável a mudanças da
Simplificar através da minimização do número de passos ou partes
Simplificar através da minimização do número de passos ou partes
• Utilização de elementos pré-fabricados.
• Uso de equipes polivalentes, ao invés do maior número de equipes
especializadas.
• Eliminação de interdependência e agregação de pequenas tarefas em
atividades maiores.
• Disponibilização de materiais, equipamentos, ferramentas e informações
em locais adequados visando a redução de movimentos desnecessários.
Reduzir variabilidade
• Variabilidade nos processos anteriores: está relacionada aos
fornecedores do processo.
– Ex.: blocos cerâmicos com grandes variações dimensionais.
• Variabilidade no próprio processo: relacionada à execução de um
processo.
– Ex.: variabilidade na duração da execução de uma determinada atividade, ao longo de vários ciclos.
• Variabilidade na demanda: relacionada aos desejos e necessidades
dos clientes de um processo.
– Ex.: determinados clientes de uma incorporadora solicitam mudanças de projeto da edificação.
Variabilidade na construção
0 10 20 30 40 50 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 dia m2/di aReduzir variabilidade
Espessuras de Contrapiso 19 9 5 17 21 0 5 10 15 20 25 10-11,12 11,12-12,24 12,24-13,36 13,36-14,48 14,48-15,60 espessuras ( cm ) n º de o bs e rv aç õe s 34Aumentar a transparência de processos
• O aumento da transparência de processos tende a:
– tornar os erros mais fáceis de serem identificados no sistema de produção;
– aumentar a disponibilidade de informações necessárias para a execução das tarefas, facilitando o trabalho;
– aumentar o envolvimento da mão-de-obra no desenvolvimento de melhorias.
Planejar fluxos das equipes
Inicio FUNDO P4 P3 P2 P1 P 1 P 1 L1 P2 P2 L2 P 3 P 3 P1 P2 P3 P4 RUA 38cobertura 13º pav. 12º pav. 11º pav. 10º pav. 9º pav. 8º pav. 7º pav. 11 6º pav. 5º pav. 4º pav. 2 3º pav. 2º pav. 1º pav. playground 10 0 Legenda:
1 Alvenaria interna com tubulações e caixas elétricas 8 Madeiramento e telhamento Cobertura
2 Reboco externo 9 Fiação pavimentos tipo
3 Paredes hidráulicas, prumadas e detalhes esgoto 10 Alvenarias, Revestimentos pisos e paredes, Forros, Instalações
4 Cerâmica da fachada 11 Pintura fachada
5 Emboço interno c/ reboco varandas e tetos cozinhas 12 Pintura interna, esquadrias madeira e metálicas, vidros e ferragens
6 Revestimento em gesso tetos e paredes 13 Acabamentos: louças, metais, interruptores, disjuntores, etc.
Fér
ias Col
eti
vas
set/02 out/02 nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03
8
14
set/03 out/03 nov/03 dez/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03
13 7 6 1 3 4 5 9 12
Linha de Balanço:sequenciamento de atividades
Impactos do uso desses conceitos e aplicações na Construção Civil
• Simplificar partes e etapas e reduzir tempo de ciclo
– Comparação entre o processo de argamassa fabricada em in loco e a pré-fabricada
Estocagem
Descarregamento do caminhão
Inspeção da areia
Transporte da areia até o local de estoque
Transporte até a betoneira
Inspeção da cal
Transporte da cal até o local de estoque Transporte até a betoneira Estocagem Descarregamento do caminhão Inspeção do no de sacos Transporte até o almoxarife Transporte até a betoneira
Estocagem em local fechado Descarregamento do
caminhão
Descarregamento da betoneira para o carrinho
Estoque no posto de trabalho Inspeção do produto
Transporte horizontal com carrinho até o elevador
Transporte horizontal no pavimento
Transporte vertical do carrinho através de um elevador
Produto em uso
Produção da argamassa
Areia
Cimento
Cal
1) Chegada do material ao canteiro 2) Inspeção do material
3) Transporte do material até a área de estocagem - descarregamento
4) Espera - material aguardando processamento 5) Transporte do material para processamento 16) Processamento
17) Transporte do material processado 18) Inspeção do material processado
19) Transporte do material até transporte vertical 20) Transporte vertical
21) Transporte horizontal até o ponto de utilização 22) Inspeção do material recebido
23) Utilização. 2 3 5 16 17 18 19 20 21 22 23 Elevador
Diagrama do processo de argamassa: pré-fabricação até a utilização
Descarregamento da argamassa pelo caminhão betoneira em tanque de Eternit
Estoque no posto de trabalho Inspeção do produto
Transporte vertical do tanque de Eternit em grua até o pav. de destino
Transporte horizontal com carrinho pelo pav. até o local de destino
Descarregamento em carrinho
Produto em uso
5 5 7 4
2 3
Grua 1) Descarregamento da argamassa pelo
caminhão betoneira em tanque de Eternit 2) Inspeção do material
3) Transporte vertical por grua 4) Descarregamento em carrinho
5) Transporte horizontal até o ponto de utilização
Comparação
• Com a utilização da argamassa pré-fabricada:
– retiram-se atividades do ciclo crítico;
– redução de etapas, atividades que não agregam valor (transporte, inspeção, espera);
– redução da variabilidade reduzindo inspeção; – reconfiguração do lay out do térreo;
– mudança de atividade sequencial para paralela; – redução da interdependência.
Fazer Benchmarking
• “Processo contínuo de comparação dos processos em uso pela
empresa com relação a outras práticas internas, práticas de competidores diretos, práticas de empresas de outras regiões ou outros setores”.
• Benefícios:
– conhecer os próprios processos da empresa; – identificar boas práticas em empresas similares; – entender os princípios por trás destas boas práticas;
– adaptar as boas práticas encontradas à realidade da empresa.
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00
Notas
Prot. contra queda (per. pav.) Aberturas do piso Sinalização de segurança Plataforma do elevador Torre do elevador Armações de aço Proteção contra incêndio Posto do guincheiro Vestiário Refeitório Ordem e limpeza Máq., equip. e ferramentas Elevador de passageiros Andaimes suspensos Salvador Brasil
Benchmarking Setorial
Check list NR 18
Benchmarking e melhoria contínua
• Formação de times de melhoria para melhorar o desempenho de um
determinado processo.
– Ex: através da aplicação de ferramentas da qualidade (fluxograma, lista de verificação, diagrama de Pareto etc.), este time pode:
• mapear o processo;
• coletar dados referentes aos problemas mais frequentes; • discutir suas principais causas;
• propor um plano de ações corretivas.
Obrigado
Obrigado
Ibanes.paganella@uol.com.br Cel: 31-9234-2653