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Norma regulamentadora de segurança em instalações e serviços em eletricidade – NR 10: estudo de conformidade em quadros de distribuição acessíveis a pessoas não qualificadas

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NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE – NR10: ESTUDO DE CONFORMIDADE EM QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO ACESSÍVEIS A PESSOAS NÃO QUALIFICADAS

Palhoça/SC 2018

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ROBERTO DE OLIVEIRA

NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE – NR10: ESTUDO DE CONFORMIDADE EM QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO ACESSÍVEIS A PESSOAS NÃO QUALIFICADAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Ricardo Moacyr Mafra, Esp.

Palhoça/SC 2018

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ROBERTO DE OLIVEIRA

NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE – NR10: ESTUDO DE CONFORMIDADE EM QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO ACESSÍVEIS A PESSOAS NÃO QUALIFICADAS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Engenheiro Civil e aprovado em sua forma final pelo Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina.

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Aos meus pais, Laudelino e Ana Maria, que me deram a vida e com sabedoria, sempre me orientaram na busca do conhecimento. À minha esposa Nilce Maria e à minha filha Maria Isabella, minha família, onde deposito todo meu amor, carinho e atenção.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus, que me concedeu todas as graças necessárias, especialmente nas horas mais difíceis, para alcançar este objetivo.

Agradeço à minha família, por fazer parte também nesta conquista, sempre dedicando carinho, estímulo e compreensão nos momentos de minha ausência.

À todos que conheci nessa trajetória, especialmente aos que se tornaram amigos e também aos professores amigos, os quais contribuíram para a minha formação.

Agradeço também, meu orientador, professor Ricardo Moacyr Mafra, por todas as suas contribuições neste trabalho.

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“Todo aquele que se dedica ao estudo da ciência chega a convencer-se de que nas leis do Universo se manifesta um Espírito sumamente superior ao do homem, e perante o qual nós, com os nossos poderes limitados, devemos humilhar-nos.” (ALBERT EINSTEIN, 1955).

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RESUMO

A eletricidade, por ser indispensável nos dias atuais, se faz necessária em qualquer edificação, onde ocorre a interação dos seus usuários que, na grande maioria, são pessoas não qualificadas e, por isso, desconhecem seus efeitos e o grande perigo que se submetem quando da sua utilização. Razão pela qual, é imprescindível que todas as instalações assegurem o mínimo de qualidade e segurança preconizado nas normas pertinentes.

Os quadros, que normalmente constituem os elementos principais de uma instalação elétrica, comportam e protegem os equipamentos capazes de proporcionar segurança, proteção, além de possibilitarem os desligamentos necessários. Assim, torna-se evidente sua importância e o conhecimento pelos profissionais envolvidos, com relação ao seu dimensionamento, especificações, instalação e manutenção, como também, o conhecimento de todas as normas e leis que norteiam as atividades relacionadas aos quadros elétricos.

Deste modo, este trabalho tem como objetivo, apresentar um estudo de conformidade em quadros de distribuição acessíveis a pessoas não qualificadas, de acordo com a Norma Regulamentadora de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade – NR 10.

Em termos metodológicos, foi aplicado uma rotina de levantamento das conformidades e/ou não conformidades encontradas em quadros vistoriados, além de apresentar os resultados obtidos em ensaios de conformidade preconizado na norma ABNT NBR 60439-3: 2004. Como resultados, o estudo aponta as principais não conformidades encontradas, servindo de alerta para uma tomada de consciência com relação à qualidade e segurança das instalações elétricas.

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ABSTRACT

Electricity, is essential in the present day, is necessary in any building, where the interaction of its users that, in the vast majority, are unskilled persons and therefore unaware of its effects and the great danger that undergo at the time of your use. For this reason, it is imperative that all installations ensure the minimum recommended quality and safety in the relevant standards. The frames, which usually constitute the main elements of an electrical installation, carry and protect the equipment capable of providing security, protection, in addition to allowing the required shutdowns. Thus, it is clear your importance and knowledge by the professionals involved, in relation to your specifications, sizing, installation and maintenance, as well as the knowledge of all standards and laws that guide the activities related to electric boards.

In this way, this work aims to present a study of conformity in distribution boards accessible to unskilled persons, according to the Norma Regulamentadora de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade - NR 10.

In methodological terms, was applied a lifting routine compliance and/or non-conformities found in paintings surveyed, in addition to presenting the results obtained in conformity tests recommended in the standard ABNT NBR 60439-3:2004.

As a result, the study points out the major non-compliances found, serving to alert an awareness with regard to the quality and safety of electrical installations.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre. 23 Figura 2 – Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre,

com interposição de superfície de separação física adequada. ... 24

Figura 3 – Origem de uma instalação alimentada diretamente em baixa tensão. ... 34

Figura 4 – Origem de uma instalação alimentada a partir de subestação do usuário. ... 35

Figura 5 – Significado dos códigos IP ... 41

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre. ... 23

Quadro 2 – Influências externas AD e AE e os respectivos graus de proteção IP ... 42

Quadro 3 – Presença de água ... 43

Quadro 4 – Presença de corpos sólidos ... 43

Quadro 5 – Graus de proteção IK ... 45

Quadro 6 – Quadros de distribuição – espaço de reserva. ... 46

Quadro 7 – Distâncias mínimas de isolação no ar. ... 62

Quadro 8 – Distâncias de escoamento mínimas. ... 64

Quadro 9 – Lista de verificação e de ensaios a serem realizados. ... 73

Quadro 10 – Sequencia dos ensaios de tipo. ... 74

Quadro 11 – Lista de ensaios de rotina a serem realizados. ... 75

Quadro 12 – Quadro resumo de conformidade. ... 77

Quadro 13 – Quadro resumo de conformidade. ... 81

Quadro 14 – Quadro de verificação de conformidade - vistoria 1. ... 87

Quadro 15 – Quadro de verificação de conformidade - vistoria 2. ... 90

Quadro 16 – Quadro de verificação de conformidade - vistoria 3. ... 93

Quadro 17 – Quadro de verificação de conformidade - vistoria 4. ... 96

Quadro 18 – Quadro de verificação de conformidade - vistoria 5. ... 99

Quadro 19 – Quadro de verificação de conformidade - vistoria 6. ... 102

Quadro 20 – Quadro de verificação de conformidade - vistoria 7. ... 105

(11)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 16 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ... 16 1.2 OBJETIVOS ... 17 1.2.1 Objetivo geral ... 17 1.2.2 Objetivos específicos ... 17 1.3 JUSTIFICATIVA ... 18 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 20

2.1 NORMAS REGULAMENTADORAS DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E PRVIDÊNCIA SOCIAL... 20

2.1.1 Norma Regulamentadora de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade – NR 10 ... 20

2.2 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ... 27

2.3 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT ... 28

2.3.1 ABNT NBR 5410: 2004 – Instalações Elétricas em Baixa Tensão ... 29

2.3.1.1 Instalação elétrica ... 32

2.3.1.2 Componente elétrico ... 32

2.3.1.2.1 Equipamento elétrico ... 32

2.3.1.2.2 Quadro de distribuição principal ... 33

2.3.1.3 Circuito elétrico ... 33

2.3.1.4 Manobra (elétrica) ... 33

2.3.1.5 Alimentação de instalações em BT ... 33

2.3.1.6 Origem das instalações em BT ... 34

2.3.1.7 Isolação elétrica ... 35

2.3.1.8 Isolamento elétrico ... 35

2.3.1.9 Choque elétrico ... 36

2.3.1.9.1 Proteção básica ... 36

2.3.1.9.2 Proteção supletiva ... 36

2.3.1.9.3 Princípio fundamental contra choques elétricos ... 36

2.3.1.9.4 Regra geral contra choques elétricos ... 37

2.3.1.10Equipotencialização ... 37

2.3.1.11Ligação equipotencial ... 37

(12)

2.3.1.13Curto-circuito ... 38

2.3.1.14Capacidade de condução de corrente ... 38

2.3.1.15Corrente de fuga ... 38

2.3.1.16Sobrecorrente ... 39

2.3.1.17Corrente de curto-circuito ... 39

2.3.1.18Influências externas ... 39

2.3.1.18.1Grau de proteção ... 40

2.3.1.18.2Grau de proteção contra impactos ... 44

2.3.1.19Conjuntos de proteção, manobra e comando ... 45

2.3.2 ABNT NBR IEC 60439 – Conjunto de Manobra e Controle de Baixa Tensão ... 47

2.3.2.1 Definições gerais ... 48

2.3.2.1.1 Conjunto de manobra e controle de baixa tensão com ensaios de tipo totalmente testados (TTA)... 48 2.3.2.1.2 Circuito principal ... 48 2.3.2.1.3 Circuito auxiliar ... 48 2.3.2.1.4 Barramento ... 49 2.3.2.1.5 Quadro de distribuição ... 49 2.3.2.1.6 Condição de ensaio... 49

2.3.2.2 Definições relativas à vista externa dos conjuntos ... 49

2.3.2.2.1 Conjunto fechado ... 49

2.3.2.2.2 Conjunto tipo modular ... 50

2.3.2.3 Definições relativas às partes estruturais dos conjuntos ... 50

2.3.2.3.1 Invólucro ... 50

2.3.2.3.2 Barreira ... 50

2.3.2.3.3 Obstáculo ... 50

2.3.2.3.4 Obturador ... 50

2.3.2.3.5 Partes para propósitos estéticos ... 51

2.3.2.4 Definições relativas às condições de instalação dos conjuntos ... 51

2.3.2.4.1 Conjunto para instalações abrigadas ... 51

2.3.2.4.2 Conjunto para instalações ao tempo ... 51

2.3.2.5 Definições relativas às medidas de proteção contra choques elétricos ... 51

2.3.2.5.1 Parte energizada ... 51

2.3.2.5.2 Parte da estrutura condutora exposta ... 51

(13)

2.3.2.5.4 Condutor neutro (N) ... 52

2.3.2.5.5 Condutor PEN ... 52

2.3.2.5.6 Corrente de fuga ... 52

2.3.2.5.7 Corrente de fuga à terra ... 52

2.3.2.5.8 Proteção contra contato direto ... 53

2.3.2.5.9 Proteção contra contato indireto... 53

2.3.2.6 Definições relativas à coordenação de isolação ... 53

2.3.2.6.1 Distância de isolamento ... 53

2.3.2.6.2 Distância de escoamento ... 53

2.3.2.6.3 Tensão de operação ... 53

2.3.2.6.4 Poluição ... 53

2.3.2.6.5 Grau de poluição ... 54

2.3.2.7 Definições relativas à corrente de curto-circuito ... 54

2.3.2.7.1 Corrente de curto-circuito (Ic) ... 54

2.3.2.7.2 Corrente presumida de curto-circuito (Icp) ... 54

2.3.2.8 Classificação dos conjuntos ... 54

2.3.2.9 Características elétricas dos conjuntos ... 55

2.3.2.9.1 Tensão nominal de operação (Ue) ... 55

2.3.2.9.2 Tensão nominal de isolamento (Ui) ... 55

2.3.2.9.3 Tensão suportável nominal de impulso (Uimp) ... 55

2.3.2.9.4 Corrente nominal (In) ... 55

2.3.2.9.5 Corrente nominal de um quadro de distribuição ... 55

2.3.2.9.6 Corrente suportável nominal de curta duração (Icw) ... 56

2.3.2.9.7 Corrente nominal condicional de curto-circuito (Icc) ... 56

2.3.2.9.8 Frequência nominal ... 56

2.3.2.10Informações sobre o conjunto ... 56

2.3.2.10.1Placa de identificação ... 56 2.3.2.10.2Identificação ... 58 2.3.2.11Condições de serviço ... 58 2.3.2.11.1Temperatura ambiente ... 58 2.3.2.11.2Condições atmosféricas ... 58 2.3.2.11.3Grau de poluição ... 59

2.3.2.11.4Condições especiais de serviço ... 59

(14)

2.3.2.12.1Propriedades dielétricas ... 61

2.3.2.12.2Distâncias de isolação ... 62

2.3.2.12.3Distâncias de escoamento... 62

2.3.2.12.4Espaçamentos entre circuitos distintos ... 65

2.3.2.12.5Terminais de conexão para condutores externo ... 65

2.3.2.12.6Identificação dos terminais de conexão ... 66

2.3.2.12.7Grau de Proteção ... 66

2.3.2.13Proteção contra choque elétrico ... 66

2.3.2.13.1Proteção contra contato direto ... 66

2.3.2.13.2Proteção contra contato indireto... 67

2.3.2.13.3Descarga de cargas elétricas ... 68

2.3.2.14Proteção contra curto-circuito e corrente suportável de curto-circuito ... 68

2.3.2.14.1Informações concernentes à corrente suportável de curto-circuito ... 69

2.3.2.14.2Circuitos dentro de um conjunto ... 69

2.3.2.15Dispositivos e componentes de manobra instalados em conjuntos ... 69

2.3.2.15.1Circuitos dentro de um conjunto ... 69

2.3.2.15.2Instalação de dispositivos e componentes ... 70

2.3.2.15.3Acessibilidade ... 70

2.3.2.15.4Interação ... 70

2.3.2.15.5Barreiras ... 70

2.3.2.15.6Partes removíveis e partes extraíveis ... 70

2.3.2.16Conexões elétricas dentro de um conjunto (barramentos e condutores isolados) ... 71

2.3.2.16.1Generalidades ... 71

2.3.2.16.2Dimensões e valores nominais de barramentos e condutores isolados ... 71

2.3.2.17Requisitos de ensaio ... 71

2.3.2.18Especificação e classificação dos ensaios ... 72

2.3.2.18.1Ensaios de tipo ... 72

2.3.2.18.2Ensaios de rotina ... 74

2.3.2.18.3Ensaio dos dispositivos e equipamentos independentes incorporados no conjunto 75 3 METODOLOGIA ... 76

3.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ... 76

3.2 PESQUISA EM CAMPO ... 76

3.3 ENSAIOS ... 79

(15)

4 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO... 80

5 RESULTADOS ... 81

6 CONCLUSÃO ... 83

6.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 84

REFERÊNCIAS... 85

APÊNDICE A – QUADRO DE VERIFICAÇÃO DE CONFORMIDADE – CONSUMIDOR A ... 87

APÊNDICE B – QUADRO DE VERIFICAÇÃO DE CONFORMIDADE – CONSUMIDOR B ... 90

APÊNDICE C – QUADRO DE VERIFICAÇÃO DE CONFORMIDADE - CONSUMIDOR C ... 93

APÊNDICE D – QUADRO DE VERIFICAÇÃO DE CONFORMIDADE - CONSUMIDOR D ... 96

APÊNDICE E – QUADRO DE VERIFICAÇÃO DE CONFORMIDADE - CONSUMIDOR E ... 99

APÊNDICE F – QUADRO DE VERIFICAÇÃO DE CONFORMIDADE - CONSUMIDOR F... 102

APÊNDICE G – QUADRO DE VERIFICAÇÃO DE CONFORMIDADE - CONSUMIDOR G ... 105

APÊNDICE H – QUADRO DE VERIFICAÇÃO DE CONFORMIDADE - CONSUMIDOR H ... 108

APÊNDICE I – ENSAIO DIELÉTRICO - QUADRO NORMATIZADO (TTA) ... 111

APÊNDICE J – ENSAIO DIELÉTRICO - QUADRO NÃO NORMATIZADO ... 114

ANEXO A – MANUAL DE INSTRUÇÕES TTW01-QD ANEXO 10 – ENSAIOS DE TIPO E ENSAIOS DE ROTINA ... 117

(16)

1 INTRODUÇÃO

Os quadros elétricos normalmente constituem os elementos principais de uma instalação em baixa tensão. São eles que comportam e protegem os equipamentos capazes de interromper automaticamente os circuitos elétricos em caso de faltas, fugas de corrente à terra, sobrecargas, sobre tensões, além de possibilitarem os desligamentos necessários em caso de manutenções, ampliações e reformas nas instalações, tais como: disjuntores, disjuntores ou interruptores diferenciais residuais e os dispositivos de proteção contra surtos. Também, em alguns casos, encontram-se instalados nos quadros elétricos, outros equipamentos necessários à proteção, comando, sinalização, entre outros, como por exemplo: fusíveis, chaves, botoeiras, contatores, sinaleiros e sirenes. (SOUZA; MORENO, 2001).

São os quadros de distribuição geral que interligam todos os circuitos terminais que atendem à instalação e recebem os cabos do alimentador principal, na maioria das vezes, provenientes do quadro de medição. É por eles que circulam as maiores correntes da instalação, em situações normais de serviço ou em situações adversas: as correntes nominais, de sobrecarga e de curto-circuito, podendo gerar elevados valores de temperatura. (SOUZA; MORENO, 2001).

Sabendo que as instalações elétricas na construção civil é um campo muito amplo e cada vez mais complexo, com os mais variados sistemas, o que requer profundo conhecimento para sua execução, fiscalização e, portanto, impossível de ser estudado como um todo, apenas em um único trabalho. Neste sentido, será abordado neste trabalho, a conformidade de apenas um equipamento que está, ou deveria estar, sempre presente em qualquer edificação: os quadros elétricos.

Assim sendo, torna-se evidente a grande importância dentro de uma instalação e imprescindível o conhecimento com relação ao seu dimensionamento, especificação, instalação e manutenção, como também, o conhecimento de todas as normas e leis que norteiam as atividades relacionadas aos quadros elétricos.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

A eletricidade nos dias atuais é indispensável em qualquer edificação e por se tratar de um elemento insípido, inodoro e invisível, torna ainda mais perigoso o seu manuseio. Em qualquer edificação, sempre haverá a interação dos seus usuários, sejam eles permanentes ou transitórios, os quais, na maioria das vezes, são pessoas não qualificadas e, por isso,

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desconhecem seus efeitos e o grande perigo que se submetem quando da sua utilização. Razão pela qual é imprescindível que todas as instalações sejam corretamente executas, estejam em perfeito funcionamento e assegurem o mínimo de segurança preconizado nas normas pertinentes. (SOUZA,2016).

Frequentemente, na divulgação de materiais e serviços em eletricidade, a afirmação de que estão em conformidade com a NR 10 está presente. Para se ter certeza dessa conformidade, é preciso um conhecimento muito amplo que, muitas vezes, vai além das suas exigências.

Há uma série de providências que envolve quadros elétricos, componentes em geral e todo o projeto da instalação, para que estes, estejam em concordância com a Norma Regulamentadora. (SOUZA, 2012).

Neste sentido, como se ter certeza de que determinada instalação, ou em particular, o quadro de distribuição está em conformidade com a NR 10? Quais os critérios a serem analisados?

1.2 OBJETIVOS

Os objetivos deste trabalho estão divididos em geral e específicos, os quais serão detalhadamente apresentados nas próximas seções.

1.2.1 Objetivo geral

Verificar a conformidade de quadros elétricos de distribuição de baixa tensão destinados a instalação em locais acessíveis a pessoas não qualificadas durante a sua utilização, de acordo com a Norma Regulamentadora de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade – NR 10.

1.2.2 Objetivos específicos

a) Apresentar os critérios normativos da Norma Regulamentadora – NR 10 do Ministério do Trabalho e Previdência Social – MTPS, das Normas Brasileiras (NBRs) da Associação Brasileira de normas Técnicas – ABNT e de Leis, pertinentes à conformidade de quadros elétricos;

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b) Identificar as conformidades e/ou não conformidades normativas de quadros elétricos de distribuição destinados à instalação em locais acessíveis a pessoas não qualificadas;

c) Realizar o ensaio de rigidez dielétrica em um quadro elétrico normatizado e em um quadro elétrico não normatizado, comparando os resultados;

d) Apresentar as principais não conformidades encontradas nos quadros elétricos instalados em edificações residenciais e comerciais.

1.3 JUSTIFICATIVA

Em pesquisa realizada por uma empresa especializada em administração de condomínios, no ano de 2010 já apontava que cerca de 60% dos condomínios na cidade de São Paulo sofriam com o mesmo problema: a falta de cuidados com a rede elétrica do prédio. (ASSOCIAÇÃO DAS ADMINISTRADORAS DE BENS IMÓVEIS E CONDOMÍNIOS DE SÃO PAULO, 2010).

Hoje na cidade de São Paulo, 90% das instalações elétricas não possuem itens básicos de proteção e segurança a pessoas e animais como salienta a ABNT NBR 5410. (ATUALIZAÇÃO..., 2018).

Traduzindo os percentuais apresentados em valores absolutos, em um levantamento realizado pela Receita Federal, a pedido da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), publicado em 06/03/2014, identificou 57.221 condomínios registrados e legalizados no Estado de São Paulo. Destes, 30.951 encontram-se na região metropolitana enquanto que, 24.360 encontram-se somente na capital. (ASSOCIAÇÃO DAS ADMINISTRADORAS DE BENS IMÓVEIS E CONDOMÍNIOS DE SÃO PAULO, 2014).

Portanto, há a necessidade de uma conscientização por todos os envolvidos do setor, para que medidas adequadas sejam adotadas no sentido de aplicar corretamente os preceitos normativos nas instalações elétricas, desde as fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação e manutenção, conforme previsto na NR 10. E, nesse contexto, encontram-se todos os profissionais envolvidos, inclusive os engenheiros civis, que muitas vezes tem um profundo conhecimento das normas civis e reconhecida habilidade em pô-las em prática mas, por outro lado, tem pouco conhecimento, ou quase nenhum, em relação às normas elétricas aplicadas à construção civil. Mas, é importante o seu conhecimento pelos engenheiros civis? Não apenas importante, mas

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imperativo, uma vez que possuem habilitação e muitas vezes são responsáveis técnicos por instalações em baixa tensão nas mais diversas edificações.

Neste sentido, é fundamental que os quadros elétricos sejam perfeitamente projetados, construídos, instalados e sofram as devidas manutenções necessárias durante sua vida útil, cumprindo dessa forma, as funções a que se destinam, evitando interrupções na instalação e garantindo a segurança necessária aos bens materiais e seus usuários.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo serão elencados os critérios legais e/ou técnicos normativos para a conformidade dos quadros elétricos referentes às Normas Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho e Previdência Social – MTPS, Normas Brasileiras (NBRs) da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e Leis pertinentes. Também serão apresentados embasamentos teóricos com relação aos conceitos relacionados ao tema de estudo, possibilitando o entendimento dos critérios de conformidade normativos, bem como das não conformidades apontadas nos quadros elétricos vistoriados.

2.1 NORMAS REGULAMENTADORAS DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E PRVIDÊNCIA SOCIAL

Em 1978, a Portaria MTB nº 3.214, de 8 de junho aprova as primeiras 28 (vinte e oito) Normas Regulamentadoras – NRs, em cumprimento às disposições estabelecidas pelo capítulo V, título II da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, relativas à segurança e medicina do trabalho. (BRASIL, 1978).

As Normas Regulamentadoras – NRs são elaboradas pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social – MTPS, com o objetivo de regulamentar e detalhar disposições sobre saúde e segurança do trabalho presentes na Consolidação das Leis do trabalho – CLT e nas demais leis trabalhistas. E por isso, tem força de lei, ou seja, são sempre obrigatórias, ao contrário das Normas Brasileiras – NBRs, elaboradas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, entidade privada. Enquanto o não cumprimento de uma NBR pode prejudicar o desempenho da empresa, não cumprir uma NR pode gerar sanções, entre elas, multas e até a interdição da empresa. (BRASIL, 1943).

2.1.1 Norma Regulamentadora de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade – NR 10

Aprovada pela Portaria nº 3.214, de 1978, a Norma Regulamentadora NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, já passou por três atualizações até os dias de hoje. (BRASIL, 2016).

A necessidade de sua atualização, teve fundamento na grande transformação organizacional do trabalho ocorrida no setor elétrico a partir da década de 1990, em especial no

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ano de 1998, quando se iniciou o processo de privatização do setor elétrico, trazendo consigo, subsidiariamente, outros setores e atividades econômicas. (SOUZA, 2017).

Esse processo trouxe a globalização, com a consequente introdução de novas tecnologias, materiais e, principalmente, mudanças significativas no processo e organização do trabalho. (SOUZA, 2017).

As novas tecnologias implementadas em sistemas e equipamentos no setor elétrico, como em outras atividades envolvendo os serviços elétricos dos consumidores associados a alterações no sistema de organização do trabalho, levaram a significativas penalizações aos trabalhadores, facilmente verificados com o aumento do desemprego e a precarização das condições de segurança e saúde no trabalho, com consequente elevação no número de acidentes envolvendo esse agente. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2010).

A NR 10 dispõe sobre as diretrizes básicas para a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, destinados a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade nos seus mais diversos usos e aplicações e em quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2010).

Em seu primeiro item, 10.1, subitem 10.1.1, a norma estabelece o seguinte:

10.1.1 Esta Norma Regulamentadora – NR estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços em eletricidade. (BRASIL, 2016, p. 1).

A NR 10, em seu primeiro item, demonstra o alcance do texto aos trabalhadores diretos, objetivamente envolvidos na ação (eletricistas, montadores, instaladores, técnicos...), bem como aos trabalhadores indiretos, sujeitos à reação, irregularidades ou ausência de medidas de controle e sistemas de prevenção, usuários de equipamentos e sistemas elétricos e outras pessoas não advertidas. Contudo, deve-se atentar para o fato de que esta legislação do MTPS, não tem alcance, por falta de amparo legal, para estabelecer regras e exigências em locais ou situações destinadas à segurança de outros cidadãos, não trabalhadores. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2010).

Em seu subitem 10.1.2, a norma estabelece o seguinte:

10.1.2 Esta NR se aplica as fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se às normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis. (BRASIL, 2016, p. 1).

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A imposição da Norma sujeita todas as atividades desde a produção ou geração até o consumo final da energia elétrica, abrangendo as etapas do projeto (planejamento, levantamentos, medições...), construção (preparação, montagens e instalações), reformas (atualizações, modificações e ampliações), operação (supervisão, controles, ação e acompanhamentos), manutenção (diagnóstico, reparação, substituição de partes e peças, testes) incluindo, ainda, os trabalhos (tarefas ou atividades) realizados nas proximidades de instalações elétricas e serviços com eletricidade. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2010).

Trabalhos realizados nas proximidades, são aqueles durante o qual o trabalhador pode entrar na zona controlada, ainda que seja com uma parte do seu corpo ou com extensões condutoras, representadas por materiais, ferramentas ou equipamentos que manipule. (BRASIL, 2016).

Dessa forma, conforme apresentado no Quadro 1, atinge, inclusive, os trabalhadores em ambientes circunvizinhos sujeitos às influências das instalações ou execução de serviços elétricos que lhes são próximos, tais como: trabalhadores nas instalações telefônicas, TV a Cabo e iluminação pública instaladas em estruturas de distribuição e transmissão de energia elétrica, ou trabalhadores em geral (construção, manutenção, operação não elétricas), mas que realizam suas atividades e serviços na zona controlada definida no anexo II da NR 10. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2010).

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Quadro 1 – Raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre.

Fonte: Anexo II da NR 10 (2016, p. 10).

Figura 1 – Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre.

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Figura 2 – Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre, com interposição de superfície de separação física adequada.

Fonte: Anexo II da NR 10 (2016, p. 11).

Onde:

 ZL = Zona livre

 ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados.

 ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com a adoção de técnicas, instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho.

 PE = Ponto da instalação energizado.

 SI = Superfície isolante construída com material resistente e dotada de todos dispositivos de segurança.

Em consonância com os itens 10.1.1 e 10.1.2 desta NR, estão os itens 10.3.8 e 10.4.1, apresentados a seguir, os quais deixam claro a exigência, não só para quem constrói, monta, reforma ou amplia obras de instalação elétricas, mas também para que as projeta, como também quem as fiscaliza:

10.3.8 O projeto elétrico deve atender ao que se dispõe as Normas Regulamentadoras de Saúde e segurança no Trabalho, as regulamentações técnicas oficiais estabelecidas, e ser assinado por profissional legalmente habilitado. (BRASIL, 2016, p. 3).

Este item impõe que o projetista conheça previamente as exigências regulamentares de segurança e saúde para que as aplique, onde couber, nas especificações constantes de seu trabalho de elaboração do projeto elétrico. Há interferências das mais diversas em outras normas regulamentadoras, além da NR-10, que devem ser consideradas na fase de projeto. Assim ocorre

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com aspectos ergonômicos tratados na NR-17, de sinalização, tratados na NR-26 e outras mais. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2010).

Já o item 10.4.1, reafirma, objetivamente, o item 10.1.2, ou seja, determina a obrigatoriedade dos tomadores de serviços elétricos de construção, montagens, reformas, ampliações, reparos, operação e inspeções, de garantir a segurança e a saúde de todos os trabalhadores e usuários envolvidos nas instalações elétricas.

10.4.1 As instalações elétricas devem ser construídas, montadas, operadas, reformadas, ampliadas e inspecionadas de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores e dos usuários, e serem supervisionadas por profissional autorizado, conforme dispõe esta NR. (BRASIL, 2016, p. 3).

Também torna obrigatória a supervisão nessas atividades, exercida por profissional autorizado, nos termos e condições especificadas no item 10.8 da Norma. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2010).

Segundo a NR 10, em seu item 10.8.1, são considerados trabalhadores qualificados, aqueles que receberam instrução específica em cursos reconhecidos pelo Sistema Oficial de Ensino e que comprovaram aproveitamento mediante a realização de exames e avaliações e, por essa razão, receberam um diploma ou certificado. Nesta categoria se enquadram, além dos profissionais de nível superior e nível médio, com profissões regulamentadas, todos aqueles que adquiriram conhecimento que lhes permite ter uma ocupação profissional, como os eletricistas montadores, eletricistas de manutenção, entre outros. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2010).

Naturalmente, a aplicabilidade da Norma Legal não seria possível com algumas poucas páginas do texto aprovado, e dessa forma ela se alicerça nas normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, nas normas internacionais cabíveis. Assim as instalações elétricas e serviços com eletricidade devem atender, obrigatoriamente, a especificações e requisitos fixados nas normas técnicas aplicáveis, tais como: NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão; NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV; NBR 5418 – Instalações elétricas em atmosferas explosivas, NBR 5419 – Proteção de estruturas contra descargas elétricas atmosféricas; NBR IEC 60439 – Conjunto de manobra e controle de baixa tensão e outras tantas que serão aplicáveis. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2010).

Nas situações em que as normas técnicas nacionais inexistirem, forem omissas ou insuficientes, é passível a aplicação das normas técnicas internacionais relativas ao assunto. Pode-se destacar alguns códigos ou comissões de elaboração de normas internacionais de reconhecido valor e aplicação - IEC – Internacional Eletrotecnic Commission; NEC – National

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Electrical Code; NFPA – National Fire Protection Association; CEI – Normas da Comunidade Européia; EN – European Standards. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2010). A NR 10 também prevê que sejam aplicadas medidas de proteção coletiva e medidas de proteção individual, no intuito de eliminar ou reduzir, com controle, as incertezas e eventos indesejáveis, destinados a preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2010). Dentre as medidas de proteção coletiva, destacamos o uso de equipamento de Proteção Coletiva (EPC), definido como dispositivo, sistema, ou meio, fixo ou móvel de abrangência coletiva, sendo prioritariamente a desenergização elétrica ou, na impossibilidade de aplicação desta, a utilização da “tensão de segurança”, através da utilização da extra baixa tensão. E, na impossibilidade de aplicação destas, devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais como:

 isolação das partes vivas;

 obstáculos;  barreiras;  sinalização;

 sistema de seccionamento automático de alimentação;

 bloqueio do religamento automático, utilizado especialmente para trabalhos em linhas vivas; e

 aterramento das instalações elétricas.

Quando as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem ser adotados equipamentos de proteção individual específicos e adequados às atividades desenvolvidas. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2010). Dentre elas, destacamos o uso de equipamento de proteção individual, definido como sendo todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos susceptíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Além destes, considerar especialmente:

 uso de vestimentas de trabalho adequadas às atividades, devendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas; e

 proibição do uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas proximidades.

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2.2 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

O Código de Defesa do Consumidor - CDC, estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social. (BRASIL, 1990).

Sua origem remonta à Constituição Federal do Brasil/1988, a qual estabeleceu definitivamente a defesa do consumidor como direito e garantia fundamental do cidadão (art. 170, V, CF). (BRASIL, 1990).

Após os devidos debates legislativos, em 1990, com a aprovação da Lei 8.078/1990, surgem as bases normativas específicas para a relação consumidor/fornecedor. (BRASIL, 1990).

O CDC tem uma abrangência que envolve desde relações de compra de produtos (alimentos, roupas, brinquedos, eletrônicos), compra de bens duráveis (terrenos, apartamentos, carros) até as contratações de serviços (plano de saúde, telefonia móvel, conserto de eletrodomésticos, entre outros). Suas normas objetivam regularizar as relações de consumo, protegendo o consumidor de prejuízos na aquisição de produtos e serviços. (BRASIL, 1990).

Em seu Art. 39, Parágrafo VIII, estabelece o seguinte:

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

[...]

VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro) (BRASIL, 1990).

[...]

Baseado nestes aspectos, qualquer fornecimento de materiais fora dos padrões e critérios estabelecidos nas normas, é prática abusiva, ficando sujeito a ações judiciais, podendo ser Civis e até Criminais caso ocorra o dano e o tipo do dano. Não só a empresa responsável pela fabricação do quadro elétrico pode ser responsabilizada, mas também a empresa que repassou, a empresa que instalou e até mesmo o proprietário onde o material não conforme esteja instalado. (CERTIFICAÇÃO..., 2016).

O Código de Defesa do Consumidor prevê punição para profissionais da área elétrica que coloquem em risco a segurança patrimonial ou as pessoas que circulam pela área, por conta da má qualidade das instalações. Por isso, a qualidade dos profissionais envolvidos no projeto é fundamental para uma instalação elétrica segura e as empresas ou fornecedores de

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serviços podem ser punidos através de multa ou, dependendo da gravidade da situação, penalmente. (CERTIFICAÇÃO..., 2016).

2.3 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT

A ABNT é o Foro Nacional de Normalização por reconhecimento da sociedade brasileira desde a sua fundação, em 28 de setembro de 1940, e confirmado pelo governo federal por meio de diversos instrumentos legais. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018).

Entidade privada e sem fins lucrativos, a ABNT é membro fundador da International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização - ISO), da Comisión Panamericana de Normas Técnicas (Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas - COPANT) e da Asociación Mercosur de Normalización (Associação Mercosul de Normalização - AMN). Desde a sua fundação, é também membro da International Electrotechnical Commission (Comissão Eletrotécnica Internacional - IEC). (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018).

A ABNT é responsável pela elaboração das Normas Brasileiras (ABNT NBR), elaboradas por seus Comitês Brasileiros (ABNT/CB), Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE). (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018).

Desde 1950, a ABNT atua também na avaliação da conformidade e dispõe de programas para certificação de produtos, sistemas e rotulagem ambiental. Esta atividade está fundamentada em guias e princípios técnicos internacionalmente aceitos e alicerçada em uma estrutura técnica e de auditores multidisciplinares, garantindo credibilidade, ética e reconhecimento dos serviços prestados. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018).

Normalmente conhecida por NBR, ABNT NBR é a sigla para Norma Brasileira, aprovada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. As NBRs são normas técnicas estabelecidas de acordo com um consenso entre pesquisadores e profissionais da área e aprovada por um organismo nacional, no caso, a ABNT, ou internacional. Frequentemente são revisadas, atualizadas e republicadas, e, por isso, representam a forma mais eficiente de se realizar o processo a que se referem. (SOUZA, 2017).

As NBRs estabelecem regras, diretrizes, características ou orientações sobre determinado material, produto, processo ou serviço. As normas também asseguram as

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características desejáveis de produtos e serviços, como qualidade, segurança, confiabilidade, eficiência, intercambialidade e respeito ambiental. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018).

Seguir as normas, ainda contribui para a diminuição da incidência de acidentes de trabalho, poluição e contaminação do meio ambiente, que podem gerar sanções pesadas em casos de descumprimento. (SOUZA, 2017).

Por isso, a normas são importantes, justamente, porque indicam um padrão de qualidade a ser seguido, melhorando a produtividade e minimizando as falhas no processo produtivo. Além disso, a padronização possibilita a economia de matéria prima, a redução do desperdício e dos prejuízos, aumentando a satisfação do consumidor e a competitividade no mercado nacional e internacional. (SOUZA, 2017).

Apesar de todos os seus benefícios, as NBRs, por serem homologadas por uma entidade privada e não pelo poder público, não são obrigatórias. Porém, estas passam a ser obrigatórias, quando há leis e normas regulamentadoras que exigem o seu cumprimento. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018).

2.3.1 ABNT NBR 5410: 2004 – Instalações Elétricas em Baixa Tensão

A ABNT NBR 5410 é a norma que estabelece as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas de baixa tensão, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens, conforme definido em seu item 1.1. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004a).

Ela aplica-se principalmente às instalações elétricas de edificações, qualquer que seja seu uso (residencial, comercial, público, industrial, de serviços, agropecuário, hortigranjeiro, etc.), incluindo as pré-fabricadas. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004a).

Esta norma também é aplicável nos seguintes casos apresentados, entre outros relacionados em seus itens 1.2.1, 1.2.2 e 1.2.3 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004a):

a) em áreas descobertas, externas às edificações;

b) em reboques (trailers), locais de acampamento (campings), marinas e instalações análogas;

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d) em circuitos elétricos sob tensão nominal igual ou inferior a 1000 V em corrente alternada, com frequências inferiores a 400 Hz, ou a 1500 V em corrente contínua;

e) em circuitos elétricos, externos aos equipamentos, funcionando numa tensão superior a 1000 V e alimentados através de uma instalação de tensão igual ou inferior a 1000 V em corrente alternada (por exemplo, circuitos de lâmpadas); f) a toda fiação e a toda linha elétrica onde não se aplicam normas relativas aos

equipamentos de utilização; e

g) a instalações novas e a reformas em instalações.

Para o profissional que atua em instalações elétricas em baixa tensão, a NBR 5410 serve como um guia, sobre o que é ou não correto, prescrevendo regras, o que faz grande diferença conhecê-la e acima de tudo aplicá-la. Conhecer a norma e os tópicos nela propostos esclarece muitas das dúvidas dos profissionais da área. (MATTEDE, 2018).

Executar instalações em conformidade com as normas é indiscutivelmente o correto, pois assim fica assegurado o bom funcionamento, a conservação dos bens e principalmente a segurança. As NBRs existem para orientar, trazer uma igualdade e melhorar o âmbito de qualidade das instalações, e a NBR 5410 existe justamente pela preocupação com as instalações elétricas de baixa tensão, pois muitos acidentes ocorrem neste tipo de instalação, com usuários que nem sempre possuem qualificação. Cumprir a norma é assegurar que estas instalações estejam dentro do que é considerado um funcionamento seguro e adequado. (MATTEDE, 2018).

Os princípios fundamentais, conforme a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2004a), que orientam os objetivos e as prescrições da NBR 5410, entre outros são:

a) proteção contra choques elétricos: pessoas e animais devem ser protegidos contra choques elétricos, ocorrido pelo contato acidental com a parte viva perigosa, ou através de falhas que possam colocar uma massa acidentalmente sob tensão;

b) proteção contra efeitos térmicos: toda instalação deve ser concebida e construída de maneira a evitar temperaturas elevadas ou arcos elétricos, excluindo qualquer risco de incêndio de materiais inflamáveis e riscos de queimaduras a pessoas e animais, quando em serviço normal;

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c) proteção contra sobrecorrentes: pessoas, animais e bens devem ser protegidos contra os efeitos negativos de temperaturas ou solicitações eletromecânicas excessivas resultantes de sobrecorrentes a que os condutores vivos possam ser submetidos;

d) circulação de correntes de falta: os condutores, com exceção dos condutores vivos e outras partes destinadas a escoar correntes de falta devem suportar essas correntes sem atingir temperaturas excessivas;

e) proteção contra sobretensões: pessoas, animais e bens devem ser protegidos contra as consequências prejudiciais resultantes de sobretensões, como faltas entre partes vivas de circuitos sob diferentes tensões, fenômenos atmosféricos e manobras;

f) acessibilidade dos componentes: os componentes da instalação devem permitir espaço suficiente tanto para a instalação inicial quanto para a substituição posterior de partes, bem como acessibilidade para fins de operação, verificação, manutenção e reparos;

g) seleção dos componentes: os componentes da instalação devem estar em conformidade com as normas técnicas aplicáveis e possuir características compatíveis com as condições elétricas, operacionais e ambientais a que forem submetidos. Caso contrário, devem ser providas medidas compensatórias, capazes de compatibilizá-las com as exigências da aplicação; e

h) instalação dos componentes: qualquer instalação elétrica deve ser executada de forma cuidadosa, por pessoas qualificadas, de forma a assegurar, entre outros objetivos, que:

 as características dos componentes da instalação, como indicado em “g”, não sejam comprometidas durante sua montagem;

 os componentes da instalação, e os condutores em particular, sejam identificados adequadamente;

 nas conexões, o contato seja seguro e confiável;

 os componentes sejam instalados preservando-se as condições de resfriamento especificadas.

Para que as instalações elétricas de baixa tensão funcionem adequadamente e possam garantir a segurança de pessoas, animais e a conservação de bens, é necessário que

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todos os seus componentes elétricos, e isto inclui os quadros elétricos, atendam os critérios estabelecidos na NBR 5410. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004a).

Neste sentido, serão apresentados alguns critérios e definições estabelecidos, que não necessariamente, estão explícitos na NBR 5410, mas que serão necessários para o entendimento e a normatização dos parâmetros de conformidades dos quadros elétricos apresentados na norma ABNT NBR IEC 60439.

2.3.1.1 Instalação elétrica

É definida como o conjunto de componentes elétricos associados e com características coordenadas entre si, constituído para uma finalidade determinada. (SOUZA; MORENO, 2001).

As instalações elétricas, segundo SOUZA e MORENO (2001), podem ser classificadas de acordo com a sua tensão nominal (UN) como:

a) baixa tensão (BT), com UN ≤ 1000V em corrente alternada (CA), ou com UN ≤ 1500V em corrente contínua (CC);

b) alta tensão (AT), com UN > 1000V em corrente alternada (CA), ou com UN > 1500V em corrente contínua (CC); e

c) extra baixa tensão (EBT ou ELV, de extra-low voltage), com UN ≤ 50V em corrente alternada (CA), ou com UN ≤ 120V em corrente contínua (CC). 2.3.1.2 Componente elétrico

Componente de uma instalação elétrica é um termo geral que se refere a um equipamento elétrico ou a qualquer elemento necessário ao funcionamento da instalação. (SOUZA; MORENO, 2001).

2.3.1.2.1 Equipamento elétrico

É um componente da instalação, constituindo uma unidade funcional completa e distinta, que exerce uma ou mais funções relacionadas com geração, transmissão, distribuição ou utilização de energia, incluindo máquinas, transformadores, dispositivos, aparelhos de

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medição e equipamentos de utilização, que convertem energia elétrica em outra forma de energia diretamente utilizável (mecânica, luminosa, térmica, etc.). (SOUZA; MORENO, 2001). 2.3.1.2.2 Quadro de distribuição principal

“Primeiro quadro de distribuição após a entrada da linha elétrica na edificação. Naturalmente, o termo se aplica a todo quadro de distribuição que seja o único de uma edificação”. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004a).

2.3.1.3 Circuito elétrico

Conjunto de componentes da instalação alimentados a partir da mesma origem e com o mesmo dispositivo de proteção. Compreende, no caso mais geral, além dos condutores, todos os dispositivos neles ligados, as tomadas de corrente, não incluindo os equipamentos de utilização alimentados. Sua característica essencial é a proteção dos condutores contra sobrecorrentes. (SOUZA; MORENO, 2001).

2.3.1.4 Manobra (elétrica)

É a mudança na configuração elétrica de um circuito, através de um dispositivo adequado e destinado a essa finalidade, realizada de forma manual ou automática. (SOUZA; MORENO, 2001).

2.3.1.5 Alimentação de instalações em BT

Para SOUZA e MORENO (2001), uma instalação em baixa tensão pode ser alimentada:

a) diretamente em baixa tensão;

 por rede pública de baixa tensão da concessionária;  por transformador exclusivo, da concessionária;

b) pela alta tensão, através de subestação de transformação do usuário; e c) por fonte própria em baixa tensão.

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2.3.1.6 Origem das instalações em BT

As prescrições da NBR 5410, segundo SOUZA e MORENO (2001), só se aplicam a partir do ponto de origem de uma instalação em baixa tensão, conforme segue:

 na instalação conforme a condição (a) descrita anteriormente, a origem corresponde aos terminais de saída do dispositivo geral de comando e proteção, normalmente o disjuntor. Nos casos em que o disjuntor se encontra antes do medidor, a origem corresponde aos terminais de saída do medidor, conforme Figura 3;

Figura 3 – Origem de uma instalação alimentada diretamente em baixa tensão.

Fonte: SOUZA e MORENO (2001, p. 16).

 na instalação conforme a condição (b) descrita anteriormente, a origem corresponde aos terminais do secundário do transformador. Se a subestação possuir mais de um transformador e que não estejam ligados em paralelo, haverá

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tantas origens (e tantas instalações) quantos forem os transformadores, como mostra a Figura 4;

Figura 4 – Origem de uma instalação alimentada a partir de subestação do usuário.

Fonte: SOUZA e MORENO (2001, p. 16).

 na instalação conforme a condição (c) descrita anteriormente, a origem deve incluir a fonte.

2.3.1.7 Isolação elétrica

Isolação é o material ou o conjunto de materiais com características que impedem a circulação de corrente entre partes condutoras. É um conceito estritamente qualitativo. (SOUZA; MORENO, 2001).

2.3.1.8 Isolamento elétrico

Isolamento é o conjunto das propriedades adquiridas por um corpo condutor, decorrentes de sua isolação. Tem sentido “quantitativo” e seu uso está sempre associado a ideia de valor, por vezes até implicitamente (resistência de isolamento, isolamento para baixa tensão, isolamento para 0,6/1kV).

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2.3.1.9 Choque elétrico

“Choque elétrico é o efeito patofisiológico resultante da passagem de uma corrente elétrica, a chamada corrente de choque, através do corpo de uma pessoa ou de um animal.” (SOUZA; MORENO, 2001).

Os choques elétricos em uma instalação, segundo SOUZA e MORENO (2001), são provenientes de dois tipos de contatos:

 direto: contato de pessoas ou animais com partes vivas sob tensão; e

 indireto: contato de pessoas ou animais com uma massa que ficou sob tensões em condições de falta (falha de isolamento).

2.3.1.9.1 Proteção básica

Medida adotada, destinada a impedir contato com partes vivas perigosas em condições normais de funcionamento da instalação. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004a).

2.3.1.9.2 Proteção supletiva

Medida adotada, destinada a suprir a proteção contra choques elétricos quando massas ou partes condutoras acessíveis tornam-se acidentalmente vivas. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004a).

2.3.1.9.3 Princípio fundamental contra choques elétricos

A NBR 5410, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2004a), resume o princípio que fundamenta as medidas de proteção contra choques nos seguintes critérios:

 partes vivas1 perigosas não devem ser acessíveis; e

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 partes condutoras acessíveis2 (massas) não devem oferecer perigo, em condições normais, ou, em particular, em caso de alguma falha que as tornem acidentalmente vivas.

2.3.1.9.4 Regra geral contra choques elétricos

A regra geral da proteção contra choques elétricos pressupõe que o princípio fundamental enunciado em 2.3.1.10.4 seja assegurado, no mínimo, pelo provimento conjunto de proteção básica e de proteção supletiva, mediante combinação de meios independentes ou mediante aplicação de uma medida capaz de prover ambas as proteções, simultaneamente. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004a).

Em outras palavras, conforme SOUZA e MORENO (2001), a proteção contra choques elétricos deve ser garantida através de duas disposições protetoras:

 uma proteção básica, que assegura a proteção contra choques elétricos em condições normais, mas que é suscetível de falhar, considerando essa possibilidade; e

 uma proteção supletiva que, em caso de falha da proteção básica, ainda assim, assegure a proteção contra choques elétricos.

2.3.1.10 Equipotencialização

A equipotencialização aplicada à proteção contra choques elétricos, em regra geral, é a interligação de todas as massas da instalação situadas em uma mesma edificação, a um mesmo e único eletrodo ou malha de aterramento. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004a).

2.3.1.11 Ligação equipotencial

É a equipotencialização aplicada à instalação elétrica (ou parte desta) e a seu ambiente. Seu objetivo é colocar todas as massas em um mesmo potencial, evitando diferenças

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de potencial perigosas entre massas e entre massas e os chamados elementos condutores não pertencentes à instalação3. (SOUZA; MORENO, 2001).

2.3.1.12 Falta elétrica

Falta elétrica é o contato ou arco elétrico acidental entre partes vivas com potenciais diferentes, entre parte viva e a terra (falta para a terra) ou entre parte viva e a massa (falta para a massa), em uma instalação ou equipamento. As faltas ocorrem, via de regra, por falhas na isolação entre as partes, podendo a impedância entre elas ser considerável ou desprezível (falta direta). (SOUZA; MORENO, 2001).

2.3.1.13 Curto-circuito

Curto-circuito é uma ligação intencional ou acidental, através de uma impedância desprezível, entre dois ou mais pontos de um circuito. Assim, um curto-circuito constitui uma falta direta. (SOUZA; MORENO, 2001).

2.3.1.14 Capacidade de condução de corrente

É a corrente máxima que um condutor pode conduzir continuamente, em condições especificadas, sem que sua temperatura em regime permanente ultrapasse um valor predeterminado. (SOUZA; MORENO, 2001).

2.3.1.15 Corrente de fuga

Corrente de fuga, como conceito geral, é a corrente de condução que percorre um caminho diferente do previsto, devido à falha na isolação. Como na prática não existe isolação ideal, sempre existe corrente de fuga. Em particular, a corrente de fuga de uma instalação é a corrente que, na ausência de falta, flui para a terra ou para elementos condutivos estranhos à instalação. (SOUZA; MORENO, 2001).

3 Como exemplos de elementos condutores não pertencentes à instalação são: tubulações de gás, de incêndio,

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2.3.1.16 Sobrecorrente

SOUZA e MORENO (2001), definem sobrecorrente como a corrente elétrica, cujo valor, excede um valor nominal. O valor nominal considerado para condutores, é a sua capacidade de condução de corrente. Nas instalações elétricas, as sobrecorrentes são aquelas que excedem a corrente de projeto, e podem ser de dois tipos:

 corrente de sobrecarga: provocada pelo aumento da carga em um circuito sem que haja falta elétrica; e

 corrente de falta: corrente que, num circuito ou num equipamento, flui de um condutor para outro e/ou para a terra ou para a massa.

2.3.1.17 Corrente de curto-circuito

Corrente de curto-circuito, um caso particular da corrente de falta, é a sobrecorrente que resulta de uma falta direta entre condutores vivos sob potenciais diferentes quando em funcionamento normal. Desta forma, só faltas diretas entre condutores de fase e/ou entre condutor(es) de fase e o condutor neutro podem ser chamadas de correntes de curto-circuito. (SOUZA; MORENO, 2001).

2.3.1.18 Influências externas

As instalações elétricas, bem como seus componentes, não podem ser dissociadas do ambiente em que se encontram. Esse ambiente, pode introduzir riscos à segurança das pessoas e ao desempenho dos componentes da instalação. Consequentemente, para que tenham um desempenho satisfatório, as condições do ambiente devem ser consideradas na definição das medidas para garantir segurança e das características exigíveis dos componentes. Essas condições constituem as chamadas “influências externas.” (SOUZA; MORENO, 2001).

Ao identificar as influências externas que predominam, é necessário a instalação dos componentes adequados àquele ambiente. As informações de desempenho e resistência às influências externas pertinentes, devem ser fornecidas pelos fabricantes dos componentes, cabendo ao projetista a previsão de medidas compensatórias, durante a instalação, sempre que alguma característica não preencher de forma satisfatória a condição de influência externa correspondente. (SOUZA; MORENO, 2001).

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As características de desempenho e resistência dos componentes com relação à temperatura ambiente, ao fogo, à corrosão, à resistência mecânica, entre outras, integra a normalização e/ou os ensaios específicos aos quais foram submetidos.

As características relativas às influências externas como: presença de água, presença de corpos sólidos e a competência das pessoas, entre outras, são normalizadas através dos conhecidos e consagrados índices de proteção IP. (SOUZA; MORENO, 2001).

2.3.1.18.1 Grau de proteção

A norma internacional, IEC 60529, Degrees of protection provided by enclosures (IP Code), define os graus de proteção providos por invólucros, classificando-os através dos índices IP (International Protection Code). A relação desses índices com as normas de instalações ocorre, diretamente, através das seguintes influências externas: presença de água, presença de corpos sólidos e competência das pessoas, podendo suas implicações se estenderem, indiretamente, a outros tipos de influências externas. (SOUZA; MORENO, 2001). A IEC 60529 define os graus de proteção e especifica os ensaios que os invólucros devem satisfazer para enquadramento nos respectivos índices IP. A norma é aplicada aos invólucros de um equipamento pronto para uso, quanto um invólucro puro e simples, como as caixas, dos mais diversos tipos, disponíveis para o alojamento de componentes e equipamentos, conexões e derivações ou a montagem de quadros elétricos. (SOUZA; MORENO, 2001).

Segundo SOUZA e MORENO (2001), na prática, essa orientação, que impõe compatibilidade entre as características construtivas do componente e o ambiente onde será instalado, geralmente não tem sido respeitada, onde o emprego de materiais sem o grau de proteção adequado, como no caso das tomadas, interruptores e luminárias, concebidas para uso interno, são instaladas em áreas externas.

O uso correto dos equipamentos com o grau de proteção adequado, é tratado com clareza pela norma, como também, fornecido pelos fabricantes de materiais elétricos normatizados.

A classificação é constituída pelas letras “IP” seguidas por dois algarismos e, conforme o caso, por mais uma ou duas letras, conforme Figura 5.

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Figura 5 – Significado dos códigos IP

Fonte: Eikon - Produtos.

O primeiro algarismo indica a proteção que o invólucro oferece contra a penetração de corpos ou objetos sólidos, isto é, o tipo de barreira que o invólucro oferece, ao equipamento montado em seu interior, contra o ingresso de materiais estranhos como ferramentas, pontas de fio, poeiras, etc. Traduz também, como segundo aspecto, a proteção que o invólucro oferece, ao usuário, contra contatos acidentais com partes internas perigosas (partes vivas). O segundo algarismo indica a proteção que o invólucro oferece, ao equipamento no seu interior, contra o ingresso de líquidos, mais exatamente de água. Quando a proteção correspondente não for aplicável em relação aos dois primeiros algarismos, a norma prevê, em substituição, o uso da letra “X”. (SOUZA; MORENO, 2001).

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As duas letras finais previstas na norma IEC 60529, são qualificadas de letra adicional e de letra suplementar, respectivamente. A letra adicional está relacionada também ao segundo aspecto atribuído ao primeiro algarismo dos códigos IP, isto é, de proteção das pessoas contra contatos acidentais com partes perigosas no interior do invólucro. Não se trata de redundância, mas sim de uma proteção adicional em relação ao grau de proteção contra penetração de corpos sólidos estranhos, relativo ao primeiro algarismo do índice IP, mas um grau de proteção contra contatos acidentais efetivamente superior àquele, que caberia então, à letra adicional informar. A letra suplementar, última letra representativa do código, acrescenta informações gerais ao índice IP, designadas pelas letras, conforme apresentado na Figura 5. (SOUZA; MORENO, 2001).

O Quadro 2, alinhado com os Quadros 3 e 4 da NBR 5410, apresentam as influências externas AD (presença de água) e AE (presença de corpos sólidos) e os graus de proteção IP exigidos.

Quadro 2 – Influências externas AD e AE e os respectivos graus de proteção IP

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Quadro 3 – Presença de água

Fonte: ABNT NBR 5410 (2004, p. 22).

Quadro 4 – Presença de corpos sólidos

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Quadro 4 – Presença de corpos sólidos (continuação)

Fonte: ABNT NBR 5410 (2004, p. 22, 23).

2.3.1.18.2 Grau de proteção contra impactos

A exemplo da norma internacional, IEC 60529, citada anteriormente, a norma europeia EN 50102, Degrees of protection provided by enclosures for electrical equipment against external mechanical impacts (IK code), define o grau de proteção oferecido pelo invólucro contra impactos mecânicos externos, especificando também os ensaios pertinentes, classificando-os através dos índices IK (IK code), constituído pelas letras IK seguidas de dois algarismos, de 00 a 10. (SOUZA; MORENO, 2001).

O Quadro 5 relaciona os onze graus de proteção IK previstos na norma, com a energia de impacto correspondente a cada um. Os ensaios devem ser efetuados por martelos, que podem ser de três tipos:

 pendular, aplicável a todos os graus de proteção;  de mola, para os graus IK 01 a IK 07; e

 de queda livre, para os graus IK 07 a IK 10.

Os invólucros dos equipamentos quando submetido ao ensaio previsto na norma, deve suportar a energia de impacto definida sem que isso afete sua segurança elétrica, sua

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segurança mecânica e sua função básica. Isso significa também, que após submetido ao ensaio, o invólucro não pode ter sua classificação IP comprometida. (SOUZA; MORENO, 2001). Quadro 5 – Graus de proteção IK

Fonte: SOUZA e MORENO (2001, p. 37).

2.3.1.19 Conjuntos de proteção, manobra e comando

Segundo a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2004a), “os quadros de distribuição são considerados como conjuntos de proteção, manobra e comando.”

Neste sentido, a NBR 5410, em seu item 6.5.4.1 recomenda que os conjuntos montados em fábrica, assim como os conjuntos fornecidos na forma de kits, conforme ou derivados de protótipos e que tenham sido submetidos com sucesso aos ensaios de tipo pertinentes, devem atender à ABNT NBR IEC 60439-1. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004a).

Quaisquer outros conjuntos diferentes daqueles especificados em 6.5.4.1 devem resultar em níveis de desempenho e segurança equivalentes aos definidos na ABNT NBR IEC 60439-1, além de respeitar as distâncias mínimas:

a) entre partes vivas nuas de polaridades distintas: 10 mm;

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Nas situações em que os invólucros desses conjuntos, possuírem aberturas cuja menor dimensão esteja compreendida entre 12 mm e 50 mm, a distância especificada em b) deve ser aumentada para 100 mm. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004a).

De acordo com a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2004a), todos os conjuntos devem ainda atenderem o que segue:

a) serem especificados, montados e instalados atendendo-se à todas as prescrições dessa NBR;

b) possuírem grau de proteção do conjunto compatível com as influências externas previstas;

c) terem seus dispositivos de proteção, manobra e comando instalados e ligados segundo as instruções fornecidas pelo fabricante, respeitadas as prescrições dessa NBR;

d) terem seus condutores de alimentação dos componentes e instrumentos fixados nas portas ou tampas, dispostos de tal forma que os movimentos das portas ou tampas não possam causar danos a esses condutores; e

e) possuírem espaço previsto de reserva para ampliações futuras, com base no número de circuitos com que o quadro for efetivamente equipado, conforme Quadro 6.

Quadro 6 – Quadros de distribuição – espaço de reserva.

Fonte: ABNT NBR 5410 (2004, p. 157).

f) serem instalados em local de fácil acesso e serem providos de identificação do lado externo, legível e não facilmente removível, especialmente para os quadros de distribuição;

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