PLANO DE AÇÃO
PARÁ/AMAPÁ SETEMBRO - 2017
PLANO DE AÇÃO1
I – JUSTIFICATIVA
No último dia 6 de setembro de 2017, durante reunião da Comissão Intergestora Tripartite (CIT) da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), o Ministério do Planejamento apresentou proposta de orçamento à PNAS para o ano 2018 no valor de apenas R$ 78 milhões. Isto caracterizou uma afronta direta e sem precedentes a revelar o quadro de aviltamento, complexo e delicado que a PNAS vive atualmente no Brasil.
Assim, o Conselho Regional de Psicologia – Pará/Amapá, em consonância com o Conselho Federal de Psicologia (CFP), se coloca para pensar o presente contexto, bem como a atuação de psicólogas e psicólogos, trabalhadoras/es do Sistema Único da Assistência Social (SUAS). Atentos a este momento e pautados pela defesa dos direitos humanos, contra todo tipo de arbítrio e autoritarismo, bem como pela necessidade de ampliação e consolidação da cidadania e da democracia, a psicologia e seus profissionais se apresentam como uma ferramenta importante para construção do lugar de resistência nesse cenário político.
A inserção da Psicologia no campo da Assistência Social se efetivou durante o processo de implementação da Política Nacional de Assistência Social no ano de 2004, especificada no ano de 2006 na Norma Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB-RH/SUAS) e ratificada sua obrigatoriedade nas equipes de referência na resolução de nº 17/2011 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) que reconhece as categorias profissionais de nível superior que devem compor a equipe mínima para atender as especificidades dos serviços socioassistenciais e as funções essenciais de gestão.
De acordo com o Censo SUAS de 2016, realizado pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) em todo Brasil, as psicólogas e psicólogos atuantes na política de assistência social representam o segundo maior seguimento de profissionais de nível superior dessa política pública. Um número significativo que se expande a cada ano diante do compromisso social que a psicologia, como ciência e profissão, vem assumindo, atuando de forma ampla em todo território nacional.
A inserção das/os psicólogas/os na Assistência Social apresenta-se como um campo no qual as dificuldades e desafios são inúmeros. Com a implementação dos serviços, normativas e orientações técnicas da política, algumas questões provocaram (e ainda
1 Plano de Ação construído conforme a Instrução Normativa nº 01 de 10 de novembro de 2016 do Conselho
provocam) tensões para o sistema conselhos de psicologia, demandando orientações e mesmo fiscalização às práticas de psicólogas/os nos equipamentos socioassistenciais, tais como:
• Atendimento conjunto (Psicólogos e Assistentes Sociais);
• A contraindicação da psicoterapia para os serviços socioassistenciais; • Definições na elaboração de documentos quanto à estrutura e conteúdo; • Carência de metodologias adequadas aos objetivos do SUAS;
• Relação com a justiça sobre demandas indevidas de relatórios/laudos e convocatória para testemunhar em juízo;
• Notificação compulsória sobre parâmetros e procedimentos; • Periculosidade à qual são expostos cotidianamente;
• Demandas encaminhadas de outras políticas que não são atribuição dos profissionais que atuam na PNAS;
• Condições de trabalho, sobre alta rotatividade nos serviços, contratos precários e necessidade de capacitação.
Em função dessas e outras demandas, foi criada a Comissão Nacional de Assistência Social/CONPAS – Conselho Federal de Psicologia/CFP - Resolução nº 35/2015 que institui a CONPAS no âmbito do CFP. Desta forma, o debate no conselho regional se faz pertinente ao alinhamento das discussões que já acontecem no sistema conselhos de psicologia e deste com a sociedade e o Estado, para garantir a especificidade regional no que concerne a avanços e desafios da inserção do profissional de psicologia e de suas práticas neste campo.
Alia-se a este processo organizativo do sistema conselhos (nos âmbitos nacional e local), a organização das/os próprias/os trabalhadoras/es do SUAS que, identificando o conselho como aliado e como espaço de expansão da formação e atuação em Psicologia, se dispuseram a fomentar coletivamente os trabalhos, ações e construções que possam colaborar no fortalecimento da atuação da/o psicóloga/o no SUAS nos estados do Pará e Amapá.
A partir do exposto, a presente proposta de criação de um GT de Psicologia e Assistência Social no CRP10, justifica-se na medida em que há intensificação das práticas psicológicas diversas na implementação da PNAS, configurando-se como um em expansão, e que vem trazendo muitos desafios às/aos profissionais que nele atuam ou fazem interface na rede socioassistencial.
II – OBJETIVO GERAL
Promover debates e construir ações sobre a compreensão do papel da psicologia como ciência e profissão junto a psicólogas e psicólogos na Política Nacional de Assistência Social (PNAS) atuantes na região amazônica.
II. I – Objetivos Específicos
1. Realizar estudos/capacitação/qualificação e supervisão no campo da Política de Assistência Social (normas, leis, resoluções);
2. Mapear os profissionais de psicologia em suas demandas e seus campos de atuação em nossa região;
3. Criação do banco de dadosque sirva de subsídio aos profissionais que atuam nessa área e que fique disponível no CRP;
4. Dialogar/debater/conversar com os gestores do SUAS, as instâncias de controle social no território amazônico, a rede socioassistencial e profissionais de outras categorias inseridas no SUAS;
5. Ampliar e consolidar a representação das/os psicólogas/os nas diversas instâncias e organizações que compartilham a gestão do SUAS;
6. Discutir relações e condições de trabalho;
7. Fazer conhecer e problematizar os documentos/manuais e prescrições referendados pelo MDS.
III – PARCERIAS
As parcerias com instituições, organizações e demais instâncias serão parte fundamental e significativa para o Grupo de Trabalho de Psicologia e Assistência Social do CRP/10. Dessa forma, o GT buscará em suas ações, constantes articulações com os Fóruns e conselhos municipais e estaduais de abrangência da temática, IES’s públicas e particulares, movimentos sociais, associações de categorias profissionais, organizações governamentais e não-governamentais e outras instituições2.
Será também imprescindível o diálogo e desenvolvimento de atividades conjuntas com as Comissões de Relações Raciais, Políticas Públicas, Direitos Humanos e Gênero bem como com os Grupos de Trabalho de Diversidade Sexual, Infância e Juventude e Povos
2 Possíveis parceiros: Fórum Estadual dos trabalhadores (FET-SUAS), Sindicato dos Trabalhadores do SUAS de
Indígenas do CRP 10, tendo em vista que a atuação na AS é vinculada à todas essas temáticas transversalmente.
IV – CRONOGRAMA DE REUNIÕES
As reuniões do GT de Psicologia e Assistência Social do CRP/10 ocorrerão quinzenalmente aos sábados, de acordo com a disponibilidade dos integrantes, na sede do CRP/10 preferencialmente no período da manhã. Caso haja necessidade, ocorrerão reuniões extraordinárias.
IV.I - Calendário de Ações
Setembro
- Articulação em unidade com as demais categorias de profissionais que constroem o SUAS, bem como com as usuárias/os do sistema, como dispositivo de luta e resistência contra o desmonte das políticas de garantia de direitos das cidadãs e cidadãos brasileiros.
- Reunião de planejamento estratégico do Grupo de Trabalho.
Outubro
- Iniciar levantamento dos profissionais que estão atuando na AS no Pará e Amapá; - Iniciar banco de dados virtual;
- Entrar em contato com possíveis instituições e entidades parceiras;
- Participação no evento regional do sistema conselhos sobre políticas públicas;
- Criar um veículo de divulgação das atividades do GT e abrir espaço para relatos de experiências dos profissionais;
Novembro
- Realização de atividade em outros municípios fora da região metropolitana de Belém. - Realização de atividade com alguma comissão ou outro GT do CRP.
V – PREVISÃO DE ORÇAMENTO
O GT de Psicologia e Assistência Social realizará ações e eventos em toda jurisdição do Conselho Regional de Psicologia 10ª região. As ações e eventos estarão submetidos à aprovação do orçamento anual (ainda por definir) em plenário, podendo os eventos propostos sofrer alterações ao longo do período. (Anexar tabela orçamentária3)
VI – NOME DA COORDENAÇÃO / VICE COORDENAÇÃO
Coordenação: Antonino Alves Vice Coordenação: Debora Linhares
VII – NOME DOS MEMBROS
1. Adriana Macedo (Conselheira) 2. Ana Paula de Souza (Psicóloga) 3. Francidalva Costa (Psicóloga) 4. Joelma do Socorro Lima (Psicóloga) 5. Jorgete Lopes (Psicóloga)
6. Letícia Palheta (CREPOP/CRP 10) 7. Miguel Neto (Sociólogo)
8. Rafael da Silva (Psicóloga) 9. Rafaele Habib (Conselheira) 10. Rita Cristiane (Psicóloga)
11. Robenilson Barreto (Conselheiro) 12. Rogério Tavares (Psicólogo) 13. Rose Meire (Psicóloga) 14. Sabrina Lima (Psicóloga) 15. Valber Sampaio (Psicólogo) 16. Wanda Nazareth (Psicóloga)