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Avaliação da acessibilidade de sítios web por meio de métricas de software

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Academic year: 2017

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CONHECIMENTO E DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Mestrado

AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE DE SÍTIOS

WEB POR MEIO DE MÉTRICAS DE SOFTWARE

Autor: Sinésio Teles de Lima

Orientadora: Profª Drª Fernanda Lima

Co-orientadora: Profª Drª Káthia Marçal de Oliveira

(2)

SINÉSIO TELES DE LIMA

AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE DE SÍTIOS

WEB POR MEIO DE MÉTRICAS DE SOFTWARE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação “Stricto Sensu” em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação da Universidade Católica de Brasília como requisito para obtenção do Título de Mestre em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação.

Orientadora: Profª. Dra. Fernanda Lima Co-orientadora: Profª. Dra. Káthia Marçal de Oliveira

(3)

Dissertação de autoria de Sinésio Teles de Lima, intitulada “Avaliação da Acessibilidade de Sítios Web por meio de Métricas de Software”, requisito parcial para obtenção de grau de Mestre em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação, defendida e aprovada em 24/10/2007 pela banca examinadora constituída por:

______________________________________________

Profª Drª Fernanda Lima

Orientadora

______________________________________________

Profª Drª Káthia Marçal de Oliveira

Co-orientadora

______________________________________________

Profª Drª Fernanda Cláudia Alves Campos

(4)

Dedicatória

Dedico este trabalho a Deus que me deu forças, capacidade e perseverança para finalizá-lo com entusiasmo, gratidão e humildade.

Dedico este trabalho à minha esposa Melina e às minhas filhas Melissa e Milena que me encorajaram para este objetivo e estiveram ao meu lado em todos os momentos em que necessitei de sua compreensão e amor.

Dedico este trabalho aos meus pais que apostaram em minha capacidade para o cumprimento de mais uma meta relevante em minha vida.

Dedico este trabalho aos meus familiares e amigos que me incentivaram com seu carinho e amizade.

Dedico este trabalho às minhas orientadoras Profa. Dra. Fernanda Lima e Profa. Dra. Káthia M. de Oliveira que me orientaram com paciência e espontaneidade.

(5)

Agradecimentos

A Deus pelo dom da vida e por conceder-me a oportunidade de realizar este trabalho. À minha esposa Melina e às minhas filhas Melissa e Milena pelo amor, compreensão e pelos incentivos constantes ao longo deste trabalho.

Aos meus pais pelo carinho e amor constantes em minha vida. Aos meus familiares pelo apoio dispensado ao longo deste trabalho.

Aos amigos Valter Júnior, João Eudes, Horst Wessel e Ana Carolina, Klaus de Lacerda, João França, Leonardo Antônio, Clodoaldo Leandro, Paulo César, Josenei Ferreira e José Marcos, minha eterna gratidão, pois sua ajuda, e total disponibilidade, foram decisivas para o propósito deste trabalho.

Aos amigos Luíza e Igor, do Telecentro Acessível de Taguatinga, por sua espontaneidade em ajudar nos momentos críticos deste trabalho.

(6)

Epígrafe

(7)

Resumo

A evolução da Internet nos últimos anos permitiu às pessoas o acesso global a crescentes níveis de informação nos mais variados conteúdos. À medida que a quantidade de empresas que atuam nos segmentos B2B (Business to Business) ou B2C

(Business to Consumer) cresce a passos largos, o conteúdo apresentado nos sítios Web

ganha complexidade e sofisticação, seguindo orientações das campanhas de marketing criadas para atender ao mercado de usuários que se torna cada vez mais exigente. Entretanto, há uma parcela de usuários que é constantemente afetada pelo incremento da complexidade dos conteúdos dos sítios Web, ou seja, pessoas com inabilidades se deparam com barreiras de acessibilidade que impedem o entendimento adequado dos conteúdos apresentados nos sítios Web. Considerando que a acessibilidade Web é um serviço de valor agregado aos sítios Web, é importante a existência de mecanismos de monitoração e controle da acessibilidade dos conteúdos Web. Neste contexto, existem mecanismos formais, os acordos de nível de serviço (Service Level Agreements ou SLA), que podem ser utilizados para este propósito, pois estes acordos estabelecem, por

meio de um catálogo de serviço, indicadores mensuráveis que atestam o cumprimento de metas previamente estabelecidas. Este trabalho propõe uma forma de avaliar a acessibilidade de sítios Web por meio de uma abordagem prática que utiliza métricas de software e uma técnica interativa com usuários reais que possuem inabilidades visuais. A abordagem de avaliação utiliza um protocolo de coleta e uma ferramenta automatizada com o propósito de coletar dados para a definição de indicadores para um catálogo de serviços de SLA de acessibilidade Web. A aplicação da abordagem de avaliação de acessibilidade foi realizada com a participação de dez usuários com inabilidades visuais. Depois de aplicada a abordagem, foram definidos indicadores para um catálogo de serviços de acessibilidade Web genérico.

(8)

Abstract

The evolution of the Internet has allowed people global access to incremental levels of information in the most varied content types. While the quantity of enterprises that influence the business to business and business to consumer markets is growing so quickly, the content presented on the Web sites is becoming more complex, following marketing departments’ orientations created to attend a more demanding market of users. However, there is a group of users that is constantly affected by the Web sites’ contents complexity, that is, people with disabilities that face accessibility barriers that obstruct them from understanding the presented contents adequately. Considering that Web accessibility is a valuable service to Web sites, the existence of mechanisms to monitor and control the Web contents accessibility is relevant. In this context, there are formal mechanisms, the service level agreements (SLA), which can be used for this purpose. They are contracts that establish, by means of a service catalog, some measurable indicators that certify the fulfillment of previously established goals. This dissertation proposes a way to evaluate Web site accessibility by using a practical approach that uses software metrics and an interactive technique with real users with visual disabilities. The evaluation approach uses a questionnaire and an automated tool for the purpose of collecting data to define indicators for a service catalog for a Web accessibility service level agreement. This evaluation approach was applied with the participation of ten users with visual disabilities. After applying the evaluation approach it was possible to define indicators for a generic accessibility service catalog.

(9)

Lista de Figuras

Figura 1 - Qualidade no ciclo de vida de software (INTERNATIONAL

ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2001a) ... 28

Figura 2 - Fórmula para a métrica WABScore... 34

Figura 3 - Fórmula da Métrica WAQM ... 35

Figura 4 - Modelo hierárquico do GQM (BASILI, CALDIERA, ROMBACH, 1994).. 38

Figura 5 – Exemplo genérico da estrutura de um SLA (BOUMAN, TRIENEKENS, ZWAN, 2004; OFFICE FOR GOVERNMENT COMMERCE, 2001)... 42

Figura 6 - Exemplo de SLA para serviços de consultoria (INFORMATION TECHNOLOGY ASSOCIATION OF AMERICA, 2000)... 44

Figura 7 - Modelo esquemático da abordagem para avaliação de acessibilidade Web.. 50

Figura 8 - Protocolo de coleta ... 64

Figura 9 - Página inicial da Tarefa T1 ... 79

Figura 10 - Página específica da Tarefa T1... 80

Figura 11 - Página inicial da tarefa T2... 81

Figura 12 - Página específica da tarefa T2... 81

Figura 13 - Página inicial da tarefa T3... 82

(10)

Lista de Quadros

Quadro 1 - Componentes essenciais de Acessibilidade Web (HENRY et al., 2006d) ... 9

Quadro 2 - Mapeamento parcial WCAG 1.0 e WCAG 2.0 (CALDWELL et al., 2006) 15 Quadro 3 - Funcionalidades das ferramentas de avaliação de sítios Web (ABOU-ZAHRA et al., 2006c) ... 22

Quadro 4 – Exemplos de métricas da qualidade em uso (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2001b) ... 32

Quadro 5 - Exemplos para os tipos de SLA ... 40

Quadro 6 - Exemplo de catálogo de serviços de um provedor de serviços de aplicação (INFORMATION TECHNOLOGY ASSOCIATION OF AMERICA, 2000)... 47

Quadro 7 - Objetivo da avaliação obtido com a aplicação do GQM... 51

Quadro 8 - Resultado da avaliação das ferramentas ... 75

(11)

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Exemplo formal de um catálogo de serviços (OFFICE FOR GOVERNMENT

COMMERCE, 2001) ... 46

Tabela 2 - Exemplo de catálogo de serviços (Data Center) (INFORMATION TECHNOLOGY ASSOCIATION OF AMERICA, 2000)... 48

Tabela 3 - Métricas definidas para avaliação de acessibilidade Web... 58

Tabela 4 - Quantitativos e percentuais de violações por prioridade ... 88

Tabela 5 - Quantitativo de violações aos princípios de acessibilidade Web... 89

Tabela 6 - Quantitativos e violações totais... 90

Tabela 7 - Dados demográficos ... 91

Tabela 8 - Dados da observação dos usuários... 92

Tabela 9 - Dados da percepção dos usuários... 92

Tabela 10 - Relacionamento dos dados obtidos ... 99

Tabela 11 - Refinamento dos dados a respeito de itens violados ... 106

Tabela 12 - Refinamento dos dados após exclusão dos itens não significativos... 109

Tabela 13 - Percentuais máximos tolerados por tarefa e por item... 111

(12)

Sumário

1. INTRODUÇÃO ... 1

1.1. MOTIVAÇÃO E RELEVÂNCIA DO ESTUDO ...1

1.2. OBJETIVOS E SUPOSIÇÕES ...4

1.2.1. Objetivo Geral ...4

1.2.2. Objetivos Específicos ...4

1.2.3. Suposições...5

1.3. METODOLOGIA ...5

1.4. ORGANIZAÇÃO...6

2. REFERENCIAL TEÓRICO... 8

2.1. ACESSIBILIDADE WEB ...8

2.1.1. Definição de Acessibilidade Web...8

2.1.2. Componentes de Acessibilidade Web ...9

2.1.3. Guias de Acessibilidade Web...10

2.1.4. Acessibilidade Web no Brasil ...17

2.1.5. Conformidade com a acessibilidade Web ...18

2.1.6. Métodos para avaliação de acessibilidade Web...19

2.2. MÉTRICAS DE SOFTWARE...23

2.2.1. Definições...23

2.2.2. Classificação de métricas ...24

2.2.3. Escalas de medição...25

2.2.4. Métricas de qualidade da norma ISO/IEC 9216 ...26

2.2.5. Métricas de Acessibilidade...33

2.2.6. Abordagens para medição ...35

2.3. ACORDOS DE NÍVEL DE SERVIÇO...38

2.3.1. Definição de Acordo de Nível de Serviço ...39

2.3.2. Estrutura de um Acordo de Nível de Serviço ...40

2.3.3. Catálogo de Serviços ...44

3. ABORDAGEM PROPOSTA PARA AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE WEB 49 3.1. VISÃO GERAL...49

3.2. DEFINIÇÃO DO OBJETIVO DA AVALIAÇÃO ...51

3.3. DEFINIÇÃO DE MÉTRICAS E COLETA DE DADOS ...53

3.3.1. Definição de Métricas para Avaliação da Acessibilidade ...53

3.3.2. Coleta de Dados para as Métricas Subjetivas ...60

3.3.3. Coleta de Dados para as Métricas Objetivas ...65

3.4. PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE...65

3.4.1. Escolha da ferramenta automatizada ...66

(13)

3.4.3. Escolha das tarefas ...68

3.4.4. Escolha da técnica de avaliação de acessibilidade...68

3.4.5. Planejamento das sessões de avaliação ...69

3.4.6. Execução das sessões de avaliação...71

3.4.7. Coleta e análise dos dados...72

3.4.8. Relacionamento dos dados e definição do catálogo de serviços...72

4. ESTUDO DE CASO ... 74

4.1. APLICAÇÃO DA ABORDAGEM DE AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE WEB ...74

4.1.1. Escolha da ferramenta automatizada ...74

4.1.2. Escolha dos sítios Web...76

4.1.3. Escolha das tarefas ...77

4.1.4. Escolha da técnica de avaliação de acessibilidade...83

4.1.5. Planejamento das sessões de avaliação ...83

4.1.6. Execução das sessões de avaliação...85

4.1.7. Coleta dos dados...87

4.1.8. Análise dos dados...94

4.1.9. Relacionamento dos dados ...99

4.1.10. Resposta às questões definidas por meio do GQM...101

4.2. DEFINIÇÃO DO CATÁLOGO DE SERVIÇOS PARA SLA DE ACESSIBILIDADE....105

5. CONCLUSÃO E PERSPECTIVAS FUTURAS ... 115

(14)

1.

INTRODUÇÃO

1.1. MOTIVAÇÃO E RELEVÂNCIA DO ESTUDO

As organizações têm se apoiado na tecnologia Web, principalmente na última década, para se tornar conhecidas, atrair e fidelizar clientes potenciais para seus produtos e serviços, além de manter relacionamentos com parceiros e fornecedores. A rede mundial de computadores possibilitou o desenvolvimento de mecanismos sofisticados para impulsionar o comércio eletrônico em nível global e o acesso democrático a inúmeras fontes de informação disponíveis. Todavia, o conteúdo disponível na grande maioria dos sítios Web, em nível mundial, apresenta restrições para os usuários que possuem inabilidades visuais, auditivas, neurológicas etc., ou seja, os conteúdos são normalmente disponibilizados sem seguir recomendações de conformidade no que se refere à acessibilidade Web.

Para que um sítio Web seja considerado acessível é necessário que o seu conteúdo esteja adequadamente formatado de modo que pessoas com inabilidades possam perceber, entender, navegar e interagir com sítios Web (HENRY et al., 2005a). Portanto, a correta adequação dos conteúdos Web é necessária, visto que os principais problemas que afetam a acessibilidade de sítios Web são oriundos da não conformidade dos seus conteúdos com as normas vigentes de acessibilidade.

(15)

ser observado no conjunto de serviços providos ou disponibilizados pelos sítios Web em geral.

O tema em questão é motivado pela existência do Decreto Lei 5.296 (BRASIL, 2004) que prevê a obrigatoriedade de acessibilidade Web para os conteúdos dos sítios Web da Administração Direta. Outro aspecto motivador é de cunho social haja vista a crescente população de pessoas com inabilidades visuais que, na condição de cidadãos e participantes ativos do mercado de trabalho, têm direitos iguais no que se refere ao acesso às informações e serviços disponibilizados na Web.

A acessibilidade Web é foco de pesquisa e desenvolvimento há muitos anos, sendo que os maiores esforços estão concentrados na iniciativa de acessibilidade Web (WAI) liderada pelo consórcio W3C1 que possui ramificações nos Estados Unidos, Japão e Europa. Outras iniciativas incluem a Lei 508 de 1998 (SECTION 508, 1988), dos Estados Unidos, e, no Brasil, o modelo de acessibilidade de governo eletrônico (eMAG) e o Decreto Lei 5.296 (BRASIL, 2004). Também há iniciativas em outros países, como o Canadá e a Irlanda. Devido à existência das iniciativas apresentadas, o tema acessibilidade Web torna-se relevante uma vez que é claro o apoio dado por vários países e órgãos não governamentais.

Em um contexto geral, os mantenedores de sítios Web devem prover conteúdos com adequados níveis de acessibilidade para que as pessoas com inabilidades possam interagir corretamente com a Web, ou seja, a acessibilidade Web deve ser vista como um serviço a ser prestado e disponibilizado à comunidade de usuários. Portanto, é importante que a acessibilidade Web possa ser medida e avaliada quanto à percepção dos usuários com inabilidades e quanto à conformidade com as regras de acessibilidade vigentes. A avaliação de acessibilidade deve definir indicadores que sirvam para atestar

(16)

a acessibilidade dos conteúdos Web no que se refere ao acesso por parte dos usuários Web, incluindo aqueles que possuam inabilidades visuais, e que representam um grupo de usuários bastante afetado pela ausência de acessibilidade nos sítios Web.

No que ser refere à definição de indicadores que estejam relacionados à acessibilidade dos sítios Web, os acordos de nível de serviço ou SLA (Service Level Agreements) são instrumentos que podem ser utilizados de forma efetiva para monitorar

níveis de serviço relacionados à acessibilidade. Os SLA são instrumentos formais que visam estabelecer padrões mínimos de qualidade aos serviços prestados pelos provedores aos seus clientes (MULLER, 1999). Um componente importante para os SLA é o catálogo de serviços que descreve os serviços e os indicadores que servirão para monitorar o cumprimento dos SLA.

A proposta de inclusão dos SLA neste trabalho foi motivada pela inexistência de trabalhos que focassem SLA específicos de acessibilidade Web. Este trabalho, portanto, visa estabelecer indicadores para um catálogo de serviços de SLA de acessibilidade Web por meio da aplicação de uma abordagem de avaliação de acessibilidade Web com o uso de métricas de software.

(17)

1.2. OBJETIVOS E SUPOSIÇÕES

1.2.1. Objetivo Geral

Este trabalho de pesquisa objetiva avaliar a acessibilidade de sítios Web com o emprego de uma abordagem de avaliação baseada em testes de usabilidade e por meio de métricas de software, com o propósito de definir indicadores para compor um catálogo de serviços específico para acordos de nível de serviços de acessibilidade Web.

1.2.2. Objetivos Específicos

Os objetivos específicos deste trabalho de pesquisa são:

• Propor uma abordagem prática para avaliação de acessibilidade Web com a

participação de usuários reais utilizando métodos de avaliação de acessibilidade disponíveis na literatura;

• Definir métricas de software por meio do emprego da abordagem GQM

(BASILI, CALDIERA, ROMBACH, 1994) com o propósito de auxiliar a avaliação de acessibilidade Web;

• Avaliar a acessibilidade Web sob o ponto de vista de usuários com

inabilidades visuais;

• Avaliar a acessibilidade de sítios Web com o emprego de uma ferramenta

automatizada;

• Estabelecer um relacionamento entre os dados coletados a partir da avaliação

com os usuários e os dados coletados por meio da ferramenta automatizada, com o propósito de identificar relacionamentos entre a percepção dos usuários e as violações aos pontos de verificação de acessibilidade;

• Definir indicadores para um catálogo de serviços para SLA por meio do

(18)

1.2.3. Suposições

Este trabalho de pesquisa apresenta as seguintes suposições:

• A percepção de acessibilidade Web sob o ponto de vista de usuários com

inabilidades é afetada pela existência de barreiras de acessibilidade para os conteúdos Web;

• É possível definir indicadores para SLA de acessibilidade por meio da

avaliação de acessibilidade de conteúdos Web.

1.3. METODOLOGIA

A pesquisa é caracterizada, quanto ao fim, como metodológica, pois propõe como avaliar a acessibilidade Web por meio de uma abordagem prática que emprega instrumentos para a avaliação objetiva e subjetiva de acessibilidade Web. Quanto à forma, o trabalho de pesquisa é quantitativo, pois propõe a avaliação de acessibilidade por meio de métricas objetivas, cujos valores são coletados utilizando uma ferramenta automatizada, e métricas subjetivas, cujos valores são coletados por meio de um protocolo de coleta de dados.

(19)

percepção de acessibilidade de sítios Web sob o ponto de vista de usuários reais com inabilidades visuais.

O escopo deste trabalho limita-se a avaliar a acessibilidade de sítios Web no Brasil com o propósito de definir indicadores que serão utilizados em acordos de nível de serviço de acessibilidade Web. Os indicadores servirão para formalizar pontos críticos e auxiliar o desenvolvimento de conteúdos Web de forma a evitar violações aos itens de acessibilidade considerados críticos sob a ótica de usuários com inabilidades visuais. Este estudo não focará a avaliação de sítios Web externos à Internet brasileira e a exploração dos fatores que influenciam a acessibilidade de pessoas com inabilidades que não estejam relacionados à acessibilidade Web.

1.4. ORGANIZAÇÃO

Este trabalho é composto por 5 (cinco) capítulos incluindo esta introdução. No capítulo 2 são apresentadas definições de acessibilidade Web, as regras de conformidade vigentes e os métodos conhecidos para a avaliação de acessibilidade Web. Na seqüência são apresentadas definições e classificações relacionadas às métricas de software, métricas de acessibilidade Web e abordagens de medição disponíveis na literatura. Ao final desse capítulo são apresentadas definições relativas a acordos de nível de serviço e exemplos de SLA e catálogos de serviços.

No capítulo 3 é apresentada a visão geral da abordagem proposta para avaliação de acessibilidade Web. Nesse capítulo são definidas as métricas de software e os procedimentos necessários para a avaliação de acessibilidade Web proposta.

(20)
(21)

2.

REFERENCIAL TEÓRICO

A acessibilidade Web está crescendo em importância em nível mundial, embora os esforços atuais ainda precisem ser intensificados para que as pessoas com inabilidades possam usufruir dos seus benefícios. No Brasil há iniciativas com resultados visíveis, mas a acessibilidade dos sítios Web necessita de maiores resultados por parte do Governo Federal e da iniciativa privada. Neste contexto, a avaliação de acessibilidade dos conteúdos Web é fator que deve ser levado em consideração nas fases do desenvolvimento de sítios Web. Outro fator relevante é a monitoração de acessibilidade por meio de contratos formais entre clientes e fornecedores diretos de serviços na Web.

Neste capítulo são apresentados os pilares teóricos que nortearam este trabalho de pesquisa. Nas seções seguintes são apresentados conceitos relacionados à Acessibilidade Web, Métricas de Software e Acordos de Nível de Serviço.

2.1. ACESSIBILIDADE WEB

2.1.1. Definição de Acessibilidade Web

(22)

maior patrocinador de acessibilidade Web por meio da iniciativa de acessibilidade Web ou WAI2(Web Accessibility Initiative).

A WAI promove a melhoria de acessibilidade dos conteúdos Web por meio de ações que visam divulgar: (i) a acessibilidade Web, (ii) a importância e o impacto de acessibilidade para pessoas com e sem inabilidades, (iii) o Consórcio W3C e seus esforços relacionados à acessibilidade Web, (iv) recursos disponíveis para o incremento de acessibilidade Web e (v) os mecanismos disponíveis para a identificação e controle das barreiras de acessibilidade Web (BREWER et al., 2005).

2.1.2. Componentes de Acessibilidade Web

Pessoas com inabilidades são afetadas, quanto à interação com a Web, por meio das barreiras de acessibilidade existentes nos sítios Web. As barreiras de acessibilidade fazem com que o uso da Web, por pessoas com inabilidades, seja extremamente difícil e, em muitos casos, impossível. Neste contexto, quanto menores as barreiras de acessibilidade Web, melhores serão as condições para que as pessoas com inabilidades interajam e contribuam de forma efetiva para a Web (HENRY et al., 2005a). Para um melhor entendimento de acessibilidade Web é necessário conhecer os seus componentes essenciais (HENRY et al., 2006d) apresentados no Quadro 1.

Quadro 1 - Componentes essenciais de Acessibilidade Web (HENRY et al., 2006d)

Componente Descrição

Conteúdo Web

Informações expostas em uma página Web. Ex.: textos, imagens, sons, documentos HTML (Hypertext Markup Language) etc.

Agentes de Usuário Meios de acesso ao conteúdo Web. Ex.: navegadores Web,

softwares tocadores de mídia etc.

Tecnologias Assistivas

Tecnologias auxiliares utilizadas por pessoas com inabilidades. Ex.: leitores de tela, teclados alternativos,

softwares para reconhecimento de escrita e voz etc.

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Quadro 1 (cont.) - Componentes essenciais de Acessibilidade Web (HENRY et al., 2006d)

Componente Descrição

Desenvolvedores Desenvolvedores Web em geral. Ex.: indústria de software, projetistas, codificadores HTML etc.

Ferramentas de Autoria Softwares especializados para a criação de sítios Web. Ex.: Microsoft Front-page, Adobe Dreamweaver etc.

Ferramentas de Avaliação

Ferramentas utilizadas para avaliar a acessibilidade dos sítios Web segundo normas pré-estabelecidas (WCAG 1.0, Section 508). Ex.: TAW Standalone, Da Silva, EvalAccess etc.

2.1.3. Guias de Acessibilidade Web

Para que a acessibilidade Web seja efetiva, o desenvolvimento dos componentes de acessibilidade Web deve obedecer a critérios específicos organizados em guias de acessibilidade que são recomendações e melhores práticas para atingir níveis ótimos de qualidade no que se refere à acessibilidade Web. Os guias de acessibilidade que devem ser utilizados para os diferentes componentes de acessibilidade são: (i) Guia de Acessibilidade para Ferramentas de Autoria (ATAG – Authoring Tools Accessibility Guidelines) (HENRY et al., 2006c), (ii) Guia de Acessibilidade para Conteúdos Web

(WCAG –Web Content Accessibility Guidelines) (HENRY et al., 2006b) e (iii) Guia de

Acessibilidade para Agentes de Usuário (UAAG –User Agent Accessibility Guidelines)

(HENRY et al., 2006a).

(24)

Os três guias de acessibilidade foram desenvolvidos com base nas especificações técnicas fundamentais para a Web estabelecidas pelo Consórcio W3C. As principais especificações técnicas incluem os seguintes padrões para publicação de conteúdos Web: (i) HTML – Hypertext Markup Language, (ii) XHTML – Extensible Hypertext Markup Language, (iii) CSS – Cascading Style Sheets, (iv) SVG – Scalable Vector Graphics e (v) SMIL –Synchronized Multimedia Integration Language (HENRY et al.,

2006d).

O WCAG se destaca por constituir o conjunto oficial de regras para a acessibilidade Web (CHISHOLM, VANDERHEIDEN, JACOBS, 1999a). O WCAG está disponível em duas versões: WCAG 1.0 (CHISHOLM, VANDERHEIDEN, JACOBS, 1999a) e WCAG 2.0 (Draft) (CALDWELL et al., 2007). O WCAG 1.0 é

composto por recomendações gerais para a acessibilidade Web. Cada recomendação é composta por pontos de verificação que explicam aspectos específicos de acessibilidade e sua respectiva aplicação. Cada ponto de verificação está associado a um número de prioridade, variando de um (1) a três (3), que indica sua criticidade quanto à implementação dos conteúdos acessíveis utilizando as especificações técnicas para publicação de conteúdos Web.

(25)

podem ser implementados para o incremento de acessibilidade dos conteúdos Web (CHISHOLM, VANDERHEIDEN, JACOBS, 1999a).

O W3C recomenda a implantação de todos os pontos de verificação. Entretanto, a implementação dos pontos de verificação de prioridade três (3) requer um nível de severidade inferior em comparação aos demais pontos de prioridade. Para um melhor entendimento da severidade atribuída aos pontos de verificação de diferentes prioridades, os seguintes exemplos são apresentados:

Exemplo de prioridade 1 (ponto de verificação 1.1): A ausência de

alternativas textuais para elementos não textuais (imagens, tabelas, frames

etc.) presentes em uma página Web impede que o leitor de telas informe sobre a existência destes elementos aos usuários com inabilidades durante a navegação por sítios Web. Neste exemplo estão incluídas as imagens distorcidas ou CAPTCHA (Completely Automated Public Turing Test to Tell Computers and Humans Apart) (FUKUDA et al., 2005).

Exemplo de prioridade 2 (ponto de verificação 2.2) : A ausência de

contrastes de cores para imagens em primeiro plano (foreground) e segundo

plano (background) causa problemas para pessoas que tenham déficit de

visão ou que utilizam monitores monocromáticos;

Exemplo de prioridade 3 (ponto de verificação 9.5): Prover atalhos de

teclado para âncoras (links) importantes, controles de formulário e grupos de

controles de formulário.

O WCAG 1.0 é a versão que pode ser referenciada oficialmente pelos desenvolvedores Web (CHISHOLM, VANDERHEIDEN, JACOBS, 1999a). Por outro lado, o WCAG 2.0 (Draft) está sendo desenvolvido para atender às várias tecnologias

(26)

a esta versão. No WCAG 2.0, os pontos de verificação e as prioridades passaram a ser referenciados como critérios de sucesso e níveis de acessibilidade, respectivamente. As principais inovações, no entanto, residem no maior detalhamento das recomendações e no agrupamento destas em quatro princípios de acessibilidade.

Os princípios de acessibilidade são: (1) Percepção (os conteúdos e a interface do usuário devem ser perceptíveis pelos usuários), (2) Operação (os componentes da interface do usuário devem ser operáveis pelos usuários), (3) Entendimento (os conteúdos e a operação da interface do usuário devem ser corretamente entendidas pelos usuários) e (4) Robustez (o conteúdo deve ser suficientemente robusto para ser interpretado corretamente pelos agentes de usuário e tecnologias assistivas). Cada princípio contém recomendações gerais que são organizadas em níveis de acessibilidade e critérios de sucesso (CALDWELL et al., 2007).

O WCAG 1.0 contém 14 recomendações, mais de 70 pontos de verificação e 3 prioridades possíveis, enquanto que o WCAG 2.0 é composto por 4 princípios, 13 diretrizes, mais de 50 critérios de sucesso e 3 níveis de acessibilidade. Comparativamente, os conceitos de nível de acessibilidade e critério de sucesso, no WCAG 2.0, são equivalentes aos conceitos de prioridade e pontos de verificação, respectivamente, para o WCAG 1.0.

(27)
(28)

Quadro 2 - Mapeamento parcial WCAG 1.0 e WCAG 2.0 (CALDWELL et al., 2006)

WCAG 1.0 WCAG 2.0

R ec om en da çõ es P ri or id ad es

Pontos de Verificação

P ri nc íp io s R ec om en da çõ es N ív ei s de A ce ss ib ili da de

Critérios de Sucesso

1

1.1 Prover equivalentes textuais para todos os elementos não textuais via tags "alt", "longdesc" ou no contexto do elemento.

2 1.2 Certificar que todo conteúdo com cores esteja também disponível sem cores.

9 1

9.1 Prover mapas de imagens do lado cliente ao invés de mapas de imagens do lado servidor.

1 1.1

1.1.1 Para todo conteúdo não textual, uma das opções é válida:

a) Se o conteúdo não textual apresenta informação útil, ou responde à entrada de dados do usuário, as alternativas textuais são indicadas para os mesmos propósitos; b) Se o conteúdo não textual é multimídia, somente vídeo, somente áudio ou criado para experiências sensoriais específicas, as alternativas textuais são indicadas para identificar o conteúdo com um descritivo específico; c) Outras possibilidades.

2 1.2 Certificar que todo conteúdo com cores esteja também disponível sem cores.

6 6.4 Para scripts e applets, certificar que os manipuladores de eventos são independentes de dispositivos.

9 9.1 Prover mapas de imagens do lado cliente ao invés de mapas de imagens do lado servidor.

9.2 Certificar que qualquer elemento que tenha interface própria possa ser operado de uma forma independente de dispositivo.

2

9.3 Para scritps especificar manipuladores de eventos lógicos ao invés de manipuladores de eventos dependentes de dispositivo.

2 2.1 1

(29)

WCAG 1.0 WCAG 2.0 R ec om en da çõ es P ri or id ad es

Pontos de Verificação

P ri nc íp io s R ec om en da çõ es N ív ei s de A ce ss ib ili da de

Critérios de Sucesso

4 3 4.3 Identificar a linguagem natural de um documento. 3 3.1 3.1.1 A linguagem natural primária ou as linguagens referentes ao conteúdo Web são identificadas de forma programática.

12 1 12.1 Prover título para cada frameidentificação. de forma que facilite sua 4 4.1

4.1.2 Para todos os componentes de interface com o usuário, o nome e função dos componentes, assim como os valores que podem ser atribuídos pelo usuário, são identificados ou definidos de forma programática. A notificação das mudanças relacionadas a estes componentes está disponível para os agentes de usuários e tecnologias assistivas.

Recomendações WCAG 1.0

1 Prover alternativas para conteúdos visuais e audíveis.

2 Garantir que informações textuais e gráficas são entendidas quando visualizadas sem cores.

4 Utilizar referências às linguagens naturais de forma que a pronúncia e interpretação dos textos abreviados ou em linguagem estrangeira sejam facilitadas.

6 Garantir a acessibilidade do conteúdo mesmo quando novas tecnologias não são suportadas ou estão desativadas.

9 Utilizar funcionalidades que sejam independentes de dispositivo. 12 Prover informações de contexto e orientação.

Recomendações WCAG 2.0

1.1 Prover alternativas textuais para todo conteúdo não textual.

2.1 Certificar que todas as funcionalidades sejam operáveis via uma interface de teclado ou mouse.

3.1 Certificar que todo conteúdo textual seja legível e de fácil entendimento.

(30)

2.1.4. Acessibilidade Web no Brasil

No Brasil, o Departamento de Governo Eletrônico produziu o documento “Recomendações de Acessibilidade para a Construção e Adaptação de Conteúdos do Governo Brasileiro na Internet”, cujo conteúdo referencia o WCAG 1.0.O documento

é um modelo de acessibilidade de Governo Eletrônico que também é chamado eMAG (BRASIL, 2005). O eMAG foi produzido a partir de um estudo comparativo dos modelos de acessibilidade adotados em diversos países (Section 508 (EUA), Common Look and Feel for The Internet (CANADÁ), National Disability Authority (Irlanda),

entre outros) e o WAI/W3C – Web Accessibility Initiative(BRASIL, 2005; SECTION

508, 1998; TREASURY BOARD OF CANADA SECRETARIAT, 2004; NATIONAL DISABILITY AUTHORITY, 2006).

Além disso, o Governo Brasileiro publicou o Decreto Lei 5.296 em 02 de dezembro de 2004 que prevê a acessibilidade dos conteúdos dos sítios Web da Administração Pública Federal. O texto principal do decreto, descrito no Capítulo VI, Artigo 47, afirma que “No prazo de até doze meses a contar da data de publicação deste Decreto, será obrigatória a acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos da administração pública na rede mundial de computadores (Internet), para o uso das pessoas portadoras de deficiência visual, garantindo-lhes o pleno acesso às informações disponíveis” (BRASIL, 2004). No texto, é evidente a iniciativa do Governo

Federal em tornar acessíveis todos os sítios Web sob sua responsabilidade direta.

(31)

para dezembro de 2006. Em meados de 2007 já havia sítios do Governo com conteúdos parcialmente acessíveis.

2.1.5. Conformidade com a acessibilidade Web

Segundo o WCAG 1.0, algumas das melhores práticas associadas ao desenvolvimento de sítios Web acessíveis são: (i) uso de atributos específicos (alt text attribute) para descrever imagens e animações, (ii) uso de mapas de imagens do lado do

cliente (Navegador Web), quando possível, (iii) uso de atributos adequados para a descrição completa de elementos não textuais (longdesc attribute) e (iv) uso de

elementos textuais quando a execução de scripts e applets estiver desativada ou não for

suportada pelo navegador Web (CHISHOLM, VANDERHEIDEN, JACOBS, 1999a). O WCAG estabelece níveis de conformidade que podem ser atribuídos aos sítios que implementarem os pontos de verificação ou critérios de sucesso para seus conteúdos Web. Os níveis de conformidade variam de acordo com a abrangência da implementação dos pontos de verificação para as prioridades conhecidas. Em outras palavras, existem três níveis de conformidade que são representados pela letra A,

considerando as três prioridades existentes.

Os sítios que implementam todos os pontos de verificação de prioridade um (1) recebem o nível de conformidade A. Os sítios que implementam todos os pontos de

prioridade um (1) e dois (2) recebem o nível de conformidade AA. Finalmente, os sítios

que implementam todos os pontos de verificação para todas as prioridades, recebem o nível de conformidade AAA. Os níveis de conformidade são equivalentes para as

versões 1.0 e 2.0 do WCAG.

(32)

de acessibilidade, está diretamente relacionada aos níveis de conformidade do WCAG. No entanto, embora a implementação das recomendações do WCAG seja necessária para produzir sítios Web acessíveis, os desenvolvedores Web devem adotar mecanismos para a avaliação de acessibilidade que permitam identificar eventuais barreiras de acessibilidade nas fases iniciais do desenvolvimento dos sítios Web.

2.1.6. Métodos para avaliação de acessibilidade Web

No contexto da avaliação de acessibilidade Web, há trabalhos que enfocam este aspecto como fator preponderante para a melhoria dos conteúdos de sítios Web. Alguns trabalhos (ABOU-ZAHRA et al., 2006a; MANKOFF, FAIT, TRAN, 2005; ROWAN et al, 2000; SLOAN et al., 2000; TANAKA, BIM, DA ROCHA, 2005) enfocam mecanismos para a avaliação de acessibilidade, enquanto outros (HACKETT, PARMANTO, ZENG, 2003; PARMANTO, ZENG, 2005) propõem métricas para identificar barreiras de acessibilidade. As barreiras de acessibilidade Web (Web Accessibility Barriers) são situações enfrentadas por pessoas com inabilidades causando

perda de tempo e esforço desnecessário durante a interação com os conteúdos Web (HACKETT, PARMANTO, ZENG, 2003; PARMANTO, ZENG, 2005).

(33)

acessibilidade tendo como insumo a quantidade de barreiras ou dificuldades encontradas em relação aos pontos de verificação do WCAG 1.0.

Em um contexto mais amplo, outros autores propõem métodos diferenciados para a avaliação de acessibilidade Web. Henry et al. (2006e) abordam os seguintes métodos: (i) avaliação heurística, ou confrontação de conformidade, realizada por especialistas em acessibilidade, (ii) interações nas fases de projeto de sítios (design walkthroughs), que buscam identificar problemas de acessibilidade precocemente com a

ajuda de facilitadores que se passam por usuários reais, (iii) técnicas de apresentação (screening techniques) utilizadas para identificar problemas de acessibilidade

específicos por meio da simulação de inabilidades em usuários comuns e (iv) testes formais de usabilidade que são aplicados para grupos de usuários com inabilidades reais em situações controladas.

Entretanto, os testes de usabilidade, quando aplicados para a avaliação de acessibilidade, não devem ser realizados da forma tradicional, mas devem ser customizados (HENRY et al., 2005b). O planejamento dos testes de usabilidade envolve a escolha dos participantes, baseada em critérios específicos, a preparação de materiais de apoio, a escolha do local, o planejamento do tempo a ser alocado nos testes e a convocação dos participantes.

(34)

cada avaliação e, durante a execução das tarefas, o usuário poderá adotar estratégias que lhe sejam mais convenientes.

O observador deverá interagir com o usuário a fim de fornecer-lhe informações básicas e o entendimento correto do objetivo a ser alcançado para cada tarefa, sendo que, durante a interação, o observador poderá estabelecer um diálogo para registro das dificuldades e estratégias adotadas pelo usuário durante a execução das tarefas ou, a seu critério, e em sendo permitido pelo usuário, poderá registrar a sessão interativa em áudio e vídeo. O objetivo da sessão interativa é a identificação das barreiras encontradas e as estratégias utilizadas pelo usuário para contorná-las (MELO, BARANAUSKAS, BONILHA, 2004).

Finalmente, Abou-Zahra et al. (2006a) propõem diferentes abordagens para a avaliação de acessibilidade Web: (i) por intermédio de revisão preliminar para identificação de potenciais violações, (ii) por meio da avaliação de conformidade com o WCAG, (iii) utilizando abordagens para contextos específicos envolvendo a fase de desenvolvimento dos sítios Web, avaliação de sítios legados e avaliação de páginas com conteúdo dinâmico, (iv) com o envolvimento de usuários reais durante sessões de avaliação baseadas em testes de usabilidade, (v) com o uso de ferramentas automatizadas com enfoque sobre os pontos de verificação do WCAG, e (vi) de forma mista envolvendo revisão preliminar e equipe com experiência no guia WCAG.

Pode-se observar, para os métodos e abordagens apresentados, que os testes de usabilidade são comumente utilizados para a avaliação de acessibilidade. Os testes de usabilidade são utilizados para prover dados subjetivos e quantitativos sobre atividades realizadas por usuários reais em relação a um determinado produto.

(35)

desde que customizados para focar problemas de acessibilidade. As customizações devem envolver os seguintes aspectos: (i) utilização de técnicas de interação ( think-out-loud) com a presença de facilitadores, (ii) coleta de dados deve focar o entendimento

dos erros relacionados a problemas de acessibilidade e (iii) tarefas requeridas para os usuários devem ser direcionadas para áreas comumente geradoras de problemas de acessibilidade.

Outra abordagem bastante utilizada para avaliar a acessibilidade Web considera o uso de ferramentas automatizadas. As ferramentas automatizadas disponíveis para avaliação de acessibilidade Web podem ser pagas ou de uso livre. Segundo Abou-Zahra et al. (2006c), as ferramentas existentes são agrupadas quanto ao modo de operação pelas seguintes características: (i) geração de relatórios, (ii) avaliação passo-a-passo, (iii) inserção de resultados automatizados e (iv) transformação de páginas. As principais funcionalidades presentes nas ferramentas de avaliação (ABOU-ZAHRA et al., 2006c) são apresentadas no Quadro 3.

Quadro 3 - Funcionalidades das ferramentas de avaliação de sítios Web (ABOU-ZAHRA et al., 2006c)

Funcionalidade Descrição

Acessibilidade Garantia de que a ferramenta pode ser operada por pessoas com inabilidades.

Cobertura Abrangência da ferramenta quanto à avaliação dos pontos de verificação.

Configuração

Capacidade da ferramenta em suportar parametrizações relacionadas à verificação de acessibilidade, geração de relatórios e abrangência da avaliação (páginas estanques, conjuntos de páginas, sítios Web etc.).

Integração

Nível de suporte para plataformas heterogêneas hardware, software e formatos de exportação de dados (HTML, EARL, CSV etc.).

Suporte a políticas

Capacidade da ferramenta em suportar as políticas ou recomendações de acessibilidade conhecidas (Web Accessibility Initiative, Section 508 etc.).

(36)

Quadro 3 (cont.) - Funcionalidades das ferramentas de avaliação de sítios Web (ABOU-ZAHRA et al., 2006c)

Funcionalidade Descrição

Reparo Capacidade de correção das violações de acessibilidade encontradas.

Suporte a tecnologias Web

Capacidade de avaliação de conteúdos Web que utilizam tecnologias Web distintas (CSS, HTML, XHTML, SMIL, SVG, MATHML etc.).

2.2. MÉTRICAS DE SOFTWARE

2.2.1. Definições

A teoria representacional da medição é apresentada por Fenton e Pfleeger (1997) como sendo a formalização da intuição acerca do funcionamento do mundo real. Segundo esta teoria, os dados obtidos por meio de medições devem representar atributos das entidades passíveis de observação, sendo que a manipulação desses dados deve preservar as relações observadas entre tais entidades. Desta forma, a intuição é o ponto de partida para todas as medições. Segundo estes autores, as relações obtidas em um sistema relacional empírico correspondem, por intermédio do processo de medição, a um elemento em um dado sistema numérico.

Em suma, a medição é o processo pelo qual números ou símbolos são assinalados a atributos de entidades do mundo real de forma que estes sejam descritos segundo regras bem definidas. Neste aspecto, as entidades são objetos ou eventos do mundo real e os atributos são funções ou propriedades de uma entidade.

(37)

para a medição (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2001a).

Ainda, segundo Fenton e Pfleeger (1997), existem regras que devem ser obedecidas em qualquer atividade de medição. Tais regras são úteis para garantir a consistência da medição e uma base segura para a interpretação dos dados. Ainda segundo estes autores, as atividades de medição constituem uma parte importante da gestão de projetos de software.

2.2.2. Classificação de métricas

O IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) desenvolveu o padrão

para uma metodologia de métricas de qualidade de software (Standard for a Software Quality Metrics Methodology) (IEEE, 1998) cuja aplicação permite: (i) estabelecer

metas de qualidade e critérios de aceitação e padrões, (ii) avaliar os níveis de qualidade no que se refere aos requerimentos estabelecidos, (iii) detectar anomalias ou potenciais problemas, (iv) estabelecer futuros níveis de qualidade, (v) monitorar mudanças de qualidade, (vi) avaliar quanto à facilidade de mudanças e (vii) validar um conjunto de métricas. Este padrão classifica dois tipos de métricas: de produto e de processo.

As métricas de produto são utilizadas para mensurar características de produtos, intermediários ou finais, de um processo de desenvolvimento de software. As métricas

de processo são utilizadas para medir características de métodos, técnicas e ferramentas utilizados no desenvolvimento, implementação e manutenção de um produto de

software (IEEE, 1998).

(38)

desenvolvimento e manutenção de software. Kan (2002) ainda aborda as métricas de

projeto que descrevem as características de um projeto genérico e a sua execução. Para Fenton e Pfleeger, o processo de medição deve, preferencialmente, ser objetivo, ou seja, os resultados de processos de medição devem ser obtidos de forma idêntica independente das situações em que a medição está sendo realizada, considerando que os mesmos atributos de uma mesma entidade são utilizados nestes processos. Neste contexto, estes autores classificam as métricas como sendo objetivas e subjetivas.

As métricas objetivas apresentam consistência e não dependem do ponto de vista dos diferentes observadores ou dos participantes do processo de medição. Esta consistência é fundamental para garantir a coerência para medições quantitativas que envolvem grandezas numéricas. As métricas objetivas são utilizadas largamente em processos de contagem numérica (Ex.: recenseamento, inventários etc.) e medições numéricas absolutas (Ex.: medição do tempo de eventos, obtenção de índices numéricos etc.).

As métricas subjetivas são aquelas cujos valores são obtidos por meio de processos de medição e podem variar conforme o ponto de vista de observadores ou participantes do processo de medição. Em outras palavras, o domínio de valores das métricas subjetivas pode sofrer alterações conforme a percepção ou opinião das pessoas. Os exemplos clássicos para utilização de métricas subjetivas são os questionários que utilizam escalas para obter valores entre dois extremos (Ex.: muito bom e muito ruim).

2.2.3. Escalas de medição

(39)

um valor em uma escala, sendo que a unidade de medida é frequentemente associada a uma escala de medição (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2002).

Os diversos tipos de escalas de medição dependem da natureza do relacionamento entre os valores representados por estas escalas. A norma ISO/IEC 15939 (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2002) propõe a seguinte classificação para as escalas de medição: (i) nominais, (ii) ordinais, (iii) de intervalo e (iv) racionais, as quais são descritas abaixo:

• Escala Nominal: É caracterizada pela atribuição de classes ou categorias às

entidades, dependendo do valor dos atributos destas entidades;

• Escala Ordinal: É semelhante à escala nominal, contudo a ordem das classes

ou categorias é importante, considerando o valor dos atributos das entidades medidas. A ordem das classes, neste caso, pode representar uma gradação; • Escala de Intervalo: Apresenta mais informações do que as escalas nominais

e ordinais, pois provê maiores detalhes sobre o tamanho dos intervalos de valores que separam as classes, porém preservando a ordem;

• Escala Racional (ratio): Os valores das medições têm distâncias iguais

correspondendo às quantidades iguais dos atributos, onde o valor zero corresponde à ausência do atributo.

2.2.4. Métricas de qualidade da norma ISO/IEC 9216

A norma ISO/IEC 9126-1 descreve um modelo para qualidade de produtos de

software baseados em duas (2) partes: (i) qualidade interna e externa e (ii) qualidade em

(40)

Todas as características especificadas no modelo podem ser aplicadas a qualquer tipo de software, incluindo programas comerciais de computador ou mesmo o

micro-código presente no firmware de equipamentos de hardware. As características e

sub-características constituem uma terminologia ampla para a qualidade de produtos de

software.

As sub-características são manifestadas externamente quando o software é

utilizado como parte de um sistema de computador, e também são resultantes dos atributos internos do software (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR

STANDARDIZATION, 2001a). A segunda parte do modelo de qualidade especifica quatro (4) características da qualidade em uso.

Segundo a norma ISO/IEC 9126-1 (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2001a), a qualidade no ciclo de vida do software

considera três (3) elementos fundamentais: (1) necessidades de qualidade por parte dos usuários do software, (2) requisitos para a qualidade externa e (3) requisitos para a

qualidade interna. O primeiro elemento está associado à qualidade em uso e é obtido por meio do uso do software e do feedback dos usuários. As necessidades de qualidade por

parte dos usuários contribuem para especificar os requisitos de qualidade externa e interna do softwarepor meio de processos de validação e verificação de um produto de software em vários estágios do desenvolvimento. A Figura 1 apresenta a qualidade no

(41)

Figura 1 - Qualidade no ciclo de vida desoftware (INTERNATIONAL

ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2001a)

As seis (6) características presentes no modelo para a qualidade externa e interna são: Funcionalidade, Confiabilidade, Usabilidade, Eficiência, Manutenibilidade e Portabilidade. Segue abaixo um breve descritivo destas características:

• Funcionalidade: é a capacidade de um produto de software em prover

funções que atendam necessidades pré-determinadas, quando este é utilizado sob condições específicas;

• Confiabilidade: é a capacidade de um produto de software em manter um

(42)

• Usabilidade: é a capacidade de um produto de software em ser entendido,

compreendido, utilizado e atrativo para o usuário quando este é utilizado sob condições específicas;

• Eficiência: é a capacidade de um produto de software em prover um

desempenho apropriado, relativo à quantidade de recursos utilizados, sob condições específicas;

• Manutenibilidade: é a capacidade de um produto de software em ser

modificado;

• Portabilidade: é a capacidade de um produto de software em ser transferido

de um ambiente computacional para outro.

No que se refere à qualidade em uso, a norma ISO/IEC 9126-1 estabelece quatro (4) características, cujos focos são descritos a seguir (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2001a):

• Eficácia: tarefas desempenhadas pelo usuário e finalizadas com acurácia em

um contexto de uso específico;

• Produtividade: recursos consumidos pelo usuário em relação à eficácia

atingida em um contexto de uso específico;

• Segurança: nível de risco às pessoas, ao negócio, ao software, à propriedade

ou ao ambiente em um contexto de uso específico;

• Satisfação: atitudes do usuário durante o uso de um produto em um contexto

de uso específico.

Adicionalmente, a norma ISO/IEC 9126-1 também define métricas de software

(43)

a) Métricas internas

As métricas internas são utilizadas durante as fases de projeto e especificação para mensurar a qualidade de produtos de software não executáveis, incluindo as

especificações funcionais e o código fonte de programas de computador. O propósito principal das métricas internas é certificar que os produtos de software atinjam

posteriormente a qualidade externa e a qualidade em uso (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2001a).

Durante a fase de desenvolvimento, os produtos de software intermediários

devem obrigatoriamente ser avaliados por meio das métricas internas que mensuram propriedades intrínsecas, incluindo aquelas que podem ser derivadas a partir de cenários de simulação. O maior benefício proveniente da aplicação das métricas internas é a validação da qualidade do software nos estágios iniciais do desenvolvimento. As

medidas das métricas internas utilizam números ou freqüências de elementos de

software presentes, por exemplo, no código fonte, nos gráficos de controle, nos fluxos

de dados e nas representações de transição de estados. Exemplos de métricas internas são encontrados na norma ISO/IEC 9126-3 (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2001d).

b) Métricas externas

As métricas externas utilizam medidas de um produto de softwarederivadas de

outras medidas a partir de cenários que simulam o comportamento real deste produto. Os cenários são conduzidos por meio de testes, operação e observação da execução do produto de software alvo (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR

STANDARDIZATION, 2001a).

Neste contexto, antes da utilização efetiva do produto de software, este deve ser

(44)

exploração e gestão do produto de software em um ambiente organizacional e técnico

específico. As métricas externas provêem aos usuários, avaliadores, analistas de testes e desenvolvedores o benefício de avaliar a qualidade de produtos de software durante as

fases de testes ou operação dos sistemas. Exemplos de métricas externas são encontrados na norma ISO/IEC 9126-2 (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2001c).

c) Métricas de qualidade em Uso

A qualidade em uso é a visão do usuário acerca da qualidade de um produto de

software medida com base nos resultados da utilização e não nas propriedades internas

deste produto (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2001a). A qualidade em uso se relaciona com outras características de qualidade de

software considerando o tipo de usuário, segundo o exposto abaixo:

• O usuário final: Para este usuário a qualidade em uso é essencialmente o

resultado agregado da funcionalidade, confiabilidade, usabilidade e eficiência; • O desenvolvedor que mantém o software: Para este usuário a qualidade em uso

é o resultado na manutenibilidade;

• O desenvolvedor que altera o software visando a sua utilização em outros

sistemas computacionais: Para este usuário a qualidade em uso é o resultado da portabilidade.

As métricas da qualidade em uso são definidas pela norma ISO/IEC 9126-4 (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2001b) para serem aplicadas sobre as características da qualidade de software definidas na seção

2.2.4. Estas métricas mensuram os efeitos da utilização de um produto de software em

(45)

Em outras palavras, as métricas da qualidade em uso mensuram se um produto de software atende as necessidades dos usuários no que se refere ao cumprimento de

metas específicas com eficácia, produtividade, segurança e satisfação em um contexto de uso pré-determinado (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2001b). O Quadro 4 apresenta exemplos de métricas da qualidade em uso para as características eficácia, produtividade, segurança e satisfação.

Quadro 4 – Exemplos de métricas da qualidade em uso (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2001b)

Característica Métrica Propósito

Método de aplicação Fórmula de Medição Interpretação da medição

Eficácia da tarefaEficácia

Qual a proporção dos objetivos da tarefa que

foram atingidos corretamente?

Teste com o usuário

M1 = | 1-|1

Ai = valor proporcional para cada componente incorreto nos resultados da tarefa.

0<= M1 <= 1 O valor mais próximo de 1 é considerado melhor. Produtividade Tempo da tarefa (task time)

Qual o tempo despendido para se completar uma tarefa? Teste com o usuário

X = Ta Ta = tempo da tarefa.

0<= X

O menor valor é considerado melhor. Segurança Segurança e saúde do usuário Qual a incidência de problemas de saúde entre os

usuários do produto?

Estatísticas de utilização

X = 1 - A/B A = número de usuários que

reportaram problemas de saúde.

B = número total de usuários.

(46)

Quadro 4 (cont.) - Exemplos de métricas da qualidade em uso (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2001b)

Característica Métrica Propósito

Método de aplicação Fórmula de Medição Interpretação da medição

Satisfação Escala de Satisfação Quão satisfeito está o usuário? Teste com o usuário

X = A/B A =

questionário com escalas psicométricas. B = média da população.

0<X

O maior valor é considerado melhor.

2.2.5. Métricas de Acessibilidade

Durante a revisão literária foram encontradas poucas referências acerca das métricas de acessibilidade Web. Entretanto, Parmanto e Zeng (2005) propuseram uma métrica específica para mensurar barreiras de acessibilidade presentes nos sítios Web. A métrica WABScore (Web Accessibility Barrier) tem o objetivo de medir ocorrências de

barreiras de acessibilidade que afetam a interação dos usuários com a Web. Os autores consideram que há inúmeras razões para a medição de acessibilidade de sítios Web e, por este motivo, a aplicação consistente de processos de medição permite identificar a evolução dos níveis de acessibilidade de sítios Web ao longo do tempo. Estes autores defendem que o uso contínuo de medições numéricas, além de garantir maior precisão e qualidade para o processo de medição, é fator crítico para a avaliação de acessibilidade de sítios Web que possuem conteúdo agregado em larga escala.

A métrica WABScore mede as barreiras de acessibilidade, considerando todas as páginas de um sítio Web, utilizando um mecanismo de navegação automática (WebCrawler). São considerados melhores os valores que tendem a zero (0), obtidos

(47)

Figura 2 - Fórmula para a métrica WABScore

Vigo et al. (2007) propuseram a métrica WAQM (Web Accessibility Quantitative Metric) que está restrita às avaliações quantitativas de acessibilidade por meio da

extração de dados dos relatórios gerados pela ferramenta EvalAccess3. Os autores definiram premissas que foram incorporadas à métrica WAQM: (i) os resultados da métrica devem ser normalizados em um domínio de valores de zero (0) a cem (100) e (ii) a métrica deve fornecer um valor para cada atributo de acessibilidade (ponto de verificação) e um valor total para cada página Web. Os conteúdos Web avaliados por meio desta métrica serão considerados mais acessíveis à medida que os resultados se aproximam de cem (100).

A métrica WAQM é calculada com base nas seguintes variáveis: (i) número de violações de acessibilidade para cada ponto de verificação e (ii) número de casos de testes para cada ponto de verificação. Adicionalmente, esta métrica utiliza as seguintes constantes: (i) número total de pontos de verificação cobertos pela ferramenta EvalAccess; (ii) número de erros e (iii) número de avisos obtidos por esta ferramenta. A

Figura 3 representa a fórmula utilizada pela métrica WAQM.

(48)

Figura 3 - Fórmula da Métrica WAQM

Ainda segundo Parmanto e Zeng (2005), boas métricas para mensuração de acessibilidade de sítios Web devem conter propriedades específicas. As métricas devem permitir o estabelecimento de uma faixa de valores entre os opostos “perfeitamente acessível” e “completamente inacessível”. É necessário também que a faixa de valores

seja ampla o suficiente e que permita uma maior precisão entre os opostos.

Finalmente, as métricas também devem considerar aspectos variáveis como tamanho e complexidade do sítio Web e serem escaláveis, para que seja possível a avaliação de sítios de grande porte. Outro aspecto relevante é que as métricas devem possuir respaldo normativo por padrões consagrados (Ex.: o guia de acessibilidade de conteúdos Web - WCAG).

2.2.6. Abordagens para medição

Muitas organizações definem um conjunto padrão de medições para comparar e diferenciar projetos de software. Neste contexto, há várias abordagens conhecidas que

podem ser utilizadas para a medição de processos de software. Uma das abordagens

para medição mais conhecidas é o GQM –Goal, Question, Metric que foi proposta por

(49)

Existem outras abordagens utilizadas para medição de processos de software,

como a norma ISO/IEC 15939 e o PSM –Practical Software & Systems Measurement.

A norma ISO/IEC 15939 (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2002) estabelece um framework para o processo de medição de software que define atividades e tarefas necessárias para identificar, definir, aplicar e

melhorar a medição de software em uma estrutura de medições em nível organizacional

ou de projeto. O PSM (DEPARTMENT OF DEFENSE, 2003) descreve as medições como um processo sistemático e flexível que pode ser aplicado à engenharia de software

e de sistemas, bem como às atividades de gerenciamento de projetos. A abordagem GQM será detalhada separadamente devido à sua utilização no capítulo da abordagem para avaliação de acessibilidade Web.

Abordagem GQM

O GQM é utilizado em larga escala em trabalhos científicos, e na indústria de

software, como um método eficaz para definição e avaliação de metas para projetos de

qualquer porte ou natureza. O emprego da abordagem GQM obedece a um modelo com três níveis: (i) Meta (Goal), (ii) Questão (Question) e (iii) Métrica (Metric). Estes

componentes estão relacionados, respectivamente, às seguintes fases da aplicação do GQM: (i) identificação das principais metas dos projetos de desenvolvimento e manutenção de software, (ii) elaboração de questões práticas para auxiliar o refinamento

das metas e (iii) mensuração do cumprimento das metas por meio de métricas de

software.

O nível Meta (Goal) é também chamado de nível conceitual. Uma meta é

(50)

• Produtos: Artefatos, produtos entregáveis e documentos que são produzidos

durante o ciclo de vida de um produto de software (Ex.: especificações,

projetos, programas, casos de testes etc.);

• Processos: Atividades relacionadas ao produto de software e normalmente

associadas a tempo (Ex.: especificar, projetar, testar etc.);

• Recursos: Itens utilizados por processos de forma a produzir resultados (Ex.:

pessoal, hardware, software, ambiente de trabalho etc.).

O nível Questão (Question) é também chamado de nível operacional. Neste

nível, um conjunto de questões deve ser elaborado para avaliar se os objetivos estão sendo atingidos de forma adequada. As questões devem caracterizar o objeto que será mensurado (produto, processo ou recurso) com respeito a um item de qualidade e sob um determinado ponto de vista.

O nível Métrica (Metric) é também chamado de nível quantitativo. Neste nível,

um conjunto de dados é associado a cada questão elaborada para respondê-la considerando aspectos quantitativos e mensuráveis. Neste contexto, os dados podem ser: (i) objetivos, se dependerem única e exclusivamente do objeto que está sendo mensurado e independente dos diferentes pontos de vista (Ex.: número de versões de um documento, número de horas gastas em uma tarefa, número de linhas de código etc.) e (ii) subjetivos, se dependerem do objeto que está sendo mensurado e também dos diferentes pontos a partir dos quais o objeto é analisado (Ex.: nível de satisfação do usuário, percepção de acessibilidade etc.).

Os níveis conceitual, operacional e quantitativo do GQM estão dispostos em um modelo hierárquico apresentado na Figura 4. Neste modelo, as metas (goals) são

(51)

objetivas ou subjetivas. Uma mesma métrica poderá ser utilizada para responder uma ou mais questões derivadas de uma ou mais metas.

Figura 4 - Modelo hierárquico do GQM (BASILI, CALDIERA, ROMBACH, 1994)

2.3. ACORDOS DE NÍVEL DE SERVIÇO

Nos últimos anos a demanda por gestão de serviços cresceu vertiginosamente nas organizações. Os ambientes corporativos, cada vez mais complexos, exigem relacionamentos mais eficientes entre fornecedores e clientes, fazendo com que as organizações passem a produzir produtos e serviços com melhores níveis de qualidade. Neste contexto, as organizações passaram a exigir acordos formais junto a seus fornecedores com o intuito de controlar os níveis de serviço prestados por estes fornecedores.

META 1 META 2

QUESTÃO 1 QUESTÃO 2 QUESTÃO 3 QUESTÃO 4

MÉTRICA 1 MÉTRICA 2 MÉTRICA 3 MÉTRICA 4 MÉTRICA 5

Nível Conceitual

Nível Operacional

Imagem

Figura 1 - Qualidade no ciclo de vida de software (INTERNATIONAL  ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2001a)
Figura 3 - Fórmula da Métrica WAQM
Figura 4 - Modelo hierárquico do GQM (BASILI, CALDIERA, ROMBACH,  1994)
Figura 5 – Exemplo genérico da estrutura de um SLA (BOUMAN, TRIENEKENS,  ZWAN, 2004; OFFICE FOR GOVERNMENT COMMERCE, 2001)
+7

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