• Nenhum resultado encontrado

Efeitos do Tai Chi Chuan na aptidão cardiorrespiratória, força dos músculos extensores do joelho e composição corporal em mulheres idosas

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Efeitos do Tai Chi Chuan na aptidão cardiorrespiratória, força dos músculos extensores do joelho e composição corporal em mulheres idosas"

Copied!
60
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA

EFEITOS DO TAI CHI CHUAN NA APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA, FORÇA

DOS MÚSCULOS EXTENSORES DO JOELHO E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM

MULHERES IDOSAS

Orientadora: Dra. Lucy Gomes Vianna Co-orientador: Dr. Ricardo Moreno Lima

Brasília 2011

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Stricto Sensu em Educação Física

EFEITOS DO TAI CHI CHUAN NA APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA,

FORÇA DOS MÚSCULOS EXTENSORES DO JOELHO E COMPOSIÇÃO

CORPORAL EM MULHERES IDOSAS

Brasília - DF 2011

(2)

ALESSANDRA BASTOS MATIDA

EFEITOS DO TAI CHI CHUAN NA APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA, FORÇA

DOS MÚSCULOS EXTENSORES DO JOELHO E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM

MULHERES IDOSAS

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação Stricto Sensu em

Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito para obtenção do Título de Mestre em Educação Física.

Orientadora: Profa. Dra. Lucy Gomes Vianna

Co-orientador: Prof. Dr. Ricardo Moreno Lima

(3)

M435e Matida, Alessandra Bastos.

Efeitos do Tai Chi Chuan na aptidão cardiorrespiratória, força dos músculos extensores do joelho e composição corporal em mulheres idosas. / Alessandra Bastos Matida – 2011.

59f. ; il.: 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2011. Orientação: Profa. Dra. Lucy Gomes Vianna

Coorientação: Prof. Dr. Ricardo Moreno Lima

(4)
(5)

Dedico este trabalho aos meus pais

Aiaquira Matida e Hélia Bastos Matida pelo

(6)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Márcio Moura mestre de Tai Chi Chuan responsável pela minha formação de professora da modalidade e que, direta ou indiretamente, plantou a semente da qual brotou este trabalho.

Aos meus pais Aiaquira Matida e Hélia Bastos Matida que sempre me ensinaram e me orientaram a seguir os princípios de gratidão, honestidade e disciplina.

À minha orientadora professora Lucy por manter esta linha de pesquisa aberta na UCB e pela paciência ao longo deste meu processo doloroso de auto-superação.

Aos membros dos laboratórios LAFIT e LEEFS, bem como ao HUCB, todos ligados à Universidade Católica de Brasília – UCB, por oferecerem toda a estrutura para a realização dos testes aplicados nos voluntários deste trabalho.

Às mulheres idosas cadastradas no CCI – Centro de Convivência do Idoso da UCB, que tão generosamente aceitaram participar como voluntárias nos experimentos, bem como à coordenadora Zilda e a toda a equipe CCI, que tão calorosamente acolheram esta proposta de pesquisa nossa eterna gratidão.

Aos amigos Suliane Rauber, Lídia Bezerra, Eduardo Torres, Rodrigo Cabral, que colaboraram na coleta, meu carinho e respeito pela dedicação.

Às amigas Danielle Garcia e Erivana Florêncio, pela amizade, pela orientação e colaboração em toda parte burocrática, minha amizade e carinho.

(7)

RESUMO

MATIDA, Alessandra Bastos. Efeitos do Tai Chi Chuan na aptidão cardiorrespiratória, força dos músculos extensores do joelho e composição corporal em mulheres idosas. 2011. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação

Stricto Sensu em Educação Física) - Universidade Católica de Brasília - UCB,

Brasília, 2011.

Tai Chi Chuan (TCC) é um estilo de arte marcial (kung fu ou wushu) largamente praticado na China há séculos e que tem sido descrito com uma atividade capaz de prover melhorias no condicionamento físico, saúde e integração social em indivíduos idosos. O objetivo desta pesquisa experimental com grupo controle foi verificar os efeitos do TCC na aptidão cardiorrespiratória através do consumo máximo de oxigênio (VO2) e tempo de exercício (T), força dos músculos extensores dos joelhos

através do pico de torque (PT) e na composição corporal (CC), através de avaliação da massa livre de gordura (MLG) e proporção de gordura corporal (%G) em 34 mulheres idosas saudáveis, não praticantes de atividade física orientada. No Grupo TCC (G1) foram incluídos 16 sujeitos (idade 66,19±4,78 anos) e no Grupo Controle (G2) 18 sujeitos (idade 72,94±6,24 anos). G1 praticou o TCC Estilo Yang de 24 Movimentos durante 24 semanas, 2 vezes por semana. Cada aula constou de 15 min. de aquecimento, 20 min. de treinamento da coreografia do TCC e 15 min. de relaxamento. Foram avaliados antes e depois desta intervenção: VO2 e T através da

ergoespirometria (ERGO) no teste de esteira; PT através do dinamômetro isocinético; MLG e %G através de absorciometria por dupla emissão de raios X (DXA). O G1 apresentou incrementos de 8,20% no VO2 (p=0,001), aumento de 13,35% no T (p=0,01), aumento de 26% no PT (p=0,001) e nenhuma alteração significativa nas variáveis da CC (p>0,05) em relação ao G2. Não foi verificada correlação significativa entre as variáveis de ERGO e CC ou entre PT e CC neste experimento. Estes resultados indicam que o TCC melhora ERGO e PT, mas não CC, em mulheres idosas e sugerem que ERGO e PT não estão necessariamente ligadas a CC nesta modalidade.

(8)

ABSTRACT

Tai Chi Chuan (TCC) is a martial art style (kung fu or wushu) widely practiced in China for centuries and it is described like an activity capable of providing improvements in the physical conditioning, health and social integration to senior individuals. The purpose of this controlled experimental study was to verify the effects of TCC program on maximal oxygen uptake (VO2) and exertion time (T) for

cardiorespiratory fitness, peak torque (PT) for knee extensor muscular strength, fat free mass (FFM) and body fat percentage (BFP) for body composition (BC) in 34 healthy elderly women, who did not practice any form of oriented physical activity. TCC group (G1) included 16 subjects (age 66.19±4.78 yr) and Control Group (G2) included 18 subjects (age 72.94±6.24 yr). G1 practiced the 24 Forms Yang Style TCC during 24 weeks, 2 times/week. Each session included 15 min of warm-up, 20 min of TCC form practice and 15 min of cool down. VO2 and T by ergospirometry (ERGO) in treadmill test; PT in isokinetic dynamometer; FFM and BFP in Dual X-ray absorptiometry (DXA) were evaluated before and at the end of this intervention. G1 showed 8.20% increase in VO2 (p = 0.001), 8.20% increase in T (p = 0.01), 26%

increase in PT (p = 0.001) and no significant changes in the BC variables (p>0.05) in relation to G2. No significant correlation was observed between both variables ERGO and BC or PT and BC in this experiment. These results indicate that TCC program is effective for improving ERGO and PT, but not BC, in elderly women, and indicate that ERGO and PT is not necessarily linked to BC in this practice.

(9)

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. DESENHO EXPERIMENTAL DO PROJETO ATUAL ... 36

TABELA 2. CARACTERÍSTICAS DESCRITIVAS DA AMOSTRA ... 37

TABELA 3. TESTE DE NORMALIDADE NOS GRUPOS TREINAMENTO E CONTROLE ... 38

TABELA 4. TESTE DE HOMOGENEIDADE ... 38

TABELA 5. VARIÁVEIS OBTIDAS NO DXA ... 39

TABELA 6. VARIÁVEIS OBTIDAS NOS TESTES ISOCINÉTICO ... 40

(10)

LISTA DE QUADROS

(11)

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

%G - proporção de gordura corporal CC - composição corporal

CEP - Comitê de Ética em Pesquisa cm - centímetro

CNS - Conselho Nacional de Saúde DMO - densidade mineral óssea

DXA - absorciometria por dupla emissão de raios X (Dual-emission X-ray absorptiometry)

ERGO –ergoespirometria g - gramas

IMC - Índice de Massa Corporal kg - quilograma

kg/m2 - quilograma por metro quadrado m – metro

Nm – Newton por metro

MLG - massa livre de gordura

PSE - Percepção Subjetiva do Esforço PT - pico de torque

s - segundos

T - tempo de exercício TCC - Tai Chi Chuan

VO2- consumo máximo de oxigênio

ACR – aptidão cardiorrespiratória FC – frequência cardíaca

(12)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 14

2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ... 16

3 OBJETIVOS ... 18

3.1 OBJETIVO GERAL ... 18

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 18

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 19

4.1 ENVELHECIMENTO E EXERCÍCIO ... 19

4.2 TAI CHI CHUAN EM IDOSOS ... 20

4.2.1 Tai Chi Chuan: da China ao Brasil ... 20

4.2.2 Tai Chi Chuan para a saúde dos idosos ... 24

4.2.3 O Tai Chi Chuan e a aptidão cardiorrespiratória dos idosos ... 25

4.2.4 O Tai Chi Chuan e a força muscular dos idosos ... 26

4.2.5. O Tai Chi Chuan e a composição corporal dos idosos ... 28

5 MATERIAL E MÉTODO ... 30

5.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA ... 30

5.1.1 Critérios de inclusão e exclusão ... 30

5.2 PROTOCOLO DE INTERVENÇÃO ... 31

5.2.1 Programa de Tai Chi Chuan ... 31

5.3 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO ... 32

5.3.1 Avaliação da Composição Corporal ... 32

5.3.2 Avaliação da Aptidão Cardiorrespiratória ... 33

5.3.3 Avaliação do Pico de Torque ... 35

5.4 DELINEAMENTO ESTATÍSTICO ... 36

6 RESULTADOS ... 37

6.1 ANÁLISE DESCRITIVA ... 37

6.1.1 Caracterização da Amostra ... 37

6.1.2 Teste de Normalidade para as variáveis dependentes ... 37

6.1.3 Teste de Homogeneidade para as variáveis dependentes ... 38

6.2 ANÁLISE INFERENCIAL ... 39

6.2.1 Composição Corporal ... 39

6.2.2 Força Muscular ... 40

6.2.3 Aptidão Cardiorrespiratória ... 40

7 DISCUSSÃO ... 42

7.1 Composição Corporal ... 42

(13)

7.3 Aptidão Cardiorrespiratória ... 44

8 CONCLUSÃO ... 47

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 48

ANEXOS ... 56

ANEXO 1: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ... 56

ANEXO 2: CARTA DE APRESENTAÇÃO AO COMITÊ DE ÉTICA ... 58

ANEXO 3: TERMO DE RESPONSABILIDADE ... 59

(14)

1 INTRODUÇÃO

O processo de envelhecimento é marcado por contínuas perdas na capacidade funcional e motora, caracterizado por declínio da aptidão cardiorrespiratória, densidade mineral óssea, força muscular e equilíbrio. Esse fenômeno foi observado em alguns trabalhos, relacionando massa muscular e diminuição da força em idosos, tanto em homens como em mulheres (MAZO et al., 2007; FERREIRA et al., 2008).

As reduções da massa e da força muscular decorrentes do envelhecimento são aspectos frequentemente citados na literatura. Essa diminuição do potencial muscular e da força está associada ao maior risco de quedas, à diminuição da densidade mineral óssea (DMO) e à maior probabilidade de fraturas, bem como, a outras alterações fisiológicas, tais como, intolerância à glicose, alterações no metabolismo energético e diminuição da aptidão cardiorrespiratória que é bastante afetada pelo declínio funcional causado pelo envelhecimento (LIMA et al., 2009).

Dessa forma, intervenções eficazes são recomendadas para minimizar as perdas que ocorrem no processo de envelhecimento. Os programas de exercício ajudam a combater o declínio funcional (equilíbrio, força, agilidade, etc.) em pessoas idosas e têm sido citados como capazes de melhorar a saúde nestes indivíduos (REBELATTO et al., 2006). Trabalhos têm demonstrado que estímulos adequados de treino em idosos, independentemente do gênero, retardam as diminuições da força e massa muscular, normalmente associadas ao envelhecimento. Assim, programas com intensidade suficiente para aumentar a força e o equilíbrio devem ser implementados como forma de prevenção de quedas e lesões, em especial, nos membros inferiores que são os mais afetados nesse processo, já que os músculos extensores e flexores do joelho desempenham papel determinante na estabilidade corporal e na locomoção do idoso (CUNHA et al., 2006; LACOURT et al., 2006).

(15)

sociais (GUIMARÃES & CALDAS, 2006; KRAUSE et al., 2007; FERREIRA et al., 2008).

O TCC chegou ao Brasil em 1960, trazido por Wong Sun Keung. Em todo o país, seja em academias, escolas, parques e, principalmente, em projetos sociais, o TCC é uma das modalidades em destaque, o mesmo ocorrendo nos programas específicos para a terceira idade. Na pesquisa científica relacionada ao Kung fu, a maior produção é de análises sobre os benefícios à saúde decorrentes da prática do TCC (BLASER et al., 2005).

Estudos a respeito dos efeitos do Tai Chi Chuan (TCC) apontam esta modalidade de Exercício Chinês como capaz de incrementar ganhos de condicionamento físico entre os praticantes idosos, ajudando inclusive na prevenção de quedas, melhorando a qualidade de vida e a mobilidade. Dentre os benefícios psicológicos decorrentes da prática do TCC foram relatados aumento da sensação de bem-estar, redução do estresse, além da diminuição da ansiedade e da percepção da dor (PEREIRA et al., 2008).

(16)

2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA

Há relatos de que o TCC melhora o equilíbrio, a coordenação motora e reduz o risco de quedas em idosos (CHEN et al., 2008; LOGGHE et al., 2008; PEREIRA et al., 2008; RAHAL. , 2009; PEI et al., 2008, YANG et al., 2007; MACIASZEK et al., 2007; VOLKELATOS et al. 2007).

Outros estudos apontam o TCC como capaz de melhorar a capacidade cardiovascular e a flexibilidade dos praticantes idosos, melhorando também a qualidade de vida e a mobilidade (LACOURT et al., 2006; WAYNE et al., 2007; YEH

et al., 2011).

Em pesquisa nas bases de dados do HighWire e PubMed, no período que antecedeu o início do experimento (de janeiro de 2006 a setembro de 2009) foram encontrados 1376 citações referenciando o TCC como objeto de estudo. Destas, 376 investigaram os efeitos do TCC em indivíduos idosos (HIGHWIRE PRESS, 2010; MEDLINE, 2010).

Refinando a busca para as variáveis do condicionamento físico (VO2, força e

composição corporal), verificou-se que do total de 376 estudos revistos, 168 citaram o TCC como exercício que traz benefícios cardiovasculares, mas em apenas 16 trabalhos a avaliação da função cardiovascular foi feita por métodos utilizando padrão ouro, como utilização da ergoespirometria. (HIGHWIRE PRESS, 2010; MEDLINE, 2010).

Quanto à força muscular, do total de 376 estudos envolvendo idosos, foram encontrados 209 trabalhos apontando o TCC como exercício físico que aumenta a força em idosos. Entretanto, somente 17 estudos dentre os 209 utilizaram o padrão ouro nesta mensuração: o pico de torque no dinamômetro isocinético para a avaliação da qualidade de força (ASSUMPÇÃO, 2008).

Em relação à composição corporal, do total de 376 estudos envolvendo idosos, apenas 23 trabalhos foram encontrados relacionando o TCC com os diversos componentes da composição corporal, sendo que, entre eles somente 8 estudos utilizaram o padrão ouro nesta mensuração: a absortometria por raios-x de dupla energia –DXA (HIGHWIRE PRESS, 2010; MEDLINE, 2010).

(17)

em avaliações utilizando padrão ouro de mensuração. Isso torna necessária a realização de estudos que visem esclarecer os possíveis benefícios deste exercício para o condicionamento físico desta população, especificamente utilizando medidas de padrão ouro para avaliar variáveis do condicionamento como: VO2max, força e

(18)

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Verificar os efeitos do TCC na aptidão física de mulheres idosas.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Verificar a Aptidão Cardiorrespiratória (ACR): consumo máximo de oxigênio (VO2) e tempo de exercício (T);

2. Verificar a Aptidão muscular: Força dos músculos extensores do joelho (Pico de Torque - PT);

(19)

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 ENVELHECIMENTO E EXERCÍCIO

O momento de transição reconhecido como envelhecimento populacional fez com que ocorresse uma reorganização do sistema de saúde, devido à população com faixa etária mais avançada exigir maiores cuidados com doenças crônico-degenerativas associadas ao processo de envelhecimento (NASRI, 2008).

Uma preocupação que surge devido ao envelhecimento populacional é a de que o aumento da expectativa de vida cresce proporcionalmente ao aumento do número de idosos e às necessidades de medicamentos e tratamentos para doenças crônicas.

Considerando que esta transição vem acompanhada de alterações, principalmente fisiológicas, voltou-se consideravelmente a atenção para o atendimento de idosos em busca de saúde e prevenção de doenças (ROBINSON et al., 2006).

O envelhecimento, no sistema neuromuscular, acarreta em diminuição da força muscular, perda da densidade mineral óssea, relacionadas à sarcopenia onde o tecido muscular é progressivamente perdido, podendo contribuir para fragilidade, perda de equilíbrio e a instabilidade postural, que pode aumentar o risco de quedas e fraturas. (SILVA, 2006; WANG et al., 2008).

Ocorrem também modificações antropométricas, das medidas corporais, principalmente da composição corporal, onde na maioria das vezes resulta no acúmulo de massa gorda, principalmente na região abdominal, processo que pode levar à obesidade que está associada a uma série de doenças crônico-degenerativas. Estas alterações são mais intensas em mulheres após a menopausa, que têm a massa livre de gordura (MLG) reduzida. Outra perda prevalente é a redução da capacidade cardiorrespiratória que é prejudicada pela falta de exercícios físicos e que afeta também outros sistemas devido a alterações metabólicas. Se, ao processo de envelhecimento, se soma o sedentarismo todas as perdas serão ainda mais rápidas e mais intensas (JANSSEN et al., 2006; KRAUSE, 2007; KIM et al.,

(20)

Além dessas perdas, ocorrem também perdas sociais e cognitivas capazes de incrementar o prejuízo físico gradativo desse processo, causando dependência e limitações para realizar as atividades da vida diária, podendo ocorrer internações em hospitais e aumento da mortalidade. Como, no Brasil, há carência da oferta de exercícios regulares para indivíduos idosos nos programas públicos de atenção à saúde desta população, fazendo com que seja comum o sedentarismo nesta faixa etária. O exercício físico, sendo uma prática de grande impacto para a saúde, é recomendado para fortalecimento, prevenção e manutenção das capacidades fisiológicas do idoso, podendo atenuar ou mesmo reverter alterações adversas que ocorrem no processo de envelhecimento e que reduzem a qualidade de vida do idoso (CAROMANO et al., 2006; MAZO et al., 2007; PEREIRA et al., 2008; MONTEIRO, 2008; OLIVEIRA, 2008).

A prática de exercícios traz vários benefícios aos idosos, como o aumento da massa muscular e da força muscular, a diminuição do percentual de gordura corporal, o nivelamento da pressão sanguínea e da frequência cardíaca, previne o aumento do colesterol sanguíneo e facilita a locomoção. Um dos principais motivos pela busca por exercícios ou atividades físicas em uma idade mais avançada está ligado à necessidade de controlar o peso, evitar o risco de doenças, diminuir o estresse e a depressão, melhorar a autoestima e proporcionar a socialização (BELLONI et al., 2008; ZAITUNE et al., 2007; FRYE et al.,2007 ).

Exercícios de baixo impacto são os mais indicados na literatura científica para reduzir as complicações cardiovasculares e ortopédicas em idosos, sendo de fundamental importância para que ocorra um envelhecimento com qualidade de vida (OLIVEIRA & ASSUMPÇÃO, 2008; FRYE et al.,2007).

4.2 TAI CHI CHUAN EM IDOSOS

4.2.1 Tai Chi Chuan: da China ao Brasil

(21)

herança cultural deste país e ter mais de 2000 anos de existência, não se sabe exatamente onde e nem como emergiu a primeira sistematização de seus movimentos. Os primeiros registros fiéis encontrados sobre o Kung fu foram em ossos e cascos de tartarugas da dinastia Shang (1766-1122 a.C.). Com o passar dos séculos, os monges que viviam em comunhão com a natureza, ao observarem o comportamento dos animais, integraram suas técnicas de ataque e defesa aos ensinamentos de Bodidharma, o monge indiano que criou o estilo Shao-lin de kung fu, aperfeiçoando-as e desenvolvendo assim os vários estilos de Kung Fu existentes, como o louva-a-Deus, o tigre, a águia, o macaco, a serpente, o dragão e a garça, entre outros (OLIVEIRA, 2010).

Intimamente relacionado com a filosofia taoísta e como ocorre no Kung Fu, não se sabe exatamente a origem do TCC, mesmo tendo sido postuladas várias

teorias a esse respeito. O documento mais antigo a usar o termo “Tai Chi Chuan” é um texto clássico chamado de “Método para se Alcançar o Esclarecimento Através

da observação da Escritura” (Guan Jing Wu Hui Fa), escrito por Cheng Ling Xi, que

viveu durante o período da dinastia Liang (907 d.C. – 923 d.C.). Cheng Ling Xi

estudou com Han Gong Yue, que chamava a sua arte de “Os 14 Estilos do Treinamento de Tai Chi” (INTAO, 2010).

A teoria mais popular sobre a origem do TCC é a de que o sacerdote taoísta Zhang San Feng, que viveu no século XIII no final da dinastia Song, após formar-se no Mosteiro Shaolin (berço do Kung Fu Shaolin, do Chi Kung e do Zen), continuou a praticar artes marciais e a se desenvolver espiritualmente no Templo do Pico Purpúreo, no Monte Wudang, que é um dos mais importantes montes sagrados do taoísmo (MACEDO, 2009).

É descrito que Zhang San Feng testemunhou a briga entre uma serpente e um grou (alguns documentos dizem que se tratava de um pardal), e isso o inspirou a modificar o seu Kung Fu Shaolin, relativamente rude, para um estilo mais suave que

passou a ser conhecido como “Os 32 Estilos do Wudang do Punho Longo”,

(22)

templo Wudang, o TCC continuou a ser ensinado como arte marcial, para defesa pessoal e competição, expandindo-se para vários outros locais.

Existem outros estilos descendentes diretos do TCC Wudang (Chen, Yang, Wu, Wu Hao e Sun) e incontáveis estilos menores praticados de forma aleatória sem método específico e mantendo a forma considerada como patrimônio cultural. A prática de TCC, nas formas popularizadas durante este período, chegou até nós por intermédio de três importantes tradições familiares. A primeira é o estilo da família Chen, já mencionado anteriormente, com sua combinação de técnica de força suave e explosiva; segunda é o estilo da família Yang, derivada do estilo Chen do século XIX, com o seu ritmo suave e fluido; e a terceira é o estilo da família Wu, derivada das formas Chen e Yang do século XIX, caracterizada por sutis movimentos das articulações (SBTCC, 2010; KIM, 2008).

Durante o final do século XIX e início do século XX, tanto o Kung fu quanto o TCC tiveram pouco apoio para a difusão de suas práticas, principalmente porque estas técnicas de luta mostraram-se impotentes diante as armas ocidentais adotadas na China desta época, que vivia sob o domínio das potências estrangeiras. Entretanto, a República Popular da China, fundada em 1949, ofereceu apoio ao resgate das artes marciais chinesas e oportunidade para promover novamente o Kung fu. Velhos métodos de luta voltaram a ser usados e novos foram criados, surgindo grupos estimulados pelo governo para criar um esporte nacional chinês, dando origem ao Wushu Moderno. Em 1959, o Kung fu começou a ser ensinado para os ocidentais. Neste mesmo ano estes conhecimentos e técnicas foram introduzidos no Brasil com a chegada dos primeiros mestres chineses vindos de Cantão (província do sul da China) e de Hong Kong (APOLLONI, 2004).

O Kung Fu foi introduzido e ensinado na Universidade de São Paulo – USP

pelo Grão-mestre Chan Kowk Wai, sendo inserido como defesa pessoal no 16º. Batalhão da Polícia Militar do Estado de São Paulo, pelo Mestre Li Wing Kay. A primeira entidade criada para dirigir o Kung Fu no Brasil foi a Federação Paulista de

Kung Fu Wushu – FPKF, criada em 1989, sendo neste mesmo ano organizados os

(23)

Paulo-SP, a Lei 13.573 de 08 de maio de 2003, que institui o Dia do Kung Fu, a ser comemorado no dia 11 de abril (VEIGA, 2010).

No Brasil, atualmente há 23 Federações Estaduais de Kung Fu, amparadas pela Confederação Brasileira de Kung Fu vinculada ao Comitê Olímpico Brasileiro-COB, à Federação Pan-Americana de Wushu, à International Chinese Kuoshu Federation e à Federação Internacional de Wushu. Este avanço institucional indica

que o Kung Fu está em franca expansão no Brasil. Há projetos sociais de ensino do TCC e Lian Gong em escolas, parques e também voltados especificamente para a terceira idade. Os atletas brasileiros vêm conquistando cada vez mais espaço nas competições internacionais, sendo em conjunto considerados entre os quatro melhores do mundo (FPKF, 2010).

O TCC percorreu caminho semelhante ao do Kung fu até chegar ao ocidente. Também ele passou por um renascimento durante as reformas chinesas ocorridas após a Segunda Guerra Mundial que beneficiaram todas as artes marciais. Em 1956, o Comitê Esportivo Nacional Chinês (órgão similar ao Ministério dos Esportes) reuniu professores de educação física e médicos para desenvolverem uma sequência simplificada do TCC contendo elementos dos vários estilos, no intuito de regulamentar, popularizar e facilitar sua prática, tanto nas modalidades terapêutica quanto desportiva (AGT, 2010). Essas formas popularizadas foram publicadas em cadernos pedagógicos oficiais, sendo uma delas a forma simplificada ou curta do TCC, traduzida para que os ocidentais também pudessem utilizar esta prática para a saúde (TUNG, 1981).

No Brasil, o TCC teve início em 1960 principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, capitais que nesta época contavam com a presença de grandes Mestres chineses e seus discípulos, que propagaram e introduziram no país as diversas linhagens tradicionais desta arte (TAO, 2010).

(24)

4.2.2 Tai Chi Chuan para a saúde dos idosos

Um dos princípios do TCC é o de que o movimento físico é de extrema importância para a saúde física, mental e para a sobrevivência humana, passando o conceito de que o corpo e a mente, a intenção e a energia vital são indissociáveis e devem ser compreendidos como um fenômeno único. Durante a realização do TCC, respiração profunda e concentração mental são necessárias para alcançar a harmonia entre o corpo e a mente. Para alguns autores, o TCC pode ser também considerado um conjunto de movimentos que leva a um estado de meditação consciente (FURTADO & DANTAS, 2008; POSADZKI & JACQUES, 2009), sendo que vários pesquisadores têm relatado efeitos do TCC semelhantes aos da meditação, verificando melhoras na saúde física e psicológica (pressão arterial, saúde mental, depressão, ansiedade, insônia e função imune) em indivíduos idosos (LARKEY et al., 2009; ROGERS et al., 2009; HONG et al., 2008; FRYE et al., 2007).

Resultados de estudos têm apresentado que a forma curta de TCC tem diversos efeitos positivos na saúde do idoso, sugerindo que o TCC é um método seguro de exercício para estes indivíduos, exigindo gasto de energia semelhantes ao de outros exercícios de intensidade moderada (FRYE et al., 2007).

Vários autores ainda têm relatado efeitos benéficos do TCC sobre algumas doenças, tais como as doenças cardiovasculares, para as quais GATTS et al. (2008) FRYE et al. (2007), YEH et al. (2008), LEE et al. (2007), BARROW et al. (2007) e PIPPA et al. (2007) verificaram melhoras na resistência cardiovascular e pressão arterial, hipertensão, cardiopatia.

Já sobre as doenças osteomusculares LEE et al. (2007), WAYNE et al. (2007), FRANSEN et al. (2007), SHEN et al. (2007) encontraram melhoras na osteoartrite e artrite reumatoide, bem como, na saúde do osso relacionadas ao metabolismo ósseo e densidade mineral óssea.

(25)

4.2.3 O Tai Chi Chuan e a aptidão cardiorrespiratória dos idosos

Alguns estudos nos últimos cinco anos avaliaram os efeitos do TCC na aptidão cardiorrespiratória em idosos (Quadro 1).

Caminiti et al. (2010) estudaram 60 idosos de ambos os gêneros, comparando

grupo de praticantes de exercício aeróbio (G1=30, endurance) com outro grupo que praticou exercício aeróbio combinado com TCC (G2 = 30, TCC + endurance), com duração de 12 semanas. O protocolo de G1 consistiu de caminhada ou bicicleta, a 50% -70% do VO2 estimado, 4 vezes por semana, com 10 min de aquecimento; 30

min. de exercício e 10 min. de volta à calma. O G2 praticou o mesmo exercício aeróbio, 2 vezes por semana e, adicionalmente, TCC estilo Yang de 10 movimentos (com 10 min aquecimento, 30 min. de exercício e 10 min. de volta à calma), 2 vezes por semana. O VO2 foi avaliado antes e após 3 meses da intervenção, através do

teste de caminhada de 6 minutos. Os autores verificaram que os dois grupos melhoraram o VO2, sendo que o G2 melhorou significativamente a tolerância ao

exercício em relação a G1.

Chang et al. (2010), estudando 54 pacientes coronarianos em um hospital regional em Taiwan, sendo 22 deles matriculados no programa de reabilitação TCC (G1, n = 22), que consistia de uma sessão semanal de 90 min de estilo Yang TCC, por seis meses, além de receber os cuidados habituais; e os restantes 32 pacientes recebendo somente cuidados usuais e não executando qualquer exercício regular(G2, n = 32). O treinamento de TCC consistiu de 108 formas compostas de 37 movimentos diferentes, sendo cada sessão composta de 25 min de aquecimento, incluindo alongamento e um programa de equilíbrio da prática de TCC. O teste ergométrico foi realizado no início e após seis meses de treinamento de TCC. O grupo que praticou TCC teve significativamente melhores resultados na ergometria em comparação com o grupo controle.

(26)

de aquecimento, 40 minutos de caminhada e 5 minutos de volta à calma; o terceiro grupo (G3) manteve-se sem alterar as atividades da vida diária, não praticando regularmente exercícios. Os autores verificaram que o grupo que praticou TCC melhorou significativamente sua capacidade aeróbia em relação ao grupo controle, mas não em relação ao grupo de caminhada.

Quadro 1: Estudos publicados nos últimos cinco anos mostrando os efeitos do TCC no VO2

AUTOR

(ANO) INTERVENÇÃO PROTOCOLO AVALIAÇÃO RESULTADO

CAMINITI et

al. (2010) n endurance; G2 = 30, = 60 (G1=30, TCC + endurance). Duração: 12 semanas (50min x 4dias/semana).

Teste de caminhada

de 6 minutos. G2 melhorou significativamente (p = 0,03) sua capacidade cardiorrespiratória em relação a G1.

CHANG et

al. (2010) n = 54 (G1 = 22, TCC; G2 = 32, sem treinamento).

Duração: 6meses (90min x 1dia/semana)

Teste ergométrico G1 melhorou significativamente (p = 0,02) em relação a G2.

AUDETTE et

al. (2006) n = 27 (G1 = 11, TCC; G2 = 8, caminhada; G3 = 8, controle).

Duração: 12 semanas (60min x 3dia/semana)

Teste

ergoespirométrico com cicloergômetro

G1 melhorou significativamente em relação a G3 (p = 0,003), mas não em relação a G2 (p = 0,08).

4.2.4 O Tai Chi Chuan e a força muscular dos idosos

No Quadro 2 são relatados alguns estudos publicados nos últimos cinco anos que avaliaram os efeitos do TCC na força de indivíduos .

(27)

de 15 minutos de aquecimento, 40 minutos de caminhada e 5 minutos de volta à calma; o terceiro grupo (G3) manteve-se sem alterar as atividades da vida diária, não praticando regularmente exercícios.

Quadro 2: Estudos publicados nos últimos cinco anos mostrando os efeitos do TCC na Força

AUTOR

(ANO) INTERVENÇÃO PROTOCOLO AVALIAÇÃO RESULTADO

AUDETTE et

al. (2006) n = 27 (G1 = 11, TCC; G2 = 8, caminhada; G3 = 8, controle).

Duração: 12 semanas (60min x 3dia/semana)

1 RM Extensão de joelho e preensão manual

G1 melhorou significativamente em relação a G2 e G3 (p < 0,05).

FABER et al.

(2006) n = 238 (G1 = 80, TCC; G2 = 66, caminhada; G3 = 92, controle).

Duração: 20 semanas (60min x 2dia/semana)

Teste de sentar e

levantar G1 melhorou significativamente em relação aos demais grupos (p < 0,05).

TSANG et al. (2007)

N=37 (G1 = 17, TCC; G2 = 20, alongamento)

Duração: 16 semanas (45min. x 2dia/semana)

Teste de 1RM G1 melhorou significativamente em relação a G2 (p < 0,05).

Faber et al. (2006), em estudo multicêntrico, estudaram 238 indivíduos (50 homens e 188 mulheres) divididas em três grupos: o primeiro praticou TCC (G1, n = 80) durante 20 semanas, durante 60 min, 2 vezes por semana. Utilizaram práticas livres de TCC (sem adotar nenhum estilo definido), não sendo descrito o protocolo utilizado; o segundo grupo praticou caminhada (G2, n = 66) com a mesma frequência e duração que o G1, também sem descrição do protocolo da distribuição deste tempo; o terceiro grupo (G3) manteve-se sem exercícios regulares. Os resultados indicaram melhora significativa da força nos praticantes de TCC em relação aos demais grupos.

(28)

min. de relaxamento. Teste de 1RM (1 repetição máxima) com equipamento Keiser de treino de resistência pneumáticos modificados com software K400 (Keiser Corporation, Keiser,11-5416, Fresno, CA) foi utilizado para medir a força bilateral dos extensores do joelho, usando o pico máximo (o melhor ensaio gravado após uma explosão de elevação de cargas de 40%, 50%, 60%, 70%, 80% e 90% 1RM). O teste era encerrado quando o idoso não conseguisse mais levantar a carga e realizar o movimento completo ou se fizesse uma pausa entre duas repetições. Como resultado, os autores verificaram que G1 melhorou significativamente a força em relação a G2.

4.2.5. O Tai Chi Chuan e a composição corporal dos idosos

No Quadro 3 são mostrados alguns trabalhos publicados nos últimos cinco anos verificando os efeitos do TCC na composição corporal de idosos.

Mustian et al. (2006) estudaram 21 indivíduos divididos em dois grupos: o

primeiro praticou TCC (G1, n = 11) durante 12 semanas, 3 vezes por semana, durante 60 min cada sessão, sem adotar nenhum estilo definido, não sendo descrito o protocolo utilizado; o segundo grupo (G2, n = 10) constituiu o grupo controle, mantendo-se sem exercícios regulares. Os resultados não indicaram melhora significativa da composição corporal nos praticantes de TCC, embora neste grupo os valores mostraram tendência de redução do percentual de gordura, não alterando a massa ao longo do experimento. Houve tendência de aumento da gordura no grupo controle, que aumentou a massa durante o experimento. A mesma tendência também manteve-se em relação ao Índice de Massa Corporal (IMC)), que reduziu no G1 e aumentou no G2.

Yu et al. (2006) estudaram 83 idosos de ambos os gêneros, divididas em três

(29)

braço. Entretanto, o grupo que praticou TCC apresentou o perfil de distribuição da gordura subcutânea significativamente melhor, principalmente no abdômen e na coxa. O mesmo ocorreu com os nadadores, que reduziram o percentual de gordura na coxa. Não foram observadas alterações localizadas no grupo controle.

Lan et al. (2008) estudaram 69 idosos de ambos os gêneros divididos em dois

grupos: o primeiro praticou TCC (G1, n = 35) durante o mínimo de 6 anos, não sendo descritas frequência e duração do exercício; e o segundo grupo, que manteve-se sem alterações nas atividades da vida diária, não executando nenhum exercício regular (G2, n = 34). Os autores verificaram que não surgiu diferença significativa entre os dois grupos quanto ao percentual de gordura avaliado através das dobras cutâneas. Os dois grupos aumentaram o percentual de gordura, mas o grupo que praticou TCC apresentou incremento ligeiramente menor que o grupo controle.

Quadro 3: Estudos publicados nos últimos cinco anos mostrando os efeitos do TCC na Composição corporal

AUTOR

(ANO) INTERVENÇÃO PROTOCOLO AVALIAÇÃO RESULTADO

MUSTIAN et

al. (2006) n = 21 (G1=11, TCC; G2 = 10, controle). Duração: 12 semanas (60min x 3dias/semana).

Bioimpedância G1 reduziu percentual de gordura em relação a G2, mas não houve significância estatística (p > 0,05)

YU et al.

(2006) n nadadores; G2 = 32, = 83 (G1=20, TCC; G3=31, controle). Duração: 12 semanas (60min x 3dias/semana).

Bioimpedância Não houve diferença significativa entre os grupos quanto ao percentual de gordura total.

Entretanto, houve redução significativa na gordura subcutânea de coxa (p=0,001) para G1 e de abdômen (p=0,011) e coxa (p=0,001) para G2.

LAN et al.

(2008) n = 69 (G1=35, TCC; G2 = 34, controle). Duração: + 6 anos. Estilo e protocolo: não descritos

Dobras cutâneas

(30)

5 MATERIAL E MÉTODOS

5.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA

De acordo com a Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que regulamenta as pesquisas envolvendo seres humanos, a participação na pesquisa foi voluntária e se deu mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 01), após as idosas voluntárias serem informadas dos objetivos, procedimentos, possíveis riscos e benefícios do estudo, conforme orientação do Comitê de Ética em Pesquisa.

A amostra foi selecionada entre as idosas cadastradas nos programas de exercício do Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília - UCB, caracterizando-se como amostra de conveniência, composta por 60 mulheres, divididas em Grupo Experimental (G1, n = 30; praticando TCC) e Grupo Controle (G2; n = 30; não praticante de atividade física regular orientada).

O projeto só teve início após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Católica de Brasília - UCB (parecer CEP/UCB nº 188/2009, de 07 de dezembro de 2009), quando então foram realizados os procedimentos de avaliação e se deu início à intervenção com exercícios.

5.1.1 Critérios de inclusão e exclusão

Critérios de inclusão:

a. Mulheres com idade a partir de 60 anos,

b. Não praticantes de atividade física orientada e regular,

c. Ter encaminhamento médico e atestado atualizados, especificando indicação para a prática de exercício físico,

(31)

Critérios de exclusão:

a. Praticantes de exercícios físicos regulares nos últimos três meses,

b. Pacientes com contraindicação médica para a prática dos exercícios propostos.

5.2 PROTOCOLO DE INTERVENÇÃO

5.2.1 Programa de Tai Chi Chuan

O treinamento de TCC foi desenvolvido no Campus I da Universidade Católica de Brasília (UCB), em espaço aberto, nivelado e sombreado. As aulas foram ministradas por professora formada em Educação Física, especialista em fisiologia do exercício e experiente em ministrar aulas de TCC para indivíduos idosos.

O Programa de Intervenção teve duração de 6 meses, iniciando em março de 2010, com os pré-testes. As práticas ocorreram no período matutino (7h às 8h), de março a agosto de 2010. As atividades foram encerradas com a realização dos pós-testes em setembro de 2010.

O Programa de TCC teve duração de 24 semanas, com tempo de duração das aulas de 50 min., frequência de 2 vezes por semana. Os exercícios foram planejados levando-se em consideração a segurança dos praticantes, com base em metodologia de TCC Estilo Yang de 24 movimentos, adaptada para idosos (PEREIRA et al., 2009), com exercícios simples, sequências curtas e poucas

mudanças de direção. A intensidade do exercício foi leve - PSE 2 a 3 na Escala CR10 de Borg (SAFONS e PEREIRA, 2007).

O Aquecimento (15 min.) foi composto por exercícios educativos selecionados dentre os 24 movimentos do repertório da série de treinamento do TCC e executados com ênfase no alongamento muscular e nos exercícios respiratórios.

(32)

concentração mental. Em cada aula, as coreografias foram constituídas de oito movimentos escolhidos dentro do repertório da série de 24 movimentos. Coreografias em dupla (Tai Chi Tuishou) também foram utilizadas, com base nos

exercícios da série padrão.

No Relaxamento (15 min.) utilizaram-se exercícios de relaxamento psíquico e muscular, através dos exercícios de meditação dinâmica (Tao Yin) para reduzir o ritmo, voltar à respiração natural e desenvolver concentração mental.

5.3 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO

Os dados necessários para a caracterização da amostra (idade, medidas antropométricas), bem como os valores relativos à Aptidão Cardiorrespiratória (ACR), Pico de Torque dos músculos extensores do joelho (PT) e Composição Corporal (CC), foram coletados imediatamente antes do início da intervenção (pré-teste) e logo após o término desta (pós-(pré-teste), sendo registrados em formulários próprios.

5.3.1 Avaliação da Composição Corporal

Na antropometria, a massa corporal (Kg) foi mensurada utilizando-se Balança Digital da marca Toledo, com resolução de 0,05 kg e carga máxima de 150 Kg. Para a estatura (m), utilizou-se Estadiômetro da marca Cardiomed, com resolução de 0,001 m e estatura máxima de 2 m.

(33)

válido para avaliar a composição corporal de mulheres idosas, podendo ser aplicado para mensurar a Massa Livre de Gordura (MLG) dessa população. Adicionalmente, Wang et al. (1996) validaram a mensuração de massa muscular através do DXA

comparando-a a valores obtidos com a tomografia computadorizada, e relatando diferença inferior a 5% entre os dois métodos.

Para a execução desse procedimento, as mulheres idosas posicionaram-se em decúbito dorsal sobre a mesa do equipamento, sendo em seguida cuidadosamente posicionadas de forma que fiquem totalmente centralizadas em relação às laterais da mesa. Elas foram instruídas a ficarem com os membros inferiores estendidos, sendo utilizada fita de velcro para mantê-los próximos e dar suporte aos pés, de forma que fiquem numa angulação de 45º com relação ao plano vertical. Os membros superiores foram dispostos estendidos e posicionados ao longo do corpo, sem que haja contato com o tronco. Todas as avaliações foram realizadas pelo mesmo técnico, treinado e experiente no procedimento.

5.3.2 Avaliação da Aptidão Cardiorrespiratória

Previamente à aplicação do teste, foi realizado eletrocardiograma de repouso, acompanhado e avaliado por médico cardiologista. A pressão arterial (PA) de repouso foi aferida na posição sentada, através de esfigmomanômetro de coluna de mercúrio, após 5, 10 e 15 min. de repouso. Nestes mesmos momentos, foi verificada a frequência cardíaca (FC), utilizando-se monitor de frequência cardíaca (Polar –

modelo F1).

Para verificação do consumo máximo de oxigênio (VO2Pico), as idosas foram

submetidas a teste de esforço máximo em protocolo de rampa em esteira, com duração prevista entre 8 e 12 minutos, tendo como base de cálculo da carga o VO2max estimado. A partir da realização de alguns testes pilotos, foi criado um

(34)

que a idosa atingisse a exaustão voluntária. Permitiu-se que as participantes utilizem as barras frontais de apoio da esteira ergométrica, sendo dado a todas elas o encorajamento verbal.

Além da exaustão voluntária, foram pré-estabelecidos como critérios de interrupção do teste: elevação da pressão arterial diastólica (PAD) acima de 140 mm/Hg, elevação da pressão arterial sistólica (PAS) acima de 260 mm/Hg, queda sustentada da PAS, manifestação clínica de dor ou queimação torácica, infradesnivelamento do segmento ST ≥ 3mm, supra desnivelamento do segmento ST ≥ 2mm em derivação sem presença de onda q, arritmia ventricular complexa, aparecimento de taquicardia supraventricular sustentada, taquicardia atrial, fibrilação atrial, bloqueio atrioventricular de 2º e 3º graus, sinais de insuficiência ventricular esquerda ou falência dos sistemas de monitorização e registro.

O teste foi realizado em uma esteira Imbramed – Super ATL, Brasil. As trocas gasosas foram coletadas e medidas a cada respiração com sistema de calorimetria indireta multiparamétrica e computadorizada, através de analisador metabólico de gases Cortex modelo Metalyzer 3B (Cortex Biophysik – ALE) devidamente calibrado. Foi utilizado eletrocardiógrafo digital ELITE-PC (Micromed), com 12 derivações para avaliação em repouso, e três derivações clássicas (CM5, D2M e V2M) durante o exercício e pós-exercício. Os equipamentos foram integrados por um computador IBM PC, compatível com processador Pentium IV.

O VO2 atingido ao final do teste foi considerado como VO2Pico, calculado a

(35)

As variáveis de temperatura ambiente e umidade relativa do ar foram mantidas, em média, a 23ºC e 47 %, respectivamente.

5.3.3 Avaliação do Pico de Torque

A avaliação isocinética tornou-se método padrão-ouro para avaliação da força muscular, tanto na clínica como em pesquisas. Adicionalmente, o dinamômetro isocinético vem sendo amplamente utilizado para caracterizar e avaliar indivíduos idosos (BOTTARO et al., 2005; LIMA et al., 2009).

(36)

5.4 DELINEAMENTO ESTATÍSTICO

Trata-se de estudo de caráter experimental, utilizando Grupo Experimental (G1) e Grupo Controle (G2), submetidos a pré-teste e pós-teste de verificação das seguintes variáveis dependentes (VD): Aptidão Cardiorrespiratória (ACR), Pico de Torque Isocinético dos músculos extensores do joelho (PT) e Composição Corporal (CC), antes e depois de um tempo (TEMPO) de 24 semanas de intervenção com Programa de TCC (variáveis independentes - VI), de acordo com o desenho experimental mostrado na Tabela 1.

Tabela 1. Desenho experimental do projeto atual

VI VI VD VD VD

(TCC) (TEMPO) (ACR) (PT) (CC)

G1 T1: pré-teste

T2: pós-teste

G2 T1: pré-teste

T2: pós-teste

Onde: VI variáveis independentes; VD variáveis dependentes; ACR aptidão cardiorrespiratória; PT – pico de torque; CC composição corporal

Os cálculos de médias e desvios padrões foram utilizados na estatística descritiva. A comparação das médias das variáveis dependentes, obtidas no pré e no pós-teste, foi feita através da aplicação de provas paramétricas testando a Hipótese Nula (H0) de que não haverá diferenças significativas dentro de cada

grupo, bem como entre os grupos.

As provas paramétricas foram utilizadas na comparação das médias calculadas para a ACR, PT e CC. Para verificar as diferenças tanto entre os grupos, quanto dentro de cada grupo, foi feita Análise de Variância Mista (ANOVA SPLIT-PLOT) para verificar onde se situa a diferença e qual a sua significância (THOMAS; NELSON, 2007). Para esta análise foram garantidas a homogeneidade (Teste de Levine) e a normalidade (Teste de Kolmogorov-Smirnov).

(37)

6 RESULTADOS

6.1 ANÁLISE DESCRITIVA

6.1.1 Caracterização da Amostra

Neste estudo as 34 voluntárias que completaram o estudo tiveram média de

idade em G1 igual a 66,19±4,78 anos e em G2 igual a 72,94±6,24 anos. Do ponto de

vista antropométrico, as demais características (massa corporal, estatura e IMC) da

amostra estão apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2. Características descritivas da amostra

VARIÁVEIS (n=16) G1 (n=18) G2

Idade (anos) 66,19  4,78 72,94  6,24

Massa corporal (Kg) 65,06 ±9,27 63,56 ±11,34

Estatura (m) 1,54 ±0,06 1,52 ±0,09

IMC (Kg/m2) 27,51±3,91 27,64±4,23

6.1.2 Teste de Normalidade para as variáveis dependentes

(38)

Tabela 3. teste de normalidade nos grupos Treinamento e Controle

grupo Estatistica K-S Sig (p)

IMCpre TCC 0,180 0,17

CONT 0,157 0,13

MLGpre TCC 0,209 0,06

CONT 0,107 0,20

PercGpre TCC 0,143 0,20

CONT 0,124 0,20

VO2pre TCC 0,177 0,19

CONT 0,143 0,20

Tempopre TCC 0,147 0,20

CONT 0,096 0,20

Ptpre TCC 0,203 0,08

CONT 0,127 0,20

K-S (p>0,05) = distribuição normal para todas as variáveis de estudo

6.1.3 Teste de Homogeneidade para as variáveis dependentes

A homogeneidade na distribuição das variâncias foi testada através do teste de Levene, segundo resultados apresentados na tabela 4.

Tabela 4. Teste de homogeneidade

Estatística de Levene p

MLG pre 2,328 0,14

PercG pre 0,036 0,85

VO2 pre 0,052 0,82

Tempo pre 0,394 0,53

Pt pre 0,556 0,46

IMC pre 0,691 0,41

Levene (p>0,05) = distribuição homogênea das variâncias na amostra

(39)

6.2 ANÁLISE INFERENCIAL

6.2.1 Composição Corporal

Os resultados para as variáveis dependentes IMC, MLG e G estão

apresentados na tabela 5.

Tabela 5. Variáveis obtidas no DXA

VARIÁVEIS

G1 G2

PRÉ PÓS PRÉ PÓS

IMC (Kg/m2) 27,51±3,91 27,54±4,10 27,64±4,23 27,60±3,85

MLG (Kg) 37,46 ±4,03 37,63 ±4,21 37,59 ±4,87 38,00 ±4,81

G (%) 39,86 ±7,05 38,93 ±8,33 37,67 ±6,23 37,22 ±5,61

* Diferença significativa (p≤0,05). ∆ = Delta. MLG = massa livre de gordura. G = percentual de gordura.

A ANOVA para IMC obteve um F (1-32) = 0,098 com uma significância

p=0,76. Isto indica que não houve diferenças significativas entre as médias de G1 e

G2, em nenhum momento no tempo.

Também não houve significância (p=0,64) na ANOVA para MLG que obteve

um F (1-32) = 0,219, indicando que não houve diferenças significativas entre as

médias de G1 e G2, em nenhum momento no tempo.

E o mesmo ocorreu com os cálculos da ANOVA para G que obteve um F

(40)

variável não houve diferenças significativas entre G1 e G2, em nenhum momento no

tempo.

6.2.2 Força Muscular

Os resultados para a variável dependente PT estão apresentados na tabela 6.

Tabela 6. Variáveis obtidas nos testes Isocinético

Variável G1 G2

PRÉ PÓS ∆ PRÉ PÓS ∆

PT (Nm) 73,78±19,52 92,96±24,31* 19,18 98,54±24,74 100,69±20,63 2,15

* Diferença significativa (p≤0,05). ∆ = Delta. PT = pico de torque.

A ANOVA para PT obteve um F (1-36) = 18,685 com uma significância

p=0,001. Isto indica que o houve diferenças significativas entre as médias de G1 e

G2, em algum momento no tempo.

O teste de post-hoc pareado com correção de Bonferroni (p=0,001) aponta

que esta diferença se encontra no grupo TCC que melhorou significativamente seu

PT em 26% entre o pré-teste (73,78±19,52) e o pós-teste (92,96±24,31), com um

grande poder estatístico calculado (β = 98,8%) e grande tamanho de efeito (r =

0,58).

6.2.3 Aptidão Cardiorrespiratória

Os resultados para as variáveis dependentes VO2 e T estão apresentados na

(41)

Tabela 7. Variáveis obtidas nos testes Ergoespirometria

VARIÁVEIS G1 G2

PRÉ PÓS PRÉ PÓS

VO2

(ml/Kg/min) 21,59 ±3,49 23,03 ±2,85* 17,30 ±3,20 18,05±3,22

T (s) 622,63±140,42 705,75±123,26* 599,17±130,66 586,13±154,27

* Diferença significativa (p≤0,05). ∆ = Delta. VO2= Volume de O2 consumido. T = Tempo de Teste.

A ANOVA para VO2 obteve um F (1-37) = 23,799 com uma significância p=

0,001 para a comparação entre grupos. Isto indica que houve diferenças

significativas entre as médias de G1 e G2 em algum momento no tempo.

O teste de post-hoc com correção de Bonferroni (p=0,001) aponta que esta

diferença se encontra grupo TCC que melhorou significativamente seu VO2 em

8,20% no pós-teste (23,03 ±2,85) em relação ao pré-teste (21,59±3,49) e em relação

aos valores obtidos pelo grupo controle, com tamanho de efeito grande (r = 0,63) e

também com um grande poder estatístico calculado (β = 99,7%).

A ANOVA para T obteve um F (1-38) = 8,770 com uma significância p=0,01

para a comparação entre grupos. Isto indica que o houve diferenças significativas

entre as médias de G1 e G2 em algum momento no tempo.

O teste de post-hoc com correção de Bonferroni aponta que esta diferença se

encontra grupo TCC que melhorou significativamente (p=0,01) seu T em 13,35% no

pós-teste (705,75±123,26) em relação ao pré-teste (622,63±140,42) e em relação

aos valores obtidos pelo grupo controle, com tamanho de efeito médio (r = 0,43) e

(42)

7 DISCUSSÃO

7.1 Composição Corporal

Com relação à composição corporal, o presente estudo corrobora resultados encontrados por outros pesquisadores que confrontaram o TCC com grupos controle ativos e com controles não praticantes de exercícios: em todos os casos o TCC não foi capaz de promover alterações significativas na composição corporal.

Mustian et al. (2006) estudaram 21 indivíduos divididos em dois grupos: o

primeiro praticou TCC (G1, n = 11) durante 12 semanas, 3 vezes por semana, durante 60 min cada sessão, sem adotar nenhum estilo definido, não sendo descrito o protocolo utilizado; o segundo grupo passou a ser o controle, mantendo-se sem exercícios regulares (G2, n = 10). Os resultados não indicaram melhora significativa da composição corporal nos praticantes de TCC, avaliada por Bioimpedância. O mesmo se deu na avaliação por DXA do presente estudo.

Yu et al. (2006) estudaram 83 idosos de ambos os gêneros, divididos em três grupos: o primeiro foi composto de nadadores (G1, n = 20), praticantes de natação há 2 anos, com frequência mínima de 3 vezes por semana em sessões de, no mínimo, 30 minutos; o segundo grupo com praticantes de TCC Estilo Yang (G2, n =32), no mínimo há 3 anos, sendo as frequência e duração do exercício não descritas; o terceiro grupo (G3, n=31), manteve-se sem alterações nas atividades da vida diária, não executando exercícios regulares. Os autores verificaram através da Bioimpedância que não surgiu diferença significativa na composição corporal dos três grupos, semelhante ao encontrado no presente estudo através do DXA.

Lan et al. (2008) estudaram 69 idosos de ambos os gêneros divididos em dois

(43)

7.2 Força Muscular

Na avaliação da força o presente estudo confirma os achados de trabalhos anteriores, mas apresenta algumas vantagens do ponto de vista metodológico, tanto para a replicação do estudo quanto para aplicação na comunidade.

Audette et al. (2006), utilizando teste de 1 RM (1 repetição máxima) para

Extensão de joelho e teste de preensão manual, avaliaram a força de uma amostra de 27 mulheres idosas divididas em três grupos: o primeiro grupo praticou TCC (G1, n = 11) durante 12 semanas, 3 vezes por semana, utilizando o Estilo Yang de 10 movimentos durante 60 minutos (15 a 20 minutos de aquecimento e 40 a 45 minutos de TCC); o segundo grupo praticou caminhada (G2, n = 8) com a mesma frequência e duração que o G1 (com protocolo de 15 minutos de aquecimento, 40 minutos de caminhada e 5 minutos de volta à calma); o terceiro grupo (G3, n = 8) manteve-se sem alterar as atividades da vida diária, não praticando regularmente exercícios. Os resultados do trabalho indicaram que o grupo que praticou TCC melhorou significativamente a força muscular em relação ao G2 e G3.

O presente trabalho encontrou resultados semelhantes para o mesmo grupamento muscular dos membros inferiores, entretanto para atingir o mesmo resultado precisou menor frequência semanal e menor duração (apenas 2 práticas por semana, em aulas de 50 minutos).

Faber et al. (2006), em estudo multicêntrico, avaliaram através do Teste de

Sentar e Levantar 238 indivíduos (50 homens e 188 mulheres) divididas em três grupos: o primeiro praticou TCC (G1, n = 80) durante 20 semanas, durante 60 minutos, 2 vezes por semana. Utilizaram práticas livres de TCC (sem adotar nenhum estilo definido), não sendo descrito o protocolo utilizado; o segundo grupo praticou caminhada (G2, n = 66) com a mesma frequência e duração que o G1, também sem descrição do protocolo da distribuição deste tempo; o terceiro grupo (G3, n=92) manteve-se sem exercícios regulares. Os resultados indicaram melhora significativa da força nos praticantes de TCC em relação aos demais grupos.

(44)

de referência também dificulta sua replicação, bem como sua oferta à população. Este problema foi resolvido neste trabalho, que utilizou uma série de TCC bem descrita na literatura e facilmente encontrada para prática nas comunidades.

Tsang et al. (2007), examinaram 37 idosos sedentários, divididos em dois

grupos: o primeiro grupo foi matriculado em programa de TCC (G1, n =17), que consistia numa sessão semanal de movimentos combinados dos estilos Yang e Sun de TCC, composto de 12 movimentos diferentes, durante 16 semanas, cada sessão de TCC tinha a duração de 45 minutos (10 minutos de aquecimento, 30 de prática e 5 de relaxamento). Os idosos do grupo controle fizeram exercícios sentados de alongamento (G2, n = 20). Teste de 1RM (1 repetição máxima) em equipamento computadorizado foi utilizado para medir a força bilateral dos extensores do joelho, usando o pico percentual de 1RM máximo como variável de teste. Como resultado, os autores verificaram que G1 melhorou significativamente a força em relação a G2.

Este estudo teve metodologia e resultados bastante semelhantes ao do presente trabalho, com a vantagem de alcançar estes resultados com apenas uma prática semanal e melhora em relação a um controle que também praticou atividade física.

Os outros estudos também compararam o TCC com um segundo controle constituído por praticantes de caminhada, comprovando vantagem do TCC sobre esta modalidade quando que avalia força muscular de membros inferiores. Esta foi uma limitação do presente trabalho que verificou tal superioridade do TCC apenas sobre controle não fisicamente ativo.

Melhoras significativas na força verificada neste e nos estudos de referência para diferentes frequências semanais de prática e duração de aula sugerem que permanecem em aberto questões referentes à melhor dosagem destes componentes da prescrição quando o TCC é aplicado a idosos.

7.3 Aptidão Cardiorrespiratória

(45)

Audette et al. (2006), utilizando teste ergoespirométrico com ciclo ergômetro,

avaliaram a aptidão cardiorrespiratória de uma amostra de 27 mulheres idosas divididas em três grupos: o primeiro grupo praticou TCC (G1, n=11) durante 12 semanas, 3 vezes por semana, utilizando o Estilo Yang de 10 movimentos durante 60 minutos (15 a 20 minutos de aquecimento e 40 a 45 minutos de TCC); o segundo grupo praticou caminhada (G2, n=8) com a mesma frequência e duração que o G1 (com protocolo de 15 minutos de aquecimento, 40 minutos de caminhada e 5 minutos de volta à calma); o terceiro grupo (G3, n=8) manteve-se sem alterar as atividades da vida diária, não praticando regularmente exercícios. Os resultados do trabalho indicaram que o grupo que praticou TCC melhorou significativamente a sua aptidão cardiorrespiratória em relação ao G3 (p=0,003), mas não em relação ao G2 (p=0,08).

O presente trabalho encontrou resultados semelhantes para as praticantes de TCC, entretanto para atingir o mesmo resultado precisou menor frequência semanal e menor duração (apenas 2 práticas por semana, em aulas de 50 minutos).

Chang et al. (2010) avaliaram através de teste ergométrico 54 pacientes coronarianos em um hospital regional em Taiwan divididos em 2 grupos. Um grupo de pacientes, além de receber os cuidados habituais, foram matriculados no programa de reabilitação com TCC (G1, n = 22) e praticou durante seis meses uma sessão semanal de 90 minutos do estilo Yang de TCC, utilizando a forma longa de 108 movimentos, que incluiu também exercícios de alongamento e um programa de equilíbrio na prática. Já o outro grupo de pacientes recebeu somente cuidados usuais, não executando qualquer tipo de exercício regular (G2, n = 32). O teste ergométrico foi realizado no início e após seis meses de treinamento de TCC. O grupo que praticou TCC teve significativamente melhores resultados (p=0,02) em sua resistência aeróbia em comparação com o grupo controle.

(46)

uma série de TCC bem mais curta, mais bem descrita na literatura e facilmente encontrada para prática nas comunidades, facilitando sua replicação.

CAMINITI et al. (2010) estudaram 60 idosos de ambos os gêneros,

comparando grupo de praticantes de exercício aeróbio (G1; n=30) com outro grupo que praticou exercício aeróbio combinado com TCC (G2; n=30), com duração de 12 semanas. O protocolo de G1 consistiu de caminhada ou bicicleta, 4 vezes por semana, em aulas com 50 minutos de duração (10 minutos de aquecimento; 30 minutos de exercício e 10 minutos de volta à calma), com intensidade entre 50% a 70% do VO2 estimado. O G2 também praticou 4 vezes por semana o TCC

combinado com exercício aeróbio, em aulas de 50 minutos de duração, sendo 2 vezes por semana dedicados ao TCC estilo Yang de 10 movimentos (10 minutos de aquecimento, 30 minutos de exercício e 10 minutos de volta à calma) e outras 2 vezes por semana dedicadas à prática de exercícios aeróbios com protocolo idêntico ao de G1. O VO2 foi avaliado antes e após 3 meses da intervenção, através do teste

de caminhada de 6 minutos, que permite o cálculo indireto do consumo de oxigênio através da fórmula VO2máx = -2,344 + 0,044 x distância. Os autores verificaram que

os dois grupos melhoraram o VO2, sendo que o grupo TCC melhorou

significativamente (p=0,03) a tolerância ao exercício em relação a controle.

Embora este estudo de referência tenha utilizado metodologia diferente (controle ativo) os resultados foram bastante semelhantes ao do presente trabalho. Além disso a melhora significante no grupo que combinou TCC com exercício aeróbio em relação ao controle que praticou o mesmo protocolo de exercício aeróbio comprova um efeito isolado do TCC na aptidão cardiorrespiratória, que também foi verificado no presente estudo, com protocolo semelhante (aulas de TCC de 50 minutos de duração, com frequência de 2 vezes por semana)

(47)

8 CONCLUSÃO

Este estudo confirmou, em mulheres idosas, que a prática do TCC incrementa aptidão cardiorrespiratória e a força nos músculos extensores dos joelhos mas, por outro lado, não afeta significativamente os componentes da composição corporal.

Como é consenso na literatura científica que incremento na aptidão cardiorrespiratória e o fortalecimento muscular, por meio de atividade física específica, é um dos objetivos a serem alcançados para melhora da capacidade funcional em idosos e para prevenção de quedas em idosos, conclui-se que o TCC pode ser utilizado com esta finalidade.

(48)

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGT – Associação Gaúcha de taijiquan. Um pouco da história do taijiquan. http://www.taijiquan.com.br/poa/?page_id=422. Acesso realizado em 29/10/2010. APOLLONI, R.W. “Shaolin à brasileira” estudo sobre a presença e a

transformação de elementos religiosos orientais no kung-fu praticado no Brasil. Dissertação de Mestrado. São Paulo: PUC-SP, 2004.

ASSUMPÇAO, C.O.; SOUZA, T.M.F.; FURTADO, C.B.; PRESTES, J. Treinamento resistido frente ao envelhecimento: uma alternativa viável e eficaz. Anuário da produção acadêmica docente, v. 2, n. 3, 2008.

AUDETTE, J.F.; JIN, Y.S.; NEWCOMER, R.; STEIN, L.; DUNCAN, G.; FRONTERA, W.R. Tai Chi versus brisk walking in elderly women. Age and Ageing. v.35, p.388–

393, 2006.

BARROW, D.E.; BEDFORD, A.; IVES G. An evaluation of the effects of tai chi chuan and chi kung training in patients with symptomatic heart failure: a randomized

controlled pilot study. Postgraduated Medical Journal, v. 83, n. 717-721, 2007.

BELLONI, D.; ALBUQUERQUE, A.C.; RODRIGUES, T.O.; MAZINI FILHO, M.L.; SILVA, V.F. Estudo comparativo entre a autonomia funcional de mulheres idosas praticantes e não praticantes de hidroginástica. Revista de Educação Física, n.140, p.20-25, 2008.

BLASER, M.N.; SILVA, L.C.N. e MARRERA, A. Kung Fu – Wushu, p. 385. In: DaCosta, L. (org.). Atlas do Esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2005.

BORG, G. Escalas de Borg para a dor e o esforço percebido. São Paulo: Manole, 2000.

BOTTARO, M.; RUSSO, A.F.; OLIVEIRA, R.J. The effects of rest interval on

quadriceps torque during an isokinetic testing protocol in elderly. Journal of Sports Science and Medicine, v. 4, p. 285-290, 2005.

(49)

CHANG, R.Y.; KOO, M.; KAN, C.B.; YU, Z.R.; CHU, I.T.; HSU, C.T.; CHEN, C.Y. Effects of Tai Chi rehabilitation on heart rate responses in patients with coronary artery disease. American Journal of Chinese Medicine, v.38, n. 3, p. 461, 2010.

CHEN, K; LIN, J.; LIN, H.; WU, H.; CHEN,W.; LI,C.; LO, S. The effects of a Simplified Tai-Chi Exercise Program (STEP) on the physical health of older adults living in long-term care facilities: A single group design with multiple time points. International Journal of Nursing Studies, v. 45, p. 501–507, 2008.

CUNHA, U.; VEADO, M.A.C. Fratura da extremidade proximal do fêmur em idosos: independência funcional e mortalidade em um ano. Revista Brasileira de

Ortopedia, v. 41, n. 6, p. 195-9, 2006.

DELMONICO, M.J.; KOSTEK, M.C.; DOLDO, N.A.; HAND, B.D.; WALSH, S.; CONWAY, J.M.; CARIGNAN, C.R.; ROTH, S.M.; HURLEY, B.F. Alpha-Actinin-3 (ACTN3) R577X Polymorphism Influences Knee Extensor Peak Power Response to Strength Training in Older Men and Women. Journal of Gerontology Biological Sciences and Medical Sciences, v. 62, p. 206-212, 2007.

DELMONICO, M.J.; KRITCHEVSKY, S.B.; PAHOR, M.; NEWMAN, A.B. Effects of physical activity on strength and skeletal muscle fat infiltration in older adults: a randomized controlled trial. Journal of Applied Physiology, v. 105, p. 1498-1503, 2008.

DIEFENTHAELER, F.; CANDOTTI, C.T.; RIBEIRO J.; OLIVEIRA A.R. Comparação de respostas fisiológicas absolutas e relativas entre ciclistas e triatletas. Revista Brasileira Medicina do Esporte, v. 13, n. 3, 2007.

FABER, M.J.; BOSSCHER, R.J; PAW, M.A.J.C; WIERINGEN, P.C.V. Effects of exercise programs on falls and mobility in frail and pre-frail older adults: a multicenter randomized controlled trial. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, v. 87, p.885–896, 2006.

FERREIRA L.; BARBOSA T.D. GOBBI S. ARANTES, L.M. Capacidade funcional em mulheres jovens e idosas: projeções para uma adequada prescrição de exercícios físicos. Revista da Educação Física, v. 19, n. 3, p. 403-412, 2008.

Imagem

Tabela 2. Características descritivas da amostra
Tabela 3. teste de normalidade nos grupos Treinamento e Controle
Tabela 5. Variáveis obtidas no DXA
Tabela 7. Variáveis obtidas nos testes Ergoespirometria  VARIÁVEIS  G1  G2  PRÉ  PÓS  PRÉ  PÓS  VO 2 (ml/Kg/min)  21,59 ±3,49  23,03 ±2,85*  17,30 ±3,20  18,05±3,22  T (s)  622,63±140,42  705,75±123,26*  599,17±130,66  586,13±154,27

Referências

Documentos relacionados

2) A condição de transferência com maior regularidade e ou estabilidade para o modo curto circuito depende não só do valor da tensão ajustada como também da

Portanto, um exemplo prático sobre como as habilidades e competências sociais são fundamentais para o gerenciamento de recursos na cabine de voo... Para tanto, a princípio,

Para tanto, apenas a leitura histórica de suas transformações e do peso conferido ao solo urbano no contexto da economia brasileira e em cada formação socioespacial podem

Esta selecção do diagrama pode ser realizada, através de uma imagem representativa do corpo humano, por categorias de diagramas, por pesquisa por nome do diagrama ou através de

Seus objetivos são: Promover a saúde e a cultura da paz, reforçando a prevenção de agravos à saúde, bem como fortalecer a relação entre as redes públicas de saúde e de

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO: ANDRESSA ANDRESSA FERNANDO JORGE MARIANA MARIA CAMILLA MARIA CLARA PEDRO RICARDO HENRIQUE VERÔNICA... AP

Siphlophis worontzowi can be distinguished from its congeners by the combination of the following char- acters: dorsal scale rows 19–19–15, dorsals with two apical

0«GLFRHPEXVFDGHDSULPRUDPHQWRP«GLFRVUHF«PIRUPDGRV estudantes de medicina em fase de conclusão de curso e SURȴVVLRQDLVGDVD¼GH HTXLSHPXOWLSURȴVVLRQDO  Conteúdo