Semana 13 – O Direito Coletivo do Trabalho. Organização sindical; enquadramento sindical e contribuições sindicais.
Semana 14 - Os conflitos coletivos de trabalho: formas de solução dos conflitos coletivos de trabalho, negociação coletiva – convenções e acordos coletivos de trabalho.
Semana 15 – Greve: conceito, natureza jurídica, evolução histórica, tipos e finalidade da greve, lockout
Semana 16: Revisão MARIA INÊS GERARDO
www.mariainesgerardo.com.br
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
DIREITO COLETIVO (conceito)
É a parte do Direito do Trabalho que trata da organização sindical, da negociação coletiva, dos acordos e convenções coletivas de trabalho, da representação dos trabalhadores e da greve.
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
RELAÇÕES INDIVIDUAIS
RELAÇÕES COLETIVAS
Os sujeitos são os trabalhadores
singularmente considerados
Os sujeitos são os grupos de trabalhadores, normalmente representados
pelos sindicatos profissionais de um lado e os sindicatos patronais do outro, onde os interesses
abrangem a coletividade
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
Consiste na liberdade de associação. O direito de reunião
e associação pacífica sem caráter paramilitar está assegurado no art. 5º, XVI e XVII,
XX, CRFB/88 MOVIMENTO ASSOCIATIVISTA
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
CONVENÇÃO INTERNACIONAL 87, OIT SOBRE A LIBERDADE SINDICAL E A
PROTEÇÃO DO DIREITO SINDICAL
Art. 2º - Trabalhadores e os empregadores, sem nenhuma distinção e sem autorização prévia, têm o direito de constituir as organizações que estimem convenientes, assim como o de filiar-se a estas organizações, com a única condição de observar os estatutos das mesmas.
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
É o direito dos trabalhadores e empregadores se organizarem e criar associações, sem qualquer interferência do Estado, visando atender aos seus interesses ou dos grupos que irão representar,
compreendendo o direito de ingressar e retirar-se dos
sindicatos.
– art. 8º, V, CRFB/88 -
LIBERDADE SINDICAL
Convenção Internacional
87, OIT BRASIL
AINDA NÃO RATIFICOU
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
Unicidade sindical É o sindicato único por
imposição legal. Só pode haver um único sindicato representativo
da categoria profissional ou econômica na mesma
base territorial. Pluralismo sindical
quando se admite vários sindicatos representativos da
mesma categoria profissional ou econômica na mesma
base territorial.
Unidade sindical–
Forma-se um sindicato único, num movimento voluntário. É permitida a pluralidade sindical, mas eles preferem se reunir e formar um único sindicato.
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
UNICIDADE SINDICAL
O órgão competente para o registro do sindicato é o Ministério do Trabalho – Súmula 677, STF, que visa zelar pela observância da unicidade sindical
ADOTADO PELO BRASIL
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
CONFEDER.
FEDERAÇÕES
SINDICATOS
ORGANIZAÇÃO SINDICAL
Federações e confederações
entidades sindicais de grau superior art. 533, CLT
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
CENTRAIS SINDICAIS (Lei nº 11.648/08)
Art. 1o A central sindical, entidade de representação geral dos trabalhadores, constituída em âmbito nacional, terá as seguintes atribuições e prerrogativas:
I - coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas; e
II - participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores.
Parágrafo único. Considera-se central sindical, para os efeitos do disposto nesta Lei, a entidade associativa de direito privado composta por organizações sindicais de trabalhadores.
São órgãos de cúpula, de caráter político, intercategorias, estando acima das confederações.
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
ART. 8º DA CRFB/88
✓A lei não pode exigir autorização do Estado para fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente;
✓É vedado ao Poder Público a interferência e intervenção na organização sindical;
✓ É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que não pode ser inferior a um município;
✓Ninguém o obrigada a se filiar ou manter- se filiado a sindicato
DIREITO COLETIVO
(Regras gerais)
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
ART. 8º DA CRFB/88
✓ Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos e individuais da categoria, inclusive em questões judiciais e administrativas
✓É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletiva
✓o aposentado filiado tem direito de votar e ser votado nas organizações sindicais
✓vedada dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção e representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
DIREITO COLETIVO
(Regras gerais)
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
Sindicato é uma organização social constituída para defender os interesses trabalhistas e econômicos nas relações coletivas entre
os grupos sociais.
Reúne um grupamento de pessoas físicas ou jurídicas
de uma mesma atividade profissional ou econômica, visando assegurar a defesa
dos seus interesses.
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
É o conjunto de pessoas que têm interesses
profissionais ou econômicos em comum,
decorrentes de identidade de condições
ligadas ao trabalho CATEGORIA
Categorias:
profissionais, econômicas e diferenciadas.
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
CATEGORIA ECONÔMICA
(art. 511, §1º, CLT)
“A solidariedade de interesses econômicos
dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas”
Quando a empresa desempenha diversas
atividades o enquadramento será realizado pela atividade
preponderante.
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
CATEGORIA PROFISSIONAL
(art. 511, §2º, CLT)
“A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situações de
emprego na mesma atividade econômica ou em
atividades econômicas similares ou conexas”
Foi mantido o sistema sindical
organizado por categorias: para
cada categoria econômica deveria
haver uma correspondente categoria profissional
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais CATEGORIA
PROFISSIONAL DIFERENCIADA
(art. 511, §3º, CLT)
“É a que se forma dos empregados que exerçam
profissões ou funções diferenciadas por força do
estatuto profissional especial ou em consequência de condições
de vida singulares”
Ver no anexo da CLT, o rol
de categorias diferenciadas
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
FONTES DE RECEITAS DOS SINDICATOS
A Lei nº 13.467, de 2017 promoveu mudanças nos artigos da CLT que versam sobre as contribuições devidas ao sindicato. Foram alterados os artigos 545; 578, 579, 582, 583, 587 e 602, todos da CLT.
De acordo com essas alterações as contribuições devidas aos sindicatos dependem de prévia e expressa autorização, razão pela qual o desconto na contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que participarem de uma determinando categoria econômica ou profissional e, ainda, de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão, nos termos do art. 579 da CLT.
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL - art. 8º, IV, CRFB/88 c/c art. 578, CLT – é anual – art. 579, CLT.
Corresponde a um dia de trabalho.
CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA - art. 8º, IV, CRFB/88– visa custear o sistema confederativo. É compulsória para os associados – Precedente Normativo 119, TST e OJ– 17, SDC, TST
FONTES DE RECEITAS DOS SINDICATOS
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL (desconto assistencial) – justifica-se em razão da participação em negociações coletivas ou para custear despesas assistenciais realizadas pelo sindicato. Obrigatória para associados – Precedente Normativo 119, TST e OJ– 17, SDC.
MENSALIDADE SINDICAL - é a aquela prevista e fixada no estatuto ou pelas assembléias. Art. 548,
“a”, CLT. Também chamada de mensalidade sindical. Só para associados.
FONTES DE RECEITAS DOS SINDICATOS
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
Aplicando o conhecimento –Questão objetiva
ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA: O princípio de Direito Coletivo do Trabalho que prega a impossibilidade de existência de mais de um sindicato por base territorial é o da:
a) Unicidade Sindical
b) Liberdade de Associação c) Autonomia Sindical d) Interveniência Sindical
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
Aplicando o conhecimento – Caso concreto – Semana 13 Benedito foi contratado pelo Banco Atenas S/A para trabalhar como vigilante. Trabalhou de 2ª a 6ª feira de 9h às 18h, com 1 (uma) hora de intervalo durante os 2 (dois) anos de duração do pacto laboral e nunca recebeu o pagamento de horas extras. Inconformado, ajuizou ação trabalhista postulando seu enquadramento como bancário e o pagamento das horas extras a partir da 6ª hora diária, na forma do art. 224, da CLT.
Diante do caso apresentado, responda de forma justificada:
A) Benedito deve ser enquadrado como bancário?
B) São devidas as horas extras postuladas por Benedito?
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais23
CONFLITOS
Conflito individual É aquele que ocorre entre o empregado e
empregador individualmente
considerados.
Conflitos coletivos É aquele que abrange a coletividade, envolvendo
a categoria - uma comunidade específica
de trabalhadores ou empregadores.
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
CONFLITOS COLETIVOS DE TRABALHO
Conflito de natureza econômica (conflito de interesses)
tem por fim a criação de novas normas de
trabalho para a categoria
Conflito de natureza jurídica
(conflito de direito) tem o objeto a aplicação
ou interpretação de normas jurídicas
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais25
FORMAS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS COLETIVOS
Autocomposição É a forma de solução dos conflitos trabalhistas realizada pelos próprios interessados, através da negociação coletiva, celebrando um documento de pacificação que consiste no diploma coletivo - acordo coletivo e convenção coletiva
Heterocomposição
É a forma de solução determinada por um terceiro. Ex: arbitragem, jurisdição ou tutela.
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
❖Convenção Coletiva – Sind. Profissional X Sind. Econ.
❖Acordo Coletivo – Sind. Profissional. X empresa (s)
Acordo de caráter normativo que visa estabelecer condições de trabalho aplicáveis no âmbito das respectivas representações (CC) ou no âmbito da (s) empresa (s) acordantes (AC) às
respectivas relações de trabalho
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
❖Convenção Coletiva – Sind. Profissional X Sind. Econ.
❖Acordo Coletivo – Sind. Profissional. X empresa (s)
Convenção Coletiva art. 611, caput,CLT acordo normativo entre o
sindicato da categoria econômica com o sindicato
da categoria profissional visando estabelecer condições de trabalho
Acordo Coletivo art. 611, § 1º, CLT
acordo normativo realizado entre o sindicato
profissional com a empresa ou empresas,
visando estabelecer condições de trabalho
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
Sujeitos – os acordos e convenções coletivas aplicam-se àqueles que participaram da norma coletiva.
Categoria diferenciada – o empregado de categoria diferenciada não tem direito de obter do seu empregador vantagens previstas no instrumento coletivo da qual a empresa não participou – Súmula 374 do TST
Conteúdo – está disciplinado pelo art. 613 da CLT. As cláusulas dos acordos ou convenções coletivas podem ser:
➢ normativas – envolvem matéria que atinge os representados.
➢ obrigacionais – envolvem os sindicatos acordantes. Ex:
multa pelo descumprimento da norma coletiva, etc.
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais29
REQUISITOS DE VALIDADE
➢tem que ser escrita;
➢deve ser depositada na DRT, entrando em vigor 3 dias após o depósito– art. 614, § 1º, CLT;
➢deve ser precedida de assembléia geral do sindicato;
➢pode ser prorrogada – quando mantidas as mesmas condições anteriores;
➢pode também ser revista, quando ocorrer necessidade de adaptação às novas situações fáticas existentes num determinado momento.
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
REGRAS GERAIS
➢Art. 620, CLT – As condições estabelecidas em acordo coletivo sempre prevalecerão sobre a convenção coletiva;
➢Acordo e convenção coletiva podem:
❖Reduzir salário– art. 7º, VI, da CRFB/88
❖Aumentar jornada dos empregados que trabalhem em turnos ininterruptos de revezamento – art. 7º, XIV, da CRFB/88
❖Compensar jornada– art. 7º, XIII, da CRFB/88.
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais31
❖Convenção Coletiva – Sind. Prof. X Sind. Econ.
❖Acordo Coletivo – Sind. Prof. X empresa (s)
Art. 614, §3º da CLT (reforma trabalhista). Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a 2 (dois anos), sendo vedada a ultratividade.
Significa dizer que os benefícios trazidos pelas normas coletivas cessam após o término da sua vigência, pois não se incorporam aos contratos de trabalho, razão pela qual podem ser suprimidos pelo empregador ao término da vigência.
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
Aplicando o conhecimento – Caso concreto – Semana 14 Sindicato dos bancários formalizou Convenção Coletiva de Trabalho com o Sindicato dos Bancos fixando a contribuição assistencial no percentual de 2% a ser descontado dos salários dos empregados no mês seguinte ao reajuste. Ana Maria, bancária do Banco Beta S/A, não é sindicalizada e teve descontado do seu salário a referida contribuição assistencial. Além desse desconto, no mês de março, seu empregador também efetuou desconto a título de contribuição sindical.
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
Aplicando o conhecimento – Caso concreto – Semana 14 Diante do caso apresentado, responda as questões propostas, justificando suas respostas com os dispositivos legais pertinentes e o entendimento do TST sobre a matéria.
a) Ana Maria poderá exigir a devolução dos valores descontos em seu salário a título de contribuição assistencial?
b) A resposta seria a mesma na hipótese de contribuição sindical?
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
Aplicando o conhecimento –Questão objetiva
(OAB/FGV) Foi celebrada convenção coletiva que fixa jornada em sete horas diárias. Posteriormente, na mesma vigência dessa convenção, foi celebrado acordo coletivo prevendo redução da referida jornada em 30 minutos. Assim, os empregados das empresas que subscrevem o acordo coletivo e a convenção coletiva deverão trabalhar, por dia, (A) 8 horas, pois a CRFB prevê jornada de 8 horas por dia e 44 horas semanais, não podendo ser derrogada por norma hierarquicamente inferior.
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
Aplicando o conhecimento –Questão objetiva
(B) 7 horas e 30 minutos, porque o acordo coletivo, por ser mais específico, prevalece sobre a convenção coletiva, sendo aplicada a redução de 30 minutos sobre a jornada de 8 horas por dia prevista na CRFB.
(C) 7 horas, pois as condições estabelecidas na convenção coletiva, por serem mais abrangentes, prevalecem sobre as estipuladas no acordo coletivo.
(D) 6 horas e 30 minutos, pela aplicação do princípio da prevalência da norma mais favorável ao trabalhador.
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
Paralisação coletiva de trabalho visando obter melhores condições de trabalho – é um mecanismo de
autotutela – exercício direto de coerção pelos trabalhadores
Requisitos e regras gerais - Lei nº 7.783/89
GREVE
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
GREVE
Conceito – a greve consiste na suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, da prestação pessoal de serviços ao empregador (art. 2º, Lei 7.783/89).
Natureza jurídica – a greve é um direito fundamental de caráter coletivo, assegurado constitucionalmente (art. 9º, CRFB/88)
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
GREVE
Finalidade da greve – a greve é instrumento de pressão, que visa alcançar certos resultados concretos, tais como: aumento salarial, redução da jornada, melhores condições de trabalho, etc.
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
Requisitos para a validade do movimento paredista:
Tentativa de negociação coletiva frustrada – art. 3º, Lei 7.783/89;
Aprovação da greve pela Assembleia dos trabalhadores – art. 4º, Lei 7.783/89;
Aviso prévio de no mínimo 48 horas ao empregador ou a entidade patronal da paralisação– art. 3º, parágrafo único, Lei 7.783/89. Na hipótese de atividade essenciais, o prazo mínimo é de 72 horas, devendo, ainda ser comunicada ao público (art. 13, Lei 7.783/89;
Garantir o atendimento nos serviços inadiáveis da comunidade, durante a greve. Art. 11, Lei 7.783/89.
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
Art. 10, Lei nº 7.783/89 - São considerados serviços ou atividades essenciais:
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis;
II - assistência médica e hospitalar;
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
IV - funerários;
V - transporte coletivo;
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo;
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
Art. 10, Lei nº 7.783/89 - São considerados serviços ou atividades essenciais:
VII - telecomunicações;
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares;
IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais;
X - controle de tráfego aéreo;
XI - compensação bancária.
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
Direitos e deveres durante a greve
Utilização de meios pacíficos de persuasão. (art. 6º, I, Lei 7.783/89);
Arrecadação de fundos por meios lícitos e divulgação da greve (art. 6º , inciso II);
Proteção contra a contratação de substitutos durante a greve (art. 7, parágrafo único, Lei 7.783/89); salvo no caso de inexistir acordo sobre a organização de equipes para a manutenção de os serviços cuja paralisação poderá acarretar prejuízo irreparável, e na greve abusiva. (art. 7 e 14, Lei 7.783/89);
Respeito aos direitos e garantias fundamentais de outrem (art. 6º, §1º, Lei 7.783/89).
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
Efeitos da greve
Suspensão do contrato de trabalho – art. 7º, Lei 7.783/89;
Se houver acordo sobre o pagamento de salários, excepcionalmente será hipótese de interrupção do contrato de trabalho.
A greve considerada abusiva não gera efeitos – OJ 10, SDC, TST.
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
Lockout (locaute) - greve do empregador
“Locaute é a paralisação provisória das atividades da empresa, estabelecimento ou setor por determinação empresarial, com o objetivo de exercer pressões sobre os trabalhadores, frustrando negociação coletiva ou dificultando o atendimento a reivindicações coleivas obreiras” (Maurício Godinho Delgado).
É vedada. (art. 17, Lei 7.783/89).
Mesmo que o empregado não preste serviços, ele receberá salários, pois será considerado tempo à disposição do empregador– art. 4º, CLT.
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
Aplicando o conhecimento – Caso concreto – Semana 15 OAB/FGV - O Banco Ômega S.A. ajuizou ação de interdito proibitório em face do Sindicato dos Bancários de determinado Município, nos termos do artigo 567 do CPC, postulando a expedição de mandado proibitório, para obrigar o réu a suspender ou a não mais praticar, durante a realização de movimento paredista, atos destinados a molestar a posse mansa e pacífica do autor sobre os imóveis de sua propriedade, com a retirada de pessoas, veículos, cavaletes, correntes, cadeados, faixas e objetos que impeçam a entrada de qualquer empregado ao local de trabalho, abstendo-se, também, de realizar piquetes com utilização de aparelhos de som, sob pena de aplicação de multa diária no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), por agência.
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
Em contestação, o sindicato-réu sustentou que a realização de piquetes decorre do legítimo exercício do direito de greve assegurado pelo artigo 9º da Constituição da República e que o fechamento das agências bancárias visa a garantir a adesão de todos os empregados ao movimento grevista.
Com base na situação hipotética, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Durante a greve, é lícita a realização de piquetes pelo Sindicato com utilização de carros de som?
b) Procede a pretensão veiculada na ação judicial no sentido de que o réu se abstenha de impedir o acesso dos empregados às agências bancárias?
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
Aplicando o conhecimento – Questão objetiva – Semana 15 (FCC-2013-TRT-9ª Região).De acordo com o previsto na Lei nº 7.783/89 (Lei de Greve), em relação à greve em serviços ou atividades essenciais, é INCORRETA a afirmação:
a) São considerados serviços ou atividades essenciais, entre outros, transporte coletivo; captação e tratamento de esgoto e lixo; telecomunicações; processamento de dados ligados a serviços essenciais.
b) Os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
Aplicando o conhecimento – Questão objetiva – Semana 15 (c) As entidades sindicais ou os trabalhadores, conforme o caso, ficam obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com antecedência mínima de 48 horas da paralisação.
d) São necessidades inadiáveis da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população.
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
Revisão
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
Aplicando o conhecimento – Questão objetiva – Semana 16 (OAB/FGV) As alternativas a seguir apresentam casos para os quais a Lei prevê garantia de emprego, à exceção de uma. Assinale-a.
A) Dirigente de associação profissional.
B) Membro representante dos empregados junto ao Conselho Nacional de Previdência Social.
C) Representantes dos empregados em comissão de conciliação prévia de âmbito empresarial.
D) Representante dos empregados no Conselho Curador do FGTS.
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
Aplicando o conhecimento – Caso concreto – Semana 16 Janaina Lemos foi contratada em 10/05/1978 pela empresa Brasil XYZ S/A e não optou pelo sistema do FGTS. Em 08/05/2013, sob alegação de prática de ato de improbidade, o empregador dispensou sumariamente Janaina por justa causa. Inconformada Janaina ajuíza ação trabalhista postulando sua reintegração no emprego sob o argumento de nulidade da dispensa, em virtude da inobservância dos procedimentos previstos no diploma celetista para rompimento do contrato por justa causa.
Pergunta-se: Janaina Lemos terá êxito na ação trabalhista? Fundamente.
DIREITO DO TRABALHO II
Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br
Próxima aula:
AV 2 Matéria toda
ESTUDAR
PARA A PROVA
Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais
“Que as derrotas da vida não sejam
motivo para tristeza, lute, hoje e sempre, pois só assim você será
um vencedor.”
Autor desconhecido
“Autorretrato” (1889) Vincent van Gogh