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Seminários Gestão da Água em Stuttgart e em São Paulo

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Academic year: 2021

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Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental – PHA

PHA2537 – Água em Ambientes Urbanos

Seminários

Gestão da Água em Stuttgart e em São Paulo

Comparação entre as duas cidades

Christoph Hess - 9148297

Natália A. P. Rodrigues - 6485020

Prof. Dr. Kamel Zahed Filho Prof. Dr. José Rodolfo Scarati Martins Profª. Drª. Monica Ferreira do Amaral Porto Profª. Drª. Ana Paula Zubiaurre Brites

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Sumário

1. Apresentação do Projeto ... 1 2. Stuttgart ... 1 2.1 Descrição da Cidade ... 1 2.2 Abastecimento de Água... 2 2.3 Tratamento de Esgoto ... 3 2.4 Drenagem Urbana ... 4 3. São Paulo ... 5 3.1 Descrição da Cidade ... 5 3.2 Abastecimento de Água... 6 3.3 Tratamento de Esgoto ... 9 3.4 Drenagem Urbana ... 12 4. Análise Comparativa... 13 5. Bibliografia ... 14

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Gestão da Água em Stuttgart e em São Paulo Comparação entre as duas cidades

1. Apresentação do Projeto

O presente projeto, elaborado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) como seminário na disciplina de graduação “PHA2537 – Águas em Ambientes Urbanas”, em outubro de 2014, procura apresentar, de forma geral, uma comparação dos sistemas de águas nas cidades de Stuttgart (Alemanha) e São Paulo (Brasil). Para isso, foram escolhidos quatro temas: introdução geral da cidade, abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e drenagem urbana.

O trabalho apresenta dados básicos sobre essas quatro áreas de gestão de água urbana das duas cidades. Sabendo que cada uma dessas áreas abre um universo de estudos em si, o trabalho fornece apenas uma ideia geral sobre a gestão das águas em ambas as cidades. Além disso, a comparação das cidades é naturalmente difícil e limitada. Elas se encontram em países e contextos bastante diferentes, com histórias, economias, políticas e culturas distintas.

Assim, o trabalho tem por finalidade dar uma vista geral sobre os dados importantes mais básicos para a gestão das águas, tendo em vista as limitações citadas. Primeiramente é tratado o caso de Stuttgart, seguido por São Paulo, para no fim ser feita uma síntese comparativa das duas cidades.

2. Stuttgart

2.1

Descrição da Cidade

Stuttgart é uma cidade localizada no sudoeste da Alemanha, no estado federal de Baden-Wurttemberg (BW), sendo a principal cidade e capital do estado (Figura 1).

Figura 1: Localização de Stuttgart na Alemanha

A cidade está situada num vale rodeado por morros, com uma topografia bastante diferenciada. Seu ponto mais baixo se encontra a 207 metros a.n.m. (acima do nível do mar) e seu ponto mais alto a 549 m a.n.m., sendo a diferença máxima de 342 metros, fato que resulta em alguns desafios para o abastecimento de água (ver §1.2).

Segundo o site oficial de Stuttgart, a cidade conta atualmente com 591 236 habitantes em uma área de 207,35 km², resultando numa densidade de 2 852 habitantes por km². Com esse número, a cidade ocupa o terceiro lugar de densidade das grandes cidades da Alemanha, vindo atrás de Munique (4 468 h/km²) e Berlin (3 785 h/km²). Sendo que a extensão da cidade está limitada por sua topografia, a região ao redor da cidade também é bastante populosa em comparação a outras regiões da Alemanha. A região metropolitana possui cerca de 5,2 milhões de habitantes numa área de 15 400 km², o que resulta numa densidade de 338 habitantes/km². A densidade média da Alemanha é de 225 h/km² (SLBW, 2014).

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Gestão da Água em Stuttgart e em São Paulo Comparação entre as duas cidades

Stuttgart é um dos principais polos econômicos de Alemanha e de Europa, com destaque no setor industrial. Exemplos de empresas multinacionais presentes na cidade e região são Mercedes, Porsche, Bosch, Stihl e Kärcher. Outros setores importantes são o de finanças, IT e serviços. O PIB de Baden-Württemberg em 2013 era 407 245 milhões de Euros (~1,3 Bilhões R$), equivalente a aproximadamente 15% do PIB de toda Alemanha. A região Stuttgart representa cerca de 30% do PIB de Baden-Württemberg. O PIB per capita do estado era de 37 472 Euros (~118 037 R$) por habitante em 2013 (Stadt Stuttgart, 2014; SLBW, 2014).

Esses valores indicam a alta capacidade econômica da região. Para fins de comparação, o PIB per capita da Alemanha de 2013 foi de 33 355 Euros/capita (~105 068 R$), e o da União Europeia 27 (UE27) foi de 25 700 Euros/capita (~80 955 R$) (Statista, 2014).

Os principais dados apresentados estão sintetizados na tabela abaixo.

Tabela 1: Principais dados da cidade de Stuttgart e do estado Baden-Württemberg (BW). Conversão: 1€ = R$3,15.

Habitantes (Stuttgart) - 591 236

Densidade (Stuttgart) Hab./km² 2 852

IDH - 0,911 (Alemanha)

Principais atividades econômicas (Stuttgart)

- Industria (automobilística, metalúrgica, construção de máquinas), finanças, IT, serviços

PIB 2013 (Estado de BW) Milhões de Euros Milhões de Reais

407 245 1 282 822

PIB per capita (Estado de BW) Euros/habitante Reais/habitante 37 472 118 037

2.2

Abastecimento de Água

Em toda Alemanha, cerca de 60% do abastecimento é feito com água subterrânea. Porém, a cidade de Stuttgart pertence aos 30% que recebem água de fontes superficiais. A maior parte do estado de Baden-Württemberg é relativamente árida. No início do século XX, ficou evidente que a região Stuttgart ia enfrentar problemas de abastecimento com seu crescimento rápido de indústria e habitantes. Por isso foi planejado um abastecimento de longa distância. Em 1917 foi fundada a empresa estadual “Landeswasserversorgung”, que explora água no vale do Rio Donau no este do estado, na fronteira com o estado Bavária (a aproximadamente 100 km de Stuttgart). Em 1954, o abastecimento foi ampliado com a fundação da empresa “Zweckverband Bodensee-Wasserversorgung”, que extrai água do lago Bodensee, um dos maiores lagos da Alemanha situado na fronteira com a Suíça e a Áustria (a cerca de 200 km de Stuttgart). Atualmente, a parte sudoeste da cidade recebe água do Bodensee, e a parte nordeste, do vale da Donau (LW, BWV, 2014).

A demanda total da cidade em 2010 foi 37,182 milhões de m³, ou seja, 1,18 m³/s em média. A demanda per capita por dia é aproximadamente 132 litros (EnBW, 2014). Segundo dados fornecidos no site oficial da cidade, 27,188 milhões de m³ (73%) foram entregues a consumidores domésticos e comércios pequenos, sendo que o restante de 9,994 milhões de m³ (27%) foram para indústrias e consumidores públicos (Stadt Stuttgart, 2014).

Devido à topografia caracterizada por morros, a cidade é dividida em 64 zonas de pressão, com 44 tanques de armazenamento elevados, e dispõe de 1 372 km de rede de distribuição no total (EnBW, 2014).

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As duas empresas de abastecimento são associações comunais, ou seja, empresas públicas. A empresa “Zweckverband Bodensee-Wasserversorgung” abastece 143 municípios, enquanto a “Landeswasserversorgung” abastece 106 municípios (LW, BWV, 2014).

O preço atual para água de abastecimento é 2,39 Euros por m³, o que equivale aproximadamente a 7,5 R$/m³ (Taxa de 25 de Outubro: 1 € = R$ 3,15) (Stadt Stuttgart, 2014).

A Tabela 2 apresenta um resumo dos principais dados de abastecimento de água de Stuttgart.

Tabela 2: Principais dados de abastecimento de água de Stuttgart

Fontes de água - Lago Bodensee

Vale do Rio Donau

Demanda total em 2013 Milhões m3/ ano 37,182

m3/s (média) 1,18 Litros/hab./dia 132

Estrutura das empresas de abastecimento - Públicas

Taxa de abastecimento R$ / m3 7,5

2.3

Tratamento de Esgoto

A coleta e o tratamento de esgoto na cidade de Stuttgart são organizados pela empresa pública “Stadtentwaesserung Stuttgart” (SES), com 380 de trabalhadoras e trabalhadores. A empresa é organizada em três áreas: drenagem urbana, coleção e tratamento de esgoto, e contabilidade. Além de Stuttgart também são coletados e tratados os esgotos de mais nove cidades vizinhas.

A cidade dispõe de uma rede de galerias de água combinado (esgoto e água de chuva) de mais que 1 650 km e quatro estações de tratamento. A vazão total é cerca de 250 000 m3/dia, dos quais a estação principal “Stuttgart Mühlhausen” recebe 220 000 m3, ou 88% do total. Essa estação é uma das 10 maiores da Alemanha, com capacidade equivalente a 1,2 milhões de habitantes. Além das quatro estações da SES, na cidade também existe uma estação de pesquisa na Universidade de Stuttgart, com uma capacidade equivalente a 10 000 habitantes (SES, 2014).

As estações de tratamento dispõem de um tratamento mecânico e biológico avançado, com nitrificação, denitrificação e remoção de fósforo. O lodo de todas as estações está sendo queimado na estação central. Em 2012 também foi inaugurado um tratamento anaeróbico em dois reatores, ligados a duas usinas elétricas com 800 kWh cada uma. Por sua localização relativamente próxima de áreas residuais, várias etapas do tratamento foram fechadas e o ar de escape está sendo tratado para minimizar os odores incômodos. A SES também dispõe de um laboratório central, onde são analisadas as amostras das estações (SES, 2014).

Segundo o serviço de estatística de Baden-Württemberg, a cobertura de coleta e tratamento de esgoto no estado é de 99,3 % (SLBW, dado do ano 2010).

A taxa para o tratamento de esgoto na cidade de Stuttgart é atualmente de 1,64 €/m3, ou aproximadamente 5,2 R$/m3 (Taxa de 25 de Outubro: 1 Euro = 3,15 R$) (Stadt Stuttgart, 2014). Em 2010, um habitante de Stuttgart pagava em média 158 Euros (~500 Reais) por ano para os serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto (SLBW, 2010).

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Os principais dados da coleta e tratamento de esgoto da cidade de Stuttgart estão listados a seguir.

Tabela 3: Principais dados de tratamento de esgoto de Stuttgart

Vazão de esgoto m3/dia 250 000 m3/s (média) 2,89 Cobertura (Estado de BW) % 99,3

Estrutura da empresa - Pública

Tarifa de tratamento R$/m3 5,2

2.4

Drenagem Urbana

A drenagem urbana de Stuttgart também está sob a responsabilidade da empresa pública SES, como mencionado no capítulo anterior. Stuttgart dispõe de uma canalização combinada, isto é, a água de chuva é drenada nas mesmas galerias que o esgoto.

A cidade tem um total de 1 650 km de rede de canalização e 120 reservatórios de retenção de água de chuvas. Através dos reservatórios é assegurado que a vazão nas estações de tratamento não exceda certos limites (SES, 2014).

A gestão e a prevenção de inundações na Alemanha estão tradicionalmente ligadas ao planejamento de uso de solo, que obtém os municípios. Já houve problemas com inundações na cidade de Hamburgo, por exemplo. Ela sofreu várias inundações históricas, a mais conhecida em 1964, e tanto em 2002 quanto em 2013 houveram grandes eventos de inundação no rio Elbe no este da Alemanha que afetaram centenas de milhares de pessoas.

Stuttgart não sofreu maiores inundações na história mais recente. Porém, os eventos de chuvas intensas são imprevisíveis. Em 1998 teve, por exemplo, uma inundação na cidade Baden-Baden, no oeste do estado Baden-Würrtemberg, onde não foi conhecido tal evento antes (Stadt Stuttgart, 2014).

Medidas contra inundações na Alemanha abrangem medidas técnicas (como diques e muros), estruturais (alocação de áreas de inundação nas margens dos rios, por exemplo) e emergenciais (como planos de emergência).

Em 1981, a cidade de Stuttgart declarou 13 áreas de inundação. Segundo o site oficial, estes somam 41 km de ponta a ponta, com área total de 293 hectares e oferecem um potencial volume de retenção de mais de 1 milhão de m3. Nessas áreas não pode haver construções (Stadt Stuttgart, 2014). A Figura 2 mostra uma parte das regiões de inundação declaradas da cidade.

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3. São Paulo

3.1

Descrição da Cidade

A cidade de São Paulo é a capital do estado de mesmo nome, localizado na região sudeste do Brasil. É a cidade mais populosa do continente americano, com quase 12 milhões de habitantes (11 895 893, IBGE/2014), e sua área de 1523,0 km² é a 9ª maior do estado de SP, resultando em uma densidade demográfica de 7 810,9 hab./km².

Figura 3: Localização da cidade de São Paulo

A economia de São Paulo tem passado por uma mudança nas últimas décadas. Um dos maiores centros financeiros do país e do mundo, a indústria representava uma parcela bastante presente na atividade econômica da cidade. No entanto, o município tem assumido cada vez mais um papel de cidade terciária, polo de serviços e negócios para o Brasil, com alguns centros financeiros espalhados pela sua extensão. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB per capita em 2011 de São Paulo foi de aproximadamente R$ 42 mil.

A cidade possui um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) muito alto, de 0,805. Contudo, sua distribuição não é homogênea: os distritos centrais apresentam valores superiores a 0,9, enquanto que esse valor cai para 0,7 nos limites dos municípios, revelando a grande desigualdade de São Paulo.

A tabela abaixo resume os principais indicadores apresentados.

Tabela 4: Principais dados da cidade de São Paulo e do estado de SP (Fonte: IBGE)

Habitantes 2014 (São Paulo) - 11 895 893

Densidade (São Paulo) Hab./km² 7 810,9

IDH 2010 (São Paulo) - 0,805

Principais atividades econômicas (São Paulo)

- Bancos, finanças, multinacionais, serviços (hotéis, restaurantes...), empresas transnacionais.

PIB (2011) Milhões de

Reais

São Paulo: 477 005,6 Estado de SP: 1 349 000

PIB per capita (2011) Reais/habitante São Paulo: 42 152,76

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3.2

Abastecimento de Água

A cidade de São Paulo está quase totalmente inserida na Bacia do Alto Tietê. Tal bacia é dividida em 6 sub-bacias: Cabeceiras, Cotia-Guarapiranga, Billings-Tamanduateí, Juqueri-Cantareira, Jusante Pinheiros-Pirapora e Penha-Pinheiros, ilustradas a seguir:

Figura 4: Limite da Bacia do Alto Tietê, Limites Municipais e Divisão em Sub-bacias

A figura acima indica que a cidade de São Paulo possui três sub-bacias: Penha-Pinheiros, Jusante Pinheiros-Pirapora e Billings-Tamanduateí. Entretanto, a divisão de sub-bacias não corresponde à repartição por sistemas produtores:

Figura 5: Áreas de influência dos Sistemas Produtores (Fonte: Sabesp)

Segundo a Sabesp (empresa prestadora de serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto), os principais sistemas produtores que abastecem o município são os sistemas Cantareira, Guarapiranga e Alto Tietê. Cada um desses sistemas é alimentado por diversos rios e possuem barragens e diques para armazenamento de água. Parte das obras desses sistemas foi realizada visando o controle das

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cheias dos mananciais da região, sendo aproveitada para o abastecimento das cidades próximas.

A rede de abastecimento de água potável de São Paulo formada por esses sistemas de produção serve praticamente toda a cidade, de acordo com a Prefeitura, tendo uma perda de 30,8% (segundo o canal De Olho nos Mananciais). A demanda diária do município é de 221 litros por habitante, ou seja, 0,221 m³/dia/habitante. De acordo com o IBGE (2008), o volume de água tratada distribuída é de 3 499 924 m³/dia (40,5 m³/s), dos quais 99,86% passam por um tratamento convencional e o restante sofre uma simples desinfecção (cloração e outros). A captação de águas subterrâneas, por ser de difícil identificação e controle, é pouco executada. Assim, a principal fonte de abastecimento vem das águas superficiais.

O uso da água da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) é bastante desigual. A figura a seguir ilustra a distribuição das outorgas de captação da Bacia do Alto Tietê, representando bem a situação da região analisada.

Figura 6: Distribuição das outorgas de captação no Alto Tietê (em %)

A cobrança pelo uso de recursos hídricos é feita em função da dominialidade do corpo hídrico em questão. No caso da Bacia do Alto Tietê, o órgão responsável é a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), empresa concessionária de serviços de saneamento básico. A maior parte das ações dessa empresa pertence ao governo paulista, mas os acionistas minoritários envolvem as Bolsas de Valores de São Paulo e de Nova Iorque. Seu modelo de gestão é descentralizado por bacia hidrográfica, atendendo à legislação estadual. Aplicado através de 17 Unidades de Negócio, tal modelo mostra um atendimento às demandas sociais e locais de clientes e prefeituras eficaz e rápido. As Assembleias dos Municípios Concedentes e Comissões de Gestão Regional são responsáveis por garantir transparência à gestão.

A cobrança da água é feita por patamares de consumo. Existe um valor mínimo a se pagar todo mês correspondente a volumes inferiores a 10 m³ de água. A partir dessa quantidade, a tarifa do metro cúbico aumenta de acordo com a classe de consumo do usuário.

Dado o cenário atual de crise hídrica em São Paulo, a tarifa de 22 de Abril de 2013 foi revisada e, a partir do dia 11 de Dezembro do mesmo ano, os preços dos serviços aumentaram. A tabela abaixo apresenta os valores atuais para abastecimento de água na cidade de São Paulo de acordo com a categoria do usuário.

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Tabela 5: Tarifas para os serviços de abastecimento de água e/ou coleta de esgoto para o município de São Paulo, a partir de 22 de Abril de 2013 (Fonte: Sabesp).

Categoria Classes de consumo

m³/mês

Tarifas de água - (em R$) Tarifas de esgoto - (em R$)

Residencial / Comum 0 a 10 16,31 /mês 16,31 /mês 11 a 20 2,55 /m3 2,55 /m3 21 a 30 6,37 /m3 6,37 /m3 31 a 50 6,37 /m3 6,37 /m3 acima de 50 7,02 /m3 7,02 /m3 Residencial / Social 0 a 10 5,53 /mês 5,53 /mês 11 a 20 0,96 /m3 0,96 /m3 21 a 30 3,37 /m3 3,37 /m3 31 a 50 4,82 /m3 4,82 /m3 acima de 50 5,32 /m3 5,32 /m3 Residencial / Favela 0 a 10 4,22 /mês 4,22 /mês 11 a 20 0,48 /m3 0,48 /m3 21 a 30 1,59 /m3 1,59 /m3 31 a 50 4,82 /m3 4,82 /m3 acima de 50 5,32 /m3 5,32 /m3 Comercial / Comum 0 a 10 32,75 /mês 32,75 /mês 11 a 20 6,37 /m3 6,37 /m3 21 a 30 12,21 /m3 12,21 /m3 31 a 50 12,21 /m3 12,21 /m3 acima de 50 12,72 /m3 12,72 /m3 Comercial / Assistencial 0 a 10 16,37 /mês 16,37 /mês 11 a 20 3,19 /m3 3,19 /m3 21 a 30 6,13 /m3 6,13 /m3 31 a 50 6,13 /m3 6,13 /m3 acima de 50 6,36 /m3 6,36 /m3 Industrial / Comum 0 a 10 32,75 /mês 32,75 /mês 11 a 20 6,37 /m3 6,37 /m3 21 a 30 12,21 /m3 12,21 /m3 31 a 50 12,21 /m3 12,21 /m3 acima de 50 12,72 /m3 12,72 /m3 Publica / Comum 0 a 10 32,75 /mês 32,75 /mês 11 a 20 6,37 /m3 6,37 /m3 21 a 30 12,21 /m3 12,21 /m3 31 a 50 12,21 /m3 12,21 /m3 acima de 50 12,72 /m3 12,72 /m3

Publica / Contrato pura

0 a 10 24,54 /mês 24,54 /mês

11 a 20 4,77 /m3 4,77 /m3

21 a 30 9,18 /m3 9,18 /m3

31 a 50 9,18 /m3 9,18 /m3

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A tabela abaixo resume as principais informações analisadas neste capítulo.

Tabela 6: Principais dados de abastecimento de água de São Paulo

Fontes de água - Bacia do Alto Tietê: Sistemas Cantareira,

Guarapiranga e Alto Tietê.

Demanda Milhões m3/ano

(média) 9 595,8 m3/s (estimado) 40,5 m³/s Litros/hab./dia 221 Estrutura da empresa de abastecimento

- Sabesp – empresa de capital aberto Principal acionista: governo de SP

Tarifa de abastecimento (categoria residencial comum)

R$/m3 16,31 (mínimo até 10 m³)

2,55 (11 a 20 m³) 6,37 (21 a 50 m³) 7,02 (acima de 50 m³)

3.3

Tratamento de Esgoto

Apesar do amplo acesso à rede de abastecimento de água, uma parte da população paulistana não é ligada à rede de esgotos. Segundo a prefeitura de São Paulo, 11 a 12,8% dos habitantes do município não possuem coleta de esgoto, fazendo uso de alternativas como fossas negras (5,9%) e valas (6,8%). A Figura 7 a seguir indica a cobertura da rede de esgoto da cidade de São Paulo. Ela permite a visualização dos bairros que não são atendidos pelo serviço de coleta de esgoto na periferia da cidade. É importante ressaltar também que a maioria das comunidades de baixa renda (favelas) não é atendida pela coleta mesmo estando em bairros onde existe a rede de esgoto.

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Entretanto, o maior problema relacionado ao esgoto consiste no seu tratamento. Apenas 60% do esgoto coletado é tratado ("Abastecimento de água e esgotamento sanitário nas capitais brasileiras em 2004", De Olho nos Mananciais). A Figura 8 apresenta a localização das Estações de Tratamento de Esgotos (ETE) e sua articulação com as bacias de esgotamento.

Figura 8: Bacias de esgotamento de São Paulo (Fonte: Atlas Ambiental)

A denominação dessas bacias está relacionada com os corpos d'água receptores: Tamanduateí, Tietê Oeste, Tietê Centro, Tietê Leste, Pinheiros, Guarapiranga e Billings. Junto aos receptores, está sendo construída a rede de interceptores que transportará os esgotos para a ETE, impedindo o lançamento direto nos corpos d'água, como indicado na figura abaixo.

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De acordo com as imagens anteriores, os sistemas que atendem o município de São Paulo são as ETE: ˗ Barueri (7,5 a 9,5 m³/s),

˗ ABC (1,5 a 3,0 m³/s), ˗ São Miguel (0,7 a 1,5 m³/s),

˗ Parque Novo Mundo (1,5 a 2,5 m³/s).

A vazão total das estações de tratamento de esgoto da RMSP, contanto com a ETE Suzano (0,8 a 1,5 m³/s) é de 12 a 18 m³/s, resultando numa vazão de 1 036 800 a 1 555 200 m³/dia.

As outorgas de lançamento na bacia do Alto Tietê são pouco variadas. A figura abaixo apresenta a sua distribuição: o setor mais presente é o industrial, com 52%, seguido pelo sanitário com 41%, enquanto o sanitário industrial possui apenas 7% do total. Tal proporção mostra que há um descompasso entre captação e lançamento: o setor sanitário não possui maior volume captado pois não atende toda a população, e o lançamento das indústrias é maior que sua captação pois usam fontes alternativas e próprias para captação de água (i.e. água subterrânea).

Figura 10: Distribuição das outorgas de lançamento no Alto Tietê (em %)

A Sabesp é responsável tanto pelo abastecimento de água potável quanto pela coleta e tratamento de esgoto de São Paulo. As tarifas para os serviços de coleta de esgoto foram apresentados na Tabela 5 (§3.2). A tabela a seguir sintetiza as informações apresentadas.

Tabela 7: Principais dados de tratamento de esgoto de São Paulo

Vazão de esgoto tratado (RMSP) m3/dia 1 036 800 a 1 555 200 m3/s (média) 12 a 18

Cobertura (São Paulo) % 87,2 a 89

Estrutura da empresa de abastecimento - Sabesp – empresa de capital aberto Principal acionista: governo de SP

Tarifa de coleta

(categoria residencial comum)

R$/m3 16,31 (mínimo até 10 m³)

2,55 (11 a 20 m³) 6,37 (21 a 50 m³) 7,02 (acima de 50 m³)

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3.4

Drenagem Urbana

A drenagem urbana consiste em instalações destinadas a escoar o excesso de águas na malha urbana, tendo como foco as águas pluviais. A empresa responsável em São Paulo é a Sabesp, apresentada no capítulo 3.2.

São Paulo está em uma região tropical com índice de chuva normalmente muito elevado. Sua alta taxa de impermeabilização do solo somada às intensas chuvas características do fim do verão já causaram problemas gravíssimos de inundação na cidade.

Com a finalidade de conter tais inundações da bacia e reduzir a vulnerabilidade do município às chuvas intensas, a Prefeitura Municipal de São Paulo, em parceria com empresas terceirizadas e com a colaboração das várias secretarias municipais, vem desenvolvendo o Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais de São Paulo (PMAPSP). As soluções propostas exigem não somente o compromisso de ação dos gestores da cidade como também a colaboração da população ao longo dos anos. Assim, o controle do uso e ocupação do solo, aliado à conscientização da população e a obras de infraestrutura de drenagem formam um conjunto de soluções para a drenagem urbana de São Paulo.

As medidas técnicas adotadas podem ser ações estruturais ou não. As ações estruturais consistem em dois tipos de obra: de afastamento de cheias (macro e microdrenagem, reversão de bacias, diques de contenção) e de contenção de cheias (como soleiras e reservatórios). A macrodrenagem é composta de obras de grande vazão, como a canalização, o desassoreamento e a retificação de corpos d'água e a construção de sistemas de reversão de bacia, por exemplo. Dentre os elementos principais de microdrenagem urbana encontram-se os meio-fios, as sarjetas, as bocas de lobo, os poços de visita, as galerias, os condutos forçados, as estações de bombeamento e os sarjetões.

As medidas não estruturais possuem caráter preventivo (regulamentação do uso do solo, programas de informação e educação, sistemas de previsão e alarme, etc.) ou corretivo (relocações ou desapropriações, por exemplo).

A figura a seguir ilustra as várzeas, o complexo cristalino, os sedimentos terciários, os corpos d'água do município de São Paulo, assim como seus piscinões e pontos de alagamento identificados no início da década de 90 e no ano 2000.

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Gestão da Água em Stuttgart e em São Paulo Comparação entre as duas cidades

4. Análise Comparativa

A comparação entre as cidades de Stuttgart e São Paulo apresentou algumas complicações esperadas. A dificuldade de encontrar as informações necessárias não foi a mesma para as duas cidades. A organização das fontes de informação e sua disponibilidade de dados variam muito e se mostrou extremamente distinta entre os dois países.

Entretanto, os principais dados de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto foram obtidos e comparados, colocando em evidencia a diferença de escala das duas cidades. Apesar de ambas as cidades serem polos econômicos importantíssimos para seus respectivos países, São Paulo apresenta problemas de infraestrutura mais graves devido à sua alta concentração de habitantes e grande extensão territorial. A demanda de abastecimento de água per capita em São Paulo é 60% maior que em Stuttgart. Com o objetivo de estimular os usuários a diminuir o consumo de água, a tarifa do serviço de abastecimento é progressiva em São Paulo, diferente da cidade alemã, que possui uma tarifa fixa. Outra diferença notável relacionada ao abastecimento de água é a natureza das empresas responsáveis: na Alemanha elas são públicas, enquanto que no Brasil a empresa estadual é de capital aberto com o governo como principal acionista.

Como consequência da alta demanda de água, a quantidade de esgoto coletado também é muito superior em São Paulo que em Stuttgart. Além disso, a cobertura da coleta na cidade brasileira mostra uma relevante inferioridade em relação ao estado de BW: mais de 99% da região alemã possui sistema de coleta de esgoto, enquanto o sistema da cidade de São Paulo alcança menos de 90% da população. A taxa de tratamento de esgoto na Alemanha é menor que a taxa de abastecimento de água, quando no Brasil elas têm o mesmo valor.

O quadro comparativo abaixo apresenta os principais dados dos temas abordados no presente projeto:

Tabela 8: Quadro comparativo entre Stuttgart e São Paulo

Stuttgart São Paulo

Informações Gerais

Habitantes 591 236 11 895 893

Densidade 2 852 hab/km² 7 810,9 hab/km² IDH (2010) 0,911 (Alemanha) 0,805

Principais atividades econômicas

Industrias (automobilística, metalúrgica, construção de máquinas), finanças, IT, serviços

Bancos, finanças, multinacionais, serviços (hotéis, restaurantes...), empresas transnacionais. PIB Estado de BW (2013):

1 282 822 Milhões de R$

(2011)

São Paulo: 477 005,6 Milhões de R$ Estado de SP: 1 349 000 Milhões de R$

PIB per capita Estado de BW (2013): 118 037 R$/hab

(2011)

São Paulo: 42 152,76 R$/hab Estado de SP: 32 449,00 R$/hab

Abastecimento de Água

Fontes de água Lago Bodensee Vale do Rio Donau

Bacia do Alto Tietê: Sistemas Cantareira, Guarapiranga e Alto Tietê. Demanta total (2013) 132 litros/hab./dia

1,18 m³/s (média)

221 litros/hab./dia 40,5 m³/s (média)

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Gestão da Água em Stuttgart e em São Paulo Comparação entre as duas cidades

Estrutura das empresas de abastecimento

Públicas Sabesp – empresa de capital aberto Principal acionista: governo de SP Tarifa de abastecimento (2014) 7,50 R$/m³ 16,31 R$/mês (mínimo até 10 m³) + 2,55 R$/m³ (11 a 20 m³) + 6,37 R$/m³ (21 a 50 m³) + 7,02 R$/m³ (acima de 50 m³) Tratamento de Esgoto

Vazão de esgoto tratado 250 000 m³/dia 2,89 m³/s (média)

1 036 800 a 1 555 200 m³/dia 12 a 18 m³/s (média)

Cobertura da coleta 99,3% (estado de BW) 87,2 a 89%

Estrutura da empresa Pública Empresa de capital aberto (principal acionista: governo de SP) Tarifa de tratamento (residencial comum) 5,2 R$/m³ 16,31 R$/mês (mínimo até 10 m³) + 2,55 R$/m³ (11 a 20 m³) + 6,37 R$/m³ (21 a 50 m³) + 7,02 R$/m³ (acima de 50 m³) Drenagem Urbana

Sistema de canalização Canalização combinada (esgoto + água da chuva)

Canalização separada Principais medidas para

prevenção de inundações

Canalização de rios, reservatórios de retenção, declaração de áreas de inundação.

Canalizações de rios, reservatórios de retenção.

5. Bibliografia

Stuttgart

Todos os sites foram acessados no dia 23 de outubro de 2014.

BWV (Bodensee Wasserversorgung), empresa pública de fornecimento de água do lago Bodensee [www.zvbwv.de]

ENBW (Energie Baden-Würrtemberg), empresa de energia, folheto sobre água potável em Stuttgart [www.enbw.com]

LW (Landeswasserversorgung), empresa pública de fornecimento de água do vale de Donau [www.lw-online.de]

Statista, portal de estadísticas [www.statista.com]

SLBW (Statistisches Landesamt Baden Württemberg), serviço de estadísticas do estado Baden-Württemberg [www.statistik-bw.de]

Stadt Stuttgart, site oficial da cidade de Stuttgart [www.Stuttgart.de]

SES (Stadtentwässerung Stuttgart), empresa pública de saneamento de Stuttgart [www.stuttgart-stadtentwaesserung.de]

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Gestão da Água em Stuttgart e em São Paulo Comparação entre as duas cidades

São Paulo

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), acessado dia 20 de outubro de 2014 [http://www.ibge.gov.br/].

Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil – Atlas do Desenvolvimento Humano, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2010). [http://www.pnud.org.br/arquivos/ranking-idhm-2010.pdf]

De Olho nos Mananciais, canal sobre as fontes de água de grandes cidades [http://www.mananciais.org.br/].

DAEE – Portal do Departamento de Águas e Energia Elétrica [http://www.daee.sp.gov.br/].

RIBEIRO, Wagner Costa. "Oferta e estresse hídrico na região Metropolitana de São Paulo." Estud.

av.[online]. 2011, vol.25, n.71, pp. 119-133. ISSN 0103-4014.

[http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142011000100009].

Referências

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