• Nenhum resultado encontrado

Segunda-feira, 5 de mar¸co de 2018 Apresenta¸c˜ao do curso

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Segunda-feira, 5 de mar¸co de 2018 Apresenta¸c˜ao do curso"

Copied!
64
0
0

Texto

(1)

Registro das aulas e exerc´ıcios sugeridos - Atualizado 26.6.2018

1. Segunda-feira, 5 de mar¸co de 2018

Apresenta¸c˜ao do curso. Veja-se o arquivo relativo `as informa¸c˜oes do curso na minha pagina web www.ime.usp.br/∼pluigi

***

Os principais sistemas num´ericos usados no curso: o conjunto N dos n´umeros naturais, Z dos n´umeros inteiros relativos,Qdos n´umeros racionais e Rdos n´umeros reais.

Defini¸c˜ao (intuitiva) de n´umero real: um n´umero real ´e um alinhamento decimal, limitado ou n˜ao, peri´odico ou n˜ao, com sinal.

Vamos dar como conhecidas as opera¸c˜oes alg´ebicas de soma e produto, as propriedades delas, a rela¸c˜ao de ordem e o axioma de continuidade. A parte seguinte em azul ´e um aprofundamento desses conceitos. O leitor interessado pode continuar a leitura, mas essa parte n˜ao ser´a cobrada.

EmRs˜ao definidas duas opera¸c˜oes,somaeprodutoe umarela¸c˜ao de ordem, que verificam as propriedades seguintes:

S1) Propriedade comutativa da soma: ∀a, b∈R,a+b=b+a;

S2) Propriedade associativa da soma: ∀a, b, c∈R, (a+b) +c=a+ (b+c);

S3) Existˆencia do elemento neutro da soma: ∀a∈R,a+ 0 =ae 0 ´e dito elemento neutro da soma;

S4) Existˆencia do oposto: ∀a∈R existe um elemento deR,−a, dito oposto de a, tal que a+ (−a) = 0 (a+ (−a) = 0 pode ser escrito simplesmentea−a= 0).

Analogamente temos propriedade do produto:

P1) Propriedade comutativa do produto: ∀a, b∈R,ab=ba;

P2) Propriedade associativa do produto: ∀a, b, c∈R, (ab)c=a(bc);

P3) Existˆencia do elemento neutro do produto: ∀a∈R,a·1 =ae 1 ´e dito elemento neutro do produto;

P4) Existˆencia do inverso: ∀a∈R,a6= 0, existe um elemento deR, 1/a, tal quea·1/a= 1.

Apropriedade distributiva liga soma e produto:

SP) ∀a, b, c∈R,(a+b)c=ac+bc.

As duas propriedade seguintes ligam a soma e o produto ao ordenamento:

OS) ∀a, b, c∈R, se a≤b, ent˜ao a+c≤b+c;

OP) ∀a, b, c∈R, conc >0, se a≤b, ent˜ao ac≤bc.

A rela¸c˜ao de ordem verifica tambem as propriedades transitiva e anti-sim´etrica.

Todas essas propriedades podem ser demonstradas a partir de uma defini¸c˜ao mais rigorosa, e n˜ao somente intuitiva, do conjunto R dos n´umeros reais. A quest˜ao ´e delicada. No sec. XIX, diante de um grande desenvolvimento da Matem´atica, foi percebido que era necess´aria uma abordagem rigorosa e n˜ao intuitiva aos n´umeros reais. V´arios matem´aticos se ocuparam disso. Entre eles. G. Peano, G. Cantor, R. Dedekind.

Tente dar uma olhada (por exemplo nas p´aginas wikipedia) a esses personagens.

1

(2)

De um jeito diferente, mas equivalente, foi dada uma defini¸c˜ao axiom´atica do conjunto dos n´umeros reais: R ´e um conjunto abstrato com duas opera¸c˜oes, soma e produto, e uma rela¸c˜ao de ordem tais que as 11 propriedades acima s˜ao verificadas, assim como uma outra propriedade, o axioma de continuidade, que veremos a seguir. Desse jeito as propriedades acima n˜ao precisam ser demonstradas, mas se tornam axiomas, fatos que fondam o nascimento de R. Todas as outras propriedades alg´ebricas de R podem ser provadas unicamente usando as 11 propriedades acima.

O exerc´ıcio seguinte pode parecer bizarro. Os itens devem ser provados usando unicament as 11 pro- priedades acima.

Exerc´ıcio 1.Provar, usando as primeiras 11 propriedades dos n´umeros reais, as propriedades seguintes:

1) ∀a∈R,a·0 = 0;

2) ∀a∈R,a >0⇒ −a <0;

3) ∀a, b∈R, sea >0 eb <0, ent˜ao ab <0;

4) ∀a, b, c∈R, se c <0, sea≤b, ent˜aoac≥bc;

5) ∀a, b,∈R, coma >0,b >0,a≤bse e somente sea2 ≤b2. 6) ∀a, b,∈R, coma >0,b >0,a≤bse e somente se 1/a≥1/b.

Em outras palavras, os exerc´ıcios anteriores precisam de uma abordagem `a qual o aluno n˜ao est´a acos- tumado. Por exemplo: parece ´obvio que, dado um n´umero a ∈ R, temos a·0 = 0. Porque precisa ser demonstrado? Porque neste caso o esfor¸co ´e aquele de “esquecer” aquilo que conhecemos sobre os n´umeros.

Eles s˜ao, neste exerc´ıcio, simplesmente e unicamente um conjunto que verifica as propriedades listadas acima.

Portanto a demonstra¸c˜ao de quea·0 = 0 deve se basear no uso de algumas das propriedades acima e nada mais.

Se o aluno encontra dificuldade nestes exerc´ıcios acima, n˜ao deve ficar preocupado. O objetivo ´e ver a l´ogica que fica atr´as desta constru¸c˜ao.

O conceito de conjunto ser´a pensado como conceito primitivo, ou seja, cole¸c˜ao de objetos. N˜ao iremos aprofundar a teoria dos conjuntos.

Exerc´ıcio 2. Prove as propriedades distributivas: dados trˆes conjuntos A,B e C, 1)A∪(B∩C) = (A∪B)∩(A∪C),

2)A∩(B∪C) = (A∩B)∪(A∩C),

e asLeis de De Morgan: dados trˆes conjuntos A,B e C contidos num conjuntoU, 3)CU(A∪B) =CUA∩ CUB,

4)CU(A∩B) =CUA∪ CUB.

Exerc´ıcios: escreva a uni˜ao e a interse¸c˜ao de A e B. Diga se vale A ⊆ B ou B ⊆ A. Determine A\B e B\A. Lembro que o conjunto A\B ´e definido como o conjunto dos elementos que pertencem a A e n˜ao pertencem aB

3. A= (0,1), B= [0,1] 4. A= (−∞,0),B = [−1,5]

5. A=

2n

2n+ 1, n∈N

,B = n

n+ 1, n∈N

6. A= (0,2)∪(3,4),B = [2,3] 7. A= (−3,0], B = [−2,2)

(3)

2. Quarta-feira, 7 de mar¸co de 2018

Seja agora E um subconjunto de R. Um n´umero real M ´e dito majorante de E se x ≤ M para todo x∈E. Um n´umero real m ´e ditominorante de E sex≥m para todox∈E.

Um conjunto E ´e dito limitado superiormente se admite pelo menos um majorante, enquanto ´e dito limitado inferiormente se admite pelo menos um minorante. ´E dito limitado se ´e limitado superiormente e inferiormente.

SeE´e limitado superiormente definimossupremo deE, supE, o m´ınimo dos majorantes; seE´e limitado inferiormente definimos ´ınfimo de E, infE, o m´aximo dos minorantes. Se E ´e ilimitado superiormente escrevemos supE = +∞, seE ´e ilimitado inferiormente escrevemos infE =−∞.

Om´aximo de um conjunto E ´e o elemento maior, se existe, enquanto o m´ınimo ´e o elemento menor, se existe.

Um conjunto ´e dito finito se possui um n´umero finito de elementos.

Propriedade (ou axioma) de continuidade: um conjunto de n´umeros reais, limitado superiormente (inferiormente) admite supremo (´ınfimo) emR.

A demonstra¸c˜ao, n˜ao trivial, da propriedade acima n˜ao ´e um objetivo do nosso curso.

Q n˜ao verifica a propriedade de continuidade. Prove este fato como exerc´ıcio. ´E uma conseq¨uˆencia do fato de que, por exemplo, n˜ao existe nenhum racional cujo quadrado seja 2.

Exerc´ıcios: Determine o supremo e o ´ınfimo dos conjuntos seguintes e, se existem, o m´aximo e o m´ınimo

8. (2,3) 9. [0,+∞)

10. [−5,1)∪(1,4] 11. (0,3]∪[3,5]

12.

1− 1

n, n≥1

1 + 1

n, n≥1

13. S

n≥2

− 1

2n,1− 1 n

14. {x∈Q:x2<2} 15.

2n

n2+ 1, n∈N

Defini¸c˜ao de raiz n-esima. Dados um n´umero inteiro n≥1 e um n´umero real n˜ao negativo x, a raiz en´esima dex, em s´ımbolos √n

x, ´e o n´umero n˜ao negativoy tal queyn=x.

Exerc´ıcio 16. Prove que, dado x > 0, a raiz quadrada de x ´e ´unica (sugest˜ao: usar a propriedade que liga o ordenamento e o produto).

Dado un n´umero real a, definimos m´odulo (ouvalor absoluto) de an´umero n˜ao negativo

|a|=

( a sea≥0

−a sea <0.

Exerc´ıcio 17. Prove asdesigualdades triangulares seguintes: para todosa, b∈R,

|a+b| ≤ |a|+|b|, |a−b| ≥ |a| − |b|.

(4)

Exerc´ıcio: Escrever a uni˜ao e a interse¸c˜ao dos seguintes pares de conjuntos Ae B. Dizer se vale a rela¸c˜ao A⊆B ouB ⊆A. Determinar enfimA\B e B\A.

18. A={x∈R:√

x2−4≥0},B ={x∈R:x2−4≥0}

Resolver as inequa¸c˜oes seguintes.

19. x2−2x−1≤0 20. 3x2−x+ 2>0 21. x−2

x+ 1 > 1

x−1 22. x2+x−1

x2−2x+ 1≤ 1 2 23. x4−3

4x2 > 1

4 24. x2 ≤1

25. 2

x + 3< 4

x −1 26. 3

x2 + 1≤x2−1 27. √

x−1< x−3 28. √

x2+ 2x−1>3−x 29. √

x−1<√

x 30. |x2−4x−5|>−x 31. √

−x <5 +x 32. | −6x+ 3|>−x+ 2

Exerc´ıcio 33. Sejam A e B dois subconjuntos de R tais que A ⊆ B. Prove que supA ≤ supB e infA≥infB.

Exerc´ıcio 34. Seja A = S

n≥2

An, onde, para cada n, An =

− 1

2n,1− 1 n

. Determine supremo, ´ınfimo, m´aximo e m´ınimo (se existem)

Dados aeb reais, defini¸c˜ao de intervalo de extremos ae b:

[a, b] ={x∈R:a≤x≤b}, [a, b) ={x∈R:a≤x < b}, (a, b] ={x∈R:a < x≤b}, (a, b) ={x∈R:a < x < b}.

O primeiro ´e dito fechado, o quarto ´e dito aberto. Intervalos ilimitados:

[a,+∞) ={x∈R:a≤x}, (a,+∞) ={x∈R:a < x}, (−∞, b] ={x∈R:x≤b}, (−∞, b) ={x∈R:x < b}.

3. Sexta-feira, 9 de mar¸co de 2018

Defini¸c˜ao de fun¸c˜ao. Dados A e B conjuntos quaisquer, umafun¸c˜ao f :A →B ´e una lei que a cada elemento deA associa um e s´o um elemento de B.

Ase chamadom´ınioda fun¸c˜ao,B´e ditocontradom´ınio. O conjunto dos valores atingidos porf se chama imagem def, Im (f) ouf(A), ou seja:

Im (f) ={y∈B : existe x∈A tal quef(x) =y}.

Im (f) ´e um subconjunto do contradom´ınio (pode ser igual).

(5)

A fun¸c˜ao ´e ditainjetora se, para todosa, b∈A, tais que a6=b, temosf(a)6=f(b). ´E dita sobrejetora se Im (f) =B. Sef ´e injetora e sobrejetora ´e chamadabijetora (oucorrespondˆencia biun´ıvoca).

Defini¸c˜ao. Dado um subconjunto E de R, uma fun¸c˜ao real ´e uma fun¸c˜ao f :E →R. Exemplos.

(1) f :R→R,f(x) =x.

(2) f :R→R, definida porf(x) =√

x, n˜ao ´e uma fun¸c˜ao. De fato, para cada x <0,√

x n˜ao existe.

(3) Pelo contr´ario, ´e bem definida a fun¸c˜ao f : [0,+∞)→R,f(x) =√ x.

(4) f :R→R,f(x) =x2. Im (f) = [0,+∞).

(5) f : [0,1]→R,f(x) =x2. O dom´ınio e a imagem desta fun¸c˜ao s˜ao diferentes dos aqueles do exemplo anterior. Se duas fun¸c˜oes tˆem dom´ınios diferentes s˜ao duas fun¸c˜oes, ainda se possuem a mesma lei.

(6) f :R→R,f(x) =

( 1/x sex6= 0 0 sex= 0.

(7) f : [0,4]→R,f(x) =

( x+ 3 se 0≤x≤3 x2−5 se 3< x≤4.

E dito´ gr´afico de f o subconjunto de R2

G(f) ={(x, y)∈R2 tal quex∈E, y=f(x)}.

A fun¸c˜ao √

x, assim como √n

x, ´e definida, lembre-se, gra¸cas ao teorema de existˆencia da raiz quadrada, mais em geraln-esima, que vamos aqui lembrar. A prova ser´a dada em seguida, precisando do conceito de fun¸c˜ao cont´ınua.

Teorema. (Existˆencia e unicidade da raiz n-esima. A demonstra¸c˜ao ´e adiada.) Dado x ≥ 0 e dado n∈N,n≥1, existe e ´e ´unico o n´umero positivo y tal queyn=x. y se chamaraiz en´esima dex.

Lembre que a prova da unicidade ´e f´acil e pode ser feita como exerc´ıcio.

Exerc´ıcios: dadas as fun¸c˜oes seguintes, calcule a imagem dos conjuntos indicados ao lado 35. x3+ 2, (−1,1) 36. x+ 3, [0,5]

37. 2|x|, (−1,3) 38. x2+|x|, (−3,2)

39. [x−2]2, (−2,2] 40. (dif´ıcil) x(x−[x]), (−1,+∞)

No exerc´ıcio acima [x−2] ´e a parte inteira dex−2. A parte inteira de um n´umero realx, denotada pelo s´ımbolo [x], ´e o maior inteiro que n˜ao ultrapassax. Por exemplo: [1] = 1, [9/4] = 2, [−1/2] =−1, etc.

Exerc´ıcio 41. Uma fun¸c˜ao f :R →R ´e chamada par se f(x) = f(−x), para todo x. ´E chamada impar sef(x) =−f(−x), para todox. Prove que x2+ 1 ´e par e que x3−x

x2+ 1 ´e impar.

SejamA,B dois conjuntos, ef :A→B uma fun¸c˜ao dada. Dado um subconjuntoC deB, ´e ditoimagem inversa deC o conjunto {x∈A:f(x)∈C}.

(6)

Dadaf :E →Re dado um suconjuntoB de E, a fun¸c˜aog:B →R, definida porg(x) =f(x) para todo x∈B ´e ditarestri¸c˜ao def emB, o s´ımbolo ´e f|B.

Sef :A→B ´e injetora, definimos afun¸c˜ao inversa def como a fun¸c˜ao g: Imf →A que associa a cada y∈Imf o ´unico x ∈A tal quef(x) =y. Neste caso f ´e tamb´em chamada invers´ıvel e a fun¸c˜ao inversa ´e denotada, em geral, porf−1.

Observa¸c˜ao: cuidado em n˜ao fazer confus˜ao entre a imagem inversa (de um conjunto) que sempre ´e um conjunto e a fun¸c˜ao inversa, quando existe, que ´e uma fun¸c˜ao. A nota¸c˜ao n˜ao ajuda, sendo f−1 o mesmo s´ımbolo para os dois conceitos.

Uma fun¸c˜ao f :E →R´e ditamon´otona crescente (resp. estritamente crescente) se, para cadax1,x2 em E, comx1< x2, resulta f(x1)≤f(x2) (resp. f(x1)< f(x2)).

Uma fun¸c˜ao f :E → R´e ditamon´otona decrescente (resp. estritamente decrescente) se, para cada x1, x2 emE, com x1 < x2, resulta f(x1)≥f(x2) (resp. f(x1)> f(x2)).

Exerc´ıcio 42. Estudar a monotonia das fun¸c˜oes seguintes:

(1) f :R→R,f(x) =x2, (2) f : [2,6]→R,f(x) =x4, (3) f : [0,+∞)→R,f(x) =√

x, (4) f : (−∞,−2), f(x) =√

−x, (5) f[−5,−4]∪[1,2], f(x) = 1/x.

Exerc´ıcio 43. Desenhar os gr´aficos das fun¸c˜oes acima.

Exerc´ıcio 44. Provar que a soma e de duas fun¸c˜oes crescentes ´e uma fun¸c˜ao crescente. E o produto?

Exerc´ıcios: dadas as fun¸c˜oes seguintes, calcule a imagem inversa dos conjuntos indicados ao lado

45. 2−x, (−10,3] 46. x2−x+ 3, (0,5) 47. x

x−2, R 48. p

|x−1|, [0,1]

49. [1 +x2], (1,4) 50. sign (x2−2), (1/2,2)

Determine, para cada fun¸c˜ao seguinte, o maior dom´ınio onde ´e invers´ıvel.

51. f(x) =

( x+ 2 se 0< x <1

x+ 1 se 2< x <3 52. f(x) =

( x2 se −1< x≤0 x−1 se 1≤x <2

Exerc´ıcio 53. Prove que uma fun¸c˜ao estritamente crescente ou decrescente ´e invers´ıvel. Se f :A→R

´e invers´ıvel, necessariamente ´e estritamente mon´otona? Procure exemplos.

Exerc´ıcio 54. A fun¸c˜ao f :R→R, definida como f(x) =x2 ´e invers´ıvel?

Exerc´ıcio 55. A fun¸c˜ao f :R→R, definida como f(x) =x3 ´e invers´ıvel?

(7)

Exerc´ıcio 56. A fun¸c˜ao f : [−3,−2]∪[0,1]→R, definida comof(x) =x2 ´e invers´ıvel?

Exerc´ıcio 57. A fun¸c˜ao f :R→R, definida como f(x) =p

|x|´e invers´ıvel?

Exerc´ıcio 58. A fun¸c˜ao f : [0,+∞)→R, definida como f(x) =√

x3+x4+ 2 ´e invers´ıvel?

4. Segunda-feira, 12 de mar¸co de 2018

As fun¸c˜oes trigonom´etricas. Seja a circunferˆencia C do plano cartesiano, com centro na origem e raio 1, ditacircunferˆencia trigonom´etrica. Observando a figura, A´e o ponto de coordenadas (1,0) enquantoP

´e um ponto qualquer em C. Movendo-se P sobre a circunferˆencia, o arco de extremos A e P no sentido anti-hor´ario tem um comprimento entre 0 e 2π.

- 6

A O

P

Chamox este comprimento, portanto x∈[0,2π]. Definimos oseno de x, senx, como a ordenada de P, e ocosseno de x, cosx, como a abscissa di P.

O dom´ınio pode ser estendido de [0,2π] a R.

Portanto, as fun¸c˜oes senxe cosxs˜ao definidas emRcom imagem igual ao intervalo [−1,1]; s˜ao periodicas com per´ıodo 2π.

Conseq¨uˆencia imediata do teorema de Pitagora: sen2x+ cos2x= 1 para todo x∈R.

As f´ormulas alg´ebricas das fun¸c˜oes trigonom´etricas podem ser provadas usando a ferramenta cl´assica da geometria euclidiana. Vamos lembrar algumas delas, sem prova.

Dados x, y∈R, adi¸c˜ao:

sen (x+y) = senxcosy+ senycosx, cos(x+y) = cosxcosy− senxseny;

prostaf´erese

senx− seny= 2 cosx+y

2 senx−y

2 , cosx−cosy =−2 senx+y

2 senx−y 2 .

Exerc´ıcio 59. Determine sen 2xe cos 2xem fun¸c˜ao de senxe cosx(f´ormulas de duplica¸c˜ao). Determine senx

2 e cosx

2 em fun¸c˜ao de senx e cosx (f´ormulas de divis˜ao).

(8)

Uma outra fun¸c˜ao trigonom´etrica ´e a tangente:

tgx= senx cosx,

definida quando o coseno n˜ao ´e nulo; portanto o dom´ınio ´e o conjunto n

x∈R:x6= π

2 +kπ, k ∈Z o

.

Exerc´ıcio 60. Provar que a tangente ´e peri´odica com per´ıodo π. Dica: use as f´ormulas de duplica¸c˜ao.

A fun¸c˜oes trigonom´etricas n˜ao s˜ao invert´ıveis (porque s˜ao peri´odicas). Por´em, observamos que senx ´e estritamente crescente em [−π/2, π/2]. Ent˜ao, a restri¸c˜ao de senxa [−π/2, π/2] ´e invert´ıvel. A sua fun¸c˜ao inversa se chamaarcoseno, arcsen : [−1,1]→Rcom imagem igual a [−π/2, π/2].

Analogamente, cosx`e invert´ıvel em [0, π]. A sua fun¸c˜ao inversa se chamaarcocosseno, arccos : [−1,1]→ R, com imagem [0, π].

A tangente `e invert´ıvel em (−π/2, π/2). A sua fun¸c˜ao inversa se chama arcotangente, arctg :R →R, e tem imagem (−π/2, π/2).

grafici di f(x) = senxef(x) = cosx.

- 6

y= senx

- 6

y= cosx

grafico dif(x) = tgx.

- 6

y= tgx

gr´aficos def(x) = arcsenx,f(x) = arccosxef(x) = arctgx.

- 6

- 6

- 6

Exerc´ıcio 61. Desenhe o gr´afico def(x) = [2x+ 1] (parte inteira).

(9)

Exerc´ıcio (dif´ıcil) 62. Desenhe o gr´afico def(x) = 1 + 2 x

1 +x2

(parte inteira).

Exerc´ıcios. Diga se as fun¸c˜oes seguintes s˜ao peri´odicas. Se sim, encontre o per´ıodo.

63. xcosx, 64. 6 sen2x,

65. 1 + tgx, 66. sen (x2),

67. 4, 68. [x],

69. cos 4x, 70. sen (3x).

Exerc´ıcios. Diga se as fun¸c˜oes seguintes s˜ao pares ou impares.

71. x2+ 1, 72. senx

x , 73. x3−x

x2+ 1, 74. [x],

75. senx2, 76. cos 3x.

Uma outra fam´ılia de fun¸c˜oes s˜ao as potˆencias com expoente racional. Sen´e inteiro,n≥1, sabemos que existe e ´e ´unica a raiz n-esima dex (veja-se o teorema da p´agina 5). Portanto ´e definida a fun¸c˜ao √n

x. Se n´e par, o dom´ınio ´e [0,+∞), sen´e impar, o dom´ınio ´e R. A raiz √n

x pode ser denotada pelo s´ımbolo xn1. Dado um racional positivo qualquer,m/n, ondemens˜ao primos ente si, ´e definida a fun¸c˜aoxm/n = √n

xm, cujo dom´ınio ´e [0,+∞) sen´e par, enquanto ´e Rsen´e impar.

Dado um racional negativo,m/n, ondem, n ∈Z s˜ao primos ente si, ´e definida a fun¸c˜ao xm/n = 1 x−m/n, cujo dom´ınio ´e (0,+∞) sen´e par, enquanto ´eR\{0}se n´e impar.

Exerc´ıcio 77. Escreva em detalhes o processo resumido acima. Ou seja, a constru¸c˜ao das potˆencias com expoente racional a partir das potˆencias com expoente inteiro e positivo.

5. Quarta-feira, 14 de mar¸co de 2018

Exerc´ıcio 78. Determine para quais valores do expoenter racional a fun¸c˜aoxr pode ser definida em tudo R.

Exerc´ıcio 79. Dado a < 0, a gente poderia definir a0 = 1. O leitor explique quais problemas provocaria uma defini¸c˜ao deste tipo.

Exerc´ıcio 80. seja apositivo, real, fixado e diferente de 1. Considere a fun¸c˜ao f(r) =ar, definida em Q.

Prove que

(1) f ´e estritamente crescente se a >1;

(2) f ´e estritamente decrescente se a <1.

(10)

Agora, por meio do exerc´ıcio acima, podemos finalmente dar a defini¸c˜ao das potˆencias com expoente real (de fato, irracional, porque se o expoente for racional, acabamos de fazer a constru¸c˜ao). Ou seja podemos definir 2π, por exemplo. O m´etodo ´e o seguinte. Sejam a >0 e b∈R, fixados. Suponhamos primeiramente queaseja maior de 1. Definimos

ab = sup{ar: r∈Qer≤b}.

Se for 0< a <1, definimos analogamente

ab= inf{ar : r ∈Qer ≥b}.

Exerc´ıcio 81. O leitor analise esta defini¸c˜ao, conforme foi feito na ´aula.

Podemos provar, mas ´e um exerc´ıcio longo e cansativo, que as potˆencias com expoente real verificam as cl´assicas propriedades das potˆencias, que daqui para frente ser˜ao normalmente usadas quando for necess´ario.

Sejam duas fun¸c˜oesf :A→Reg:B →R, tais que Imf ⊆B. Definimosfun¸c˜ao compostag◦f :A→R, a fun¸c˜ao

(g◦f)(x) =g(f(x)).

Analogamente, se Img⊆A, definimos f ◦g:A→R como (f◦g)(x) =f(g(x)).

Escreva as composi¸c˜oes f ◦g e g◦f das fun¸c˜oes seguintes, determinando os dom´ınios das fun¸c˜oes obtidas

82. f(x) =x+x3, g(x) = 3−x 83. f(x) =x2, g(x) =√ x 84. f(x) = x+ 1

x−1, g(x) = 2−x2 85. f(x) = 1

x2, g(x) = (√ x)2 86. f(x) = 1 +x

x , g(x) = 2−x 87. f(x) = 2x, g(x) = 3x−1

Escreva as fun¸c˜oes seguintes como composi¸c˜ao de fun¸c˜oes. (As composi¸c˜oes obtidas podem n˜ao ser as ´unicas poss´ıveis.)

88. x2

x2−1 89. x4

Uma fun¸c˜ao ´e ditalimitada (superiormente, inferiormente) se a imagem dela ´e limitada (superiormente, inferiormente). Neste caso o supremo (´ınfimo) de f, supf (inff) ´e, por defini¸c˜ao, o supremo (´ınfimo) de Imf.

6. Sexta-feira, 16 de mar¸co de 2018

Introdu¸c˜ao ao conceito de limite de uma fun¸c˜ao.

Primeiro tipo de limite.

(11)

Defini¸c˜ao 1. SejaI um intervalo de R e x∈I ou um extremo de I (as duas condi¸c˜oes n˜ao s˜ao necessari- amente alternativas). Sejaf :I → Ruma fun¸c˜ao dada. O n´umero real l ´e dito limite de f(x) para x que tende para x, em s´ımbolos escreve-se

x→xlimf(x) =l,

se, para cada ε >0, esiste δ > 0 tal que |f(x)−l|< ε para cada x∈ I, tal que 0 <|x−x|< δ e tal que x6=x.

Exemplo na sala de aula: podemos provar, usando a defini¸c˜ao acima, que

x→0limx2= 0.

Exerc´ıcios: prove, usando a defini¸c˜ao de limite, que os limites seguintes s˜ao corretos. Os exerc´ıcios seguintes s˜ao muitos. Fa¸ca somente um ou dois.

90. lim

x→3x= 3 91. lim

x→0(x2−1) =−1 92. lim

x→0

1

x n˜ao existe 93. lim

x→1x3 = 1 94. lim

x→0|x|= 0 95. lim

x→2[x] n˜ao existe 96. lim

x→−1[x] =−2 97. lim

x→0x2/|x|= 0 Segundo tipo de limite.

Defini¸c˜ao 2. Seja f : (a,+∞) → R uma fun¸c˜ao dada. O n´umero real l ´e ditolimite de f(x) para x que tende para +∞, em s´ımbolos escreve-se

x→+∞lim f(x) =l,

se, para cadaε >0, esister ∈R tal que|f(x)−l|< ε para cadax∈(a,+∞), tal quex > r.

Exerc´ıcio 98. Escreva a defini¸c˜ao acima no caso an´alogo ondex tende para −∞

Exerc´ıcio 99. Prove, usando a defini¸c˜ao acima, que limx→+∞1/x= 0.

7. Segunda-feira, 19 de mar¸co de 2018

Terceiro tipo de limite.

Defini¸c˜ao 3. SejaI um intervalo deR e x ∈I ou um extremo de I que pode ou n˜ao pertencer a I. Seja f : I → R uma fun¸c˜ao dada. Dizemos que +∞ ´e o limite de f(x) para x que tende para x, em s´ımbolos escreve-se

x→xlimf(x) = +∞,

se, para cadam∈R, esiste δ >0 tal quef(x)> mpara cadax∈I, tal que 0<|x−x|< δ.

(12)

Exerc´ıcio 100. Escreva a defini¸c˜ao acima no caso an´alogo onde o limite ´e−∞.

Exerc´ıcios: prove, usando a defini¸c˜ao de limite, que os limites seguintes s˜ao corretos.

101. lim

x→0

1

x2 = +∞ 102. lim

x→+∞

1 x2 = 0

Exerc´ıcios. Escreva as fun¸c˜oes seguintes como soma de uma fun¸c˜ao par e de uma impar.

103. x2−x+ 3 104. x−1

x2+ 1 105. sen 2x+ cosx

2 −x 106. f(x)

No ´ultimo exerc´ıcio (que ´e dif´ıcil) f(x) ´e uma fun¸c˜ao qualquer. Pede-se que f seja escrita como g+h ondeg´e par eh ´e impar e as duas fun¸c˜oes s˜ao obtidas atrav´es de opera¸c˜oes alg´ebricas oportunas sobre f.

Em sala de aula n˜ao foi considerado um quarto tipo (o seguinte) de limite, que se torna f´acil `a luz dos trˆes primeiros e que o leitor pode entender sem dificuldade.

Defini¸c˜ao 4. Seja f : (a,+∞) → R uma fun¸c˜ao dada. Dizemos que +∞ ´e o limite de f(x) para x que tende para +∞, em s´ımbolos escreve-se

x→+∞lim f(x) = +∞,

se, para cadam∈R, esiste r∈Rtal quef(x)> m para cadax∈(a,+∞), tal quex > r.

Exerc´ıcio 107. Escreva a defini¸c˜ao acima nos casos an´alogos onde x tende para−∞ e o limite ´e −∞

(quantos s˜ao os casos?)

Exerc´ıcios: prove, usando a defini¸c˜ao de limite, que os limites seguintes s˜ao corretos.

108. lim

x→0

1

x4 = +∞ 109. lim

x→+∞x= +∞

110. lim

x→−∞x2 = +∞ 111. lim

x→+∞

x x+ 1 = 1

Teorema 5 ( ´Algebra dos limites - formas finitas - (sem prova)). Seja I um intervalo de R e x∈I ou seja x um extremo de I que pode ou n˜ao pertencer ao intervalo. Sejam f, g:I →R duas fun¸c˜oes dadas. Sejam dados os limites

x→xlimf(x) =l∈R, e lim

x→xg(x) =m∈R.

Ent˜ao,

(1) limx→x(f(x) +g(x)) =l+m (soma);

(2) limx→x(f(x)−g(x)) =l−m (diferen¸ca);

(3) limx→x(f(x)·g(x)) =l·m (produto);

(4) limx→x(f(x)/g(x)) =l/m, sem6= 0 (quociente).

(13)

Os limites lim

x→xx =x e, dada uma constante real a, lim

x→xa=apodem ser provados s´o usando a defini¸c˜ao.

A partir dos dois resultados, todos os limites de polinˆomios e fun¸c˜oes racionais (raz˜oes de polinˆomios), se s˜ao das formas finitas acima, podem ser obtidos usando a ´algebra dos limites.

Um outra lista de limites que vamos dar sem prova ´e a seguinte:

sejaα∈Rfixado e a fun¸c˜ao xα definida in (0,+∞). Ent˜ao:

x→xlimxα =xα;

x→+∞lim xα= +∞, seα >0; lim

x→+∞xα= 0, se α <0;

Observa¸c˜ao: o leitor pode observar facilmente que, no caso que α ∈ Z, os limites acima podem ser deduzidos sabendo que lim

x→xx=xe usando a ´algebra dos limites no caso do produto. Se o expoente n˜ao for inteiro precisa usar a defini¸c˜ao para provar os limites acima.

Exerc´ıcio 112. Nos casos particulares em que o expoente seja de formas oportunas, o dom´ınio da fun¸c˜ao xα pode n˜ao ser limitado ao intervalo (0,+∞). Analize os v´arios casos e determine as v´arias extens˜oes poss´ıveis do dom´ınio.

Outros limites que vamos dar sem prova s˜ao os seguintes:

x→xlimxx =ax;

x→−∞lim ax = 0, sea >1; lim

x→−∞ax= +∞, se 0< a <1;

x→+∞lim ax = +∞, sea >1; lim

x→+∞ax= 0, se 0< a <1;

Exerc´ıcio 113. O teorema da ´Algebra dos limites pode ser escrito facilmente para fun¸c˜oesf e gnos casos em que queremos estudar limx→+∞f(x) e limx→+∞f(g) (e analogamente quando x → −∞). O leitor escreva os enunciados correspondentes.

8. Quarta-feira, 21 de mar¸co de 2018

Teorema 6( ´Algebra dos limites – Formas infinitas resolv´ıveis que podem ser resovidas). (Sem prova) Seja I um intervalo de R e x ∈ I ou um extremo de I. Sejam f, g : I → R duas fun¸c˜oes dadas; ou sejam f, g: (a,+∞)→R ou f, g: (−∞, b)→R. Temos os casos seguintes:

1) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) = +∞, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) =m∈R, ent˜ao lim

x→x (oux→±∞)

(f(x) +g(x)) = +∞;

2) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) =−∞, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) =m∈R, ent˜ao lim

x→x (oux→±∞)

(f(x) +g(x)) =−∞;

3) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) = +∞, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) = +∞, ent˜ao lim

x→x (oux→±∞)

(f(x) +g(x)) = +∞;

4) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) =−∞, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) =−∞, ent˜ao lim

x→x (oux→±∞)

(f(x) +g(x)) =−∞;

(14)

Produto: limx→x (oux→±∞)

(f(x)·g(x)) = +∞ nos casos seguintes:

5a) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) = +∞, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) =m∈R, m >0;

5b) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) =−∞, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) =m∈R, m <0;

5c) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) = +∞, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) = +∞;

5d) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) =−∞, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) =−∞;

limx→x (oux→±∞)

(f(x)·g(x)) =−∞ nos casos seguintes:

6a) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) =−∞, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) =m∈R, m >0;

6b) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) =−∞, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) =m∈R, m >0;

6c) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) = +∞, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) =−∞;

Quociente: limx→x (oux→±∞)

(f(x)/g(x)) = +∞ nos casos seguintes:

7a) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) = +∞, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) =m∈R, m >0;

7b) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) =−∞, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) =m∈R, m <0;

7c) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) = +∞ ou l >0, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) = 0, eg(x)>0 em um intervalo (x−δ, x+δ) ex6=x;

7d) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) =−∞ ou l <0, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) = 0, eg(x)<0 em um intervalo (x−δ, x+δ) ex6=x;

limx→x (oux→±∞)

(f(x)/g(x)) =−∞ nos casos seguintes:

7a) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) =−∞, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) =m∈R, m >0;

7b) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) = +∞, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) =m∈R, m <0;

7c) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) =−∞ ou l <0, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) = 0, eg(x)>0 em um intervalo (x−δ, x+δ) ex6=x;

(15)

7d) se lim

x→x (oux→±∞)

f(x) = +∞ ou l >0, e lim

x→x (oux→±∞)

g(x) = 0, eg(x)<0 em um intervalo (x−δ, x+δ) ex6=x;

Os casos acima representam as formas resolv´ıveis porque conseguimos estabelecer uma regra geral. Os casos abaixo s˜ao as assim chamadas formas indeterminadas. N˜ao temos de fato a possibilidade de escrever uma ´algebra dos limites para as formas seguintes. A existˆencia e o valor dos limites nos casos seguintes depende do exerc´ıcio:

+∞ − ∞, 0·(±∞), ±∞/± ∞, 0/0.

9. Sexta-feira, 23 de mar¸co de 2018

Vamos apresentar agora outros limites importantes, sem demonstra¸c˜ao.

Dadoa∈R,a >0,a6= 1, dado x >0, h´a lim

x→xlogax= logax, para cadaa >0,a6= 1 x >0;

x→+∞lim logax= +∞, se a >1; lim

x→+∞logax=−∞, se 0< a <1;

x→0limlogax=−∞, se a >1; lim

x→0logax= +∞, se 0< a <1;

Exerc´ıcios: calcule os limites seguintes (se existem) 114. lim

x→0

x

x+ 1 115. lim

x→1

x2+ 1 x−1 116. lim

x→0

x3+x+ 3

4x2−2x+ 1 117. lim

x→+∞

2x+x2 2x2+x−1 118. lim

x→0(x−1)√ x2+ 1 119. lim

x→−1+

x2+ 1

x−1 120. lim

x→−∞

[x]−x 2 121. lim

x→+∞

x3+ 3x−2

x2−2x+ 1 122. lim

x→0

x2+x−4 2x2 123. lim

x→2

x2+x−5 x2−4x+ 4 124. lim

x→+∞

x2+ 1−x 125. lim

x→+∞

x2+ 1−2x 126. lim

x→−∞

x2+ 1−x 127. lim

x→+∞

x3−1 x2−1 128. lim

x→+∞(√

x−4−√

x+ 5) 129. lim

x→−∞(√

x2−x−√ 3−x)

Exerc´ıcio 130. Prove a f´ormula seguinte: (xn−1) = (xn−1+xn−2+...+x+ 1)(x−1), onden´e inteiro positivo fixado. Procure uma f´ormula an´aloga para a fatora¸c˜ao dexn+ 1

(16)

10. Segunda-feira, 2 de abril de 2018

Exerc´ıcio 131. Aqui em seguida quest˜oes de v´aria natureza.

1. Estude a inequa¸c˜ao √

x−1< x−3.

2. Prove que a soma de dois n´umeros racionais ´e racional. Prove que a soma de um n´umero racional e um n´umero irracional ´e irracional.

Em geral: uma propriedade P ´e chamada aditiva se, toda vez que duas entidades a e b verificam P, tamb´em a somaa+bverificaP. O leitor escreva algumas propriedades aditivas que encontrou no curso at´e agora.

3. Prove que [x] + [y]≤[x+y] para todox, y∈R([x] denota a parte inteira dex).

4. Determine a imagem do intervalo (−1,1) atrav´es da fun¸c˜ao x3 + 2. Para abordar o exerc´ıcio uma t´ecnica poss´ıvel ´e a seguinte: use a propriedade do ordenamento dos n´umeros reais segundo a qual ac≤bc sea≤b e c >0. Use para provar que x3 (e consequentementex3+ 2) ´e uma fun¸c˜ao crescente.

5. Determine a imagem do intervalo (−2,1] atrav´es da fun¸c˜ao [x−2]2 (de novo [·] denota a parte inteira).

6. Determine a imagem inversa de (0,5) atrav´es da fun¸c˜ao x2−x+ 3.

7. Escreva f(x) = x−1

x2+ 1 como soma de uma fun¸c˜ao par e de uma impar.

8. Desenhe o gr´afico da fun¸c˜aof(x) = max{x, x2} e da fun¸c˜ao g(x) = max{|x|, x2}.

9. Calcule o dom´ınio de arccos x x+ 1.

Teorema 7 (Confronto dos limites – com prova do primeiro resultado feita na sala de aula e que pode ser cobrada nos exerc´ıcios das provas).

Primeiro resultado.

Seja I um intervalo de R e x ∈ I ou um extremo de I. Ou, seja I um intervalo n˜ao limitado. Sejam f, g, h:I →Rfun¸c˜oes dadas. Suponhamos que f(x)≤g(x)≤h(x) para cada x. Sejam dados os limites

x→xlim

(oux→±∞)

f(x) =l, e lim

x→x (oux→±∞)

h(x) =l, onde l∈R.

Ent˜ao,

x→xlim

(oux→±∞)

g(x) =l.

Exerc´ıcio 132. Prove o resultado acima nos trˆes casos enunciados.

Segundo resultado.

Seja I um intervalo de R e x ∈ I ou um extremo de I. Ou, seja I um intervalo n˜ao limitado. Sejam f, g:I →R fun¸c˜oes dadas. Suponhamos que f(x)≤g(x) para cada x. Se

x→xlim

(oux→±∞)

f(x) = +∞.

(17)

ent˜ao,

x→xlim

(oux→±∞)

g(x) = +∞.

Se, por outro lado

x→xlim

(oux→±∞)

g(x) =−∞.

ent˜ao,

x→xlim

(oux→±∞)

f(x) =−∞.

Exerc´ıcio 133. Prove o teorema em todos seus casos.

Exerc´ıcio 134. Prove, usando a defini¸c˜ao, que limx→0|x|= 0.

Exerc´ıcio 135. Prove, usando a defini¸c˜ao, que limx→+∞ n

√x= +∞, para cada n≥1, n∈N. Exerc´ıcio 136. (d´ıficil) Prove, usando a defini¸c˜ao, que limx→+∞ senxn˜ao pode ser zero.

Exerc´ıcio 137. Usando o comportamento de senx, tente entender (e desenhar o gr´afico) o comportamente de sen (1/x) quando, em particular,x ´e pr´oximo de zero.

Aplicando o teorema do confronto podemos resolver o exerc´ıcio seguinte.

Exerc´ıcio 138. Prove que limx→+∞( senx+x) = +∞.

Exerc´ıcio 139. Prove que limx→0 senx= 0.

Exerc´ıcio 140. limx→+∞

senx x = 0.

Exerc´ıcio 141. Prove que, se limx→cf(x) = 0 eg(x) ´e limitada, ent˜ao limx→c(f(x)·g(x)) = 0.

11. Quarta-feira, 4 de abril de 2018

Teorema 8 (limite de fun¸c˜oes compostas – sem prova). Seja f(x) dada e suponhamos que exista o limite

x→xlim

(oux→±∞)

f(x) =l onde l∈Roul=±∞.

Seja g(x) uma outra fun¸c˜ao dada e suponhamos que exista o limite

limx→lg(x) =m onde m∈Roum=±∞.

Suponhamos que a composi¸c˜aog(f(x))seja bem definida e que, se l∈R, f(x)6=l para x6=x e x pr´oximo dex. Ent˜ao,

x→xlim

(oux→±∞)

g(f(x)) =m.

(18)

Observa¸c˜ao: parece estranha a hip´otese f(x) 6= l para x 6= x e x pr´oximo de x. Todavia, se n˜ao for verificada a condi¸c˜ao, o limite da composi¸c˜ao pode n˜ao serm, como no caso seguinte:

f(x) = 0,∀x∈R, g(x) =

( 0 sex6= 0 1 sex= 0.

E f´´ acil ver que limx→0g(f(x)) = 1, enquanto limx→0g(x) = 0.

Uma condi¸c˜ao que pode substituir a condi¸c˜ao acima ´e g(l) = m, se m e l for reais. Esta condi¸c˜ao ser´a encontrada no caso das fun¸c˜oes cont´ınuas.

Exerc´ıcio 142. Prove que limx→0cosx= 1. Use o limite analogo sobre o seno e o teorema anterior.

Pode ser provado (n˜ao iremos dar os detalhes) que para todos x ∈ R h´a limx→x senx = senx e limx→xcosx= cosx.

O limite seguinte ´e muito importante e pode ser provado pelo teorema do confronto. O leitor fa¸ca o exerc´ıcio seguinte usando tamb´em a constru¸c˜aogeom´etrica vista em sala de ´aula.

Exerc´ıcio 143. limx→0

senx x = 1.

Exerc´ıcios: calcule os limites seguintes (se existem) 144. lim

x→0(x−1)√

x2+ 1 145. lim

x→+∞( senx+x) 146. lim

x→1

x2+ 1

x−1 147. lim

x→−∞([x] +x) 148. lim

x→0

x2+ 1

x−1 149. lim

x→2x(x+ 2)(x−3) 150. lim

x→1

x3−1

x2−1 151. lim

x→0

3

1 +x−√3 1−x x

152. lim

x→0

√2 +x−√ 2

x 153. lim

x→0

1 x

3x−2

2x+ 3−3x+ 2 2x−3

154. lim

x→0

1−cosx

xsenx 155. lim

x→π

1 + cosx π−x 156. lim

x→0

1

1−cosx 157. lim

x→02/|x|

158. lim

x→+∞

x2+ 3

4x2+x 159. lim

x→+∞

3−x3−x 1−2x2 160. lim

x→+∞

x2 x+ 1−x

161. lim

x→+∞

x2+ senx 2x+x2+ 3 162. lim

x→+∞

1 +x2+√

√ x

x−x 163. lim

x→−∞x(√

1 +x4−x2)

Exerc´ıcio 164. Calcule os limites seguintes, explicando, nos detalhes, como devem ser usados os ´ultimos teoremas encontrados.

limx→+∞

x2+ 1, limx→0

senx2

x2 , limx→0

sen 2x

3x , limx→0

1−cos√ x

x .

(19)

Vamos agora lebrar um conceito j´a encontrado

Defini¸c˜ao 9 (limites direito e esquerdo). Sejam I = (a, b) um intervalo aberto, x ∈ I e f :I → R uma fun¸c˜ao dada. Denotamos por

g: (x, b)→R, g(x) =f(x)

a restri¸c˜ao de f a (x, b). Dizemos quel∈R oul=±∞´e o limite direito de f(x) parax que tende parax, em s´ımbolos ´e

lim

x→x+f(x) =l, se

x→xlimg(x) =l.

Analogamente, denotamos por

h: (a, x)→R, h(x) =f(x)

a restri¸c˜ao de f a (a, x). Dizemos que l∈R oul=±∞´e olimite esquerdo de f(x) parax que tende para x, em s´ımbolos ´e

lim

x→xf(x) =l, se

x→xlimh(x) =l.

Teorema 10 (sem prova). Sejam I = (a, b) um intervalo aberto, x ∈ I e f : I → R uma fun¸c˜ao dada.

Ent˜ao,

x→xlimf(x) =l se e somente se lim

x→x+f(x) =l= lim

x→xf(x).

Teorema 11 (conserva¸c˜ao do sinal – com prova feita na sala de aula e que pode ser cobrada nas provas).

Sejam dados uma fun¸c˜ao f real definida em um intervalo I e um ponto x∈I ou extremo deI. Seja

x→xlimf(x) =l >0.

Ent˜ao existe δ >0 tal que f(x)>0 para cadax∈(x−δ, x+δ)∩I ex6=x.

Obviamente o teorema vale no caso de limite negativo.

Exerc´ıcios: calcule os limites seguintes (se existem) 165. lim

x→0(x−1)√

x2+ 1 166. lim

x→+∞( senx+x) 167. lim

x→1

x2+ 1

x−1 168. lim

x→−∞([x] +x) 169. lim

x→0

x2+ 1

x3 170. lim

x→2x(x+ 2)(x−3) 171. lim

x→1

x3−1

x2−1 172. lim

x→0

3

1 +x−√3 1−x x

173. lim

x→0

√2 +x−√ 2

x 174. lim

x→0

1 x

3x−2

2x+ 3−3x+ 2 2x−3

(20)

175. lim

x→0

1−cosx

xsenx 176. lim

x→π

1 + cosx π−x 177. lim

x→0

1

1−cosx 178. lim

x→02/|x|

179. lim

x→+∞

x2+ 3

4x2+x 180. lim

x→+∞

3−x3−x 1−2x2 181. lim

x→+∞

x2 x+ 1−x

182. lim

x→+∞

x2+ senx 2x+x2+ 3 183. lim

x→+∞

√1 +x2+√

√ x

x−x 184. lim

x→−∞x(√

1 +x4−x2)

Exerc´ıcio 185. aplique o teorema dos limites de fun¸c˜oes compostas para calcular o limite

x→πlim

1 + cosx π−x

Exerc´ıcio: calcule, se existem, os limites seguintes:

186. lim

x→+∞ senx+x 187. lim

x→−∞

[x]−x 2 188. lim

x→+∞

senx

√x+ cosx 189. lim

x→−∞

x2−2x+x

190. Diga qual ´e, entre as seguintes, a defini¸c˜ao correta do limite lim

x→4f(x) = 7.

a) Para cada λe µpositivos, se |x− 4|< µ e x6= 4 ent˜ao,|f(x)−7|< λ.

b) Para cadaλ >0 e para cadaµ >

0, se|x−4|< µent˜ao,|f(x)−7|< λ.

c) Para cada µ > 0 existe λ > 0 e existex tal que |x−4|< λ e|f(x)− 7|< µ.

d) Para cada µ >0 existe λ >0 tal que se |x−4| < λ e x 6= λ ent˜ao,

|f(x)−7|< µ.

e) Para cada µ > 0 existe λ > 0 tal que se |x− 4| < λ e x 6= 4 ent˜ao

|f(x)−7|< µ.

f) Nenhuma das respostas acima ´e correta.

191. Suponhamos que

x→+∞lim f(x) =−∞.

Diga qual, entre as afirma¸c˜oes seguintes, ´e correta .

a) Se x >0 ent˜ao f(x)<0. b) Existeε >0 tal quef(x)<0 para cadax > ε.

c) Para cada ε > 0 existe η > 0 tal que para x > η temos f(x)> ε >0.

d) Nenhuma das respostas acima ´e correta.

(21)

192. Consideramos a proposi¸c˜ao seguinte: dadas f e g definidas em um intervalo I, seja x0 ∈I fixado. Suponhamos quef(x)≥g(x) para cada x e que lim

x→x0f(x) = 0. Ent˜ao, lim

x→x0g(x) = 0. A proposi¸c˜ao ´e:

a) Verdadeira se colocamos a hip´otese suplementar g(x)≤0,∀x∈I.

b) Verdadeira se colocamos a hip´otese suplementar g(x) ≥ 0,

∀x∈I. c) Verdadeira sem necessidade de

outras hip´oteses suplementares.

d) Verdadeira se colocamos a hip´otese suplementar f(x0) = g(x0) = 0.

e) Falsa, tamb´em colocando as hip´oteses suplementares acima.

193. Dadaf :R→R, suponhamos que lim

x→+∞f(x) =−∞. Ent˜ao:

a)f ´e decrescente. b) lim

x→+∞f(x2) = +∞.

c)∀m≥0, temosf(x)≤0 sex≥m. d) ∀m ≥ 0 e ∀k ≥ 0 f(x) ≤ k se x≥m.

e) lim

x→−∞f(x) = +∞ f) Nenhuma das respostas acima ´e correta.

194. Dadaf :N→N,f(x) =x+ 1 diga quais (podem ser mais que uma) das afirma¸c˜oes s˜ao corretas.

a)f ´e injetora. b) f ´e sobrejetora.

c)f ´e limitada inferiormente. d) A nota¸c˜ao f(x) = x+ 1 non faz sentido porque o dom´ınio ´e N e a vari´avel a ser usada deve ser deno- tada por n.

Exerc´ıcio 195. Procure uma f :R→ R que n˜ao seja crescente, mas que verifique lim

x→+∞f(x) = +∞. Esta fun¸c˜ao deve ser definitivamente crescente?

Isto ´e, exister tal quef ´e crescente em (r,+∞)?

12. Sexta-feira, 6 de abril de 2018 e 13. Segunda-feira, 9 de abril de 2018 Exerc´ıcios em sala de ´aula. Prepara¸c˜ao para prova P1.

14. Quarta-feira, 11 de abril de 2018 Prova P1

15. Sexta-feira, 13 de abril de 2018

(22)

Introdu¸c˜ao `as fun¸c˜oes cont´ınuas

Defini¸c˜ao 12. Sejam I intervalo de R, f :I → Ruma fun¸c˜ao dada ex ∈I dado. f ´e dita cont´ınua em x se lim

x→xf(x) =f(x).

Em outras palavras, f ´e dita cont´ınua em x se para todo ε > 0 existe δ > 0 tal que para todo x ∈ (x−δ, x+δ)∩I temos f(x)∈(f(x)−ε, f(x) +ε).

f ´e dita cont´ınua emI (ou, simplesmente, cont´ınua) se ´e cont´ınua em todos os pontos deI.

O conceito de continuidade de uma fun¸c˜ao ´e pontual. Ou seja, dizemos que uma fun¸c˜ao ´e cont´ınua em um ponto. Outros conceitos, j´a encontrados, s˜ao s´o globais: invertibilidade, limita¸c˜ao de uma fun¸c˜ao, monotonia. N˜ao faz sentido, por exemplo, dizer que uma fun¸c˜ao ´e limitada (ou invers´ıvel, ou crescente) em um ponto.

Exemplos: diretamente da defini¸c˜ao e dos resultados sobre os limites vistos nas ´aulas anteriores segue que s˜ao cont´ınuas as fun¸c˜oes seguintes: os polinˆomios P(x), as fun¸c˜oes racionais P(x)/Q(x) nos pontos x tais queQ(x)6= 0,f(x) =xα (e portanto, em particular,f(x) = √n

x), as fun¸c˜oes trigonom´etricas, as fun¸c˜oes exponenciais e os logaritmos.

Iremos ver em seguida uma outra prova do fato que √n

x´e cont´ınua.

Defini¸c˜ao 13. Dadaf :I →Re dado x∈I, sef n˜ao for cont´ınua em x, dizemos quef ´e descont´ınua em x∈I e quex ´e um ponto de descontinuidade.

Portanto n˜ao faz sentido dizer quex´e um ponto de descontinuidade paraf sex n˜ao pertence ao dom´ınio da fun¸c˜ao.

Exerc´ıcio 196. Determine em quais pontos s˜ao cont´ınuas as fun¸c˜oes seguintes (determine, inclusive, os pontos de descontinuidade):

f(x) = 1/x, f(x) =

( 1/x sex6= 0

0 sex= 0. g(x) =

( −x2+ 1 sex≥2

1−2x sex <3. f(x) = senx x

g(x) =

( cosx sex > π

−1 sex < π. f(x) =

( x+ 3 sex >1

2−x2 sex <1. g(x) =





x2 sex >1 1 sex= 1 x2 sex <1.

Exerc´ıcio 197. Determine em quais pontos s˜ao cont´ınuas a fun¸c˜ao sinal, a fun¸c˜ao parte inteira e a fun¸c˜ao de Dirichlet (determine, inclusive, os pontos de descontinuidade).

Teorema 14 ( ´Algebra das fun¸c˜oes cont´ınuas – sem prova). Sejam f, g : I → R cont´ınuas em um ponto x∈I. Ent˜ao, s˜ao cont´ınuas em x: f+g, f−g, f·g, f /g se x6= 0.

Exerc´ıcio 198. Dˆe a prova da continuidade da soma no teorema anterior, usando com cuidadoεe δ.

Teorema 15 (Continuidade das fun¸c˜oes compostas – sem prova). Seja f :I →R cont´ınua em x∈I. Seja J um intervalo que cont´em Imf e seja g:J →R cont´ınua emy=f(x). Ent˜ao,g◦f ´e cont´ınua em x.

(23)

Exerc´ıcio 199. Determine em quais pontos s˜ao cont´ınuas as fun¸c˜oes seguintes (determine, inclusive, os pontos de descontinuidade):

f(x) =

( x/|x| sex6= 0

0 sex= 0. f(x) =

x+ 2

|x|+ 1 sex≥0 2−x sex <0.

f(x) =

( sen (1/x) sex6= 0

0 sex= 0.

f(x) =

x+|x|

x2 sex6= 0

0 sex= 0.

f(x) = [x]2−x2

Exerc´ıcio 200. (muito muito d´ıficil) Sejaf : (0,1]→Rdefinida como f(x) =

( 1/n sex=m/n, m e ninteiros positivos e primos entre si (m≤n) 0 sex ´e irracional.

Prove que f ´e cont´ınua nos pontos irracionais de (0,1] e discont´ınua nos racionais.

Exerc´ıcio 201. Determine as solu¸c˜oes de x2−2x

|x−1| ≥ 1. Em seguida, determine a imagem da fun¸c˜ao f(x) = x2−2x

x−1 , definida em [0,+∞).

Exerc´ıcio 202. Determine o dom´ınio de√

2 senx+ 1. A fun¸c˜ao ´e crescente? responda usando a defini¸c˜ao de fun¸c˜ao crescente.

Exerc´ıcio 203. Calcule, se existem, os limites seguintes: lim

x→0

√x+ 1 +x2−1

x , lim

x→0

√x+ 1 +x2−1

√x · sen1 x

!

Exerc´ıcio 204. Determinen∈Ntal que o limite seguinte seja finito e n˜ao nulo: lim

x→0

sennx√

1 +x2−1 x3+x4 . Teorema 16 (da conserva¸c˜ao do sinal para as fun¸c˜oes cont´ınuas – com prova feita na sala de aula e que pode ser cobrada nos exerc´ıcios das provas). Sejam I intervalo ef :I →Rcont´ınua emx∈I. Suponhamos f(x)6= 0. Ent˜ao existe δ >0 tal quef(x) tem o mesmo sinal de f(x) para todo x∈(x−δ, x+δ)∩I. Exerc´ıcio 205. Dˆe a demonstra¸c˜ao do teorema anterior.

Vamos colocar aqui um limite fundamental que foi apresentado em uma das ´aulas anteriores e foi dado sem demonstra¸c˜ao.

x→+∞lim

1 + 1 x

x

=e, e lim

x→−∞

1 +1

x x

=e.

Como dito, n˜ao foi dada (n˜ao sendo simples) a demonstra¸c˜ao dos dois limites acima. Pegando o primeiro dos dois, de fato se prova que f(x) =

1 +1

x x

´

e estritamente crescente e limitada e portanto converge, quando x → +∞, a um n´umero positivo real. Este n´umero ´e chamado e e essa ´e uma poss´ıvel defini¸c˜ao

(24)

de e. Sendo f(1) = 2, segue imediatamente quee > 2. Com outras t´ecnicas de c´alculo pode se provar que e <3. Tamb´em pode ser provado quee´e irracional.

Se x for negativo, f(x) ´e definida quando x < −1 porque a base da potˆencia tem que ser positiva. E, curiosamente, o limite quandox→ −∞existe e ´e o mesmo valore.

Em sala de ´aula foram provados os limites seguintes, como consequˆencia direta dos limites acima. Coloco eles aqui como exerc´ıcio junto com outros limites.

Exerc´ıcioCalcule os limites seguintes.

206. lim

x→+∞ log

1 +1 x

x

207. lim

x→0

log(1 +x) x 208. lim

x→0

ex−1

x 209. lim

x→0

log cosx x2 210. lim

x→+∞

1 + a

x x

211. lim

x→+∞

1 + 1

x2 x

Calcule como depende dea∈Ro valor do limite do exerc´ıcio 210.

16. Segunda-feira, 16 de abril de 2018

Teorema 17 (do anulamento para as fun¸c˜oes cont´ınuas – com prova feita na sala de aula e que pode ser cobrada nos exerc´ıcios das provas). Seja f : [a, b]→ R cont´ınua (em todo o dom´ınio). Seja f(a)f(b) <0.

Ent˜ao, existe c∈(a, b) tal que f(c) = 0.

Exerc´ıcio 212. Dˆe a demonstra¸c˜ao do teorema acima.

Uma consequˆencia do teorema do anulamento ´e o resultado seguinte.

Teorema 18 (dos valores intermedi´arios para as fun¸c˜oes cont´ınuas – com prova feita na sala de aula e que pode ser cobrada nos exerc´ıcios das provas). Seja I intervalo (qualquer) e f : I → R cont´ınua. Ent˜ao, f atinge todos os valores entre inff e supf

Lembramos que inff e supf s˜ao, respectivamente, o ´ınfimo e o supremo de Imf. O teorema diz que o intervalo aberto (inff,supf) ´e contido em Imf. N˜ao podemos saber, em geral, se [inff,supf] = Imf (ou um dos extremos pertence `a imagem), porque n˜ao sabemosa priori sef possui ´maximo ou m´ınimo.

Uma conseq¨uˆencia (corol´ario) imediato do teorema ´e que, dada uma fun¸c˜ao cont´ınua definida em um intervalo, a imagem ´e um intervalo.

Aten¸c˜ao ao fato que se o dom´ınio n˜ao ´e um intervalo, a imagem n˜ao necessariamente ´e um intervalo.

Exerc´ıcio 213. Dˆe a demonstra¸c˜ao do teorema dos valores intermedi´arios.

Uma aplica¸c˜ao importante do teorema dos valores intermedi´arios ´e a existˆencia da raiz quadrada de um n´umero positivo qualquer. Para prova-lo, aplique o teorema `a fun¸c˜ao x2 definida em (0,+∞) (lembrando a defini¸c˜ao correta de raiz quadrada).

(25)

Uma outra aplica¸c˜ao ´e a existˆencia de, pelo menos, uma solu¸c˜ao real de qualquer equa¸c˜ao polinomial de grau impar. Devido ao fato que, se P(x) ´e um polinˆomio de grau impar, limx→+∞P(x) = +∞ se o coeficiente da potˆencia de grau m´aximo ´e positivo (−∞, se negativo) e limx→−∞P(x) = −∞ (+∞, se aquele coeficiente ´e negativo).

Podemos construir algoritmos para aproximar a raiz quadrada de um n´umero positivo, como para aprox- imar as solu¸c˜oes reais de equa¸c˜oes polinomiais ou de equa¸c˜oes mais complicadas (ex. xtgx = p, onde p ´e dado).

Exerc´ıcios:

214. Construa algoritmos para aproximar a raiz quadrada de um n´umero positivo e para determinar uma solu¸c˜ao (aproximada) de uma equa¸c˜ao polinomial de grau impar (escolha o polinˆomio e o erro na aproxima¸c˜ao)

215. Prove que a equa¸c˜ao x3+x=apossui uma e s´o uma solu¸c˜ao real para cada a∈R dado.

216. Seja f :R→ R cont´ınua. Suponhamos que x−5 < f(x) < x+ 1 para cada x ∈R. Prove que a equa¸c˜ao f(x) = 0 possui pelo menos uma solu¸c˜ao.

217. Procure Imf, ondef ´e a fun¸c˜ao do exerc´ıcio acima.

218. Prove que a equa¸c˜ao x8+ 5x5−6x4+ 2x3+ 3x−1 = 0 possui pelo menos uma solu¸c˜ao real.

* * *

E interessante a rela¸´ c˜ao entre continuidade e invertibilidade de uma fun¸c˜ao. ´E importante lembrar (ou observar, se n˜ao lembra) que ´e ´obvio que uma fun¸c˜ao estritamente mon´otona ´e invers´ıvel. O vice-versa ´e falso.

Exerc´ıcio 219. Consideramos as fun¸c˜oes seguintes:

f(x) =

( x sex∈[0,1)

x−1 sex∈[2,3] g(x) =

( x sex∈[0,1)

3−x sex∈[1,2] h(x) =

( x se x∈[0,1) 5−x se x∈[2,3]

Desenhe o gr´afico de f,g e h. Determine se s˜ao cont´ınuas, invers´ıveis, mon´otonas, e se o dom´ınio ´e um intervalo. Se s˜ao invers´ıveis (ou algumas delas) determine as inversas, dizendo se s˜ao cont´ınuas, mon´otonas, e se o dom´ınio ´e um intervalo.

Em particular, a fun¸c˜aof do exerc´ıcio ´e cont´ınua e invers´ıvel, mas a inversa ´e descont´ınua. Ah´e cont´ınua e invers´ıvel, mas n˜ao ´e mon´otona. Esta falta de propriedade acontece porque o dom´ınio n˜ao ´e um intervalo.

Teorema (monotonia de uma fun¸c˜ao invers´ıvel). (Sem prova) SejaI intervalo, f :I →Rcont´ınua e invers´ıvel. Ent˜ao ´e mon´otona.

O resultado mais importante ´e o seguinte (cuja prova ´e baseada no teorema acima)

Teorema (continuidade da fun¸c˜ao inversa). (Sem prova) Seja I intervalo, f : I → R cont´ınua e invers´ıvel. Ent˜ao a fun¸c˜ao inversaf−1 ´e cont´ınua.

(26)

A continuidade da fun¸c˜ao √n

x, definida em [0,+∞) se n´e par, e emRsen´e impar, ´e uma conseq¨uˆencia do teorema acima, embora temos provado (no cap´ıtulo sobre os limites) que limx→x

√x = √

x (aula 25 mar¸co).

S˜ao cont´ınuas as fun¸c˜oes trigonom´etricas inversas: arcsen, arccos e arctg . 17. Quarta-feira, 18 de abril de 2018

Conclu´ımos a parte da continuidade com o teorema seguinte, um dos mais importantes do curso. Lembre que, dadaf :A→R, ondeA´e um conjunto qualquer, o m´aximo def ´e definido como o m´aximo da imagem de f, se existe. Enquanto o m´ınimo de f ´e definido como o m´ınimo da imagem de f (se existe).

Teorema de Weierstrass. (sem prova) Uma fun¸c˜ao f : [a, b]→Rcont´ınua possui m´aximo e m´ınimo.

Exerc´ıcios:

220. Seja f : [0,1] → R, f(x) = x−[x] ([x] ´e a parte inteira de x). Prove que f n˜ao possui m´aximo.

Qual hip´otese do Teorema de Weierstrass n˜ao ´e respeitada?

221. Seja f : [0,1) → R, f(x) = x. Prove que f n˜ao possui m´aximo. Qual hip´otese do Teorema de Weierstrass n˜ao ´e respeitada?

222. Seja f : [0,+∞) → R,f(x) =x. Prove quef n˜ao possui m´aximo. Qual hip´otese do Teorema de Weierstrass n˜ao ´e respeitada?

223. Procure exmplos de fun¸c˜oes que n˜ao respeitam algumas das hip´oteses do Teorema de Weierstrass, mas que possuem m´aximo e m´ınimo.

* * *

Introduzimos agora a no¸c˜ao de fun¸c˜ao deriv´avel e de derivada de uma fun¸c˜ao.

Seja I um intervalo de R, f : I → R uma fun¸c˜ao dada e x0 ∈ I dado. Variando m ∈ R, as equa¸c˜oes y =f(x0) +m(x−x0) representam as retas secantes ao gr´afico de f no ponto (x0, f(x0)) (s´o excluindo a reta vertical que tem equa¸c˜ao x=x0).

Seja agorax∈I e o correspondente ponto no gr´afico de f, (x, f(x)). A raz˜ao f(x)−f(x0)

x−x0

se chamaraz˜ao incremental def, relativa a x0 ex e ´e o coeficiente angular da reta secante ao gr´afico def por (x0, f(x0)) e (x, f(x)). Se existe o limite desta raz˜ao quando x→ x0, este limite d´a, intuitivamente, o coeficiente angular de uma “reta posi¸c˜ao limite” das secantes (quandox→x0).

Defini¸c˜ao 19. Se existe e ´e finito o limite

x→xlim0

f(x)−f(x0) x−x0 =l.

ent˜ao dizemos quef ´e deriv´avel em x0 e o n´umerol se chamaderivada de f em x0.

(27)

A derivada def em x0 (se existe) ´e denotada, normalmente, por um dos s´ımbolos seguintes:

f0(x0), df

dx(x0), Df(x0), Df(x)|x=x0. O primeiro ´e aquele mais comun.

Uma outra forma de escrever a raz˜ao incremental e portanto o limite acima ´e obtida pondo x−x0 =h.

Temos

f(x0+h)−f(x0)

h e lim

h→0

f(x0+h)−f(x0)

h .

A no¸c˜ao de derivada ´e pontual (como a de continuidade), ou seja derivada de uma fun¸c˜ao em um ponto.

Dada f :I → R, se f ´e deriv´avel em todos os pontos de I, dizemos que f ´e deriv´avel e fica bem definida uma nova fun¸c˜ao, a derivada de f,x7→f0(x), definida emI.

Sef ´e deriv´avelx0, a reta de equa¸c˜aoy=f(x0) +f0(x0)(x−x0) ´e definidareta tangente ao gr´afico def no ponto (x0, f(x0)).

Aten¸c˜ao: a precedente ´e a verdadeira defini¸c˜ao de reta tangente; outras poss´ıveis defini¸c˜oes, como “a reta que encosta o gr´afico s´o em um ponto”, s˜ao corretas s´o em casos muito particulares, por exemplo a circunferˆencia.

Reta secante e reta tangente em (x0, f(x0)).

- 6

x1 x0

- 6

H HH

HH HH

H HH

H H x0

Exerc´ıcio 224. Na par´abola de equa¸c˜aoy=x2 procure um ponto onde a reta tangente `a parabola forma um ˆangulo deπ/4 com o eixox.

Exerc´ıcio 225. Um corpo cai de uma altura de 15 mt, sujeto s´o `a for¸ca peso (desconsiderando o atrito do ar). A fun¸c˜ao espa¸co dependendo do tempo ´e s(t) = 1

2gt2, ondeg ´e a constante gravitacional terrestre, e vale cerca 9,8mt/sec2. Calcule a velocidade com que ele chega ao solo.

Derivadas de duas fun¸c˜oes elementares.

FUNC¸ ˜AO f(x) DERIVADAf0(x)

c (fun¸c˜ao constante) 0

x 1

Exerc´ıcio 226. Prove os resultados da tabela acima.

Exerc´ıcio 227. Dados os gr´aficos seguintes, desenhe (intuitivamente) os gr´aficos das derivadas.

(28)

- 6

c a

- 6

a b

- 6

c d

a

- 6

c d

Exerc´ıcio 228. Calcule, usando a defini¸c˜ao, a derivadas das fun¸c˜oes seguintes: 3x−2,x2−x,x7+ 1, √ x.

Exerc´ıcio 229. Prove que |x| n˜ao ´e deriv´avel em zero enquanto |x|3 ´e deriv´avel em zero. Calcule a derivada de |x|e de |x|3 (nos pontos onde as fun¸c˜oes s˜ao deriv´aveis).

Exerc´ıcio 230. Sejaf(x) =x3. Calculef0(0), f0(−2), f(1/2).

Exerc´ıcio 231. Prove que a derivada de uma fun¸c˜ao par ´e uma fun¸c˜ao impar. Lembre que uma fun¸c˜ao f :R→R´e ditapar sef(x) =f(−x) para todo x e ´e dita impar sef(x) =−f(−x) para todo x.

18. Sexta-feira, 20 de abril de 2018 Outras fun¸c˜oes deriv´aveis na tabela seguinte:

FUNC¸ ˜AO f(x) DERIVADAf0(x)

xn(n∈N,n≥1) nxn−1

senx cosx

cosx −senx

ex ex

Exerc´ıcio 232. Prove os resultados da tabela acima (como feito em sala de aula).

Referências

Documentos relacionados

Kvaal’s method presented better results when compared to the results of Cameriere’s method in the general evaluation of each canine tooth, except for the upper left canine (tooth

RESUMO - O Vírus da Bronquite Infecciosa, assim como outras doenças infecciosas, é um dos principais limitantes à produção de frango de corte. O coronavírus

Energia e magnetismo; Energia elétrica; Impactos ambientais da geração da energia elétrica; Economia de energia elétrica; Livro didático: Ciências Projeto Lumirá

Algumas sementes e castanhas vão ficar só nessa etapa de hidratação pois já passaram por um processo térmico no caso de algumas castanhas e nozes, outras sementes descascadas

Seja P a função que ao número de anos decorridos desde 2014, n, faz correspon- der o preço a pagar pelo bilhete de época do F.. Em que ano um bilhete de época no Estádio de

3.2. Despesas efetuadas após o término dos reparos da aeronave sinistrada ou depois de que tais reparos pudessem ter sido terminados, se não fossem em virtude de haverem

Such practice, known as afforestation, can lead to the loss of grassland species because of different ecosystem functioning and both direct and indirect species interference

A Sizmek MDX Analytics é projetada para fornecer acesso fácil aos dados de campanha, necessários para o monitoramento, otimização e análise de métricas para ajudar os